O caminho delas: o urbanismo pensado por e para mulheres em Santa Maria DF (parte 4)| FAU UnB

o caminho delas: o caminho delas: O urbanismo pensado por e para mulheres em Santa Maria/DF

Diplomação 2

1/2021

FAU - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

Orientadora

Patrícia da Silva Gomes

Banca

Carolina Pescatori Candido da Silva

Ana Carolina Carvalho Farias

Aluna

Arissa Kaori Honda

15/0166290

Apresentação Apresentação

O presente documento apresenta o Trabalho de Conclusão de Curso de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (FAU UnB), intitulado “O caminho delas: o urbanismo pensado por e para mulheres em Santa Maria/ DF”.

A proposta elaborar uma planejamento a partir da perspectiva de gênero, visto as limitações ao acesso a cidade, tanto pela questão do assédio e/ou violência quanto pelo medo que nós carregamos ao sair de casa. O que se propõe não é uma cidade livre de homens, mas que as partes mais vulneráveis à vivência na cidade possam ter o mesmo direito.

Por meio do processo participativo, principalmente pelo contato com as líderes comunitárias, pode se chegar a diretrizes e propostas que beneficiaram a cidade como um todo, visto que as demandas eram para a comunidade, não apenas para mulheres, dado o posicionamento que ocupam na estrutura familiar, muitas vezes, destinadas aos cuidados do lar e dos demais membros da família.

Ao projetar sob a perspectiva da mulher, coloca-a como agente transformador do meio, promovendo o direito à cidade para todos.

Sumário Sumário

Introdução 5

Objetivos 8

Justificativa 9

Referencial Teórico 11

1. Mulher e cidade, uma visão geral 12

A pandemia de Covid-19 e a questão da mulher 17

2. Mulher na periferia da cidade modernista de Brasília 18

Estudos de casos 23

Método de trabalho 29

Diagnóstico da área de estudo 30

Propostas e diretrizes 65

Síntese da mesa de conversa 66

Propostas escala macro 69

Praças 77

Considerações finais 128

Referências bibliográficas 129

Praça da Baixada Praça da Baixada

• A implantação da praça será na APP de curso d’água do Ribeirão Santa Maria. Para poder manter essa área preservada será necessário realocar 33 residências.

• Há uma preocupação em relação as habitações que estão sob essa APP, pois a umidade ascendente torna o ambiente insalubre e a urbanizaçãodessa região acabará com as nascentes da região.

• A praça será linear, funcionando como um divisor da área residencial da área de preservação.

• Conscientização da população, por meio do contato com a natureza.

• Demanda das mulheres do Porto Rico: espaços de lazer e prática de exercícios.

• A região possui uma declividade acentuada, assim se faz necessário a inserção de infraestruturas verdes que auxiliaram na drenagem pluvial.

Local izaçãoLocal ização

Mulher

Comunidade

Lazer e práticas esportivas

Moradia digna

Preservação do meio ambiente

• Evidenciar o engajamento da mulher com o meio ambiente e com aqueles que o habitam, suas demandas não dizem apenas às suas necessidades.

• Necessidade de espaços de lazer e prática de exercícios, todo o bairro do Porto Rico carece de tais infraestruturas.

• Criação de um espaço para a comunidade se reunir, podendo ser utilizado pelas artesãs ou para cursos profissionalizantes.

• Promover habitação digna aos moradores da baixada, ao entender que as residências sobre a área de preservação permanente sofrem de infiltração ascendente por estarem em cima de uma região de nascentes.

• A partir da realocação das famílias da baixada pretende-se resolver o problema da escola do Porto Rico, uma vez que se encontra isolada na porção nordeste do bairro.

Partido

A partir dos traçados das curva de nível do terreno, surgiu a proposta para a praça do Porto Rico, especificadamente na área da baixada.

Pelas características socioeconômicas e socioambientais , a proposta teve como diretriz a preservação do meio ambiente associado as questões socioeconômicas, na medida em que se percebe a necessidade de realocação da população que esta sobre área de nascentes. O projeto foi desenvolvido a partir dos traçados resultantes das curvas de nível.

A preocupação das líderes comunitárias com está região, não se restringiu apenas às questões de preservação ambiental, também houve preocupação com a população que ali residem que por vezes não tem acesso às infraestruturas de saneamento básico.

O levantamento dos vazios urbanos do Porto Rico foi um dos partidos para a realocação das residencias que precisariam

ser realocadas. A identificação da escola pública do Porto Rico, que, atualmente, encontra-se isolada da parte já consolidada do bairro, podendo receber um parcelamento próximo a escola, sanando dois problemas do Porto Rico.

Condicionantes do terreno

Proposta geral _ Esc. 1/750

Uso misto com uso residencial não obrigatório

Gradil: elemento que segrega os espaços, mas permite a continuidade visual

Uso residencial

Uso misto com uso residencial obrigatório

Uso residencial

Uso misto com uso residencial obrigatório

Uso residencial

Uso misto com uso residencial obrigatório

Uso residencial

Uso misto com uso residencial obrigatório

Uso misto com uso residencial não obrigatório

Uso misto com uso residencial não obrigatório

nas APPs

Adensamento dos maciços verdes

Por se tratar de um bairro que está em fase de regularização, os usos do solo foram propostos a partir da interação entre os lotes lindeiros ao parque linear, em que o uso mistos seja incentivado nesses pontos, trazendo os olhos para a rua, e a consolidação dos usos já existentes.

A praça terá como função fornecer espaços de lazer e práticas esportivas à comunidade, visto a escassez deste tipo de infraestrutura para a comunidade do Porto Rico. Também, será a funcionará como uma faixa de amortecimento, entre a área urbana da área de proteção permanente, além de aproximar a comunidade com a natureza, podendo servir como forma de conscientização da necessidade da preservação destes regiões.

Trecho 1 _ Esc. 1/350

Trecho 2 _ Esc. 1/350

Trecho 3 _ Esc. 1/350

Corte 03_ Esc. 1/150

Espaço comunitário

Gradil que divide o parque ecológico da praça

Proposta de realocação

Tendo em vista a necessidade de realocação das famílias que estavam sobre as APPs, junto da necessidade de melhorar a implantação da escola, tem-se a proposta de trazer as 33 famílias para está área a fim de suprir o isolamento da escola.

Escola Classe 01 Porto Rico

Considerações finais Considerações finais

Ao decidir fazer um planejamento e desenho urbano sob a perspectiva da mulher, busca-se criar cidades mais justas e acessíveis a todos. O contato com as mulheres da comunidade foi importante para entender as necessidades delas e da comunidade. Fato que a literatura já havia descrito, as mulheres, pelo papel que elas desempenham e são atribuídos à elas em suas famílias e pela sociedade, possuem um olhar atento e sensível as necessidades de todos.

A cidade possuí potencial para ser um polo econômico importante, visto que algumas áreas já foram destinadas para tal uso, e uma das demandas recorrentes das mulheres é pelo desenvolvimento do comércio e formação de empregos. A cidade não conseguiu suprir a demanda habitacional, mas ao mesmo tempo dispõem de grandes lotes vazios, como resultado o Porto Rico, loteamento irregular advindo dessa distribuição injusta de terra. É uma região que cresceu destacada dos principais eixos viários, intensifica-se o isolamento pelo grande vazio que foi deixado entre o Porto Rico e a parte consolidada da cidade. Visto o histórico da região, as propostas tem como medida tentar integrar o bairro a cidade.

Refêrencias bibliográficas Refêrencias bibliográficas

CARODOSO, P. Águas de 8 de março de 2017, feministas e femininas. In: INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO URBANÍSTICO – IBDU. Direito a cidade: uma visão por gênero. São Paulo: IBDU, 2017. p.14-23. Disponível em: <http://www.ibdu.org.br/eficiente/repositorio/ Projetos-de-Pesquisa/486.pdf>. Acesso em: 9 fev. 2021.

CASIMIRO, L. As mulheres e o direito à cidade: um grande desafio no século XXI. In: INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO URBANÍSTICO – IBDU. Direito a cidade: uma visão por gênero. São Paulo: IBDU, 2017, p.8-11. Disponível em: <http://www.ibdu.org.br/eficiente/repositorio/ Projetos-de-Pesquisa/486.pdf>. Acesso em: 10 fev. 2021.

COMPANHIA DE PLANEJAMENTO DO DISTRITO FEDERAL – CODEPLAN. Pesquisa distrital por amostra de domicílios 2018 – PDAD/DF 2018. 2019. Disponível em: <http://www.codeplan. df.gov.br/pdad-2018/>. Acesso em: 25 fev. 2021.

BOURDIEU, P. [1995] A dominação masculina. 2. ed. Tradução Maria Helena Kühner. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

GONZAGA, T. A cidade e a arquitetura também mulher: conceituando a metodologia de planejamento urbano e dos projetos arquitetônicos do ponto de vista de gênero. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. São Paulo, 2004.

CHIAVASSA, R. Mulheres: as desigualdades persistem. In: PINSKY, Jaime (org.). Práticas de cidadania. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012. p. 498-626

PRIORE M. História das Mulheres. 7 ed. São Paulo: Contexto, 2004

Plano de desenvolvimento do transporte público sobre trilhos do Distrito Federal - PDTT/DF. Relatório Final, 2018. Disponível em: < http://www.metro.df.gov.br/?page_ id=40044>. Acesso em: 4. mar. 2021

Plano diretor de transporte urbano e mobilidade do Distrito Federal - PDTU/ DF. Relatório Final, 2010. 2011. Disponível em: < http://semob.df.gov.br/relatorios-tecnicos/>. Acesso em: 01 abr. 2021.

Plano Diretor de Ordenamento Territorial do Distrito Federal -PDOT/DF. Documento Técnico,2012. Disponível em: < http://www.seduh.df.gov.br/plano-diretor-deordenamento-territorial/>. Acesso em: 10 mai. 2021.

RIBEIRO, R; TENÓRIO, G; Estrutura social e organização social do território. In: RIBEIRO, R; TENÓRIO, G; HOLANDA, F (Org). Brasília: transformações na ordem urbana.1. ed. Rio de Janeiro: Letra Capital, 2015, p.98-117. Disponível em: <http://observatoriodasmetropoles. net.br/arquivos/biblioteca/abook_file/serie_ordemurbana_brasilia.pdf >. Acesso em: 16 mai. 2021.

ARQUITETAS INVISÍVEIS. Brasília: Coletivo Arquitetas Invisíveis n. 1, 2015. INSS 2525-3832. Disponível em: < https://www.arquitetasinvisiveis.com/revist>. Acesso em: 17 fev. 2021.

INSTITUTO DE POLÍTICAS DE TRANSPORTE & DESENVOLVIMENTO (ITDP Brasil). O acesso de mulheres e crianças à cidade. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: <http://itdpbrasil. org.br/wp-content/uploads/2018/01/ITDP-Brasil-_-O-Acesso-de-Mulheres-e-Criancas-aCidade-V3_JUL-2018.pdf>. Acesso em: 4 mar. 2021

CALIÓ, A. A. Women in the City. In: STROMQUIST, N. P. (Ed.). Women in the Third Word: An Encyclopedia of Contemporary Issues. 1. Ed. New York: Routledge, 2013. p. 212-217.