FotoVolt - Setembro - 2022

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Congresso mostra a evolução da energia solar rumo à liderança

Com perspectiva de se tornar um dos cinco principais mercados de energia solar no mundo, o Brasil já é líder do segmento na América Latina e traça um futuro em que a fotovoltaica será a principal fonte da matriz elétrica. Aqui, um panorama do que especialistas e autoridades discutiram na Intersolar sobre políticas públicas, marco da geração distribuída, hidrogênio verde, o papel social da energia solar e outros temas.

Eletrocentros para usinas fotovoltaicas

Eletrocentros já saem de fábrica com todos os sistemas elétricos e eletrônicos necessários montados, interligados e testados, prontos para a aplicação, o que agiliza a obra e elimina a necessidade de construções em alvenaria. Aqui se descreve a oferta de 15 fornecedores, com as características de entrada e saída, equipamentos, proteções, etc.

Fornecimento de eletricidade e sombreamento na horticultura

Este artigo faz uma avaliação técnico-econômica para uma fazenda de horticultura no centro do Chile, onde a alta irradiação causa efeitos adversos para a cultura, e rentabiliza as características sinérgicas do sistema agrivoltaico: manutenção das terras de cultivo e fornecimento do sombreamento necessário. Como resultado, VPL mais alto e payback mais curto em comparação com uma planta fotovoltaica montada no solo.

Seguidores solares (trackingsystems)

Seguidores, rastreadores ou trackers solares fazem os módulos acompanharem a posição do Sol, aumentando a captação da radiação ao longo do dia e, consequentemente, o rendimento da geração fotovoltaica. Este levantamento apresenta as características dos sistemas fornecidos por algumas das principais empresas, do mercado nacional e também estrangeiras incluindo várias que buscam representantes no Brasil.

Geração centralizada, desigualdade regional, projetos híbridos, segurança, qualidade...

Com seus três congressos simultâneos Intersolar, ees e Eletrotec+EM-Power o The smarter E South America 2022 reuniu em São Paulo mais de 130 palestrantes e debatedores e 2200 congressistas. Aqui se destaca o essencial dos painéis da Intersolar que trataram de geração centralizada, desigualdade regional, crescimento da fonte na América Latina, usinas híbridas, normas, segurança e certificação de empresas.

Estacionamentos geradores fotovoltaicos

Os chamados abrigos para veículos que integram módulos fotovoltaicos, conhecidos também como carports solares, estão cada vez mais disseminados, seja em versão conectada ou isolada da rede, com ou sem carregador integrado para veículos elétricos. Aqui, são relacionados diversos fornecedores e as características de sua oferta, como dimensões, tipo de fundação, potência nominal FV, tensão e componentes.

Capa

Foto: NREL/Projeto inSPIRE

As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por FotoVolt, podendo mesmo ser contrárias a estas.

Sumário Cartaaoleitor Notícias IntersolarSouthAmerica – 1 Guia – 1 Sistemasagrivoltaicos Guia – 2 IntersolarSouthAmerica – 2 Guia – 3 6 8 26 36 38 56 58 70 72 74 76 78 81 81 82
Agenda Pesquisa & inovação Veículos elétricos Produtos Publicações Índicedeanunciantes Solar FV emfoco

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Carta ao leitor

A disputapelaterra eacontribuiçãoagrivoltaica

Com a transição energética em curso no mundo, as atividades agrícolas cada vez mais vão lutar por espaço, sobretudo em regiões mais povoadas, com as grandes plantas de energia renovável montadas em solo, as quais frequentemente cobrem terras aráveis. Os 800 GW instalados em solar fotovoltaica no final de 2021 podem expandir-se para até 14 000 GW em 2050, segundo previsões otimistas de representantes da indústria de módulos FV. Este é também o número indicado em relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês) para que o mundo limite o aquecimento global a 1,5% naquele ano-horizonte. Menos do que isso, diz a entidade, e a meta não será alcançada.

Ainda que a maior parte do desenvolvimento da fonte no Brasil seja hoje de geração distribuída, e que em número de sistemas os telhados solares ganhem de longe, o crescimento de modalidades de negócio como a “locação por assinatura” está expandindo fortemente a construção de usinas para compartilhamento, no limite superior da faixa de minigeração usinas de solo, portanto. Além disso, as grandes plantas solares centralizadas experimentam forte impulso ditado pela demanda do mercado livre de energia, o qual também está em vias de ser legalmente expandido. Por fim, acirrando a disputa espacial no mundo todo, Brasil incluso, estão a expansão populacional e os próprios efeitos adversos das mudanças climáticas, que levam a um declínio substancial de terra arável per capita

Uma alternativa para ajudar a superar os interesses conflitantes de uso da terra é a modalidade agrivoltaica, isto é, uso combinado da terra para produção tanto de alimentos quanto de eletricidade. Nos últimos anos, a modalidade desenvolveu-se de forma muito dinâmica em quase todo o mundo, fomentada por programas de subsídios governamentais e outros, o que levou a um aumento da capacidade agrivoltaica instalada de cerca de 3 MWp em 2012 para quase 14 GWp em 2021, segundo o Fraunhofer Institute for Solar Energy Systems (ISE).

Além de apenas possibilitar o compartilhamento da área para plantio e produção de energia, os sistemas agrivoltaicos podem também oferecer sinergias insuspeitadas à primeira vista. Uma delas é aqui explorada em um competente artigo técnico de autores do Fraunhofer Chile Research, que analisa o uso de painéis solares fotovoltaicos no lugar das redes de sombreamento que de outra forma seriam necessárias para atenuar os efeitos da intensa irradiação solar sobre a horticultura durante o verão. Trata-se, mutatis mutandis, de transferir para o campo o conceito de integração que baseia os BIPV - Building Integrated Photovoltaics, em que os elementos geradores solares não são simplesmente adicionados às edificações mas, isto sim, substituem os produtos convencionais, caso de revestimentos de fachada, janelas e telhas fotovoltaicas. Evidentemente tudo depende de análise criteriosa para identificar o contexto agrícola adequado, maximizando o efeito sinérgico para cada caso, como mostram os autores.

Intersolar – Esta edição traz as duas primeiras reportagens realizadas por FotoVolt relatando o que de mais importante ocorreu no congresso Intersolar South America 2022 Ainda que destacando apenas os principais aspectos, as matérias resultaram bastante extensas, o que dá a medida do muito que se discutiu e se deu a conhecer no evento sobre o setor solar no Brasil e no continente latino-americano. Na nossa próxima edição, completaremos essa cobertura com mais informação sobre o congresso e um alentado relato das novidades apresentadas na grande feira Intersolar.

Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam )

REDAÇÃO

Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225)

Redatora: Jucele Menezes dos Reis

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Diretor Administrativo: Edgard Laureano da Cunha Jr.

PROJETO VISUAL GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Helio Bettega Netto

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Impressão: Ipsis Gráfica e Editora S.A. Distribuição: ACF Ribeiro de Lima

TIRAGEM: 8.000 exemplares

FotoVolt é uma edição especial da Revista Eletricidade Moderna, publicação mensal da Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda.

Redação, publicidade, administração e correspondência: Alameda Olga, 315; 01155-900 São Paulo, SP - Brasil. Tel.: +55 (11) 3824-5300; Fax: +55 (11) 3666-9585 em@arandaeditora.com.br – www.arandaeditora.com.br ISSN 2447-1615

Notícias

movE desenvolve “Chromecast” para carregadores de VEs

Especializada em tecnologia para gestão e controle da recarga de veículos elétricos (VEs), a movE Eletromobilidade apresentou na Intersolar South America deste ano (23 a 25 de agosto) um dispositivo que agrega conectividade e inteligência a carregadores de veículos. Batizado de movE Smarter, o produto embarca o protocolo OCPP (Open Charge Point Protocol) de inteligência em carregadores comuns (modo 3 de recarga), integrando também conexão à internet.

A empresa desenvolve há cinco anos produtos de software para gerenciamento de carregadores inteligentes de veículos elétricos, e a criação do movE Smarter foi motivada pela constatação da grande quantidade de carregadores sem inteligência e conectividade existentes no mercado. “Nós dizemos que esse produto é como se fosse o ‘Chromecast’ dos carregadores (referência ao gadget criado pelo Google para transformar aparelhos de TV comuns em smart TVs com acesso a aplicativos diversos). Basta pegar um carregador que não é inteligente e conectar o nosso equipamento, que é praticamente plug-and-play (a instalação dura de cinco a dez minutos), para torná-lo inteligente e controlável”, garante o diretor de operações da movE, Rafael Cunha. “O dispositivo tem ótima aplicação para frotas de empresas e condomínios, onde há normalmente vários carregadores que precisam de monitoramento e a gestão de demanda. Hoje, por exemplo já é aplicado na gara-

Fotos: move/divulgação

compacto, o produto agrega novas funcionalidades, como a de modular a potência de recarga do veículo através do controle da comunicação deste com o carregador, reduzindo a potência em horários de pico, por exemplo. Outra funcionalidade nova é a de gestão local de demanda: mesmo que caia a internet, o equipamento obtém o sinal do medidor de entrada da empresa e, com base no valor da demanda contratada com a distribuidora de energia, disponibiliza energia aos carregadores de modo a evitar a ultrapassagem, ou mesmo para prevenir a ocorrência de um problema técnico decorrente de demanda em excesso. O dispositivo também permite que uma simples tomada possa ser monitorada e seus dados agregados ao sistema de gestão da movE, possibilitando o acompanhamento de recargas de veículos levíssimos como scooters, bicicletas e patinetes.

Rafael Cunha e o move Smarter – Dispositivo permite tornar inteligentes e conectados equipamentos de recarga sem inteligência

gem da empresa de transporte urbano Transwolff, em São Paulo, gerenciando a recarga de 18 ônibus elétricos”, informa.

O movE Smarter é o primeiro produto com essa aplicação na América Latina, diz Rafael. Trata-se na verdade de um aprimoramento da primeira versão, apresentada na Intersolar do ano passado. Agora, além de ser mais

Curso de carregadores de VEs e integradores FV

A movE Eletromobilidade também lançou na Intersolar South América um curso de instalação de carregadores de veículos voltado para o público de integradores de sistemas fotovoltaicos, que será ministrado através da plataforma de cursos da Elektsolar, empresa parceira da movE. O curso de quatro horas é constituído de módulos sobre mercado (abordando tamanho, crescimento, estimativas), técnicos (normas, especificações, proteções, segurança dos equipamentos) e também sobre a sinergia entre o negócio de energia solar e de carregadores de veículos. “Neste, tratamos de como o integrador pode ofertar a melhor solução integrada ou como acrescentar o carregamento de VEs a locais que já têm energia fotovoltaica, auxiliando o integrador a adicionar um item a mais ao seu portfólio de oferta”, diz Rafael Cunha. O último módulo explora como o integrador se posicionará no mercado, incluindo detalhes sobre normas tributárias. O curso tem sessões gravadas e ao vivo, e os alunos também contam com um fórum na plataforma Elektsolar para interação e esclarecimentos. O lançamento ocorre em setembro e, segundo o diretor da empresa, o interessado pode se inscrever via os websites da Elektsolar (www.elektsolar.com.br) e da movE (www.use-movE.com).

A movE está agora em busca de interessados na fabricação do produto. “Já temos conversas em andamento com algumas indústrias, para, primeiro, obter um amadurecimento do design do produto e dos componentes, e depois produzir em escala e lançar no mercado”. A capacidade de produção atual é limitada e um parceiro industrial é necessário para alcançar escala e atender a demanda de carregadores sem inteligência operando no mercado, estimados por Rafael Cunha em cerca de 30 mil unidades. A movE já estabeleceu parcerias com grandes marcas de carregadores de veículos elétricos, como BMW e BYD, que estão utilizando o movE Smarter em seus equipamentos não inteligentes.

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Ecoflow chega ao mercado brasileiro com lançamento de produtos

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Avlight Brasil, fabricante de luminárias LED de alta performance para áreas industriais, trouxe para o Brasil a marca Ecoflow, que fornece soluções e produtos de energia renovável e portátil. A chegada da empresa ao País foi marcada por lançamento de produtos na The Smarter South America 2022, realizada de 23 a 25 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, SP. Segundo a empresa, o objetivo da marca é reinventar a maneira como o mundo acessa a energia, inovando com equipamentos de armazenamento de energia silenciosos, renováveis, leves e mais duráveis.

Um dos destaques da marca na feira foram os painéis solares portáteis e compactos de 110 a 400 W, que visam o fornecimento de energia autônoma. A empresa também fornece as linhas de geradores alimentados por bateria River e Delta, com capacidade de 720 W até 4500 W. Os equipamentos EcoflowDelta são compatíveis com uma ampla gama de dispositivos, oferecendo, de acordo com a empresa, autonomia para uma diversa gama de aplicações, como nos segmentos agropecuário, hoteleiro, industrial, manutenção de estradas, motorhome, food trucks, camping, pesca, turismo, TV e cinema, entre outros que demandam energia em locais remotos e soluções off-grid. A linha Ecoflow Delta pode alimentar até 11 aparelhos simultaneamente, com saídas CA para geladeira, TV, iluminação, fritadeira, liquidificador, máquina de café; saídas 60 W USB C para laptops, Nintendo, ou outros; saídas USB A para smartphones, alto-falantes e tablets, entre outros. Segundo a empresa, uma estação Delta “pode se encaixar em todas as portas necessárias para alimentar dis-

positivos em qualquer lugar, mesmo nos locais mais remotos, ou em estações de trabalho distante, dispositivos médicos e outros itens essenciais”.

Ainda de acordo com a Ecoflow, com recargas de 0% a 80% em aproximadamente uma hora, a patente Ecoflow X Stream Technology capacita a linha Delta para recarregar as estações a uma velocidade 10 vezes maior que a maioria das estações portáteis de energia disponíveis no mercado. A tecnologia permite também ser recarregada por painéis solares em cerca de 4 horas.

Os próximos lançamentos da empresa no Brasil serão os Power Kits, desenhados especificamente para motorhomes, food trucks, veículos profissionais e pequenas construções off-grid, combinando um sistema de baterias LFP Ecoflow de até 15 kWh de capacidade com painéis solares, e o Power Hub, que conta com um controlador de carga solar MPPT, carregador de baterias e inversor em um único equipamento. De acordo com a empresa, essa integração economiza espaço para veículos utilitários ou construções off-grid, descomplicando a instalação, além do sistema ser totalmente expansível e de configuração simples.

Entre os principais diferenciais, a Ecoflow destaca suas tecnologias X-Boost, que fornece energia para dispositivos de alta potência, até 4500W, o X-tream, uma tecnologia patenteada que permite recarga rápida, o BMS (Battery Management System), que amplia o desempenho, a eficiência e a vida útil dos produtos, e o Ecoflow APP, que permite que os produtos Ecoflow sejam emparelhados via Wi-Fi e controlados via smartphone.

A empresa afirma que várias dessas inovações estarão disponíveis no Brasil a partir do primeiro trimestre de 2023, através da Avlight Brasil, que possui indústrias em Indaiatuba e Varginha.

Sengi Solar estreia no setor FV e investe em fábricas

Lançada oficialmente durante a Intersolar South America 2022 (23 a 25 de agosto, São Paulo) a Sengi Solar, do grupo Tangipar, vai investir R$ 440 milhões na construção de duas fábricas de módulos solares fotovoltaicos, uma na sede da empresa em Cascavel, no Paraná, e outra em Ipojuca, em Pernambuco. Segundo comunicado da empresa, os empreendimentos te-

Empresa fornece módulo compacto de energia voltado para pequenas casas e veículos (trailers, motorhomes ou vans) Sob investimento de R$ 440 milhões, as unidades serão em Cascavel, no Paraná, e em Ipojuca, no estado de Pernambuco
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Notícias

rão capacidade anual de produção de aproximadamente 1 GW, o equivalente a 3 mil módulos por dia.

Com as novas fábricas, a Sengi projeta passar de um faturamento de R$ 400 milhões previstos em 2022 para R$ 1,2 bilhão em 2023. Os investimentos devem gerar cerca de 500 empregos diretos nas duas regiões, sendo que a unidade em Cascavel (PR) está prevista para entrar em operação em setembro deste ano e a de Ipojuca em março de 2023.

Os módulos solares FV produzidos serão enquadrados no sistema do Finame, do BNDES, dentro de estratégia adotada para o mercado nacional, com a possibilidade de uso pelos clientes da linha de crédito atrativa para viabilizar projetos de geração distribuída em telhados e pequenos terrenos. Os equipamentos terão potência de 440 watts a 670 watts, com tecnologias bifacial e de vidro duplo, que permitem a captação da radiação solar nas partes superiores e inferiores dos módulos fotovoltaicos, que foram batizados de Amazônia, Citrino e Ametista (bifacial).

De acordo com o diretor geral da Sengi Solar, Everton Fardin, a ideia é trabalhar com os cerca de 80 distribuidores de equipamentos fotovoltaicos em atuação no País, com prazo de entrega curto e a vantagem da pós-venda nacional. Segundo ele, as unidades produtivas foram dimensionadas dentro do conceito de indústria 4.0, com ritmo de produção acima do praticado pela indústria nacional, com processos com menos de 25 segundos de duração, englobando montagem, transformação e inspeção.

“Árvore solar” fotovoltaica utiliza nanotecnologia

A

empresa britânica SolarBotanic Trees criou uma “árvore” solar fotovoltaica capaz de atender as necessidades de eletricidade de uma residência média e que pode ainda ser utilizada em locais comerciais, como estacionamentos em aeroportos, shopping centers e centros de exposições.

O projeto, que no momento está em rodada de financiamento, é uma colaboração da empresa com as universidades inglesas Brunel e Sheeffield e os centros de pesquisas MTC - Manufacturing Technology Centre e o AMRC - Advanced Manufacturing Research Centre.

A “árvore solar”, resultado de cinco anos de pesquisa e desenvolvimento, utiliza nanotecnologia 3D em forma de filme fotovoltaico para aproveitar a energia solar para carregamento e armazenamento de energia. Essa tecnologia foi desenvolvida em colaboração com a Co-Innovate um programa de apoio empresarial de pequenas e médias empresas em Londres, na Inglaterra, usando recursos acadêmicos e de inovação nos centros de pesquisa envolvidos.

O sistema desenvolvido deve gerar uma família de produtos, voltada principalmente para o mercado de carregamento de veículos elétricos para casas, empresas e estacionamentos comerciais, onde a energia solar

Tecnologia com lme fotovoltaico, cujo processo desenvolvimento se encontra em rodada de nanciamento, deve estar viável comercialmente em 2023
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O projeto também integra um sistema de armazenamento e gerenciamento de energia, orientado por inteligência artificial, no qual as árvores podem ser ligadas e fazer parte de uma rede local, ou alimentar-se na rede principal. A previsão é a de que a primeira árvore solar se torne viável comercialmente no início de 2023.

ABGD lança selo de qualidade de equipamentos solares

AABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída lançou um programa setorial de qualidade para o setor de GD, o PSQ. A iniciativa, gerenciada pelo Instituto Totum, especializado em certificações, visa avaliar a eficiência e a segurança de dispositivos e equipamentos de energia solar fotovoltaica. O programa foi lançado durante a InterSolar South America 2022, realizada de 23 a 25 de agosto em São Paulo.

serão geradas as notas de cada fabricante, além de um selo de qualidade.

O programa contará também com a contribuição da UFSM - Universidade Federal de Santa Maria, que testará os dispositivos e equipamentos no laboratório do Instituto de Redes Inteligentes da universidade. Ao todo, serão avaliadas cinco categorias: confiabilidade, desempenho, funcionalidade, segurança e suporte.

A certificação terá validade de 24 meses e seguirá a governança similar à certificação de produtos, garantindo os procedimentos de apelação. Em relação à divulgação dos resultados, a comunicação será feita por meio dos sites da ABGD e do Instituto Totum.

Segundo o presidente da ABGD, Guilherme Chrispim, o programa contribuirá para garantir a qualidade dos dispositivos e equipamentos solares usados em geração distribuída. “É uma ferramenta de autorregulação, que vai contribuir para garantir a competição justa entre as marcas e gerar confiança para o consumidor”, disse Chrispim.

Já para o diretor do Instituto Totum, Fernando Lopes, o objetivo é avaliar os produtos críticos da cadeia de produção. “É um selo de qualidade, que vai refletir uma classificação em estrelas para cada produto. Essa classificação estará ligada a requisitos como funcionalidade, desempenho e segurança”, esclarece.

assinado pela Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica e a ABM - Associação Brasileira dos Municípios. Segundo os envolvidos, o acordo visa atrair novos investimentos, gerar mais empregos e renda para a população e ainda estimular o desenvolvimento de novas oportunidades com a ampliação do acesso da energia solar a produtores rurais e prédios públicos.

O acordo colocou como prioridades o intercâmbio de informações e a realização de ações para promover assuntos de interesse comum em relação ao desenvolvimento de políticas públicas, programas e incentivos municipais para o aproveitamento da fonte solar nas cidades brasileiras.

Estão previstos ainda a identificação de empreendedores do setor interessados em investir nas cidades, o compartilhamento de informações no âmbito nacional e regional, a avaliação de tendências de negócios, o aprimoramento do ambiente regulatório e legal e a cooperação em eventos e ações conjuntas, dentro e fora do Brasil.

Para o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, o acordo deve garantir maior acesso ao uso da tecnologia fotovoltaica pelos consumidores em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos. “Além disso, pode trazer maior autonomia e independência elétrica, além de valorizar os imóveis e elevar a sustentabilidade dos consumidores”, disse.

De início a participação no programa será voluntária e não será restrita a fabricantes associados à ABGD. No cronograma do programa, os primeiros itens testados serão os inversores fotovoltaicos. Na sequência, o PSQ fará a testagem de módulos solares, cabos e fios que compõem o sistema fotovoltaico. Ao final do processo,

Absolar e ABM difundirão fonte solar nas cidades

m acordo de cooperação para difundir a energia solar fotovoltaica em áreas urbanas e rurais de municípios do País foi pode ser capturada e armazenada para pontos de carregamento.

O programa, batizado de PSQ, vai começar avaliando segurança e qualidade de inversores e será inicialmente voluntário UIdeia da cooperação é atrair novos investimentos com a ampliação de uso da energia solar fotovoltaica em áreas urbanas e rurais
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“O setor está bastante otimista com a nova parceria e preparado para contribuir para a recuperação econômica sustentável das cidades brasileiras, ajudando também no atingimento dos compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa”, completou o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk.

Eficiência energética em hospitais vai viabilizar 97 usinas solares

nio, autoclave), além de treinamento e capacitação da equipe técnica.

Os projetos foram submetidos à Aneel por meio da Chamada de Projeto Prioritário de Eficiência Energética 003/2021. Serão beneficiadas 142 unidades hospitalares, sendo 117 de forma direta por meio de diversas ações de eficiência energética e mais 25 atendidas pela central de geração distribuída instalada no município de Jaú, no interior de São Paulo, mediante um consórcio de hospitais.

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Aneel aprovou 14 projetos de eficiência energética em hospitais públicos ou filantrópicos com certificação de entidades beneficentes de assistência social (Cebas). No total de projetos, há 97 hospitais que apresentaram viabilidade para implantação de usinas solares fotovoltaicas de geração distribuída, com potência total de 15.319,20 kWp.

As unidades consumidoras beneficiadas estão localizadas nas áreas de concessão da Copel Distribuição, CPFL Paulista, CPFL Piratininga, RGE Sul Distribuição, Celesc Distribuição, Energisa Acre, Energisa Mato Grosso do Sul, Energisa Paraíba, Energisa Tocantins, Energisa Mato Grosso e Eletrocar. A partir da aprovação das propostas, as distribuidoras têm um prazo de dez dias para incluírem os arquivos do projeto ao sistema da Aneel, 80 dias para iniciar a execução do projeto e 36 meses para o término da execução.

Além do ganho energético, os projetos também têm vantagens ambientais, com cerca de 4,8 mil toneladas de dióxido de carbono–equivalente por ano que deixarão de ser emitidas na atmosfera pelo sistema elétrico interligado brasileiro, segundo avaliação da Aneel.

Com investimento previsto de R$ 122 milhões a serem aplicados nos próximos quatro anos, há expectativa de economia de energia equivalente ao consumo anual de eletricidade de uma cidade de 25 mil habitantes. Além das usinas de GD, estão previstas ações de troca de equipamentos e adequação das instalações (lâmpadas, ar-condicionado, usina de oxigê-

Nextracker e FIT inauguram centro de P&D de rastreadores solares

fabricante norte-americana de rastreadores solares Nextracker inaugurou em agosto, em Sorocaba (SP), um centro de pesquisa e desenvolvimento fotovoltaico em parceria com o FIT - Flex Instituto de Tecnolo-

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Com aprovação de 14 projetos de chamada prioritária da Aneel, 97 hospitais demonstraram viabilidade para geração solar distribuída
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O centro de pesquisa em Sorocaba (SP) visa estudar o ciclo de vida dos equipamentos, além de promover testes de bancada e em usina piloto.

gia. Batizado de Centro de Excelência Solar do Brasil (ou CFSE, da sigla em inglês para Center for Solar Excellence), o local terá como objeto de estudo a tecnologia de rastreamento solar.

Segundo comunicado da Nextracker, o CFSE vai estudar o ciclo de vida completo dos sistemas, incluindo desde o desenvolvimento dos projetos mecânicos e elétricos das estruturas até a construção, operação e manutenção dos rastreadores. Estão previstas ainda pesquisas e testes sobre dinâmica do vento, mecânica do solo e melhoria de desempenho do rastreador por meio de software e sistemas de backup de bateria.

Para servir como modelo de pesquisa, o laboratório tem miniusina solar fotovoltaica de 770 kW de potência instalada, que ocupa 30 mil metros quadrados em área adjacente e que servirá como laboratório ao ar livre para a prototipagem e teste de novos produtos. A concepção do hub brasileiro de P&D se baseia em outro similar localizado na sede da Nextracker em Fremont, na Califórnia, Estados Unidos.

Segundo comunicado da Nextracker, o rápido crescimento da demanda por novos projetos fotovoltaicos no Brasil levou a empresa a escolher o País para seu maior investimento em P&D e treinamento fora da América do Norte, na casa dos “vários milhões de dólares”, de acordo com o texto.

De acordo com pesquisa da consultoria Wood Mackenzie, a Nextracker alcançou a primeira posição no mercado de rastreadores solares no Brasil

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Faz parte do escopo do projeto criar estruturas de treinamento no laboratório da UFSM para que profissionais do mercado entendam e consigam mitigar eventuais incidentes com potencial de geração de incêndios de pequenas a grandes proporcom participação de mercado de 38%. Nos últimos nove meses, a empresa conquistou seis projetos no País com capacidade acumulada de 2,6 GW, elevando o total comercializado para 5,5 GW – seja em operação ou em construção.

Santa Maria, do Rio Grande do Sul, para implementar um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para aumentar a segurança e a qualidade de inversores para sistemas fotovoltaicos. O objetivo é pesquisar e mapear os riscos dos equipamentos.

ções. O laboratório da universidade realiza ensaios de certificação de conformidade de inversores fotovoltaicos e é acreditado pelo Inmetro.

Ainda segundo a consultoria, o mercado de rastreadores solares do Brasil cresce quatro vezes mais rápido do que a média mundial, com instalações de rastreadores solares de eixo único crescendo 105% (ou 5,7 GW) em 2021. O mesmo vale para a Nextracker, segundo o CEO e fundador da empresa, Dan Shugar. “O Brasil é o mercado da Nextracker que mais cresce no mundo”, afirmou.

Huawei e UFSM pesquisam segurança de inversores

A chinesa Huawei fez parceria com Parceria vai desenvolver bancadas de demonstração e de

No local já começaram a ser implementadas bancadas de demonstração e de treinamentos para instaladores de sistemas fotovoltaicos e as equipes envolvidas no projeto estão também desenvolvendo um software voltado para projeto de usinas solares fotovoltaicas. O resultado do trabalho deve ser apresentado em eventos e será replicado em ações de capacitação de instaladores em todo o Brasil.

“Analisando os equipamentos fotovoltaicos comercializados no Brasil, com destaque para os inversores, observamos que significativa parte dos equipamentos comercializados ainda não atendem aos requisitos de segurança contra riscos de choque elétrico e prevenção de incêndios exigidos pelos países

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Huawei visa aprofundar o estudo desses riscos considerando a realidade local, bem como disseminar esse conhecimento”, disse Leandro Michels, professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Santa Maria e coordenador do projeto de pesquisa.

Tokio Marine lança seguro para usinas solares

A seguradora Tokio Marine lançou um produto específico para instalações solares fotovoltaicas. Batizado de Seguro Energia Sustentável Integrada, a solução reúne, em uma única apólice, os seguros de riscos de engenharia, responsabilidade civil, obras e riscos nomeados/operacionais para o primeiro ano de operação após a conexão do sistema à rede da concessionária de energia.

Seguradora criou produto que une em mesma apólice cobertura para diferentes fases do projeto

A parte do produto que envolve o seguro de riscos de engenharia e responsabilidade civil é válida do período da instalação e montagem da usina até o momento da conexão na rede. Essa etapa cobre danos da natureza, incêndios, explosão, roubo ou furto, além de danos consequentes de erro de projeto e de risco do fabricante, despesas de desentulho, responsabilidade civil geral e do empregador, como acidentes do trabalho que resultem em morte ou invalidez permanente de empregados do segurado.

Já a etapa de seguro de riscos nomeados/operacionais contempla a

fase após a conexão à rede, cobrindo o segurado automaticamente durante o primeiro ano de operação, com cláusulas beneficiárias ao comprador que envolvem eventos de causa externa, incêndio, raio e explosão, alagamento e inundação, vendaval, furacão, ciclone e tornado, além de granizo, roubo e furto qualificado, danos elétricos e queimadas em zona rural.

Para o diretor de seguros patrimoniais da Tokio Marine, Sidney Cezarino, uma das principais questões que envolvem a garantia da cobertura, desde a instalação até a operação das usinas, é a transferência de riscos na transição de fases. “Com a união de três modalidades de seguros em uma apólice única, é possível estabelecer uma negociação antecipada, na qual a seguradora está envolvida desde o início da obra até o final do primeiro ano de operação, conseguindo realizar todo o acompanhamento do processo. Com isso, evitamos gaps na cobertura,

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aquela zona cinzenta da passagem dos riscos de engenharia para os riscos operacionais”, explica.

Fonte solar movimenta R$ 35 bilhões no primeiro semestre

Aalta competitividade da fonte solar fotovoltaica, a queda nos preços dos sistemas e do custo do frete internacional no primeiro semestre fizeram o País bater recorde de importação de equipamentos solares no período, o que deve movimentar investimentos superiores a R$ 35 bilhões para atender projetos de geração distribuída e de usinas centralizadas.

A conclusão é da consultoria Greener, em seu “Estudo Estratégico do Mercado Fotovoltaico de Geração Distribuída 2022”, que acompanha o desempenho do setor há cinco anos

e que nessa versão analisou o primeiro semestre do ano.

Segundo dados da pesquisa de mercado, a conjuntura foi totalmente favorável. O volume de novas instalações, de 2,8 GW, foi 51% superior em comparação com o mesmo período de 2021 (1,8 GW), assim como os preços dos sistemas fotovoltaicos tiveram redução média de 4,3% e o frete internacional caiu 30% seu custo em comparação com o fim de 2021.

O cenário fez a importação de módulos solares fotovoltaicos crescer 127% no primeiro trimestre, com 5.274 MWp, em comparação com o mesmo período de 2021 (2.322 MW).

A consultoria credita o resultado também às mudanças regulatórias, com o novo marco legal de GD, e com a forte expectativa de crescimento.

Apesar dos dados positivos, o estudo alertou também para o efeito da elevação das taxas de juros no

Greener lança guia para empreendedor de geração distribuída

A consultoria Greener lançou um guia para orientar empreendedores interessados em geração distribuída. O material digital, disponível de forma gratuita no site www.greener.com.br, reúne os principais conteúdos necessários para a compreensão do mercado: regulações do setor e suas várias alterações, etapas de desenvolvimento das usinas, riscos, métricas e índices de rentabilidade.

Todos os conteúdos também remetem a links de outros guias e estudos da Greener que esclarecem de forma mais aprofundada os temas abordados. No capítulo inicial de regulação, por exemplo, além das explicações sobre os pontos centrais das regulações, bem como suas evoluções e mudanças ao longo dos anos, há o acesso direto aos textos da Resolução 482/2012 e ao atual marco regulatório, a Lei 14.300/2022, assim como a outro estudo analítico da Greener.

O guia ainda traz de forma didática explicações sobre o entendimento da tarifa e a composição dos créditos de energia. O material explica como algumas parcelas da composição da tarifa se transformam em créditos e energia e outras não, a depender do modelo de compensação e do porte das usinas. É mostrado, por exemplo, que em Minas Gerais o ICMS tanto da tarifa de uso da rede de distribuição (TUSD) como da tarifa de energia compõem o crédito de energia, o que é um dos atrativos que fazem o estado mineiro liderar a geração solar no Brasil.

O guia também elenca os principais modelos de negócios para GD, a começar por sistemas próprios de geração e locação até outras duas modalidades, como o leasing e o galpão built-to-suit (construído para ser locado já com a usina no telhado). Além disso, o documento explica a formação da cadeia de fornecedores e de órgãos relacionados à atividade.

No capítulo dedicado aos riscos do setor, são apresentados os principais sob o ponto de vista técnico, ambientais e jurídicos, de mercado interno e externo e macroeconômicos. Nos técnicos, são demonstrados o peso sobre o investimento sob as hipóteses de incêndio nas usinas, além de riscos climáticos e de condições do solo. Nos riscos ambientais e jurídicos, a publicação aponta os relacionados à supressão da vegetação na área das usinas e à elaboração dos contratos com os consumidores como os principais.

Por fim, o guia da Greener explica as métricas adotadas para calcular o investimento, levando em conta o capex, opex, a variação em preço dos módulos e o papel da operação e manutenção na rentabilidade do projeto. Cada aspecto abordado do investimento tem sua composição de custo detalhada, assim como as principais variáveis que precisam ser estudadas pelo empreendedor.

Conjuntura favorável fez importação de módulos crescer 127% no período

semestre e aos preços de capex ainda elevados, já que a parcela de serviços de integração das instalações do setor residencial subiu em média 7% em relação a janeiro de 2022. Esses fatores tiveram força, segundo a Greener, para tornar o crescimento da demanda por sistemas fotovoltaicos mais moderado.

O ambiente de juros altos se refletiu, por exemplo, na queda da participação do financiamento solar em projetos de GD, que apoiou 54% das vendas de sistemas no primeiro semestre, inferior aos 57% registrados na pesquisa do mesmo período de 2021. Mesmo assim, de acordo com o estudo, houve aumento no número de instituições financeiras citadas pelos entrevistados (integradores) com linhas para o setor: 52, contra 40 da pesquisa anterior, indicando ampliação de 30% na oferta.

Enerfín vence PPP para construir solar em Pernambuco

Uma parceria público-privada (PPP) entre o grupo Enerfín do Brasil e o governo do estado de Pernambuco vai construir e operar uma usina solar fotovoltaica de 65,5 MWp no município de Salgueiro, no sertão pernambucano. A ideia com o projeto é gerar economia mensal de 20% nos gastos do estado voltados para suprir de energia prédios públicos.

A Enerfín, do grupo espanhol Elecnor, venceu o leilão do projeto de PPP, cujo processo licitatório contou

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com mais três participantes: a Atiaia Energia, Consórcio Capibaribe formado pelas empresas Életron Energy e Kroma e Consórcio Margarida, formado pela European Energy e Simm Soluções. A Enerfin será a responsável por construir, operar e manter a usina por período de 28 anos, além de gerir unidades consumidoras do estado de Pernambuco no Ambiente de Contratação Livre (ACL).

O investimento na implantação da usina e equipamentos durante a vigência do contrato de concessão será de aproximadamente R$ 210 milhões, para gerar energia destinada a 52 unidades consumidoras do Grupo A (alta tensão) da administração pública. Dentre os órgãos, estão sedes das secretarias estaduais e unidades da administração indireta, como Detran, Hemope e Agência de Tecnologia da Informação (ATI). O prazo para construção da usina é de 36 meses após assinatura do contrato.

O valor ofertado pela Enerfín foi de R$ 2.041.943,00, o menor valor de

Trata-se de um deságio de 12,11% em relação ao valor máximo definido em edital, de R$ 2,3 milhões mensais.

O modelo de contratação será uma concessão administrativa. Até o sétimo mês de assinatura do contrato, as unidades consumidoras serão migradas para o ACL e receberão energia da concessionária, através de contrato de fornecimento no ACL, gerando economia para o estado já no primeiro ano de concessão.

Suape busca investidores de H2V

Ogoverno de Pernambuco quer atrair empresas interessadas no arrendamento

de área no Complexo Industrial Portuário de Suape destinada à instalação de uma planta industrial produtora de hidrogênio verde (H2V). O investimento total no complexo é de aproximadamente US$ 3,5 bilhões, com 1 GW de capacidade de eletrólise e área total de 72,5963 hectares. O arrendamento será por 25 anos, sendo possível prorrogação por igual período. A área se situa fora da poligonal do Porto Organizado, sendo administrada diretamente pela estatal portuária.

Na futura fábrica, o H2V será produzido com eletrólise de água do mar dessalinizada, o que demandará estação própria para o processo. A iniciativa também contempla duas unidades industriais produtoras de hidrogênio azul, obtido a partir da reforma de contraprestação por parte do Estado nas despesas com energia no período de 28 anos de vigência do contrato.

Parceria, com usina de 65,5 MWp, visa diminuir em 20% o consumo de prédios públicos Iniciativa prevê arrendamento de área do complexo destinada à produção do hidrogênio verde
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vapor metano, para posterior produção de amônia em outras duas unidades a serem implantadas também em Suape.

Recentemente, o complexo de Suape lançou o TechHub, iniciativa que visa a produção, transporte, armazenamento e gestão de H2V na zona industrial portuária. Em parceria com a CTG Brasil, o Departamento Nacional do Senai, Senai Pernambuco e o governo do estado, o projeto tem o objetivo de tornar Suape um espaço de pesquisa, desenvolvimento e inovação com foco no hidrogênio verde. Já há uma área destinada para implantação do empreendimento de pesquisas na área portuária e os investimentos previstos são da ordem de R$ 45 milhões.

GDSun faz captação para investir em usinas de GD

AGDSun, empresa de geração distribuída de energia solar de autoconsumo remoto, captou R$ 325 milhões em debêntures, sob coordenação do banco Itaú BBA. A emissão se soma a aportes realizados anteriormente pelo fundo gerido pela Franklin Templeton Alternatives e a Servtec Energia, que juntos chegam ao valor de R$ 1 bilhão de capital investido desde 2020.

Presente em nove estados, a GDSun tem capacidade instalada operacional de 104 MWp. Com três anos de existência, a empresa tem contratos de geração distribuída em usinas para empresas como a operadora de telecom Claro e o grupo de combustíveis Raízen. Com o novo investimento, a empresa projeta aumento da capacidade instalada para 220 MWp até 2023.

A companhia tem 41 usinas próprias, número que deve saltar com a captação até 2023 para 82 empreendimentos, em 12 estados. Segundo comunicado da GDSun, a empresa dobra de tamanho a cada ano. Em 2021, a capacidade instalada era de 50 MWp, passando para 104 MWp em 2022. Em dois anos, a estimativa é alcançar a capacidade de 440 MWp.

A emissão de debêntures, pelo Itaú BBA, ampliará a capacidade do grupo para 220 MWp até 2023
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Notas

Usina na Alesc reduzirá consumoEntrou em operação a usina solar fotovoltaica da Alesc - Assembleia Legislativa de Santa Catarina, instalada em uma área de cerca de 1550 metros quadrados. A obra foi executada pela Quantum Engenharia, e conta com 636 módulos fotovoltaicos, de 400 Wp cada um, totalizando potência de 254,4 kWp. A produção anual de energia elétrica na Alesc está estimada em 328.745,00 kWh por ano. A previsão é de que o projeto reduza em torno de 20% do percentual de energia elétrica consumido pela Alesc.

ONS realiza licitação para previsão solar - O ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico iniciou o processo de licitação internacional para contratação de empresa para execução do subprojeto Previsão Geração de Fonte Solar, que visa desenvolver modelos

de previsão de geração solar fotovoltaica, considerando um horizonte que se estende desde minutos até um mês à frente, e de metodologias e ferramentas para o tratamento e análise de dados. O projeto integra a segunda etapa do projeto de Assistência Técnica dos Setores de Energia e Mineral - Projeto META II. A iniciativa é executada a partir de um acordo de empréstimo entre o governo brasileiro e o Banco Mundial, a fim de promover o desenvolvimento e a capacitação técnica do setor energético brasileiro.

O projeto é coordenado pelo MME - Ministério de Minas e Energia e a previsão é que termine até dezembro de 2025. As empresas interessadas em participar devem apresentar portifólio comprovando o atendimento de critérios definidos para o processo. O prazo estipulado para entrega dos documentos é 21 de outubro por meio do e-mail compras@ons.org.br e alexandre.ferreira@ons.org.br.

Parque solar em Dubai conclui etapa - Foi iniciada recentemente a operação da Fase B da quinta fase de 900 MW do Parque Solar Mohammed bin Rashid Al Maktoum, localizado em Dubai, que vai gerar 2,268 bilhões de kWh de energia elétrica por ano após a conclusão, o suficiente para atender a mais de 240 mil residências e capaz de reduzir 1,1 milhão de toneladas de emissões de carbono anualmente. A Acwa Power, proprietária, desenvolvedora e operadora da quinta fase do Parque Solar Mohammed bin Rashid, designou a Shanghai Electric como empreiteira de engenharia, aquisição e construção (EPC) do projeto em 2020, a qual também participou da construção da quarta fase de 950 MW do empreendimento, que inclui uma usina de energia solar concentrada (CSP) de 700 MW e uma usina fotovoltaica (PV) de 250 MW.

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Intersolar South America -

Congresso mostra a evolução da energia solar rumo à liderança

Com perspectiva de se tornar um dos cinco principais mercados de energia solar no mundo, o Brasil já é líder do segmento na América Latina e traça um futuro em que a fotovoltaica será a principal fonte da matriz elétrica. Aqui, um panorama do que especialistas e autoridades discutiram na Intersolar sobre políticas públicas, marco da geração distribuída, hidrogênio verde, o papel social da energia solar e outros temas.

Com previsão de atingir 2 TW até o final de 2025 no mundo, a energia solar segue crescendo exponencialmente. As perspectivas para 2026 indicam que a América Latina somará mais de 30 GW por ano, e o Brasil, líder solar da região e um dos cinco principais mercados globais, poderá atingir 54 GW nesse horizonte. No País, a geração fotovoltaica já ultrapassou 18 GW de capacidade instalada e, de acordo com Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, nos últimos dez anos gerou mais de R$ 93,7 bilhões em novos investimentos, R$ 25,4 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e mais de 540,5 mil empregos. Segundo estudo da Gree-

ner, consultoria especializada em estudos sobre energia solar, o mercado registrou forte expansão no primeiro semestre deste ano. O levantamento aponta que o montante de equipamentos demandado pelo setor no período deve viabilizar investimentos superiores a R$ 35 bilhões para atender geração distribuída e grandes usinas solares, volume superior aos R$ 21 bilhões movimentados no mesmo intervalo do ano passado.

O sucesso da edição 2022 da Intersolar South America, realizada em agosto em São Paulo, SP, demonstra o otimismo

do mercado: foram mais de 44 mil visitantes, 400 expositores e 2300 congressistas. Principal plataforma de networking e negócios do segmento fotovoltaico na América Latina, o evento, organizado pela Solar Promotion International, em parceria com a Freiburg Management and Marketing International e Aranda Eventos, discutiu perspectivas de mercado, aspectos regulatórios, novas tecnologias e opções de financiamento, entre

Jucele Reis, da Redação de FotoVolt Cerimônia de abertura e painel sobre o marco legal da GD: mais de 2300 congressistas nos três dias do evento Izilda França
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outros assuntos. Na cerimônia de abertura, Florian Wessendorf, diretor administrativo da Solar Promotion International, apresentou mais dados sobre o crescimento da energia solar. Segundo ele, em nível global, a capacidade fotovoltaica dobrou nos últimos três anos e, na América Latina, as instalações solares aumentaram 44%, com acréscimo de 9,6 GW. “Nenhuma outra tecnologia de energia pode ser implantada tão rapidamente quanto a solar. Cidadãos, empresas e governos em todo o mundo estão reconhecendo o imenso poder do sol para garantir a soberania energética”, disse.

De acordo com Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho da AbsolarAssociação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, a projeção é de que em 20 anos a fonte ultrapasse as hidrelétricas em capacidade instalada e se torne a número um no Brasil. Atualmente, a energia solar fotovoltaica ocupa a terceira colocação na matriz elétrica nacional. “Em 2021, o Brasil foi o quinto país que mais cresceu em energia fotovoltaica no mundo e hoje ocupa a 13ª posição no ranking global”, afirma. Koloszuk destacou ainda que o custo da geração solar centralizada está cada vez mais competitivo e defendeu a participação da fonte nos leilões. “O MWh de Itaipu custa em

torno de R$ 363 frente a R$ 180 da solar”.

O executivo da Absolar também mencionou os benefícios da geração distribuída para o setor elétrico e a sociedade. Com base em um estudo elaborado pela Volt Robotics a pedido da Absolar, denominado “Diretrizes para valoração dos custos e dos benefícios da microgeração e minigeração distribuída”, afirmou que, sem a geração solar distribuída, a conta de energia do consumidor no cenário de crise hídrica tende a ser 46,8% superior. O estudo visa apontar as vantagens da GD a fim de apoiar a definição das diretrizes para valoração dos benefícios e custos da GD, que deverá ser feita pelo CNPEConselho Nacional de Pesquisa Energética, a fim de que a Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica calcule o futuro modelo tarifário da geração distribuída.

Com base no cenário projetado para a geração distribuída no Plano Decenal de Expansão de Energia 2031 (PDE 2031), de autoria do MME - Ministério de Minas e Energia e da EPEEmpresa de Pesquisa Energética, que prevê aumento da GD para aproximadamente 37,2 GW de potência instalada em 2031, o relatório aponta que o crescimento da geração solar distribuída no País vai baratear a conta de luz de quem não gera a própria energia em 5,6% na próxima década. De acordo com a consultoria, essa expansão resultará em mais de R$ 86,2 bilhões de benefícios sistêmicos para a sociedade. O estudo levou em conta diversas componentes, como bandeiras tarifárias, custo da energia da rede, perdas no sistema, encargos setoriais, combustíveis e outros.

De acordo com Donato da Silva Filho, sócio fundador da consultoria Volt Robotics, no horizonte de 2022 a 2031, o custo previsto de operação do sistema é de R$ 397 bilhões com a GD e de R$ 431 bilhões sem a GD, ou seja, uma diferença R$ 34 bilhões. “Esses valores são conservadores quanto à previsão de crescimento da GD, então os benefícios deverão ser maiores”, afirma. Segundo Silva Filho, as perspectivas em um cenário de seca severa elevam a contribuição da GD para R$ 189 bilhões. “Desta forma, a GD beneficia também quem não gera sua própria energia”. Ele ainda acrescenta que no período de 2022 a 2031, a geração distribuída deverá reduzir a ocorrência das bandeiras vermelhas em 60%. “Pela ordem, as usinas centralizadas mais baratas devem ser despachadas primeiro. Então, com a geração distribuída evita-se que as usinas mais caras, que são pagas por quem não tem GD, fiquem ligadas por mais tempo. Desta forma, quem não tem GD experimenta um custo mais barato porque existe a GD”, completa.

Outro benefício apontado no estudo é a redução do risco financeiro sobre a variação dos preços dos combustíveis, com queda de R$ 24,2 bi-

Florian Wessendorf, da Solar Promotion International: “Cidadãos, empresas e governos em todo o mundo estão reconhecendo o imenso poder do sol para garantir a soberania energética” Izilda França Donato da Silva Filho, da consultoria Volt Robotics: “A GD bene cia também quem não gera sua própria energia” Izilda França
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lhões, o que representa 1,5% a menos nas tarifas. O incremento da autogeração diminuiria ainda as perdas elétricas nas linhas de transmissão e redes de distribuição, com uma economia calculada pelo levantamento em R$ 8,2 bilhões em dez anos, ou 0,5% a menos nas contas de luz.

Políticas públicas

A liderança das fontes renováveis na expansão energética também esteve em pauta no congresso Intersolar. Em sua apresentação, Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar, destacou que no ano passado as fontes renováveis representaram cerca de 80% da potência nova adicionada na matriz brasileira. “Estamos caminhando na direção correta com a ampliação da geração renovável. E não é por acaso: os países estão preocupados com a questão do aquecimento global e seus impactos econômicos, e começaram a estabelecer metas cada vez mais ambiciosas para essa transição e evolução energética”. Segundo Sauaia, pelo menos 135 países do mundo já têm objetivos estabelecidos para uso de energia renovável na sua matriz. “Os técnicos já comprovaram que é possível atingir uma matriz 100% renovável. Os economistas

também já mostraram a viabilidade econômica desse processo”.

O executivo aposta que, por meio de políticas públicas federais, estaduais e municipais, o Brasil pode alcançar o top 10 entre os países líderes em energia solar. “As projeções da Absolar apontam que, ao final deste ano, é possível atingir quase 25 GW, se o mercado tiver as condições para se desenvolver”, disse. Entre os principais desafios para o avanço da energia solar, Sauaia destacou a carga tributária e citou as ações empreendidas pela entidade no sentido de buscar soluções ao mercado, como os convênios 87 e 94 de 2022. “Nós agora estamos acompanhando cada estado brasileiro para que eles incorporem esses convênios na sua legislação tributária”.

Com vistas a aumentar a participação da fonte fotovoltaica, Minas Gerais tem criado políticas públicas voltadas ao segmento. No ano passado, o Estado superou a meta de 1,75 GW de geração solar, que era prevista para 2022. Em novembro de 2021, atingiu a marca de 2,5 GW em operação da fonte fotovoltaica, R$ 9 bilhões de investimentos e geração de 60 mil empregos. De acordo com Frederico Amaral e Silva, superintendente de Desenvolvimento de Potencialidades Regionais na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, o resultado demonstra a assertividade da política e o sucesso na  obtenção de investimentos. “Além de ser um pilar da economia, o segmento

fotovoltaico também proporciona geração de emprego e renda. Temos vários empreendimentos em operação e outros em fase de implantação”.

No ano passado, a capacidade fotovoltaica de Minas Gerais teve acréscimo de 1506 MW, com investimentos de R$ 3,77 bilhões. Com 3,6 anos, o payback residencial da geração fotovoltaica em Minas Gerais é considerado o menor entre os estados brasileiros.

Um dos principais programas criados pelo governo de Minas Gerais para fomentar o desenvolvimento da energia solar no estado é o Sol de Minas, que visa aumentar a capacidade instalada da fonte e atrair recursos. Entre os objetivos da iniciativa está a simplificação dos processos de licenciamento ambiental. “Os estudos são mais simples, até pela relevância e pela sinergia existente entre o desenvolvimento sustentável e a geração de energia solar”. O programa também prevê incentivo fiscal tanto para aquisição de equipamentos quanto para a energia gerada. Além disso, visando favorecer a cadeia produtiva, o projeto elaborou em conjunto com a FapemigFundação de Amparo à Pesquisa no Estado de Minas Gerais linhas de financiamento para pesquisa e desenvolvimento de inovações e produtos no setor fotovoltaico, voltadas a pequenas, médias e grandes empresas.

De acordo com Silva, a energia solar é considerada fundamental para cumprir o compromisso Race to zero, assumido pelo governo em 2021. A iniciativa é uma campanha global que tem o objetivo de alcançar emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050. “Fomos o primeiro estado a assumir compromisso para a descarbonização da economia. E a energia solar é parte desse processo. Minas Gerais tem insolação muito importante e o norte do estado é uma região bastante propícia para projetos solares e temos trabalhado para que essa energia chegue aos principais mer-

Rodrigo Sauaia, da Absolar: “As projeções apontam que, ao nal deste ano, é possível atingir quase 25 GW de geração solar, se o mercado tiver as condições para se desenvolver” Izilda França
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cados consumidores. Nesse aspecto, o estado tem atraído outros investimentos para viabilizar a distribuição dessa energia para todo o País”. Transmissão para escoamento da energia FV – Recentemente, três lotes de linhas de transmissão, que deverão conectar Minas Gerais a São Paulo e ao Espírito Santo, foram arrematados em leilão promovido pela Aneel, somando investimentos de cerca de R$ 12 bilhões. Segundo o superintendente, o governo tem trabalhado com as empresas vencedoras para acelerar os processos de licenciamento ambiental, a fim de que as linhas de transmissão fiquem prontas o mais rápido possível e possam escoar a energia renovável produzida no estado.

A necessidade de investir em linhas para transmitir a energia renovável produzida também foi destacada por Paulo Guimarães, superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Governo do Estado da Bahia. Segundo ele, durante a seca no Sul e Sudeste que levou a uma crise energética, o Brasil gerou uma quantidade considerável de energia exportável para o Centro Sul do Brasil, mas que não pôde ser totalmente transferida para a região em função do gargalo no sistema de transmissão.

“Se quisermos que esse potencial possa ser explorado, precisamos investir em infraestrutura”, advertiu.

Para Guimarães, a resistência de abrir mão de imposto para incentivar ainda mais as energias renováveis também é um desafio. “Precisamos unir esforços para reduzir a carga tributária dos equipamentos solares e de consumo dessa energia. A economia obtida com a geração distribuída pode ser direcionada à atividade econômica, podendo gerar mais empregos e mais impostos no futuro”.

Por seu turno, o governo de São Paulo quer instalar mais de 80 usinas fotovoltaicas em terrenos de propriedade do estado para compensar parte do consumo de energia elétrica dos prédios públicos estaduais. O projeto, a ser desenvolvido por meio de PPPs (parcerias público-privada), foi anunciado pelo titular da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do estado de São Paulo (Sima), Fernando Chucre, na abertura do The smarter E South América.

Segundo o secretário, o governo fez um estudo sobre grandes áreas públicas estaduais que estavam em desuso com vistas à implementação das usinas. Foram analisados parâmetros como área, disponibilidade,

insolação e capacidade de produção de cada terreno, sendo selecionadas 85 locais (35 deles na região metropolitana da capital), que agora estão sob análise do conselho que avalia PPPs e concessões. Esse conselho é composto por sete secretarias de governo, entre as quais figuram a Sima, a secretaria Desenvolvimento Econômico e a da Agricultura. “O conselho está analisando imóvel por imóvel, avaliando a potência de cada usina, e após a aprovação seguiremos em frente com o projeto”, disse o secretário. Todas as instalações serão de usinas de solo, e as potências dependerão das avaliações de áreas técnicas do governo.

Ainda na área de energia fotovoltaica, o governo estadual também tem um projeto de instalação de telhados fotovoltaicos em pelo menos 12 mil imóveis das secretarias da Saúde e da Educação, que está sendo coordenado diretamente por estes órgãos. Um estudo do BID - Banco Interamericano de Desenvolvimento, realizado de 2018 a 2020, detectou mais de 34 mil imóveis próprios do estado que podem receber geradores solares no telhado. Segundo o secretário, o chamamento de interessados para fornecer os 12 mil primeiros sistemas será feito em breve.

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Todos esses projetos, no entanto, suprirão apenas parte do consumo de energia elétrica dos prédios públicos estaduais, cuja fatura de energia, segundo Chucre, monta a R$ 150 milhões por mês. Tanto que uma terceira frente de trabalho dos técnicos do estado é a elaboração de um modelo adequado para compra de energia renovável no Mercado Livre. “São Paulo é o estado que mais consome eletricidade no País. Nós compramos energia de todo o Brasil para fazer o estado funcionar, e queremos diminuir essa dependência”, disse o secretário.

Em nível nacional, a Absolar defende a meta de ter, até o final de 2026, 5 milhões de telhados solares, que somaria até 25 GW de capacidade instalada, R$ 124,5 bilhões em investimentos e geração de 750 mil empregos, com arrecadação de R$ 37 bilhões aos cofres públicos. Até

2030, a entidade estima potencial de 12 milhões de sistemas instalados em telhados no Brasil, o que levaria a uma capacidade de 60 GW somente em geração distribuída, R$ 300 bilhões em investimentos, 1,8 milhão de empregos e R$ 90 bilhões em arrecadação de impostos.

Marco legal da geração distribuída

Na visão dos especialistas, a Lei 14.300, novo marco legal da geração distribuída, trouxe segurança ao mercado e propicia uma janela de oportunidades, haja vista que a compensação integral dos créditos de energia será mantida até dezembro de 2045 para todos os pedidos de parecer de acesso feitos no prazo de 12 meses a contar da publicação da lei. Consumidores que aderirem à geração distribuída a partir de 7 de janeiro

de 2023 serão enquadrados numa regra de transição e terão de pagar um percentual dos custos associados à distribuição de energia elétrica, que aumentará gradualmente até 2028. A partir de 2029, a compensação dos créditos de energia ficará sujeita às regras tarifárias estabelecidas pela Aneel para as unidades consumidoras com microgeração ou minigeração.

Segundo Bárbara Rubim, vicepresidente de geração distribuída do Conselho de Administração da Absolar, para os consumidores de baixa tensão, a lei possibilita também um ganho de viabilidade econômica dos projetos por conta do fim da cobrança em duplicidade do custo de disponibilidade. Outra vantagem é a maior flexibilidade para a geração compartilhada. De acordo com a executiva, o documento traz novas oportunidades, pois possibilita outras formas jurídicas de associação, não apenas em con-

31Intersolar South America - 1FotoVolt - Setembro - 2022

Intersolar South America - 1

sórcios e cooperativas, mas também em condomínio civil (voluntário ou edilício). “A geração compartilhada tem crescido muito por meio da cha-

mada energia por assinatura, que é um modelo de locação de usina. E a lei traz maior facilidade para este tipo de negócio”, disse. Um estudo desen-

Papel social da geração distribuída

A

relação energia solar fotovoltaica e questões sociais foi abordada na sessão “Fazendo negócios na geração distribuída solar FV”, realizada no segundo dia do congresso da Intersolar South America 2022. Durante sua apresentação, Eduardo Ávila, diretor executivo da Revolusolar, destacou o poder de transformação social da geração solar distribuída.

A ONG fundada em 2015, na favela da Babilônia, no Rio de Janeiro, visa promover o desenvolvimento sustentável de comunidades de baixa renda através da energia fotovoltaica.

A Revolusolar instala sistemas solares nas comunidades com o objetivo de reduzir custos com as contas de energia e promover o empoderamento local. Os projetos são financiados através de subvenções e patrocínios a fundo perdido.

A entidade também promove programa de capacitação da população local, formando instaladores solares e eletricistas. Outra atividade é o Programa de Educação Ambiental (PEA), que envolve diferentes temas de sustentabilidade, a fim de sensibilizar e conscientizar a população local, em especial as crianças e os adolescentes, em relação aos problemas ambientais. O trabalho da ONG já recebeu alguns reconhecimentos nacionais e internacionais.

Ávila destacou durante sua palestra o alto nível de pobreza energética existente no Brasil, a qual é definida tanto sob o aspecto de acesso físico à rede elétrica quanto a preços da energia. “Sem capacidade de pagamento da conta de energia, as famílias têm acesso muito limitado, e muitas acabam realizando conexões ilegais. Quase metade da população brasileira gasta mais do que a metade do seu orçamento familiar com luz e gás”, afirma o diretor.

Ele chamou atenção para o fato de que o problema não atinge só os mais pobres. “No Rio, por exemplo, a questão do preço faz com que muitos migrem para o ‘gato’. Hoje, na Light mais de 20% da energia distribuída é furtada. Com isso, a conta de luz no Rio de Janeiro fica 17% mais cara. Então é um problema de todo mundo”.

De acordo com Ávila, mais de 80% dos brasileiros fazem parte das classes C, D e E e não têm acesso a crédito nem capital inicial para investir em projetos solares, tornando necessário o desenvolvimento de novos modelos de negócio que caibam no bolso dessa população e favoreçam impactos sociais positivos da geração solar distribuída, como a redução de despesa e a possibilidade de geração de emprego.

“A Revolusolar tem um programa de formação profissional dos moradores, que ensina a fazer instalação e manutenção dos sistemas, produzindo um valor operacional, com geração de renda e emprego na comunidade”. Outro benefício da geração distribuída apontado pelo diretor, principalmente no autoconsumo local, é a aproximação do debate sobre sustentabilidade. “Temos oficina sobre geração distribuída com as crianças e adolescentes, e elas repassam esse conhecimento para as famílias na comunidade, permitindo conscientização e formação de multiplicadores para a nova economia de baixo carbono”.

Como impacto social positivo, o diretor destaca ainda a possibilidade de surgimento de novos modelos de organização institucional de base comunitária, como a cooperativa de energia solar em favelas, cujo piloto foi instalado no telhado da associação de moradores da comunidade da Babilônia. Neste sistema, os créditos gerados são compensados na conta de luz dos moradores, que pagam metade da economia obtida para a cooperativa. “Percebemos que, quando a geração é dentro da comunidade, aumenta o senso de engajamento e também a adimplência. A ideia é de que eles façam a gestão da cooperativa”.

A Revolusolar também está realizando outro piloto na região central do Rio de Janeiro e planeja construir no próximo ano o primeiro bairro solar na cidade. Na Amazônia, está instalando um piloto numa comunidade indígena, a fim de beneficiar uma escola e o sistema de bombeamento de água. Para o próximo ano, o plano é construir uma microrrede comunitária para as 35 famílias da localidade e formar, em conjunto com o Instituto Federal do Amazonas, instaladores de energia solar na região.

Os interessados em conhecer e apoiar a iniciativa podem acessar o site www.revolusolar.org.br.

Ávila e gerador solar em comunidade: Projetos visam promover redução de custos, educação ambiental e capacitação pro ssional Fotos: divulgação Revolusolar
FotoVolt - Setembro - 202232

volvido pela consultoria Greener indica que os consumidores de energia, em especial do setor de varejo e serviços, demonstram interesse em reduzir as despesas por meio da energia solar por assinatura. A consultoria aposta que esse modelo de negócio deverá crescer, exigindo a construção de ao menos 3,9 GW de usinas solares até 2024.

Outra mudança trazida pela lei, destacada por Rubim, é a possibilidade de o consumidor de média tensão solicitar faturamento em baixa tensão. Até então, o entendimento da Aneel era de que consumidores não poderiam ser optantes B com usinas de minigeração. Com a publicação do documento, os consumidores podem fazer uso dessa opção com usina junto à carga até 112,5 kW. “É o consumidor que precisa justificar o B optante, e não a usina. Então não dá para fazer usina 100% remota”, frisou.

A executiva também destacou a inserção da garantia de fiel cumprimento, que visa proteger o mercado. Os empreendimentos acima de 500 kW deverão depositar uma porcentagem do valor do projeto. As modalidades de consórcio e cooperativa estão dispensadas do pagamento desse depósito. “Tais medidas foram criadas para impedir que desenvolvedores que não querem construir de fato usinas ocupem pontos de conexão de rede que devem ser usados por quem realmente quer implantar projetos. Além disso, outro objetivo é evitar que o mercado seja inflacionado com comercialização de pareceres”.

Hidrogênio verde e usinas solares

Outro tema de destaque no evento foi a evolução do hidrogênio verde, haja vista que o combustível deve impulsionar projetos de energia solar. A estimativa é de que a demanda por geração renovável atinja cerca

FotoVolt - Setembro - 2022 33

de 15 GW até 2030 para atender empreendimentos de H2V. “Diversas empresas que produzem energia solar e eólica e solar estão negociando seus projetos com potenciais investidores. Esse é um novo e importante mercado para projetos de energia no País”, disse Marília Rabassa, diretora da Cela - Clean Energy Latin America.

Dados publicados pela consultoria Bloomberg apontam que atualmente o Brasil tem potencial para produzir o hidrogênio mais barato do mundo através das fontes renováveis, com custo de US$ 1,7 a US$ 3 por quilo. Em 2030, a expectativa da consultoria é que esse valor seja inferior a US$ 1 por kg. “Ou seja, o Brasil está muito bem posicionado nesse novo mercado”, afirmou Rabassa.

A executiva informou ainda que globalmente o hidrogênio verde tem potencial para atingir entre 400 milhões e 800 milhões de toneladas em 2050. “Com essas projeções, estima-se que o hidrogênio verde vai responder por 12 a 22% da demanda de energia mundial”. Em relação à competitividade, Rabassa afirma que a Agência Internacional de Energia calcula que 1 kg do hidrogênio verde com teor energético de 33,3 kWh custa em tor-

preço do kg do hidrogênio cinza é de US$ 1,5, em média. “A expectativa é que essa diferença diminua até 2030, em função de ganhos de escala, redução de custo das renováveis e logística, entre outros fatores”.

Segundo a diretora da Cela, o Brasil já possui mais de 20 MOUs assinados entre investidores potenciais de hidrogênio e o estado do Ceará, além

de Açu, no Rio de Janeiro, e no Rio Grande do Norte. “O interesse das empresas em produzir hidrogênio verde nos portos deve-se à logística facilitada, com potencial de suprir a demanda interna e externa, e ao acesso à energia renovável competitiva”.

Segundo Luis Viga, country manager da Fortescue Metals Group, o hidrogênio poderá também substituir a dependência da Europa por gás natural, tornando o Brasil um exportador de energia renovável. Outra possibilidade trazida pelo combustível é a redução da demanda de importação de fertilizantes pelo País. De acordo com Viga, atualmente o Brasil importa 85% dos fertilizantes, que são produzidos principalmente na Ucrânia e Rússia, em função da disponibilidade de gás natural barato.

Para impulsionar o mercado de hidrogênio no País, o MME publicou no início de agosto a Resolução número 6, de 2022, que instituiu o PNH2Programa Nacional do Hidrogênio, cujo objetivo é fortalecer o mercado e a indústria do hidrogênio enquanto vetor energético no Brasil. As ações

Marília Rabassa, diretora da Cela - Clean Energy Latin America: “Hidrogênio verde vai responder por 12 a 22% da demanda de energia mundial”
34 FotoVolt - Setembro - 2022Intersolar South America - 1

pilares fundamentais para o desenvolvimento do segmento: políticas públicas, tecnologia e mercado. “A ideia do programa e também das políticas que já vêm sendo desenvolvidas é abranger todo o potencial de mercado do hidrogênio. Projetamos não só o que já existe, mas também o grande potencial do combustível para descarbonização de setores como mineração, metalurgia e transportes e o desenvolvimento de células a combustível como (integrantes de sistemas de) armazenamento de energia”, declarou Patrícia Naccache Martins da Costa, assessora da Secretaria Executiva do MME durante sua apresentação no congresso da Intersolar. “O desafio é ampliar e tornar a economia de hidrogênio viável”, completou.

A proposta do PNH2 foi elaborada pelo MME em cooperação com outros órgãos do governo, como o MCTI -

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e o MDR - Ministério do Desenvolvimento Regional, e também contou com o apoio técnico da EPE. As diretrizes estão estruturadas em seis eixos, que vão dar origem a cinco câmaras temáticas, englobando ciência e tecnologia, capacitação de recursos humanos, planejamento energético, arcabouço legal e regulatório-normativo, mercado e competitividade e cooperação internacional.

“A perspectiva é de que as câmaras tenham participantes não só do setor público.  A ideia é de que não seja um programa feito pelo governo a portas fechadas, mas sim uma conversa entre os setores público, privado e a academia no sentido de entender as necessidades para desenvolvimento do setor no País”, salientou Costa.

Na estrutura de governança, será formado um comitê gestor, que contará com a participação do MME, que é

o coordenador do programa, e de outros ministérios. “O MME vai coordenar as câmaras de planejamento energético e regulação. Mercado ficará a cargo do Ministério da Economia e a de Ciência e Tecnologia ao MCTI. Já a parte de treinamento e capacitação de recursos humanos deverá ser liderada pelo MEC [Ministério da Educação e Cultura]”, explicou.

Até o final do ano, o objetivo é apresentar um plano trienal do programa, que deverá ser atualizado anualmente. Para isso, cada câmara deverá desenvolver um plano de ações, com atividades e prazos, para os próximos três anos. “A perspectiva é de que essas propostas sejam aprovadas em outubro pelas câmaras e colocadas em consulta pública em novembro”. A meta é publicar o plano em dezembro e iniciá-lo a partir de janeiro de 2023.

35Intersolar South America - 1FotoVolt - Setembro - 2022

Eletrocentros para usinas fotovoltaicas

Eletrocentros já saem de fábrica com todos os sistemas elétricos e eletrônicos necessários montados, interligados e testados, prontos para a aplicação, o que agiliza a obra e elimina a necessidade de construções em alvenaria. Aqui se descreve a oferta de 15 fornecedores, com as características de entrada e saída, equipamentos, proteções, etc.

Artecal (31) 98297-6732 helton@artecal.com.br

/País

Tensão máxima (V) Corrente máxima (A) Número de entradas de c.c. Potência nominal (kVA) Tensão de saída 3f (V) Eficiência máxima (%) Conexão com a MT (13,8 kV) Conexão com a MT (34,5 kV) Painel ao tempo (IP) Container 40’ (IP) Temperatura de operação (°C) Seccionador c.c. Contatores c.a. Disjuntor geral c.a. Inversor e filtros Tr ansformador Sub/Sobretensão Limitação de potência Desequilíbrio de corrente Anti-ilhamento

5004.000até 150até 500048095

Blutrafos (47) 99207-2067 solar@blutrafos.com.br 1.5003.997até 24até 10.0001.00099,8

DMS (51) 98177-8103 omercial@dmseng.com.br 1.5003.200502.50080098

Grupo Eletro Painel (31) 98464-0712 orcamento2@grupoeletropainel.com.br 8002.500até 20até 5.000380 a 80095

Ingeteam (19) 3037-3773 stephany.leite@ingeteam.com 1.5003.965até 247.65069098,9

Lucy Electric (41) 99162-0735 salesbrazil@lucyelectric.com 1.500 2.00034.500

Média Tensão (11) 2384-0155 mediatensao@mediatensao.com.br 15.0001.2505.000

Metta (31) 3368-7300 victor.jeber@metta.ind.br

Novemp (11) 99408-7329 vendas@novemp.com.br 1.5003001.0002.500800

Presticom (47) 99242-3021 representacao@presticominstalacao.com.br 6902.5005.00069090

Romagnole (44) 3233 8500 comercial@romagnole.com.br

SRA (31) 99600-3425 raimundo.vasconcelos@sratech.com.br 1.5006.500204.00060098

Vepan (11) 99133-4032 vendas@vepan.com.br

VR Painéis (17) 4009-5100 vrpaineis@vrpaineis.com.br

WEG (47) 3276-4000 automacao@weg.net

55 30 a 50

25 a 50

656510 a 40

65 20 a 50

5454 20 a 55

656510

555545

545460

5455

5455

total de 58 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, setembro de 2022. Este

Obs.: Os

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36 FotoVolt - Setembro - 2022 Empresa/Telefone/E-mail Fabricante
Entrada c.c. Saída c.a. ConstruçãoEquipamentosProteções
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Sistemas agrivoltaicos

Fornecimento de eletricidade e sombreamento na horticultura

Este artigo faz uma avaliação técnico-econômica para uma fazenda de horticultura no centro do Chile, onde a alta irradiação causa efeitos adversos para a cultura, e rentabiliza as características sinérgicas do sistema agrivoltaico: manutenção das terras de cultivo e fornecimento do sombreamento necessário. Como resultado, VPL mais alto e payback mais curto em comparação com uma planta fotovoltaica montada no solo.

Osegmento agrivoltaico, que combina a geração de eletricidade fotovoltaica (FV) com a agricultura no mesmo espaço de terra, tem aplicação comercial limitada, apesar de seu potencial para mitigar a crise climática e ajudar a agricultura a se adaptar a um clima em mudança. Vivemos em um mundo com mais de 578 GWp de capacidade fotovoltaica instalada, porém mais de 90% dessa capacidade está sendo implantada no solo ou em telhados [1, 2]. Nos últimos anos, vimos o surgimento de abordagens inovadoras e integradoras, como FV flutuante ou FV integrada a edifícios, mas os sistemas agrivoltaicos ainda representam apenas cerca de 0,5% da capacidade fotovoltaica instalada em todo o mundo [3]. Em comparação com projetos fotovoltaicos tradicionais, o maior investimento inicial, principalmente associado à estrutura de suporte elevada e adaptada ao contexto agrícola, torna os agrivoltaicos economicamente pouco atrativos [4]. Devido ao estágio inicial de desenvolvimento dos sistemas agrivoltaicos, ainda há potencial para melhorar aspectos

técnicos e econômicos. No entanto, a consideração apenas dos aspectos econômicos em termos de produção fotovoltaica não faz justiça aos efeitos sinérgicos que os agrivoltaicos podem ter na agricultura.

A literatura recente analisa o valor em termos de manutenção das terras agrícolas que o duplo uso da terra traz para a agricultura [5]. Com este artigo, queremos contribuir ainda mais com essa abordagem, encontrando respostas sobre como os sistemas agrivoltaicos podem alcançar avanço comercial. Assumimos que o valor sinérgico dos agrivoltaicos não é apenas para manter as terras agrícolas, mas para aumentar a produção agrícola, dependendo do contexto agrícola de implementação: Várias pesquisas afirmam que os sistemas agrivoltaicos podem ser utilizados como uma alternativa para proteção de culturas em regiões ensolaradas e secas [6–9].

Pela primeira vez, estamos incluindo a necessidade agrícola de sombreamento na avaliação técnico-econômica de um sistema agrivoltaico, aqui realizada com base em um estudo

de pré-viabilidade para uma pequena fazenda no centro do Chile. Depois de descrever o caso selecionado e o objetivo da avaliação, focamos em um projeto agrivoltaico de baixo custo que fornece sombreamento conforme exigido pelo agricultor. Em seguida, descrevemos a metodologia e os dados utilizados para comparar dois cenários: a instalação de uma usina agrivoltaica e a de uma usina fotovoltaica montada no solo. Em seguida, exibimos e discutimos os resultados e derivamos recomendações relevantes para agricultores, pesquisadores e a indústria de energia solar fotovoltaica.

Métodos e dados para a avaliação técnico-econômica

Seleção de caso e objetivo da avaliação

Realizamos um estudo de pré-viabilidade para uma pequena fazenda com cerca de 5 hectares (ha) de terra produtiva na região metropolitana de Santiago, examinando a viabilidade econômica da tecnologia agrivoltaica e potenciais sinergias. A fazenda

David Jung, Alois Salmon e Patricia Gese, do Fraunhofer Chile Research – Centro de Tecnologias de Energia Solar
38
FotoVolt - Setembro - 2022

Sistemas agrivoltaicos

cultiva variedades de alface em campo aberto, em estufas e sob redes de sombreamento. Um sistema de irrigação abastece as culturas durante todo o ano. A fazenda possui uma infraes-

trutura de processamento para lavar, pesar, embalar, armazenar e resfriar a colheita. Especialmente a irrigação e o resfriamento têm alta demanda de eletricidade.

O foco da produção agrícola é manter um nível constante de produtividade ao longo de todo o ano. Nos meses de verão, as condições climáticas são quentes e secas com intensa irradiação solar. As estufas aquecem significativamente, com efeitos adversos no crescimento das culturas, e a alface em terreno aberto sofre queimaduras solares e dessecação. Consequentemente, a fazenda instalou 0,7 ha de redes de sombreamento para proteger as culturas de alface da radiação solar intensiva. As redes de sombreamento estão disponíveis com transmissão de luz selecionável. No nosso caso, o agricultor quer reduzir a intensidade do sol para entre 60% e 70% em relação ao campo aberto. A figura 1 mostra as redes de sombreamento, que consistem em uma malha fina.

O fazendeiro tem dois objetivos, que fornecem a base para a avaliação técnico-econômica (ATE):

1) Instalar FV para reduzir a conta de eletricidade a zero, segundo a legislação de faturamento líquido (netbilling); e

2) Instalar sombreamento artificial na área aberta de terras produtivas.

Para o cumprimento dos dois objetivos, comparamos dois cenários: ins-

Fig. 1 – Redes de sombreamento (vistas inferior e lateral) instaladas para cultivo alface nos meses de verão e uso da água de forma mais e ciente
40 FotoVolt - Setembro - 2022

Sistemas agrivoltaicos

talar um sistema agrivoltaico (AFV) ou uma planta FV tradicional montada em solo (MS). Assumimos que não há terreno adjacente disponível, portanto a usina FVMS só pode ser instalada em uma parte do terreno que atualmente é usada para produção agrícola. A planta AFV não requer terra adicional, pois a produção agrícola é mantida devido à abordagem de uso duplo da terra. De acordo com o segundo objetivo, o AFV será projetado para fornecer sombreamento de 30% a 40%, enquanto no cenário de instalação de uma usina FVMS será considerada a instalação de redes de sombreamento adicionais.

Configuração das plantas FV

A ATE nos permite comparar duas soluções técnicas que oferecem o mesmo benefício. Assim, as configurações das usinas FVMS e AFV são escolhidas para zerar a fatura de eletricidade no primeiro ano de operação, compensando os custos de eletricidade com injeção na rede.

Os principais parâmetros da planta fotovoltaica incluem o tipo de módulo fotovoltaico, a relação do inversor, tamanho da planta, orientação, sistema de rastreamento ou ângulo de inclinação e estrutura de montagem. A configuração de um sistema AFV segue os princípios dos sistemas FVMS, a menos que os requisitos agrícolas exijam modificações. Módulos fotovoltaicos mono-Si de 2 m2 com potência de 360 Wp e relação de inversor de 1,2 são escolhidos para as plantas FVMS e AFV. Os módulos fotovoltaicos de ambas as plantas serão instalados de forma fixa, uma vez que esta opção é mais confiável e tem menor custo do que a tecnologia de rastreamento. A planta FVMS será instalada no solo, enquanto para a planta AFV a distância ao solo é de 2,4 m, correspondente à altura das atuais instalações de sombreamento artificial, o que permite o acesso de trabalhadores e pequenas

Para a FVMS, a orientação ideal é um azimute de 0° para o norte e um ângulo de inclinação de 28° com distância de inclinação de 4 m, o que minimiza a área da planta com apenas um insignificante autossombreamento.

Para a planta AFV, a orientação do azimute, a distância entre fileiras e o ângulo de inclinação serão determinados com base em uma simulação de distribuição de luz, realizada com a ajuda de representações 3-D de usinas agrivoltaicas e Solstice, calculando-se a incidência da Irradiância Horizontal Global (IHG) no solo [10].

O dimensionamento da capacidade das usinas FVMS e AFV é baseado na condição econômica de conta de energia zero no primeiro ano de operação para a carga elétrica apresentada. Devido a padrões de geração específicos, o AFV requer mais capacidade instalada do que o FVMS para fornecer o mesmo benefício. A definição final das respectivas capacidades é feita com um cálculo iterativo baseado no modelo técnico-econômico, com todos os outros parâmetros definidos.

Modelo técnico

Para a carga anual de energia da fazenda, relatórios mensais fornecidos pela distribuidora de energia elétrica local oferecem dados reais. A carga elétrica anual totaliza aproximadamente 200 000 kWh. Uma medição elétrica no local forneceu dados reais de perfis de carga diária. Com base nessas duas entradas, derivamos a carga horária de eletricidade EL (kWh) ao longo de um dia para o primeiro ano de operação. Não consideramos aumento no consumo anual de eletricidade.

Além da carga de energia, a distribuidora de energia elétrica cobra demanda de potência e demanda de potência de pico. A demanda de potência é a demanda máxima registra-

da no mês, enquanto a demanda de pico só vigora de abril a outubro no período de 18 às 23 horas. Ambos os valores são considerados como uma soma anual.

Para derivar os dados para a geração fotovoltaica, usamos o System Advisor Model e os dados de irradiação solar obtidos do Explorador Solar [11, 12]. A saída fotovoltaica em kW é fornecida como um perfil médio diário para o primeiro ano de geração. A produção de eletricidade EG,t no ano t do projeto é calculada de acordo com a fórmula (1) com o fator de degradação d. Os fabricantes de módulos fotovoltaicos fornecem o fator de degeneração nas folhas de dados de seus módulos. Para módulos fotovoltaicos mono-Si, o valor típico é de 0,5%.

Calculamos um balanço elétrico EB com base nos perfis horários de geração fotovoltaica EG e no perfil de carga EL. O balanço elétrico é derivado conforme mostrado a fórmula (2) e os valores para o desempenho elétrico, como autoconsumo EA, compra de energia da rede EP e injeção na rede EI , são determinados pela fórmula (3). Os resultados horários são então somados em valores anuais. Assumimos que a geração fotovoltaica não afeta a demanda de potência e a demanda de potência de pico.

Modelo Econômico

O modelo econômico traduz os dados da configuração do sistema fotovoltaico e do modelo técnico em valores financeiros. A figura 2 mostra os passos lógicos do modelo econômico. A configuração da planta (A)FV resulta no desempenho elétrico e em um impacto agrícola, dos quais derivamos custos e receitas para calcular os fluxos de caixa ao longo da vida útil do promáquinas. Para ambas as plantas, os módulos são dispostos em fileiras.

42 FotoVolt - Setembro - 2022

Desempenho elétrico

Configuração (A)FV

Impacto agrícola

Fig. 2 – Estrutura do modelo econômico

Custos Taxa de inflação

Receitas

jeto. Finalmente, usamos métricas de desempenho econômico para avaliação.

Aplicamos inflação de 3% a todos custos e receitas incidentes, os quais estão em pesos chilenos (CLP), exceto os custos fotovoltaicos. Por motivos práticos, todos os valores também são dados em dólares dos Estados Unidos (USD) usando o símbolo $ como indicação. Usamos o Microsoft Excel para todos os cálculos econômicos. Além disso, assumimos taxa de câmbio de 700 para CLP/USD, taxa de imposto corporativo de 27% e vida útil contábil do projeto de 25 anos.

Análise econômica FV – A ATE separa os custos de FV em despesas de capital iniciais (Capex) e despesas operacionais (Opex) ao longo da vida útil do projeto [13]. Capex e Opex são pagos em USD. Assumimos Capex específicos para FVMS e AFV, cobrindo módulos FV, inversor e outros itens do balanço do sistema (BOS, de Balance of System), em $ 450/kWp. Além disso, assumimos que o Capex para a estrutura de suporte e sua instalação depende da distância dos painéis ao solo, de modo que para uma instalação montada no solo o Capex da estrutura de suporte é $ 100/kWp e o da instalação é $ 200/kWp, e para uma altura de 2,4 m o Capex da estrutura é $ 150/kWp e o da instalação é $ 300/kWp. Os custos soft são $ 150/kWp para FVMS e $ 200/kWp para AFV. Portanto, o Capex específico total para FVMS é $ 900/kWp, enquanto o Capex de AFV é de $ 1100 /kWp. Para obter o Capex total para FVMS e AFV, valores específicos são multiplicados pela capacidade instalada. O agricultor financia

Fluxo de caixa operacional

Fluxo de caixa líquido

Fluxo de caixa líquido descontado

Desempenho econômico

Valos presente líquido Retorno (payback)

CCMP

o Capex com um empréstimo com prazo de pagamento de 12 anos, fator de alavancagem de 80% e taxa de juros i de 6,42% ao ano [14].

Assumimos que o Opex de um sistema AFV não difere significativamente do de um sistema FVMS, de modo que, para ambos, o Opex específico anual foi fixado em $ 18/kWp. O Opex inclui adicionalmente um serviço de substituição de inversores. A vida útil do inversor é metade da vida útil contábil. Para o custo do serviço de substituição do inversor, consideramos o Capex inicial do inversor impactado pela inflação.

A receita de FV decorre da economia na conta de eletricidade sob a política local de net-billing. No Chile, os sistemas fotovoltaicos com capacidade inferior a 300 kW, que são usados principalmente para autoconsumo, têm o direito de injetar energia excedente na rede de sua respectiva distribuidora de eletricidade [15].

A receita de FV (REl) é calculada todos os meses conforme mostrado na fórmula (4), sendo CEl,FV a nova conta de eletricidade após a instalação do sistema FV e CEl,BAU representando a conta de energia Business As Usual (BAU) igual ao pagamento da carga total de energia. CEl,BAU e CEl,FV dependem dos resultados de desempenho elétrico (fórmula 3) e dos seguintes valores, obtidos da tarifa de eletricidade local [16]:

REl = CEl,FV Cel,BAU = (EL – Ep)ce + E1 re (4) onde:

ce = preço de consumo de eletricidade: ce = -75,09 CLP/kWh (= -0,1073 $/kWh);

FotoVolt - Setembro - 202244 Sistemas agrivoltaicos

re = preço de reembolso de eletricidade: re = 63,85 CLP/kWh (= 0,0912 $/ kWh).

Impacto na agricultura – Para a usina agrivoltaica, não consideramos impacto agrícola porque a terra sob a usina pode ser usada da mesma maneira que sob as redes de sombreamento. Assumimos que o agricultor instala a planta fotovoltaica MS em terras agrícolas anteriormente produtivas, porque não há terras adjacentes disponíveis. Consequentemente, as diminuições anuais da produção agrícola, com base no cultivo de alface (cichorium endivia), correspondentes ao tamanho da planta FVMS são consideradas como custos (fórmula 5). Um estudo público fornece valores monetários para um ciclo de crescimento [17]. Com base na experiência prática do agricultor, assumimos nA = 5 ciclos de crescimento no mesmo espaço de terreno.

CA = -AFVMS (rA – cA) nA (5) onde:

CA = custos de materiais, mão de obra e máquinas (CA = -3,8 MCLP/ha = -5405 $/ha); e rA = receita de venda da colheita no mercado local (rA = 6,7 MCLP/ha = 9600 $/ha).

O custo da rede de sombreamento CS constitui-se dos custos para a instalação inicial da estrutura de suporte da rede e do custo da própria rede, bem como dos custos de substituição da rede, que ocorrem a cada três anos (fórmula 6). Os custos foram calculados com base na área da planta AFV (AAFV) e em dados de custos específicos fornecidos pelo agricultor:

CS = cS,I/R AAFV (6) onde:

cS,I = custos para a instalação inicial de redes de sombreamento (cS,I = -17,3 MCLP/ha = -24 739 $/ha); e cS,R = custo para substituição da rede

FotoVolt - Setembro - 2022 45

Sistemas agrivoltaicos

de sombreamento (cS,R = -5,8 MCLP/ ha = 8286 $/ha).

Fluxo de caixa e métricas econômicas – O fluxo de caixa considera, para cada ano do projeto, desde a construção até o final da vida técnica, todos os custos e receitas, incluindo serviço da dívida e obrigações fiscais. O fluxo de caixa operacional FCOt é obtido subtraindo-se da receita o Opex e os custos do impacto agrícola:

FCOt = REL,t – Opext – CA,t – CS,R,t (7)

Os impostos It são calculados com base na taxa local de imposto sobre corporações e no rendimento tributável, subtraindo a amortização, igual à despesa de juros, e a depreciação do fluxo de caixa operacional. Para a depreciação, aplica-se um método linear ao longo da vida útil N do projeto sem valor residual. A subtração de impostos e serviço da dívida DS do fluxo de caixa operacional é igual ao fluxo de caixa líquido FCLt:

FCLt = FCOt – DS – It (8)

Para obter o valor presente líquido (VPL) e o período de retorno do investimento, usamos o custo de capital médio ponderado (CCMP) para descontar o fluxo de caixa líquido.

É ainda usado o Modelo de Precificação de Ativos de Capital para calcular o custo de capital próprio em 12,08%. O custo da dívida e o fator de alavancagem são iguais às condições do empréstimo. Os valores escolhidos levam a um CCMP de 6,17%. O valor presente líquido é calculado como:

o azimute é de 310° orientado ao noroeste para obter um perfil de sombra anual homogêneo, com profundidade de sombra entre 30% e 40% sob a planta AFV.

O período de retorno x, que representa o momento em que o fluxo de caixa acumulado descontado se torna igual a zero, é derivado por:

Resultados e discussão

Projeto de planta agrivoltaica para horticultura

Apresentamos um projeto de planta agrivoltaica (AFV) adaptado às necessidades da horticultura chilena, cujas principais diferenças em relação a uma planta fotovoltaica montada em solo (MS) são mostradas na tabela I. Com uma distância ao solo de 2,4 metros, os módulos fotovoltaicos são instalados na posição paisagem (horizontal) e

A figura 3 (a) mostra como a sombra IHG anual se distribui sob uma planta AFV: quando a planta está orientada para o norte (azimute 0°), obtemos um perfil de sombra muito heterogêneo, o que se suaviza quando a orientação da planta é deslocada para o oeste. A figura 3 (b) mostra a distribuição estatística de pixels de terreno simulados de acordo com o valor de sombra IHG recebido. Podemos ver que a configuração AFV com azimute 0° resulta em valores de sombra de até 60%. Para a plan-

Distância ao solom2.41

Instalação do painel Paisagem Retrato

Azimute ° 3100

Inclinação do painel ° 2228

Geração anual específica kWh/kWp 16981775

Capacidade instaladakWp163,31155,92

Geração FV anual inicialkWh277 689277 230

Área da plantam²34151842

Tab. I – Diferenças entre parâmetros fotovoltaicos para planta agrivoltaica e planta fotovoltaica montada em solo Parâmetro FVUnidade Planta agrivoltaica Planta FV montada no solo
46 FotoVolt - Setembro - 2022

Azimute

ta AFV com orientação de 310°, a maioria dos pixels no solo recebe um sombreamento anual entre 30% e 40%, atendendo aos requisitos do agricultor. Com base na otimização do rendimento anual para a orientação de 310°, o ângulo de inclinação do módulo é de 22°. Devido à mudança de azimute, a geração anual específica para AFV sob a irradiação solar apresentada é de 1698 kWh/

Sombra

anuais

kWp, enquanto para FVMS é de 1.775 kWh/kWp.

Para obter uma conta de eletricidade zero no primeiro ano de operação, a capacidade da AFV é de 163,31 kWp, resultando em uma geração anual inicial de 277 689 kWh, enquanto a capacidade para a FVMS é 155,92 kWp, resultando em geração anual inicial de 277 230 kWh. Essa diferença decorre de pequenas diferenças no auto-

distribuição

consumo devidas ao perfil pesado de geração da planta AFV ao entardecer.

Os tamanhos das plantas são 3415 m2 e 1842 m2, respectivamente, para a planta AFV e a FVMS.

Business case para agrivoltaico em função dos efeitos sinérgicos

A tecnologia agrovoltaica apresenta um caso de negócios lucrativo com um valor presente líquido (VPL) posi-

47Sistemas agrivoltaicosFotoVolt - Setembro - 2022
Sombra IGH 0% 20% 40% 60% 80% 100% Azimute 0° Azimute 330° Azimute 310° (a) 6% 4% 2% 0% Percentual pixels
IGH 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%
0° Azimute 330° Azimute 310° (b) Fig. 3 – Resultados da simulação de sombra IHG para plantas AFV com diferentes orientações de azimute: a) mapas
de sombra IHG do solo sob da planta AFV; b)
de pixels do solo com um determinado valor de sombra IHG

Sistemas agrivoltaicos

tivo e um período de retorno inferior a sete anos. Além disso, a usina agrivoltaica é a opção mais vantajosa para o agricultor no contexto de necessidade de sombreamento e inexistência de terra adjacente disponível.

A tabela II mostra os resultados para o VPL e o retorno para cenários de instalação de um AFV e de uma planta FVMS. Para demonstrar o impacto do contexto agrícola, incluímos uma coluna mostrando os resultados para o cenário FVMS sem considerar esse contexto.

VLP

$ 200 000 $ 150 000 $ 100 000 $ 50 000 $ 0 000 $ 50 000 0 5 10 15 20 25 Ano

Fig. 4 – Fluxo de caixa descontado acumulado ao longo de 25 anos para AFV, FVMS e FVMS sem contexto agrícola

AFV FV MS FV MS sem contexto agrícola

CenárioUnidadeAFVFVMS FVMS sem contexto agrícola

VPL $ 146 446109 866179 213

D VPL devido a perdas da agricultura $ 48 787

D VPL devido ao custo de sombreamento $ 20 560

Payback anos 6,888,053,56

O VPL da AFV, de $ 146 446, é significativamente maior que o do FVMS, que é $ 109 866. A consideração das perdas agrícolas e o custo do sombreamento alteram fortemente a viabilidade econômica da planta fotovoltaica MS, pois as perdas agrícolas impactam negativamente o VPL em -$ 48 787, e o custo do sombreamento impacta o VPL em -$ 20 560. Sem considerar o contexto agrícola, a planta fotovoltaica MS resulta em um VPL de $ 179 213, que é maior que o VPL da AFV, um resultado esperado pois o Capex específico é menor, e a geração específica é maior, em relação à AFV.

O retorno do investimento situa-se no sexto ano de operação para a AFV e no oitavo para a FVMS. Aqui também a consideração do contexto agrícola impacta significativamente a economia da FVMS, pois quando consideramos apenas a economia da FV o retorno é obtido em menos de quatro anos.

A figura 4 mostra os gráficos do fluxo de caixa descontado acumulado. Podemos ver que o investimento inicial de capital para o cenário AFV, de $ 35 928, é menor do que no cenário FVMS: apesar de o investimento de capital para a planta FVMS ser de apenas $ 28 066, o agricultor precisa investir $ 8450 adicionais para instalar redes de sombreamento em uma área de 3415 m2, resultando em um investimento total de $ 36 516. Também podemos ver que a inclinação do FVMS é significativamente menor quando consideramos o contexto agrícola: as perdas agrícolas anuais e os custos para a reparação das redes de sombreamento compensam o menor serviço da dívida nos primeiros doze anos. No ano treze, podemos observar o impacto da substituição do inversor em todos os cenários. Posteriormente, o fluxo de caixa acumulado para AFV e FVMS sem contexto agrícola aumenta com uma inclinação semelhante, enquanto as perdas agrícolas anuais e os custos para a reparação das redes de sombreamento diminuem significativamente a inclinação do FVMS até o final da vida útil do projeto.

Discussão

Este artigo compila uma avaliação técnico-econômica comparando uma planta agrivoltaica e uma planta fotovoltaica montada no solo. Baseia-se em um estudo de pré-viabilidade e traz duas contribuições. Em primeiro lugar, apresenta um projeto de planta agrivoltaica de baixo custo que não

apenas permite ao agricultor manter a produção agrícola sob a planta, mas também substituir as redes de sombreamento e, assim, economizar custos. Em segundo lugar, demonstra o impacto dessas características sinérgicas no business case dos agrivoltaicos do ponto de vista de um agricultor.

Para os horticultores do centro do Chile, uma planta AFV é a solução mais vantajosa para economizar nos custos de eletricidade e instalar sombreamento artificial em campos abertos, se não houver terra adicional disponível: os custos de instalação e reparação de redes de sombreamento podem ser evitados e a característica de uso dual da terra permite manter a produção agrícola.

O investimento em um sistema fotovoltaico em geral oferece alta rentabilidade para agricultores com alta demanda de eletricidade num contexto de faturamento líquido (net-billing). Este resultado está alinhado com os desenvolvimentos recentes. Desde que a política de faturamento líquido entrou em vigor no Chile, em 2014, o número de instalações distribuídas no Chile está aumentando continuamente [18].

Para os pesquisadores, nossos resultados sugerem que um passo decisivo para a comercialização de sistemas agrivoltaicos é a identificação do contexto agrícola certo para implementação: o valor sinérgico de um sistema agrivoltaico é maximizado quando os painéis solares são instalados para proteger as culturas dos efeitos climáticos adversos, como no caso apresentado, onde a alface

Tab. II – Resultados de Valor Presente Líquido e payback para os cenários AFV e FVMS, bem como para FVMS sem considerar o contexto agrícola
48 FotoVolt - Setembro - 2022

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Sistemas agrivoltaicos

em campo aberto sofre com intensa irradiação solar. Sugerimos ainda que a pesquisa investigue o microclima sob uma usina agrivoltaica e seu impacto na agricultura, para permitir um projeto de usina AFV que realmente atenda às necessidades agrícolas e otimize a produção agrícola.

Para a indústria de energia solar fotovoltaica, nossas descobertas enfatizam a importância de uma estrutura agrivoltaica de suporte de baixo custo que atenda aos requisitos agrícolas e seja fácil de instalar. Além disso, há necessidade de novos modelos de negócios que incluam o valor das características sinérgicas dos agrivoltaicos, como o sombreamento artificial.

No entanto, algumas limitações devem ser observadas: primeiro, realizamos este estudo assumindo que a produção agrícola sob uma planta agrivoltaica resulta na mesma produção que sob redes de sombreamento. Aqui ignoramos que, mesmo que o sombreamento anual seja semelhante, as características de sombreamento diário e mensal podem diferir significativamente, assim como outras condições microclimáticas, como a velocidade do vento. Além disso, ignoramos os efeitos de borda na simulação de sombreamento. Em segundo lugar,

estimamos um baixo Capex para a estrutura de suporte e instalação agrivoltaica em comparação com publicações europeias [4, 5]. Mas o sucesso comercial em países asiáticos sugere que estruturas de suporte agrivoltaicas de baixo custo já estão estabelecidas e disponíveis no mercado [19].

Conclusão

Neste artigo, avaliamos como as características sinérgicas dos sistemas agrivoltaicos impactam o business case no contexto da horticultura na região central do Chile. Como a horticultura nessa região está sujeita a um clima muito ensolarado e seco, os agricultores instalam redes de sombreamento em seus campos, reduzindo a intensidade da irradiação solar, assim protegendo as plantações de efeitos adversos como queimaduras de sol.

Com base em um estudo de préviabilidade para uma fazenda de horticultura, realizamos uma avaliação técnico-econômica de duas usinas fotovoltaicas: configuramos uma usina agrivoltaica e uma usina fotovoltaica montada no solo, que cobrissem a carga elétrica da fazenda e injetassem energia excedente na rede segundo a política local de faturamento líquido.

Para incluir na avaliação o valor monetário das características sinérgicas agrivoltaicas “uso-dual da terra” e “sombreamento artificial”, utilizamos valores de mercado e estudos públicos. Apresentamos um projeto de planta agrivoltaica, adaptado às necessidades da horticultura chilena, que proporciona um sombreamento semelhante às redes sombreadoras. Os resultados deste artigo mostram que a tecnologia agrivoltaica apresenta um business case lucrativo para os horticultores do centro do Chile. Além disso, a usina agrivoltaica é a opção mais lucrativa para o agricultor no contexto agrícola de necessidade de sombreamento artificial e de terras restritas: a característica “sombreamento artificial” mostra seu impacto mais substancial no início do projeto, onde os custos consideráveis de se instalarem as redes de sombreamento são evitados. Ao longo da vida do projeto, a “dupla utilização da terra”, que permite a manutenção das terras agrícolas, impacta fortemente a avaliação.

Por fim, concluímos que, para que os sistemas agrivoltaicos alcancem seu avanço comercial, devemos identificar o contexto de aplicação agrícola certo, onde os agrivoltaicos podem aumentar a produção agrícola, por

50 FotoVolt - Setembro - 2022

exemplo, fornecendo sombreamento e, em seguida, rentabilizar essas características sinérgicas.

Agradecimentos - Os autores agradecem o generoso apoio financeiro fornecido pela Agência Chilena de Desenvolvimento Econômico (CORFO) sob o projeto 13CEI2-21803.

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[18] CNE: Generación Distribuida - Instalaciones Inscritas. (2020). Availa ble at: http://datos.energiaabierta.cl /dataviews/235587/generacion-distribuida-instalaciones-inscritas/. (Accessed: 16th October 2020)

[19]Akira, Nagashima & Sekiyama, Takashi (2020): Solar Sharing: Changing the world and life.

Adaptado de “Agrivoltaics for Farmers with Shadow and Electricity Demand: Results of a Pre-feasibility Study under Net Billing in Central Chile”, da conferência AgriVoltaics2020. Tradução e adaptação da Redação de FotoVolt.

FotoVolt - Setembro - 2022 51
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Seguidores,  rastreadores ou trackers solares fazem os módulos acompanharem a posição do Sol, aumentando a captação da radiação ao longo do dia e, consequentemente, o rendimento da geração fotovoltaica. Este levantamento apresenta as características dos sistemas fornecidos por algumas das principais empresas, do mercado nacional e também estrangeiras incluindo várias que buscam representantes no Brasil.

Potência fotovoltaica máxima (Wp) Carga de ventos (km/h) Sistema de proteção contra vento Estru tura aço galvanizado a fogo Estruturaoutras Montagem no campo com parafusos Montagem no campo soldada Fundaçãopercussão Fundaçãohelicoidal Fundaçãoconcretagem Garantia da estrutura (anos) Garantia dos componentes (anos) Ganho máximo de eficiência vs estrutura fixa (%)

• -55 a +55 0,124024 • 250 a 31070.000NBR 6123

23,5 × 3 = 70,5 140

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Intersolar South America

Geração centralizada, desigualdade regional, projetos híbridos, segurança, qualidade...

Com seus três congressos simultâneos Intersolar, ees e Eletrotec+EM-Power o The smarter E South America 2022 reuniu em São Paulo mais de 130 palestrantes e debatedores e 2200 congressistas. Aqui se destaca o essencial dos painéis da Intersolar que trataram de geração centralizada, desigualdade regional, crescimento da fonte da América Latina, usinas híbridas, normas, segurança e certi cação de empresas.

No Brasil, o crescimento anual da geração centralizada fotovoltaica entre 2023 e 2025 será menor que a expansão verificada em 2022, segundo previsão da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, porém a fonte deve atingir 46 GW de capacidade instalada até 2030, em um cenário otimista. Hoje, essa capacidade está em torno de 6 GW e o avanço exponencial previsto para os próximos anos se deve, fundamentalmente, à competitividade da fonte solar, tanto no mercado livre como no regulado, e também à quantidade de projetos. São mais de 60 GW outorgados, que correspondem a um montante estimado de R$ 252,2 bilhões de investimento. Os números foram divulgados em painel sobre o

tema, no segundo dia do Congresso Intersolar.

“A energia solar fotovoltaica é o principal mo-

Mais importante polo de inovação energética da América Latina aponta futuro promissor da fonte solar fotovoltaica no Brasil e na região

tor da transição energética no mundo porque é a mais competitiva”, pontuou Ricardo Barros, vice-presidente de Geração Centralizada da Absolar. No Brasil, o destaque é o Estado de Minas Gerais, com 27 GW em projetos outorgados de geração solar centralizada (praticamente a metade do total do

País), seguido pela Bahia, Piauí, Rio Grande do Norte e Ceará.

Um dos principais drivers de crescimento da geração solar centralizada é o mercado livre, mas a Absolar reforça a importância da fonte solar ser incluída em todos os leilões do mercado regulado, em função de seu potencial competitivo para o equilíbrio econômico. Desde 2019, a energia solar tem registrado o melhor preço por MWh em praticamente todos os leilões. Segundo estudo realizado pela consultoria Cela - Clean Energy Latin America, no período de janeiro de 2021 a janeiro

Clarice Bombana, especial para FotoVolt Fotos: Izilda França
58
2
FotoVolt - Setembro - 2022

renováveis na matriz, no entanto é ainda muito dependente de um recurso central, que são as hidrelétricas. Daí a importância de diversificar as formas de geração, considerando as crises hídricas provocadas pelas mudanças climáticas. de 2022 houve um aumento de 37% no volume de contratação da energia solar por PPAs - Power Purchase Agreement no mercado livre, que somou 1522 MW médios, de um total de 2592,4 MW médios.

Entre os contratos de longo prazo assinados nesse mesmo período, dentro do mercado livre, 66% da energia solar foi vendida para as indústrias, enquanto as concessionárias contrataram apenas 4,4% da energia, mesmo liderando o volume total dos mapeamentos anuais.

Por fim, a instituição que mais financiou contratos de energia solar fotovoltaica nesse período foi o BNB - Banco do Nordeste, totalizando R$ 5,2 bilhões. O BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social foi o segundo meio mais utilizado, financiando R$ 1,2 bilhão.

“Desigualdade solar”

A matriz elétrica brasileira registrou um avanço expressivo da fonte solar fotovoltaica nos últimos anos. Atualmente, o Brasil possui 83% de energias

A geração solar fotovoltaica avança tanto no segmento de geração distribuída quanto no de geração centralizada, porém nota-se uma diferença no engajamento e investimento dos Estados no desenvolvimento dessa fonte renovável. “O Brasil começa a demonstrar uma desigualdade solar, em função das diferenças regionais de mercado”, sublinhou Rodrigo Sauaia, presidente da Absolar, durante o painel “Panorama do Setor Elétrico Brasileiro”.

Minas Gerais São Paulo Rio Grande do Sul Mato Grosso Santa Catarina Goiás Bahia Rio de Janeiro Paraná Mato Grosso do Sul Ceará Pernambuco Pará Maranhão Rio Grande do Norte Piauí Espírito Santo Paraíba Tocantins Distrito Federal Rondônia Alagoas Sergipe Amazonas Acre Roraima Amapá

Potência instalada (MW) (%)

2038,2 16,0 1701,5 13,4 1418,0 11,1 795,4 6,2 709,6 5,6 594,2 4,7 546,3 4,3 540,2 4,2 530,9 4,2 456,8 3,6 436,7 3,4 411,8 3,2 388,6 3,1 313,5 2,5 291,3 2,3 260,7 2,0 258,1 2,0 212,7 1,7 178,4 1,4 152,9 1,2 139,7 1,1 126,4 1,0 77,0 0,6 73,7 0,6 35,0 0,3 21,6 0,2 18,0 0,1

Alguns Estados avançaram com muita agilidade, a exemplo de Minas Gerais, que bateu 2000 MW de potência solar fotovoltaica instalada em geração distribuída, e de São Paulo, que atingiu 1631 MW (dados de agosto). Já o Amapá tem 17,9 MW, portanto menos de 1% da potência instalada em Minas. “Essa diferença, pela ótica do planejamento, deve ser reduzida”, destaca Sauaia. “Sabemos que cada Estado tem demanda e tamanho de mercado distintos, mas essa desigualdade não é proporcional ao consumo de energia elétrica de cada um deles, e requer atenção”.

Segundo o palestrante, é preciso considerar a importância do uso da energia solar como ferramenta estratégica no agronegócio e nas políticas de sustentabilidade, sem distinção por estado. Em carta enviada em julho aos candidatos a presidente da República, a Absolar pediu que o próximo governo se comprometa com a uma meta de 5 milhões de telhados solares até 2026, quantidade que corresponde a 25 GW de capacidade instalada, assim dobrando a potência em quatro anos mas seguindo uma distribuição mais uniforme pelo País.

Ricardo Barros, da Absolar “Energia solar fotovoltaica é o principal motor da transição energética no mundo porque é a mais competitiva” Geração distribuída – ranking estadual agosto 2022 (fonte: Aneel/Absolar)
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Projetos híbridos e variabilidade de energia

Como a energia solar fotovoltaica pode se integrar às demais fontes geradoras? Estudos mostram que ela é a fonte mais “comportada” ao longo do ano, e, por esta característica, apresenta boa complementaridade com outros tipos de geração (usinas eólicas, de biomassa, hidrelétricas e até mesmo termelétricas). Dada a importância do tema, em 2021 a AneelAgência Nacional de Energia Elétrica publicou a Resolução Normativa 954, que trata das centrais geradoras híbridas, regulamentando a complementaridade entre as fontes. “A hibridização é uma oportunidade de vincular duas ou mais fontes de geração no mesmo ponto de conexão, otimizando os recursos do sistema de transmissão, com vistas a atender as necessidades energéticas do País”, destacou Rafael Marques, especialista técnico regulatório da Mesa dos palestrantes do painel “Sistemas Híbridos e Plantas Solares FV”

Absolar, durante o painel intitulado “Sistemas Híbridos e Plantas Solares FV” da Intersolar.

Na ocasião, Eduardo Tobias Ruiz, sócio-fundador e diretor da Watt Capital, acrescentou que um projeto de geração associado implica compartilhar física e contratualmente a infraestrutura de conexão. “Isso traz uma economia adicional ao ganho de escala e um aumento de competitividade muito grande para as usinas fotovoltaicas, que, sozinhas, pagam mais pela TUST - Tarifa de Uso dos Sistemas Elétricos de Transmissão. Associada a empreendimentos eólicos existentes, a geração solar tem menores riscos de desenvolvimento e construção do projeto, sinergia de OEMs, além de minimizar a variabilidade/modulação da energia.”

Izilda França Hibridização é oportunidade de vincular fontes de geração distintas mas complementares, como solar e eólica, no mesmo ponto de conexão, aproveitando sinergias e otimizando recursos de transmissão
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Para dar força ao desenvolvimento dos processos de hibridização/associação das fontes de energia, o setor conta com novos recursos e benefícios, como as tecnologias de armazenamento, a serem aplicadas em todos os elos da cadeia do setor elétrico brasileiro, desde o consumidor cativo/ residencial até os sistemas de transmissão e distribuição. “Apesar do comportamento relativamente estável da fonte solar ao longo dos meses, o sol só está presente algumas horas do dia. Logo, a tecnologia de armazenamento permite que se module a injeção da energia na rede, deslocando a geração do período diurno para o noturno, ou do período de pico do sol para o final do dia, a depender da necessidade de cada região ou da volatilidade do preço”, afirmou Marques, ressaltando que o setor ainda não tem uma regulamentação voltada especificamente para o sistema de armazenamento de energia no Brasil.

Como exemplo de projeto híbrido de geração autorizado pela Aneel, Priscila Lino, diretora de regulação da Auren Energia, apresentou a usina associada eólica-solar localizada no Piauí (fronteira com Pernambuco), que será instalada no primeiro complexo (de um total de quatro) do Parque Ventos do Piauí, em operação comercial desde 2018 e cuja energia foi contratada no mercado regulado. Sol do Piauí, com 68,7 MW, vai funcionar ao lado de Ventos do Piauí I, composto por sete parques eólicos com 14 aerogeradores cada um, conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Cada um dos parques eólicos está conectado a um barramento de 34 kV. Toda energia é coletada numa subestação de 230 kV, da onde sai uma linha de cerca de quatro quilômetros até se conectar ao SIN, numa subestação chamada Curral Novo do Piauí, de 230/500 kV, onde será conectado o projeto Sol do Piauí,

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usufruindo de todo o sistema de transmissão existente para escoamento da energia gerada pelo complexo eólico.

Por conta da ótima complementaridade existente entre as duas fontes na região, foi necessário fazer uma otimização do projeto para que não fosse gerado um excedente de energia. “Esse foi um grande desafio o qual nos deparamos. Dado que a energia solar é uma fonte que produz um recurso sem muita variabilidade ao longo do ano, ao conjugá-la com uma fonte eólica, que produz muito mais no período seco de geração hidrelétrica no Brasil, se fez necessário implementar um sistema de corte automático de geração [curtailment], neste caso da fonte solar, para evitar produzir um recurso que não poderá ser injetado no sistema de transmissão e preservar todas as condições comerciais dos parques eólicos que estão contratados no mercado regulado”, explicou a diretora.

O parque híbrido da VTRM, joint venture formada pela Votorantim Energia e CPP Investments, receberá investimentos da ordem de R$ 200 milhões e conta com financiamento aprovado pelo BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social. O projeto será implantado até final do ano para entrega de energia no terceiro trimestre de 2023.

Crescimento da energia FV na América Latina

Em maio deste ano, o mundo atingiu 1 TW de potência acumulada de energia solar fotovoltaica (desde 2000), e a projeção de mercado é de que em três anos o planeta alcance o segundo terawatt solar instalado. A América Latina, dentro deste cenário de forte ascensão da energia solar, tem crescido a taxas acima da média, em especial porque a região apresenta um dos melhores aproveitamentos solares do planeta, com um clima tropical favorável à incidência dos raios do sol. A evolução e estratégias para o desenvolvimento da energia solar na região foram debatidas no painel “Mercados Solares na América Latina” da Intersolar.

Os países da América Latina como um todo têm um custo de energia elétrica muito elevado, o que torna a fonte solar fotovoltaica mais competitiva e facilita sua expansão geograficamente. De acordo com levantamento do Global Solar Council,

desde 2015 houve um crescimento de praticamente 40 vezes do mercado fotovoltaico na região. Apenas em 2021, cerca de 10 GW foram instalados, registrando um aumento de 44% em relação a tudo que fora instalado historicamente na região. Para este ano, as projeções também são muito positivas, com acréscimo de 17,2 GW, além de mais 30,8 GW por ano até 2026.

É preciso lembrar ainda que a América Latina possui características peculiares, com destaque para alguns desafios, como: o acesso ao crédito, as flutuações das taxas de câmbio, a inflação e os impostos que incidem sobre o setor nos diversos países. Percebe-se também que a distribuição do mercado ainda é bastante heterogênea, isto é, alguns países avançam com bastante força e agilidade, enquanto outros ainda são muito prematuros e emergentes na exploração da energia vinda do sol. “O que se observa é uma tendência geral de diversificação das matrizes elétricas na América Latina. Alguns países já são muito renováveis, outros dependem muito de combustíveis fósseis e hídricos, mas pode-se dizer que todos estão se movimentando rumo à transição energética e à retomada econômica pós-pandemia”, afirmou

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Para isso, no entanto, é preciso melhorar as estruturas legal e regulatória que dão segurança aos consumidores e, sobretudo, aos empreendedores e investidores, para fazerem negócios na região. Diferentes estratégias têm sido escolhidas pelos países latinoamericanos. Alguns deles trabalham com leilões de energia solar, outros têm adotado a medição líquida de energia (net metering) e alguns optado pela tecnologia de net billing. Há países que contam com incentivos fiscais específicos para energia fotovoltaica e também linhas públicas de financiamento de banco multilaterais que apoiam o desenvolvimento do mercado na região.

Segundo dados da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) de 2022, a diversidade do uso da fonte solar pelos países latino-ame-

ricanos ainda é muito grande. Brasil, México e Chile são responsáveis por 84% do mercado solar fotovoltaico da América Latina. “Logo, há muito espaço para ampliar a participação dos demais países do ranking, que precisam de energia limpa, renovável e competitiva, e que tenham o recurso solar de qualidade, mas ainda não fizeram uso desse potencial. Essa lacuna também representa uma oportunidade de negócio importante”, apontou o executivo, acrescentando que alguns países já têm, inclusive, metas de renovabilidade estabelecidas, a exemplo de Cuba, que elaborou um planejamento para atingir uma matriz 100% renovável, respaldada pela energia solar.

De acordo com a Acesol - Associação Chilena de Energia Solar, o país tem uma capacidade instalada de 33 GW, sendo um terço de renováveis, dos quais 5,4 GW correspondem à

energia solar, e possui o maior consumo de energia per capita da América Latina: 4000 kWh. No entanto, a participação da geração térmica ainda é alta (quase 40% da matriz) e, por isso, o país estabeleceu a meta de substituir 5,5 GW gerados a carvão por 22,5 GW de energias renováveis num período de oito anos, com investimentos de US$ 30 bilhões, sem considerar os aportes necessários em transmissão e distribuição.

Melhores práticas, segurança, treinamento e normas

Diante do crescimento da energia solar fotovoltaica, que conquistou a terceira posição na matriz energética brasileira (com 18 GW em operação em agosto), surgem novas demandas de qualidade e segurança, que movimentam as agendas das autoridades

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e instituições competentes. Um dos tópicos mais importantes e discutidos é a qualidade dos produtos do sistema fotovoltaico. Estes equipamentos e componentes devem seguir as normas brasileiras estabelecidas pela ABNTAssociação Brasileira de Normas Técnicas, e quando necessário, as normas de referência internacionais (IEC, NEC, VDE e outras). Além disso, para serem comercializados no País, os equipamentos fotovoltaicos convencionais (módulos, controladores, baterias, inversores), sobretudo da micro e minigeração distribuída, devem ter a etiquetagem compulsória do Inmetro - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, regida pela nova Portaria no 140/2022. Os principais aspectos cobertos pelo regulamento dizem respeito à segurança elétrica, desempenho energético, compatibilidade com a rede elétrica, compatibilidade eletromagnética e requisitos de informação ao usuário/ consumidor.

É preciso também atentar para a qualidade de todo o projeto e engenharia. O sistema fotovoltaico deve ser desenvolvido por empresa devidamente registrada junto ao Crea/ Confea e sua instalação requer acompanhamento de empresa/profissional habilitado, que assegure o controle da qualidade. Depois de instalado, o sistema passa por um processo de vistoria pela distribuidora de energia, que autoriza a conexão do sistema à rede elétrica. Daí a importância em capacitar e certificar os profissionais que vão fazer a instalação ou montagem de sistema fotovoltaicos em telhados, por exemplo.

“A Absolar, em conjunto com várias outras instituições, trabalhou no desenvolvimento de um programa de certificação para montadores de sistemas fotovoltaicos, oferecido pelo Senai - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, como uma forma de trazer mais qualidade e garantir uma reciclagem periódica desses profissionais no mercado”, relatou Rodrigo Sauaia, da Absolar, durante o painel “Melhores Práticas, Qualidade, Segurança, Treinamento e Normas”, apresentado no terceiro dia do congresso.

Outro quesito a ser conferido é a credibilidade/qualidade das empresas que atuam no setor. Nesse sentido, a Absolar está lançando o programa de Certificação Voluntária de Qualidade, que atesta que uma empresa do setor fotovoltaico cumpre os requisitos preestabelecidos para oferecer ao mercado serviços ou produtos com qualidade e segurança [veja na pág. 68]. O selo é uma marca de conformidade que pode nortear o consumidor nas suas escolhas.

Já com o objetivo de mitigar riscos ou danos decorrentes de problemas estruturais provenientes das instalações fotovoltaicas, a ABNT está elaborando, em parceria com o Corpo de Bombeiros, um guia/manual de

boas práticas e segurança para ajudar os bombeiros a tratar uma edificação provida de sistema fotovoltaico na ocorrência de incêndio. “A edificação pode pegar fogo por vários motivos, que não sejam associados ao sistema fotovoltaico, mas a partir do momento em que existe um sistema de fonte solar, os bombeiros precisam, além de ter acesso a essa informação, saber qual protocolo deve ser seguido para combater esse incêndio de forma segura”, explicou Sauaia. Ele citou um estudo realizado na Alemanha, segundo o qual 55% dos incêndios em instalação fotovoltaicas foram causados por falhas humanas, seja no projeto ou na instalação do sistema ou equipamento.

Leandro Michels, professor da UFSM - Universidade Federal de Santa Maria (RS), sublinhou a importância em conhecer os principais riscos de incêndio nas instalações fotovoltaicas (análise de riscos), para então definir medidas mitigatórias com reavaliações periódicas. Há riscos intrínsecos, que são controláveis, associados a eventos que tenham envolvimento dos elementos ou dos processos de fabricação e instalação do sistema fotovoltaico, como uso dos equipamentos ou dispositivos inadequados e projetos e instalações inadequados. E há os riscos extrínsecos ou não controláveis, associados a eventos externos que impactam a instalação fotovoltaica, como fatores climáticos extremos (vendavais, granizo, distúrbios eletromagnéticos/raios, cinzas, etc.), acidentes não previsíveis, calor ou fogo de origem externa. Entre os eventos intrínsecos está o arco elétrico em série, que gera calor elevado que provoca a combustão de elementos do sistema fotovoltaico; corrente de fuga

Painel “Melhores Práticas, Qualidade, Segurança, Treinamento e Normas” Izilda França
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A Universidade Mi Omega há mais de 2 anos traz cursos online na área de engenharia elétrica com o objetivo de levar conhecimento aos profissionais que desejam se aprofundar e obter mais domínio no setor, de forma que nosso slogan “conhecimento sem achismo” expressa essa ideia, já que nossos cursos têm embasamento em normas, afinal a engenharia não é campo para achismo.

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excessiva no transformador ou inversor, geralmente decorrente de falta de manutenção; e sobreaquecimento (causada por projeto ou dispositivo inadequado).

Segundo Rodrigo Sauaia, o tema é tão novo que ainda não há uma norma internacional estabelecida. Como referência para elaborar o guia de boas práticas e segurança adotou-se o relatório técnico IEC TR 63226:2021 sobre gerenciamento de risco de incêndio relacionado aos sistemas fotovoltaicos em edifícios. Para este desenvolvimento, a ABNT já constituiu uma ação entre três áreas da entidade: a recémcriada ABNT/CEE-253 (Comissão de Estudo Especial), que coordenada a elaboração de normas técnicas para o setor de energia solar no Brasil; o ABNT/CB-03, comitê responsável por normas de eletricidade em instalações elétricas; e o ABNT/CB-24, comitê que trata das normas de segurança contra incêndios, especificamente.

“A ideia é que esta publicação seja transformada, posteriormente, numa normativa a ser seguida pelo setor, para garantir maior qualidade e segurança das usinas fotovoltaicas em edifícios, ajudando a reduzir os riscos dos sinistros”, finalizou o dirigente da Absolar.

Já com foco nas grandes usinas fotovoltaicas (geração centralizada), a Climatempo Agência Brasileira de Meteorologia desenvolve um estudo para analisar como as descargas atmosféricas e queimadas comportamse ao longo do tempo (por Estado e períodos delimitados), e realiza um monitoramento em tempo real com sistema de alerta georreferenciado dessas duas variáveis, associado às condições climáticas, para auxiliar na rotina operacional das usinas e contribuir para preservar a segurança dos trabalhadores.

Por fim, Rodrigo Sauaia afirmou que o setor acredita muito na autorregulação. “O setor fotovoltaico é muito dinâmico, a tecnologia amadurece de forma muito rápida. Por isso, acreditamos no trabalho conjunto entre os principais players [fabricantes, academia, instituições de governo] para criar e propor regras e soluções voluntárias para o avanço do mercado”.

Certificação voluntária de qualidade

Durante o Congresso da Intersolar South America, a Absolar anunciou o lançamento da Certificação Volun-

tária de Qualidade, que atesta que uma determinada empresa cumpre os requisitos preestabelecidos para oferecer ao mercado serviços ou produtos com qualidade e segurança. “Esta ação foi motivada para dar suporte à estruturação do setor, atender uma demanda de mercado por qualidade comprovada e promover uma competitividade justa entre as empresas”, esclareceu Marisa Plaza, analista de certificação da Absolar. O programa é voltado a empresas e não a profissionais e produtos.

Uma vez solicitada e contratada, a certificação consiste num processo de avaliação documentado realizado por entidades independentes e qualificadas, chamadas de Organismos de Certificação Designados (OCDs). O atestado é um dos mecanismos de Avaliação da Conformidade (AC) e pode ser aplicado a empresas de produtos, processos, serviços ou sistemas de gestão. Uma vez auditada e aprovada, a empresa constará da lista de certificadas na página oficial pública do programa da entidade na Internet e receberá o “Selo Qualidade Absolar”, além de participar de outras ações de comunicação e divulgação.

“O Selo de Qualidade da Certificação Absolar é voluntário, ou seja,

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forma de mostrar e provar o desempenho da empresa para o seu cliente e assegurar um produto ou solução de melhor qualidade e durabilidade”, afirmou Marisa. Ele é voltado a todos os elos da cadeia de valor, ou seja, abarca fabricantes, importadores, projetistas, instaladores, integradores, operadores e empresas de treinamento.

O programa da Absolar compreende três níveis/categorias de certificação: Nível A (o mais completo, com requisitos técnicos exigentes e aprimorados, e auditorias anuais de manutenção); Nível B (intermediário, com tempo de vigência de 12 meses); Nível C (atende aos requisitos mais básicos, voltado a empresas menores, que ainda estão se estruturando, com tempo de vigência de seis meses). Mais informações podem ser obtidas no site www.certificacaoabsolar.org.br

não é exigido por força de lei, mas faz toda diferença para o mercado e para o consumidor final. É uma Marisa Plaza (Absolar): nova certi cação é voltada a empresas, e não a pro ssionais e produtos Izilda França Absolar/Shutterstock
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Estacionamentos geradores fotovoltaicos

Da Redação de FotoVolt

Os chamados abrigos para veículos que integram módulos fotovoltaicos, conhecidos também como carports solares, estão cada vez mais disseminados, seja em versão conectada ou isolada da rede, com ou sem carregador integrado para veículos elétricos. Aqui, são relacionados diversos fornecedores e as características de sua oferta, como dimensões, tipo de fundação, potência nominal FV, tensão e componentes.

Empresa/Telefone/E-mail

Construção modular ampliável Quantidade de veículos Dimensões típicas da estrutura, por veículo Estrutura de aço galvanizado a quente Estrutura em alumínio Fundação em concreto Potência nominal (Wp) Tensão da rede (V) 3f/60 Hz

Ener Brasil (85) 98820-0200 juan.rapetti@enerbrasil.com.br

Isoeste Metálica 0800 943 1030 mkt.metalica@isoeste.com.br

Modular Estruturas (45) 99152-8523 contato@modularestruturas.com.br

NTC Somar (11) 94575-1761 contato@ntcsomar.com.br

PHB Eletrônica (11) 97772-7475 Ivan.sarturi@phb.com.br

PLP (11) 4448-8000 solar@plp.com.br

Revolution (41) 4113-0021 contato@revolutionestruturas.com.br

Romagnole (44) 3233-8500 marketing@romagnole.com.br

Sonnen Energia (55) 99197-4070 contato@sonnen.com.br

26

5

2,5

Conectado à rede Isolado da rede Módulos fotovoltaicos Inversor Cabos e conectores String boxes Caixas de junção Pontos para recarga de veículos elétricos Outros

Sistema de aerramento e estanqueidade

Cobertura solar para estacionamento Componentes integrados
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• ••
• 1 a 26 × 3 × 3 ••• ••
• 1 a 26 × 3 × 2,2 •• 3.690127 a 380 •••••••
• ilimitado5,8 × 2,95 × 2,3 •
• ilimitado7,2 × 5,6 × 2,6 ••• •• • Travamento de módulos com estanqueidade
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No Brasil

CBGD - O CBGD - Congresso Brasileiro de Geração Distribuída e a Expo GD - Feira Brasileira de Geração Distribuída, organizados pelo grupo FRG Mídias e Eventos em parceria com a ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída, acontecem em conjunto nos dias 9 e 10 de no vembro, em Belo Horizonte, MG. Informações: www.expogd.com.br  e www.cbgd.com.br.

360 Solar - Com organização da ElektSolar, empresa de treinamentos para profissionais do mercado fotovoltaico, o evento Conectando a Energia Fotovoltaica com o Futuro vai contar com palestras sobre o setor e apresentação de novas tecnologias. Será realizado em Florianópolis, SC, em 24 e 25 de novembro. Informa ções: https://360solar.com.br.

Redes inteligentes - O 14º Fórum Latino-Americano de Smart Grid acontecerá nos dias 29 e 30 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca em São Paulo, SP. O tema central será “A energia renovável, a livre comercialização e a digitalização das empresas e dos consumidores, trazendo novos papéis e desafios aos agentes”. O evento tem o objetivo de acelerar a introdução de novas tecnologias e inovações nos serviços de energia do Brasil e dos demais países da América Latina. Mais in formações podem ser obtidas no site www.smartgrid.com.br.

Encontro Absolar - Nos dias 7 e 8 de dezembro, será realizada no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, SP, a segunda edição do Encontro Nacional Absolar, voltada para os profissionais de toda a cadeia de valor solar, que visa abordar ten dências e estratégias para o mercado

fotovoltaico. O evento terá mais de 15 sessões de conteúdo e negócios, 60 palestrantes e interação entre potenciais fornecedores, clientes e parceiros. Mais informações em eventos@ absolar.org.br.

FIEE - A FIEE - Feira Internacional da Indústria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade, organizada pela Reed Exhibitions, está marcada para 18 a 21 de julho de 2023, no São Paulo Expo, em São Paulo, SP. A exposição é considerada um dos principais eventos de soluções em automação, conectividade, equipamentos elétricos e eletrônicos de alta tecnologia para instalações industriais. Conta com presença de diversos segmentos entre os visitantes: GTD de energia, óleo e gás, alimentos & bebidas, agro negócio, automotivo, transporte & logística, papel e celulose, química e farmacêutica, siderurgia e metalurgia, mineração, cidades inteligentes, pre feituras e órgãos públicos. Mais informações sobre o evento podem ser obtidas no site www.fiee.com.br.

Produtos e soluções – A Fronius oferece a profissionais de energia solar FV os Treinamentos Técnicos de Produtos & Soluções, que acontecem uma vez por mês na sede da empresa, em São Bernardo do Campo, SP, e abordam instalação, armazenamento e monitoramento de energia solar, bem como os produtos e soluções da empresa. Informações no site https://www.fronius.com/pt-br/.

Cursos

Projeto, vendas – O Canal Solar realiza diversos cursos voltados ao setor fotovoltaico, oferecidos nas versões online ao vivo/presencial e exclusivamente online ao vivo. O curso avançado Projeto de sistemas FV com PVSyst e Solergo, em formato EAD, é destinado a profissionais de engenharia, técnicos ou profissionais de outras áreas que possuem conhecimentos básicos de eletricidade e sistemas fotovoltaicos. Também são oferecidos em formato EAD os cursos Fundamentos da energia solar fotovoltaica e Energia solar FV – Módulo comercial –vendas. Mais informações no site https://cursos.canalsolar.com.br.

Projetos off grid, sistemas híbridos – A Neosolar oferece vários cursos voltados ao segmento solar. Em breve, serão abertas turmas para os seguintes treinamentos online: Energia solar off grid com bateria, cujo objetivo é apresentar desde os funda mentos da energia solar até o cálculo dos equipamentos para uso em diversas aplicações; Energia solar: sistemas híbridos com bateria, que visa ensinar como dimensionar um sistema utili zando inversores híbridos com apoio da rede elétrica, gerador ou baterias, apresentando as vantagens oferecidas por esses sistemas; e Energia solar on grid – microgeração distribuída, que vai oferecer uma visão geral sobre legisla ção, instalação, equipamentos, dimensionamento, custos e o funcionamento dos sistemas de energia solar fotovoltaica conectados à rede. A entidade também oferece os cursos Mapeamento aéreo com drones para desenvolvimento de projetos de energia solar, Normas de instalação e comissionamento em energia solar e Carro elétrico: mobilidade elétrica e carregadores – Online e ao vivo. https://www.neosolar.com.br/ cursos-energia-solar.

Fios e cabos – A IFC/Cobrecom ofe rece diversos treinamentos gravados, entre os quais o de Cabos para instalações em sistemas fotovoltaicos. Para requisitar o conteúdo, o interessado deve enviar e-mail para marketing@ cobrecom.com.br.

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No exterior

Enlit Europa - A versão europeia da Enlit, evento do setor de energia que visa discutir as principais questões relacionadas à transição energética, vai acontecer em Frankfurt, Alemanha, de 29 de novembro a 1º de dezembro. Serão realizadas apresentações técnicas e exposições de produtos e soluções. O foco da edição são descarbonização, descentralização, democratização e digitalização. Mais informações no site www.enlit-europe.com.

Light + Building - A Light + Building será realizada de 2 a 6 de outubro, em Frankfurt, Alemanha. A exposição contará com produtos para planejamento integrado de edifícios, design de iluminação e luminárias, segurança conectada, automação pre dial, sistemas de instalação elétrica, gerenciamento inteligente de energia, etc. Mais informações: https:// light-building.messefrankfurt.com/ frankfurt/en.html.

The smarter E/Intersolar Europe –Principal evento, composto por feira e congresso, mundial do setor de energia solar, a Intersolar Europe 2023 vai acontecer de 13 a 16 de junho de 2023 no centro de exposições Messe München, em Munique, na Alema nha, sob a plataforma de soluções de energia The smarter E Europe. Mais informações podem ser obtidas em https://www.thesmartere.de.

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Pesquisa & inovação

Usando salmoura para extrair prata de alta pureza de células FV

Cientistas da Universidade de Leicester descobriram um processo alternativo que recupera prata e alumínio de células fotovoltaicas (FV) em fim de vida. O processo usa solventes baratos e é mais ecológico do que o processo mais comum usado atualmente, que normalmente envolve ácidos minerais.

Segundo o Dr. Guillaume Zante, que chefia a equipe no Centro de Pesquisa de Materiais da universidade, o processo usa cloreto de ferro e cloreto de alumínio dissolvido em salmoura para extrair prata e alumínio das células solares. Com tais solventes, são recuperados mais de 90% da prata e do alumínio em um período de 10 minutos. A prata obtida é de alta pureza, o que significa que pode ser reutilizada em ambientes industriais.

Trata-se de um dos primeiros casos de uso de salmouras em vez de ácidos minerais na extração de metais. As salmouras desse processo não usam cloreto de sódio, o sal comum, mas cloreto de colina (um ingrediente normalmente usado em ração para frangos) e cloreto de cálcio (um anticongelante comum), mas segundo o Dr. Zante existem muitos sais diferentes que podem ser investigados em estudos posteriores. No processo, primeiro a camada de alumínio é removida com cloreto de alumínio em água. A solução resultante pode ser usada para tratamento de águas residuais. Em segundo lugar, a prata é dissolvida usando cloreto de ferro para oxidá-la em uma mistura de cloreto de colina em água. Após a recuperação dos metais, a pastilha de silício restante pode ser usada para fazer novas células solares. As salmouras são baratas e mais ecológicas, enquanto os ácidos minerais são produtos químicos perigosos, como o ácido nítrico, que contribui para as chuvas ácidas, a eutrofização e as

Processo recupera em 10 minutos mais de 90% da prata e do alumínio das células solares

mudanças climáticas ao liberar óxido nitroso (um gás de efeito estufa) no meio ambiente.

A prata é essencial para o funcionamento das células fotovoltaicas, ajudando a transferir a energia dos raios solares para os componentes de silício que compõem a parte semicondutora da sua estrutura. A quantidade de prata natural encontrada em minérios de prata está diminuindo, tornando a oferta uma preocupação para o futuro. Isso não afeta apenas a produção de células fotovoltaicas, mas também outros itens essenciais, como chips de LED, reatores nucleares, equipamentos para a indústria médica e muitos outros.

A produção de energia elétrica de origem solar deve aumentar 30 vezes nos próximos 10 anos, e a maior produção de células solares levará a uma demanda crescente pelas matérias-primas que as compõem, principalmente a prata, o alumínio e o silício usados nas células cristalinas, que representam 90% do mercado atual. Por outro lado, com a vida útil de uma célula sendo de 25 a 30 anos, estima-se que haverá 80 megatoneladas de resíduos de painéis solares até 2050. De acordo com os regulamentos da União Europeia, um mínimo de 75% do material que compõe os painéis solares deve ser recuperado, e um mínimo de 65% reciclado. Além

disso, se depositadas em aterros, as células fotovoltaicas podem liberar materiais tóxicos, produtos químicos orgânicos voláteis e metais pesados (por exemplo, chumbo, estanho) que representam uma séria ameaça ao meio ambiente e à saúde humana.

Os pesquisadores publicaram seu trabalho no artigo Efficient recycling of metals from solar cells using catalytic etchants, no “Journal of Cleaner Productiont”, 2022, 133552 (https://doi.org/10.1016/j. jclepro.2022.133552). Segundo Guillaume Zante, a equipe agora está tentando aplicar a mesma abordagem de extração com salmouras “não convencionais” a diferentes metais de distintas fontes de resíduos, como smartphones, materiais termoelétricos e ímãs.

Material ferrolétrico promete facilitar produção de células solares

U ma equipe de pesquisa liderada por cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (Berkeley Lab), dos Estados Unidos, demonstrou em artigo publicado na revista Science Advances uma nova maneira de fabricar células solares, que pode reduzir custos e riscos ambientais e de saúde pública. A solução inovadora envolve um material solar cristalino de perovskita com um campo elétrico embutido, uma propriedade que os cientistas batizaram de “ferroeletricidade”.

Segundo os pesquisadores, o novo material ferroelétrico desenvolvido em laboratório a partir de tribrometo de césio germânio (CsGeBr3 ou CGB)

abre as portas para uma abordagem mais fácil para a fabricação de dispositivos de células solares. Ao contrário dos materiais solares convencionais,

Salmoura + agente oxidante Frente Água + agente oxidante Lixiviação de Ag Ag Ag SiNx Si Lixiviação de AlTraseira Al Al Células solares descartadas Leicester University
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Pesquisa

os cristais CGB são inerentemente polarizados, isto é, um lado do cristal acumula cargas positivas e o outro lado acumula cargas negativas sem necessidade do chamado doping químico demandado na fabricação convencional das células solares.

Além de ser ferroelétrico, o CGB também é considerado um haleto de perovskita sem chumbo, uma classe emergente de materiais solares que

têm intrigado os pesquisadores por sua acessibilidade e facilidade de síntese em comparação com o silício.

O problema é que muitos dos haletos de perovskita de melhor desempenho contêm naturalmente o chumbo, o que traz riscos de contaminação ao meio ambiente e de saúde pública.

inovação

Imagem microscópica de nano os, com 100 a 1000 nanômetros de diâmetro, cultivados a partir de tribrometo de césio e germânio (CGB) em um substrato de mica. Os nano os CGB são amostras de um novo material solar de haleto de perovskita sem chumbo

“Se você pode imaginar um material solar sem chumbo que não só capta energia do sol, mas também tem o bônus adicional de ter um campo elétrico natural e espontaneamente formado – as possibilidades em todas as indústrias de energia solar e eletrônica são bastante animadoras”, disse o coautor sênior do estudo, Peidong Yang, especialista em nanomateriais e cientista sênior da Divisão de Ciências de Materiais do Berkeley Lab, além de professor de química e ciência dos materiais e engenharia na

O novo material ferroelétrico dispensa o que a indústria de células solares precisa fazer na atualidade, ou seja, “dopar” as células solares com produtos químicos para que uma camada do dispositivo tenha uma carga positiva e a outra camada uma carga negativa. Este design multicamadas garante que os elétrons fluam do lado negativo de um dispositivo para o lado positivo – um fator-chave na estabilidade e desempenho do dispositivo. Bom acrescentar que esse “doping” químico e a síntese em camadas também encarecem a fabricação.

Embora o desenvolvimento tenha sido divulgado, os pesquisadores acreditam que há ainda muito trabalho a ser feito antes que o material CGB tenha aplicação em um dispositivo solar comercialmente. Mas, segundo o pesquisador Yang, os resultados são animadores, pois o material ferroelétrico de perovskita, um sal, se

Peidong Yang e Ye Zhang/Berkeley Lab
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&

Veículos elétricos

Smart cities: o veículo elétrico como agente

No contexto das smart cities, o veículo elétrico se torna um importante player: além de aprimorar os índices de mobilidade e sustentabilidade, permite a descentralização energética e melhor gestão do recurso.”

Uma smart city, ou cidade inteligente, é conectada, eficiente e sustentável. A partir do desenvolvimento das tecnologias e da acessibilidade e aplicabilidade destas, torna-se possível um maior monitoramento e controle dos ativos de uma cidade, visando à sustentabilidade e maior eficiência no uso dos serviços, da infraestrutura e dos recursos como água, gás e energia elétrica. Uma smart city, a partir da gestão inteligente dos recursos, visa ao maior bem-estar dos seus cidadãos e ao uso racional dos recursos naturais.

Outra questão importante em uma smart city é a gestão dinâmica no contexto de recursos descentralizados, como é o caso de pontos de geração de energia espalhados pela cidade, o que traz mais variáveis para a otimização mas também mais ativos para serem controlados de modo a se ter capacidade para atender a demanda.

Smart cities brasileiras

O conceito de cidade inteligente pode ser aplicado independentemente da localidade, mas possui um maior

apelo em regiões que se destacam no desenvolvimento de tecnologias. O Brasil, apesar de ocupar a 57ª posição entre 132 países no Índice Global de Inovação [1], possui polos de desenvolvimento tecnológico que concentram institutos de pesquisas, incubadoras de startups, universidades, etc., gerando um ecossistema propício para a aceleração da inovação e maior aplicabilidade da tecnologia nas cidades. Nesse contexto, há diversas iniciativas de smart cities espalhadas pelo País.

O Connected Smart Cities [2] é uma plataforma que auxilia no processo de aceleração do desenvolvimento das cidades inteligentes, realizando fóruns, disseminando conhecimento e mapeando os potenciais de cada cidade, a partir de um ranking realizado anualmente. Esse ranking avalia as cidades nos seguintes 11 eixos temáticos: Urbanismo, Economia, Educação, Empreendedorismo, Energia, Governança, Mobilidade, Segurança, Meio Ambiente, Saúde e Tecnologia

& Inovação. No último levantamento do ranking, realizado em 2021, as 10 cidades mais inteligentes do Brasil, segundo os critérios dos 11 eixos, são: 1) São Paulo, SP; 2) Florianópolis, SC; 3) Curitiba, PR; 4) Brasília, DF; 5) Vitória, ES; 6) São Caetano do Sul, SP; 7) Rio de Janeiro, RJ; 8) Campinas, SP; 9) Niterói, RJ; 10) Salvador, BA.

Além das que constam do levantamento do Connected Smart Cities, há outras iniciativas de cidades inteligentes que devem ser destacadas, como a cidade de São José dos Campos (SP), que obteve o título de primeira cidade inteligente do Brasil [3], certificada conforme as normas NBR ISO 37120, NBR ISO 37122 e NBR ISO 37123, assim entrando para a seleta lista de 79 cidades em todo o mundo que também detêm tal certificação. Outro destaque é do Sapiens Parque, localizado em Florianópolis (SC), que apesar de não ser uma cidade aplica os conceitos de smart city em seu extenso território, e funciona como

Rafael Cunha*
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um laboratório vivo, onde a aplicação da tecnologia é presente em todas as esferas. O parque possui laboratórios de pesquisa, instituições de ensino, empresas de tecnologia e um ecossistema conectado e favorável para a consolidação e crescimento do espírito inovador e cooperação.

Veículo elétrico como agente

No contexto das smart cities, o veículo elétrico se torna um importante player, já que além de aprimorar os índices de mobilidade e sustentabilidade, também permite a descentralização energética e melhor gestão do recurso. Conforme apresentado nos artigos anteriores desta coluna, a tecnologia de recarga e comunicação também está em desenvolvimento, já sendo possível que um veículo injete energia na rede elétrica. A tecnologia V2G (vehicle to grid) pode ser encontrada em um único modelo comercializado no Brasil, o Nissan Leaf. A potência de injeção na rede é ainda limitada, mas o avanço tecnológico deve permitir o aumento dessa potência e também a disseminação para outros modelos de veículos. O V2G traz a interessante dinâmica de cargas elétricas que podem ser transportadas de um ponto da rede elétrica a outro sem o uso dos condutores da própria rede. Em outras palavras, um usuário pode carregar seu veículo em um ponto da rede e contribuir com o fornecimento

da energia em outro ponto da rede em que haja maior limitação técnica.

O V2G não é a única tecnologia relacionada aos veículos elétricos capaz de beneficiar uma cidade inteligente. O smart charging também pode auxiliar a rede elétrica a partir de modulações nas potências de recargas, de maneira a otimizar a operação técnica e financeira de determinada parte do sistema.

Os veículos elétricos, além de serem meios de condução limpa, podem ser entendidos como baterias sobre rodas, podendo servir de backup para a rede em estratégias de peak shaving (corte do pico de demanda) e load shift (deslocamento de carga), tendo também muita aderência com programas de resposta da demanda, seja de modo ativo com o V2G, contribuindo com a injeção de potência na rede, seja de modo passivo com o smart charging, deixando de consumir ou reduzindo a potência de consumo.

A tecnologia embarcada nos equipamentos e dispositivos da mobilidade elétrica é de grande contribuição para as smart cities, pois permite conectar informações do trânsito e do consumo energético distribuído para os operadores tomarem decisões otimizadas.

Para isso, basta que os carregadores sejam inteligentes e possuam a funcionalidade de smart charging incorporada, o que condiz com a especificação técnica de boa parte dos equipamentos comercializados no País. Portanto, a partir de um monitoramento e gestão da rede elétrica, é possível identificar oportunidades para que os veículos elétricos contribuam passivamente com a rede, reduzindo a potência de recarga, podendo-se fazer a seleção dos equipamentos por potência, período e localização. Dessa forma, configura-se um grande ativo desagregado da rede elétrica e que pode estar à disposição dos operadores desta para atender às restrições quando conveniente, em troca de um incentivo financeiro.

Referências

[1] https://anpei.org.br/brasil-melhoraposicao-em-ranking-global-de-inovacaoem-2021/

[2] https://portal.connectedsmartcities.com. br/2022/03/14/quais-sao-as-cidades-maisinteligentes-do-brasil/

[3] https://www.sjc.sp.gov.br/noticias/2022/ marco/16/sao-jose-e-certificada-a-primeiracidade-inteligente-do-brasil/

* Rafael Cunha é engenheiro eletricista e COO da startup movE Eletromobilidade. Nesta coluna, apresenta e discute aspectos da mobilidade elétrica: mercado, estrutura, regulamentos, tecnologias, afinidades entre veículos elétricos e geração solar fotovoltaica, e assuntos correlatos. E-mail: veletricos@arandaeditora.com.br, mencionando no assunto “Coluna Veículos Elétricos”.

Fig. 1 – Ônibus elétrico alimentado por energia solar (fonte: Sapiens Parque) Fig. 2 – Tecnologia V2G - vehicle to grid (fonte: Cenex, via Cleantech Group)
77FotoVolt - Setembro - 2022 Veículos elétricos

Produtos

Armazenamento de energia

A Kehua Tech lançou um sistema de armazenamento de energia residencial completo, batizado de série iStoragE. O conjunto, composto por inversor híbrido e bateria, garante, segundo a fabricante, a segurança do consumo residencial de eletricidade para os usuários, além de melhorar a taxa de eletricidade autogerada e aumentar o retorno do investimento.

De acordo com a Kehua, para facilitar a instalação, cada parte do sistema de armazenamento de energia é modular, com acessórios padronizados e conectores plug-and-play. Suporta comutação automática on/off-grid de todo o sistema para diferentes necessidades de cenário. A bateria usa grandes células LFP multiplicadoras,

quenas instalações fotovoltaicas com painéis, torres de luz solar móveis para uso temporário até grandes sistemas de energia FV em locais industriais ou comerciais. A empresa também fornece sistemas de câmeras solares portáteis em trailers, painéis solares de alta resistência, baterias, geradores de backup para equipamentos solares, controladores de carga solar, inversores e chaves de transferência, transformadores, fiação e conectores fotovoltaicos. Outro produto fornecido são os kits solares fotovoltaicos plug-and-play, que incluem painéis, baterias, controladores de carga, kits de montagem e acessórios.

www.larsonelectronics.com

Módulo Half cell

o que acarreta menos células e maior capacidade, afirma a companhia.

O isolamento elétrico e interno visa minimizar a probabilidade de acidentes de segurança da bateria, e o módulo de incêndio embutido possui proteção térmica de fuga, a fim de evitar a propagação de acidentes.

O equipamento conta ainda com um sistema de gerenciamento inteligente, que permite o monitoramento do módulo de bateria e o gerenciamento individual de carga e descarga. Através desta tecnologia, o iStoragE permite a combinação de baterias usadas e novas e expansão não destrutiva.

www.kehua.com

Equipamentos solares

A Larson Electronics oferece diversos tipos de soluções solares, como pe-

O módulo FV Half cell 460 W, da AE Solar, distribuído pela Fotus, é projetado com tecnologia anti-PID, conta com 120 células monocristalinas e apresenta, de acordo com a empresa, alta resistência à corrosão provocada pela salinidade, à areia e é estável e robusto. A fabricante

oferece 15 anos de garantia de fábrica e 30 anos de garantia de eficiência.

A AE Solar é classificada como fa-

bricante Tier1 pela Bloomberg. Todos os painéis da marca contam com chips antipirataria.

www.fotus.com.br

Arandelas solares

A Intelbras lançou recentemente arandelas solares off grid, destinadas a áreas externas para residências, condomínios, e pequenos e médios negócios. Os produtos, disponíveis em três

modelos, são compostos por bateria, painéis solares, iluminação LED e sensor de movimento (integrados e com acionamento automático) — desligam automaticamente durante o dia e ficam acesas à noite. O modelo ASI 220 conta com luz branca, o ASI 220 com luz amarela e o ASI 500, com a função dual color (luz branca e amarela). Além disso, o ASI 220 tem 1,5 W de potência, fluxo luminoso de 220 lúmens e autonomia de três noites enquanto o ASI 500 possui 5 W de potência e fluxo luminoso de 500 lúmens, com bateria suficiente para duas noites em atividade. O modelo ASI 500 (foto) também apresenta outros diferenciais, como possibilidade de instalação de até 4 metros de altura e dois modos de funcionamento: sempre acesso, com máxima iluminação ao detectar movimentos; e constante em que o acessório permanece aceso por até 5 horas em baixa iluminação.

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3) Usuário(a) final

Concessionária de energia elétrica ou cooperativa de eletrificação Indústrias em geral Comércio e serviços Órgãos governamentais e instituições Telecomunicações Outros (especificar)

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BIPV - O livro “O que toda empresa de energia solar precisa saber sobre integra ção de sistemas fotovoltaicos a edificações residenciais e comerciais” tem o objetivo de oferecer ferramentas para a integração de sistemas solares nas edificações, visando a va lorização dos imóveis além de alto desempenho energético. Escrita por Clarissa Debiazi Zomer e Isadora Pauli Custódio, arquitetas com foco em BIPV, a obra aborda temas como geração distribuída (vanta gens, cenário e melhor forma de gerar sua própria energia); possibilidades de gerar energia nas edificações (maneiras de integrar os sistemas foto-

voltaicos em edificações, para que tenham outras funções além da geração de energia); tecnologias disponíveis (como escolher a mais adequada ao projeto); fatores que influenciam a geração fotovoltaica; dicas de otimização energética e de uma integra ção de sucesso (passo a passo do que deve ser avaliado no projeto para a integração fotovoltaica otimizada e bem sucedida); e profissionais necessários em um projeto de integração fo tovoltaica em edificações. O livro é direcionado a empresas de integração solar que atuam junto a residências e comércios. https://contato 1653091708.kpages.online/ energiasolar

Logística no setor solarA Vendemmia, empresa de importação e exportação, elaborou um e-book que trata de logística no setor de energia solar. Segun do a empresa, o assunto é um desafio para diversos segmentos, mas principalmente para o mercado fotovoltaico, que depende bastante de importações. Em 2021, US$ 2 bilhões foram movimentados em importações de módulos fotovoltaicos, de acordo com a companhia. A publicação elabora um passo a passo, desde a importação até o transporte ao cliente final, apresentando detalhes das etapas do pro cesso, documentos e especificações do setor e como a

Publicações

logística integrada, também conhecida como 4PL, pode facilitar o gerenciamento desta cadeia. São abordados modelos de im portação, impostos diretos e indiretos de importação, incentivos e financiamentos, tecnologia na armazenagem, embalagens, eti quetagem, insumos, inspeção e adequação de produtos, industrialização do gerador fotovoltaico, transportes para o setor, etc. O download do livro pode ser feito em https://conteudo.vendemmia. com.br/ebook-logistica-dosetor-de-energia-solar?utm_ campaign=ebook_-_logistica_ da_energia_solar_-_divulgacao &utm_medium=email&utm_ source=RD+Station.

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Absolar Acerta Estruturas Aldrava Solar Bel Energy Boltinox Brassunny Chint Clamper Domínio Solar Dutoplast Ecoflow Embrastec Gazquez Growatt Hellermanntyton Helte IBRAP Inox-Par Instituto HF Isoeste Metálica JA Solar Jolywood Ludufix Marvitec Max-Del Megatron MI Omega MO Energy Novemp NTC Somar Perfil Master Polienge Polyexcel Reicon Ribeiro Solar Romagnole Romiotto SAJ Serrana Solar Solis SSM Metálicas Studio Solar SP Trafo Trael Valmont W/Nunes Walsywa WEG Wireflex ............................................................. 71 51 65 39 13 4ª capa 43 23 17 21 19 44 16 ..................................................... 2ª capa 40 68 3ª capa ............................................................ 11 80 47 63 41 69 22 15 32 67 62 33 31 ...................................................... 45 50 35 46 ..................................................... 34 75 14 59 29 4 e 5 61 24 e 25 64 30 57 20 73 .......................................................... 37 e 49 7

Solar FV em foco

O hidrogênio verde brasileiro e a descarbonização em escala global

Ohidrogênio verde, vetor energético e combustível primário, limpo e versátil, tem o potencial de se tornar eixo estratégico na transição energética e descarbonização da economia global, em diversos segmentos, inclusive em termos geopolíticos.

Ele é usualmente produzido por meio de eletrolisadores, alimentados por energia elétrica gerada a partir de fonte renovável (eólica e solar, por exemplo), que realizam a separação do hidrogênio e do oxigênio da água. Portanto, trata-se de um processo extremamente sustentável e versátil de produzir hidrogênio, que pode, então, ser utilizado em diversas aplicações, eliminando de processos industriais e de seus produtos as emissões de gases de efeito estufa ou outros poluentes.

No contexto das mudanças climáticas, o hidrogênio verde, limpo e sem emissões de gases de efeito estufa, apresenta-se com uma importante tecnologia na direção da descarbonização:

• Na indústria, como fonte de energia na forma de gás, para fornecer calor e energia elétrica e, mais especialmente, como matéria prima em processos químicos;

• No transporte pesado, especialmente como combustível de aeronaves, navios e caminhões; e

• No setor elétrico, via armazenamento de hidrogênio, para posterior transformação em energia elétrica.

A produção global de cimento, por exemplo, é uma das atividades industriais mais emissoras de gases de efeito estufa da atualidade, sendo responsável por 7% das emissões totais de CO2 geradas pela atividade humana

no mundo. Nesse sentido, o hidrogênio verde pode ser utilizado para reduzir signi cativamente estas emissões.

Mais alguns exemplos relevantes: de acordo com a International Energy Agency (IEA), o setor siderúrgico ocupa o primeiro lugar nas emissões de CO2 entre as indústrias pesadas no mundo, além de ser o segundo maior consumidor de energia. O segmento de produção de ferro e aço, por exemplo, responde diretamente por mais de 7% das emissões globais. E estima-se que a substituição do gás natural por hidrogênio verde poderia contribuir para uma impressionante redução de até 80% das emissões de gases de efeito estufa da indústria de vidros.

O mundo está avançando em termos de políticas públicas, programas e incentivos para esta tecnologia, com pelo menos 36 países que já tendo de nidos planos especí cos para o desenvolvimento e uso do hidrogênio verde, de acordo com a International Renewable Energy Agency (Irena). Segundo o documento “Roadmap para uma Economia de Hidrogênio nos EUA”, o hidrogênio será capaz de suprir 14% da demanda energética nal naquele país até 2050. Paralelamente, a União Europeia pretende que o seu impacto no clima seja neutro até 2050. Diante disso, o hidrogênio verde pode ser um elemento essencial na transição energética, podendo representar 24% da demanda de energia nal da União Europeia até 2050.

O Brasil, por sua vez, tem potencial para produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo atualmente. De acordo com a BloombergNEF, o custo

nivelado do hidrogênio verde (LCOH) produzido em nosso país está hoje na faixa entre US$ 1,70 e 3,00/kg, e em 2030 será ainda mais competitivo, com custo médio de produção estimado em menos de US$ 1,00/kg.

No Brasil, temos abundância de sol, vento, terra e água. Somos um País rico em recursos naturais, limpos e renováveis. Agora, também somos referência mundial em novos projetos de geração de energia elétrica, limpa, renovável e competitiva. Diante disso, temos todas as condições para nos posicionarmos como líderes na produção de hidrogênio verde, combustível que será cada vez mais valorizado, especialmente no atual contexto de enfrentamento das mudanças climáticas. Basta abraçarmos o desa o e aproveitarmos a oportunidade diante de nós.

Para contribuir com o desenvolvimento e crescimento do hidrogênio verde no Brasil, a Absolar estruturou a Força-Tarefa de Hidrogênio Verde, dedicada ao estudo e mapeamento de boas práticas internacionais, identi cação de oportunidades e desa os para a evolução desta tecnologia estratégica no Brasil e proposição de soluções, políticas públicas, programas e incentivos para acelerar o desenvolvimento do hidrogênio verde no País. Estamos de portas abertas para receber empreendedores e especialistas que queiram somar forças nesta direção e tornar o Brasil uma potência no hidrogênio verde.

* Camila Ramos, Diretora Geral da CELA - Clean Energy Latin America e Vice-Presidente de Financiamento do Conselho de Administração da Absolar; Rodrigo Sauaia é CEO da Absolar; e Ronaldo Koloszuk é Presidente do Conselho de Administração da Absolar.

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