EM Novembro | Dezembro 2025

Page 46


PESQUISA

Os Produtos do Ano 2025

Levantamento revela as marcas de produtos que se destacaram no mercado de materiais elétricos, segundo avaliação dos revendedores. 18

CONGRESSO E FEIRA

SNPTEE 2025 aponta caminhos para a transição energética

PANORAMA SETORIAL

Os dilemas regulatórios que pressionam o setor elétrico

A reportagem relata como a transição energética pressiona a modernização das estruturas regulatórias, debatendo CDE, MMGD, riscos sistêmicos, armazenamento, hidrelétricas, mercado livre e planejamento setorial.

Evento destacou a urgência de inovação, capacitação e modernização regulatória para enfrentar diversos desafios do setor elétrico. 36

SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

Rotas de fuga com sinalização dinâmica e adaptativa

Sistemas dinâmicos e adaptativos de sinalização de rotas de fuga ampliam a segurança. O artigo aborda os benefícios em novos projetos e reformas de edificações, destaca a acessibilidade em emergências e apresenta requisitos da norma DIN 14036.

GUIA – 2

Engenharia, instalações e serviços técnicos especializados

O levantamento relaciona prestadores de serviços técnicos especializados em engenharia elétrica, com atuação em consultoria, estudos, gerenciamento, projeto, instalação, inspeção, comissionamento e manutenção.

52

GUIA – 1 Supercapacitores

O guia apresenta a oferta de supercapacitores, elementos importantes em aplicações que exigem alta densidade de potência, recarga e descarga rápida, confiabilidade e segurança.

ATMOSFERAS EXPLOSIVAS

A segurança contra explosões na indústria ganha novo livro

Obra apresenta medidas preventivas, regras e normas para mitigar o risco de explosões, aborda a seleção de equipamentos, sistemas de aterramento, eletricidade estática e proteção contra raios, entre outros aspectos. 40

PUBLICAÇÕES TÉCNICAS

Das elektrohandwerk completa 100 anos

Matéria celebra o centenário da revista técnica alemã “de - das elektrohandwerk”, uma das mais conceituadas no meio eletrotécnico e há anos parceira editorial de Eletricidade Moderna.

Roberto Monticelli Wydra, Foto: Inotec Sicherheitstechnik (v. artigo na página 46)

As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por EM podendo mesmo ser contrárias a estas.

O Nordeste vive o momento mais promissor da energia solar no Brasil

A edição 2025 foi um sucesso absoluto, consolidando a Intersolar Brasil Nordeste como o principal encontro profissional da região.

Em 2026, a expectativa é ainda maior: mais visitantes qualificados, mais oportunidades e mais marcas disputando espaço em um mercado que não para de crescer.

Expor neste evento significa estar em contato direto com decisores, compradores, investidores e parceiros estratégicos.

É a chance de apresentar produtos, lançar soluções e ampliar sua presença no mercado de maneira segmentada, eficiente e altamente profissional.

Garanta sua presença no evento que está moldando o futuro da energia no Brasil e explore um mercado exuberante.

Participe como expositor

C E NT R O DE E VE NT O S DO C E AR Á, FO R T A LE Z A, B R A S IL www.intersolar-brasil.com .

O p r i n c i pa l e v e n t o d o s e t o r s o l a r b r a s i l e i r o

p o t e n c i a l i z a n d o o s n e g ó c i o s F V n o N o r d e s t e

B r a z il ’ s m o s t s u c c e s s f u l s o l a r e v e n t

b o o s t i n g t h e N o r t h e a s t ’ s P V b u s i n e s s

O Intersolar Brasil Nordeste está confirmado para 2026 e volta a Fortaleza em um cenário extraordinário para a energia solar.

A região lidera o avanço da geração centralizada no país, cresce de forma acelerada na geração distribuída, atrai investimentos bilionários em Hidrogênio Verde e se posiciona como o maior polo de expansão fotovoltaica até 2034.

Marcas que desejam ampliar presença, gerar novos negócios e fortalecer relacionamento com integradores, EPCs, distribuidores e investidores encontram aqui o ambiente ideal.

Do início ao fim, o evento reúne profissionais qualificados, conteúdo técnico e oportunidades reais de mercado.

Carta ao Leitor

Um setor em transformação

A última edição do ano é um convite à retrospectiva e reflexão. Ao longo dos encontros técnicos realizados em 2025, ficou evidente o momento de inflexão pelo qual passa o setor elétrico brasileiro. A transição energética deixou de ser um conceito estratégico para se tornar uma realidade operacional, trazendo desafios técnicos, regulatórios e econômicos que já não podem mais ser tratados de forma isolada.

Na reportagem desta edição, que acompanha as discussões do SNPTEE 2025, especialistas chamam a atenção para o fato de que o sistema de potência passou a conviver com tensões estruturais inéditas, como o excesso de energia em determinados períodos, falta de potência firme nos horários críticos, sinais de preço desalinhados e um arcabouço regulatório que tenta acompanhar a velocidade das mudanças tecnológicas. O salto da geração distribuída, somado à entrada de cargas de peso, como os data centers, demanda uma revisão profunda de modelos que, durante décadas, se apoiaram predominantemente na previsibilidade hidrotérmica.

Nesse contexto, ganha força no debate técnico a revalorização da potência firme. Em meio ao avanço das fontes solar e eólica, cresce a percepção de que hidrelétricas, pequenas centrais e usinas síncronas continuam indispensáveis para garantir a estabilidade do sistema, fornecendo inércia, controle de frequência e capacidade de resposta rápida. A avaliação é clara: sistemas fortemente baseados em fontes não despacháveis exigem uma estrutura complementar robusta para operar com segurança.

As transformações, no entanto, não se restringem à operação do sistema de potência. Ao longo do ano, as discussões também se intensificaram em torno do segmento de distribuição, elo mais próximo do consumidor e diretamente impactado pela transição energética. Os novos contratos de concessão, as exigências crescentes de resiliência climática para as redes, a abertura total do mercado e a revisão da política de subsídios apontam para um setor em reconstrução conceitual, cuja modernização passa, necessariamente, pelo enfrentamento de distorções históricas.

A edição também dedica espaço a um tema transversal a todas essas transformações: a segurança nas unidades consumidoras. Embora conte com normas consolidadas, a segurança exige atualização permanente diante de novos cenários e riscos. O artigo sobre rotas de fuga dinâmicas ilustra como a sinalização fixa já não é suficiente em ambientes onde fumaça ou mudanças rápidas nas condições podem transformar, em segundos, um trajeto seguro em uma situação de risco. Sistemas capazes de ajustar rotas em tempo real representam um avanço relevante tanto para novas edificações quanto para projetos de retrofit.

No ambiente industrial, a entrevista sobre atmosferas explosivas reforça uma constatação semelhante. Persistem interpretações simplificadas de normas complexas, o que amplia a exposição a riscos e coloca vidas em jogo. Mais do que cumprir requisitos formais, segurança efetiva depende de atualização contínua e responsabilidade técnica.

Esta edição convida o leitor a refletir sobre esses desafios e sobre o papel do conhecimento técnico qualificado na construção de um setor de eletricidade mais seguro, confiável e preparado para as transformações em curso.

DIRETORES

Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens

Alves de Souza (in memoriam)

REDAÇÃO

Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225)

Editora-assistente: Jucele Menezes dos Reis

PUBLICIDADE

Gerente comercial: Elcio Siqueira Cavalcanti

Contatos: Eliane Giacomett eliane.giacomett@arandaeditora.com.br Ivete Lobo ivete.lobo@arandaeditora.com.br Priscilla Cazarotti priscilla.cazarotti@arandaeditora.com.br Tel. (11) 3824-5300

REPRESENTANTES BRASIL

Interior de São Paulo e Rio de Janeiro: Guilherme Freitas de Carvalho – cel. (11) 98149-8896; guilherme.carvalho@arandaeditora.com.br

Minas Gerais: Oswaldo Alípio Dias Christo – R. Wander Rodrigues de Lima, 82 - cj. 503; 30750-160 Belo Horizonte, MG; tel./fax (31) 3412-7031; cel. (31) 99975-7031; oadc@terra.com.br

Paraná e Santa Catarina: Romildo Batista – Rua Carlos Dietzsch 541, cj 204, bl. E; 80330-000 Curitiba, PR; tel. (41) 3209-7500 / 3501-2489; cel. (41) 99728-3060; romildoparana@gmail.com

Rio Grande do Sul: Maria José da Silva tel. (11) 2157-0291; cel. (11) 981-799-661; maria.jose@arandaeditora.com.br

INTERNATIONAL ADVERTISING SALES REPRESENTATIVES

China: Hangzhou Oversea Advertising – Mr. Weng Jie – 2-601 Huandong Gongyu, Hangzhou, Zhejiang 310004 (86-571) 8706-3843; fax: +1-928-752-6886 (retrievable worldwide); jweng@foxmail.com

Germany: IMP InterMediaPartners – Mr. Sven Anacker Beyeroehde 14, 42389 Wuppertal tel.: +49 202 27169 13. fax: +49 202 27169 20 www.intermediapartners.de; sanacker@intermediapartners.de

Italy:Quaini Pubblicità – Ms. Graziella Quaini – Via Meloria 7 20148 Milan – tel.: +39 2 39216180, fax: +39 2 39217082 grquaini@tin.it

Japan:Echo Japan Corporation – Mr. Ted Asoshina Grande Maison Room 303; 2-2, Kudan-kita 1-chome, Chiyoda-ku, Tokyo 102-0073 – tel: +81-(0)3-3263-5065, fax: +81-(0)3-3234-2064 aso@echo-japan.co.jp

Korea: JES Media International – Mr. Young-Seoh Chinn 2nd fl, Ana Building, 257-1, Myungil-Dong, Kandong-Gu Seoul 134-070 – tel: +82 2 481-3411, fax: +82 2 481-3414. jesmedia@unitel.co.kr

Switzerland:Rico Dormann - Media Consultant Marketing Moosstrasse 7,CH-8803 Rüschlikon tel.: +41 44 720-8550, fax: +41 44 721-1474. dormann@rdormann.ch

Taiwan: Worldwide Services Co. – Ms. P. Erin King 11F-2, No. 540 Wen Hsin Road, Section 1; Taichung, 408 tel.: +886 4 2325-1784, fax: +886 4 2325-2967. global@acw.com.tw

UK (+Belgium, Denmark, Finland, Norway, Netherlands, Norway, Sweden):Mr. Edward J. Kania - Robert G Horsfield International Publishers – Daisy Bank, Chinley, Hig Peaks, Derbyshire SK23 6DA tel. +44 1663 750 242; mobile: +44 7974168188 ekania@btinternet.com

USA:Ms. Fabiana Rezak – 12911 Joyce Lane – Merrick, NY 11566-5209 – tel. (516) 858-4327; fax (516) 868-0607; mobile: (516) 476-5568. arandausa@gmail.com

ADMINISTRAÇÃO

Diretor Administrativo: Edgard Laureano da Cunha Jr.

PRODUÇÃO

Sarah Esther Betti, Vanessa Cristina da Silva e Talita Silva.

CIRCULAÇÃO

Clayton Santos Delfino Tel.: (011) 3824-5300; csd@arandaeditora.com.br

SERVIÇOS Impressão e acabamento: Ipsis Gráfica e Editora

Distribuição: ACF - Ribeiro de Lima

PROJETO

RudekWydra site: www.rudekwydra.com.br

Roberto Monticelli Wydra atendimento@rudekwydra.com.br

TIRAGEM 12 000 exemplares

ELETRICIDADE MODERNA , revista brasileira de eletricidade e eletrônica, é uma publicação mensal da Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda.

Redação, publicidade, administração e correspondência: Alameda Olga, 315; 01155-900 São Paulo, SP - Brasil. TEL. + 55 (11) 3824-5300 em@arandaeditora.com.br | www.arandaeditora.com.br

WSNM: tecnologia de ponta para redes de comunicação em subestações

O WEG Substation Network Monitor é um sistema de monitoramento de redes para subestações baseado na norma IEC 61850, totalmente aderente aos requisitos do Submódulo 2.11 dos Procedimentos de Rede do ONS.

Capaz de identificar falhas, como perda de integridade das mensagens, ausência de mensagens previstas, ausência de sinais de sincronismo, presença de mensagens não previstas, intervalos anormais entre mensagens previstas e tempo anormal de propagação (latência) para mensagens previstas com período fixo de publicação, além de diversas funções que facilitam o monitoramento, a análise, a operação, a manutenção e a tomada de decisões em subestações.

O software roda em sistema operacional Linux®, instalado em computador industrial WEG com os mesmos quesitos construtivos aplicáveis a IEDs, possibilitando monitorar ao mesmo tempo, tanto o barramento de processos quanto o barramento de estação da subestação.

O sistema é totalmente passivo, não demanda customização dos IEDs para funcionar, nem interfere nas mensagens da rede. Com interface amigável e de fácil utilização, basta importar os arquivos SCD da subestação e indicar o endereço IP dos equipamentos da rede para que o monitoramento comece a operar, tornando as configurações customizadas conforme as necessidades do usuário.

É a WEG pronta para as subestações do amanhã!

Aneel aprova plano de cortes para usinas

Tipo III

A Aneel aprovou plano emergencial que autoriza cortes temporários de geração especificamente em usinas Tipo III — centrais conectadas às redes de distribuição, mas que não fazem parte da micro e minigeração distribuída (MMGD) e tampouco são despachadas pelo ONS – Operador Nacional do Sistema. A decisão atende a uma solicitação do ONS, que identificou riscos crescentes à operação do SIN em situações de carga líquida muito baixa.

Segundo a entidade, dias com forte irradiação solar e temperaturas amenas reduzem a demanda enquanto ampliam a produção da MMGD, elevando a presença de geração não controlável no sistema. Nessas condições, associadas à baixa inércia e à limitada capacidade de controle de frequência e tensão, a segurança operativa fica comprometida. O sistema chegou próximo desse limite em 4 de maio e em 10 de agosto de 2025.

Para enfrentar esse cenário, o plano estabelece que, entre sete e dois dias antes da ocorrência de risco, o ONS deverá alertar as distribuidoras sobre a possibilidade de

cortes. As concessionárias, por sua vez, comunicarão as usinas Tipo III instaladas em suas áreas sobre a necessidade potencial de redução de geração.

As primeiras empresas envolvidas na aplicação do plano são as distribuidoras com maior capacidade instalada de usinas Tipo III: CPFL Paulista, Cemig D, Energisa MT, Copel D, Elektro, Celesc, Equatorial GO, Energisa MS, Coelba, RGE, EDP ES e Neoenergia PE. Juntas, elas concentram cerca de 80% dessa modalidade de geração, mas novas concessionárias podem ser incluídas em fases futuras.

O diretor-relator Gentil Nogueira afirmou, em seu voto, que o plano torna mais previsíveis os procedimentos de atuação entre distribuidoras e ONS, fortalecendo a coordenação necessária para a segurança e confiabilidade do SIN. Para ele, a medida reduz riscos sistêmicos e melhora a eficiência operacional no curto prazo.

Como parte das determinações, as 12 distribuidoras deverão elaborar instruções de operação específicas e enviar ao ONS um inventário atualizado da capacidade efetiva de redução de geração das usinas Tipo III. O operador, por sua vez, deverá remeter relatórios técnicos à Aneel após cada acionamento do plano e terá prazo excepcionalmente reduzido — de 45 para 10 dias — para contribuições públicas em mudanças operacionais dos Procedimentos de Rede.

Curtailment

pode elevar custos de PPAs

O aumento do curtailment de energia renovável no Brasil pode adicionar mais de R$ 110/MWh ao custo de contratos de compra e venda de energia (PPAs), reduzir o índice de cobertura da dívida (DSCR) para abaixo de 0,5 e comprometer a viabilidade financeira de empreendimentos. A conclusão é de estudo da Aurora Energy

Estudo mostra que cortes reduzem DSCR para menos de 0,5 no Brasil

Research, que identifica os cortes de geração como o principal risco atual para os projetos solares e eólicos.

Segundo a consultoria, a maior participação de renováveis intermitentes tem provocado restrições de transmissão, períodos de excesso de oferta e maior necessidade de modulação da geração. No caso da energia solar, a Bahia deve registrar taxas de curtailment superiores a 30% de forma consistente até 2030, com variações mensais significativas.

No Brasil, o impacto financeiro dos cortes é intensificado pelo desenho do mercado. Quando as usinas precisam reduzir a produção, a energia já contratada deve ser recomprada no mercado de curto prazo ao preço do PLD, próximo de R$ 60/MWh. Em outros países, a energia cortada muitas vezes é liquidada a preço zero, aliviando os geradores.

Além do curtailment, o estudo aponta riscos adicionais, como a volatilidade intradiária e os diferenciais de preço entre submercados, especialmente entre Nordeste e Sudeste. Combinados, esses fatores ampliam o custo dos PPAs e afetam diretamente a capacidade de financiamento dos projetos.

A Aurora analisou 40 mercados internacionais e verificou que 65% deles não oferecem compensação financeira aos geradores em situações de curtailment Na América Latina, a maioria segue esse padrão, com exceção do Chile, que adota

Medida permite reduzir geração de usinas Tipo III em baixa carga para preservar segurança do SIN
Freepik
Freepik
ONS

lança página sobre cortes de geração

O ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico lançou uma seção em seu site dedicada ao tema curtailment. O espaço reúne, de forma integrada, dados atualizados e detalhados sobre o assunto, mostrando como o ONS tem feito a gestão dos excedentes energéticos. A iniciativa inclui materiais de apoio, notícias, vídeos informativos e relatórios, com o objetivo de tornar mais ágil e transparente o acesso às informações.

Entre os principais destaques, está o painel dinâmico “Acompanhamento das Restrições de Geração Eólica e Fotovoltaica”, desenvolvido em Power BI. A ferramenta oferece uma visão detalhada do curtailment no SIN, com atualização diária e possibilidade de consultas personalizadas. O painel apresenta dados sobre a Geração Não Realizada Apurada (GNRa), causas das restrições, evolução dos volumes ao longo do tempo e distribuição por estado, submercado, fonte de geração e ponto de conexão.

Nova seção no site reúne dados, relatórios e painel dinâmico com informações atualizadas sobre restrições de geração

A criação da página atende a uma solicitação da Aneel, que recomendou ao ONS ampliar a transparência nas ações de gestão de excedentes. Segundo o Operador, a nova seção faz parte das ações contínuas de aprimoramento da governança e da divulgação de dados operacionais. O painel é alimentado por dados estruturados disponibilizados na plataforma Dados Abertos do ONS, assegurando atualização online e acesso público às informações. A expectativa é que o recurso se torne uma ferramenta de referência para agentes do setor e pesquisadores interessados no acompanhamento da operação e da integração das fontes renováveis.

Para acessar a página, visite: https://www. ons.org.br/Paginas/faq_curtailment.aspx

preços nodais e socialização parcial dos custos.

A socialização no Brasil, no entanto, teria efeito limitado. Segundo a Aurora, entre projetos centralizados o impacto para a so-

lar na Bahia seria nulo, e mesmo incluindo a geração distribuída a redução dos custos não ultrapassaria 24%.

“O efeito é limitado. A maior parte dos custos persiste devido à congestão da rede, reforçando a urgência de sinais locacionais e da expansão direcionada da transmissão”, afirmou Matheus Dias, gerente de projetos da Aurora.

Para Rodrigo Borges, líder de mercado da Aurora no Brasil, o risco de modulação deve ganhar relevância nos próximos anos. “Hoje, o curtailment é o principal fator, mas nossas análises indicam que a modulação deve superar seu impacto em até 15 anos, podendo reduzir receitas em até R$ 114/MWh e derrubar o DSCR de 1,4 para 0,4”, disse.

CCEE aprova orçamento para 2026

Com 96,7% de aprovação, os agentes da CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica aprovaram o orçamento para 2026, fixado em R$ 374,64 milhões.

A decisão foi tomada durante a 76ª Assembleia Geral Extraordinária, e reflete a continuidade do apoio dos associados às diretrizes estratégicas da organização.

O valor aprovado representa um aumento de 8,34% em relação ao orçamento de 2025. Segundo a CCEE, os recursos serão destinados a projetos de modernização, aprimoramento tecnológico e avanço da governança, com foco especial na expansão do mercado livre de energia e na segurança das operações.

O presidente do Conselho de Administração da entidade, Alexandre Ramos, destacou que o plano resulta de um trabalho coletivo voltado a consolidar as entregas consideradas prioritárias. “A proposta que apresentamos resulta de um trabalho em equipe, no qual selecionamos os compro-

Plano orçamentário foi aprovado por 96,7% dos votos e prevê foco em modernização e abertura do mercado livre de energia

missos e entregas que julgamos imprescindíveis e prioritários”, afirmou.

Ramos acrescentou que os investimentos permitirão à Câmara inovar e ampliar a oferta de produtos aos agentes do setor, preparando o ambiente de comercialização para novas tecnologias, demandas crescentes e para a ampliação do mercado livre.

O orçamento foi estruturado em cinco eixos de atuação: segurança de mercado, evolução das operações, aprimoramento tecnológico, governança e gestão, e abertura de mercado. As iniciativas incluem reforço em infraestrutura digital, proteção de dados, conformidade regulatória e desenvolvimento de ferramentas para a transformação digital.

A CCEE destacou que o planejamento orçamentário para 2026 reflete uma abordagem prudente, voltada à sustentabilidade financeira e à melhoria contínua dos serviços prestados aos agentes.

A assembleia também elegeu Camilo Bistulfi Reis como suplente do Conselho Fiscal, com unanimidade dos votos. Especialista em mercado livre e comercialização de energia, Reis acumula duas décadas de experiência nos setores elétrico e de combustíveis.

Reprodução
Reprodução

Parceria

vai

desenvolver BESS eólico

A geradora CGN Brasil Energia e a fabricante chinesa de aerogeradores Goldwind assinaram um contrato de cooperação para a implantação de um projeto piloto de armazenamento de energia em baterias (BESS) no Complexo Eólico Tanque Novo, na Bahia. O sistema terá potência de 745 kW e capacidade de 1,49 MWh.

Instalado em uma das turbinas do parque eólico, o BESS tem como principal objetivo reduzir as perdas de geração causadas por restrições na rede elétrica, conhecidas como curtailment. Segundo comunicado, a solução permitirá armazenar a energia excedente em momentos de limitação de escoamento e liberá-la posteriormente, dentro dos limites contratuais, aumentando a eficiência no aproveitamento da energia gerada.

O projeto faz parte da estratégia das duas empresas de testar, em ambiente real de operação, soluções tecnológicas que ampliem a flexibilidade e a estabilidade do sistema elétrico brasileiro, contribuindo para uma integração mais inteligente das fontes eólicas ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

“O armazenamento é um dos pilares da transição energética e uma ferramenta essencial para o aproveitamento integral do

potencial renovável do Brasil”, disse a gerente de desenvolvimento de negócios da CGN, Isabela Barata. Ela afirma que o projeto demonstra o compromisso da companhia com a inovação e o desenvolvimento sustentável do setor elétrico.

Já para Liang Xuan, general manager da Goldwind Brazil, a parceria é uma oportunidade de unir tecnologia e experiência operacional. “O sistema de baterias foi desenvolvido para oferecer confiabilidade, segurança e flexibilidade, contribuindo diretamente para a redução do curtailment e a maximização da entrega de energia limpa”, destacou.

Cemig e Prysmian testam cabo subterrâneo sem dutos

A Cemig e a Prysmian iniciaram um projeto piloto inédito para testar o desempenho do cabo All Ground, nova tecnologia de média tensão que pode simplificar a instalação de redes subterrâneas. O equipamento foi instalado em uma travessia rural de 260 metros, no município de Três Pontas (MG), e será monitorado para avaliar seu comportamento em condições reais de operação.

Segundo comunicado, o All Ground diferencia-se por permitir a instalação direta no solo, em profundidades entre 0,9 e 1,2 metro, sem necessidade de dutos ou preparações especiais. Essa característica reduz custos e acelera o cronograma das obras. O produto foi projetado para suportar o contato direto com rochas e pedras, apresentando até sete vezes mais resistência mecânica do que os cabos convencionais.

A tecnologia também amplia as possibilidades de aplicação em diferentes tipos de terreno, inclusive sob estradas vicinais e áreas de passagem de veículos. Em zonas rurais, o modelo pode substituir redes aéreas em locais com vegetação densa, eliminando o

Projeto piloto em Minas Gerais avalia tecnologia que reduz custos e impacto ambiental

risco de quedas de galhos sobre condutores e evitando a necessidade de supressão vegetal.

O projeto integra o programa de parceria tecnológica entre Cemig e Prysmian, voltado à pesquisa e desenvolvimento de novas soluções para o setor elétrico. Além do All Ground , as empresas também testam o cabo Green , desenvolvido com 20% de polietileno de origem vegetal proveniente da cana-de-açúcar. Cada 10 quilômetros de cabo instalado representa a redução de cerca de 1,8 tonelada de CO₂, segundo estimativas da fabricante.

Brasil mantém competitividade no H2V

Apesar da alta global dos custos de produção de hidrogênio verde e derivados, o Brasil continua entre os mercados mais competitivos do mundo. É o que indica o Índice LCOX Brasil, desenvolvido pela consultoria Clean Energy Latin America (CELA), que estima o custo nivelado de produção entre US$ 2,94/kg e US$ 7,38/kg, conforme as condições energéticas e a localização das plantas. Para a amônia verde, o Índice LCOA Brasil aponta valores entre US$ 648 e US$ 1.781 por tonelada, frente a US$ 360 a US$ 897/t da amônia convencional, produzida a par-

Índice LCOX aponta custos entre US$ 2,94/kg e US$ 7,38/kg para produção nacional

Iniciativa piloto no Complexo Tanque Novo, na Bahia, busca reduzir curtailment e testar integração de baterias ao sistema elétrico
Divulgação
Reprodução

No Circuito

Projeto vai produzir H2 a partir de biogás

Um consórcio liderado pelo Itaipu Parquetec deu início ao projeto Biogas-to-H2 Paraná (B2H2), que prevê a produção de hidrogênio de baixo carbono a partir de biogás obtido em estação de tratamento de esgoto. A proposta foi aprovada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para integrar o plano de investimentos do Brasil no âmbito dos Fundos de Investimento Climático –Descarbonização da Indústria (CIF-ID).

A estimativa é alcançar maturidade comercial e iniciar a geração de cerca de 100 toneladas de hidrogênio por ano. A aplicação inicial será voltada à produção de peróxido de hidrogênio, com possibilidade de expansão para outros usos industriais.

O projeto reúne Itaipu Parquetec, Copel, Sanepar, Compagas, Peróxidos do Brasil, CIBiogás, Gas Futuro, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica.

O B2H2 é o único projeto selecionado da região Sul e figura entre os cinco escolhidos em todo o

tir de hidrogênio cinza. Os dados utilizam premissas de fabricantes, operadores de plantas e empresas de O&M, e foram atualizados até setembro de 2025, refletindo a realidade operacional das usinas renováveis no país.

Segundo a CELA, os custos subiram 11% para o hidrogênio verde e 40% para a amônia verde nos últimos 12 meses, acompanhando a tendência internacional de encarecimento dos equipamentos e da energia. No contexto brasileiro, a consultoria aponta que os cortes de geração renovável (curtailment) afetaram receitas de plantas solares e eólicas, elevando o custo nivelado (LCOX) dos projetos.

O estudo integra o CELA Research – Módulo H2V, plataforma lançada pela consultoria com foco em inteligência de mercado. A ferramenta reúne três componentes principais: o Índice LCOX Brasil, o Mapa de Projetos de H2V — com status e localização dos empreendimentos — e a Calculadora RFNBO-EU H2V, que verifica a conformidade de cada projeto com os critérios de certificação europeia para combustíveis renováveis.

Iniciativa prevê uso de resíduos de esgoto para gerar 100 t/ano de H₂ de baixo carbono

país, após análise de 70 propostas apresentadas ao MME. As iniciativas aprovadas serão priorizadas pelo MME para compor o Plano de Investimentos do Brasil no CIF-ID, que pode acessar até US$ 250 milhões em recursos concessionais destinados a projetos de descarbonização da indústria.

A próxima etapa será a finalização do plano de investimentos, coordenado pelo Ministério da Fazenda e desenvolvido com participação do MME, do MDIC, do BID, do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido).

Foram identificados 113 projetos de hidrogênio verde, amônia, e-metanol e aço verde em 16 estados brasileiros, somando R$ 469,2 bilhões em investimentos anunciados e 90 GW de nova capacidade renovável. Cerca de 53% dos empreendimentos são voltados ao mercado doméstico, especialmente em siderurgia, fertilizantes e transportes, enquanto 66% já se encontram em escala comercial.

Mesmo com o aumento dos custos, a CELA destaca que o Brasil mantém vantagem estrutural graças à ampla disponibilidade e ao baixo custo da energia renovável, o que sustenta a atratividade de projetos para exportação e consumo interno em setores intensivos em energia.

WEG investe em mobilidade elétrica

A WEG anunciou a criação do WEG eMobility Center (WMC), centro dedicado a assistência técnica especializada e

economia circular no setor de mobilidade elétrica. A primeira unidade será instalada no parque fabril da empresa em São Bernardo do Campo (SP), com conclusão prevista para o segundo semestre de 2026. O investimento é de R$ 12 milhões.

O WMC será o primeiro de uma futura rede de centros que a empresa planeja implantar em parceria com a rede de assistência técnica e outros aliados estratégicos. Segundo a WEG, o centro oferecerá soluções completas em sistemas de tração e auxiliares, packs de baterias e estações de recarga, além de serviços especializados de manutenção. A proposta é dar suporte ao crescimento da frota de veículos elétricos no Brasil.

Um dos destaques do projeto será a estrutura voltada à reciclagem e reaproveitamento de componentes. O objetivo é viabilizar manutenção ou substituição de packs de baterias com destinação ambientalmente adequada, assegurando continuidade operacional para os clientes.

O centro terá 1.250 m² de área construída, com espaços para reparos, diagnósticos, estoque de peças e logística. Também contará com áreas administrativas para gestão, treinamentos e atendimento. O corpo técnico será formado por profissionais especializados em mobilidade elétrica.

De acordo com a companhia, a escolha de São Bernardo do Campo está ligada à concentração de veículos elétricos e de grandes clientes na região. A localização é considerada estratégica para a expansão da rede de serviços planejada pela empresa. O projeto está em fase de desenvolvimento e deverá estabelecer padrões de operação e atendimento para futuras unidades do WMC no Brasil.

Aquisição - A empresa também adquiriu 54% do capital social da Tupi Mob, startup paulista especializada em softwares e serviços para gestão de redes de

Divulgação

No Circuito

recarga de veículos elétricos. O investimento, de R$ 38 milhões, está sujeito a ajustes de preço e à aprovação de órgãos reguladores antes da conclusão definitiva da operação.

Fundada em 2019, a Tupi Mob é dona do Aplicativo Tupi, plataforma digital que conecta motoristas de veículos elétricos a redes de recarga em todo o país. A empresa já conta com mais de 370 mil usuários cadastrados e ultrapassou 1,3 milhão de recargas realizadas, totalizando 26 GWh de energia fornecida. Segundo comunicado, com a operação a WEG reforça sua estratégia de oferecer soluções completas para o ecossistema de mobilidade elétrica, integrando hardware, software e serviços digitais. A companhia pretende conectar milhares de usuários aos provedores de recarga e facilitar o acesso à infraestrutura elétrica para veículos, contribuindo para a expansão sustentável desse mercado.

A Tupi Mob atua como provedora de serviços de mobilidade elétrica (eMSP)

tão de redes de recarga para montadoras e operadores. A empresa emprega 36 colaboradores e movimentou cerca de R$ 40 milhões em recargas nos últimos 12 meses, com receita líquida de R$ 8,6 milhões em 2024.

Notas

Recorde eólico – Condições atmosféricas excepcionais garantiram o melhor desempenho da energia eólica em 20 meses, elevando sua participação no atendimento à carga elétrica brasileira de 10% em fevereiro de 2024 para 22% em outubro de 2025. O dado, divulgado pela Tempo OK com base em relatórios do ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico, confirma um ano de recordes para a geração eólica. O resultado reflete não apenas a ampliação da capacidade instalada, de 29.550 MW para 34.253 MW, mas também um ganho real de eficiência. Segundo o meteorologista Paulo Lombardi, o desempenho excepcional se deve à persistência de sistemas de

Postes solares – A EDP concluiu a instalação de 30 postes de energia solar na comunidade de Barra de São Miguel, em Guarulhos (SP). A iniciativa, realizada em parceria com a organização Litro de Luz e com o apoio da Gerando Falcões e do Instituto Sonhar Alto, contemplou a implementação de 21 novas unidades, complementando outras nove instaladas em junho. Voltados à iluminação pública de áreas carentes, os postes utilizam energia solar para oferecer luz noturna sustentável, por meio de baterias, e de baixo custo. Os equipamentos são produzidos com materiais simples, como garrafas PET e tubos de PVC, além de painéis solares, baterias e lâmpadas de LED.

Parceria em armazenamento – A CEEC Brasil, empresa do grupo China Energy, e o Grupo Energia anunciaram uma parceria estratégica para a oferta de soluções integradas em armazenamento de energia no Brasil. O objetivo é atender clientes industriais e comerciais de médio e grande porte, além de geradores Chegou a hora de atualizar seu conhecimento!

Curso de Curto Circuito em Instalações Elétricas de Curso Instalações Elétricas rediais Cursos 100% online com João Cunha.

Minicurso Instalações Elétricas em Canteiros de Obras

Minicurso esa ios e Soluções na In raestrutura de ecar a para Veículos Elétricos

Minicurso Como provar seu Estudo de Curto Circuito e Seletividade na Concessionária

Curso de Instalações Elétricas em M

Curso terramento e E uipotenciali aç o em e M

João Cunha

desenvolvimento técnico, investimento, financiamento, implantação, operação e manutenção. As aplicações abrangem desde a mitigação de cortes de geração até soluções específicas para demandas dos clientes.

Fornecimento de carregadores – A NeoCharge assinou contrato com a Axia (ex-Eletrobras) para o fornecimento e instalação de carregadores de alta potência destinados à frota elétrica da companhia. O acordo também contempla equipamentos para uso em escritórios e subestações da estatal em diferentes estados brasileiros. A empresa será responsável pela execução completa do projeto, incluindo instalação, suporte remoto e gestão dos pontos de recarga por meio de uma plataforma que permite monitoramento em tempo real e análise de consumo de energia.

IA em turbinas hidrelétricas – Em uma iniciativa de cooperação, a Voith e o Instituto de Tecnologia de Propulsão do DLR, ligado ao Centro Aeroespacial Alemão, uniram esforços em um projeto que aposta em inteligência artificial para elevar a eficiência e a confiabilidade de turbinas hidráulicas. O núcleo da parceria é o AutoOpti, ferramenta criada pelo DLR para integrar simulações de diferentes disciplinas – como dinâmica de fluidos e mecânica estrutural – em processos automatizados de projeto. Aplicado em conjunto com a Voith, o software permite ajustar elementos como rotores e pás-guia de forma direcionada, reduzindo perdas hidráulicas e tensões mecânicas.

Teste de caminhão elétrico – A Amazon, a DHL e a Scania iniciaram teste de operação de um caminhão pesado 100%

elétrico em uma rota de longa distância. O veículo Scania 30G 4x2 percorre diariamente o trecho entre Cajamar e Taubaté, em São Paulo, considerado o principal corredor logístico da Amazon no país. Ao longo de seis meses, o trajeto, a eficiência energética e o consumo serão monitorados por telemetria. O modelo utilizado é o primeiro cavalo mecânico 100% elétrico da Scania no Brasil. Com autonomia de 250 km, potência de 300 kW (410 hp) e capacidade técnica de 66 toneladas de PBTC, o caminhão foi projetado para atender transportadores comprometidos com metas de descarbonização.

EM Sintonia

Mudanças climáticas

O noroeste do Rio Grande do Sul deve investir em maior resiliência para suas pequenas centrais hidrelétricas, diante da severidade dos ciclones que cada vez mais frequentam a região das bacias dos rios Uruguai e do Jacuí. As linhas de transmissão, subtransmissão e as subestações estão igualmente no radar. Os eventos esperados em novembro de 2025 se deslocaram até o Paraná, onde um tornado (que supera todas as expectativas e defesas, mesmo nos registros dos Estados Unidos) se apresentou. Eventos dessa grandeza eram historicamente inesperados no Brasil.

Novos rumos

A antiga Eletrobrás, hoje Axia, aposta agora em tecnologias e proximidade com o cliente para enfrentar a volatilidade das novas fontes renováveis e ampliar a sustentabilidade, indica o vice-presidente Elio Wolf. Os 800 contratados agora são tratados cada um como cliente.

Hidrogênio

Ainda demoram três anos para a viabilização técnico-econômico e atratividade dos investimentos que se esboçam no mundo para a produção e comercialização do hidrogênio verde, segundo Ênio Verri, presidente da Itaipu Binacional pelo Brasil.

Metano

Na COP-30, de acordo com o Global Methane Report de 2025, estabelecem-se as metas globais de ações para redução do gás metano (CH4) na atmosfera: pretende-se diminuir em 8%

as emissões antropogênicas até 2030. Nesse objetivo, 32% com soluções já tecnicamente viáveis. Diante disso, 0,2 graus Celsius de aquecimento seria evitado. Projetam-se que 180 mil vidas seriam preservadas. Também 19 milhões de toneladas de colheitas agrícolas anuais seriam adicionadas, promovendo ganhos de um total de benefícios de US$ 330 bilhões.

Lixo

O Brasil está lento na transformação de lixo em energia (90% dos países o fazem), com usinas atuando a 95% de fator de capacidade, 70% proveniente de aterros, portanto, mitigando emissões de metano. O país desperdiça 3,3 GW dessa fonte capaz de atrair investimentos de R$ 50 bilhões até 2040, gerado 200 mil empregos diretos e indiretos. Já preparado, o Brasil carece de comandos legais. Por essa opção, haveria interiorização da economia, industrialização e renda regional.

Na Alemanha há 100 usinas de aproveitamento de resíduos do lixo. Na China, 1.100 tratam os resíduos urbanos.

Transmissão

Em sua tradicional análise dos leilões de linhas de transmissão novas no Brasil, o Instituto Acende comenta — sobre o evento de 31 de outubro de 2025 — que houve competição em todos os níveis entre os 20 proponentes inscritos disputando os sete lotes ofertados. Os deságios superaram 50% — num deles ultrapassou 57%. Apenas no lote 2, a competição foi para o viva-voz. O deságio médio ponderado atingiu os 47,98%, sendo a expectativa dos investimentos de R$ 5,5 bilhões.

Os Produtos do Ano 2025

A referência anual do desempenho das marcas no canal da revenda

Apesquisa “Os Produtos do Ano”, realizada ininterruptamente pela revista Eletricidade Moderna desde a década de 1970, chega à edição 2025 mantendo sua função histórica: identificar, com base nas respostas espontâneas dos revendedores, o desempenho relativo das marcas de produtos para instalações elétricas e de iluminação. O levantamento é amplamente reconhecido como um termômetro do mercado, servindo de referência tanto para o canal da revenda, quanto para indústrias, projetistas e consumidores profissionais.

Como nas edições anteriores, o ponto de partida da pesquisa é um questionário encaminhado a revendas e distribuidores de diversas regiões do País. Nele, cada participante informa

qual é a marca mais vendida em seu estabelecimento para cada item. A lista é composta por dezenas de produtos de uso corrente em instalações elétricas, abrangendo componentes de linhas elétricas, dispositivos de comando e proteção, sistemas de iluminação, materiais de aterramento e proteção contra surtos, caixas, quadros, entre outros.

O levantamento mantém sua estrutura consolidada: as tabelas apresentam o desempenho relativo das marcas em cada categoria, considerando o universo específico de cada produto, ou seja, o número de revendas que comercializa aquele item. Para assegurar a clareza dos resultados, são incluídas apenas as empresas que alcançaram um mínimo de 2% das indicações. Além disso, quando

da Redação de EM

necessário, são apontados empates técnicos, definidos tanto pela proximidade numérica quanto pela análise estatística.

Além das tabelas individuais, a pesquisa também permite extrair uma visão mais ampla do mercado, ao destacar os produtos mais presentes nas revendas, independentemente de marca (tabela I) e as marcas mais citadas no universo total do levantamento (tabela II), indicando aquelas que obtiveram os melhores percentuais na condição de “mais vendida”. Essas informações oferecem uma leitura abrangente do comportamento do setor de materiais elétricos, refletindo tendências de mercado, evolução competitiva das empresas e preferências do canal de distribuição.

Como ocorre tradicionalmente, a lista das revendas participantes e suas respectivas localidades permanece disponível na página de EM na Internet, no endereço https://www.arandanet.com. br/assets/pdfs/pa2025/consultados. pdf. Nesta edição, 132 revendedores e distribuidores de materiais elétricos que atuam no mercado nacional responderam à pesquisa – o gráfico ao lado apresenta, percentualmente, em quais Estados ou regiões estão localizadas as revendas pesquisadas.

As páginas seguintes, por sua vez, mostram os resultados detalhados, incluindo o quadro­resumo com as marcas vencedoras de 2025 e todas as tabelas do levantamento.

Tabela I – Os produtos mais presentes nas revendas

Produto

Revendedores pesquisados que o comercializam N o % de 132

Fios e cabos BT 118 89,4

Minidisjuntores (disjuntores modulares) 118 89,4

Botões, botoeiras e sinalizadores 117 88,6

Disjuntores industriais em caixa moldada 117 88,6

Dispositivos de proteção contra surtos (DPS) 117 88,6

Contatores 116 87,9

Plugues e tomadas industriais 115 87,1

Conectores e terminais BT 114 86,4

Dispositivos DR (Proteção DiferencialResidual) 114 86,4

Abraçadeiras e identificadores para fios e cabos 113 85,6

Tabela II - As marcas mais vendidas

Marca Produto

Revendedores que apontaram a marca como a mais vendida

N o % de 132

Intelli Conectores e terminais BT 63 47,7

Intelli Hastes de aterramento 61 46,2

HellermannTyton Abraçadeiras e identificadores para fios e cabos 53 40,2

Tramontina Conduletes 53 40,2

TAF Caixas para medidores 41 31,1

WEG Contatores 39 29,5

Steck Plugues e tomadas industriais 39 29,5

Clamper

Segurimax

Soprano

As marcas vencedoras de Os Produtos do Ano 2025

Produto

Abraçadeiras e identificadores para fios e cabos Hellermanntyton

Marca

Dispositivos de proteção contra surtos (DPS) 37 28,0

Blocos autônomos para iluminação de emergência 36 27,3

Disjuntores industriais em caixa moldada 36 27,3

Blocos autônomos para iluminação de emergência Segurimax

Bornes/conectores para trilhos WEG

Botões, botoeiras e sinalizadores WEG

Caixas de ligação (caixas de derivação) Tramontina

Caixas para medidores TAF

Canaletas para instalação aparente Enerbras

Chaves seccionadoras de baixa tensão (ação rápida) WEG

Comutadores (chaves rotativas) WEG

Conduletes Tramontina

Conectores e terminais BT Intelli Contatores WEG

Dimmers (variadores de luminosidade) Legrand

Disjuntores industriais em caixa moldada Soprano

Dispositivos de proteção contra surtos (DPS) Clamper

Dispositivos DR (proteção diferencial-residual) Soprano

Eletrocalhas Perfil Líder

Eletrodutos isolantes e acessórios Tigre

Eletrodutos metálicos e acessórios GFC

Ferragens para redes de distribuição Romagnole e Olivo

Fios e cabos BT SIL

Fusíveis tipo D e NH JNG e WEG

Hastes de aterramento Intelli

Interruptores e tomadas para instalação predial Legrand e Tramontina

Lâmpadas LED LEDvance, Ourolux e Avant

Leitos para cabos Eletropoll e Perfil Líder

Luminárias, projetores e refletores LEDvance, Avant e Olivo

Material elétrico blindado Wetzel

Minidisjuntores (disjuntores modulares) Soprano e WEG

Minuterias Exatron e Mar Girius

Perfilados e acessórios Perfil Líder

Plugues e tomadas industriais Steck

Quadros de distribuição para instalação predial Legrand

Relés fotoelétricos

Exatron e Mar Girius

Sensores/detectores de presença Exatron

Sistemas de para-raios prediais (sistema completo) Paratec

LIDERANÇA EM PROTEÇÃO, REFERÊNCIA EM QUALIDADE

CLAMPER, ganhadora do prêmio "Produtos do Ano 2025" na categoria DPS. Esse reconhecimento é fruto da confiança e parceria de quem acredita em nossa missão de proteger instalações e equipamentos contra surtos elétricos. Seguimos juntos, levando segurança, inovação e qualidade para todo o Brasil.

Os dilemas regulatórios que pressionam o setor elétrico

Além de mudanças estruturais e operacionais, a transição energética também tem exigido transformações na regulamentação. A tramitação de medidas provisórias abordando temas fundamentais do setor elétrico abriu uma série de debates entre agentes do mercado, governo e especialistas. Durante a 28ª edição do SNPTEE – Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia, em outubro, o painel “Reformas setoriais: realidade, barreiras e avanços” discutiu o andamento das reformas, os desafios de implantação e as oportunidades para tornar o ambiente de negócios mais competitivo, transparente e inovador. A Medida Provisória 1304 – à época ainda em deliberação e atualmente convertida na Lei 15.269/2025 – foi um dos assun-

O avanço da transição energética tem exigido a modernização das estruturas regulatórias e institucionais para acompanhar a crescente complexidade do setor elétrico brasileiro. Aqui, um apanhado da visão de especialistas sobre a expansão da CDE, a mini e microgeração, o curtailment , os riscos sistêmicos, o armazenamento de energia, a retomada das hidrelétricas, a expansão do mercado livre e o planejamento setorial.

tos, e os painelistas convergiram em um ponto: o país vive um momento decisivo para corrigir distorções acumuladas e evitar um colapso técnico e financeiro no sistema.

O documento, elaborado com o propósito de modernizar o marco regulatório, altera algumas leis estruturantes, com medidas voltadas à abertura do mercado livre, revisão de subsídios e estímulo ao armazenamento de energia, entre outros aspectos. Lorena Perim, do MME – Ministério de Minas e Energia, destacou durante o painel que as mais de 430 emendas apresentadas criaram um ambiente desafiador: a tarefa de analisar e acomodar as propostas sem desviar o texto de seus objetivos centrais.

Um dos eixos do debate foi a CDE –Conta de Desenvolvimento Energético, prevista para ter um teto de arrecadação na nova lei. A busca por um limite para o crescimento dos subsídios e encargos embutidos nas tarifas foi defendida como essencial para a sustentabilidade financeira do sistema e previsibilidade dos custos de energia pelos especialistas. Os subsídios da CDE, que segundo a Agência Câmara de Notícias quase dobraram entre 2018 e 2024, chegando a R$ 29,2 bilhões, alcançarão este ano nada menos que R$ 49,2 bilhões. Com a nova regra, caso os gastos da CDE superem o teto previsto, os beneficiados por esses subsídios deverão arcar com os valores excedentes, desde que não estejam ligadas a políticas sociais prioritárias. O cálculo do limite de gastos da CDE vai considerar o orçamento de 2025 e valores previstos para 2026, com atualização pela inflação a partir de 2027. “A CDE tem custos muito setoriais. Muitos benefícios e direitos foram concedidos em uma época que eram necessários para consolidar determinadas fontes, mas hoje causam distorções de preços”, afirmou Perim.

A micro e minigeração distribuída (MMGD) também foi foco de discussões, envolvendo temas como a alocação de custos, os efeitos dos cortes de geração e as medidas de proteção necessárias para equilibrar os interesses entre gera-

Freepik

profissionais Qualidade para

LUGAR CONDULETES

MATERIAL ELÉTRICO BLINDADO

2° LUGAR
CAIXA DE LIGAÇÃO
2° LUGAR

Panorama setorial

Lorena Perim (MME):

“Entendemos o mérito de cada setor. Todos têm suas necessidades, história e motivos. Porém, se alguém deixa de arcar ou recebe mais, alguém paga por isso”

dores, distribuidoras e consumidores. “Há uma discussão muito forte sobre organização tarifária”, destacou Perim. Em um cenário de transição energética e expansão acelerada da geração distribuída, o consenso sobre “quem paga a conta” continua sendo um dos pontos mais delicados quando se fala sobre o futuro da regulação e da modicidade tarifária no setor elétrico brasileiro.

Para Perim, uma questão crucial é como conduzir o escalonamento dos benefícios para geração distribuída, sem frear o seu desenvolvimento, haja vista que, segundo ela, os recursos distribuídos representam o futuro. “Não precisamos dar o caminho todo de uma vez. Entendemos o mérito de cada setor. Todos têm suas necessidades, história e motivos. Porém, se alguém deixa de arcar ou recebe mais, alguém paga por isso”, afirmou. “Não queremos intervir ou alterar aquilo que o mercado entende como essencial para os próximos anos. No entanto, o necessário não pode ultrapassar as políticas que estão sendo implementadas”, completou.

Riscos sistêmicos

Outro assunto destacado no painel foram os cortes de geração, que, segundo Luiz Fernando Vianna, vice-presidente Institucional e Regulatório do Grupo Delta Energia, precisam ser encarados com realismo. “Os cortes são necessários. A questão é: quem paga?”, questionou. Para ele, a decisão sobre quem arca com os custos é crucial, assim como a preservação dos direitos já assegurados em lei, de modo a evitar uma “progressão interminável” de encargos e distorções tarifárias.

Por sua vez, Mário Menel, presidente da Fase – Fórum das Associações do Setor Elétrico, alertou que o sistema está na iminência de um colapso total, com consequências que vão além da operação física da rede. “Quando se fala na entrada de grandes cargas, como data centers, percebe-se que a suposta sobra de energia não se converte em capacidade operacional do sistema. O colapso tem uma dimensão física, mas também uma financeira: quem sofre cortes de energia pode não conseguir honrar seus compromissos bancários”, explicou o especialista.

Mário Menel (Fase): “A falta de sinais de preço adequados compromete a operação eficiente da matriz e a atratividade de novas tecnologias, tornando urgente o ajuste desses mecanismos para alinhar geração, armazenamento e demanda de forma econômica e sustentável”

Além disso, há um terceiro risco, segundo ele, relacionado à judicialização. Menel alerta sobre a morosidade e complexidade de ações na justiça contra cortes de geração, e que não resolvem o problema de forma estrutural. “Isso pode até estancar a situação, mas não é uma solução definitiva nem convencional. Não adianta simplesmente colocar a responsabilidade na Justiça”, afirmou.

Na visão do especialista, a combinação de retomada de hidrelétricas, ajuste de contratos e planejamento técnico independente é crucial para evitar que o colapso físico e financeiro do sistema se concretize, garantindo segurança energética e estabilidade financeira para os próximos anos. Menel destacou a importância de análises técnicas independentes. “Estudos conduzidos pela academia, sem vínculo contratual com agentes do setor, mostram-se mais robustos e isentos”.

Para ele, o setor elétrico brasileiro vive uma contradição: embora existam excedentes de energia, especialmente durante

o dia devido à presença de solar e outras fontes não despacháveis, há ao mesmo tempo falta de potência nos momentos de ponta. Essa dinâmica, segundo ele, impacta diretamente o sinal de preço, que é crucial para remunerar investimentos em geração e armazenamento. “A falta de sinais de preço adequados compromete a operação eficiente da matriz e a atratividade de novas tecnologias, tornando urgente o ajuste desses mecanismos para alinhar geração, armazenamento e demanda de forma econômica e sustentável”.

José Carlos Aleluia, consultor legislativo, destacou durante o evento que o crescimento da MMGD, combinado ao uso de baterias de armazenamento, representa uma tendência inevitável, mas exige planejamento. “É uma questão situacional, de previsão. As pessoas respondem a incentivos”.

Ao tratar do armazenamento de energia, Aleluia foi enfático: o obstáculo não é técnico, mas econômico. “O que falta para o armazenamento se tornar realidade hoje é investimento. Ele já é uma realidade em muitos países. O que ainda não foi decidido no Brasil é quem vai arcar com esse custo”, explicou. Segundo ele, as discussões atuais sobre o “agente de armazenamento” têm se concentrado mais em questões jurídicas e regulatórias. “O armazenamento precisa de um contrato semelhante ao de transmissão, com receita garantida e que cubra todos os riscos ao longo da concessão”, observou.

Fernando Vianna também abordou a questão do armazenamento de energia, ressaltando que as baterias têm papel

José Carlos Aleluia (consultor legislativo): “O sistema não opera sem máquina rodando... A transição energética brasileira não pode ser cópia de nenhum outro país. Temos que buscar competitividade”

Panorama setorial

relevante, mas limitado. “A questão das baterias é importante, mas é preciso entender que bateria não gera energia — ela desloca o consumo”, explicou. Segundo ele, as baterias devem ser utilizadas para gerenciamento e flexibilidade operacional, mas não substituem a necessidade de inércia no sistema elétrico, essencial para a estabilidade da rede. “Quem resolve é máquina girante”, concluiu, reforçando a importância das fontes síncronas — como as hidrelétricas e termelétricas — na sustentação técnica do sistema.

Hidrelétricas

Durante o evento, havia um clima de revalorização das hidrelétricas como um caminho estratégico para reequilibrar o sistema. O aproveitamento do potencial hidrelétrico brasileiro continua sendo visto como um dos grandes diferenciais do país. Apesar da rápida expansão das fontes renováveis, os especialistas lembram que o sistema ainda depende de potência firme e de serviços prestados por fontes tradicionais. Eles alertam que há muitos serviços essenciais prestados pelas hidrelétricas que não são devidamente remunerados, e que antes eram tratados como obrigações. Esse tipo de ajuste, apontam, deveria estar mais presente nas leis.

Segundo os palestrantes, há estudos que podem subsidiar uma decisão política sobre o retorno gradual dos empreendimentos hidrelétricos, considerados como alternativas para viabilizar a inserção de fontes não despacháveis. Além das grandes usinas, de acordo com os especialistas, há também amplo potencial em pequenas e micro-hidrelétricas, de até 50 MW, que poderiam reforçar a geração local.

No entanto, os especialistas destacaram a existência de barreiras crescentes de licenciamento e aceitação social para novos empreendimentos. Além disso, apesar de existir espaço para repotenciação de usinas, ou seja, o aumento de

sua capacidade instalada, a ampliação da garantia física exigiria aumento de reservatórios, os quais, por razões ambientais e econômicas, têm se mostrado inviáveis. “A dificuldade hoje é submeter projetos. As discussões sobre os impactos são legítimas, mas a forma como são conduzidas torna o processo excessivamente complexo”, avaliou Perim, do MME.

Especialistas lembraram ainda que erros do passado na condução de obras de grande porte deixaram marcas, desde a falta de planejamento para lidar com o impacto populacional nos municípios até os desafios de garantir benefícios duradouros às comunidades locais.

Apesar disso, a avaliação é de que o setor não pode simplesmente abandonar o tema. “As hidrelétricas ainda são uma excelente solução do ponto de vista setorial. É verdade que há muitas questões socioambientais a serem discutidas, mas o caminho não é desistir delas. É justamente debater melhor, com responsabilidade”, concluiu Perim.

Para Aleluia, a necessidade de reintrodução das usinas hidrelétricas é urgente. “O sistema não opera sem máquina rodando. Fizemos hidrelétricas sem reservatórios, cedendo a pressões ambientais. A transição energética brasileira não pode ser cópia de nenhum outro país. Temos que buscar competitividade”, criticou.

Ele alertou que, com a iminência de atingir uma rampa de 50 GW, o sistema será ainda mais difícil de ser operado. “Quem conhece o setor elétrico sabe que não basta energia; é necessário potência. Nosso sistema está fragilizado. O desafio agora é estancar o que está acontecendo, senão vai ficar inoperável”. Segundo ele, os agentes econômicos e consumidores tomaram decisões além do que o regulador podia prever. “O setor exige consensos. O consumidor tem poder, mas não pode fazer o tecnicamente inviável”.

A necessidade de retomar a construção e modernização das hidrelétricas

também foi defendida por Fernando Vianna, do Grupo Delta. Segundo ele, a medida é estratégica tanto para garantir segurança energética quanto para promover o desenvolvimento regional. “As populações ribeirinhas melhoram muito com a presença das hidrelétricas. Basta explicar os benefícios. Não pode haver oposição dentro do próprio governo, senão os projetos não saem”, afirmou.

Segundo ele, o ministro Alexandre Silveira e o ex-ministro Eduardo Braga têm sinalizado positivamente sobre a volta dos empreendimentos hidrelétricos e a expectativa de acréscimo de capacidade instalada em função da recuperação de usinas paradas e do chamado “buraco de máquinas”, ou seja, o uso de espaços já previstos em estruturas existentes para novas turbinas.

Vianna também chamou atenção para a urgência em corrigir distorções nos sinais de preço do mercado de energia. A avaliação é de que o atual modelo de precificação não reflete adequadamente os custos e riscos do sistema, o que pode comprometer a expansão equilibrada da geração. Para o executivo, o ajuste desses sinais é essencial para orientar novos investimentos e garantir eficiência econômica na matriz elétrica.

Mercado livre

O avanço da abertura do mercado livre de energia também foi tema das discussões, impulsionado por argumentos de competitividade e defesa do consumidor. Para Vianna, o tema é estratégico do ponto de vista empresarial e essencial para modernizar o ambiente de comercialização de energia no país.

Atualmente, cerca de 46% de toda a energia elétrica consumida no Brasil é comercializada no mercado livre, envolvendo aproximadamente 80 mil consumidores. “Se quase metade da energia do país já circula nesse ambiente, por que não per-

mitir que mais consumidores sejam beneficiados?”, questiona o executivo.

O investidor destaca que a abertura trará benefícios diretos ao consumidor final, ampliando a concorrência e reduzindo custos.

Sobre a abertura do mercado livre, o texto da Lei 15269/2025 define cronograma para todos os consumidores, incluindo os de BT: indústrias e comércios poderão migrar para o ambiente de contratação livre (ACL) em até 24 meses e os residenciais em 36 meses após a promulgação da lei. Antes da abertura plena, o governo deverá implementar um plano de comunicação para conscientização dos consumidores, regulamentar o Suprimento de Última Instância (SUI) — que garantirá energia em caso de falência de fornecedores —

e definir tarifas específicas para os dois ambientes. O documento também prevê encargos para ratear custos de sobrecontratação entre consumidores livres e regulados.

Planejamento

As discussões no evento também trouxeram à tona um problema estrutural: a desconexão entre formulação legal, planejamento setorial e avaliação de impactos. Segundo os especialistas, o processo que antes contava com estudos técnicos detalhados das agências reguladoras e do Ministério de Minas e Energia, que indicava custos, efeitos por segmento e consequências regulatórias, tornou-se mais fragmentado. “Em 2010 e 2012, as propostas legais vinham acompanhadas de informações das agências e do ministé-

rio: quanto isso custaria para cada setor, qual o impacto esperado. Hoje, falamos muito menos disso”, observou Lorena Perim. Segundo ela, atualmente os efeitos reais das decisões só se tornam visíveis na fase de regulamentação, quando se tenta “desenhar” os mecanismos que farão as normas funcionarem na prática.

Outro ponto crítico é a fragilidade do planejamento energético, que vem perdendo espaço diante de restrições legais e contratações compulsórias. “Antes havia margem para indicar caminhos ao mercado, mostrar se era melhor seguir por uma direção ou outra. Hoje, esse espaço praticamente desapareceu”, afirmou.

Nota: Vale lembrar que o evento ocorreu antes da aprovação da MP 1304 pelo Congresso e de sua posterior conversão em lei, com a sanção do Governo Federal. Portanto, as análises apresentadas refletem o cenário então vigente.

Empresa Telefone Email

CapTop info@captop.it

Kyocera AVX (11) 4134-8450 jmolina@ ammonrizos. com.br

Richardson (11) 5186-9652 brazil@rell.com

Sech (*) info@sechsa.com

Supercapacitores

Elementos importantes em aplicações que exigem alta densidade de potência, recarga e descarga rápida, confiabilidade e segurança, os supercapacitores são dispositivos de armazenamento de energia que possuem capacitância superior à dos capacitores tradicionais. Tornam-se ideais para aplicações em veículos elétricos, eletrônicos de consumo, energia renovável, aplicações industriais e várias outras (veja aplicações na tabela).

Da Redação de EM

Conector Pino Radial Rosca SMD/SMT Encaixe rápido Outros Brinquedos Computadores Dispositivos de memória Elevadores Equip. médico Iluminação Sistemas de telecom Turbinas eólicas UPS Veículos elétricos Outras

a

(*) Procura representante para o Brasil.

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 26 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, Novembro / Dezembro de 2025. Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Tipo Aplicações

SNPTEE 2025 aponta caminhos para a transição energética

OXXVIII SNPTEE - Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, promovido pelo Comitê Nacional Brasileiro de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (Cigre-Brasil) e organizado pela Eletrobras, agora Axia Energia, reuniu mais de 3 mil participantes em outubro, no Recife Expo Center. A programação contou com a apresentação de 518 informes técnicos, 33 palestras técnicas, 3 fóruns e 16 grupos de estudo, focando em temas como energias renováveis, eficiência energética, inovação tecnológica e desenvolvimento de infraestrutura, além de uma feira de negócios, que reuniu cerca de 100 expositores.

Com mais de 3 mil participantes, o XXVIII SNPTEE destacou a urgência de inovação, capacitação e modernização regulatória para enfrentar desafios como a superoferta renovável, a digitalização, o avanço dos data centers e a necessidade de fortalecer pesquisa, tecnologia e formação profissional no setor elétrico.

Durante a abertura, João Carlos Mello, presidente do Cigre-Brasil, salientou o papel estratégico do evento na promoção da integração entre pesquisa, setor industrial e operação. Segundo ele, essa discussão é importante para preparar o setor para os desafios atuais, como a superoferta de energia renovável, que exige uma nova postura colaborativa.

O papel do Brasil na transição energética global também foi pauta. O consenso é que o país vive uma oportunidade histórica para liderar a nova economia de baixo carbono, mas precisa avançar em inovação, capacitação

técnica e autonomia tecnológica, além de políticas públicas e viabilidade econômica. Segundo os debatedores, o desafio é financiar os investimentos em descarbonização, armazenamento e redes inteligentes, equilibrando interesses de consumidores, governos e investidores.

A digitalização acelerada e o crescimento dos data centers também foram temas discutidos. Inspirado em exemplos como o da State Grid, na China, foi defendida a abertura de concorrências tecnológicas que estimulem inovação e robustez, superando a lógica de projetos guiados apenas pelo menor preço.

Garantir que a tecnologia não se torne um gargalo da transição energética foi outro ponto central do evento. Especialistas defenderam políticas que incentivem pesquisa, desenvolvimento e inovação, com destaque para práticas como a parametrização de projetos HVDC e a abertura de concorrências tecnológicas.

A falta de engenheiros e técnicos especializados é um tema que aflige os empresários e ameaça a sustentabilidade do setor. Entre as soluções debatidas estão parcerias com universidades, modernização curricular e iniciativas que propiciem vivências da engenharia na prática a estudantes.

Embalado por esta necessidade, foi realizado o Fórum Acadêmico, que reuniu dirigentes de cursos de engenharia e economia para propor ações conjuntas voltadas à formação profissional e à promoção da pesquisa e da inovação no setor elétrico brasileiro. O Fórum produziu uma série de propostas, que tem o objetivo de compor um plano de ação a ser desenvolvido pela diretoria do Cigre-Brasil em colaboração com as instituições participantes. Entre as recomendações preliminares estão a criação de um comitê educacional permanente, a valorização da profissão de engenharia por meio de ações de divulgação científica, o estímulo a políticas de aproximação entre empresas e centros de pesquisa e a implantação de um observatório digital de pesquisa para fomentar projetos de inovação no setor elétrico.

Painéis

No painel “Armazenamento: Regulação Aplicada e Perspectiva”, conduzido por João Carlos Mello, presidente do Cigre- Brasil, discutiu-se o paradoxo brasileiro entre o excesso de geração e o déficit de potência, que pode afetar o abastecimento. João Carlos Mello frisou a necessidade de considerar a regionalização no armazenamento, incluindo o uso de usinas reversíveis para integrar o sistema. Por sua vez, Thiago Prado, presidente da EPE – Empresa de Pesquisa Energética, abordou as múltiplas aplicações do armazenamento energético e a necessidade de revisar o papel da hidroeletricidade.

Já no painel “Data centers: um novo agente no sistema”, o foco foi a discussão sobre o papel das grandes cargas para consumir o excedente de energia limpa

A feira do XXVIII SNPTEE

no período diurno, trazendo à tona a relevância crescente desses projetos na era digital. O avanço da inteligência artificial, da computação em nuvem e da conectividade global transforma os data centers em protagonistas de uma nova relação entre consumo, eficiência e sustentabilidade.

Por sua vez, o painel “Reformas setoriais: realidade, barreiras e avanços”, conduzido por Mario Menel, presidente da Fase – Fórum das Associações do Setor Elétrico, abordou a necessidade de modernização das estruturas regulatórias e institucionais do setor elétrico brasileiro. Os especialistas discutiram o andamento das reformas, os desafios de implantação e as oportunidades para tornar o ambiente de negócios mais competitivo. [Veja mais detalhes sobre essa discussão na reportagem na página 28].

Outra atração da programação foi a ExpoSNPTEE. A feira de negócios reuniu fornecedores e agentes do setor elétrico, reforçando seu papel como vitrine de tecnologias e soluções emergentes. A seguir, Eletricidade Moderna destaca alguns dos principais produtos e inovações apresentados na mostra.

Detecção de fibra óptica

A AP Sensing destacou suas soluções para detecção de temperatura distribuída (DTS) e detecção acústica distribuída (DAS) para redes de distribuição e transmissão. Segundo a empresa, a tecnologia exclusiva oferecida garante medições acústicas e térmicas sem descontinuidades, em tempo real ao longo do circuito de energia. Localiza com precisão os pontos de aquecimento ou falhas

em cabos, computa a ampacidade, prevê potências de emergência com antecedência e calcula a cobertura dos cabos submarinos, entre outras características. www.apsensing.com

Monitoramento de LTs

A Concert Technologies, em parceria com a Evoltz, apresentou o projeto Smart Transmission Tower. Trata-se de uma ferramenta para monitoramento de riscos de queda de torre e aumento da resiliência de LTs por meio de IoT.

A solução de monitoramento remoto em tempo real para torres de transmissão é, segundo a empresa, capaz de identificar ameaças externas, registrar eventos de queda e gerar dados que apoiam a manutenção preventiva e a ges -

tão de ativos. Conta com monitoramento georreferenciado, que pode contribuir para a identificação das causas das falhas de forma mais ágil, fortalecendo estratégias de manutenção preventiva e preditiva, além de reduzir custos logísticos, impactos financeiros e riscos regulatórios. www.concert.com.br

Monitoramento de buchas

O sistema online de monitoramento de buchas isolantes Fractive 4.0, mostrado na feira pela PS Soluções, apresenta ampla faixa de frequência (1 kHz a 10 MHz).

Possui capacidade de detectar alterações estruturais antes que ocorram perdas dielétricas e realiza diagnósticos antecipados.

Segundo a empresa, o monitoramento é feito por meio de injeção e leitura de sinais de alta frequência no ativo sob análise. Com base na resposta aos sinais injetados, o equipamento fornece informações que permitem inferir a condição das buchas. pssolucoes.com.br

Inspeção de torres

A Netcon Americas apresentou uma tecnologia que utiliza drones equipados com inteligência artificial para realizar inspeções

Congresso e feira

em torres de energia. Chamada de Netcon Tower Vision AI, a solução tem o objetivo de reduzir riscos para as operadoras e acelerar a identificação de falhas. https://netconamericas.com

Sincronismo de tempo

A ECO Automação Industrial destacou na feira a série 8X00, da Hopf. O relógio GNSS para sincronismo de tempo é modular,

em rack 19” 1U (até seis módulos adicionais hot plug )/2U (até 12 módulos adicionais). Possui temperatura de operação de -40 a 70ºC, fonte simples ou redundante; PRP e HSR, combinável com PTP. Conta com funcionalidades para cybersecurity, como firewall GNSS integrado por padrão com tecnologia anti-jamming e anti-spoofing , RBAC com suporte LDAP e autenticação Radius, suporte a SL-C 2. https://ecoautomacao.com.br

Fundações

A DFI mostrou no evento suas soluções para fundações. A companhia fornece diversos tipos de estacas: cravadas, helicoidais, H, pranchas, etc. Também atua no projeto, instalação, corte, arrasamento e ensaios de estacas. Além disso, possui uma frota de equipamentos para instalação, desenvolvidos sob medida, como guindastes de alta capacidade, carretas de transporte e equipa-

mentos para ensaios de capacidade de carga. dfipiling.com

Postes

A Brametal apresentou os postes monotubulares fabricados em aço galvanizado, solução que já soma mais de 600 projetos e 1.400 estruturas instaladas em 14 estados brasileiros. Os equipamentos são produzidos modularmente, e, de acordo com a empresa, permitem rapidez de montagem, menor peso e menor impacto ambiental, sendo indicados para áreas urbanas, projetos com restrições ambientais e obras com cronogramas apertados. O design permite customização e integração de acessórios, o que reduz custos e amplia a eficiência dos projetos, acrescenta a companhia.  Outro destaque foi a Estação de

Testes de Carregamento, que permite validar cálculos e modelos de engenharia garantindo, de acordo com a empresa, qualidade, segurança e confiabilidade nas soluções aplicadas em campo. www.brametal.com.br

Verificação de capacitância

A Montrel Tecnologia expôs na feira o MedCap, um equipamento desenvolvido para verificação de capacitância de bancos de capacitores, sem retirada para ensaio. Segundo a empresa, a solução

permite a otimização do tempo de prova. O equipamento permite visualização dos resultados tanto na tela quanto remotamente, permitindo exportação dos arquivos gerados. Disponibiliza valores em tempo real, possibilitando o acompanhamento dos ensaios, geração de gráficos, etc. www.montrel.com.br

Transmissão

Na ExpoSNPTEE, o Grupo Shemar Holding divulgou suas principais áreas de atuação. Em transmissão, a empresa atua na compactação ambientalmente amigável e no projeto de redes elétricas V2.0, consideradas mais confiáveis e econômicas. Também fornece soluções de rede EPCM, com valor maximizado durante o ciclo de vida. Segundo a companhia, a rede de transmissão versão 2.0 oferece redução média de 15% em aço estrutural e concreto de fundação, diminuição de 20% da faixa de servidão e eliminação de 90% das falhas causadas por isoladores tradicionais. en.shemar.com.cn

Condutores de alumínio

O Grupo Intelli mostrou na feira seus condutores AECC (Aluminium Encapsulated Carbon Core). São formados por um núcleo de carbono pré-tensionado, encapsulado por uma espessa camada de alumínio, e fios de alumínio liga 1350 recozidos.

Segundo a empresa, essa combinação proporciona um condutor leve, com elevada resistência mecânica e condutividade, indicado tanto para novas linhas quanto para recapacitações. www.grupointelli.com.br

Transformadores

A Data atua na fabricação e manutenção de motores elétricos, geradores e transformadores. Na mostra, a empresa destacou sua operação no segmento de trans -

formadores: fabricação, projeto, reformas, diagnósticos, inspeções, ensaios normatizados, modernizações, repotenciamentos, manutenção, etc. www.data.com.br

Componentes para transformadores

A Comem, que fornece componentes para transformadores, apresentou na exposição uma visão geral do seu portfólio de produtos, que inclui: válvulas de retenção, relés Bulchholz, secadores de ar, indicadores de temperatura, sistemas de fibra óptica, agregadores de dados, dispositivos de segurança, buchas de porcelana e de resina epóxi, dispositivos de alívio de pressão, indicadores de nível de óleo, etc.

A companhia oferece suporte para seleção de produtos, instalação e comissionamento. www.comem.com

Chaves de aferição

A Konecty mostrou na exposição as chaves de aferição da linha KEY, que conta com modelos de sobrepor (S) e embutir (E). O modelo KEY-S proporciona, na posição aberta, o isolamento elétrico para ligação, reparo ou monito -

ramento de equipamentos. Na posição fechada, mantém o funcionamento e continuidade dos circuitos elétricos. www.konecty.com.br

Monitoramento de SF6

A Wika fornece uma solução para monitoramento de gás SF6, que conta com sensores de pressão, temperatura e umidade. Possui design simplificado, em montagem única e conexão a cabo, que possibilita implementação em painéis de distribuição novos

ou existentes. Tem sinal digital Modbus, que permite comunicações para aplicações de monitoramento inteligente. Segundo a empresa, o padrão digital Modbus minimiza custos de programação e fiação, permitindo até 247

transmissores conectados em um barramento. www.wika.com.br

Excitação e controle de turbinas

A Reivax destacou durante a exposição soluções para sistemas de excitação e controle de turbinas. O sistema de excitação RTX atua na regulação e estabilidade de tensão com alto rendimento. Já o regulador de velocidade RVX tem a função de controle eficiente de turbinas hidráulicas. O RTVX integra um sistema de excitação e regulador de velocidade em um úni -

co painel. Por sua vez, o RTVAX combina excitação, regulador de velocidade e sistema de automação. A empresa também fornece reguladores de tensão pré-montados, entre outros produtos. www.reivax.com

A segurança contra explosões na indústria ganha novo livro

Explosões em locais de trabalho continuam respondendo por considerável parcela dos prejuízos e mortes no mundo todo, a despeito da evolução do conhecimento técnico, da normalização e da legislação de segurança. Para dar uma ideia de magnitude, à falta de estatísticas globais: i) Dados do Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA (BLS, na sigla original) dão conta de que, em 2023, foram causadas naquele país 66 mortes por explosões em locais de trabalho (1,2% de todas as mortes por acidentes de trabalho naquele ano) [1]; e ii) De acordo com o banco de dados do Departamento de Segurança do Trabalho (SAWS, na sigla em inglês) do governo da China, houve no país 2098 acidentes com explosões de janeiro de 2000 a abril de 2017, com 15,8 mil mortes e 12,6 mil feridos graves ou leves, além de 1154 desaparecidos [2].

Explosões acidentais que ceifam dezenas ou centenas de vidas não estão mais restritas a estatísticas. Hoje são vistas por todo o mundo em tempo real, pois sempre há alguém com uma câmera apontada para algum lugar quem esquece da horripilante explosão no por-

Obra apresenta medidas preventivas, regras e normas para mitigar o risco de explosões, aborda riscos e perigos, a seleção de equipamentos, os sistemas de aterramento, a eletricidade estática e a proteção contra raios, entre outros aspectos. O autor, Estellito Rangel Júnior, fala nesta entrevista sobre o conteúdo e as premissas que adotou para obter um resultado abrangente e isento, com foco em normas e na legislação.

to de Beirute em agosto de 2020, que matou mais de 200 pessoas, feriu milhares e causou US$ 15 milhões em danos? A corrida para reduzir o número e a gravidade desses acidentes se intensifica na medida em que também se multiplicam as atividades suscetíveis à presença de pós combustíveis e gases inflamáveis. Práticas, normas e legislação de segurança se renovam e se aprimoram constantemente, daí a importância do livro “Explosion Safety for Industries – Prevention and Protection ”, do engenheiro Estellito Rangel Junior, recém-lançado pela editora CRC Press, um verdadeiro guia sobre o tema destinado a engenheiros de segurança, gerentes, físicos, e os engenheiros químicos, eletricistas e mecânicos. Com seus mais de 30 anos de experiência em instalações com atmosferas potencialmente explosivas, Estellito explora no texto aspectos como classificação de áreas, projetos de instalações em áreas classificadas, seleção de

Estellito: “Livro voltado ao mercado mundial, abordando tanto normas norte-americanas quanto IEC”

equipamentos Ex, centelhamentos perigosos, aterramento, proteção contra descargas atmosféricas e vários outros, à luz da normalização e da legislação vigente (veja ao final, em “Serviço”, a lista de capítulos). Colunista de Eletricidade Moder-

Atmosferas explosivas

na há mais de 22 anos, onde assina a coluna “EM Ex”, Estellito, que é senior member do IEEE e foi o primeiro representante brasileiro no Technical Commitee 31 (Explosive Atmospheres) da IEC, concedeu ao nosso consultor técnico Celso L.P. Mendes a entrevista a seguir, em que faz considerações sobre as

Celso Mendes – Sendo este um livro em inglês e voltado para o mercado mundial, supõe-se que ele se baseia nas normas IEC. Neste caso, como fica a aplicação do livro no Brasil? As mais de 100 normas ABNT nessa área (Ex) são idênticas às IEC? E se houver divergências?

Estellito Rangel Junior – O livro se propõe a atender o mercado internacional e, dessa forma, aborda tanto as normas americanas quanto as IEC. As normas IEC, como sabemos, são normas voluntárias, apresentadas como sugestão para os países membros elaborarem suas normas nacionais estas, sim, poderão vir a ser compulsórias, dependendo da legislação aplicável. As normas IEC são fruto do consenso dos representantes dos países membros presentes nos respectivos MT (Maintenance Teams), e não de consenso de todos os países do mundo, como alguns pensam. E pode haver divergências mesmo entre países que integram o MT. Um exemplo emblemático é o da British Standard BS 60079-14 [3], que na edição de 2014 (ed. 5) publicou um Anexo Nacional recusando as mudanças nos critérios de seleção de prensa-cabos estabelecidos na edição da IEC 60079-14 [4] de 2013 (ed. 5). Por outro lado, países sem o necessário know-how tendem a fazer traduções ao pé da letra das publicações IEC, o que não raro conflita com a legislação vigente no país.

Promoção para os leitores de EM

Até o dia 31 de janeiro de 2026, os leitores de Eletricidade Moderna terão desconto de 25% na compra do livro no site da editora. Acesse https://bit.ly/3L9jWks e insira o código de desconto AHQ01 no campo indicado no carrinho de compras.

Minha experiência na Petrobras, que começou com as normas internas derivadas do NEC (National Electrical Code, dos EUA) e paulatinamente passou a seguir as normas IEC, permitiu que eu abordasse no livro as duas correntes, e no capítulo 6 comparasse os requisitos de normas IEC e UL para fabricação de equipamentos Ex.

CM – No caso de proteção contra descargas atmosféricas, embora a base da ABNT NBR 5419 [5] seja a IEC, certamente há diferenças em relação à série IEC 62305 [6]. O mesmo se pode dizer sobre diversas normas para aterramento (NBR 15751 [7], NBR 16254 [8]) . Como o livro lida com esses possíveis conflitos?

ERJ – Procurei dar ênfase à importância da inspeção periódica dos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas. Apresentei as novidades da IEC 62305 em relação à IEC 61024 [9] (substituída por aquela), mostrei os princípios dos sistemas RSM (esfera rolante) e MSM (modelo eletrogeométrico). Não intentei redigir um manual de como fazer um sistema de proteção contra descargas atmosféricas, mas informar os parâmetros de projeto que devem ser verificados pelo responsável do empreendimento. Mantendo o caráter dual, também incluí tópicos da API RP 2003 [10] [do American Petroleum Institute, dos EUA], cuja edição mais recente

diferenças entre normas IEC e norte-americanas, presentes no livro, e sobre equívocos que vê no complexo campo da classificação de áreas. [Nota do Editor: A Redação de EM acrescentou ao final a lista das normas e outros documentos referidos nas perguntas e respostas – V. “Referências e normas citadas”].

é de setembro de 2015, no mesmo capítulo, e informei sobre algumas particularidades da proteção de tanques de armazenamento de inflamáveis, e de silos.

CM – O anúncio do livro faz referência à “international safety legislation”. De que fontes ou documentos estamos falando aqui?

ERJ – Na abordagem americana, diversas publicações do OSHA CFR (Code of Federal Regulation, da Occupational Safety and Health Administration) estão mencionadas. Cito nossa NR-10 (Norma regulamentadora no 10, do Ministério do Trabalho e Emprego, sobre serviços em eletricidade) [11] e, no âmbito europeu, as Diretrizes ATEX [12].

CM – Como o livro aborda a complexa “Classificação de áreas” e a necessidade de um enfoque multidisciplinar?

ERJ – A ênfase foi em explicar que as conhecidas “figurinhas prontas” mostradas nas Recomended Practices (RP) do API não expressam a real extensão de uma atmosfera explosiva, mas sim uma sugestão, uma recomendação, que tem apenas o objetivo de dar uma ideia do que pode ocorrer. No Brasil, a falta de um amadurecimento técnico mais aprofundado fez com que as empresas simplesmente copiassem aquelas figuras como panaceia, isto é, aplicável a todas as

Atmosferas explosivas

instalações, o que comprometeu a segurança. O trabalho que apresentei na conferência do PCIC [IEEE IAS Petroleum and Chemical Industry Committee] de San Francisco em 2014 [13] mostrou, através de modelos computacionais, que as distâncias das áreas classificadas podem ir bem além de “3 m”, que equivocadamente vem sendo apontada como uma “distância padrão” para áreas classificadas na indústria do petróleo, e até mesmo considerada “conservadora”, mas que na verdade distorce o risco que se apresenta nas instalações industriais. O fato de a IEC (que publica normas sobre eletricidade) ter emitido a 7910 [14] e de o NEC (uma norma de instalações elétricas) ter incluído “figurinhas prontas” de áreas classificadas induziu o engano de que caberia ao engenheiro eletricista fazer classificação de áreas. Nada mais equivocado, uma vez que dispersão de gases e pós não está incluída na formação dos engenheiros eletricistas. Desta forma, não caberia à IEC a emissão da 6007910-1 e -2 [15], mas à ISO. O trabalho multidisciplinar é recomendado, e apenas os engenheiros eletricistas com a devida especialização podem fazer classificação de áreas.

CM – Quais os segmentos industriais contemplados na obra, além da clássica indústria do óleo & gás?

ERJ – O livro busca ser útil nas indústrias de petróleo e gás, petroquímica, biocombustíveis e agronegócio daí as fotos mostradas na capa. Não limitei o conteúdo às normas IEC de construção de equipamentos Ex (Ex d, Ex p, Ex i, etc.). Incluí normas como a NFPA 660 [16] e também abordei meios de supressão, isolamento e alívio de pressões decorrentes de explosões pelos pós combustíveis.

CM – Poeiras combustíveis vs . pós combustíveis: o clássico livro de Rolf Eckhoff, “Dust Explosions in

the Process Industries”, usa ambos os termos (dust e powder). Leite em pó em suspensão se torna poeira de leite? Como o livro resolve essas dicotomias?

ERJ – A tradução adotada na ABNT foi “poeiras”, mas a definição da NFPA coloca a poeira como uma subdivisão dos pós, e deste modo entendo como mais adequado falarmos em “pós combustíveis”, quando as poeiras estão incluídas. Falar apenas em “poeiras”, portanto, exclui os pós, que possuem granulação maior.

CM – Para proteção contra descargas atmosféricas, as normas IEC 62305 e correlatas prescrevem três métodos: o do ângulo de proteção (Franklin); o da esfera rolante; e o das malhas (Faraday). A esfera rolante é considerada uma ferramenta de aplicação prática do modelo eletrogeométrico (MEG), visto que os fundamentos teóricos de ambos são rigorosamente os mesmos. Note que também a NFPA 780 [17] se refere ao método da esfera rolante como exemplo de aplicação do MEG. Todavia, o livro menciona apenas dois métodos, que na prática são equivalentes (o MEG e a esfera rolante). O autor poderia explicar a razão?

ERJ – A influência da NBR 5419 levou-me a dar  ênfase às referências da IEC,  mas a NFPA 780 foi citada no texto, embora não tenha sido contemplada com um subcapítulo. Esta já se caracteriza como a primeira sugestão para a segunda edição.

CM – Muito obrigado, Estellito, e sucesso para o livro!

REFERÊNCIAS E NORMAS CITADAS

[1] Arnold & Itkim: How common are workplace explosions? Disponível em https://www.arnolditkin.com/blog/ work-accidents/how-common-are-workplaceexplosions-/

[2] Xu Wang; Juan Du; Zhuo Zhuang; Zheng-Guo Wang; Jian-Xin Jiang & Ce Yang: Incidence, casualties and risk characteristics of civilian

explosion blast injury in China: 2000—2017 data from the state Administration of Work Safety. Disponível em https://link.springer.com/ article/10.1186/s40779-020-002575#:~:text=Incidence%20of%20explosions%20 and%20casualties,per%20million%20people%20 after%202001.

[3] BS 60079-14:2014 – Explosive atmospheres - Part 14: Electrical installations design, selection and erection. BSI Group.

[4] IEC 60079-14:2013 – Explosive atmospheres - Part 14: Electrical installation design, selection and installation of equipment, including initial inspection International Electrotechnical Commission.

[5] ABNT NBR 5419:2015 – Proteção contra descargas atmosféricas . Associação Brasileira de Normas Técnicas. [Norma em revisão].

[6] IEC 62305:2024 – Protection against lightning. International Electrotechnical Commission.

[7] ABNT NBR 15751:2013 – Sistemas de aterramento para subestações – Requisitos. Associação Brasileira de Normas Técnicas.

[8] ABNT NBR 16254: Versão Corrigida 2024 – Materiais para sistemas de aterramento – Requisitos gerais. Associação Brasileira de Normas Técnicas.

[9] IEC 61024: 1993 – Protection of structures against lightning (series). International Electrotechnical Commission.

[10] API Recommended Practice 2003:2015 – Protection against ignitions arising out of static, lightning, and stray currents. American Petroleum Institute

[11] NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade. Ministério do Trabalho e Emprego –Brasil (Última modificação: Portaria SEPRT nº 915, de 30 de julho de 2019).

[12] ATEX Directive 2014/34/EU (Equipment) – Equipment and protective systems intended for use in potentially explosive atmospheres / ATEX Directive 1999/92/EC (Workplace) – Minimum requirements for improving the safety and health protection of workers potentially at risk from explosive atmospheres. European Union.

[13] Rangel Jr., Estellito; Luiz, Aurélio M. e Madureira Jr., Hilton L. P.: Area classification is not a copy and paste process. In: PCIC 2014, San Francisco. EUA. Disponível em: https://ieeexplore.ieee.org/document/6961903/

[14] IEC 79-10:1972 – Electrical apparatus for explosive gas atmospheres. Part 10: Classification of hazardous areas. International Electrotechnical Commission.

[15] IEC 60079-10-1: 2008 – Explosive atmospheres – Part 10-1: Classification of areas - Explosive gas atmospheres / IEC 60079-10-2:2009 – Explosive atmospheres - Part 10-2: Classification of areas – Explosive dust atmospheres. International Electrotechnical Commission.

[16] NFPA 660:2024 – Standard for combustible dusts and particulate solids. National Fire Protection Association.

[17] NFPA 780:2023 - Standard for the installation of lightning protection systems. National Fire Protection Association.

Serviço: “Explosion Safety for Industries – Prevention and Protection” –Autor: Estellito Rangel Júnior. 376 páginas, capa dura, 16,2 x 2,77 x 23,99 cm, editora CRC Press, 2025. Capítulos: 1. Explosões de gases e vapores inflamáveis; 2. Explosões de pós combustíveis; 3. Estudos de classificação de áreas; 4. Projetos de instalações em áreas classificadas; 5. Seleção de equipamentos Ex; 6. Centelhamentos perigosos; 7. Aterramento; 8. Riscos da eletricidade estática; 9. Proteção contra raios; 10. Pontos de atenção em sistemas elétricos; 11. Inspeção e manutenção; 12. Práticas para trabalhos seguros.

Segurança contra incêndio

Rotas de fuga com sinalização dinâmica e adaptativa

Para escapar de um edifício em chamas sem ajuda externa não há muito tempo. Em geral são apenas dez minutos disponíveis e, em áreas próximas ao foco do incêndio, muitas vezes apenas dois a três minutos. Por isso, as rotas de fuga e resgate estão sujeitas a requisitos rigorosos da legislação, tais como comprimento máximo do caminho a ser percorrido, ausência de carga de incêndio e existência de uma rota de fuga alternativa.[N.T.]

Sistemas dinâmicos e adaptativos de sinalização de rotas de fuga ampliam a segurança em relação aos métodos convencionais. Este artigo aborda os benefícios para novos projetos, reformas e restauração de edificações, além de alertar para a questão crucial da acessibilidade de pessoas com limitações motoras ou sensoriais em emergências. A recente norma DIN 14036 prescreve os requisitos para aplicação desta tecnologia.

Sinalização convencional de rotas de fuga

A iluminação e a sinalização clara das rotas de fuga em edificações têm uma função primordial para os usuários. De acordo com as normas, são normalmente exigidas luminárias de segurança e placas de sinalização das rotas de fuga, iluminadas ou retroiluminadas, instaladas a uma altura normalizada. Elas

[Nota do Tradutor – No âmbito da ABNT aplicam-se, entre outras, as normas ABNT NBR 10898:2023 - Sistema de iluminação de emergência; ABNT NBR 9077:2025 - Projeto de saídas de emergência; série ABNT NBR ISO 7240 - Sistemas de detecção e alarme de incêndio; e ABNT NBR 9050:2020, versão corrigida:2021 –Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, mencionada adiante.]

devem possibilitar que as pessoas se orientem para abandonar o edifício rapidamente, com segurança e autonomia.

Na fase de projeto, a sinalização de uma primeira rota de fuga (rota de fuga principal), concebida para o caso de colapso da iluminação geral por falta de energia, é definida a partir de cada ponto da edificação mediante indicadores de direção fixos. Todavia, em situações de incêndio ou outras emergências, essa sinalização estática pode ser insuficiente.

A legislação parte do princípio de que o caminho mais curto é determinante da

rota de fuga e deve permanecer transitável em caso de emergência. No entanto, isso nem sempre é possível num cenário de incêndio. Caso trechos da rota de fuga sinalizados com indicadores de direção fixos se tornem intransitáveis, por exemplo, devido à presença de fogo ou de fumaça, as pessoas podem ser conduzidas diretamente para áreas de risco (figura 1).

Sinalização dinâmica de rotas de fuga

Sistemas dinâmicos de sinalização de rotas de fuga (SDRF) com indicação variável de direção (figura 2) aumentam consideravelmente a segurança em caso de incêndio ou emergência. Tais sistemas são acoplados, por exemplo, a uma central de alarme de incêndio, recebendo informações sobre o local do incêndio. Assim que um detector de fumaça ou de incêndio é ativado, uma única rota de fuga segura é sinalizada. As áreas de risco são bloqueadas visualmente pelo SDRF e as pessoas são redirecionadas para contorná-las. O abandono da própria área de risco é feito pelo caminho mais curto (figura 3).

Inotec Sicherheitstechnik

Em função dos objetivos da proteção, podem ser adicionadas, por exemplo, sinalizações de direção próximas ao piso com luz intermitente sequencial, que permitem a orientação mesmo na presença de fumaça. A sinalização dinâmica de rotas de fuga vem sendo utilizada com sucesso há muitos anos, e frequentemente serve para compensar medidas exigidas pelos regulamentos que não poderiam ser implementadas ou seriam economicamente inviáveis. Em geral, um SDRF permite reduzir significativamente os custos totais de construção civil. Com o ajuste exclusivo da rota de fuga, o sistema é fácil de configurar, operar e testar.

Direcionamento adaptativo de rotas de fuga

O sistema de direcionamento adaptativo de rotas de fuga (SARF) baseia-se no sistema dinâmico de sinalização de rotas de fuga (SDRF) e vai um passo além. Ambos os sistemas são ativados em caso de perigo e podem indicar direções diversas, conforme o local do evento. Contudo, em contraste com o sistema

dinâmico, o sistema adaptativo se ajusta de acordo com o desenvolvimento do evento e reconfigura a rota de fuga de modo flexível durante o abandono da edificação.

Para cumprir esta função, as rotas de fuga devem ser supervisionadas quanto à sua transitabilidade. Aqui podem ser aplicadas diversas técnicas, como detectores de incêndio, “atuadores de rotas de fuga” [atuam no fechamento e aber-

tura automática de portas], câmeras de vídeo, ou sensores de gás. Consoante a tecnologia de sensores utilizada, é possível, por exemplo, detectar a propagação do incêndio ou congestionamentos nas rotas de fuga e indicar continuamente rotas de fuga seguras. A tecnologia dos SARF encontra-se em desenvolvimento.

Norma de aplicação

DIN 14036

Durante muito tempo, faltavam bases normativas para sistemas de direcionamento adaptativo de rotas de fuga. Com a publicação da norma DIN 14036 [1], em dezembro de 2023, os profissionais passaram a dispor, pela primeira vez, de uma norma de aplicação prática. No corpo desta norma é descrita a implementação de um SDRF visando aos ob-

Fig. 1 – A sinalização estática de rotas de fuga pode eventualmente conduzir a áreas de risco
Inotec Sicherheitstechnik
Fig. 2 – Luminárias de sinalização dinâmica de rotas de fuga com pictogramas de direcionamento variáveis indicam um caminho seguro para abandono da edificação
Inotec Sicherheitstechnik
Fig. 3 – Sistemas dinâmicos de sinalização de rotas de fuga bloqueiam áreas de risco, indicando como sair delas ou contorná-las com segurança

Segurança contra incêndio

jetivos de proteção, enquanto no anexo informativo B são fornecidas informações sobre a estrutura de um sistema SARF. A norma também contempla a aplicação de sistemas de direcionamento variável de rotas de fuga como meio de compensação de outras medidas de proteção, além de facultar maior liberdade de projeto e economia na prevenção de incêndios em edificações.

Medidas de compensação

A norma DIN 14036 menciona expressamente a aplicação de sistemas de direcionamento variável de rotas de fuga como medida de compensação para fins de proteção. Particularmente em reformas e restaurações, bem como em edificações tombadas pelo patrimônio histórico, além dos casos de mudanças de destinação, a implementação de soluções construtivas que atendam as normas atuais muitas vezes não é viável.

No seu anexo A, a norma apresenta cenários possíveis em que os sistemas SDRF/SARF podem contribuir para compensar os requisitos legais de construção. Um exemplo de projeto detalhado e ilustrado descreve um edifício administrativo tombado pelo patrimônio histórico, no qual, graças a um SDRF, foi possível evitar, entre outros, a construção de uma escada externa adicional.

Aspectos econômicos

Não apenas em reformas e restaurações, mas igualmente em novas construções, com a implantação de sistemas SDRF e/ou SARF os objetivos de proteção podem ser alcançados de modo mais econômico do que com os requisitos padronizados dos regulamentos de segurança. Como estas considerações não fazem parte dos requisitos legais de construção civil, os proprietários e projetistas devem agir por iniciativa própria e especificar medidas adequadas no pla-

no de rotas de fuga da edificação, bem como justificar os desvios das normas e regulamentos. Recomenda-se uma coordenação prévia com as autoridades competentes e demais partes envolvidas, como as companhias seguradoras.

Abandono da edificação livre de barreiras

Sistemas dinâmicos e adaptativos de rotas de fuga oferecem múltiplas possibilidades de assistência eficaz e economicamente viável para pessoas com mobilidade reduzida. Por exemplo, uma rota de fuga utilizável por pessoas em cadeira de rodas pode ser sinalizada separadamente (figura 4). A norma DIN 14036 aborda explicitamente o auto resgate livre de barreiras físicas e o Princípio dos Dois Sentidos. O anexo C da norma contém informações sobre a implementação de um sistema acústico de direcionamento das rotas de fuga.[N.T.]

[N. do T. – O Princípio dos Dois Sentidos determina que a informação para fins de acessibilidade deve ser transmitida no mínimo por meio de dois sentidos: visual e tátil ou visual e sonoro. Previsto nas normas do Seguro Social de Acidentes na Alemanha (DGUV.de), este princípio também está caracterizado na norma ABNT NBR 9050:2020, versão corrigida:2021 – Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.]

Conclusão e perspectivas

Os sistemas dinâmicos e adaptáveis de direcionamento de rotas de fuga permitem o abandono seguro e econômico

de edificações. A norma de aplicação DIN 14036 [1], publicada em 2023, deve acelerar a implementação desses sistemas, uma vez que proporciona a todos os envolvidos na construção a segurança necessária em termos de projeto e respectiva aprovação.

Outras normas alemãs correlatas são DIN VDE V 0108-200 [3], que prescreve os requisitos mínimos para sistemas elétricos de direcionamento de segurança ópticos, e DIN EN 1838 [4], na qual a sinalização de rotas de fuga com direcionamento variável é tratada como parte integrante da iluminação de segurança.

REFERÊNCIAS

[1] DIN 14036:2023-12 Dynamische und Adaptive Fluchtweglenkung – Planung und Umsetzung von richtungsvariablen Konzepten.

[2] DIN VDE 0833-1:2014-10; VDE 0833-1:2014-10:201410 Gefahrenmeldeanlagen für Brand, Einbruch und Überfall – Teil 1: Allgemeine Festlegungen

[3] DIN VDE V 0108-200 VDE V 0108-200:2018-12 Sicherheitsbeleuchtungsanlagen – Teil 200: Elektrisch betriebene optische Sicherheitsleitsysteme.

[4] DIN EN 1838:2022-06 - Entwurf, Angewandte Lichttechnik – Notbeleuchtung ; Deutsche und Englische Fassung prEN 1838:2022:2022-06.

[5] DIN-Normenausschuss Lichttechnik: Projekt Lichtanwendungen – Adaptive Sicherheitsbeleuchtungsanlagen, 2020, https://www.din.de/de/mitwirken/normenauss chuesse/fnl/projekte/wdc-proj:din21:278928691 [Zugriff am 15.3.2024].

Artigo publicado originalmente na revista alemã de – das elektrohandwerk, edição 09/2024. Copyright Hüthig GmbH, Heidelberg e München. www.elektro.net. Publicado por EM sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.

Fig. 4 – Sinalização de rota de fuga específica para pessoas com restrições de mobilidade
Inotec Sicherheitstechnik

I N TERS O LA R SOUT H AME R I C A

A

maior feira & congresso da América Latina para o setor solar

A Intersolar South America, a maior feira & congresso da América Latina para o setor solar, enfoca os ramos de fotovoltaica, produção FV e tecnologias termossolares. O evento reúne fabricantes, fornecedoras, distribuidoras, prestadoras de serviços e parceiras do setor solar, incentivando um meio ambiente mais limpo, acesso universal à energia e redução

de preços. Solidamente enraizada na América Latina, a feira destaca seu expressivo potencial solar. A Intersolar South America será realizada de 25 a 27 de agosto de 2026 no moderno e bem localizado Expo Center Norte, em São Paulo, dentro do evento The smarter E South America, a maior aliança de eventos para o setor energético da América Latina.

EE S SOUT H AMERIC A

O evento essencial para baterias e sistemas de armazenamento de energia na América Latina

A ees South America, o evento essencial para baterias e sistemas de armazenamento de energia na América Latina, enfoca soluções de armazenamento de energia que apoiam e complementam sistemas energéticos com número crescente de fontes renováveis de energia, integrando prossumidores e veículos elétricos. Com presença consolidada na região, o evento reflete a crescente importância da

integração entre eletricidade, calor e transportes. A mostra especial Element1, integrada à ees, destaca especificamente o alto potencial do hidrogênio verde no Brasil. A ees South America será realizada de 25 a 27 de agosto de 2026 no moderno e bem localizado Expo Center Norte, em São Paulo, dentro do evento The smarter E South America, a maior aliança de eventos para o setor energético da América Latina.

ELETR OT EC+E M-POWE R S O UT H AMERIC A

A feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia

A E l e t ro t ec +EM - P o w er Sou t h A me ri ca é o eve n t o de i n fr ae str utura el é t r i ca e ges t ão d e ene rg i a na A m ér i ca La t ina. A fei r a des t aca a s t ecn o l o gia s de d is tr i buiçã o de ene r gia el é t r ica , be m c omo s e r vi ç o s e s olu ç ões de i n formátic a p a r a ge s tã o de ene r gia em rede, de s e r v i ç o s p úbl i c os e de ed if ica ç õ e s . S o l i dame n t e es t abelec i da n o c o n t ine n t e, a fei r a c o nect a

p rof i s s i o na i s e em p resa s da s á reas de p roj e t o , ins t alação e m anutençã o – da geraçã o d i s t ribu í da a t é a di s t r ibu i ção de ene rgia p o r rede s aé reas e su b ter r âneas. Se r á realizada d e 2 5 a 2 7 de ag o st o de 2 0 2 6 de n t ro do eve n t o

The smar t e r E South Amer i ca, a m aior alianç a de eve n t os para o s e t or ene r g é ti c o da A m éric a Lat i na .

P OW E R2DRIV E SOUT H AMER I C A

A feira e congresso fundamental para infraestrutura de recarga e eletromobilidade na América Latina

Power2Drive South America: a feira & congresso fundamental para infraestrutura de recarga e eletromobilidade na América Latina. Solidamente estabelecido no continente, o evento evidencia a importância do veículo elétrico para um futuro sustentável de transporte e para sua crescente contribuição na matriz energética. A feira

reúne fabricantes, fornecedoras, instaladoras, distribuidoras, administradoras de frotas e de energia, fornecedoras e eletromobilidade e novas empresas. Será realizada em São Paulo, dentro do evento The smarter E South America, a maior aliança de eventos para o setor energético da América Latina.

Engenharia, instalações e serviços técnicos especializados

Empresa – Telefone E-mail UF

Aradan – (82) 98841-4150 majr21@hotmail.com

E3fix – (82) 98200-6522 adm@e3fix.com.br

Elétrica Nunes (92) 99341-8153 jn_farias@hotmail.com

Engecrim – (92) 3642-3938 engecrim@engecrim.com.br

I3M – (92) 2126-4713 contato@i3m.com.br

Soltec – (92) 98613-1673 soltecam947@gmail.com

Clave – (75) 98253-8879 contato@claveenergia.com.br

Compac – (71) 3018-3678 compac@compacengenharia. com.br

ESO – (73) 98827-1617 esoengenharia@yahoo.com.br

Quality – (71) 3341-1414 adm@qualityltda.com.br

Sampaio – (71) 99982-3050 teknergia@teknergia.com.br

AMP – (85) 3221-5169 contato@amp.eng.br

Engevision – (85) 99944-2134 adm.engevision@hotmail.com

Kstros – (85) 98162-3076 contato@kstros.com

MH Tecnologia (61) 99981-9422 mhtecnologia@mhtecnologia. com.br

BK – (27) 98115-5322 atendimento@bkengenharia. com.br

O levantamento relaciona prestadores de serviços técnicos especializados, com atuação em consultoria, estudos, gerenciamento, projeto e especificação, execução e instalação, além de inspeção, comissionamento e manutenção. Engloba diversos segmentos da engenharia elétrica (geração, transmissão, eficiência energética, qualidade da energia, etc.) e organiza as empresas por estado, facilitando a busca pela localização e a contratação conforme a demanda técnica.

Serviços oferecidos

Consultoria, Estudos Gerenciamento Projeto e Especificação Execução/Instalação Inspeção Comissionamento Manutenção Hidrelétricas Geração térmica Sistemas eólicos Sistemas fotovoltaicos Armazenamento de energia Subestações

Áreas de atuação

Linhas de transmissão Redes de distribuição Eletrificação rural Qualidade da energia Eficiência energética Segurança do trabalho

Instalações elétricas Industriais Prediais Prumada coletiva PDA/SPDA

Iluminação Automação MT AT Pública Industrial/ comercial de segurança Predial Industrial

Da Redação de EM

Empresa – Telefone E-mail UF

Alset – (62) 8223-0027 vendas4@alset.com.br

Atlântico Sul – (62) 98206-8401 wazevedo@atlanticosuleng.com.br

Cleiton Resende (64) 98145-1150 cleiton_resende@hotmail.com

Connect – (62) 3088-6422 contato@connectenergia.com.br

Engeserve – (62) 99928-8104 marcos@engeserve.com.br

Prestação de Serviços (62) 99479-5988 rozevaljunior@hotmail.com

Tesla Industrial (62) 99965-2200 tesla@teslaindustrial.com.br

Vltz Voltz – (62) 98171-2353 comercial@voltzenergia.com.br

Sollar (98) 98336-5799 comercial@sollareng.com.br

Amorim – (34) 3831-6300 amorim@amorimeng.com.br

ATMC – (31) 2391-5441 comercial@automaton.com.br

Automaton – (31) 2391-3810 www.automaton.com.br

Construsol – (35) 3831-8000 comercial@construsol.com.br

Ecco Soluções – (31) 3641-4208 vendas01@eccosolucoes.com.br

Edilson – (32) 98405-1201 vendas@edilsoneletrica.com.br

Eima – (37) 3237-6355 gerenciamkt02pm@eima.com.br

Engefalco – (32) 99992-5323 engefalco@gmail.com

Engeparc – (31) 99971-7110 engeparc@engeparc.com.br

Faver – (31) 99959-9405 faverauto@outlook.com

G2M – (37) 99928-6000 comercial@g2mprojetos.com.br

Grupo CEI – (31) 98634-5124 ramon@grupocei.com.br

JPC – (31) 99977-1190 vendas@jpcltda.com.br

Lunes – (32) 3218-9310 atendimento@lunes.eng.br

NCS – (34) 99120-8327 paulo.santos@ncsengenharia.com

Prolum – (35) 99819-9337 elder.prolum@gmail.com

Serviços oferecidos

Áreas de atuação

Consultoria, Estudos Gerenciamento Projeto e Especificação Execução/Instalação Inspeção Comissionamento Manutenção Hidrelétricas Geração térmica Sistemas eólicos Sistemas fotovoltaicos Armazenamento de energia Subestações Linhas de transmissão Redes de distribuição Eletrificação rural Qualidade da energia Eficiência energética Segurança do trabalho Instalações elétricas

Guia – 2

Empresa – Telefone E-mail UF

SM&A – (31) 97131-9865 jany.azevedo@sma-eng.com.br

Tllv – (34) 99242-6595 tllv@tllv.com.br

Elektron – (66) 98438-3405 felix@elektroneletricidade.com.br

EWC – (65) 99268-6539 contato@ewclt.com.br

Serviten – (91) 99118-2030 comercial@serviten.com.br

Link – (83) 99305-4700 contato@link.eng.br

Eniil – (81) 3428-4040 eniil@eniil.com.br

Stae – (81) 99831-1319 servicos@staeengenharia.com.br

Start Elétrica – (81) 99403-5885 start.eletrico@gmail.com

BR Soluções – (86) 98872-8675 brunolbaraujo@gmail.com

Artiere – (41) 3018-4444 sac@artiere.com.br

CCPG – (42) 99972-1206 info@ccpg.eng.br

DMA – (41) 99972-8233 comercial@dmasistemas.com

EFI Energy – (41) 3503-9652 contato@efienergy.com.br

Engebrazil – (43) 99117-9430 brazil@engebrazil.com.br

Engeproel – (41) 99975-5355 contato@engeproel.com.br

Forza – (41) 99891-7236 comercial01@forza-ind.com.br

Master Charger – (45) 3197-7419 contato@mastercharger.com.br

Miyagui – (41) 99114-6114 tkeletrico@gmail.com

Montrafo – (41) 3157-4111 montrafo@montrafo.com.br

Solfus – (41) 98405-1354 comercial@solfus.com.br

AMO – (69) 98469-5729 amoviana@hotmail.com

Carsol – (21) 98307-9179 carsolprojetos@gmail.com

Eletro – (21) 99334-8099 adm-rj@eletro-estudos.com.br

Eletrosá – (21) 99603-2279 engenharia@eletrosa.com.br

Excenge – (21) 99239-4170 contato@excenge.com.br

Serviços oferecidos

Áreas de atuação

Consultoria, Estudos Gerenciamento Projeto e Especificação Execução/Instalação Inspeção Comissionamento Manutenção Hidrelétricas Geração térmica Sistemas eólicos Sistemas fotovoltaicos Armazenamento de energia Subestações Linhas de transmissão Redes de distribuição Eletrificação rural Qualidade da energia Eficiência energética Segurança do trabalho

Instalações elétricas Industriais Prediais Prumada coletiva PDA/SPDA

Iluminação Automação MT AT Pública Industrial/ comercial de segurança Predial Industrial

Guia – 2

Empresa – Telefone E-mail UF

Frontal – (21) 99367-2236 carlos.mendonca@frontaleng. com.br

Grid Co – (21) 98168-3058 contato@gridco.com.br

Ponto – (22) 99203-3225 projetos@pontoengenharia.com.br

System – (21) 96969-4499 suprimentos.rj@systemengenharia. com.br

Traume Solutions (22) 99995-4483 i.comercial@traumesolutions. com.br

ABT Energia – (51) 3095-4807 contato@abtenergia.com.br

Automasul – (54) 3316-2600 automasul@automasul.com

CEL – (51) 99955-5461 comercial@celengenharia.com.br

CF Energia – (54) 3342-6233 comercial@cfenergia.com.br

DF Lara – (51) 99968-0330 dflara@dflara.com

DP – (54) 99987-8781 engenharia@net11.net.br

Eletrofar – (54) 3401-3000 eletrofar2eletrofar.com.br

Energizar – (51) 98444-1222 energizar@energizar.com.br

Getec – (54) 99646-1988 atendimento@getec1.com.br

Ideal Home – (51) 99451-2220 atendimento@idealhome.com.br

Magnani – (54) 4009-5255 magnani@magnani.com.br

Movva – (54) 99638-0907 contato@movvaengenharia.com.br

PCE – (55) 99626-0245 comercialpce@pce-eng.com.br

Potencial – (51) 99964-4464 potencial@engpotencial.com.br

Prolux – (51) 99962-6040 comercial@prolux.com.br

RKJ – (51) 99999-2455 rkj@rkjengenharia.com.br

Serro – (55) 99976-7251 serroeng@terra.com.br

Sul – (51) 99878-7113 bruno@sulenge.com.br

Sul Brasil – (54) 3226-6666 sulbrasil@sulbrasiletrica.com.br

Serviços oferecidos Áreas de atuação

Consultoria, Estudos Gerenciamento Projeto e Especificação Execução/Instalação Inspeção Comissionamento Manutenção Hidrelétricas Geração térmica Sistemas eólicos Sistemas fotovoltaicos Armazenamento de energia Subestações Linhas de transmissão Redes de distribuição Eletrificação rural Qualidade da energia Eficiência energética Segurança do trabalho

Instalações elétricas Industriais Prediais Prumada coletiva PDA/SPDA

Iluminação Automação MT AT Pública Industrial/ comercial de segurança Predial Industrial

Guia – 2

Empresa – Telefone E-mail UF

Voltec – (51) 98115-7007 voltecrs@voltecrs.com.br

Zenith – (54) 99972-1134 enivarzeni@gmail.com

AVS – (47) 98845-6325 avsengenharia@avs.eng.br

Dvolk – (47) 99117-7953 dvolk.eng@outlook.com

Eletritech – (49) 9901-4896 engenhariaeletritech@gmail.com

Engemase – (49) 99816-4377 engemase@engemase.com.br

Engevale – (47) 3382-9520 comercialengevale@tpa.com.br

J Martins – (47) 99995-8127 contato@jmartins.eng.br

Ouroluz – (49) 3555-2285 adm@ouroluz.com.br

P3 – (47) 98905-7845 comercial@p3engenharia.com.br

Reus – (48) 3533-4069 contato@reusengenharia.com

V4 – (47) 99603-5005 engenharia@v4engenharia.com.br

Vieira Santos – (47) 98412-9556 falecom@vieirasantos.com

4BProjetos – (11) 99133-0775 4bprojetos@uol.com.br

Ação – (11) 3883-6050 orcamento@acaoengenharia. com.br

Afrontt – (11) 97555-1565 afrontt@afrontt.com

AM Engenharia (11) 99129-5490 moinonet@uol.com.br

Ascoli – (11) 98707-4133 rogerio@ascoli.eng.br

Baur do Brasil – (11) 2972-5272 atendimento@baurdobrasil.com.br

Bender GmbH – (11) 95357-3651 francisco.corujo@benderlatinamerica.com

CNC – (11) 99948-5647 cassio@cncengenharia.com.br

Coli – (11) 2063-2323 coli@coli.com.br

Conceito – (11) 97432-4928 atendimento@ceest.com.br

Conservenergia (11) 99945-3718 comercial@conservenergia.com.br

Serviços oferecidos

Áreas de atuação

Consultoria, Estudos Gerenciamento Projeto e Especificação Execução/Instalação Inspeção Comissionamento Manutenção Hidrelétricas Geração térmica Sistemas eólicos Sistemas fotovoltaicos Armazenamento de energia Subestações Linhas de transmissão Redes de distribuição Eletrificação rural Qualidade da energia Eficiência energética Segurança do trabalho

Instalações elétricas Industriais Prediais Prumada coletiva PDA/SPDA

Iluminação Automação MT AT Pública Industrial/ comercial de segurança Predial Industrial

Guia – 2

Empresa – Telefone E-mail UF

Consultiva Energia (11) 99647-3577 vendas@consultiva.srv.br

Contratto – (11) 2501-0030 comercial@contratto.eng.br

Costanobre – (11) 95876-9781 contato@costanobreengenharia. com.br

Dalo – (11) 94742-1927 dalo@dalo.com.br

Denshi – (11) 97650-9358 alvaro@denshieletrica.com.br

Dexxtra Global – (11) 3254-7447 contato@dexxtrasolar.com.br

EHM – (11) 99763-0361 ehm@ehm.com.br

Electric – (11) 950475-428 contato@electricservice.com.br

En Sis – (11) 99600-1700 en.sis@ensis.com.br

Enarq – (11) 99612-9145 enarq.eng@uol.com.br

Engenheiros Associados (11) 3253-3450 eapec@eapec.com.br

Enprel – (11) 97337-9489 enprel@enprel.com.br SP-G

Escritório de Engenharia (11) 98405-9494 montalv@cti.com.br

Fasor – (11) 4117-8397 contato@fasorengenharia.com.br SP-G

Figener – (11) 97854-4591 contato@figener.com.br SP-G

Genpro – (11) 99717-3116 paulo.eletrica@genpro.com.br SP-G

Hot Tec – (11) 98308-3226 hottec@hottec.com.br SP-G

HZ Painéis – (11) 91361-9038 comercial@hzpaineis.com.br SP-G

Ilumine – (11) 96418-1298 ilumineeletrica@seletivagroup. com.br

Install – marketing@ installautomacao.com.br

Install – (11) 94491-7482 contato@installengenharia.com.br

KRK Training – (11) 95619-0608 josemar@krktraining.com.br

Mauro Yamashiro (11) 99225-3898 mauro-vendas@uol.com.br

Serviços oferecidos Áreas de atuação

Consultoria, Estudos Gerenciamento Projeto e Especificação Execução/Instalação Inspeção Comissionamento Manutenção Hidrelétricas Geração térmica Sistemas eólicos Sistemas fotovoltaicos Armazenamento de energia Subestações Linhas de transmissão Redes de distribuição Eletrificação rural Qualidade da energia Eficiência energética Segurança do trabalho

Instalações elétricas Industriais Prediais Prumada coletiva PDA/SPDA

Iluminação Automação MT AT Pública Industrial/ comercial de segurança Predial Industrial

ANeocableofereceum portfóliocompletoparausinas fotovoltaicas,com cabosflexíveissolares,cabossingelos 1,8kVccecabosnusSoluçõesseguras,econômicase confiáveisparaprojetosdequalquerporte

Guia – 2

Empresa – Telefone E-mail UF

MGV – (11) 92002-5934 mauriciodelimaee@gmail.com

Netclear – (11) 4509-2102 netclear@netclear.com.br

P&S – (11) 96426-3866 pescatorisouza@hotmail.com

PHE – (11) 5574-6477 phe@pheprojetos.com.br

Planem – (11) 5186-5555 deptocomercial@planem.com.br

Pqr Ma2 – (11) 98433-0078 cristian.b@pqrma2.com

PWM – (11) 96186-6171 infor@pwmautomacao.com

Radar Tech – (11) 97167-4886 falecom@radartech.com.br

Revimaq – (11) 96864-7936 vendas@revimaq.com.br SP-G

Rewald – (11) 99934-2026 rewald@rewald.com.br

Schutze – (11) 97411-3915 contato@manutencaosme.com SP-G

Selgi – (11) 99972-2499 selgiltd@yahoo.com.br

Souza Leão – (11) 99498-8224 comercial@souzaleaoengenharia. com.br

Tecbras – (11) 4799-6480 vendas@tecbrassolucoes.com.br

SP-G

SP-G

SP-G

Tecpro – (11) 96224-1806 contato@tecproenergia.com.br SP-G

Teslacomm – (11) 97164-6006 comercial@teslacomm.com.br SP-G

Tsutomu – (11) 99609-9178 tsutomueng@tsutomu.com.br

SP-G

ABT – (16) 3632-4994 contato@abtengenharia.com.br SP-I

Alpha Gathi – (15) 99744-9221 contato@alphagathi.com.br SP-I

Alvaro Aiorfe – (19) 99765-1863 alvaro.aiorfe@uol.com.br SP-I

Aranatech – (16) 99787-0151 aranatech@gmail.com SP-I

Da Roz – (19) 3573-6900 vendas10@darozaeletricidade. com.br SP-I

DBTec – (12) 3642-9006 comercial@dbtec.com.br SP-I

Eletro H-3 – (16) 99969-4563 eletroh3@eletroh3.com.br SP-I

Serviços oferecidos

Áreas de atuação

Consultoria, Estudos Gerenciamento Projeto e Especificação Execução/Instalação Inspeção Comissionamento Manutenção Hidrelétricas Geração térmica Sistemas eólicos Sistemas fotovoltaicos Armazenamento de energia Subestações Linhas de transmissão Redes de distribuição Eletrificação rural Qualidade da energia Eficiência energética Segurança do trabalho

Instalações elétricas Industriais Prediais Prumada coletiva PDA/SPDA

Iluminação Automação MT AT Pública Industrial/ comercial de segurança Predial Industrial

Se sua empresa precisa de uma

equipe qualificada para projetos de

engenharia, a Mi Omega é a

escolha certa. Oferecemos soluções

inovadoras, com eficiência e

Elétrica

Automação

Gerenciamento

Adequação às NRs

Energias Renováveis

atendimento personalizado para

atender às suas necessidades

Acreditamos que a tecnologia é

uma aliada estratégica essencial

para o crescimento da sua

empresa.

Estruturas Metálicas

FEITOS PARA PROTEGER VIDAS

Guia – 2

Empresa – Telefone E-mail UF

Eletroalta – (16) 99725-4514 comercial@eletroalta.com.br SP-I

Eletron – (12) 99168-3182 eletronpinda@uol.com.br

Eletroservice – (15) 99685-6206 servicos@eletroserviceengenharia. com.br

Elewatt – (17) 99782-6750 rmarin@elewatt.eng.br

Elfon – (15) 2102-4777 atendimento@elfon.comb.br

Esenge – (19) 98219-9238 estevaomoraes@hotmail.com SP-I

GSI – (12) 98125-0327 gsi@gsiconsultoria.com.br

J Cursiol – (19) 991008795 jc engenharia@allianceimoveis. com

Jrengenharia – (19) 99677-1531 jrengenharialtda@yahoo.com

Kart – (15) 3229-5180 kartengenharia@kartengenharia. com.br

Merotti – (19) 99797-7829 merotti@uol.com.br

MPA – (19) 99672-3457 contato@mpaeletricidade.com.br

SP-I

SP-I

SP-I

SP-I

SP-I

MProj – (19) 3362-1640 contato@mproj.com.br SP-I

Mult Light – (16) 3630-2600 orcamentos@multlight.com.br SP-I

NCT – (19) 99710-5757 nct@ncteng.com.br SP-I

P7 – (19) 98380-6378 comercial@p7eng.com.br SP-I

Paiol – (19) 99388-0753 paulofreire@paiolengenharai. com.br SP-I

Polis – (12) 99656-6705 comercial@polisengenharia.com.br SP-I

Power Works – (13) 99740-8464 pw@powerworks.com.br SP-I

Promatel – (12) 99183-4378 promatel@promatel.com.br SP-I

Rio Tech – (17) 99141-5525 comercial@rio-tech.com.br SP-I

RSE – (19) 99256-5614 rse@rseengenharia.com.br SP-I

RTB – (19) 99771-6544 edson@rtbeng.com.br SP-I

ServMil – (12) 98813-7107 servmil@servmil.com.br SP-I

Serviços oferecidos Áreas de atuação

Consultoria, Estudos Gerenciamento Projeto e Especificação Execução/Instalação Inspeção Comissionamento Manutenção Hidrelétricas Geração térmica Sistemas eólicos Sistemas fotovoltaicos Armazenamento de energia Subestações Linhas de transmissão Redes de distribuição Eletrificação rural Qualidade da energia Eficiência energética Segurança do trabalho

Instalações elétricas Industriais Prediais Prumada coletiva PDA/SPDA

Iluminação Automação MT AT Pública Industrial/ comercial de segurança Predial Industrial

Serviços oferecidos

Empresa – Telefone E-mail UF

Áreas de atuação

Consultoria, Estudos Gerenciamento Projeto e Especificação Execução/Instalação Inspeção Comissionamento Manutenção Hidrelétricas Geração térmica Sistemas eólicos Sistemas fotovoltaicos Armazenamento de energia Subestações Linhas de transmissão Redes de distribuição Eletrificação rural Qualidade da energia Eficiência energética Segurança do trabalho

Instalações elétricas

Servmontec – (16) 3961-4260 edson@servmontec.com.br SP-I

SGM – (19) 99614-4788 sgminstalacoes@uol.com.br SP-I

Solstício – (19) 3305-1153 comercial@solsticioenergia.com.br SP-I

Terwan – (12) 3132-2100 comercial@terwan.com.br

Tietê – (14) 99162-8207 tiete@tieteengenharia.com.br

Viridian – (15) 3357-7731 contato@viridian.com.br

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 3.062 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, Novembro / Dezembro de 2025. Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Apagão de engenheiros: o que fazer? (2)

Neste espaço, na última edição de EM, propus soluções para que pequenas empresas consigam, mesmo com estruturas enxutas, desenvolver seus engenheiros pela proximidade dos seniores com o trabalho real. Agora, avançamos para um contexto diferente: o âmbito das empresas médias e grandes, onde o volume de entregas aumenta, os riscos crescem e a formação interna torna-se mais complexa.

É comum imaginar que, com mais recursos disponíveis, treinar equipes seria mais simples. Porém, a prática mostra o contrário: o treinamento torna-se mais fragmentado, mais difícil de coordenar e ainda mais decisivo para a sobrevivência técnica da empresa.

Há também uma mudança estrutural importante: o desaparecimento, no Brasil, da figura do diretor técnico. Durante décadas, esse cargo funcionou como o eixo central da engenharia nas empresas. Era ocupado por um profissional sênior, com maturidade suficiente para arbitrar decisões críticas, orientar equipes, consolidar padrões e sustentar a cultura técnica. Com a ascensão de estruturas mais generalistas, essa função foi diluída. Hoje, muitas empresas gerenciam processos, mas poucas lideram tecnicamente.

O resultado é previsível: decisões inconsistentes, dependência excessiva de indivíduos, perda de maturidade técnica e dificuldade crescente de formar novos engenheiros.

O contraste com as pequenas empresas – e o papel dos seniores do front

Pequenas empresas têm algo que não pode ser ignorado: o engenheiro sênior

está no front . Ele participa da obra, negocia com clientes, responde a exigências da concessionária, resolve conflitos e acompanha a operação. Esse tipo de exposição forma engenheiros com rapidez — e produz um conhecimento que não aparece em cursos ou manuais.

Nas empresas médias e grandes, esse contato quase desapareceu. Seniores foram sendo deslocados para funções administrativas e perderam a vivência prática que forma critérios técnicos. A maior remuneração em áreas gerenciais, em detrimento das áreas de atuação dos especialistas técnicos, é uma das causas dos nossos problemas atuais.

Mas isso abre uma oportunidade clara: profissionais seniores, vindos de pequenas empresas ou em estágio mais maduro da carreira, podem compor um board técnico e recompor a liderança técnica perdida nas estruturas maiores.

Esse board técnico atua como um guardião da engenharia: orienta decisões, consolida critérios, revisa padrões e acelera o amadurecimento da equipe. Não substitui áreas internas; eleva o nível técnico da organização.

Como resolver essa necessidade em curto prazo?

Não me parece prudente contar com obter engenheiros qualificados esperando que eles existam ou estejam prontos.

Me parece, de forma análoga ao que ocorre na pequena empresa, que é necessário uma formação, rápida, repetitiva e consistente.

E isso se consegue com treinamento

Mas treinamento não é curso, palestra ou manual extenso. Treinamento só funciona quando interfere diretamente no modo de pensar e de executar. A arquitetura deve ser prática, objetiva e integrada à operação.

Para grandes empresas, precisamos que essa formação seja um projeto, para o qual são necessários recursos (financeiros e humanos) e, o mais importante, um líder estratégico. Na onda das siglas do C-Level, vou batizar esse profissional de CTEOChief Technical Excellence Officer.

Minha ideia do CTEO é que ele seja o executivo responsável por sustentar a excelência técnica da empresa. Ele garante que critérios, padrões e decisões de engenharia sejam consistentes, seguros e alinhados ao negócio. Atua como guardião do conhecimento crítico, coordena o desenvolvimento contínuo dos engenheiros, orienta o board técnico e preserva a maturidade técnica ao longo do tempo.

O CTEO não substitui áreas operacionais; ele assegura que toda a organização pense engenharia com profundidade, responsabilidade e foco na qualidade. E precisa ser utilizado em toda empresa em que Engenharia seja crítica para o sucesso ou perenidade da empresa.

Mas por onde ele deve começar a estruturar a disseminação do conhecimento?

Passo 1: Identificação das deficiências críticas

Empresas maiores tendem a listar dezenas de temas a serem treinados, o que dispersa

EM Profissionais

energia. O foco deve ser no que impacta o resultado. Diferentes empresas, diferentes decisões.

Essas deficiências devem ser identificadas por indicadores reais: riscos técnicos, regulatórios, impactos financeiros, imagem, retrabalho, exigências, atrasos e conflitos.

Passo 2: Priorização dos temas

A priorização vai depender do que cada deficiência impacta e o que mais está alinhado ao planejamento estratégico. Na maioria dos casos, a decisão será por impacto no fluxo de caixa e/ou na rentabilidade, mas danos à imagem, erros que trazem riscos à vida ou que trazem passivos para a empresa podem ser prioritários em alguns casos. Por isso é necessário um C-Level técnico.

Passo 3: Estruturar em camadas

a) Camada 1 – Base técnica comum

Define o vocabulário técnico da empresa: critérios, padrões, normas, diretrizes e requisitos de concessionárias.

b) Camada 2 – Casos reais da própria empresa

É o núcleo do programa.

O board técnico conduz análises de falhas, divergências de campo, pareceres com exigência, decisões críticas e soluções implantadas. Essas discussões recriam, dentro de empresas grandes, o ambiente de aprendizado prático que existe nas pequenas.

c) Camada 3 – Aplicação imediata

Cada módulo precisa alterar o que será

feito no próximo projeto ou na próxima OS. Sem mudança prática, não houve aprendizado.

O board técnico –reconstruindo o eixo perdido

A implantação de um board técnico cumpre o papel que o antigo diretor técnico exercia, mas com um formato mais moderno e distribuído.

Ele pode ser composto por seniores da própria empresa e por externos. Se isso é feito para as definições estratégicas, por que não para a técnica?

O conjunto de conhecimentos que os engenheiros desenvolvem ao longo da sua carreira é enorme. Desperdiçar é tolice.

Esse board técnico:

• orienta decisões difíceis;

• preserva critérios e padrões;

• reduz dependência de talentos isolados;

• acelera a formação de novos engenheiros; e

• sustenta a coerência técnica da empresa.

Profissionais seniores vindos de pequenas empresas — habituados ao campo e ao problema real — devem se mostrar especialmente eficazes nesse papel, assim como engenheiros em fase madura da carreira, com tempo e disposição para atuar como referência técnica.

Documentação simples e viva

Empresas grandes documentam demais. Documentação só tem utilidade se for:

• curta;

• utilizada;

Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, com grande experiência em projetos de instalações elétricas MT e BT, entradas de energia e instalações fotovoltaicas, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ - Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Rio de Janeiro, Vinícius Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos ligados à atualização dos profissionais de eletricidade em relação às novas tecnologias e tendências do mercado. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: em_profissisonais@ arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” “EM Profissionais”.

• atualizada regularmente; e

• integrada ao fluxo real de trabalho.

O restante vira ruído.

Métricas que mostram evolução real

Os indicadores são os números que irão revelar se o treinamento está funcionando.

Terminando, com um disclaimer

Não era minha intenção, mas fiz duas defesas que parecem pessoais. A da importância do profissional sênior e a do profissional oriundo de pequena empresa.

Eu sempre acreditei piamente nisso e nos últimos anos tenho notado uma forte decadência da engenharia no Brasil. Tanto no quesito técnico, como de responsabilidade.

Isso ainda não é um manifesto, mas talvez um desabafo.

Aproveito para desejar a todos os leitores um excelente período de festas e um ano novo repleto de segurança, aprendizado, bons projetos e maturidade técnica para todo o nosso setor.

Nos vemos em 2026.

Publicações técnicas

Das elektrohandwerk completa 100 anos

Quando, em 2004, a revista Eletricidade Moderna firmou um acordo de colaboração editorial com a revista alemã “de” (das elektrohandwerk ), sabia o que estava fazendo. País que sempre esteve na vanguarda na eletrotécnica mundial, cuja entidade normalizadora das áreas elétrica, eletrônica e de TI, a VDE, elabora normas pioneiras em diversos aspectos da engenharia eletrotécnica (a ponto de servirem de base, em vários casos, para as próprias normas IEC correspondentes), a Alemanha produzia o que de melhor havia em termos de literatura técnica, em que pontificava a revista “de”, então com “apenas” 79 anos de publicação.

Nosso editor de então, o caríssimo Zé Rubens, José Rubens Alves de Souza, confiou ao consultor Celso L.P. Mendes a missão de ir à Alemanha negociar o acordo. “Fui gentilmente recebido em Munique pelo engenheiro Andreas Stöcklhuber, editor da “de”, e firmamos com a editora Hüthig GmbH (na época, Hüthig & Pflaum) um acordo muito honroso para a Aranda Editora, e desde então passamos a selecionar artigos para a pauta de EM (e depois também de FotoVolt), e publicá-los sob licença exclusiva dos editores”, lembra Celso. “Esta possibilidade de comparação com as práticas alemãs foi e é um diferencial importante, mui-

Assim como já fizemos na revista FotoVolt , celebramos aqui também o centenário de “de - das elektrohandwerk”, uma das revistas mais conceituadas do mundo no meio eletrotécnico e há 21 anos parceira editorial de EM e de FV

to bem recebido pelos nossos leitores”, completa.

A edição especial que comemorou os 100 anos abriu com uma seleção de capas desde 1925

Pois em 2025 a revista “de” completa 100 anos de publicação. A edição comemorativa abriu com um mosaico de capas selecionadas desde 1925 (que mostramos aqui) e trouxe matérias alusivas à data, além de um excelente editorial escrito pelo editor Andreas

Stöcklhuber, que temos a honra de reproduzir aqui, pela qualidade do texto, pelo ótimo retrospecto da atividade do profissional de eletricidade e pelo prognóstico de que, com eletricidade tornando-se a fonte de energia cada vez mais dominante, esse profissional tende a assumir sempre maior protagonismo.

Ficam aqui registradas, portanto, nossas felicitações e agradecimentos a esta excelente e longeva publicação, que sobreviverá enquanto existirem engenheiros e técnicos de eletrotécnica por mais 100 anos? 1000 anos? Quem arisca um palpite?

A história às vezes se repete

Por Andreas Stöcklhuber, Editor de “de”

Em comparação com outros ofícios, o de eletricista é bastante recente. Por volta de meados do século XIX, a eletricidade tornou-se de uso geral e só a partir dessa época surgiram os campos de atividade correspondentes. Em 1902, foi finalmente fundada em Frankfurt/M a “Associação das Empresas de Instalações Eletrotécnicas da Alemanha”, antecessora da entidade atual [ZVEH, na sigla em alemão]. Em 1923, foi publicada pela primeira vez uma revista técnica específica para o profissional de eletricidade. No entanto, só em 2025 celebramos o nosso 100º aniversário [em razão de uma pausa na atividade da revista, forçada pela situação do pós-guerra]

No século passado, diversos eventos marcaram a sociedade alemã, tanto negativos, como a hiperinflação de 1923 ou a Segunda Guerra Mundial, quanto positivos, como a reunificação da Alemanha. O desenvolvimento tecnológico também avançou a passos largos. Muito do que hoje nos parece natural era, naquela época, um objetivo ainda distante. Assim, por exemplo, no final da década de 1920, apenas cerca de 50% das residências em Berlim tinham conexão à rede elétrica.

Atualmente, estas efemérides propiciam, além de uma retrospectiva, também a oportunidade de vislumbrar o futuro. E isso me deixa muito

otimista em relação ao nosso setor. A eletricidade se tornará a fonte de energia dominante no futuro e conquistará também, além das aplicações existentes, as áreas de aquecimento, refrigeração e mobilidade, que ainda são dominadas por outras matériasprimas. Este cenário é geralmente designado All Electric Society. Estamos no meio deste processo de transformação, e esta é também a razão pela qual às vezes ele nos parece um tanto “acidentado”. É claro que tais mudanças nem sempre ocorrem de forma 100% linear; há desvios e até retrocessos (a última lanterna a gás em Munique, por exemplo, só foi desativada em 1966). Contudo, o desenvolvimento aponta claramente uma direção. Somente em perspectiva este processo se afigura linear. A profissão de acendedor de lanternas desapareceu.

O petróleo e o gás como fontes de energia vêm sendo substituídos pela eletricidade – esta evolução pode ser observada na atualidade, por exemplo, nas bombas térmicas e na eletromobilidade. A história e os avanços tecnológicos às vezes parecem se repetir. Não posso avaliar se, ao longo deste curso, outras profissões desaparecerão, mas uma coisa é certa: o ofício do eletricista não está entre elas. Diz um ditado alemão que o ofício técnico tem terreno fértil (Handwerk hat goldenen Boden). Eu gostaria de acrescentar: o futuro da nossa sociedade repousa sobre um terreno eletrotécnico. Saudemos, pois, os próximos 100 anos!

TEL-3577

CONECTORES À COMPRESSÃO

Melhor custo x benefício. Sem superdimensionamento.

TEL-3575

(PARA CABOS 16-35mm²)

TEL-3576 (PARA CABOS 35-50mm

TEL-3577

(PARA CABOS 50-70mm²)

Modelos de vários produtos para geração de listas de materiais completas.

Fácil integração do SPDA com Arquitetura, Estrutura e Elétrica, evitando custos e atrasos.

Vídeos de instrução para otimizar o tempo e aplicar de forma simples em seus projetos.

Baixe nossa biblioteca BIM para SPDA gratuita!

UNIDADE SP (11) 5197-4000 UNIDADE BH (31) 3308-7000

EM Aterramento

Resistividade do solo, matéria prima do sistema de aterramento

Ao contrário de materiais condutores, como o cobre, ou isolantes, como a borracha, o solo é composto por diferentes elementos, por exemplo pedregulhos, cascalho e sedimentos como argila, areia e silte, misturados e presentes em diferentes granulometrias (figura 1). Sendo um meio de condução de correntes elétricas em regime permanente ou transitório, o valor da resistividade do solo influenciará o desempenho de um sistema de aterramento, devendo por isso ser conhecido.

A resistividade do solo é a sua propriedade física que indica o quanto ele se opõe à passagem da corrente elétrica. Um solo possui estrutura heterogênea, cuja resistividade varia no espaço e no tempo, tanto vertical como horizontalmente, sendo expressa em ohm-metro (Ωm), dependendo de diversos fatores, como sua composição química, temperatura, presença de sais e densidade. Solos diferentes apresentam valores distintos de resistividade, influenciando diretamente o comportamento das tensões e correntes no sistema de aterramento.

O valor da resistividade do solo é influenciado pela sua composição química, sendo que solos arenosos geralmente possuem maiores valores de resistividade do que solos argilosos, ricos em sais e matéria orgânica. Como exemplo da interdependência entre fatores, relativa à presença de substâncias químicas, solos com alta concentração de sais dissolvidos apresentam menor resistividade. Como complemento, a presença de água diminui a resistividade do solo, já que a água facilita a condução da corrente elétrica.

A temperatura também influencia a resistividade do solo, que aumenta em temperaturas muito baixas ou altas, respectivamente pelo congelamento ou evaporação da água. Tal fato reforça o alerta para a variabilidade da resistividade do solo, e consequentemente da resistência de aterramento, no decorrer do ano, o que deve ser levado em conta no projeto da instalação.

Como um fator relativamente controlável, a compactação do solo influencia a sua resistividade, porque quanto mais compacto ele for maior será a dificuldade da movimentação dos íons e consequentemente mais alta a sua resistividade.

Como referência, existem os valores típicos de resistividade do solo mostrados na tabela I.

Tab. I – Valores típicos de resistividade [1]

Tipo de solo Resistividade

úmido

Ainda como referência, os solos podem ser classificados da seguinte maneira, em função da sua resistividade (ρ):

1) Solo de baixa resistividade: ρ < 250 Ωm; 2) Solo de média resistividade: 250 Ωm < ρ < 1000 Ωm; e

3) Solo de alta resistividade: ρ < 1000 Ωm.

Para efeito de projetos de sistemas de aterramento, o solo pode ser subdividido em uma estrutura básica de três camadas (para pro-

jetos de maior complexidade, modelos mais elaborados devem ser utilizados):

1) Camada superficial: Seca ou com baixo conteúdo de água (não saturado), com matéria orgânica e resistividade média;

2) Solo saturado: Localizado abaixo do nível freático, constituído por rochas fraturadas e/ou alteradas, onde os poros e fissuras das rochas encontram-se saturadas com água e sais dissolvidos, que agem como eletrólitos fracos, resultando em resistividade mais baixa;

3) Embasamentos rochosos: Camada de sedimentos muito compactos ou de rochas cristalinas não fragmentadas, com resistividade média, no caso de rochas porosas ou fissuradas, saturadas com água, ou elevada, no caso de rochas ígneas integras, como basaltos, granitos e gnaisses.

Como não é possível, ou não faz sentido, medir a resistividade do solo, é necessário medir as resistências aparentes na sua superfície para então inferir os valores de resistividade em suas camadas mais profundas através do processo matemático conhecido como inversão. Este tipo de processamento tem como característica apresentar múltiplas soluções para o mesmo problema, o que significa que uma curva de resistivi-

Fig. 1 – Composição do solo

dades aparentes pode ser expressa por diferentes estruturas de subsuperfície.

Ao se realizar medições elétricas no subsolo utilizando um único arranjo de eletrodos, é necessário compreender que os valores obtidos dependem diretamente das características do meio investigado. Caso ele fosse homogêneo, composto por um material único e uniforme, as diferenças de potencial registradas entre os eletrodos, de tensão e corrente, seriam previsíveis e refletiriam as propriedades elétricas desse material específico.

Entretanto, na prática, o subsolo raramente é homogêneo, sendo formado por diferentes tipos de materiais, como rochas, água e minerais, cada um com sua própria resistividade elétrica, como apresentado anteriormente. Essa heterogeneidade faz com que o campo elétrico

gerado pelo arranjo de eletrodos sofra alterações e, consequentemente, a diferença de potencial obtida também seja diferente da observada em meio homogêneo.

Por isso, devido à presença de diferentes materiais no subsolo, a medição realizada representa de fato uma média ponderada das resistividades verdadeiras de todos esses materiais dentro de um volume relativamente grande da subsuperfície. O valor obtido nos cálculos não corresponde à resistividade de um único material, mas sim à chamada resistividade aparente.

O conceito de resistividade aparente é fundamental para o conhecimento do solo em métodos geofísicos de investigação do subsolo, como a prospecção elétrica, permitindo estimar de forma indireta (por isso não se pode falar em medição de resistividade) as propriedades dos materiais presentes, au-

Engenheiro eletricista da Lambda Consultoria, consultor da Embrastec e mestre em energia pelo Instituto de Energia e Ambiente da USP, Sergio Roberto Santos apresenta e analisa nesta coluna aspectos de aterramento, proteção contra descargas atmosféricas e sobretensões transitórias, temas aos quais se dedica há mais de 20 anos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail: em_ aterramento@arandaeditora.com.br, mencionando “EM-Aterramento” no assunto.

xiliando em estudos de engenharia elétrica, principalmente projetos de aterramento. Ao interpretar os resultados, é essencial considerar que a resistividade aparente é influenciada pela geometria do arranjo de eletrodos e pela distribuição dos materiais no subsolo.

Resumindo:

• o subsolo é tipicamente heterogêneo, formado por diferentes materiais;

• a diferença de potencial medida com eletrodos reflete essa heterogeneidade;

• a resistividade aparente é uma média ponderada das resistividades dos materiais presentes em um volume investigado; e

• esse conceito é essencial para a correta interpretação de dados geofísicos de resistividade.

Compreendidas as principais características do solo, os próximos artigos, neste espaço, abordarão respectivamente as sondagens em campo e o tratamento dos dados através dos softwares disponíveis para isso.

[1] Todos os valores apresentados neste artigo foram obtidos a norma técnica ABNT NBR 7117-1:2020 Versão Corrigida:2021 – Parâmetros do solo para projetos de aterramentos elétricos – Parte 1: Medição da resistividade e modelagem geoelétrica.

Quando o engenheiro vira advogado

As normas da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas constituem um instrumento essencial para a melhoria da qualidade das instalações e dos projetos de engenharia. Diversos regulamentos e legislações conferem a elas força de lei, reforçando a sua importância e o respeito devido pela comunidade técnica. Contudo, é fundamental compreender que as normas não se destinam a ensinar como executar uma atividade ou projeto. Elas estabelecem requisitos, critérios básicos e alternativas técnicas aplicáveis, cabendo ao profissional qualificado interpretá-las corretamente e decidir a melhor forma de aplicá-las de acordo com as condições específicas de cada caso.

excessivamente prescritivo engessaria o exercício profissional e, em última instância, poderia até mesmo reduzir o papel do engenheiro a uma mera execução mecânica de regras, passível de substituição por uma inteligência artificial capaz de seguir instruções literais.

Uma norma técnica perde seu valor quando deixa de ser tratada como um documento sobretudo técnico e passa a ser interpretada apenas sob o ponto de vista jurídico. Embora também possuam caráter legal, as normas devem ser compreendidas, antes de tudo, como instrumentos técnicos voltados à segurança, à eficiência e à qualidade. Não raro, observa-se que a própria engenharia do proprietário —

“Observa-se utilização inadequada das normas ABNT, em que a lógica e os princípios técnicos são substituídos por interpretações oportunistas”
Paulo

Edmundo F.

Freire

é

diretor

da Paiol

Engenharia, engenheiro eletricista e mestre

em

sistemas de potência pela PUC-RJ, doutor em geociências pela Unicamp e membro do Cigré.

A aplicação adequada de uma norma exige conhecimento prévio, formação sólida e senso crítico. Infelizmente, observa-se com frequência a utilização inadequada das normas ABNT, em que a lógica e os princípios técnicos que orientaram sua elaboração são ignorados e substituídos por interpretações oportunistas que visam unicamente à redução de custos. Essa prática acarreta inevitáveis prejuízos ao cliente e compromete a segurança operacional das instalações. É impossível elaborar uma norma que seja totalmente à prova de mau uso ou de desvios de interpretação, pois um texto

responsável por zelar pelos interesses do cliente final — acaba caindo na armadilha da interpretação estritamente jurídica, permitindo que projetos tecnicamente deficientes sejam aprovados e executados.

Diversos fatores contribuem para esse cenário. Em alguns casos, as próprias normas carecem de clareza quanto às limitações de aplicabilidade de seus critérios, o que favorece interpretações incorretas. Soma-se a isso a atuação de profissionais pouco qualificados, que assumem responsabilidades técnicas

sem possuir a devida competência específica. Outro aspecto relevante é a recorrente obsessão por reduzir custos de implantação, transferindo para a fase de operação o ônus de corrigir erros de projeto decorrentes de decisões equivocadas. Além disso, departamentos de compras frequentemente tratam os serviços de engenharia como simples commodities, baseando-se na falsa premissa de que todos os profissionais são equivalentes, contratando assim o menor preço, ainda que isso represente a perda de qualidade e de segurança.

Superar essas distorções exige uma mudança cultural e ética na forma como se enxerga o papel da norma técnica e da engenharia. As normas ABNT devem ser compreendidas como referências que orientam o bom exercício profissional e não como obstáculos burocráticos. O respeito ao seu conteúdo, aliado à capacitação contínua dos profissionais e à valorização da qualidade técnica nos processos de contratação, é condição indispensável para assegurar a segurança, a confiabilidade e a longevidade das instalações e dos empreendimentos.

É grande a lista de exemplos dessas situações em projetos de sistemas de aterramento e de proteção contra raios, que certamente ocorrem também em outras áreas da engenharia, e não somente na elétrica. Apenas para dar um exemplo: A ABNT NBR 7117-1 – Parâmetros do solo para projetos de aterramentos elétricos – Parte 1: Medições de resistividades e modelagem geoelétrica estabelece a quantidade mínima de medições necessária para caracterizar a estrutura geoelétrica de terrenos com diversas áreas, desde 1000 m² até 20 000 m², neste último caso especificando um mínimo de 16 linhas de medição; para áreas superiores, a norma deixa a critério do projetista. Pois em mais de um projeto eu já vi áreas bem superiores a 20 000 m² com amostragem de apenas 4 a 8 linhas de medição. O argumento dos projetistas: “Como a norma deixa a critério do projetista, eu achei que 4 linhas eram o suficiente.” Ora, se para 20 000 m² o mínimo é 16 linhas, como uma área superior vai ser amostrada de forma adequada com meia dúzia de linhas de medição!?

O projeto de aterramento de subestações de média ou alta tensão que integram complexos mais amplos (plantas de geração de energia e instalações comerciais/industriais) é uma vítima sistemática de inúmeras formas de burlar as normas aplicáveis, especialmente a NBR 7117 e a NBR-15751 – Sistemas de aterramento de subestações – Requisitos. Neste caso os projetos limitam-se a estudar o projeto da área de projeção da subestação, como se ela estivesse isolada espacialmente, abstraindo o fato de ela integrar uma instalação muito mais ampla.

Este tipo de projeto é comumente realizado com base em premissas, usualmente irreais. A mais típica é: “Os aterramentos da subestação e do restante da instalação não são interligados, portanto, não interagem entre si e o aterramento da subestação pode ser dimensionado de forma independente”. Esta premissa é equivocada na grande maioria das instalações seja porque os aterramentos na prática são interligados, não pela malha, mas por outros meios (condutores de proteção de circuitos em baixa tensão, blindagens de condutores, eletrocalhas, tubulações, dutos etc.); ou porque se integram por acoplamento resistivo (os aterramentos, ainda que não interligados, são eletricamente próximos). Premissas de projeto são normais, porém elas precisam ser tecnicamente justificadas e, quando necessário, demonstradas por meio de simulações. Quando não são, o resultado é um projeto inseguro, que pode até garantir a segurança na área da subestação, mas que ignora os riscos associados à transferência de potenciais para as demais instalações do complexo, quando da ocorrência de faltas para a terra na subestação.

Finalmente, têm-se as medições de aterramento, regidas pela ABNT NBR 15749 – Medição de resistência de aterramento e de potenciais na superfície do solo em sistemas de aterramento, vítimas sistemáticas de diversas interpretações simplistas, resultando em valores medidos que muito frequentemente não têm nenhum compromisso com o parâmetro desejado. Na maioria das vezes, o profissional que está fazendo a medição conhece a recei-

ta do bolo, o procedimento básico de como utilizar o aparelho de medição, porém na verdade não tem a menor noção do que está fazendo. O resultado são laudos de medição absurdos, como o do sujeito que mediu a resistência de aterramento de todas as torres de um parque eólico com um alicate medidor de loop de terra em condutores de descida de aterramento dentro das torres!? Resultado – todas as torres com resistências de aterramento da ordem de um ohm. Ou a empresa que mediu a resistência de aterramento da malha de uma SE 500/345 kV, com 600 m de diagonal, com um terrômetro de 25 kHz e uma linha de corrente de 130 m! Não satisfeitos, eles mediram as tensões de passo e de toque e condenaram a malha, deixando o cliente perplexo com o absurdo resultado.

Por vezes verifica-se o conluio do cliente com quem faz a medição. Neste caso, o cliente final não quer realmente saber se a medição foi bem-feita, ele simplesmente quer um laudo de medição que diga que o aterramento está OK, para ser devidamente arquivado, assim cumprindo uma exigência burocrática dos advogados da empresa, para disporem de um laudo de medição na eventualidade de algum problema e, assim, poderem tentar terceirizar a responsabilidade.

Ciente destas situações, a Comissão ABNT/ CB-003/CE 003 102 001 - “Aterramentos Elétricos”, que elabora as normas de aterramento para o setor de energia, tem conduzido um processo de revisão das normas no âmbito do seu escopo, introduzindo critérios mais claros nos temas em que têm sido verificadas falhas de entendimento e, quando necessário, reescrevendo normas inteiras. Assim foi feito com a NBR 7117, que passou por uma significativa revisão na versão publicada em 2020; está atualmente ocorrendo com a NBR 15751, que está sendo integralmente reescrita e, inclusive, vai ser publicada com um novo número; e vai ocorrer com a NBR 15749, que precisa ser inteiramente revisada urgentemente.

No Brasil

SNEC – A SNEC PV & ES Latam vai ser realizada de 24 a 26 de março, no Distrito Anhembi, em São Paulo, SP. A edição latinoamericana da feira, que ocorre anualmente em Xangai, reunirá empresas, investidores e especialistas. O evento será organizado pela NürnbergMesse Brasil em parceria com a Oak stream, que atua na comercialização e serviços de energia renovável. Informações: https:// sneclatambr.com.br.

Intersolar Brasil Nordeste – O Intersolar Brasil Nordeste acontecerá no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, em 28 e 29 de abril. Constituído de congresso e feira, o evento enfocará energia solar, armazenamento de energia, H2V e outros assuntos. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https:// www.intersolar-brasil.com/nordeste. Hidrogênio – A primeira edição brasileira do Hyvolution , evento dedicado ao hidrogênio e descarbonização, vai ser realizada nos dias 16 e 17 de junho, no Centro de Convenções do Distrito Anhembi, em São Paulo. A expectativa é receber cerca de 6 mil visitantes, mais de 800 congressistas e pelo menos 100 marcas expositoras. Entre o público-alvo estão executivos de empresas, especialistas, investidores e representantes do poder público. O objetivo é impulsionar empreendimentos e políticas sustentáveis voltadas à transição energética e reforçar a importância do tema em âmbito nacional e internacional. Mais informações em https://www.hyvolution.com. The smarter E – O The smarter E South America 2026 acontecerá de 25 a 27 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo, congregando os eventos : Intersolar South America A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; Eletrotec+EM-Power South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia; e Power to Drive South America Feira de produtos e serviços para eletromobilidade. Organização de Solar Promotion International GmbH, Freiburg Management and Marketing International e Aranda Eventos & Congressos. Informações: www. thesmartere.com.br.

CURSOS

Conceitos básicos de eletricidade – A Schneider Electric oferece o curso Conceitos básicos para introduzir eletricidade na sua plataforma digital de aprendizagem Schneider Electric University. O conteúdo é gratuito, e simula a configuração elétrica de uma casa de pequeno porte, abordando desde conceitos fundamentais de eletricidade e normas de segurança até atividades aplicadas, como instalação de tomadas, planejamento de cabos e implementação de poço de aterramento. Disponíveis em seis idiomas (português, inglês, espanhol, francês, indonésio e chinês), as aulas são organizadas em módulos de 30 a 75 minutos que combinam conceitos teóricos básicos (como tensão, corrente, resistência e circuitos) com práticas essenciais para atuar de maneira segura e eficiente na instalação e conexão de sistemas elétricos. Ao final do curso, os participantes recebem um certificado oficial da companhia. Informações: www. se.com/ww/en/about-us/university. Hidrogênio e energias renováveis – A AHK Brasil - Rio de Janeiro, em parceria com o Gesel/ UFRJ, promove o curso Hidrogênio e Transição Energética, abordando temas técnicos, regulatórios, econômico-financeiros e ambientais. Direcionado a interessados e entusiastas na transição energética por meio do hidrogênio, além de especialistas, empresários, tomadores de decisão, técnicos, tecnólogos e operadores, o curso é integralmente online e ocorre de forma síncrona e assíncrona, com encontros semanais ao vivo e videoaulas gravadas com especialistas. A entidade também oferece o curso de Gestão em Energias Renováveis (GENRE), com ênfase nas tecnologias solar, eólica, biomassa e outras. O conteúdo é desenvolvido a partir da expertise alemã e adaptado à realidade brasileira por especialistas da Coppe/UFRJ. Composto de módulos gerenciais e técnicos, é oferecido em formato online e combina conteúdos assíncrono e síncrono. Mais informações sobre os cursos, respectivamente: https://brasilien-riodejaneiro. ahk.de/br/formacao-profissional/cursossincronos-ao-vivo/hidrogenio-e-transicaoenergetica e https://brasilien.rio.ahk.de/pt/cursos/ genre?utm_campaign=genre_0205&utm_ medium=email&utm_source=RD+Station. Energia na América Latina – A Olade - Organização Latino-Americana de Energia oferece um programa de formação executiva, que abrange

diversos temas relacionados ao desenvolvimento energético da região através de 16 cursos, organizados em cinco eixos temáticos: tecnologias, hidrocarbonetos, transição energética, políticas energéticas e integração energética regional. Os cursos serão ministrados em diferentes modalidades (e-learning, virtuais e semipresenciais, webinars e oficinas de trabalho). Para mais informações, acesse https://capevlac.olade.org.

Elétrica e iluminação – A Tramontina realiza o Educa+, plataforma virtual de cursos e treinamentos gratuitos. A iniciativa está dividida em ambientes, entre os quais se destaca o Conectar+, com conteúdos sobre elétrica e iluminação. Os cursos e treinamentos EAD (Educação a Distância) disponíveis nessa seção são direcionados a eletricistas, instaladores, arquitetos, decoradores, estudantes e clientes da marca, abordando normas e especificidades de produtos utilizados em instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais. Entre os temas abordados estão: introdução à eletricidade, norma NBR 5410, proteção contra sobrecarga e curto-circuito, casa inteligente, instalação de estações de recarga veicular, dispositivos de proteção elétrica e de segurança pessoal, entre outros. Um dos destaques da plataforma é o curso Instalação Elétrica Profissional: Técnica, Segurança e Valorização na Prática”, em formato de videoaula. Com duração de 30 minutos, apresenta de forma didática orientações sobre o uso correto de conduletes e kits de vedação IP54, diferenças entre eletrodutos rígidos e flexíveis, boas práticas na organização e montagem de quadros de distribuição (QDC), além de dicas sobre automação acessível com módulos inteligentes e integração via Wi- Fi. Inscrições em https://global.tramontina.com/educa/ conectar.

Treinamento Ex – A Tramontina mantém a Cabine de Treinamento para instalações em ambientes com atmosferas explosivas e áreas industriais, localizada em Carlos Barbosa (RS). O ambiente está equipado com painéis, luminárias, botoeiras, caixas de ligação, plugues e tomadas com proteções “Ex e” (segurança aumentada), “Ex d” (à prova de explosão) e “Ex t” (proteção contra ignição de poeiras), a fim de proporcionar uma experiência prática e teórica aos participantes. Os interessados podem obter mais informações por meio do site https://global.tramontina.com/atmosferas-explo sivas ou telefone (54) 99981.1022.

Indústria e energia – A Siemens promove cursos presenciais e à distância com o objetivo capacitar

clientes, estudantes e interessados em temas de indústria e energia. Para processos produtivos, com linha de produção de uma indústria que possui equipamentos ou sistemas Siemens, os cursos são ministrados no Sitrain, localizado na sede da companhia, em São Paulo. Na Power Academy, que fica na planta de Jundiaí, o foco está no setor de energia, nos segmentos de geração, transmissão e distribuição, com destaque na digitalização de subestações. Os treinamentos e cursos disponíveis podem ser conferidos nos sites https://www. siemens.com/br/pt/produtos/servicos/energia/ power-academy-brasil.html e https://www.siem ens.com/br/pt/produtos/servicos/industria/ servicos-treinamentos/sitrain.html.

Proteção de sistemas de energia – A Universidade SEL oferece treinamentos em proteção de sistemas de energia, abrangendo tópicos que vão desde princípios fundamentais de sistemas de energia até aplicações e testes práticos de produtos SEL, em versões presenciais e on-line. O calendário completo 2026 está disponível em https://selinc. com/pt/selu/calendario.

Proteção – A Conprove Engenharia, de Uberlândia, MG, realiza treinamentos para qualificação profissional, dirigido a engenheiros, tecnólogos e técnicos, sobre vários temas, como geradores síncronos; transformadores e reatores de potência; subestações de média e alta tensão; relés de proteção; descargas parciais; transformadores de corrente e potencial convencionais e não convencionais; harmônicos, etc. Mais informações sobre os cursos podem ser obtidas em https://conprove.com.

Indústria – A Mitsubishi Electric promove diversos webinars gratuitos, com carga horária aproximada de uma hora. As sessões online abordam inteligência artificial em inversores de frequência, redes industriais, regeneração de energia elétrica, robôs industriais, certificação LEED, entre outras. Entre os cursos oferecidos pela companhia, está Configuração rápida do inversor FR-E800, que visa abordar recursos como ligação de entrada e saída, parâmetros básicos para sua operação, configuração dos parâmetros, habilitação de seu funcionamento, parada de segurança e retomada dos parâmetros de fábrica. Informações disponíveis em https:// mitsubishielectric.eadplataforma.app/.

SPDA – A Termotécnica Para-raios realiza diversos cursos voltados a profissionais da área, como o curso de SPDA, que aborda, entre outros temas,

estrutura e tabelas da nova norma, avaliação da necessidade de SPDA, análise do afastamento do SPDA das demais instalações e massas metálicas, dimensionamento do aterramento para dispersão da descarga atmosférica no solo, etc. Outro curso ministrado é o de MPS, que trata de características de um raio nas instalações de energia e de sinal, efeitos e danos de um raio em equipamentos eletroeletrônicos, princípios básicos e níveis de proteção de equipamentos, características dos protetores, etc. Informações: www.tel.com.br.

NO EXTERIOR

Workshop Cired – A 10a edição do Cired Workshop será realizada nos dias 9 e 10 de junho, em Bruxelas, Bélgica. O evento, que terá como tema central “Implementando inovações bem-sucedidas em redes de distribuição”, deve reunir cerca de 500 especialistas da área, abordando três grandes eixos: novos métodos para planejamento de redes confiáveis, resilientes e sustentáveis; experiências práticas na implementação de inovações; e regulamentações e práticas para fomentar inovação e reduzir riscos. Uma exposição paralela complementa a programação. Mais informações: https://2026brussels.cired.net/.

World Energy Congress – Considerado um dos maiores e mais importantes eventos globais voltados para o setor de energia, e organizado pelo World Energy Council (WEC), o congresso reúne líderes do setor de energia, governantes, acadêmicos e especialistas para discutir os maiores desafios e oportunidades no campo da energia mundial. A edição de 2026 será realizada em Riyadh, Arábia Saudita, de 26 a 29 de outubro. O evento atrai profissionais e líderes de empresas de energia, governos, organizações internacionais e a academia, proporcionando um ambiente de troca de conhecimento e networking. Informações em: https://www.worldenergy.org.

NR-37

Uma empresa que atua na produção de lubrificantes solicitou assessoria técnica devido à dificuldade de encontrar um fornecedor para um determinado equipamento de processo previsto na ampliação de sua unidade. A ausência desse fornecedor estava comprometendo o prazo do projeto do empreendimento.

O exame da especificação técnica de compra mostrou a exigência de uma “certificação Inmetro” para o equipamento. Questionado sobre o requisito, o departamento de engenharia afirmou que “teve como base a recomendação de um artigo publicado na internet a partir das exigências da NR-37”.

Desta forma, houve necessidade de análise detalhada desses elementos para esclarecimentos aos setores de engenharia e compras da empresa sobre a NR-37 e as características de uma certificação de conformidade.

Sobre a NR-37

A NR 37 é a Norma Regulamentadora sobre Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo, publicada pelo Ministério do Trabalho na Portaria MTb nº 1.186, em 20/12/2018 (última modificação: Portaria MTP nº 4.219 de 20/12/2022), com o objetivo de estabelecer os requisitos de segurança, saúde e condições de vivência para os trabalhadores em plataformas de petróleo que operam nas Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB). Ela abrange desde a capacitação e treinamentos até medidas de prevenção de acidentes, programas de saúde, assistência médica a bordo e procedimentos de emergência.

No caso dos equipamentos mecânicos de processo empregados em plataformas de petróleo, a NR-37 estabelece que:

“37.24.8 Os equipamentos mecânicos instalados em áreas classificadas devem ser avaliados de acordo com os requisitos especificados na norma técnica

Tab. I – Avaliação x certificação de equipamentos mecânicos

Serviço Executante

Avaliação técnica Fabricante ou engenheiro responsável técnico da operadora da instalação.

Certificação “Ex” OCP acreditado pelo Inmetro.

ABNT NBR ISO 80079-36 - Atmosferas explosivas - Parte 36: Equipamentos não elétricos para atmosferas explosivas - Métodos e requisitos básicos, ou ABNT NBR ISO 80079-37 - Atmosferas explosivas - Parte 37: Equipamentos não elétricos para atmosferas explosivas - Tipos de proteção não elétricos: segurança construtiva “c”, controle de ignição de fontes “b” e imersão em líquido “k” e alterações posteriores.”

Nota-se que a NR-37 estabelece “avaliar” e não “certificar” – são termos diferentes. A certificação de conformidade compulsória de produtos é estabelecida pelo Inmetro, e apenas pode ser realizada pelos organismos de certificação acreditados por ele para uma determinada classe de produtos. Já uma avaliação pode ser realizada por um profissional habilitado.

A NR-37 respeita que o Inmetro não estabeleceu a certificação compulsória para equipamentos mecânicos em áreas classificadas, e destaca sua consolidação para os equipamentos elétricos e eletrônicos:

37.24.7: “Os equipamentos elétricos, de instrumentação, de automação e

Base técnica Abrangência

NBR ISO 80079-36

NBR ISO 80079-37 + Portarias Inmetro aplicáveis.

Definida pelo avaliador.

Definida no regulamento emitido pelo Inmetro.

de telecomunicações instalados em áreas classificadas devem atender aos requisitos legais vigentes de certificação, sendo que os respectivos serviços de projeto, seleção, instalação, inspeção, manutenção e recuperação devem estar de acordo com a NR-10 e partes aplicáveis da norma técnica ABNT NBR IEC 60079 – Atmosferas explosivas e alterações posteriores”

A tabela I mostra as diferenças entre avaliação e certificação.

Portanto, a referenciação à NR-37 em uma especificação técnica de compra de equipamento para uso onshore foi inadequada.

Sobre as NBR ISO 80079-36 e -37

As características básicas destas duas normas estão resumidas na tabela II.

Os equipamentos mecânicos na indústria do petróleo devem atender às condições dos processos onde estão inseridos, especialmente às temperaturas, pressões e vazões. Por exemplo: uma bomba de recalque de derivado de petróleo é parte necessária à movimentação do fluido inflamável dentro

Tab. II – Características básicas das NBR ISO 80079-36 e NBR ISO 80079-37

Tópico NBR ISO 80079-36 NBR ISO 80079-37

Escopo

Objetivo

Aplicação

Requisitos gerais para equipamentos não elétricos em áreas classificadas.

Identificar e mitigar fontes de ignição mecânicas.

Avaliação de risco de equipamentos não-elétricos.

Tipos de proteção aplicáveis a equipamentos não elétricos

Definir tipos específicos de proteção contra ignição

Definir o tipo de proteção Ex, após avaliação pela NBR ISO 80079-36.

Fontes de ignição abordadas Atrito, impacto, compressão, calor, faíscas, reações químicas. Descreve como as fontes de ignição podem ser controladas.

Tipos de proteção definidos Não define tipos de proteção específicos

Marcação “Ex” Ex h (genérico para equipamentos não elétricos)

Documentação exigida Avaliação de risco, projeto, instruções de uso e manutenção.

Define três tipos: segurança construtiva (c), controle de ignição (b), imersão (k).

Ex hc, Ex hb, Ex hk (específico conforme o tipo de proteção).

Documentação técnica específica para o tipo de proteção adotado.

das tubulações, estando, portanto, “dentro” do processo. Já o motor elétrico que a movimenta está “fora” das tubulações, e seu aquecimento precisa ser conhecido, de modo que sua temperatura se mantenha abaixo da temperatura de ignição do produto inflamável que eventualmente “saia” da tubulação e forme uma atmosfera explosiva. Desta forma, por estar “fora” do processo, precisa-se garantir que o motor elétrico não se comportará como uma fonte de ignição à atmosfera explosiva que, eventualmente, seja formada no ambiente, justificando sua certificação Ex.

Um exemplo de equipamento mecânico utilizado na indústria do petróleo são os fornos, os quais possuem a função específica de aquecer o fluido inflamável.

Conforme já demonstrado na literatura, a corrente de convecção de ar que se forma junto às superfícies do forno possui características de diluição contínua, o que impede a formação de atmosfera explosiva e evita explosões durante seu funcionamento. Daí o mercado estranhar a manifestação recente da ISO sobre uma proposta de “certificação Ex” para os equipamentos mecânicos de processo.

De qualquer modo, os equipamentos mecânicos instalados em áreas classificadas devem seguir os mesmos cuidados dos equipamentos elétricos Ex e serem contemplados em um plano de manutenção que garanta a preservação de suas características originais e suas condições adequadas de operação, pois sabe-se que o equipamento Ex, mesmo certificado, pode perder sua proteção pela omissão ou deficiência de manutenção.

Sobre o artigo da internet

Do artigo que influenciou o departamento de engenharia daquela empresa a exigir uma certificação de conformidade Ex para um equipamento mecânico destinado a empreendimento onshore, destacamos:

“O Ministério do Trabalho publicou em 2018 a Norma Regulamentadora NR-37, na qual é requerida, de forma compul-

sória pelos proprietários das instalações, a avaliação da conformidade (ou certificação de forma voluntária) dos equipamentos mecânicos instalados em áreas classificadas de plataformas de petróleo, introduzindo este assunto no Brasil, sob o ponto de vista legal.”

Nota-se um equívoco nesta afirmação, uma vez que a NR-37 não teria como introduzir de forma legal a “certificação de forma voluntária” para equipamentos mecânicos em áreas classificadas de plataformas de petróleo, uma vez que é assunto de competência do Inmetro.

“Com o desenvolvimento deste assunto relacionado com a segurança em áreas classificadas e com os requisitos da avaliação da conformidade de equipamentos mecânicos “Ex”, pode ser recomendado às empresas usuárias de instalações “Ex”, que passem doravante a exigir, em suas especificações técnicas, contratos de obras e serviços e pedidos de compra, a certificação dos equipamentos mecânicos “Ex”, com base em certificados que tenham sido emitidos de forma voluntária ou mesmo de forma compulsória, de acordo com requisitos legais existentes em diversos países.” Tal recomendação, de “doravante exigir a certificação dos equipamentos mecânicos Ex”, além de descabida, induziu o departamento de engenharia daquela empresa a um erro que comprometeu os prazos do empreendimento. A afirmação, vaga, “de acordo com requisitos legais existentes em diversos países”, é inválida tanto tecnicamente quanto legislativamente no Brasil.

Cabe ressaltar que a certificação compulsória de produtos deve ser devidamente amparada por potenciais riscos à segurança e/ou à saúde das pessoas, e historicamente, ao ser decretada compulsória, o preço cobrado pelos organismos de certificação é reajustado

entre duas a três vezes o valor cobrado pela certificação voluntária, mesmo que basicamente sob os mesmos critérios.

O que a NR-37 exige para a operadora da instalação offshore, e que também é recomendável para instalações onshore é: “37.24.6: “Em áreas sujeitas à existência ou à formação de atmosferas explosivas ou misturas inflamáveis, a operadora da instalação é responsável por implementar medidas específicas para controlar as fontes de ignição.”

Conclusões

Conforme abordado na EM Ex edição 555, informações veiculadas na internet necessitam ser verificadas cuidadosamente antes de serem adotadas pelas empresas. Dentre os detalhes a avaliar, onde o auxílio de um especialista é de grande valia, estão:

– Texto opinativo sem base técnica referenciada;

– Conteúdo nitidamente voltado à promoção de interesses comerciais (de fabricantes, de certificadoras, de entidades estrangeiras, etc.);

– Texto com distorções às referências citadas na bibliografia;

– Texto sem aderência às disposições técnicas e legais em vigor.

O poder de disseminação de informações falsas na internet, as chamadas “fake news”, é reconhecidamente elevado, especialmente pela facilidade de replicação, o que, no caso de instalações que processam inflamáveis, pode levar a custos financeiros elevados ou, até mesmo, a explosões em unidades industriais, com perdas de patrimônio e vidas!

Estellito Rangel Júnior, engenheiro eletricista, primeiro representante brasileiro de Technical Committee 31 da IEC, apresenta e discute nesta coluna temas relativos a instalações elétricas em atmosferas potencialmente explosivas, incluindo normas brasileiras e internacionais, certificação de conformidade, novos produtos e análises de casos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail em@ arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” EM-Ex.

Produtos

Armazenamento de energia

A Honeywell fornece o Honeywell Ionic Modular All-in-One , sistema compacto de armazenamento de energia em baterias voltado a aplicações comerciais e industriais. A solução integra módulos de baterias de íons de lítio a um software avançado de controle e gerenciamento de energia. Segundo a empresa, o sistema permite armazenar energia de forma flexível, otimizar custos e contribuir para a estabilidade da rede elétrica, além de fornecer energia de reserva quando necessário. A integração com a plataforma de controle possibilitaria análises detalhadas e personalização de acordo com o perfil de consumo. De acordo com informações da Honeywell, o software incorpora recursos de segurança cibernética certificados pelo

padrão ISA Secure 2, voltados a reduzir vulnerabilidades em redes energéticas e a aumentar a proteção dos usuários contra potenciais ameaças. Ainda segundo a companhia, o Honeywell Ionic é modular e escalável, podendo atender demandas que vão de 250 kWh a 5 MWh. Essa configuração ampliaria as opções de armazenamento disponíveis para diferentes tipos de ambientes industriais e comerciais. A empresa afirma que a solução também oferece opções de operação: pode ser totalmente controlada no local pelos clientes ou gerida

remotamente pela Honeywell, por meio de seu Centro de Operações Remoto. Segundo a Honeywell, o sistema já está disponível em escala global e foi desenvolvido para atender à crescente demanda por tecnologias de armazenamento que apoiem a integração de energias renováveis e o gerenciamento dos custos de energia. www.honeywell.com/br/pt

Crimpadores sem fio

A Dewalt destaca em seu portfólio de produtos dois crimpadores elétricos sem fio: o modelo 6 toneladas 20V MAX* LI-ION –DCE350M2 e o 12 toneladas 20V MAX* LI-ION – DCE300M2. As soluções contam com software Crimp Connect, que fornece relatórios detalhados de data, hora, força e ciclos de prensagem concluídos pela ferramenta. A DCE350M2 possui design universal de 4 pontos de crimpagem, com a capacidade de realizar a crimpagem em cabos e conectores de #8 a 750 MCM Cu/Al com uma força de 6 toneladas. Além disso, possui cabeça giratória de 360º, para que a prensa possa ser manobrada em espaços apertados. Já para pren-

sagem de tipo U, a DCE300M2 oferece uma força de 12 toneladas com classificação UL. Também possui capacidade de #8 a 750 MCM Cu/Al, junto de uma cabeça giratória de 270º. Ambas crimpadoras possuem um gatilho para frente/reverso, LED para iluminação, interface de

LED brilhante e empunhadura emborrachada. www.dewalt.com.br

Soluções de IoT e comunicação remota

A Globalsat Group integra soluções de IoT e comunicação avançada que permitem a gestão remota e inteligente de ativos em áreas críticas, podendo ser operada em parques eólicos, usinas solares, entre outras redes de distribuição em regiões remotas e isoladas. Segundo a empresa, a

conectividade satelital elimina a necessidade de deslocamentos frequentes, reduzindo a pegada de carbono e garantindo continuidade operacional sem consumo adicional de combustíveis fósseis. As soluções oferecidas pela empresa contam com sensores conectados via satélite, que permitem o controle de performance, a previsão de falhas e a detecção de anomalias. www.globalsatbrasil.com.br

Motores IE5

A fabricante de motores elétricos ABB ampliou sua linha de motores síncronos de relutância (SynRM) com opções nas numerações de carcaça 90, 100 e 112, em complementação aos modelos de maior porte. Os motores são enquadrados na categoria IE5, sendo, segundo a companhia, 20% mais eficientes do que modelos IE4 predominantes no

mercado europeu e 40% mais econômicos do que os motores IE3/IR3, padrão mínimo exigido no Brasil. Com velocidade máxima de 3600 rpm e tecnologia que dispensa a utilização de magnetos permanentes extraídos de terras raras, os motores IE5 da ABB cobrem uma faixa de potência de 0,75 kW a 450 kW, sendo indicados para acionar bombas, ventiladores, compressores e outros equipamentos. www.abb.com/global/en

Medidores, inversores

A Mitsubishi Electric Brasil possui em seu portfólio recursos de monitoramento de uso da energia, identificação de perdas e gestão de dados. As tecnologias oferecidas vão de multimedidores de alta precisão, responsáveis por oferecerem dados detalhados do

consumo, ao EcoWebServerIII, capaz de identificar onde a energia está sendo usada e até alertar sobre excessos que podem gerar multas. Outra solução são os inversores de frequência, que ajustam a velocidade dos motores e podem reduzir até 30% dos gastos de aplicações como bombas e ventiladores, destaca a empresa. www.mitsubishielectric.com

Eletrificação na Europa

A Schneider Electric lançou o relatório de pesquisa Segurança e competitividade energética da Europa – acelerando a eletrificação, que destaca o papel da eletrificação no futuro da Europa. Segundo o estudo, a Europa poderia economizar € 250 bilhões por ano até 2040 com a maior eletrificação. Atualmente, a taxa de eletrificação no continente é de 21% e, ao mesmo tempo, o custo da energia residencial é de € 0,27 por kWh – nos Estados Unidos, esse valor alcança € 0,15 e, na China, € 0,08 por kWh. O relatório revela que a alta dependência de

combustíveis fósseis importados mantém os custos elevados e dificulta o cumprimento das metas ambientais na Europa. De acordo com a pesquisa, a UE gasta € 380 bilhões por ano em importações de energia com quase 60% de seu suprimento vindo do exterior. A eletrificação tem ritmo e progresso diferente entre os países europeus, em função da diversidade de infraestrutura, políticas públicas, maturidade de mercado e adoção pelos consumidores. Algumas nações, como as nórdicas, avançaram consideravelmente em setores como

transporte e edificações. Países do sul da Europa tendem a apresentar maiores taxas de eletrificação em edifícios, enquanto a Europa Ocidental e a Central têm aumentado os investimentos em eletrificação industrial e iniciativas de prossumidores. O relatório identifica várias alavancas políticas críticas que precisam ser acionadas, como redução da diferença de preço entre eletricidade e gás natural, eliminando subsídios a combustíveis fósseis e reformando a tributação energética para incentivar o uso de energia limpa. Além disso, destaca-se a necessidade de aceleração do financiamento, incluindo a simplificação do acesso a investimentos, a oferta de incentivos e a alocação das receitas do mercado de carbono e de fundos de inovação para projetos de descarbonização. Outra conclusão do estudo é a importância de criar mercados locais robustos, tornando obrigatória a eletrificação em novos edifícios e processos industriais, além de apoio à adoção de bombas de calor, veículos elétricos e programas de prossumidores.

www.se.com

Sistemas de armazenamento no SIN

O estudo  Otimização da flexibilidade e critérios de rateio no sistema elétrico nacional, desenvolvido pelo Instituto E+ Transição Energética com o apoio da MRTS, HPPA e Ampere Consultoria, revela, em simulações preliminares, que a inclusão de 4 GW de armazenamento por baterias na região Sudeste poderia gerar uma redução média do custo total de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) de R$ 360 milhões no período de 2024

e 2038 e uma queda de R$ 14/MWh no Custo Marginal de Operação (CMO) do subsistema Sudeste/Centro-Oeste.  O trabalho, que deve ser concluído no primeiro semestre de 2026, mostra que o aprimoramento da flexibilidade operativa do sistema em meio à expansão da participação da energia eólica e solar na matriz elétrica do país passa por aperfeiçoamentos dos sinais de preços para a contratação e acionamento de recursos flexíveis, a adoção de métricas adequadas para a quantificação de flexibilidade, uma melhor representação das restrições operativas das hidrelétricas nos modelos computacionais de planejamento da operação, e a necessidade de maior resposta da demanda, entre outros pontos. O estudo pretende apresentar recomendações de métricas para a quantificação da flexibilidade e o diagnóstico desse atributo no SIN, permitindo determinar a necessidade de contratação adicional de recursos flexíveis para o sistema. Outra contribuição do estudo será uma proposta de aperfeiçoamento dos modelos de curto prazo, com o objetivo de representar com maior precisão os limites físicos e operativos das usinas hidrelétricas. O estudo realiza um amplo benchmark, analisando experiências internacionais de adoção de métricas para quantificar a flexibilidade e para remunerar esse atributo, e propõe modelos adaptados à realidade brasileira. O trabalho conclui que o Brasil reúne condições únicas para ser líder global na transição energética, combinando uma matriz 87% renovável, ampla interconexão elétrica e tradição em operação de sistemas complexos.

https://emaisenergia.org

O decálogo da gênese do setor elétrico

É hora de todos os poderes republicanos revisitarem a gênese do setor elétrico brasileiro. Esta lição eu recém extraí de minha visita à distribuidora e geradora de energia elétrica Hidropan, no noroeste do Rio Grande do Sul. Sua trajetória inclui atos que são tanto mais importantes e valiosos quanto mais necessários.

A Hidropan Distribuição de Energia S.A. será centenária em 2026. Ela atende Panambi e Condor, um polo industrial gaúcho que abriga a Kepler Weber, a Bruni e outras indústrias, sendo a área urbana mormente horizontal (sem edifícios), conforme a boa qualidade de vida alemã.

A história do noroeste do Rio Grande do Sul é exemplar à semelhança da icônica Ijuí e da memória do setor elétrico nacional. Assim, se deu na antiga Cruz Alta, na qual aportou uma colonização alemã vinda de Baden-Wuertemberg. O processo foi promovido por volta de 1898 pelo incorporador Hermann Meyer, que fundou as terras de Neu Wuerttemberg, com dificuldades aparentemente intransponíveis.

Os colonos vieram da classe média germânica, gente com poupança para investir na condição de desbravadores e compromisso com muito trabalho. Traziam na lembrança os anos de 1800, quando o frio esturricou os ânimos e grassou fome no norte europeu. Rumaram para a América do Norte, do Sul e até para a África. Como era de se esperar, os impérios alemão e o austro-húngaro singularmente sufocados marchariam para a Grande Guerra, sendo derrotados pelos ingleses, franceses e russos.

Não obstante os empecilhos, esses pioneiros não desistem, com seus carroções e carretas movidas por parelhas de cavalos e de bois.

“Produzir energia elétrica era vital para as pequenas oficinas artesanais, domésticas, nos porões de casa nada campesinas. Careciam de força suas serrarias, marcenarias e carpintarias”

Paulo Ludmer é jornalista, engenheiro, professor, consultor e autor de livros como Derriça Elétrica (ArtLiber, 2007), Sertão Elétrico (ArtLiber, 2010), Hemorragias Elétricas (ArtLiber, 2015) e Tosquias Elétricas (ArtLiber, 2020). Website: www.pauloludmer.com.br.

O seu desenvolvimento, desde os primórdios de 1900, foi possível porque a concessionária de energia ali floresceu. Exatamente como a Sulgipe (em Estância, Sergipe), a Cia. Mineira de Eletricidade (em Juiz de Fora, Minas Gerais), a empresa municipal de Poços de Caldas (Minas Gerais), além da Cataguazes (em Minas Gerais), ou dezenas de pequenas geradoras que se instalaram para viabilizar empreendimentos no início do século XX. Por necessidade, elas também alimentavam com energia elétrica suas vilas operárias. Nasceu a distribuição. Era viver ou viver.

Produzir energia elétrica era vital para suas pequenas oficinas artesanais, domésticas, nos porões de casa nada campesinas. Careciam de força suas serrarias, marcenarias e carpintarias. Os imigrantes habilidosos trabalhavam arduamente, obrigados a construir pontes sobre os rios Fiuza, Palmeiras, Alegre... na bacia do Jacuí. Inicialmente, usavam rodas d’água para serrar e erguer com urgência a escola e a igreja luterana num país católico.

Foi Carlos Eugenio Knorr, fundador da Hidropan que, em 1924, planeja e implanta de modo inimaginável a primeira casa de

concreto, canal e casa de máquinas numa cascata do Rio Alegre, em Condor, instalando uma turbina e um gerador Siemens de 169 CV. Em seguida, em 1929, Knorr a potencializa com 285 CV.

Knorr falece em 1947, antes estabelecendo outra pequena central no rio Palmeira, a quilômetros de distância, posta em marcha somente em 1945. De geradora a empresa, passa a distribuidora para 20 mil consumidores.

Convido o leitor a imaginar: 1) a ferrovia que vinha de Porto Alegre terminava em Cruz Alta, de quem Panambi se separou, a mais de 20 km de mula, para trazer o maquinário pesado; e 2) o esforço humano nas construções em solo rugoso de basalto com arenitos, por trilhas inexistentes em florestas virgens.

Também é forçoso lembrar que: 1) muitos alemães de Panambi anteviram o desastre dos impérios derrotados em 1918; 2) suportaram o desconforto de o Brasil ter guerreado contra a Alemanha em 1942; e 3) sempre contribuíram tenazmente com nossa cultura, economia e civilidade.

Sobretudo, ensinaram o decálogo do sonho pioneiro do setor elétrico:

• buscar a qualidade de vida, o progresso e o bem estar social;

• enxergar as adversidades como comburentes para a busca de soluções;

• obedecer o timing para eficiência, eficácia, importância e urgência das ações;

• manter critérios técnicos para as decisões multidisciplinares;

• assumir a disciplina em sacrifícios republicanos em benefício do primado do consumidor;

• preservar a disponibilidade de energia, de qualidade e competitividade;

• incluir os eixos de ESG (meio ambiente, acessibilidade e governança) nas equações;

• incluir nos dias que correm a descarbonização, a mudança climática, digitalização, transição energética, comunicação e a introdução de progressos tecnológicos como a inteligência artificial;

• compreender os riscos inerentes às incertezas de um universo quântico, ambíguo; e

• sonhar com o impossível, a exemplo da Hidroplan.

GFC CONQUISTA NOVAMENTE

O 1º LUGAR NA

CATEGORIA DE ELETRODUTOS METÁLICOS E ACESSÓRIOS

A GFC Indústria e Comércio de Tubos e Conexões Ltda. acaba de reafirmar sua liderança no mercado elétrico ao conquistar, pelo segundo ano consecutivo, o 1º lugar na categoria Eletrodutos Metálicos e Acessórios na tradicional premiação promovida pela Revista Eletricidade Moderna em 2025.

O reconhecimento consolida uma trajetória de crescimento consistente: 3º lugar em 2022, 2º lugar em 2023 e, a partir de 2024, a liderança absoluta da categoria. Esse avanço reflete a evolução contínua dos processos produtivos, o aprimoramento das soluções técnicas e o compromisso da empresa com a excelência.

Excelência reconhecida pelo mercado

Para a GFC, ocupar o primeiro lugar não é apenas uma conquista — é a confirmação do reconhecimento do mercado ao trabalho de uma equipe que atua com foco em qualidade, desempenho e inovação.

Cada etapa da produção, desde a escolha da matéria-prima até a entrega ao cliente, é orientada por rigor técnico e responsabilidade, garantindo produtos que atendem aos mais altos padrões do setor elétrico.

Essa conquista também evidencia o empenho de todos os colaboradores, que contribuem diariamente para fortalecer a marca e elevar a confiabilidade dos eletrodutos, tubos e conexões GFC.

Mais de uma década de confiança e evolução

Ao longo de mais de dez anos, a GFC vem ampliando sua presença no mercado e se destacando pela robustez e performance de suas soluções. A empresa combina uma equipe técnica especializada, processos industriais modernos e uma cultura voltada para a satisfação do cliente.

Esse conjunto constrói relações sólidas de confiança com distribuidores, instaladores, especificadores e demais parceiros.

Esse sucesso não seria possível sem a confiança e o apoio incondicional de nossos clientes, que tornaram viável a obtenção do prêmio da Eletricidade Moderna. A eles, nosso especial agradecimento.

Compromisso com o futuro: inovação, sustentabilidade e eficiência

Revalidar o 1º lugar em 2025 reforça a estratégia da GFC de investir continuamente em inovação, tecnologia e melhoria de processos. A empresa segue ampliando seu portfólio, modernizando sua estrutura e adotando práticas sustentáveis que agregam valor à cadeia elétrica.

O prêmio também é um incentivo para avançar ainda mais, fortalecendo parcerias e entregando ao mercado soluções cada vez mais confiáveis, competitivas e alinhadas às necessidades de um setor em constante evolução.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.