Aplicação sistemática de compensação série com controle e proteção
Cargas localizadas distantes das subestações podem sofrer com quedas excessivas de tensão e perturbações da qualidade da energia. O artigo propõe uma metodologia para aplicação de compensação reativa série como alternativa à construção de novas subestações ou redimensionamento de alimentadores.
24
ARCOS ELÉTRICOS
Cálculo de energia incidente para geradores utilizando IEEE 15842018 (Parte 3)
Os autores propõem metodologia para o cálculo de energia incidente do arco elétrico para os terminais de saída de geradores. Nesta última parte, eles avaliam a influência do tempo de exposição no valor da energia incidente e demonstram como identificar os equipamentos após os cálculos, entre outros aspectos.
32
DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
Conjuntos de manobra e controle MT
O guia apresenta e detalha a oferta de conjuntos de manobra e controle aplicados em sistemas de média tensão, como cubículos modulares ou monoblocos, disponibilizada por fornecedores que atuam no mercado nacional.
38
O impacto das cabines primárias inteligentes nas redes do futuro
Uma análise sobre o conceito de Cabines Primárias Inteligentes (CPI), destacando a necessidade de superar a subutilização dos modernos relés de proteção digitais, com a adoção de suas funções secundárias para criar sistemas mais eficientes e confiáveis, beneficiando consumidores e concessionárias.
40
SEGURANÇA
Cabeamento elétrico com integridade funcional perante incêndio
Em função do tipo de ocupação, os sistemas de segurança contra incêndio são de importância crucial. Para garantir confiabilidade mesmo sob exposição direta ao fogo, o cabeamento elétrico requer integridade funcional.
50
GUIA – 2
Para-raios de distribuição
Essenciais para a proteção dos equipamentos das redes de distribuição, os para-raios garantem segurança frente a surtos elétricos causados por descargas atmosféricas e manobras. Este levantamento apresenta soluções fornecidas por diversas empresas.
56
As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por EM podendo mesmo ser contrárias a estas.
Carta ao Leitor
DIRETORES
Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens
Esta edição de EM trata de temas diversos da engenharia elétrica, como sempre, mas dedica espaço importante a assuntos do universo das distribuidoras de eletricidade. Para começar, relata metodologia para aplicação sistemática de compensação reativa série para alimentadores longos que suprem cargas localizadas distantes das subestações — situação que pode causar quedas excessivas de tensão e perturbações da qualidade da energia. Fruto de um projeto de pesquisa inserido no programa de P&D da Aneel, a proposta, como se verá, é uma alternativa muito atraente às tradicionais e onerosas soluções de construção de novas subestações ou redimensionamento de alimentadores.
Outro artigo aborda as “cabines primárias inteligentes”, nas quais se utilizam os recursos avançados já disponibilizados pelos modernos relés de proteção digitais (que em muitos casos já estão operando em cabines primárias), mas que não são aproveitados — por causa, segundo os autores, de uma mistura de especificações técnicas limitadas, normas desatualizadas, e falta de conhecimento técnico por parte dos especificadores. “A prática atual é a mesma dos anos 90 e ainda se restringe à ativação de funções principais, como se estivéssemos confinados à era dos relés eletromecânicos”. Assim, os autores expõem e detalham o uso das chamadas funções secundárias dos relés e seus benefícios para otimização da operação e manutenção das instalações, com vantagens para os consumidores e para as distribuidoras de energia. Ademais, temos aqui ainda a atualização de dois guias de interesse direto das distribuidoras de energia elétrica: o de fornecedores de conjuntos de manobra e proteção de média tensão e o de para-raios de distribuição.
O motivo de se dedicar mais espaço ao segmento de distribuição de energia é prático: a edição estará circulando no Sendi – Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica, realizado neste maio em Belo Horizonte e que pretende reunir impressionantes 5000 participantes. Os temas aqui tratados, eminentemente técnicos e mirando o futuro, prestam tributo à vocação do seminário desde sua primeira edição. O Sendi foi criado em 1962 para promover o intercâmbio técnico entre profissionais de empresas que então se autodenominavam coirmãs — estatais quase todas, com mercados cativos e bem delimitados, eram como membros de um condomínio sólido. De modo que os programas do Sendi sempre tiveram como ponto alto os próprios trabalhos submetidos por profissionais das distribuidoras ou seus fornecedores. Hoje a realidade das concessionárias é distinta, as seções técnicas continuem sendo o esteio, mas a programação recheou-se de painéis e mesas-redondas sobre temas que foram incorporando-se às apreensões das distribuidoras, na medida em que se promovia a abertura do mercado de energia e ganhavam peso a transição energética, a igualdade entre gêneros, a governança, as questões ambientais, a cibersegurança, a digitalização e tantos outros.
Japan:Echo Japan Corporation – Mr. Ted Asoshina Grande Maison Room 303; 2-2, Kudan-kita 1-chome, Chiyoda-ku, Tokyo 102-0073 – tel: +81-(0)3-3263-5065, fax: +81-(0)3-3234-2064 aso@echo-japan.co.jp
Korea: JES Media International – Mr. Young-Seoh Chinn 2nd fl, Ana Building, 257-1, Myungil-Dong, Kandong-Gu Seoul 134-070 – tel: +82 2 481-3411, fax: +82 2 481-3414. jesmedia@unitel.co.kr
UK (+Belgium, Denmark, Finland, Norway, Netherlands, Norway, Sweden):Mr. Edward J. Kania - Robert G Horsfield International Publishers – Daisy Bank, Chinley, Hig Peaks, Derbyshire SK23 6DA tel. +44 1663 750 242; mobile: +44 7974168188 ekania@btinternet.com
ELETRICIDADE MODERNA , revista brasileira de eletricidade e eletrônica, é uma publicação mensal da Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda. Redação, publicidade, administração e correspondência: Alameda Olga, 315; 01155-900 São Paulo, SP - Brasil. TEL. + 55 (11) 3824-5300 em@arandaeditora.com.br | www.arandaeditora.com.br
GWM doa célula combustível para USP
A montadora de carros elétricos chinesa GWM doou uma célula de hidrogênio, um cilindro de armazenamento e uma membrana de célula de hidrogênio à Escola Politécnica da USP - Universidade de São Paulo e ao RCGI - Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa, que funciona na Poli. Os equipamentos serão utilizados em pesquisas e aulas sobre veículos elétricos movidos a célula de hidrogênio (FCEV).
Intenção é o RCGI, dentro da Poli-USP, usar equipamentos para pesquisas e aulas voltadas a carros elétricos movidos a célula de hidrogênio
O RCGI, vinculado à USP e à Fapesp, atua no desenvolvimento de tecnologias para a redução de emissões de gases de efeito estufa. Com os novos equipamentos, a ideia é proporcionar à instituição estrutura em escala real para estudar os componentes críticos de um FCEV, como os produzidos pela FTXT, empresa chinesa subsidiária da GWM e fabricante de células de hidrogênio.
A entrega dos equipamentos ocorre em meio à construção da primeira estação experimental de hidrogênio renovável a partir de etanol no mundo, dentro da Cidade Universitária da USP. O projeto é fruto de parceria entre Shell, Raízen, Hytron, USP e Senai CETIQT, e conta com um reformador a vapor desenvolvido pela Hytron. A planta piloto terá capacidade de produzir até 100 kg de hidrogênio por dia e será de-
dicada exclusivamente a fins de pesquisa e desenvolvimento.
ISA inicia instalação de compensador estático síncrono
A empresa de transmissão ISA iniciou a instalação do primeiro compensador estático síncrono FACTS (do inglês Flexible Alternating Current Transmission Systems), do tipo smart valves, no sistema elétrico nacional. A tecnologia, segundo a empresa, garante maior flexibilidade e estabilidade ao sistema de transmissão, redirecionando o fluxo de energia dos circuitos sobrecarregados para os mais ociosos.
Com a vantagem de postergar investimentos em novas obras e evitar a construção de novas linhas de transmissão, a solução proposta pela companhia foi aprovada pela Aneel em setembro de 2024 e está sendo instalada inicialmente na subestação Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. A escolha pelo local foi para atender necessidade emergencial da região, em especial da demanda industrial por energia.
O planejamento é transferir o compensador para as subestações Votuporanga e São José do Rio Preto (SP) em 2027, para evitar obras adicionais envolvendo linhas de transmissão. Segundo a Isa, a iniciativa apoia a transição energética ao permitir rápida integração de fontes renováveis ao sistema elétrico.
Ainda segundo a Isa, entre os benefícios da tecnologia, além do redirecionamento do fluxo de energia dos circuitos sobrecarregados para outros mais ociosos, há otimização do uso das linhas de transmissão existentes, evitando a necessidade de obras convencionais.
Os dispositivos foram importados dos Estados Unidos e o investimento envolve cerca de R$ 75 milhões para a primeira
Sistema utiliza tecnologia FACT do tipo smart valves e, em sua primeira fase, atenderá subestação Ribeirão Preto
fase em Ribeirão Preto, com custo adicional de R$ 15 milhões para o transporte e a instalação permanente dos equipamentos na segunda fase, contemplando a região de Votuporanga e São José do Rio Preto.
Schneider e Senai investem em capacitação profissional
A Schneider Electric está ampliando sua plataforma de cursos de capacitação profissional em energia com o Senai. O programa envolverá a formação de 74 mil jovens em 30 cidades, de 11 estados do País, até 2028. A iniciativa inclui também regiões da Amazônia Legal, com seis escolas Senai situadas nos municípios de Belém, Barcarena, Altamira, Bragança, Marabá e Santarém, no Pará, além da unidade móvel no Amazonas.
Neste último caso, haverá curso, entre as 31 unidades selecionadas do programa, no Barco Escola Samaúma, que leva formação técnica a comunidades ribeirinhas do Amazonas. A embarcação tem laboratórios e vai percorrer cinco municípios por ano, conforme a solicitação das prefeituras interessadas, oferecendo cursos durante quase três meses em que permanecerá ancorada no porto local.
As demais unidades do Senai vão oferecer capacitação em áreas voltadas à transição energética e à digitalização da indústria, abrangendo desde automação industrial
Entre a programação de cursos que deve envolver 74 mil alunos, 9 mil serão nas regiões da Amazônia Legal
e eletricidade básica para aplicações residenciais e prediais até energias renováveis e infraestrutura para carregadores elétricos. Segundo comunicado da empresa, quase 9 mil dos 74 mil alunos beneficiados no País estão na Amazônia Legal. Em parceria com departamento nacional do Senai, a Schneider também viabilizou no programa a atualização dos laboratórios das escolas, com a doação de equipamentos e softwares, como inversores, módulos solares e baterias, CLPs, disjuntores e sistemas IHM (Interface Homem-Máquina). Haverá treinamentos com as tecnologias.
Eren
e IVRI criam joint venture de biogás
O grupo francês Eren e a empresa brasileira IVRI firmaram joint venture para participar do mercado de biogás e biometano no Brasil. A nova empresa, batizada de EBB - Eren Biogás Brasil, terá foco inicial na produção de biometano, o gás natural renovável produzido a partir da purificação do biogás.
A ideia da nova empresa é atuar no desenvolvimento, investimento, construção e operação de projetos, utilizando resíduos orgânicos provenientes dos setores sucroenergético (vinhaça), agroindustrial e de resíduos sólidos urbanos.
Segundo comunicado, a EBB visa a sinergia entre a capacidade financeira e experiência global do grupo Eren em biogás e energias renováveis com o conhecimento da IVRI, fundada em 2023 por ex-executivos da TotalEren, sobre o mercado brasileiro de energia.
Os projetos visam não apenas a produção de biogás e biometano, mas também incluem a geração de subprodutos, ou seja, biofertilizantes e CO2 biogênico, este último removido do processo de purificação do biogás.
“Com um histórico de dez anos de colaboração com o grupo Eren no desenvolvimento de projetos solares e eólicos, estamos entusiasmados em renovar essa parceria com um novo foco no crescente mercado de biogás. O Brasil possui uma forte atividade agroindustrial, o que gera uma quantidade significativa de resíduos orgânicos cujo potencial ainda é subutilizado”, disse o CEO da EBB, Pierre-Emmanuel Moussafir.
MME publica diretrizes dos leilões de energia existente
O MME - Ministério de Minas e Energia divulgou no dia 30 de abril a Portaria Normativa no 107/2025, que trata das diretrizes para realização dos leilões de energia existente A-1, A-2 e A-3. Os certames serão realizados no dia 14 de novembro e os contratos terão prazo de suprimento de dois anos, com início previsto em janeiro de 2026, para o A-1; janeiro de 2027, para o A-2, e janeiro de 2028, para o A-3.
A publicação estabelece produtos por quantidade, nos quais serão negociados contratos de comercialização de energia no ambiente regulado (CCEAR) para qualquer fonte. Com meta de deixar os preços mais compatíveis com as práticas de mercado para contratos de curto e mé-
Intenção da portaria é não reajustar preços de energia pelo IPCA, para evitar a inércia inflacionária
dio prazo, a intenção é que os CCEARs não tenham atualização de preço durante as vigências.
A proposta de não reajustar o preço da energia nos contratos pelo IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo se traduz na desindexação das tarifas de energia elétrica no Ambiente de Contratação Regulado (ACR). Atualmente, a maioria dos contratos é reajustada anualmente pelo IPCA, prática de indexação tarifária que faz a inflação passada se propagar, influenciando preços futuros. A nova proposta, portanto, evita o fenômeno conhecido como inércia inflacionária.
Os agentes de distribuição deverão apresentar as declarações de necessidade para os certames entre 12 e 22 de agosto de 2025, conforme orientações a serem divulgadas pelo MME. As declarações precisam contemplar os volumes de energia elétrica demandados para o atendimento à totalidade de seus mercados consumidores para 2026, 2027 e 2028.
CMSE
para aproveitar energia do Nordeste
O CMSE - Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico aprovou medidas para aumentar o aproveitamento da geração de energia renovável no Nordeste e de mitigação dos impactos de cortes de geração, o
No Circuito
Deliberação inclui pedido de estudo ao ONS para melhorar escoamento de energia entre os subsistemas e mitigação de impactos do curtailment
chamado curtailment, que está restringindo a produção de parques eólicos e solares na região.
De acordo com a deliberação aprovada, o ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico deverá apresentar estudo para o comitê, até junho de 2025, com novos critérios de operação do SIN, em caráter excepcional e temporário, avaliando a relação risco-retorno. A medida visa permitir maior escoamento de energia entre os subsistemas e prover maior aproveitamento da geração, com reflexos positivos no armazenamento dos reservatórios e no atendimento da demanda máxima.
O colegiado do CMSE também aprovou a submissão do plano de trabalho do GT Cortes de Geração para contribuições. O plano foi construído com base em manifestações das associações e instituições setoriais e contempla medidas de curto, médio e longo prazo, nas perspectivas de política pública, planejamento, regulatória e operacional.
A deliberação ainda reconheceu a importância de que o ONS realize aprimoramentos nos Sistemas Especiais de Proteção (SEPs), de modo a permitir aumentar os limites de intercâmbio de energia elétrica entre os subsistemas Norte-Nordeste-Sudeste/Centro-Oeste. Além disso, foram reconhecidos o caráter estratégico e a necessidade de monitoramento diferenciado de empreendimentos de transmissão com outorga que aumentem o limite de intercâmbio entre os subsistemas.
O CMSE também aprovou a submissão à Consulta Pública, por 15 dias, de proposta para atender ao art. 4º da Resolução CNPE
nº 1/2024, quanto à definição dos critérios, ritos e prazos próprios para avaliação e aprovação de alterações no nível de aversão ao risco a ser adotado nos modelos computacionais utilizados no MME, na EPE, no ONS e na CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, inclusive quanto às referências a serem consideradas para a caracterização de alteração ou manutenção do nível de aversão ao risco.
Universidade gaúcha inaugura laboratório
de protótipos
A CPFL Energia e a Universidade de Passo Fundo, do Rio Grande do Sul, inauguraram um laboratório de protótipos voltados para o setor elétrico. Sob investimento total de R$ 2,9 milhões, a nova instalação foi desenvolvida a partir de dois projetos financiados pelos recursos da CPFL dentro do escopo do programa de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) Aneel.
O laboratório de protótipos é vinculado ao Lintec - Laboratório de Inovação Tecnológica em Projeto, Processos de Fabricação e Materiais e ao curso de engenharia mecânica da universidade gaúcha. Seu propósito será criar soluções mecânicas para o setor elétrico, entre elas simulações numéricas, ensaios experimentais e validação de soluções. Além disso, o local será capaz,
segundo comunicado, a atuar em soluções em escala industrial e em caracterização de materiais e componentes estruturais. Por conta da parceria, é intenção utilizar o laboratório para demandas da própria CPFL, mas também para demais empresas de energia interessadas no desenvolvimento de projetos. “O principal objetivo é dar suporte à CPFL e para o setor elétrico com foco na fabricação, testes e validação de componentes mecânicos, inclusive ações oriundas do Inovalab”, disse o professor Charles Leonardo Israel, responsável pela parceria.
Belo Monte atende 9% da demanda no 1o tri
A UHE Belo Monte foi a hidrelétrica 100% brasileira que mais gerou energia para o País no primeiro trimestre deste ano, respondendo por 9% de toda a demanda nacional. A produção da usina, de janeiro a março, foi de 15.842.794 MWh, o equivalente ao consumo de 40 milhões de residências.
Essa quantidade de energia elétrica corresponde ao atendimento de todos os domicílios da região Sudeste durante o mesmo período, segundo os dados do ONS - Operador Nacional do Sistema Elétrico. A produção média no trimestre foi de 7.334 MWmed, sendo que no dia 21 de janeiro, por exemplo, Belo Monte chegou a fornecer 12% da energia consumida no Brasil no
A produção de janeiro a março equivale ao consumo de 40 milhões de residências
Financiada por projetos de PD&I da CPFL, unidade na Universidade de Passo Fundo atenderá demandas mecânicas do setor elétrico
REDES DE ENERGIA PROTEGIDAS
contra surtos elétricos provocados por descargas atmosféricas e/ou chaveamentos no sistema elétrico.
Prêmio Qualidade 2025: a CLAMPER é campeã após pesquisa realizada junto a engenheiros e projetistas.
Produtos do Ano 2024: a CLAMPER éCampeã na Categoria DPS
A linha CLAMPER Grid é utilizada para proteção de equipamentos instalados em redes de distribuição secundárias (RDS) de baixa tensão, para a proteção de transformadores, religadores, sistemas de medição centralizados e unidades consumidoras. Disponível para aplicação em rede de distribuição secundária convencional ou isolada.
DPSVERDADEIRAMENTE
www.clamper.com.br
(31) 3689.9500
Hidrelétrica evita
5,3 milhões de t de CO2 em 2025
A Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará, evitou a emissão para a atmosfera de 5,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono somente nos primeiros meses de 2025 e quando comparada às emissões de uma usina termelétrica a gás. O cálculo considerou a geração da UHE até 17 de março e foi feito com base no Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC).
Para efeito de comparação, segundo comunicado da empresa, o que Belo Monte evitou este ano equivale a 1,1 milhão de carros a menos nas ruas por dia, baseando-se em dados da agência norte-americana EPA. Em dias de alta demanda do país, quando Belo Monte chega a atender 12% do consumo nacional, como em 24 de fevereiro, dia de maior geração média da usina em 2025, com 9.499,50 MWmed, cerca de 93 mil toneladas de CO2 foram evitados.
Desde 2019, quando a usina entrou em operação com as 18 Unidades Geradoras, até hoje foram evitadas 77,7 milhões de toneladas de CO2, o equivalente a menos 16,9 milhões de carros trafegando pelas ruas. De acordo com pesquisa do Coppe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Belo Monte é também a hidrelétrica que menos emite gases de efeito estufa no bioma amazônico. O estudo constatou que a usina é a quinta mais eficiente do Brasil em taxa de intensidade de gases poluentes e calcula que, entre cinco e dez anos, a área alagada do empreendimento apresente progressivamente emissões ainda menores.
horário entre 17h e 22h, período de pico de consumo.
O resultado da geração de Belo Monte acontece em um período marcado por ondas de calor que levaram o Brasil a registrar sucessivos recordes de consumo de energia. O último deles foi em 26 de fevereiro, às 14h24, quando o País atingiu a marca de 106.536 MW de demanda instantânea no SIN - Sistema Interligado Nacional. Naquele dia, Belo Monte foi a hidrelétrica que mais contribuiu para o atendimento nacional, gerando, sozinha, 8.325 MW, aproximadamente 8% do que o País precisava. O percentual equivale à demanda de 45,4 milhões de pessoas.
Startup desenvolve traçador de curva de baixo custo
A empresa i9+ Baterias Elétricas e Energias foi selecionada em edital da Incubadora Tecnológica do Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná), voltado a apoiar fomento de empreendimentos de base tecnológica. A startup trabalha na criação de equipamento que avalia a eficiência e a degradação dos módulos solares. O equipamento é um traçador de curva IxV e, embora seja de uso comum no setor, a solução da i9+ é de baixo custo para módulos solares fotovoltaicos. Os traçadores são utilizados para diagnosticar vários problemas, como condições de sombreamento, conexões defeituosas ou de degradação e ainda para medir o potencial de geração de energia.
O gerente do Creative Hub do Tecpar, Rogério Moreira de Oliveira, explica que muitos módulos descartados após um período de vida útil ainda têm condições de gerar energia. O projeto da i9+ propõe uma segunda aplicação para esses painéis, ou seja, que eles sejam usados para formar módulos para geração fotovoltaica com 70% de vida útil de geração de energia – e todos dentro do mesmo padrão.
“Para conseguir identificar esses padrões e saber o quanto cada um desses painéis ain-
Com apoio do Tecpar, desenvolvimento visa criar equipamento nacional que avalia a eficiência e degradação de módulos solares
da está gerando de energia, será aplicado o traçador de curva que está sendo desenvolvido. O equipamento faz essa identificação para que seja possível montar estações para geração de energia fotovoltaica, usando painéis com a mesma capacidade”, diz. Por ter sido selecionada na modalidade residente do programa da Intec, a i9+ Baterias contará com um espaço físico para estabelecer sua linha de desenvolvimento, além de todos os recursos que o Tecpar, via Creative Hub, coloca à disposição das incubadas.
Senai e TotalEnergies inauguram UFV piloto
O Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e a francesa TotalEnergies inauguraram usina solar fotovoltaica piloto para realizar estudos sobre o impacto de eventos extremos na geração de energia solar. Sob investimentos de R$ 5,4 milhões, o projeto de P&D é financiado no âmbito da cláusula da ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.
As pesquisas serão conduzidas em Natal, no Rio Grande do Norte, onde 380 módulos solares, de diferentes tecnologias, foram instalados em uma área de 4.400 metros qua-
Usina solar fotovoltaica servirá para estudar impactos de eventos extremos
INOVANDO EM CONEXÕES ELÉTRICAS
A SOLUÇÃO COMPLETA
EM CONEXÕES PARA REDES AÉREAS DE DISTRIBUIÇÃO
KPB
O perfurante universal Única solução para a conexão de cabos rígidos ou flexíveis no ramal de entrada do cliente, em qualquer configuração. Com o KPB não há mais a necessidade de se identificar o lado do conector para se realizar a conexão.
KATIL
Conexão em iluminação pública Conexão de luminárias utilizadas em iluminação pública à rede de distribuição de energia elétrica.
KDP
Conexão da Rede Secundária ao Ramal de Ligação com 4 derivações - Versão Econômica Conexão definitiva e ponto de aterramento temporário oferecendo maior facilidade na aplicação.
KARP
Conector de Perfuração para Redes Protegidas de Média Tensão Sem necessidade de remoção e recomposição da cobertura do condutor. Permite a conexão em linha Viva. Conector de perfuração para as tensões de 15kV, 25kV e 35kV.
KLOK
Terminal bimetálico e reutilizável com efeito mola, para equipamentos da distribuição sem necessidade de ferramenta especial para aplicação.
KATRO
Conexão da Rede Secundária ao Ramal de Ligação com 4 derivações Conexão definitiva e reutilizável mais ponto de aterramento temporário.
No Circuito
drados. A capacidade de geração de energia instalada é de 200 kWp. O início da operação está previsto para o segundo semestre deste ano.
Um dos fenômenos previstos para investigação na usina piloto será a irradiância extrema, que tem afetado grandes usinas de geração em todo o País, causando danos aos equipamentos devido ao seu superaquecimento e comprometendo a confiabilidade na geração de energia. Isso ocorre quando, após a passagem de nuvens, os raios solares se concentram em uma área específica da usina fotovoltaica, com efeito semelhante ao de uma lente de aumento.
“Quando o fenômeno ocorre, os raios incidem sobre os módulos fotovoltaicos com uma potência superior à que eles podem suportar, o que, na prática, pode gerar ‘pontos quentes’ e danificar os equipamentos”, disse o coordenador de Pesquisa & Desenvolvimento do ISI-ER, Antonio Medeiros.
A usina piloto está inserida no projeto “Desenvolvimento de plataforma para estudos operacionais e análise da ocorrência e impactos de eventos de irradiância extrema no desempenho de usinas fotovoltaicas em diferentes climas”, fruto do acordo de cooperação firmado entre a TotalEnergies e o ISI-ER, em fevereiro de 2024.
A Total registrou investimento global em pesquisa e desenvolvimento superior a US$ 1 bilhão em 2024, dos quais alocou 68% em projetos de novas energias (eletricidade renovável, moléculas de baixo carbono), baterias e redução de pegada ambiental (metano, CCUS, água, biodiversidade).
Cemig usa nanossatélites para identificar invasões
A mineira Cemig está utilizando imagens de nanossatélites – pequenos satélites artificiais com massa menor que 10 kg –
Satélites com massa menor do que 10 kg geram imagens diárias em plataforma norteamericana que são processados por empresa brasileira
para identificar edificações que invadem a área de servidão de suas linhas de transmissão e distribuição. Com investimento total de R$ 2 milhões, nos últimos cinco anos, o projeto utiliza a plataforma Planet, dos Estados Unidos.
Com mais de 130 nanossatélites, a plataforma obtém imagens diárias da rede da companhia em toda a área de concessão da empresa, que abrange 774 municípios mineiros. As imagens fornecidas são processadas pela empresa nacional SCCON no Brasil, que utiliza algoritmos de inteligência artificial para detectar alterações no uso e ocupação do solo.
De acordo com o engenheiro de transmissão da Cemig, Carlos Alexandre do Nascimento, a combinação da tecnologia de nanossatélites e o processo mais eficaz de notificações em campo foi fundamental para os resultados positivos obtidos. “A Cemig validou em campo que a tecnologia de nanossatélites é uma ferramenta poderosa para a gestão de ativos do setor elétrico”, disse. Por conta disso, a Cemig está investindo também em projetos de pesquisa e desenvolvimento nessa área, com o Senai-SC, que desenvolve uma plataforma de processamento de imagens de satélites.
Além da identificação de invasões, a empresa também explorando outras aplicações para as imagens de nanossatélites, como a classificação dos tipos de solo, a
medição do crescimento da vegetação, o monitoramento da limpeza de faixa e o controle de ocupações em áreas de reservatórios das hidrelétricas.
ENBPar prorroga CP de projetos de eficiência
O MME - Ministério de Minas e Energia, por meio da ENBPar - Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional, prorrogou por mais dois meses a chamada pública Procel Energia Zero em Prédios Públicos. Segundo a instituição, as propostas técnicas poderão ser enviadas até 11 de julho de 2025 pelo site da empresa.
Estão previstas na chamada recursos de R$ 100 milhões para que gestores federais, estaduais, municipais e distritais invistam em projetos de eficientização de edificações existentes por meio de reformas e da instalação de geração distribuída renovável. A intenção do ministério com a prorrogação é atrair mais e melhores projetos, segundo informado em comunicado.
Os recursos disponibilizados pelo Procel Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica serão investidos prioritariamente em prédios administrativos e das áreas de educação e saúde nas três esferas de governo. Dos R$ 100 milhões, R$ 25 milhões serão para municípios gaúchos, em razão das enchentes de maio de 2024.
Os R$ 75 milhões restantes serão distribuídos igualmente entre estados das regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul, considerando-se, para a última região, municípios do Paraná, de Santa Catarina e as cidades do Rio Grande do Sul não incluídas no decreto de calamidade pública.
Serão selecionados projetos com as melhores estratégias de aprimoramento de
desempenho energético dos sistemas em uso de forma combinada com a inserção de tecnologias de geração de energia renovável local integrada à edificação. Pelas regras da chamada pública, um projeto de retrofit bem-sucedido precisará reduzir o consumo de energia original da edificação entre 90% e 110%.
Para concorrer aos recursos, os prédios deverão ter sido construídos há pelo menos 12 meses, ter área construída mínima de 500 m² e estarem ocupados ou operacionais. Edifícios onde funcionem serviços de saúde, educacionais e administrativos terão um acréscimo de 20% na nota final pelo caráter estratégico e pelo alto potencial de economia de energia.
CGN fecha autoprodução com Metrô de SP
A geradora CGN e a comercializadora Pontoon Energia fecharam contrato de compra de energia (PPA) na modalidade
O PPA tem duração de 15 anos, com previsão de economia de R$ 12 milhões por ano no consumo dos trens de linhas da companhia
de autoprodução por equiparação com o Metrô de São Paulo. O PPA tem duração de 15 anos e início de suprimento previsto para 2027 e envolve energia das fontes solar e eólica provenientes do Complexo Lagoa do Barro, no Piauí, da CGN.
A energia visa o consumo dos trens das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô. A expectativa é evitar a emissão de mais de 200 mil toneladas de CO₂ ao longo dos 15 anos de contrato. A previsão é ainda de economizar mais de R$ 12 milhões por ano com a autoprodução de energia, modalidade em que o consumidor entra com participação minoritária no projeto para se beneficiar de redução de encargos.
O grupo chinês CGN tem capacidade instalada superior a 100 GW. A expansão do grupo começou em 2019, com desenvolvimento de projetos greenfield. Atualmente, a empresa opera complexos eólicos e três solares, distribuídos em cinco regiões do país, totalizando mais de 1,5 GW de capacidade instalada.
GoVerde vai produzir amônia e metanol verdes na Bahia
A GoVerde Energia assinou protocolo de intenções com o governo estadual da Bahia para viabilizar a instalação de um complexo de hidrogênio verde, que servirá de base para produção de metanol e amônia verdes, além de oxigênio. A perspectiva da empresa é investir R$ 5,4 bilhões e mais R$ 3,6 bilhões para a construção de usina solar fotovoltaica para geração de energia para o projeto.
O projeto será dividido em três fases de operação, sendo que em cada uma delas serão gerados 50 empregos diretos na unidade industrial e 20 na usina solar. No acordo firmado, a GoVerde garante promover o treinamento e a capacitação de mão de obra especializada, priorizando a contratação moradores da região de Candeias, na Bahia. O metanol produzido terá foco na exportação. Na primeira fase, a fábrica terá a capacidade de produzir 300 toneladas de metanol e amônia verdes e 155 toneladas de oxigênio por dia, aumentando a capacidade em mais 300 toneladas/dia em cada fase avançada. Já o parque solar será implantado nos municípios de Juazeiro, Bom Jesus da Lapa, Pindaí, Brumado e Irecê, com potência total de 1,5 GW.
Enel
SP moderniza climatização
do HC
Por meio de recursos do programa de eficiência energética PPE-Aneel, a Enel Distribuição São Paulo está modernizando o sistema de climatização do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), em São Paulo. O investimento total nas obras é de R$ 4 milhões.
As obras incluem a substituição de dois chillers, equipamentos responsáveis pelo resfriamento na central de ar-condiciona-
do, que têm capacidade de 600 toneladas de refrigeração (TR) por um modelo com 17% de aumento na eficiência. Além disso, serão trocados seis motores antigos por outros de alto rendimento. A economia anual estimada com isso é de aproximadamente 2.205 MWh por ano. A conclusão das obras está prevista para o final deste ano.
Aprovado na chamada pública da Enel de 2023, o projeto envolve três iniciativas de eficiência energética iniciadas em 2021, uma já finalizada, outra em fase de conclusão e a terceira, na climatização e com nova miniusina solar, para ser implementada neste ano. As duas primeiras somam cerca de R$ 5 milhões em investimentos. Com a conclusão da atual iniciativa, o aporte total no complexo hospitalar ao longo de três anos (2021, 2023 e 2025) poderá ultrapassar R$ 9 milhões.
Em 2021, no primeiro projeto, foi instalada uma miniusina solar com potência de 115,50 KWp e substituídas mais de 21 mil lâmpadas por LED, com investimentos de cerca de R$ 2,2 milhões, com economia estimada em 3,2 mil MWh/ano. Já em 2024, o segundo projeto deu sequência às iniciativas de modernização, com mais de 38.500 lâmpadas substituídas por modelos mais eficientes e econômicos. Ainda no primeiro semestre de 2025 será entregue um novo sistema fotovoltaico, dessa vez com potência de 47,7 KWp. Para este projeto, foram disponibilizados cerca de R$ 2,7 milhões. Com essas ações, será possível gerar uma economia anual de cerca de 3,8 GWh.
CPFL Paulista investe em subestações
A distribuidora CPFL Paulista está implementando plano de expansão do sistema elétrico (PESE) em Ribeirão Preto, no interior paulista. O investimento inclui a construção de uma nova subestação, a SE
Concessionária vai construir nova subestação e ampliar outra em Ribeirão Preto, com investimentos de R$ 109 milhões
Ribeirão Preto 14 - Califórnia, na região Sul, e a ampliação de outra já em operação, a SE Ribeirão Preto 8 - Ipanema, na região Norte. As obras, já em andamento, visam aumentar a capacidade operativa da rede e devem ser concluídas em dezembro deste ano. No total, os investimentos devem chegar a R$ 109 milhões.
A SE Ribeirão Preto 14 - Califórnia terá dois transformadores de 20 MVA (totalizando 40 MVA) e 10 novos alimentadores. Já na SE Ribeirão Preto 8 - Ipanema, em operação no bairro Avelino Alves Palma, haverá a substituição do transformador existente por um modelo mais moderno, de 26,6 MVA, e a instalação de um segundo transformador com a mesma capacidade, além de cinco novos alimentadores.
Juntas, as estruturas representarão acréscimo de 68,2 MVA de capacidade, 15 novos alimentadores e 103 quilômetros de redes de distribuição, entre recondutoramento de cabos e novos trechos, ao sistema elétrico da CPFL Paulista em Ribeirão Preto. “Aumentaremos a capacidade de carga disponível aos nossos mais de 353 mil clientes em Ribeirão Preto. Construindo uma nova subestação e mais que dobrando a potência dessa subestação que temos em operação, vamos trazer mais robustez ao sistema elétrico do município, melhorando ainda mais a qualidade do fornecimento de energia”, disse o diretor-presidente da CPFL Paulista, Roberto Sartori. Após concluído, o PESE garantirá capacidade suficiente para atender até 33 mil novas ligações residenciais de energia em Ribeirão Preto. “Estaremos preparados
O projeto de R$ 4 milhões envolve substituição de dois chillers e seis motores
No Circuito
tanto para o crescimento do município quanto para o aumento do consumo de energia elétrica”, afirma Sartori. Entre 2023 e 2024, o número de clientes da CPFL Paulista em Ribeirão Preto aumentou 2,8%.
Projeto de H2V da Vale é reconhecido na Europa
Um projeto da mineradora Vale e da GP - Green Energy Park foi selecionado pela Comissão Europeia e pelos 27 Estados-Membros como uma das prioridades do programa Global Gateway, da União Europeia, na categoria clima e energia. O projeto busca viabilizar a construção de uma planta de hidrogênio verde para abastecer um futuro complexo industrial.
Batizado de mega hub, a ideia é a Vale fornecer aglomerados de minério de ferro (pelotas ou briquetes), que servirão de insumo para a fabricação de hot-briquetted iron (HBI ou ferro-esponja), produto intermediário entre o minério de ferro e o aço. O hidrogênio é utilizado no processo de redução direta para produzir o ferro esponja (DRI).
Pelo processo tradicional do HBI, utiliza-se o gás natural, que é reformado a vapor para gerar um gás redutor rico em hidrogênio (H₂) e monóxido de carbono (CO). Esses gases reagem com o minério de ferro, removendo o oxigênio e resultando no ferro metálico. Já pelo projeto da Vale e da GEP, o planejamento é utilizar hidrogênio verde obtido pela eletrólise da água, com energia renovável (eólica e solar).
O Global Gateway é uma iniciativa da União Europeia que busca comprometer até 300 bilhões de euros em investimentos globais entre 2021 e 2027. O foco é em projetos sustentáveis e em investimentos em setores como digital, clima e energia, transportes, saúde, educação e pesquisa. Estes projetos visam reforçar parcerias estratégicas e promover a integração das cadeias de valor da UE com países parceiros.
“Ao incluir o projeto Vale-GEP em sua lista de prioridades, a União Europeia reconhece a importância dessa iniciativa para o desenvolvimento da cadeia do hidrogênio verde e para a descarbonização da indústria siderúrgica mundial”, disse Rogério Nogueira, vice-presidente executivo comercial e de desenvolvimento da Vale. “Ganhamos mais um impulso para atrair outros parceiros que nos apoiem na viabilização desse projeto”, disse.
NOTAS
Notas
Compra de UHEs - A Engie assinou contrato para comprar as usinas hidrelétricas Santo Antônio do Jari, localizada nos estados do Amapá e do Pará, e Cachoeira Caldeirão, no estado do Amapá. Os dois ativos, até então com participações igualitárias da EDP e da CTG (50/50), vão adicionar 612 MW de capacidade instalada à Engie. O valor total da transação, contemplando o endividamento dos ativos, será de aproximadamente R$ 2,9 bilhões, divididos em R$ 2,3 bilhões de equity value e R$ 671 mil de dívida líquida. As duas UHEs estão totalmente contratadas no mercado regulado.
Venda de participação em LT - A Neoenergia fechou acordo para vender 50% de sua participação no ativo de transmissão Itabapoana para o GIC, fundo soberano de Cingapura. O valor da operação é de R$ 127,5 milhões. O empreendimento, contratado em leilão da Aneel em 2018, conta com 221,9 quilômetros de linhas de transmissão, em circuito duplo, entre as subestações Mutum, em Minas Gerais, e Campos 2, no Rio de Janeiro, com tensão em 500 kV. O ativo será aportado na holding Neoenergia Transmissão, veículo de investimento nesse segmento do grupo que já conta com a participação de 50% do GIC, desde abril de 2023. Ao final da transação, a estrutura da holding permanecerá a mesma: 50% Neoenergia e 50% GIC. Segundo comunicado, o negócio faz parte do plano de rotação de ativos da Neoenergia.
Nova usina de GD solar compartilhada - A Fictor Energia iniciou a operação da usina solar fotovoltaica Futuro II, segunda do cluster Goiás, localizada em Águas Lindas de Goiás, na região metropolitana do Distrito Federal. A usina de 5,5 MWp de potência tem capacidade de geração de 11.752,08 MWh por ano, equivalente ao consumo anual de 6.434 residências. O empreendimento opera na modalidade de geração distribuída compartilhada e vai gerar créditos de compensação principalmente para consumidores da área de concessão da distribuidora Equatorial Goiás. Há a expectativa de atendimento principalmente de empresas do agronegócio. O cluster Goiás recebeu investimento de R$ 194 milhões da Fictor & WTT S.A, joint venture firmada entre a Fictor Energia e o grupo WTT. Ao todo serão implantadas oito UFVs no estado de Goiás. Com a conclusão total do projeto prevista para o primeiro semestre de 2026, o cluster somará 44 MWp de capacidade instalada, capaz de gerar aproximadamente 78 mil MWh de energia anualmente.
EM Sintonia
Biogás
Líderes do setor de biogás se ressentem de duas lacunas: 1) muita gente interessada em biogás ainda não possui uma visão clara sobre conceitos-chave de digestão anaeróbia; e 2) mesmo quem domina a técnica comumente desconhece as tendências atuais do mercado e os modelos de negócio que estão movimentando investimentos no Brasil.
Entre os ativistas, Fabio Soares e Heleno Quevedo, está em elaboração um mapa completo da microbiologia à viabilidade econômica-regulatória. O foco é o essencial do dia a dia, caracterização dos dejetos, projetos de biodigestores, metas de descarbonização, preços, biofertilizantes e biometano para abranger inovações tecnológicas e políticas públicas. Observe-se que está em consulta pública o Plano Nacional de Infraestrutura de Gás Natural e Biometano. Também é indispensável acompanhar os planos estaduais de biogás e biometano.
Grandes emissores de CH4, os aterros sanitários têm sido uma falsa solução para o descarte de resíduos sólidos, produzindo impactos que afetam diretamente a qualidade do ar, a segurança das comunidades e as mudanças climáticas. Os biogeradores geram riqueza, energia,
inclusão produtiva, descarbonização e resolvem problemas ambientais crônicos.
Reforma do setor elétrico
O projeto de reforma do setor elétrico brasileiro — encaminhada à Casa Civil — foi apresentado pelo MME - Ministério de Minas e Energia para a imprensa. No estertor de abril de 2025, repactua o risco hidrológico da geração elétrica no País. Não parece de tramitação fácil no Congresso Nacional. Divide interesses e os agentes do setor. Vale dizer, nasce com áreas de atrito no Poder Legislativo, além de ruídos no próprio Poder Executivo, que precisa destravar prioridades anteriores. O Ministério de Minas e Energia não se harmoniza totalmente com a presidência do Senado Federal.
Segundo o consultor Edvaldo Santana, “o crescimento das promissoras fontes renováveis foi tão desordenado e avassalador, por causa dos subsídios, que ninguém prestou atenção na qualidade da interface dessas fontes com a rede elétrica”.
A sociedade tem de levar em conta que não há dinheiro estatal, o dinheiro é único. Para badalar o consumo de baixa renda entre 0 e 80
kWh/mês, a proposta estabelece total isenção no faturamento. Mas o custo extra de R$ 3,6 milhões ao ano, só nesta rubrica, será pago pelos demais consumidores.
Na baixa renda, viria um desconto social na CDE – Conta de Desenvolvimento Energético, ao consumo mensal de até 120 kWh/mês. Isso beneficia 55 milhões de pessoas, desde que se aumente a fatura para os demais, com elevada incidência sobre os grandes. Não se iludam: atinge toda a cadeia produtiva e retorna para a baixa renda pela erosão do seu poder aquisitivo, diante da compra de bens e de serviços. A liberdade para todos os consumidores comprarem no mercado livre, a seu bel prazer, levará os grandes a se questionar o que estão fazendo lá. A razão até agora era pagar com rebates.
Renova Bio
O Diário Oficial da União publicou o Decreto no 12.437/2025, que atualiza a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), aperfeiçoa os mecanismos de fiscalização e penalidades aplicáveis pela ANP - Agência Nacional do Petróleo às distribuidoras de combustíveis que descumpram as metas de descarbonização.
POLÍMEROS DE ALTA RESISTÊNCIA AO TRILHAMENTO
Redes aéreas mais robustas e resilientes
ALTA RESISTÊNSIA À ABRASÃO
EXCELENTE PROCESSABILIDADE E ESTABILIDADE TÉRMICA
DISPONÍVEL NA COR CINZA E PRETO
RESISTÊNCIA AO TRILHAMENTO ELÉTRICO
* Método de ensaio Polyexcel baseado na norma ABNT NBR 11873. tensões de trilhamento elétrico de até 6 kV , proporcionando maior confiabilidade dos serviços de distribuição de energia , principalmente em casosdeeventosclimáticos.
SOBRE A POLYEXCEL
Empresa brasileira que opera desde 2011, especializada na produção de compostos poliméricos para cabos de Energia e Telecom. Com laboratório próprio, a Polyexcel conta com equipamentos de última geração para desenvolvimento de novos materiais para o mercado de fios e cabos.
www.polyexcel.com.br
Aplicação sistemática de compensação série com controle e proteção
Vários autores 1
Os alimentadores do sistema de distribuição estão sujeitos a fatores elétricos perturbadores, especialmente aqueles relacionados à má regulação de tensão de cargas normais e a perturbações de tensão devido a afundamentos/ elevações (no inglês, sags/swells) de tensão durante a partida de motores elétricos e cargas de alta potência [1,2].
Diversas tecnologias são empregadas para mitigação dessas perturbações. Este trabalho trata do sistema de compensação reativa série (CRS), que basicamente é composto por bancos de capacitores projetados para conexão em série (BCS) em sistemas de distribuição radial, reduzindo o efeito indutivo do alimentador e implicando uma redução significativa das perturbações mencionadas [3-5].
BCSs foram utilizados durante mais de 30 anos de maneira esporádica, mas seus resultados operacionais foram pouco divulgados. Ainda há uma relutância para sua utilização em redes de distribuição, principalmente por causa da falta de procedimentos, metodologias e padrões, tais como métodos e critérios para apli-
Cargas supridas por alimentadores longos e localizadas distantes das subestações podem sofrer com quedas excessivas de tensão e perturbações da qualidade da energia. Às tradicionais e onerosas soluções de construção de novas subestações ou redimensionamento de alimentadores, este artigo propõe uma metodologia para aplicação de compensação reativa série, com exemplos práticos de aplicação e os respectivos resultados.
cação segura da tecnologia aos alimentadores [6,7].
O desenvolvimento de uma metodologia que auxilie os agentes diretamente envolvidos no planejamento de sistemas de distribuição, bem como aqueles que atuam na operação, será de grande importância para a melhoria da qualidade de energia em locais distantes das subestações, onde podem ocorrer problemas de regulação de tensão e variações de tensão de curta duração (VTCD - sags/ swells). Além disso, a metodologia descrita contempla a presença de geração distribuída (GD).
Assim, o principal desafio neste projeto foi avaliar a quebra de paradigma sobre um equipamento que requer conhecimento sobre causa-efeito para sua utilização, por meio de uma metodologia que mostre viabilidade entre solução econômica e técnica para alimentadores de distribuição, possibilitando a escolha da taxa de compensação adequada, da localização ideal e evitando possíveis problemas relacionados com o tipo de carga, além de padronização dos ele-
mentos capacitivos e das estruturas de montagem [8].
Conceitos de compensação série
Aplicada a sistemas de transmissão, a filosofia de compensação série possibilita aumentar a estabilidade da tensão tanto em regime permanente quanto transitório [9]. Em níveis de alta e extra alta
1 Cintia Veiga Cláudio e Guilherme Ferretti Rissi, da CPFL Brasil; Carlos Eduardo Cauduro Figueiredo, da RGE – Rio Grande Energia; Nelson Clodoaldo de Jesus, Luiz Marlus Duarte, João Roberto Cogo e Willian Souza de Jesus, da GSI Engenharia e Consultoria;
Seun Ahn e Massayuki Suzuki, da Appitec – Aplicação e Inovação Tecnologica em QEE; Mateus Duarte Teixeira, da UFPR – Universidade Federal do Paraná; Flávio Resende Garcia e Patrick Roberto de Almeida, da Bree – Brazilian Energy Efficiency
Banco de capacitores em série operando em um dos alimentadores do estudo: melhor regulação de tensão e eliminação de sags e swells (foto fornecida pelos autores)
tensão, há confiabilidade comprovada através de inúmeros sistemas em operação. A utilização desta técnica em sistemas de distribuição também tem apresentado inúmeros benefícios, e muitos projetos comprovam suas vantagens técnicas e econômicas sobre o sistema convencional com reguladores de tensão e capacitores shunt, bem como a postergação de investimentos relacionados às alternativas mais comuns como a construção de novas subestações ou mesmo o redimensionamento de alimentadores [10].
O principal objetivo da compensação reativa em série é reduzir a queda de tensão e melhorar a regulação do sistema. Com a necessidade de adequar os indicadores de qualidade de energia aos valores de referência, o uso de CRS também visa reduzir as flutuações de tensão e suas respectivas taxas de oscilação, quedas de tensão durante a partida de motores elétricos e o Fator de Impacto de VTCDs (indicador brasileiro para sag/swell).
Compensação reativa série no sistema de distribuição
O principal objetivo da CRS é a redução da reatância indutiva do alimentador através da inserção de banco de capacitores em série (BCS). A análise da compensação em série no sistema radial é demonstrada na figura 1.
Entendendo que a tensão fornecida deve ser igual à soma da queda da tensão na linha com a tensão da carga, então a tensão da carga (UL) é representada pela seguinte equação:
UF = UC + Z . Icarga → UF = UC – Z Icarga (1)
onde:
UF = Tensão da fonte [V];
UC = Tensão da carga [V]; Z = Impedância do alimentador [Ω]; Icarga = corrente da carga [A].
Aplicando o BCS ao circuito, a razão entre quedas de tensão e a corrente de carga deriva as equações seguintes:
UF = UC + [R + j(XL – XC)] Icarga (2)
UC = UF –[R + j(XL – XC)] . Icarga (3)
Analisando as equações (2) e (3), podese observar que se a reatância capacitiva do banco de compensação série for igual à reatância indutiva, a queda de tensão será minimizada, restando apenas a porção resistiva. O efeito da compensação série em função do comprimento da linha, da fonte para a carga, é mostrado na figura 2.
Desenvolvimento do projeto de pesquisa
Além de casos pontuais de aplicação de CRS com resultados satisfatórios de de-
sempenho operacional em sistemas de distribuição, diversas pesquisas foram realizadas, baseadas em compensação convencional e compensação série controlada. Entretanto, em nenhum desses projetos houve expansão efetiva de bancos de capacitores série em redes de distribuição.
Aliado a questões de custos e confiabilidade, este projeto partiu do princípio de utilizar compensação série para aumentar os valores de curto-circuito de alimentadores em pontos distantes da subestação, evitando assim o uso de para-raios na proteção e altos graus de compensação. O diferencial deste projeto está na faixa delimitada para a taxa de compensação, entre 85% e 110%, considerando o BCS autoprotegido.
A metodologia de CRS foi desenvolvida considerando os estudos de possíveis impactos de sistemas de compensação série e dificuldades na identificação de perturbações, cujos fenômenos específicos não fazem parte do planejamento diário ou das análises de engenharia, dificultando a avaliação da viabilidade técnica do uso de CRS em alimentadores de distribuição.
Assim, a metodologia e o desenvolvimento deste trabalho abrangeram a seguinte aplicação de etapas práticas de CRS de alimentadores de distribuição:
– Levantamento bibliográfico;
– Diagnóstico para mitigação em CRSs existentes;
– Metodologia de aplicação;
– Projeto padrão, protótipo e aquisição;
– Estudo investigativo de perturbações;
– Estudo de campo de aplicação em 15 e 25 kV;
– Modelagem de alimentadores, simulações e inserção de geração distribuída;
Fig. 2 – Perfil de tensão na carga com a inclusão de BCS
Fig. 1 – Diagrama unifilar simplificado de um sistema elétrico radial com compensação em série
Redes de distribuição
Treinamento e desenvolvimento de trabalhadores de concessionárias.
A ideia principal do projeto é padronizar o uso de BCSs para dois sistemas, 15 kV e 25 kV, em que foi desenvolvida uma alternativa técnica para otimização. As características consideradas com base em parâmetros típicos de alimentadores são apresentadas a seguir:
• Extensão do alimentador ≥ 30 km; ou XL > 15 Ω no ponto de inserção do BCS;
• Pelo menos dois reguladores de tensão sob carga em série e/ou cargas urbanas/distritais distantes mais de 20 km da SE;
• Possibilidade de instalação de motor de indução com problema na partida;
• Existência de cargas perturbadoras na ponta do alimentador ( flicker, afundamentos, ressonâncias);
• Pequenas localidades e demandas reduzidas: restrição para construção de SEs e redimensionamento do alimentador;
• Localidade onde há problema de estabilidade de tensão;
• ICC ≤ 0,90 kA (25 kV) e ICC ≤ 1,20 kA (15 kV), já com BCS.
A padronização de CRS
A definição de padrões em unidades capacitivas, com base nos resultados encontrados sobre alimentadores em uma pesquisa global, considerou os seguintes princípios:
• Com base nas potências instaladas e características dos alimentadores, determina-se a corrente de operação mínima do BCS;
• As necessidades de compensação série são calculadas a partir dos valores da reatância indutiva a montante do ponto de instalação do BCS, considerando seu desempenho quanto à relação X/R e ao fator de potência estimado para as condições de carregamento do alimentador;
• Determinação das tensões no BCS;
• Cálculo das correntes máximas de operação e sob falta;
• Definição dos fatores de sobretensão e sobrecorrente;
• Verificação do grau de compensação (85% a 110%);
• Padronização das unidades em 15 e 25 kV.
Aplicação de bancos de capacitores em série (BCS)
Esta seção apresenta um breve panorama de três sistemas de compensação série instalados e em operação desde 2022, sendo um instalado no estado do Rio Grande do Sul e dois no estado de São Paulo, conforme detalhado a seguir.
Alimentador
de 25 kV – URB-14
Este alimentador opera em tensão de 23,1 kV e está localizado na área de
Plano Alto, em Uruguaiana (RS). Com extensão de 45 km, possui três reguladores de tensão e atende a 300 consumidores, com demanda máxima de 7,2 MVA. Este alimentador, tipicamente, abastece cargas de irrigação de lavouras de arroz na região da fronteira oeste daquele estado. Esta aplicação utilizou cinco células capacitivas de 120 W em paralelo por fase, sendo sua reatância capacitiva equivalente a 24 W, o que equivale a uma taxa ou grau de compensação de 102% no ponto de instalação do BCS.
Alimentador de 15 kV – SPT-05
Este alimentador opera em 11,4 kV e está localizado na cidade de São Pedro do Turvo (SP). Sua extensão é de 58 km, possui quatro reguladores de tensão, 600 consumidores e tem demanda máxima de 2,5 MVA. Esta aplicação utilizou cinco células capacitivas de 67 W em paralelo por fase, sendo a reatância capacitiva equivalente a 13,4 W, o que leva a um grau de compensação de 92%.
Alimentador em 15 kV – MIG-04
Este alimentador opera em 13,8 kV e se localiza na área rural de Miguelópolis
Fig. 3 – Projeto padrão de capacitor série em 3D
Fig. 4 – Um dos BCS instalados e em operação
Fig. 5 – Medição da qualidade de energia no alimentador de 25 KV
Redes de distribuição
(SP). Tem 52 km de extensão e possui três reguladores de tensão, 1800 consumidores e demanda máxima de 4,4
MVA. Sua demanda típica é o cultivo de cana-de-açúcar e milho, bem como as crescentes plantações de soja. Neste cenário foram utilizadas seis células capacitivas de 67 W em paralelo por fase, com reatância capacitiva equivalente a 11,16 W, representando uma compensação de 85%.
A figura 3 ilustra um projeto esquemático em 3D de como instalar um banco de capacitores em uma plataforma entre postes simples de distribuição. Já a figura 4 mostra os sistemas de compensação série instalados no alimentador de Uruguaiana (URB-14).
Resultados
Conforme descrito anteriormente, os três BCSs foram instalados em áreas de concessão das distribuidoras do grupo, com base na metodologia desenvolvida utilizando análises anteriores, realizadas com software de transitórios eletromagnéticos e considerando os critérios para instalação de BCS. Os resultados das medições de campo são apresentados a seguir. A figura 5 mostra o medidor de qualidade de energia MT instalado no alimentador para registro de tensão, corrente e possíveis perturbações.
Infelizmente, o BCS do alimentador URB-14 começou a operar poucos dias após o término da safra de arroz. Portanto, a compensação de tensão ficou entre 3% e 4% apenas. Da mesma forma, no alimentador SPT-05 havia apenas uma pequena planta de álcool de cereais em operação. Neste caso, o cliente observou o benefício imediatamente: relatou estabilidade da tensão e diminuição de eventos de afundamentos de tensão, conseguindo produzir álcool em tempo integral.
O impacto mais significativo do BCS observado até agora foi no alimentador MIG-04, como se pode ver na figura 6,
que mostra a tensão medida no alimentador durante a energização do banco de capacitores.
Pode-se observar que, antes da operação do BCS, a cada aumento de carga (corrente, curva vermelha) havia uma diminuição da tensão (curva azul). E no período após a operação do BCS, a cada aumento de carga, há um aumento de tensão, comprovando a compensação reativa fornecida pelo BCS. A figura 7 detalha valores médios do comportamento de tensões e correntes com e sem o BCS operando, para o alimentador MIG-04.
Nessa figura, o desempenho do capacitor série é claramente observado. Antes da operação da CS, cada aumento de carga (curva vermelha) causa uma diminuição da tensão do alimentador (curva azul). Após a CS ser ligada, o aumento das cargas é acompanhado pelo aumento da tensão instantaneamente, mostrando o desempenho efetivo da compensação reativa série.
Esse alimentador tem uma pequena GD fotovoltaica (45 kW) conectada. Mas isso não causa nenhuma diferença na tensão, harmônicos ou oscilação. A figura 8 mostra o balanço de potência
Fig. 6 – Medição de tensão e corrente no alimentador MIG-04
Fig. 7 – Comportamento de tensão e corrente antes e depois da energização do capacitor série, em detalhes
Redes de distribuição
ativa da rede, comparando consumo, fornecimento e geração distribuída (GD) com o BCS em operação.
Após a colocação em operação do BCS, foi realizada uma pesquisa com os consumidores abastecidos pelos alimentadores avaliados. Um deles, localizado a 53 km da subestação, relatou que seu sistema de irrigação começou a funcionar sem problemas para acionar os motores elétricos,
nem qualquer tipo de perturbação durante a operação.
Conclusões
Apresentaram-se aqui os principais aspectos relacionados à conceituação da aplicação da técnica de compensação série, que naturalmente tem como fundamento a redução das impedâncias do sistema, o que aumenta a potência de curto-circuito e a disponibilidade do
sistema para atender cargas críticas em sistemas de distribuição.
A partir do estudo das características elétricas intrínsecas a sistemas de distribuição típicos em 15 e 25 kV, especialmente quando se utiliza sobrecompensação série, tem-se a principal contribuição deste trabalho, seja pelos resultados obtidos, seja pela implementação de três sistemas de BCS. Espera-se que os setores de planejamento e engenharia das empresas façam uso desta alternativa técnica, sejam as do grupo CPFL, sejam outras distribuidoras brasileiras.
Esse tipo de aplicação evita os riscos reais diretamente relacionados ao uso dos altos graus de compensação usuais. O emprego da técnica de compensação série pode otimizar os recursos dos sistemas de distribuição, especialmente em cargas críticas e perturbadoras que normalmente estão vinculadas a soluções difíceis e de altos custos.
Dos resultados obtidos, pode-se concluir que a inclusão da técnica de compensação série em sistemas de distribuição,
Fig. 8 – Balanço de potência ativa no consumidor com usina fotovoltaica e operação da compensação série
com taxas de compensação recomendadas na faixa de 85% até 110%, bem como a localização adequada da aplicação no que se refere aos valores das correntes de curto-circuito, é uma solução que contribui efetivamente para a melhoria da qualidade do fornecimento e se torna uma alternativa técnica de baixo custo.
A solução deve ser empregada em conjunto com os outros equipamentos, proporcionando uma redução do fator de impacto quanto aos afundamentos de tensão e suporte de reativos durante o processo de partida de motores elétricos. Além disso, observou-se melhor desempenho dos sistemas e melhor percepção dos clientes críticos, que necessitam de energia de boa qualidade para suas usinas e fazendas, especialmente em alimentadores com grande extensão e baixa capacidade de curto-circuito. Vale ressaltar que, como foi certificado pelos
resultados obtidos durante o desenvolvimento e implementação deste projeto de P&D, quanto mais se faz uso desses sistemas de compensação, maior é a tendência de redução dos custos associados e o aumento efetivo de sua aplicação.
Agradecimentos – Os autores agradecem à CPFL Energia, ao Programa Brasileiro de P&D da Aneel e à equipe do projeto PA3052.
REFERÊNCIAS
[1] Jesus, N.C. et al., 2016 - Compensação série em sistemas radiais de média tensão. Curitiba PR Brasil. XXII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (Sendi).
[2] Jesus, N.C.; Oliveira, H. R. P. M.; Líbano, F. B., 2003 - Consideração sobre aplicação de compensação série em sistemas de distribuição visando melhorias na qualidade de energia . Seminário Brasileiro sobre Qualidade de Energia Elétrica (SBQEE), 17-20 de agosto.
[3] Miske, S. A., 2001- Consideration for the application of series capacitors to radial power distribution circuits. IEEE Task Force. Transactions on Power Delivery, Vol. 16, No 2, April.
[4] Anderson, P.M.; Farmer, R, G., 1996: Series compensation of power systems . ISBN 1 888747 01 3. PBLSH! Inc., Encinitas, California, USA.
[5] Figueiredo, C.; Jesus, N.C.; Silveira, M.; Quadros, L.; Santos, G.: Compensação série em sistemas radiais de média tensão, Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (Sendi), Curitiba, 2016.
[6] Garcia, F.R.; Mello, G.S. 2001: Compensação série em sistemas de distribuição e subtransmissão: Novas tecnologias de controle e proteção . SNPTEE Grupo de estudo de subestações e equipamentos elétricos (GSE)
[7] Claudio, C.V. et al, 2021 - Estratégia técnica à implantação funcional de compensação reativa série modular. XIV Conferência Brasileira sobre Qualidade da Energia Elétrica.
[8] Xu, 2015 - Research on the application of series capacitor compensation for typical medium voltage distribution network . International Symposium on Material, Energy and Environment Engineering (ISM3E, 2015).
[9] Figueiredo, C.; Jesus, N.C.; Silveira, M.; Quadros, L.; Santos, G, 2015 - Series compensation on medium voltage radial systems. Cired - 23rd International Conference on Electricity Distribution. Lyon, 15-18 June 2015.
[10] Mokred, S.; Lijun, Q.; Kamara, G.; Khan, T., 2020 Comparison of the effect of series and shunt capacitor application in 25 kV radial power distribution network . IEEE IAS Industrial and Commercial Power System Asia Technical Conference.
Trabalho apresentado na 27a Conferência Internacional de Distribuição de Eletricidade – Cired 2023, Roma, publicado aqui sob autorização da coordenação e dos autores.
Cálculo de energia incidente para geradores utilizando IEEE 1584-2018 (Parte
3)
Luiz Henrique Zaparoli e Luciano Borges Piva, da Eletrobrás; Filipe Barcelos Resende, da Vale; e Giovani Zaparoli, da Enel.
Análises
Efeito do tempo de exposição no valor resultante da energia incidente
Conforme descrito em “Parametrizações, aproximações e levantamento de dados” [Nota do Editor: Ver a segunda parte desta série em EM no 582, pág.26], inicialmente os cálculos foram realizados considerando-se um tempo de exposição ao arco de 2000 ms. No entanto, para uma melhor análise com relação ao efeito do tempo de exposição no valor final da energia incidente, foi desenvolvido um gráfico em que todos os parâmetros de cálculo são
Os autores propõem uma metodologia para o cálculo de energia incidente do arco elétrico para os terminais de saída de geradores. Nesta última parte da série, eles avaliam a influência do tempo de exposição no valor da energia incidente, demonstram como identificar os equipamentos após os cálculos e comparam os resultados da metodologia proposta com os obtidos pelo cálculo tradicional, entre outros aspectos.
Uma série em três partes
Em vista da extensão deste importante e oportuno artigo, a Redação de EM decidiu publicá-lo em três edições consecutivas, sendo:
• Parte 1 (publicada em EM no 581): Exposição da metodologia da IEEE 1584 para cálculo de energia incidente entre 600 e 15000 V;
• Parte 2 (publicada em EM no 582): Exemplos de utilização da metodologia;
• Parte 3 (aqui publicada): Análises; identificação dos equipamentos; e conclusões.
mantidos e se varia apenas o tempo de exposição, TEA, desde o valor digitado pelo usuário até 10 000 ms.
Utilizando os mesmos equipamentos e com um TEA inicial de 2000 ms, temos nas figuras 18 e 19 os gráficos dos valores de energia incidente de 2100 a 10 000 ms.
Comparação de configurações de eletrodo: VCB x HCB
Os dois equipamentos objetos de estudo neste trabalho apresentavam apenas a configuração de eletrodo VCB. No entanto, para efeito de comparação, foi simulado o valor de energia incidente do
Fig. 18 – UG05 da UHE Furnas: energia incidente x tempo de exposição ao arco (TEA) – UG não isolada
Fig. 19 – UG06 da UHE Mascarenhas de Moraes: energia incidente x tempo de exposição ao arco (TEA) – UG não isolada
Arcos elétricos
Tab. I – Comparação de resultados entre as configurações de eletrodos VCB e HCB
Configuração de eletrodo
UG05 UHE Furnas
UG06 Mascarenhas de Moraes
arco elétrico também para a configuração HCB mantendo-se todos os demais parâmetros. Os resultados estão na tabela I.
Comparação da metodologia proposta com a metodologia de cálculo padrão
Uma outra comparação pertinente é a do resultado da metodologia proposta com o da metodologia tradicional utilizada para os cálculos em equipamentos que não são geradores de energia. Dessa forma, adota-se um tempo de exposição e uma distância de trabalho juntamente com a Icc de regime permanente durante todo período de exposição.
Em princípio, o tempo de exposição considerado nos cálculos é o de atuação da proteção (tempo de sensibilização dos dispositivos de proteção mais o tempo de abertura dos disjuntores) para equi-
Configuração de eletrodo
pamentos que não são geradores, mas, neste caso, para efeito de comparação consideramos o tempo de 2000 ms para os dois cálculos. Também foi mantida a distância de trabalho em 1000 mm para as duas metodologias. O resultado está na tabela II.
Identificação dos equipamentos
Após a realização dos cálculos, é necessário identificar os equipamentos. Para isso, são geradas placas/etiquetas de identificação, como mostram as figuras 20 e 21.
As placas mostradas nas figuras 20 e 21 são referentes aos cálculos realizados para as UGs considerando 2000 ms de exposição, 1000 mm de distância de trabalho e a configuração de eletrodo real do cubículo, que é a VCB. Todos os valores obtidos são menores que 40 cal/cm2. Para valores acima de 40cal/cm2, é acrescentado na
Tab. II – Comparação de resultados entre a metodologia proposta e o cálculo tradicional sem decréscimo da corrente de curto
Configuração de eletrodo VCB, tempo de exposição (TEA) = 2000 ms, distância de trabalho = 100 m
Metodologia proposta considerando decremento da corrente de curto-circuito do gerador
UG05 de Furnas Energia
Metodologia tradicional de cálculo com corrente de regime permanente
MARQUE EM SEU CALENDÁRIO SAVE THE DATE
26 –28 AGO 2025
E X P O C ENTE R NO RT E, SÃO PAU LO, B RASI L
O EV EN T O D E INF R AES T R UTU R A ELÉT R IC A
E G ES TÃ O D E E N ER G I A
TH E E VE N T F O R E L E CT R IC A L I NF RA ST R UCTU R E
A N D E N ER G Y M A N A G E M E N T
FORTALECENDO O SETOR DE INSTALAÇÕES E GESTÃO DE ELETRICIDADE
ELETROTEC+EM POWER destaca-se como a feira para o segmento de infraestrutura elétrica e gerenciamento de energia. Desenhada para profissionais de projeto, montagem, manutenção & amp; operação de instalações industriais e prediais de média e baixa tensão, abrange materiais, equipamentos e serviços, inclusive para subestações, SPDA e aterramento, além de sistemas para edifícios inteligentes.
Parte de
Arcos elétricos
placa o aviso “Não acessar este equipamento com a UG em funcionamento”. Para ilustrar, geramos a placa do cálculo que simulou a existência de eletrodo HCB no cubículo de surto da UG05 da UHE Furnas, mostrada na figura 22.
Conclusões
O cálculo da energia incidente do arco elétrico nos terminais de saída de um gerador deve ser objeto de estudo separado dos demais equipamentos da instalação, dada sua condição característica de decremento da corrente de curto-circuito (e, consequentemente, da corrente de arco) em relação ao tempo, bem como o fato de não ser possível, nestes casos, a interrup-
ção imediata da alimentação do arco pelos dispositivos de proteção tradicionais, como disjuntores, fusíveis e outros.
Dado o exposto, a metodologia proposta se mostrou eficaz em replicar no cálculo os efeitos do decremento da corrente, o que fica claro quando comparamos os resultados desta metodologia com o cálculo padrão considerando o tempo de exposição e a corrente de curto-circuito de regime permanente.
Destaca-se que no caso da UG05 da usina de Furnas, a corrente de curto-circuito superou o limite de aplicação previsto pelo modelo da IEEE 1584. Não obstante, os cálculos foram realizados desconsiderando-se esse limite, haja vista que o período no qual a corrente de curto-circuito ultrapassou 65 kA foi aproximadamente 7,5% do tempo total.
Os altos valores dos limites seguros de aproximação obtidos nos cálculos reais para os geradores em paralelo com o Sistema Interligado Nacional deve nos levar a refletir sobre a possibilidade/viabilidade de criação de caminho livre dentro destas instalações sem a necessidade de utiliza-
ção de nenhuma vestimenta de proteção. Devemos nos perguntar se é possível criar este caminho “fugindo” destes limites, uma vez que a IEEE 1584 não restringe tais limites aos equipamentos abertos. Esta é outra discussão necessária: qual nível de atenuação pode ser considerado para um equipamento fechado, não sendo este à prova de explosão?
Outro fator relevante sobressai da comparação realizada com relação às configurações de eletrodo. Já é sabido que, para determinada faixa de correntes de curto-circuito, os valores calculados para configurações HCB são significativamente maiores que para VCB, o que foi ratificado na comparação realizada neste artigo. Isto nos leva a entender que, para
Fig. 20 – UG05 da UHE Furnas: Placa de identificação de segurança do cubículo de surto
Fig. 21 – UG06 da UHE Mascarenhas se Moraes: Placa de identificação de segurança do cubículo de surto
Fig. 22 – UG05 de UHE FURNAS: Placa de identificação de segurança do cubículo de surto – Simulação de configuração de eletrodo HCB
estes equipamentos, toda e qualquer parte que possa vir a ficar sob acesso dos trabalhadores deve invariavelmente ser configurada como VCB.
Também é imprescindível uma discussão de qual tempo de exposição devemos considerar nestes casos. É sabido que mesmo que as atuações dos dispositivos de proteção habituais não eliminem a contribuição do próprio gerador para a falha, existem atenuantes como por
exemplo o “corte de disparos dos tiristores de excitação” para excitatrizes estáticas, ou resistores de amortecimento para excitatrizes rotativas. Ainda assim, os responsáveis pelos estudos terão de ponderar sua decisão de engenharia com relação aos 2 segundos previstos na IEEE 1584, uma vez que os gráficos de Energia incidente x Tempo de Exposição ao arco demostraram um incremento significativo no valor final da energia incidente com o aumento do tempo de exposição. Na UG05 da UHE Furnas, por exemplo, o aumento de 2 para 3 segundos muda o resultado de 35,92 cal/cm2 para o patamar das 50 cal/cm2
Por fim, os resultados obtidos nos mostram a necessidade de os estudos de energia incidente serem realizados em todas as instalações elétricas de geração, transmissão e distribuição, bem como de as empresas revirem a forma com que são
definidas as distâncias de segurança dos equipamentos, pois fica claro que esta variação de distância deve ser levada em consideração.
BIBLIOGRAFIA
[1] Resende, Filipe Barcelos: Proteção elétrica em subestações: uma abordagem sobre a energia incidente , 2016, tese de Mestrado, Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
[2] Zaparoli, Luiz Henrique; Piva, Luciano Borges: Desenvolvimento do software CEI- ARC para cálculo se energia incidente de arcos elétricos , janeiro/2021, Eletrobrás Furnas.
[3] Mardegan, Claudio: Fontes de curto-circuito – Fascículo curto-circuito para seletividade , novembro/2016, revista “O Setor Elétrico”.
[4] The Institute of Eletrical and Eletronics Engineers - IEEE - IEEE Std 1584 – 2018 - IEEE guide for performing arc –Flash hazard calculations
[5] Vaz, Patrícia M S.; Bordignon, Andrei; Fredo, Guilherme L M.; et al.: Cálculo de faltas, Porto Alegre, RS: Grupo A, 2018
[6] Chapman, Stephen J.: Fundamentos de máquinas elétricas , Porto Alegre , RS: Grupo A, 2013.
[7] Jordão, Rubens G.: Máquinas Síncronas , 2ª edição. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2013. E-book.
[8] Furnas, 2004: UHE Furnas – Manual de comissionamento geradores 1 a 6.
[9] Furnas, 2005: UHE Mascarenhas de Moraes – Manual de comissionamento gerador 6.
[10] Furnas, 2007: UHE Mascarenhas de Moraes – Memorial de cálculo geradores 5 a 8
Guia – 1
Conjuntos de manobra e controle MT
Da Redação de EM
O guia apresenta a oferta de conjuntos de manobra e controle aplicados em sistemas de média tensão, como cubículos modulares ou monoblocos, disponibilizada por fornecedores que atuam no mercado nacional. São reunidas informações sobre níveis de tensão, corrente suportável, classificação de arco interno, grau de proteção, isolação, tipo de montagem e conformidade com normas técnicas, como a NBR IEC 62271-200:2007, entre outras características.
Empresa – Telefone E-mail Conjuntos de cubículos de MT modulares ou monobloco Tensão nominal (kV) Frequência nominal (Hz) Nível de isolamento nominal (kV)
APE – (14) 99745-6525 vendas@apebauru.com.br
DBTEC – (12) 98208-0356 comercial@dbtec.com.br
Forza – (41) 99891-7236 comercial01@forza-ind.com.br
Com isolação de ar Com isolação sólida em resina Com isolação da SF6 Montagem fixa Montagem extraível Instalação abrigada Instalação ao tempo Cabine primária blindada CCM de MT Subestações
Corrente suportável nominal de curta duração (kA) Valor de crista da corrente suportável nominal (kA)
Classificação de arco interno
Corrente de ensaio de arco até (kA) (1s)
Categoria de perda de continuidade de serviço Classe de divisão Grau de proteção IP Faixa de temperatura ambiente (oC) NBR IEC 62271-200:2007
Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 83 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, Maio / Junho de 2025. Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
IDistribuição de energia
O impacto das cabines primárias inteligentes nas redes do futuro
Uriel Horta e Gustavo Carvalho da Pextron
O artigo apresenta uma análise sobre o conceito de Cabines Primárias Inteligentes (CPI), mostrando sua evolução e as vantagens em relação às cabines tradicionais. Destaca a necessidade de superar a subutilização dos modernos relés de proteção digitais e propõe a adoção de suas funções secundárias para criar sistemas mais eficientes e confiáveis, beneficiando consumidores e concessionárias de energia.
nstalações elétricas de grande porte, como indústrias, prédios comerciais, shoppings, universidades, hospitais e hipermercados, possuem uma demanda significativa de ener gia. Para atender a essa necessidade, o fornecimento é realizado por meio da rede primária (média tensão), que exige o uso de subestações ou cabines primárias para a distribuição segura e eficiente de energia. As cabines primárias são compostas por um conjunto de sistemas e componentes destinados à medição, transformação, proteção e seccionamento da energia elétrica.
Mesmo com o fornecimento em média tensão, interrupções e variações de energia podem ocorrer devido a falhas na rede de distribuição da concessionária de energia, as quais podem ser provocadas por diversos fatores, como condições climáticas extremas, contato de árvores ou animais com a rede, colisões de veículos com postes, entre outros. Além disso, problemas internos nas instalações elétricas, como curtos-circuitos, falta de fase e sobrecargas, também podem causar prejuízos significativos. Diante disso, torna-se indispensável a
implementação de sistemas de proteção nas cabines primárias, os quais têm a função de identificar e atuar rapidamente diante de falhas, garantindo a segurança e a continuidade do fornecimento de energia. O principal componente do sistema de proteção das cabines primárias é o relé de proteção da entrada. É fundamental que o sistema de proteção das cabines primárias opere de forma seletiva em relação ao sistema de proteção da rede da concessionária. Essa seletividade assegura que, em caso de falha interna em um consumidor específico, o sistema da cabine atue primeiro, evitando que outros consumidores conectados à mesma rede sejam impactados pela atuação da concessionária.
Este conceito de cabine primária já vem sendo aplicado desde meados dos anos 1990 e nada mudou desde então. A verdadeira revolução reside na capacidade de transformar essas estruturas em centros de inteligência, explorando ao máximo as funcionalidades avançadas dos modernos relés de proteção digitais, que além das funções tradicionais de proteção, possibilitam a incorporação de uma série de funções secundárias que tornam o sistema mais seguro, eficiente e confiável.
A prática atual é a mesma dos anos 90 e ainda se restringe à ativação de funções principais, como se estivéssemos confinados à era dos relés eletromecânicos. Essa subutilização, impulsionada por especificações técnicas limitadas, normas desatualizadas e desconhecimento técnico, representa uma oportunidade perdida de elevar o padrão das instalações elétricas.
Este artigo propõe um novo conceito que transcende as limitações das configurações tradicionais, abraçando um futuro de maior segurança, confiabili-
Fig. 1 – Cabine primária metálica - Tradicional
Distribuição de energia
dade e eficiência. Apresenta o vasto potencial das funções secundárias dos modernos relés, destaca seus benefícios e propõe a integração de todas essas capacidades nas cabines primárias, transformando-as em cabines primárias inteligentes. Este conceito, ainda pouco explorado, promete não apenas aumentar a segurança e a confiabilidade, mas também otimizar a manutenção e a operação dessas instalações, impulsionando o setor elétrico para o futuro.
Nesse novo contexto, os consumidores serão beneficiados, pois poderão identificar e corrigir problemas de forma antecipada, evitar custos elevados com reparos ou substituições de equipamentos e garantir que o sistema opere dentro dos limites seguros, além de reduzir o tempo de restabelecimento da energia e aumentar a segurança operacional.
As concessionárias de energia também serão favorecidas, pois poderão alcançar mais altos padrões de qualidade no fornecimento de energia, o que é fundamental para garantir a satisfação do consumidor e melhorar os indicadores de qualidade, como os índices DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Consumidor) e FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Consumidor).
“Cabine primária inteligente: A revolução que transforma instalações elétricas em centros de inteligência, antecipando falhas, otimizando a operação e garantindo a máxima segurança e confiabilidade.”
O desafio da subutilização
A lacuna entre o potencial dos modernos relés digitais e sua aplicação prática nos dias atuais reside em três pilares principais:
● Especificações técnicas limitadas: A falta de visão inovadora nas especificações técnicas impede a exploração de recursos avançados, perpetuando a inércia tecnológica. Muitas vezes, as especificações exigem apenas as funções básicas de proteção, e não procuram avaliar o que existe disponível no mercado e propor melhorias às instalações, sejam novas obras ou reformas e modernizações.
● Normas e procedimentos desatualizados: A ausência de referências às funções secundárias nas normas das concessionárias restringe a implementação de melhorias cruciais.
● Desconhecimento técnico: A falta de familiaridade com as funcionalidades avançadas dos relés digitais limita a capacidade de projetistas, técnicos e engenheiros de otimizar os sistemas, evidenciando uma clara necessidade de atualização técnica para melhoria dos serviços prestados.
Funções secundárias como pilar da inteligência
Geralmente, dá-se maior importâncias às funções de proteção principais presentes nos relés de entrada da cabine primária, com as tradicionais funções contra curto-circuito, sobrecargas, sub/ sobretensões, falta de fase, reversão de fases, sub/sobrefrequência e também no transformador, seja a seco ou a óleo, com funções de proteção e controle térmico.
A adoção plena das funções secundárias dos relés digitais representará um salto qualitativo, transformando cabines primárias em sistemas inteligentes e autônomos. A cabine primária inteligente destaca-se por:
● Maior segurança e confiabilidade: A detecção precoce de falhas e a automação de processos críticos minimizam riscos e garantem a continuidade do fornecimento.
● Redução do tempo de inatividade: A recomposição automática de energia e o diagnóstico preciso de falhas agilizam a retomada das operações.
● Otimização da manutenção: O monitoramento contínuo e a análise de dados permitem a manutenção preditiva, evitando paradas inesperadas.
● Prevenção de danos a equipamentos: A detecção precoce de anomalias e a atuação precisa dos dispositivos de proteção previnem danos dispendiosos.
● Redução de custos operacionais: A automação de processos e a otimização da manutenção resultam em economia de recursos e maior eficiência.
“Do obsoleto ao inovador: A Cabine Primária Inteligente desbloqueia o potencial oculto dos relés digitais, elevando o padrão das instalações elétricas para um futuro de eficiência e segurança sem precedentes.”
Evolução para cabines primárias inteligentes
Atualmente, a tradicional cabine primária de média tensão pode ser vista como uma subestação de alimentação de consumidores de média tensão, porém, com a incorporação de características que serão destacadas a seguir, passam a fazer parte das redes inteligentes, permitindo aos consumidores
Fig. 2 – Moderno relé de proteção digital para cabines primárias
Distribuição de energia
serem um agente ativo no ecossistema de smart grids, promovendo eficiência, segurança e sustentabilidade energética.
Nos próximos tópicos, serão apresentadas, de forma resumida, as principais funções secundárias dos modernos relés de proteção digitais, que, ao serem implementadas, poderão provocar uma evolução de uma cabine primária tradicional para um novo conceito de cabine primária inteligente
ANSI 79V/79
F -Rearme automático
A função de rearme automático permite que a cabine primária realize uma recomposição rápida da energia após variações momentâneas de tensão ou frequência, reduzindo o tempo de indisponibilidade e evitando deslocamentos desnecessários de equipe de manutenção e intervenção manual.
Para o uso correto desta função, é necessário que a instalação possua proteções de tensão implementadas (ANSI 27, ANSI 59, ANSI 81, ANSI 47), pois, após a atuação destas funções, o esquema de rearme automático é iniciado. Os desligamentos provocados por curto-circuito ou sobrecarga não se relacionam com este esquema e permanecem a requerer manobras manuais.
Após a atuação de uma das funções de proteção, por exemplo, a função de subtensão ANSI 27, o relé desliga o disjuntor e, após o retorno da tensão da rede às condições normais de operação, a função de rearme automático ANSI 79V passa a contar uma temporização para garantir uma condição segura da rede. Após este tempo, executa o rearme do disjuntor de forma automática. De forma similar, ocorre o rearme automático por frequência pelo esquema ANSI 79F.
As funções ANSI 79V e ANSI 79F possuem ampla aplicação em sistemas onde
3 – A cabine primária inteligente se enquadra no contexto de smart grid
a continuidade do fornecimento de energia é crítica, como indústrias, hospitais, data centers, sistemas de abastecimento de água e esgoto, usinas fotovoltaicas, etc.
Benefícios
● Redução do tempo de inatividade do sistema.
● Aumento da segurança dos operadores ao minimizar a necessidade de manobras manuais.
● Maior disponibilidade e continuidade do fornecimento de energia.
ANSI
74 e Função I²tMonitoramento de disjuntor
O relé de proteção de entrada da cabine primária pode realizar diferentes meios de monitoramento do disjuntor da cabine primária, que são as funções ANSI 74 - Monitoramento do circuito e bobina de disparo e também a I²t, que calcula o desgaste elétrico dos contatos principais.
O circuito de disparo e a bobina de abertura do disjuntor são componentes críticos que garantem a atuação do sistema de proteção. Defeitos nesses componentes podem impedir a abertura do disjuntor em situações de falhas no sistema elétrico principal, comprometendo a segurança da instalação. A função ANSI 74 monitora a integridade do circuito de disparo
Fig.
e da bobina de abertura do disjuntor, detectando falhas antes que causem problemas maiores.
O monitoramento da bobina de abertura e circuito de disparo de disjuntor faz parte de um conjunto de medidas que garante a operação do sistema de proteção conforme os requisitos de segurança e confiabilidade, como os estabelecidos pela Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica. Também ajuda a concessionária de energia a melhorar os indicadores de qualidade, como os índices DEC - Duração Equivalente de Interrupção por Consumidor e FECFrequência Equivalente de Interrupção por Consumidor.
Benefícios
● Detecção antecipada de falhas no circuito de disparo.
● Redução do tempo de diagnóstico e manutenção.
● Prevenção de falhas operacionais graves.
A função I²t permite monitoramento do desgaste elétrico dos contatos principais do disjuntor, e permite às equipes de manutenção obter informações para subsidiar intervenção no equipamento com base na corrente de abertura acumulada. O relé de proteção considera a corrente de falta e o tempo de extinção de arco do disjuntor, e acumula este valor calculado para cada fase a cada abertura. Quando o acumulador ultrapassar um determinado valor pré-programado, um alarme será acionado alertando sobre a necessidade de programar manutenção no disjuntor.
Benefícios
● Monitoramento do desgaste elétrico: proporciona uma visão precisa das condições operacionais.
● Manutenção preventiva baseada em dados: subsidia a equipe de manutenção com dados que indicam o momento ideal para
Distribuição de energia
realizar intervenções para manutenção.
Isso permite que as equipes de manutenção planejem e executem as ações necessárias de forma proativa, evitando falhas inesperadas e reduzindo o tempo de inatividade.
“Ao implementar as funções ANSI 79V/79F, 74 e I²t, obtém- se uma enorme capacidade de antecipar falhas e recompor automaticamente o fornecimento de energia, contribuindo para a redução dos índices de interrupção (DEC e FEC) e elevando os padrões de qualidade do fornecimento de energia”.
ANSI 98 - Oscilografia
A função ANSI 98 - Oscilografia é uma ferramenta essencial para a análise de distúrbios no sistema elétrico. É um recurso que permite o registro detalhado das grandezas elétricas durante eventos anormais, como curtocircuito, subtensões, falta de fase, etc., fornecendo dados detalhados sobre a “saúde” do sistema elétrico. Esses registros são gerados a partir das amostras das formas de onda das tensões e correntes, e inclui eventos digitais, como contato de saída do relé, contato de disjuntores, etc., capturados em alta resolução e armazenados no relé para
posterior análise. Geralmente, um histórico do comportamento do sistema elétrico é registrado antes, durante e após a ocorrência específica.
A oscilografia é uma função que age como um “seguro gratuito” para diversas situações futuras e inesperadas, como:
● reivindicação de ressarcimentos junto à concessionária de energia, caso se constate algum prejuízo, como queima de equipamentos ou eventuais prejuízos operacionais devido a desligamentos na subestação; e
● análise de fenômenos elétricos nas instalações, como uma corrente de inrush no transformador da cabine, uma polaridade invertida num TC, uma saturação em TCs de proteção ou uma atuação indevida do relé de proteção.
Ou seja, a análise dos oscilogramas possibilita compreender certos problemas inesperados que ocorrem em comissionamentos ou na operação de um sistema elétrico, ajudando a prevenir a reincidência desses fenômenos.
Benefícios
● Análise detalhada e investigações de eventos elétricos.
● Verificação da atuação e otimização de ajustes de relés de proteção.
● Evidências técnicas para solicitações de ressarcimento junto à concessionária.
Perfil de cargas
É uma ferramenta de gestão e otimização do sistema elétrico que permite monitorar e registrar o comportamento das cargas da cabine primária ao longo do tempo. Assim, o profissional envolvido poderá visualizar e analisar a carga em diferentes períodos (horas, dias, semanas ou meses), ajudando a identificar padrões de consumo, comportamentos anômalos, horários de pico, momentos de menor uso, entre outras características, o que facilita a tomada de decisões sobre a operação do sistema, como redistribuir cargas ou planejar manutenções preventivas.
Essa ferramenta permite também a detecção de tendências de aumento de consumo que podem levar a sobrecargas e falhas no sistema, possibilitando ações preventivas, desperdícios de energia e oportunidades de otimização, ajudando na implementação de medidas de eficiência energética.
Benefícios
● Otimização do sistema elétrico e identificação de padrões de consumo: permite visualizar e analisar
Fig. 4 – Diagrama funcional de um sistema de monitoramento do disjuntor - bobina de abertura e circuito de disparo
Fig. 5 – Registro de oscilografia
Se sua empresa precisa de uma
equipe qualificada para projetos de
engenharia, a Mi Omega é a
escolha certa. Oferecemos soluções
inovadoras, com eficiência e
Elétrica
Automação
Gerenciamento
Adequação às NRs
Energias Renováveis
atendimento personalizado para
atender às suas necessidades
Acreditamos que a tecnologia é
uma aliada estratégica essencial
para o crescimento da sua
empresa.
Estruturas Metálicas
PROJETOS INTELIGENTES
FEITOS PARA PROTEGER VIDAS
Quer soluções de engenharia sob medida?
Aponte a câmera para o QR code e fale com a Mi Omega agora mesmo!
Distribuição de energia
o comportamento das cargas em diferentes períodos, facilitando a identificação de horários de pico e momentos de menor uso, ajudando na otimização do sistema.
● Prevenção de falhas: a detecção de tendências de aumento de consumo ajuda a evitar sobrecargas e falhas no sistema, possibilitando a implementação de ações preventivas.
● Eficiência energética: o perfil de cargas permite identificar desperdícios de energia e oportunidades de otimização, contribuindo para a adoção de medidas de eficiência energética.
Comando temporizado para manobras do disjuntor
Durante manobras em um disjuntor numa cabine primária, alguns riscos são identificados, como arcos elétricos, falhas de equipamento, projeção de fragmentos, choque elétrico, erros humanos, etc. A implementação de um sistema de temporização para manobrar disjuntores reduz drasticamente esses riscos. Uma lógica de temporização pode ser implementada nos modernos relés de
proteção digitais e consiste em introduzir um atraso intencional entre os comandos de abertura e fechamento através do relé e a efetiva operação do disjuntor. Esse atraso, tipicamente de alguns segundos, permite que o operador se afaste da área de risco antes que o disjuntor seja acionado.
Esse comando pode se tornar um procedimento ou norma operacional que proporciona maior segurança ao operador ao minimizar o risco de exposição ao arco elétrico, uma das principais preocupações em operações com média tensão.
Benefícios
● Redução do risco de acidentes com arco elétrico.
● Maior segurança e padronização das manobras operacionais.
Comunicação remota
Os modernos relés de proteção possuem capacidade de comunicação com centros de supervisão e controle do sistema elétrico, seja da concessionária bem como do consumidor ou acessante.
Benefícios
● Monitoramento e controle à distância: ações remotas como comando de disjuntor, monitoramento das grandezas elétricas, sem a necessidade de presença física no local, proporcionando maior agilidade na operação e resposta a eventos.
● Diagnóstico e manutenção preventiva: com a comunicação remota, é possível receber alertas automáticos e relatórios de falhas ou anomalias no sistema, facilitando o diagnóstico e a tomada de ações preventivas antes que ocorram falhas maiores.
● Redução de custos e aumento da segurança: ao evitar deslocamentos
Fig. 6 – Manobra manual de um disjuntor com arco elétrico
frequentes para inspeção e operação manual da cabine primária, a comunicação remota contribui para a redução de custos operacionais e para o aumento da segurança dos operadores, minimizando a exposição a riscos.
● Respostas rápidas a eventos: permite respostas rápidas a eventos de falha, minimizando os impactos sobre o sistema elétrico e os consumidores.
Considerações finais: o caminho para a cabine primária inteligente
Embora os relés de proteção digitais ofereçam funções avançadas e poderosas, muitas dessas funcionalidades ainda são negligenciadas, o que impede a evolução das cabines primárias para um novo modelo mais eficiente e seguro. A implementação dessas funções secundárias, que já
estão disponíveis nos relés modernos, é simples, não implica custos adicionais e pode transformar substancialmente o desempenho do sistema.
“Para alcançar uma cabine primária inteligente, é fundamental que projetistas, engenheiros e técnicos explorem todas as funcionalidades disponíveis, garantindo uma operação mais eficiente, segura e sustentável.”
Este conceito de cabine primária inteligente representa um novo paradigma para o setor elétrico, impulsionado pela exploração plena das funcionalidades dos relés digitais. Sua adoção exige uma mudança de mentalidade, com a inclusão de funções secundárias nas especificações técnicas, a atualização das normas e a promo-
Elétrica e Mecânica
ção de treinamentos para disseminar o conhecimento técnico.
Recomendações
● Incluir as funções secundárias nas especificações técnicas de novos projetos e retrofits de subestações primárias de média tensão.
● Atualizar as normas e procedimentos das concessionárias para refletir as capacidades dos modernos relés digitais.
● Promover a disseminação de conhecimento por meio de treinamentos e workshops voltados para a capacitação dos profissionais do setor.
A adoção plena dos relés digitais e de suas funcionalidades secundárias representa o futuro da gestão de energia elétrica, oferecendo não apenas proteção, mas uma operação mais inteligente e eficiente.
EQUACIONAL EQUACIONAL
Com mais de 50 anos de história, somos especialistas em motores de corrente contínua e equipamentos de grande porte. Desenvolvemos soluções elétricas especiais e oferecemos serviços completos de manutenção e reparo, com uma equipe altamente qualificada.
Soluções em motores e geradores elétricos.
Inovação que impulsiona o futuro da energia.
Cabeamento elétrico com integridade funcional perante incêndio
Erik Vogler, da PohlCon GmbH, Berlim (Alemanha)
OCódigo Modelo de Construções (MBO, na sigla em alemão) define a segurança contra incêndio em edificações, tendo a proteção da vida humana como um objetivo central. Analogamente, há também uma Diretriz Modelo para Instalações de Cabeamento (MLAR, na sigla em alemão) [1], que serve de orientação para os regulamentos estaduais. Entre outras prescrições, esta diretriz determina que o cabeamento elétrico dos sistemas de segurança deve ser constituído de tal modo, ou separado por elementos da construção, para que possa permanecer funcional por um tempo suficiente. Por instalações de cabeamento, entende-se aqui a totalidade dos cabos, bem como dispositivos de conexão, medição e controle, fontes de alimentação e, não por último, os respectivos revestimentos e elementos de suporte e fixação dos cabos.
O termo integridade funcional designa, portanto, uma instalação de cabeamento que, submetida a um ensaio de incêndio, não apresenta curtocircuito nem interrupção do fluxo de corrente elétrica.
Especialmente em edificações com requisitos especiais em função do tipo de ocupação, os sistemas de segurança contra incêndio são de importância crucial. Para garantir a confiabilidade mesmo em condições críticas — ou seja, sob exposição direta ao fogo —, as instalações de cabeamento elétrico requerem integridade funcional. Este artigo baseia-se na prática alemã, conforme norma DIN 4102-12 e regulamentos pertinentes.
Especificações da diretriz MLAR
A Diretriz MLAR [1] define exatamente o que se entende por tempo suficiente: para sistemas de iluminação de segurança, sistemas de alarme que atravessam diversos compartimentos de incêndio, detectores de incêndio e respectivos sistemas de transmissão de sinal, instalações de extração natural de fumaça, além de elevadores de passageiros providos de controle para caso de incêndio, a integridade funcional deve ser assegurada por, no mínimo, 30 min.
Por outro lado, está prescrita uma integridade funcional de, no mínimo,
90 min para sistemas automáticos de extinção de incêndio, sistemas de elevação de pressão para suprimento de água de combate a incêndio, sistemas mecânicos de extração de fumaça e de ventilação pressurizada em edificações de grande altura e construções especiais, elevadores para bombeiros, bem como elevadores para transporte de leitos em hospitais e edificações congêneres.
Em resumo, pode-se dizer que a integridade funcional classe E30 é exigida para todas as instalações elétricas necessárias para a fuga de pessoas e animais de uma edificação em chamas, e que a integridade funcional classe E90 é essencial para possibilitar o suporte aos bombeiros no combate ao incêndio.
A diretriz MLAR [1] determina também como a integridade funcional dos cabos deve ser realizada. Para tal, a primeira medida é a instalação enterrada no solo. Uma segunda possibilidade é a instalação embutida no piso, desde que o contrapiso apresente no mínimo 30 mm de espessura. Contudo, é claro que estas variantes nem sempre são
Fig. 1 – A fixação de bandejas e leitos requer uma haste adicional rosqueada na extremidade do suporte horizontal (Fonte: PohlCon)
Segurança
praticáveis ou mesmo exequíveis. Assim sendo, uma alternativa é a construção de um sistema de cabeamento com integridade funcional ensaiada de acordo com a norma DIN 4102-12 [2].
Sistemas de suporte normalizados
A parte 12 da norma DIN 4102 [2] descreve os requisitos, ensaios e medidas para obtenção da integridade funcional de instalações de cabeamento elétrico sob condições de incêndio, e possibilita o ensaio da instalação completa em condições realistas. Desde a atualização de 1998, esta norma define diversos tipos de suporte padronizados, com o objetivo de alcançar a transferibilidade dos ensaios e da aprovação (figuras 1 a 3).
A referida norma DIN contempla ao todo quatro variantes, de acordo com o campo de aplicação. Cabos instalados sobre leitos ou bandejas requerem suportes com distâncias de apoio máximas de 1,2 m. Isto se realiza por meio de perfis verticais sustentando apoios horizontais aparafusados, reforçados por hastes verticais rosqueadas na extremidade de cada apoio horizontal (figura 1). Para as bandejas, a largura máxima é de 300 mm, sendo a carga representada pelos cabos limitada a 10 kg/m. Já o uso de leitos para cabos permite uma largura de até 400 mm e uma massa de 20 kg/m.
Para o caso de abraçadeiras, estão previstas duas opções: instalação de cabos singelos com abraçadeiras sem calha longa (Langwanne), ou com calha longa. No primeiro caso, a distância entre abraçadeiras é de 300 mm. Com calha longa, cujo comprimento deve ser de 200 mm, a distância entre abraçadeiras é de 600 mm.
[N. do T. – Calha longa é um berço metálico de 200 mm de comprimento, acoplado à abraçadeira, onde é assentado o cabo]
2 – Três variantes de sistemas de cabeamento certificados conforme requisitos específicos (Fonte:
Sistemas com certificado de ensaio
Sistemas de suporte para cabeamento testados conforme DIN 4102-12 [2] são flexíveis (figura 2), uma vez que tornam possível realizar uma instalação com componentes de diversos fabricantes, com base em certificados de ensaio de produto válidos para as respectivas aplicações. Todavia, é importante observar que os ensaios se referem sempre a uma determinada combinação indissociável de cabos e sistemas de suporte, indicados no certificado. Conforme esta combinação, podem ser realizadas instalações de cabeamento, por exemplo, com distâncias de até 1,5 m entre apoios, e cargas de até 30 kg/m.
Instalação horizontal
Em princípio, os resultados de ensaio de instalação horizontal com abraçadeiras são também aplicáveis às instalações fi-
Fig. 3 – Para cabos dispostos na horizontal é preciso atentar para a segurança contra deslizamento das abraçadeiras (Fonte: PohlCon)
Fig.
PohlCon)
Segurança
xadas na parede, o que possibilita o uso de leitos verticais. Na disposição horizontal de cabos de circuitos de segurança, é preciso atenção para a fixação segura das braçadeiras contra deslizamento. Isto porque em caso de incêndio o diâmetro externo dos cabos se reduz, e estes podem escorregar se não houver medidas adequadas de segurança (figura 3).
Para leitos verticais, a classificação de integridade funcional somente se aplica com o emprego de uma medida de suporte eficaz, situada no máximo a cada 3,5 m. Tais medidas de suporte consistem em uma das três seguintes alternativas previstas na norma DIN 4102-12 [2]:
• Alívio de tensão (mecânica) por meio da interposição de laços. Neste caso, o percurso dos cabos não é continuamente vertical, mas no máximo a cada 3,5 m são intercalados trechos de no mínimo 300 mm com disposição horizontal, providos de segurança contra deslizamento. Os raios de curvatura admissíveis dos cabos devem ser observados.
• Instalação de obturadores (selagem corta-fogo) em aberturas de passagem no teto, sendo que o pé direito
Fig. 4 – Obturadores de aberturas para passagem de cabos no teto, como medida de suporte eficaz, limitam o pé direito de recinto a 3,5 m
(Fonte: PohlCon)
do recinto, em função dos requisitos mencionados nas medidas de suporte eficazes, fica naturalmente limitado a 3,5 m (figura 4). Em caso de incêndio, o peso dos cabos é suportado pela fileira de abraçadeiras dispostas diretamente acima do piso, visto que estas se mantêm frias devido ao obturador.
• Instalação de caixas de material não combustível com selagem corta-fogo integrada, diretamente montadas sobre a fileira de abraçadeiras. Esta solução, comparativamente mais simples, tem demonstrado bons resultados. O suporte eficaz mediante abraçadeiras de desempenho comprovado torna dispensáveis os onerosos laços no cabeamento, e não
implica limitação do pé direito do recinto. Como a fileira de abraçadeiras contida em caixa de material incombustível permanece fria e uma ruptura é seguramente impedida, o efeito desta modalidade se assemelha ao dos obturadores. Trata-se de uma solução de aplicação universal para leitos verticais, sendo também admitida para cabeamento vertical com abraçadeiras individuais.
Estrutura da edificação
Igualmente importante para a integridade funcional, além da qualidade do cabeamento em si, são as estruturas da construção que o circundam. Suportes de cabeamento devem ser fixados em paredes de concreto ou concreto armado, ou ainda placas de cimento poroso conforme DIN 4166. Também é possível a montagem em tetos de concreto, concreto armado, ou placas de cimento poroso de acordo com DIN 4223, cuja classe de resistência ao fogo consoante DIN 4102-2 seja no mínimo correspondente à classe de integridade funcional do sistema de cabeamento.
Fig. 5 – Instalações em forro falso de rotas de fuga requerem uma distância de segurança entre o sistema de cabeamento e o forro situado abaixo (Fonte: PohlCon)
Quanto aos chumbadores, devem obedecer às prescrições do Instituto Alemão da Construção (DIBt, na sigla em alemão) ou equivalente, e ser classificados em ensaio de resistência ao fogo para condições de incêndio.
Além disso, é necessário observar que as instalações de cabeamento com integridade funcional não possam ser
danificadas pela queda de partes da construção.
Finalmente, compete à empresa instaladora do sistema de cabeamento apresentar ao contratante uma declaração de conformidade, atestando que o sistema corresponde às normas e regulamentos pertinentes.
Instalações em forro falso de rotas de fuga
Para instalações em forro falso de rotas de fuga e de resgate, conforme a diretriz MLAR [1], deve ser sempre respeitada uma distância suficiente entre o sistema de cabeamento e o forro situado abaixo, classificado conforme a resistência ao fogo (figura 5). Esta medida visa a proteção do forro falso em caso de incên-
dio. As distâncias mínimas aplicáveis devem ser depreendidas de protocolos de ensaio ou dos comentários alusivos ao tema Instalações em forro falso na diretriz MLAR [1].
REFERÊNCIAS
[1] Muster-Richtlinie über brandschutztechnische Anforderungen an Leitungsanlagen (MusterLeitungsanlagen-Richtlinie MLAR) . Deutsches Institut für Bautechnik – DIBt. Fassung 10.12.2015, geändert 03.09.2020. Disponível em https://www. dibt.de. Consultado em 02.05.2025
[2] DIN 4102-12 - Fire behaviour of building materials and building components - Part 12: Circuit integrity maintenance of electric cable systems; requirements and testing. Edition 1998-11. Disponível em https:// www.din.de/en. Consultado em 02.05.2025
Artigo publicado originalmente na revista alemã de – das Elektrohandwerk, edição 18/2024. Copyright Hüthig GmbH, Heidelberg e München. www. elektro.net. Publicado por EM sob licença dos editores. Tradução e adaptação de Celso Mendes.
Essenciais para a proteção dos equipamentos das redes de distribuição, os para-raios garantem segurança frente a surtos elétricos causados por descargas atmosféricas e manobras. Este levantamento apresenta soluções fornecidas por diversas empresas, incluindo informações técnicas, como classes de tensão nominal, tensão suportável de impulso, corrente de descarga nominal, distâncias de isolamento e escoamento, vida útil, entre outros parâmetros relevantes.
Tensão suportável de impulso atmosférico (kV crista) Tensão residual máxima sob corrente de descarga nominal (kV) Corrente de descarga nominal (8x20 μs) (kA crista) Corrente suportável nominal de curto-circuito (kA) Distância de isolamento (mm) Distância de escoamento (mm) Altitude máxima (m) Faixa de temperatura ambiente (°C) Umidade relativa do ar máxima (%) Desligador automático Vida útil estimada (anos) Normas técnicas
Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 24 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Eletricidade Moderna, Maio / Junho de 2025. Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/em e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.
EM Aterramento
Chaveamentos, sobretensões e o aterramento
Sergio Roberto Santos
Embora normalmente transfiram menos energia do que as descargas atmosféricas, os chaveamentos em circuitos elétricos são mais frequentes e também causam sobretensões transitórias. Por isso, a instalação de dispositivos de proteção contra surtos (DPS) classe 3 deve sempre ser considerada em todo projeto de instalações elétricas.
Manobras na rede elétrica, como a partida ou desligamento de transformadores e geradores, ou alterações abruptas na demanda de energia, podem causar variações bruscas na tensão de uma instalação. Partidas de motores, atuações de disjuntores ou operações de bancos de capacitores causam sobretensões transitórias, podendo esses fenômenos se originar nas redes de transmissão e distribuição, ou na própria instalação consumidora. Apesar de não ser um fenômeno natural, incontrolável, como as descargas atmosféricas, os chaveamentos são de ocorrência normal durante a vida útil de uma instalação elétrica.
Ao contrário das sobretensões causadas por descargas atmosféricas, normalmente em modo comum, os chaveamentos causam sobretensões de modo diferencial, aquelas que ocorrem entre condutores normalmente energizados, fase/fase, fase/neutro e Tx/ Rx. Por isso os DPS classe 3, que protegem diretamente os equipamentos eletroeletrônicos, devem proteger tanto em modo comum quanto em modo diferencial [1]. Uma instalação elétrica que possua apenas DPSs classe 1 e 2 não
terá seus equipamentos eletroeletrônicos protegidos contra as sobretensões de modo diferencial, causadas pelos chaveamentos que nela ocorram.
Chaveamentos nos circuitos de energia também podem induzir sobretensões nas linhas de sinal dos equipamentos de tecnologia da informação (ETIs). A proteção das entradas e saídas de sinal, contra sobretensões causadas por chaveamentos, é obtida através da instalação de DPSs classe 3 de sinal, diretamente na entrada ou saída de sinal dos ETIs. Essa proteção tornase ainda mais necessária porque os chaveamentos em linhas de energia podem provocar falhas nos ETIs, como interrupções repentinas ou erros em leituras.
É obvio que chaveamentos são comuns, inerentes às instalações elétricas, que devem estar preparadas para conviver com eles. Mas dependendo da energia que transferem, principalmente para equipamentos eletrônicos sensíveis, eles causam a redução da vida útil, danos, falhas e perda de dados, aumentando os custos com manutenção. Além das sobretensões transitórias, a partida ou parada de cargas de alta potência, curtoscircuitos, falhas em equipamentos ou manobras da concessionária podem gerar perturbações como elevações de tensão conhecidas como swells, ou afundamentos de tensão, também chamados de sags, responsáveis por cerca de 80% de todos os distúrbios elétricos [2].
Apesar de não poderem ser evitados, é possível minimizar os efeitos dos cha
veamentos, tornando as instalações elétricas menos vulneráveis a eles. A divisão dos circuitos, o roteamento e blindagem de cabos, principalmente dos cabos de sinal, a instalação de DPSs e a utilização de interfaces isolantes, são medidas de proteção contra surtos (MPS) [3] indicadas para proteger as instalações elétricas contra sobretensões transitórias e correntes de surtos, causadas não só por descargas atmosféricas, diretas e indiretas, mas também pelos chaveamentos. Cabe aqui relembrar que uma descarga atmosférica indireta também pode ser considerada um chaveamento.
Em relação ao aterramento, já que ele está no nome desta coluna, voltamos à árdua tarefa de desmistificálo como causa e solução de todos os problemas de uma instalação elétrica. Como as sobretensões de modo diferencial não envolvem o aterramento, ele não terá nenhuma influência sobre elas, para o bem ou para o mal. Isso responde à pergunta se para instalar um DPS classe 3 é necessário que a instalação esteja aterrada. Toda instalação elétrica deve ser aterrada, para efeitos de segurança principalmente, e funcionais. Muito se confunde a ausência do pino terra com a ausência de aterramento. O mais provável é que nessas situações o condutor de proteção (PE) também seja o condutor neutro, o que equivale a um sistema TNC, sendo o condutor em questão um PEN. Neste caso o próprio circuito do DPS conduzirá a corrente de surto pelo caminho adequado, eliminando a da instalação. Mas independentemente
do uso do DPS classe 3, a utilização do sistema TN-S, com condutores específicos para as funções de N e PE, evita que as perturbações atinjam os equipamentos eletroeletrônicos.
Por isso, na verdade, todo profissional da área elétrica deve ter em mente que o aterramento é parte de uma instalação elétrica, e como tal depende da sua interação com o todo. Frases muito ouvidas, como “o SPDA depende de um bom aterramento”, “o DPS depende de um bom aterramento”, “o DR depende
de um bom aterramento”, ou seja, tudo depende de um bom aterramento, são falaciosas, sem nenhum amparo técnico. Principalmente porque a qualidade do aterramento depende da função específica que ele exercerá na instalação, podendo ser uma, duas ou várias.
Como conclusão, pensar apenas na proteção contra os surtos causados por descargas atmosféricas é ignorar a principal causa desse fenômeno, os chaveamentos. Por isso é comum que se perceba a falha em um equipamen-
Engenheiro eletricista da Lambda Consultoria, consultor da Embrastec e mestre em energia pelo Instituto de Energia e Ambiente da USP, Sergio Roberto Santos apresenta e analisa nesta coluna aspectos de aterramento, proteção contra descargas atmosféricas e sobretensões transitórias, temas aos quais se dedica há mais de 20 anos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail: em_ aterramento@arandaeditora.com.br, mencionando “EM-Aterramento” no assunto.
to eletrônico quando se reestabelece a energia em uma instalação. Essa falha pode ter ocorrido tanto no desligamento quanto na volta da energia, não podemos saber. Mas com certeza a instalação de um DPS tipo 3, de energia e se for o caso de sinal, teria evitado o problema.
REFERÊNCIAS.
[1] Santos, Sergio Roberto: Fundamentos, características e aplicações dos DPS tipo III . Revista Eletricidade Moderna no575, Janeiro-Fevereiro de 2024, págs. 44-49. Disponível em: https://issuu.com/aranda_editora/docs/em_janeiro_ 2024?fr=xKAE9_zU1NQ .
[2] Martinho, Edson: Distúrbios da Energia Elétrica . Editora Érica. Edição 2009.
[3] Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). ABNT NBR 5419-4:2015 Versão Corrigida 2018 Proteção contra descargas atmosféricas Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura.
Classificação de áreas
Estellito Rangel Júnior
Apesar do tema já ter sido tratado em edições anteriores da revista Eletricidade Moderna, como as de número 158 e 566, durante as auditorias, frequentemente são encontrados pontos inconsistentes nos procedimentos de segurança e nos documentos de classificação de áreas de uma unidade industrial.
O estudo de classificação de áreas é composto por dois módulos: 1) conjunto dos desenhos em planta baixa e cortes; e 2) Memorial Descritivo, que deve descrever todas as justificativas para as extensões definidas para as zonas 0, 1 e 2, assinaladas nos desenhos.
Situações encontradas
A seguir, são ilustrados alguns exemplos encontrados na prática de auditorias.
Exemplo 1
A figura 1 mostra a sala de um motogerador de emergência, a óleo diesel, junto ao seu tanque de diesel, TD-501, encontrado em uma planta industrial.
A classificação definida para a área foi:
Na base do TD-501, até 0,6 m de altura, raio de 3 m, zona 2 IIA T3;
Ao redor do TD-501, acima de 0,6 m, raio de 1,5 m, zona 2 IIA T3;
Ao redor do TD-501, acima de 0,6 m, raio de 1,0 m, zona 1 IIA T3.
Comentário
Não foi apresentado um Memorial Descritivo para a definição das áreas classificadas, mas a “Nota 09” dizia que:
“Nota 09:
Considerando-se que:
A) gerador é um equipamento com combustão controlada, onde a substância combustível é queimada;
B) este equipamento deve ser considerado como fonte de ignição permanente, de-
vido ao fato de apresentar superfícies quentes;
C) uma ocasional liberação de substância combustível (vazamento) de alguma fonte de liberação no equipamento, ou adjacente a este, pode formar atmosfera explosiva, gerando um risco iminente de explosão;
D) risco de vazamento é controlado com técnicas adequadas de conexão de tubulações, como soldagem, e sob efetiva manutenção preventiva;
Conclui-se que o equipamento é considerado como “não classificado”, desde que sejam mantidas as condições citadas.
Obs.: área classificada pela presença do tanque diesel. Relocar tanque diesel para área externa afastado de fontes de ignição (d > 3 m)”.
Neste caso, o estudo atribuiu que um eventual vazamento de óleo diesel geraria uma atmosfera explosiva (concentração do vapor inflamável acima do respectivo LIE), que se estenderia até 3 m das paredes do TD-501, porém não detalhou as influências da ven-
tilação do local na definição desta distância. A consideração “equipamento não classificado desde que sejam mantidas as condições citadas” gerou certa confusão, haja vista que geradores em áreas classificadas precisam atender requisitos construtivos específicos, o que não era o caso.
Exemplo 2
A figura 2 apresenta um posto de recarga de baterias de empilhadeiras.
Não foi apresentado um Memorial Descritivo, e a classificação para a área foi definida na “Nota 01”.
“Nota 01: Considerando-se que: A) a ventilação natural existente no local é suficiente para diluir a atmosfera explosiva de hidrogênio abaixo do LII;
Conclui-se que a carga de baterias é considerada como “não classificada”, desde que sejam mantidas as condições citadas”.
Comentário
A ausência do Memorial Descritivo, que deveria conter o detalhamento do modelo de bateria, do regime de carga e do grau de ventilação do local, coloca em dúvida se realmente “a ventilação natural existente no local é suficiente para diluir a atmosfera explosiva de hidrogênio abaixo do LII”
Fig. 1 – Sala de gerador de emergência
Fig. 2 - Carga de baterias
Exemplo 3
A figura 3 mostra a classificação dada a um laboratório químico.
Não foi apresentado um Memorial Descritivo, e a classificação para a área foi definida na “Nota 16”.
“Nota 16:
Considerando-se que:
A) fogão é um equipamento com combustão controlada, onde a substância combustível é queimada;
B) este equipamento deve ser considerado como fonte de ignição permanente, devido ao fato de apresentar chama aberta;
C) uma ocasional liberação de substância combustível (vazamento) de alguma fonte de liberação no equipamento, ou adjacente a este, pode formar atmosfera explosiva, gerando um risco iminente de explosão;
D) risco de vazamento é controlado com técnicas adequadas de conexão de tubulações, como soldagem, e sob efetiva manutenção preventiva;
Conclui-se que o equipamento é considerado como “não classificado”, desde que sejam mantidas as condições citadas”.
Estellito Rangel Júnior, engenheiro eletricista, primeiro representante brasileiro de Technical Committee 31 da IEC, apresenta e discute nesta coluna temas relativos a instalações elétricas em atmosferas potencialmente explosivas, incluindo normas brasileiras e internacionais, certificação de conformidade, novos produtos e análises de casos. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões ao especialista pelo e-mail em@arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” EM-Ex.
A ausência do Memorial Descritivo, que deveria conter o detalhamento dos dispositivos de segurança contra liberação de gás pelo fogão em caso de mau funcionamento, colocou dúvidas sobre a não-classificação da região. A consideração “equipamento não classificado desde que sejam mantidas as condições citadas” gerou certa confusão com o cliente.
Conclusão
Esses três exemplos ilustram os riscos que recaem sobre as empresas em função de estudos de classificação de áreas deficientes. E, realmente, se o processo de contratação avaliar apenas o menor preço, há grandes chances do produto entregue não refletir corretamente os riscos presentes na instalação.
Diferentemente do fornecimento de produtos, a quantidade de estudos de classificação realizados e a fama dos clientes anteriores, por exemplo, não são parâmetros confiáveis para uma contratação correta. O recomendado é contar com um consultor especializado para fazer a análise e aprovação das propostas, que avaliará, dentre outros fatores, as especializações adquiridas pelos responsáveis técnicos indicados pelas empresas.
Um estudo de classificação de áreas confiável é fundamental para a permanência da empresa no mercado, pois apenas uma explosão pode encerrar suas atividades.
Comentário
Figura 3: Laboratório
Subestações consumidoras, mercado livre e armazenamento de energia
Vinícius Ayrão
A transição energética e o ambiente de contratação livre (ACL) estão transformando o papel das subestações consumidoras no Brasil. A possível abertura do mercado livre de energia para todos os consumidores (possível porque eu estou cético quanto a essa abertura para os próximos anos) e a viabilização de outras fontes de energia (como o H2V e o BESS) colocarão as subestações no centro das decisões estratégicas de consumo e geração, ao contrário de antes, encaradas como elementos meramente técnicos para adequação do fornecimento de energia. Isso impõe novas exigências aos projetistas, instaladores, mantenedores e, principalmente, aos gestores de energia.
O novo consumidor do grupo A
Com a abertura do ACL que ocorreu em janeiro de 2024 para todos os consumidores do grupo A, independentemente da demanda contratada, surgiram novas possibilidades. Junto com essas possibilidades, vieram complexidades para o consumidor, que tem agora mais opções, mas precisa tomar decisões que podem trazer mais custos.
Esses novos consumidores que estão migrando ou migrarão para o ACL possuem expectativas de redução de custo, previsibilidade tarifária e, cada vez mais, sustentabilidade e independência energética.
Porém, para que essa transformação seja real, ela tem de começar em um ponto físico e técnico: a subestação do consumidor.
A subestação como ativo estratégico
Sempre tratamos a subestação como uma obrigação técnica. Aliás, muitas vezes se buscava evitar sua construção por causa dos
custos, tanto os de implantação quanto os de operação e manutenção. Mas hoje ela pode ser um diferencial competitivo. Um projeto de subestação mal dimensionado, inflexível ou com baixa capacidade de expansão pode impedir, ou ao menos dificultar, a inserção de fontes renováveis, a adoção de armazenamento de energia ou a implementação de soluções de resposta à demanda. Subestações preparadas para o futuro precisam:
a) Suportar fluxos bidirecionais de energia (mesmo que o consumidor opte por não injetar no momento): A princípio, medidores bidirecionais não ocupam mais espaço físico do que medidores unidirecionais. Muitas vezes é o mesmo medidor, que apenas é reprogramado. Mas se no futuro o cliente estiver no mercado livre de energia e for exportador, pode ser necessário um medidor de qualidade, por exemplo. Isso demanda que pelo menos o espaço físico já esteja previsto.
b) Ter espaço e estrutura para incorporar BESS (Battery Energy Storage System): Não haverá transição energética sem armazenamento. No futuro (breve, eu imagino), todo cliente que quiser ter garantia da continuidade do fornecimento de energia e/ou ter geração própria de fonte intermitente precisará de soluções de BESS. A previsão de espaço físico, o atendimento de requisitos de segurança de prevenção e combate a incêndio, entre outros itens, precisarão ser previstos por ocasião do desenvolvimento do projeto, sob risco de ser inviável sua implementação futura.
c) Incluir proteção adaptada para o novo contexto (relés com função 32 e monitoramento remoto são essenciais): Subestações consumidoras em média tensão de instalações que não possuem geração própria de energia podem ser energizadas com relés mais simples, apenas com as funções ANSI 50/51 e 50/51N. Mas a
economia entre instalar esse relé ou instalar um relé com mais funções ANSI não será representativa frente à necessidade de adequação quando se optar por gerar sua própria energia.
É o momento de parar de pensar na subestação apenas como CAPEX e passar a tratá-la como OPEX estratégico.
Geração local e armazenamento: novos desafios
A inserção de geração local geralmente solar fotovoltaica em consumidores de médio porte traz desafios típicos da geração distribuída, mas com as particularidades do ambiente livre.
O primeiro ponto a ser enfrentado é a decisão entre injetar ou não energia. Para consumidores que estão no mercado livre através de comercializadoras varejistas, a injeção não faz sentido econômico. E mesmo, dependendo da curva de carga e do modelo econômico, a injeção pode se mostrar inviável sob a ótica financeira.
Nesses casos, o conceito de grid zero se torna uma obrigatoriedade. Com isso, a subestação passa a precisar de um sistema de controle ativo (medição de fluxo, inversores compatíveis, lógica de bloqueio) e de proteção direcional de potência (função ANSI 32).
Quando utilizamos o grid zero, é necessário medir a potência fornecida pela concessionária e, com isso, precisaremos de transformadores de instrumentos na média tensão (TC e TP). Isso significa custo e espaço.
Além disso, a instalação de sistemas de armazenamento requer previsibilidade de car-
EM Profissionais
ga, controle de carga e descarga, e compatibilidade com os sistemas existentes. Muitos consumidores percebem, tarde demais, que sua subestação não suporta tecnicamente a instalação de um BESS seja por limitações físicas, seja por ausência de proteção adequada.
O que dizem as normas?
Ao tratarmos de subestações consumidoras, temos que atender a NBR 14039 e as normas de conexão da concessionária.
Nas normas das concessionárias, teremos os requisitos de proteção necessários para o sistema de armazenamento e para a autoprodução de energia.
Porém, essas normas fornecem apenas condições mínimas de atendimento, e os projetistas precisarão se aprofundar nas necessidades atuais e futuras dos clientes e nos requisitos técnicos necessários para as tecnologias que serão futuramente implantadas.
Estudos
de caso: quando a subestação impede o crescimento
Tenho acompanhado, com frequência cada vez maior, casos de consumidores que investem na geração fotovoltaica ou se preparam para o ACL e percebem, tardiamente, que sua subestação não atende às novas demandas. Alguns exemplos vão a seguir: 1) Uma rede de mercados com 350 kW de demanda pretendia migrar para o mercado livre e instalar 400 kWp de FV. A subestação existente, na área de concessão da Light, tinha transformador único e proteção com relé 50/51, era antiga e sem manutenção.
Nesse caso, o cliente teve que trocar o sistema de proteção, que envolvia um novo relé, instalação de 3 TPs, um novo sistema de alimentação auxiliar (carregador flutuador, baterias, relé de supervisão) e realizar uma manutenção
preventiva do seu disjuntor PVO (a pequeno volume de óleo existente). Porém, para o perfeito funcionamento do sistema grid zero, foi necessária a instalação de mais 3 TPs e 3 TCs, visto que a Light não permite o uso dos TIs de proteção para outras funções.
2) Um hospital desejava instalar um sistema de baterias para backup e pico de demanda. O espaço físico da subestação, e principalmente o acesso e ventilação, inviabilizavam o projeto e a reforma sairia mais cara que o próprio sistema de baterias. Nesse caso, o projeto não pôde ser implementado.
3) Um consumidor que está no ACL, modelo atacadista, decidiu implantar uma usina fotovoltaica junto à carga para redução do seu consumo, sem exportação de energia. A empresa que definiu a potência do sistema solar não analisou a curva de carga. Com isso, a usina ficou superdimensionada, com o sistema grid zero limitando a geração em mais de 40% e piorando o retorno do investimento. Além disso, erraram o local de onde saem as informações de tensão e corrente para o sistema grid zero, o que prejudicou ainda mais a geração de energia.
O papel da engenharia consultiva
O momento atual exige muito mais que um projeto de subestação com cálculo de demanda, um layout conforme padrão da concessionária e um esquema unifilar. Os escritórios de projetos e os projetistas precisarão saber:
• estudar, comparar e considerar as exigências normativas e das distribuidoras.
O projetista precisará conversar com os fornecedores de armazenamento para entender as tecnologias e as soluções existentes. Subestação não é mais “o que o cliente pediu”. É o que o cliente vai precisar.
Energy As Service e modelos de BOT (build-operate-transfer) são algumas soluções que podem ser exploradas por empresas inovadoras e interessadas em fazer crescer seus negócios.
Conclusão
Vivemos um momento em que a infraestrutura elétrica de empresas está deixando de ser um custo invisível e passando a ser um ativo de gestão. As empresas e profissionais que entenderem isso rapidamente e incorporarem a seu portfólio de serviços e soluções conseguirão melhores negócios e margens.
A engenharia brasileira precisa sair do modo reativo e abraçar o modo estratégico. Projetar subestações já preparadas para o ACL e para fontes renováveis com armazenamento não é luxo é necessidade.
E, se me permitem um toque pessoal: o momento é agora. Em poucos anos, quem não estiver preparado, ficará para trás.
Engenheiro eletricista da Sinergia Consultoria, com grande experiência em projetos de instalações elétricas MT e BT, entradas de energia e instalações fotovoltaicas, conselheiro da ABGD - Associação Brasileira de Geração Distribuída e diretor técnico do Sindistal RJ - Sindicato da Indústria de Instalações Elétricas, Gás, Hidráulicas e Sanitárias do Rio de Janeiro, Vinícius Ayrão apresenta e discute nesta coluna aspectos ligados à atualização dos profissionais de eletricidade em relação às novas tecnologias e tendências do mercado. Os leitores podem apresentar dúvidas e sugestões pelo e-mail: em_profissisonais@ arandaeditora.com.br, mencionando em “assunto” “EM Profissionais”.
No Brasil
Sendi – A edição de 2025 do Sendi - Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica será realizada entre 26 e 30 de maio, no Expominas, em Belo Horizonte. A programação inclui palestras com especialistas nacionais e internacionais cobrindo quatro áreas principais: Comercial, Inovação, Institucional e Técnica. As categorias contemplam mais de vinte temas relacionados à infraestrutura de fornecimento de energia, novas tecnologias, operação e gestão de sistemas, qualidade e eficiência energética, sustentabilidade, entre outros. Mais informações: sendi.org.br.
Cigre Security – O Cigre-Brasil realizará o Cigre Security - Seminário Técnico de Cibersegurança em Infraestruturas Críticas nos dias 2 e 3 de junho, em São Paulo, SP. O evento, voltado para profissionais do setor elétrico e de infraestrutura, é organizado pelo Comitê de Estudos D2, área de pesquisa especializada em sistemas de informação, cibersegurança e telecomunicações do Cigre- Brasil. O objetivo do seminário é fortalecer estratégias de segurança cibernética, discutir desafios emergentes, promover a troca de conhecimento e proporcionar networking entre especialistas, empresas do setor, órgãos reguladores e instituições acadêmicas. As inscrições podem ser realizadas diretamente no site do evento: https://ciberseguranca. cigre.org.br.
Enase – Sob o macrotema “O setor elétrico na COP30: transição energética justa e inclusiva”, será realizado o Enase - Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico nos dias 11 e 12 de junho, no Hotel Windsor Oceânico, Rio de Janeiro. O evento pretender ser epicentro das discussões sobre a transição energética, especialmente com o Brasil sediando a COP30. Além da plenária principal, o evento terá três trilhas de conteúdo especiais: política, para debater as diretrizes da COP30, regulações para descarbonização, financiamento da transição e modernização do licenciamento ambiental; mercado, para explorar a evolução do setor elétrico, mercado livre, matriz energética, hidrogênio verde e desafios na transmissão e distribuição; e inovação, para apresentar tendências como armazenamento de energia, mobilidade elétrica, digitalização e novas tecnologias para eficiência energética. Mais informações: www. enase.com.br.
Hidrogênio – A 3a edição da Hydrogen Expo South America, voltada ao debate sobre o mercado de hidrogênio no Brasil e no mundo, será realizada nos dias 11 e 12 de junho na Expo Mag, no Rio de Janeiro. O evento tem o objetivo de reunir líderes globais, apresentando novas tecnologias e inovações para impulsionar o setor. Os debates serão organizados em eixos principais: Indústria de Hidrogênio, com destaque para cinco grandes projetos previstos para decisão final de investimento em 2025; Combustíveis do Futuro, analisando os impactos das novas legislações sobre biocombustíveis; e Portos e Rotas Logísticas, abordando a infraestrutura para o transporte de hidrogênio. Paralelamente, vai acontecer a Carbon Capture Expo South America 2025, evento focado na captura e armazenamento de carbono, abordando desafios técnicos, aspectos regulatórios e econômicos. Para mais informações, acesse: https:// hydrogenexpo.com.br.
Energy Summit – Organizado em parceria com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), a segunda edição do Energy Summit acontecerá de 24 a 26 de junho, no Rio de Janeiro. A conferência reuniu mais de 10 mil participantes e aproximadamente 180 palestrantes em 2024. Este ano, a programação abordará temas relacionados ao futuro da energia, como hidrogênio, tendências da energia solar e eólica, avanço da biomassa e dos biocombustíveis, inteligência artificial e IoT no setor energético, computação quântica e novas soluções para armazenamento de energia, entre outros. Para mais informações, acesse https://energysummit.global.
The smarter E – O evento The smarter E South America vai acontecer de 26 a 28 de agosto em São Paulo, SP. Realizado no Expo Center Norte, congregará os eventos: Intersolar South America - A maior feira & congresso para o setor solar da América do Sul; ees South America - Feira de baterias e sistemas de armazenamento de energia; e Eletrotec+EM-Power South America - Feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia. A organização é da Solar Promotion International GmbH e da Freiburg Management and Marketing International, com co-organização pela Aranda Eventos & Congressos. Informações: www. thesmartere.com.br.
FIEE – A 32a edição da FIEE - Feira Internacional da Industria Elétrica, Eletrônica, Energia, Automação e Conectividade, organizada pela RX Brasil e a Abinee - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, vai ser realizada de 9 a 12 de setembro, no São Paulo Expo. O evento, que apresenta equipamentos, produtos, soluções e tendências em instala-
ções elétricas e eletrônicas para a indústria de todos os segmentos, pretende abordar a transformação digital da indústria, sustentabilidade, conectividade e tecnologia. Mais informações em https://www.fiee. com.br.
ESW Brasil – De 7 a 9 de outubro será realizado no auditório do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo a 12a edição do Electrical Safety Workshop Brasil (ESW Brasil), um seminário dedicado totalmente à segurança em eletricidade. O evento é organizado bianualmente desde 2003 pelo IEEE – Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos – Seção Sul Brasil, através do capítulo IAS –Sociedade de Aplicação Industrial, em parceria com a Abracopel – Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade. Outras informações em www.ieee.org.br/eswbrasil.
SNPTEE 2025 – O XXVIII Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica ocorrerá de 19 a 22 de outubro, no Recife Expo Center, em Recife, PE. Promovido pelo Cigre-Brasil, esta edição, organizada pela Eletrobras, pretende promover a inovação, o compartilhamento de conhecimento técnico entre profissionais, especialistas, acadêmicos e jovens talentos. A programação contará com 98 temas distribuídos entre 16 grupos de estudo e diversos painéis especiais, atraindo cerca de 3000 participantes, e com uma feira de negócios, reunindo cerca de 100 expositores. Informações sobre o evento e inscrições: www.snptee.com.br.
Intersolar Summit Sul – Em 28 e 29 de outubro será realizado no Centro de Eventos FIERGS, em Porto Alegre, RS, a segunda edição do Intersolar Summit Brasil Sul, em formato congresso & feira, abordando entre outros temas solar FV com armazenamento, agrivoltaicos, FV off grid, etc. Realização: Solar Promotion, FMMI e Aranda Eventos. Informações: https://www.intersolar-summit-brasil.com/sul .
Cursos
Gestão em energias renováveis – A AHK Rio oferece o curso de Gestão em Energias Renováveis (GENRE), que tem o objetivo de formar profissionais com visão ampla em geração de energias renováveis no Brasil, com ênfase nas tecnologias solar, eólica, biomassa e outras. O conteúdo do curso é desenvolvido a partir da expertise alemã e adaptado à realidade brasileira por especialistas da Coppe/UFRJ. Composto de módulos gerenciais e técnicos, o curso é oferecido em formato online
Agenda
e combina conteúdos assíncrono (12 blocos de aulas + 12 quizzes de fixação; 24h de aulas com especialistas e exercícios práticos); e síncrono (2 horas de encontro ao vivo após cada bloco da disciplina; aulas quinzenais, workshops e palestras). Os blocos abordam temas como: Fundamentos da energia; Mercado de energia elétrica; Gestão de projetos e rentabilidade; Gestão energética e ISO 50.001; Mudança de clima e comércio de emissões; Programa de Eficiência Energética da Aneel (PEE); Energia solar; Energia eólica; Biomassa e biogás; Outras energias renováveis; Geração distribuída e smart grid ; e Microrredes elétricas. Mais informações: https://brasilien.rio.ahk.de/pt/cursos/ genre?utm_campaign=genre_0205&utm_ medium=email&utm_source=RD+Station . Dimensionamento de cabos – A Cobrecom, fabricante de fios e cabos elétricos de baixa tensão, oferece o curso Dimensionamento de fios e cabos elétricos , que aborda aspectos como escalas, pontos de carga e diagramas, quedas de tensão, circuitos de iluminação, seções dos condutores, entre outros. O curso é gratuito e on-line, e está disponível no site https://parceirodaconstrucao.com.br. A empresa também oferece outros três cursos por meio da plataforma Parceiro da Construção, que tratam de temas como “Condutores elétricos: o que é preciso saber na hora de instalar”; “Condutores Elétricos: Aplicação dos Fios e Cabos” e “Introdução à Eletricidade”. Mercado de créditos de carbono – A Universidade do Carbono, instituição educacional que visa capacitar profissionais para o mercado de ativos ambientais, vai realizar o curso, em formato online, Soluções baseadas na Natureza: mercado e projetos de carbono, que abordará, entre outros temas, as mudanças climáticas, o planejamento financeiro de projetos, a regulamentação do mercado e técnicas de monitoramento e mensuração florestal. As aulas, que contam com tradução simultânea português-inglês, ocorrem ao vivo aos sábados, das 8h às 12h, com duração de 18 meses. As inscrições estão disponíveis em https://conteudo.pecege.com/ universidade-do-carbono-mercado-e-projetosde-carbono. Mais informações: universidadedocarbono@pecege.com ou (19) 2660-3337. Energia na América Latina – A Olade - Organização Latino-Americana de Energia ofe-
rece um programa de formação executiva, que abrange diversos temas relacionados ao desenvolvimento energético da região através de 16 cursos, organizados em cinco eixos temáticos: tecnologias, hidrocarbonetos, transição energética, políticas energéticas e integração energética regional. Os cursos são ministrados em diferentes modalidades (e-learning, virtuais e semipresenciais, webinars e oficinas de trabalho). Para mais informações, acesse https:// capevlac.olade.org.
Elétrica e iluminação – A Tramontina realiza o Educa+, plataforma virtual de cursos e treinamentos gratuitos. A iniciativa está dividida em ambientes, entre os quais se destaca o Conectar+, com conteúdos sobre elétrica e iluminação. Os cursos e treinamentos EAD (Educação a Distância) disponíveis nessa seção são direcionados a eletricistas, instaladores, arquitetos, decoradores, estudantes e clientes da marca, abordando normas e especificidades de produtos utilizados em instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais. Para participar dos cursos, basta acessar a plataforma e criar um login no site https://global.tramontina.com/ educa.
Treinamento Ex – A Tramontina mantém a Cabine de Treinamento para instalações em ambientes com atmosferas explosivas e áreas industriais , localizada em Carlos Barbosa (RS). O ambiente está equipado com painéis, luminárias, botoeiras, caixas de ligação, plugues e tomadas com proteções “Ex e” (segurança aumentada), “Ex d” (à prova de explosão) e “Ex t” (proteção contra ignição de poeiras), a fim de proporcionar uma experiência prática e teórica aos participantes. Os interessados podem obter mais informações por meio do site https://glo bal.tramontina.com/atmosferas-explosivas ou telefone (54) 99981.1022.
Indústria e energia – A Siemens promove cursos presenciais e à distância com o objetivo capacitar clientes, estudantes e interessados em temas de indústria e energia. Para processos produtivos, com linha de produção de uma indústria que possui equipamentos ou sistemas Siemens, os cursos são ministrados no Sitrain, localizado na sede da companhia, em São Paulo. Na Power Academy, que fica na planta de Jundiaí, o destaque é o setor de energia, nos segmentos de geração, transmissão e distribui-
ção com foco na digitalização de subestações. Os treinamentos e cursos disponíveis podem ser conferidos nos sites https://www.siemens. com/br/pt/produtos/servicos/energia/power-academy-brasil.html e https://www.siemens. com/br/pt/produtos/servicos/industria/servicos-treinamentos/sitrain.html.
Proteção de sistemas de energia – A Universidade SEL oferece treinamentos em proteção de sistemas de energia, abrangendo tópicos que vão desde princípios fundamentais de sistemas de energia até aplicações e testes práticos de produtos SEL, em versões presenciais e on-line. O calendário completo 2025 está disponível em https://selinc.com/pt/selu/calendario.
No exterior
Biel Light + Building Buenos Aires – O hub de negócios que reúne a indústria de iluminação, eletrônica e serviços elétricos será realizado de 22 a 25 de outubro no centro de exposições La Rural, em Buenos Aires. O evento é organizado pela Cadieel - Câmara Argentina das Indústrias Eletrônicas, Eletromecânicas e de Iluminação e pela Messe Frankfurt Argentina. A edição 2025 será realizada simultaneamente com a ExpoFerretera, uma exposição internacional de artigos para ferragens, materiais sanitários, tintas e materiais de construção. Mais informações: www.linkedin. com/showcase/biel-light-building.
Cired 2025 – A 28ª edição da Cired - Conferência e Exposição sobre Distribuição de Energia Elétrica vai acontecer de 16 a 19 de junho, em Genebra, na Suíça. O evento, realizado a cada dois anos, reúne a comunidade global de distribuição de energia elétrica e tem sido um ponto de encontro para a troca de conhecimentos sobre as mais recentes inovações, pesquisas e tecnologias aplicadas à distribuição de eletricidade. Estão previstas mais de 700 apresentações técnicas sobre diversos tópicos, como: Componentes de redes de distribuição; Qualidade e segurança de energia elétrica; Operação; Proteção, controle e automação; Planejamento de sistemas de distribuição; e Clientes, regulação e gestão de risco. O evento conta ainda com uma exposição, que deverá reunir mais de 60 expositoras. Inscrições e informações: www.cired2025.org/.
MARQUE EM SEU CALENDÁRIO
SAVE THE DATE
26–28 AGO 2025
E X P O CENTE R NO RT E, SÃO PAU LO, B RA SI L
O EV EN T O ESSE NC IA L PA R A B AT ER I A S E S ISTEM A S D E
AR M AZE N A M E N T O D E E N ER G I A N A A M É RIC A L AT I N A
L ATA M’S KE Y EV EN T F O R B ATTE RI E S & E N ER G Y S
A ees é a feira internacional de baterias e sistemas de armazenamento de energia, e reúne fabricantes, distribuidoras, desenvolvedoras de projetos, integradoras de sistemas, usuários profissionais e fornecedoras de tecnologias inovadoras de baterias e soluções sustentáveis de armazenamento de energias renováveis, tais como hidrogênio verde e produção eletrolítica de gás.
Parte de
Produtos
Inversores de frequência
A Reymaster Materiais Elétricos distribui no Brasil a linha de drives Sinamics, da Siemens, que são dispositivos projetados para controlar a velocidade e torque dos motores elétricos. Eles são aplicados em diversas indústrias, desde sistemas de ventilação até soluções de posicionamento preciso. O Sinamics V20 é voltado para aplicações mais simples, como ventiladores e bombas, que exigem controle básico de velocidade e posicionamento. Segundo a empresa, trata-se de um modelo de fácil parametrização e rápido comissionamento, com um custo reduzido. Já o Sinamics G120C é uma so-
lução compacta, indicada para ambientes com espaço limitado. Integra funções de segurança e protocolos de comunicação para garantir um controle seguro e otimizado, destaca a companhia. Por sua vez, o Sinamics G120 é indicado para processos mais complexos, como sistemas de processamento, e possui maior gama de funcionalidades. Com potência que varia de 0,37 kW a 250 kW, é um equipamento modular, possibilitando configurações específicas de acordo com a demanda. Finalmente, o Sinamics G220 é alinhado ao conceito da indústria 4.0 e combina co-
nectividade, redução de harmônicas e compliance com normas internacionais. www.reymaster.com.br
Analisador de
estações de carregamento
A Fluke lançou o FEV-350, um analisador de estações de carregamento de veículos elétricos. Projetado para fabricantes e suas redes de assistências técnicas, concessionárias e profissionais que instalam, reparam, inspecionam e mantêm as estações de carregamento, o
novo equipamento tem o objetivo de tornar os testes mais ágeis, garantir conformidade com normas regulatórias, além de avaliar, documentar e certificar o funcionamento das estações de recarga de acordo com as normas IEC 61851-1 e IEC/HD 60364-7-72. Possui interface com o software TruTest, da Fluke, permitindo que os resultados e relatórios sejam armazenados, organizados e documentados. www.fluke.com/pt-br
Disjuntores para instalações comerciais
A Schneider Electric lançou recentemente a linha EasyPact CVS de disjuntores de caixa moldada (MCCB), indicada
para implementação em edifícios de pequeno e médio porte. Com correntes nominais de 800 a 1600 A e capacidade de ruptura de 36 a 70 kA, os equipamentos estão disponíveis nas versões de 3 e 4 polos Ics = 100% Icu, e, segundo a empresa, oferecem proteção
robusta e confiável, capazes de suportar interrupções de curto-circuito de forma segura e eficaz. O EasyPact CVS conta com a unidade de disparo ETS2.0, que oferece proteção de sobrecorrente de longo retardo (Ir) e proteção de sobrecorrente instantânea (Isd), permitindo maior segurança em operações críticas, destaca a companhia. A nova linha oferece também capacidade de isolamento e uma tabela de coordenação entre a linha Easy de ACB (disjuntores em caixa aberta) e MCCB. Atende normas internacionais, como a IEC 60947-2. www.se.com
Gerenciamento de energia
Por meio de uma parceria, a ABB e a Samsung Electronics vão integrar o sistema de gerenciamento de energia InSite da ABB nas plataformas Smart -
Things e SmartThings Pro da Samsung. A solução vai permitir que os usuários desses sistemas gerenciem o consumo de energia de aparelhos e dispositivos inteligentes, como lavadoras de louça, aparelhos de arcondicionado, aspiradores de pó e robôs cortadores de grama, usando dados históricos e em tempo real coletados pelo InSite . Segundo as empresas, a consolidação da automação residencial, dos dispositivos de IoT, do entretenimento, do carregamento de veículos elétricos, dos aparelhos inteligentes e do consumo de energia, gás e água reduz a “sobrecarga de aplicativos” e permite que os usuários gerenciem convenientemente as funções essenciais por meio de uma única inter-
face. O SmartThings Pro oferece ainda análises avançadas de energia, insights preditivos e otimização automatizada para empresas, gerentes de propriedades e proprietários de imóveis. A plataforma de nível profissional proporciona, segundo a companhia, uma integração com dispositivos de IoT de nível industrial, garantindo uma abordagem mais abrangente da eficiência e da sustentabilidade energética. www.abb.com
Novo site de Itaipu
A Itaipu Binacional lançou recentemente um novo portal na internet. Segundo a empresa, mais responsivo e com visual renovado, o site visa oferecer uma experiência de navegação mais intuitiva e
facilitar o acesso às informações da geradora. A nova plataforma contempla três versões: uma em português, para a margem brasileira (www.itaipu.gov.br); uma em espanhol, para a margem paraguaia (www.itaipu.gov.py); e uma em inglês, no formato de landing page , focada em eventos e audiências internacionais (www.itaipu.energy). Além disso, a ferramenta facilita, de acordo com Itaipu,
a busca por conteúdo e permite maior integração com as plataformas digitais, como WhatsApp e Telegram, além de favorecer o compartilhamento de informações nas redes sociais. A nova plataforma foi construída em Wordpress — que atualmente responde por mais de 60% do mercado brasileiro, de acordo com a geradora — substituindo o sistema anterior, baseado em Drupal. O site foi desenvolvido pela Divisão de Imagem Institucional da Itaipu, em parceria com a Superintendência de Informática e uma empresa especializada em desenvolvimento web. Entre as melhorias, outro destaque é a nova lógica de organização dos conteúdos, na qual os temas foram organizados de forma transversal, priorizando o que é mais relevante para o público externo, como vídeos, relatórios, gráficos e dados de transparência. www.itaipu.gov.br
Mercado livre de energia
A Voltera, comercializadora do mercado livre de energia, lançou um guia gratuito para sanar as principais dúvidas e apresentar dicas sobre o ambiente de livre
comercialização. A publicação visa oferecer orientações para quem deseja dar os primeiros passos para a portabilidade. Intitulado de “Guia Voltera: descomplicando o mercado livre de energia”, a obra conta com linguagem simples e fornece as principais informações sobre o mercado livre de energia, como: O que é o mercado livre de energia? Quem pode fazer sua portabilidade e quais são os benefícios? Como fazer a migração? Segundo a empresa, a publicação abrirá portas para as empresas conhecerem o amabiente de livre comercialização de energia e reverem seus gastos. O guia completo pode ser acessado através do link : https:// lp.voltera.com.br/guia-voltera
Hidrocarbonetos e transição energética
Paulo Ludmer
Contra a maré da transição energética, os produtores e exportadores de petróleo decidiram aumentar a produção em aproximadamente 400 mil barris/dia — antes acenavam com 140 mil. Há décadas, constatou-se que, quando o preço internacional (ou a cotação) do barril diminui, em resposta a Opep - Organização dos Países Exportadores de Petróleo aumenta a produção para reforçar seu poder aquisitivo, pois arrecada petrodólares.
Aqui, o preço interno do diesel já refluiu, ameaçando os subsídios do biodiesel, espantando o futuro das usinas de álcool (cujos preços na bomba não ultrapassam 70% do praticado para a gasolina). Mas nada é para sempre, e o quadro pode se reverter de uma hora para outra. E a demanda? Bem, os Estados Unidos proíbem que os aliados comprem da Venezuela ou do Irã (ambos da Opep) e da Rússia. Incrementam fortemente a produção interna de crus
car seus produtos. É nesse quadro que o Brasil deve decidir explorar o norte equatorial, pois o petróleo terá um respiro por décadas e um papel na operação das economias, as quais não se livrarão dele num suspiro. Olhe ao seu redor, leitor: tudo o que você está vestindo e usando contém petroquímicos.
Seja o que for, instantaneamente o preço do petróleo caiu de US$ 75/barril a U$S 70/barril para cerca de U$S 60/barril, oscilando sem controle. Se essa tendência se mantiver, trará drásticas consequências num mercado de energéticos de vasos comunicantes. Pró-memória: o barril custava US$ 2, em 1969; US$ 40, em 1980; US$ 17, em 2001; US$ 40, em 2004; US$ 140 no governo Dilma Rousseff; US$ 40 no governo Temer, que salvou uma Petrobras destroçada culturalmente pelo petrolão. O timoneiro de então, o executivo Pedro Parente, ressuscita a Petrobras com queda nos preços e nos fundamentos econômicos, arrasados pelos antecessores.
“...o petróleo terá um respiro por décadas e um papel na operação das economias, as quais não se livrarão dele num suspiro”
Paulo Ludmer é jornalista, engenheiro, professor, consultor e autor de livros como Derriça Elétrica (ArtLiber, 2007), Sertão Elétrico (ArtLiber, 2010), Hemorragias Elétricas (ArtLiber, 2015) e Tosquias Elétricas (ArtLiber, 2020). Website: www.pauloludmer.com.br.
(obtidos de xisto), enquanto sua economia interna esmaece, diversas empresas interrompem atividades e multidões protestam nas grandes cidades adversas à política da Casa Branca.
Na paralela, sem o ar da democracia, avolumam-se os mesmos protestos na China, que também sente um contrapeso no ritmo do produto interno bruto. O menor compasso chinês produz sobras de petróleo e carvão mineral no planeta.
Os Estados Unidos voltaram a elevar a produção interna com shale oil and gas. Por ora, o Canadá, exportador de tar sands oil, além do México no Golfo, não tem dificuldade de colo-
Em consequência, os crus contribuem com teor deflacionário, recessivo, defletindo juros, comércio interno e global — fatos que se somam com a recente obrigação de países tirarem orçamento do bem-estar social para a defesa. Ferida a transição energética, os hidrocarbonetos voltam a ser atrativos, a começar nos Estados Unidos sob Trump. A produção cresce, sangrando o valor relativo do petróleo, principal item de exportação brasileiro. Sob brusca sobra, a conjuntura reduz a atratividade da exploração (polêmica) do norte equatorial, onde o Brasil tem uma colossal jazida, de lamber os beiços do capital.
Além disso, esmaecem investimentos (adiam ou provocam renúncias) em todos energéticos sob vasos comunicantes, como solar e eólica; pequenas centrais hidráulicas, baterias diversas, centrais hidráulicas reversíveis, biomassa (térmicas); lixo, resíduos (térmicas); diesel; gasodutos de metano (a parte mais cara da distribuição de gás); GLP – liquefeito criogenizado; propano/ butano engarrafado; maremotrizes, geotérmicas, etc.; conservação; inovação; e mobilidade elétrica (em todos os níveis).
Outros desdobramentos:
1) As tarifas de energia elétrica, em fase de reajustes no País, segundo o Banco Central, subiriam até 5% neste ano. Há cálculos de 2% em revisão. A causa é o passado afetando um presente e um futuro de contrição.
2) Se o dólar permanecer estável em relação ao Real, teremos a influência cambial (de 10% a 20%) de Itaipu contida.
3) A bancabilidade será mais conservadora, filtrada e complexa.
4) O ESG, no que concerne ao meio ambiente e ao social, pasteurizado. A COP de Belém pode se emascular.
5) Os mercados de captura de carbono estarão fragilizados.
6) Os importadores no Brasil de diesel e gás liquefeito de petróleo (a produção interna é insuficiente), diante dos preços administrados (manipulados da Petrobras), estarão ameaçados por surpresas e prejuízos.
7) Os planos de produção de energia eólica no mar, voltados para obtenção e exportação de hidrogênio verde, dependentes de incentivos (agora crescentes), devem refazer as contas da economicidade.
8) Os parques geradores solares fotovoltaicos também enfrentariam perda relativa de competitividade.
9) As nucleares (por motivos geopolíticos) ficam preservadas, como Angra 3 — hoje no mundo se constroem dezenas de centrais novas. Por sua vez, a demanda cresce, e muito, haja vista que:
a) o calorão pede refrigeração; b) os datacenters são tremendamente eletrointensivos;
c) a vida, os costumes, os hábitos são fortemente usuários da energia elétrica, em exponencial expansão;
d) no mundo, a demanda cresce o dobro do que se via na década passada: pulou de 2% para 4% ao ano; pontualmente já está em 5%.
WEG no SENDI 2025
Nossa energia presente no maior evento de distribuição da América Latina.
A WEG reafirma seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade no setor elétrico ao marcar presença no SENDI — Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica. Como uma gigante brasileira especializada em equipamentos elétricos, automação e soluções energéticas, a presença da WEG nesse seminário será essencial para a discussão dos avanços tecnológicos, a exposição de novas tecnologias e a apresentação de cases de sucesso relacionados à digitalização e modernização da distribuição de energia. Não perca a oportunidade de conhecer as novas tendências do setor e descobrir como a WEG está impulsionando o mercado com inovação e sustentabilidade!