DISTRIBUIÇÃO
Uma filosofia moderna de redes subterrâneas eficientes e de menor custo*
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este artigo se relata a experiência da Enel Distribuição Rio com a adoção de nova concepção e filosofia de construção de redes subterrâneas, que levaram a uma solução para o congestionamento das redes aéreas e a falta de espaço urbano, me-
lhorando muito a relação custo/benefício dos sistemas subterrâneos e obtendo a melhora de indicadores de qualidade, que é uma característica desse tipo de rede. Em 2017, a empresa tornou-se a distribuidora com maior quantidade de redes subterrâneas instaladas no País [1], o que só foi possível graças à mudança da topologia e a implantação de novas tecnologias, as quais proporcionaram a construção de sistemas com menor custo e maior velocidade. Um histórico A grande influência econômica que desde há muito tempo os Estados Unidos têm exercido no Brasil traduziu-se, em diversas áreas, na adoção entre nós dos padrões norte-americanos trazidos pelas empresas daquele país, que aqui se instalaram nos primórdios de vários setores produtivos nacionais, a exemplo do de energia elétrica ― o fato de termos adotado a frequência de operação de 60 Hz para nosso sistema elétrico é uma prova disso. Especificamente no que se refere a projeto e implantação de redes subterrâneas de distribuição, várias empresas do Brasil (e também
Vala com dutos na implantação de linha segundo filosofia europeia de redes subterrâneas
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EM MAIO/JUNHO, 2021
Sistemas subterrâneos de distribuição de energia são tecnicamente superiores mas também são caros. Mas quanto são caros? E de que tipo de redes subterrâneas falamos? Este artigo relata como, com o emprego de técnicas e filosofia diversas daquelas adotadas nas redes subterrâneas tradicionais no Brasil, foi possível reduzir muito o custo de implantação e acelerar as obras de instalação, minimizando transtornos para os centros urbanos. de outros países da América do Sul) adotaram a filosofia norte-americana, que consistia na construção de grandes caixas de alvenaria subterrâneas, destinadas ao puxamento dos cabos, às derivações e à instalação de equipamentos. Mas, de modo geral, as concessionárias que implantaram esse sistema o fizeram de forma muito pontual, devido aos altíssimos custos envolvidos, aos elevados tempos de implantação e aos grandes impactos provocados pela execução das obras no espaço urbano (vide figura 1). Uma das empresas que adotaram a filosofia norte-americana foi a extinta Ampla Energia e Serviços, antiga distribuidora de energia elétrica para grande parte do Estado do Rio de Janeiro (a qual, por sua vez, era anteriormente a CERJ - Companhia de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro, estatal que “herdou” sistemas elétricos construídos por diversas outras companhias incorporadas ao longo do século 20). Porém, devido aos problemas mencionados acima, a capacidade da empresa para continuar implantando esse tipo de sistema foi sendo comprometida ao longo do tempo.
* Adaptação realizada pela Redação de EM do artigo “Projetos Subterrâneos: Redução de Custos dos Projetos”, de Severino P. de Oliveira Jr., André F. Zuma Correia, Albert R. Bizzo, Alessandro B. Alves, Alessandro B. Machado, Gleyton R. S. Gois e Tania M. B. Ribeiro, da empresa Enel (XXV SNPTEE, novembro de 2019).