EM - Janeiro | Fevereiro - 2021

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INSTALAÇÕES

Correntes permanentes em condutores de proteção Holger Niedermaier, consultor em Erlangen (Alemanha)

C

onsidere-se o seguinte caso prático: durante o comissionamento da instalação de uma edificação para a indústria farmacêutica, contendo escritórios e áreas de produção, foram medidas correntes de até 16 A no condutor de proteção (PE) do quadro geral de baixa tensão (QGBT) e da fonte de alimentação ininterrupta (UPS, sigla em inglês). Descrição da instalação A instalação está configurada como segue: ● Transformadores – 2 x 800 kVA alimentam o QGBT; ● QGBT – Alimenta dois barramentos, de 800 A e 1000 A, aos quais estão ligadas cargas diversas, inclusive máquinas de produção; ● QGBT – Alimenta também uma UPS externa ao prédio, que por seu turno alimenta um quadro geral QGUPS, diretamente ou por by-pass; e ● QG-UPS – Alimenta igualmente dois barramentos, de 800 A e 1000 A. A partir do QGBT, o esquema é convertido de TN-C para TN-S. O ponto de aterramento do neutro é único e centralizado (figura 1). A análise das correntes no condutor PE não se refere aos circuitos terminais, mas aos circuitos de distribuição e ao barramento PE do QGBT. 40

EM JANEIRO/FEVEREIRO, 2021

Os técnicos levantam a questão da responsabilidade sobre esta situação: em primeira instância, tanto o projetista quanto o instalador, mas possivelmente também o contratante, que poderia ter ligado cargas não previstas e que causam tais correntes. Para um exame minucioso, o cenário descrito divide-se em duas partes: 1 – Uma discussão geral sobre o tema condutores de proteção em instalações fixas; e 2 – A pesquisa das causas das correntes nos condutores de proteção, medidas em diversos pontos da instalação. O condutor PE de acordo com as normas Na norma VDE 0100 [N. E.: Correspondente à norma ABNT NBR HT Instruments

Em regime normal, o condutor de proteção deve estar livre de corrente. Apenas em caso de falta à terra verificam-se correntes elevadas de curta duração, que devem promover a atuação dos dispositivos de proteção. No entanto, na prática não é raro encontrar correntes relativamente altas no condutor de proteção — mesmo em condições de operação livres de falta. Este artigo apresenta um diagnóstico das possíveis causas.

5410], a função do condutor de proteção, como o nome sugere, é tratada no âmbito das medidas de proteção. A proteção deve consistir em duas medidas independentes, a saber, proteção básica e proteção supletiva (esta última designada proteção contra faltas, na norma alemã); ou, ainda, proteção por isolação dupla ou reforçada. Seleção do condutor PE e correntes admissíveis O condutor de proteção constitui um caminho destinado às correntes de falta. Em contraste com os condutores de fase, não se trata de um condutor vivo. Um requisito específico da norma DIN VDE 0100-540 [1] determina que, em operação livre de falta, o condutor PE não pode ser


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