uma reação negativa a medicamentos(10) é erroneamente avaliada como melhora. Certamente, tal problemática relacionada à prescrição nos pacientes de idade mais avançada torna o tema mais crítico, já que – além dos aspectos peculiares do envelhecimento – a presença de comorbidades e polifarmácia são verdades atuais em nossa prática profissional.
USO DE ANTIDEPRESSIVOS (ISRS) NO IDOSO Nos últimos anos, a gama de antidepressivos disponíveis vem crescendo. A classe dos inibidores da recaptação de serotonina (IRSS) trouxe uma ampliação do uso de antidepressivos, incluindo tratamento das patologias ansiosas tanto em idosos como em mais jovens. Esta classe de medicamentos tem sido vista por muitos clínicos como fármacos de primeira escolha no tratamento da depressão geriátrica, especialmente escitalopram, citalopram e sertralina. Ao planejarmos o tratamento do idoso deprimido, devemos primeiramente excluir doenças que predisponham à depressão (Tabela 1)(11) e medicamentos que possam desencadeá-la (Tabela 2)(11). A exclusão das causas predisponentes se
faz necessária, mas frequentemente não basta para atingir a remissão do episódio depressivo. Antidepressivos, psicoterapia, ou ambos, são geralmente necessários. O tratamento combinado é a primeira escolha na depressão maior do idoso. A escolha de um antidepressivo para idosos é multifatorial, dependendo não somente da eficácia do fármaco, mas de sua segurança, das comorbidades clínicas de cada paciente e da associação com outros fármacos, além do custo da medicação. Outros fatores que influenciam na escolha do antidepressivo incluem a sintomatologia específica de cada patologia e o histórico familiar de uso e de resposta aos antidepressivos. Estes medicamentos mostraram-se mais eficazes do que o placebo na grande maioria dos estudos realizados na população geriátrica. Uma meta-análise da base de dados Cochrane(12) analisou dados de 17 ensaios clínicos randomizados (ECR), que deram origem a mais 45 publicações. As medicações estudadas foram, entre
Tabela 2 Substâncias associadas a síndromes depressivas no idoso:
n Infecção viral n Endocrinopatia – hipo/hiper tireoidismo, hipo/hiper paratireoidismo, Sindrome de Cushing, Sindrome de Addison n Neoplasia – leucemia, linfoma, neoplasia de pâncreas n Doença cerebrovascular – infarto lacunares, AVE, demência vascular n Infarto agudo do miocárdio n Desequilíbrio metabólico – deficiência de vit. B12, desnutrição
n Metildopa n Benzodiazepínicos n Propranolol n Resperina n Esteróides n Agentes antiparkinsonianos n Beta-bloqueadores n Cimetidina n Clonidina n Hidralazina n Estrogênio n Progesterona n Tamoxifeno n Vinblastina n Vincristina n Dextropropoxifeno
Adaptado de: Alexopoulos, GS. Depression in the elderly. Lancet 2005; 365: 1961-1970
Adaptado de: Alexopoulos, GS. Depression in the elderly. Lancet 2005; 365: 1961-1970
Tabela 1 Condições médicas gerais associadas a síndromes depressivas no idoso:
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