Histórias da República - Nuno Simões

ano lect ivo 201 0.11

4

Histórias da

República

um notável

famalicense

João Tomás Bernardino

&

Machado

&Sousa

Fernandes

&Nuno Simões& Narciso Ferreira

da capa ilustração Rafaela Carneiro + Cláudia Silva Didáxis

Riba d’Ave

da

Histórias República4

João Tomás Bernardino

&

Machado

&Sousa

Fernandes

&Nuno Simões& Narciso Ferreira

ano lect ivo 201 0.11

4

Histórias da

República

um notável

famalicense

João Tomás Bernardino

&

Machado

&Sousa

Fernandes

&Nuno Simões& Narciso Ferreira

nota do editor

Esta edição multimédia d’um notável famalicense das “Histórias da República”, ebook concebido com base nos projectos de design gráfico para a web desenvolvidos nas aulas por estudantes do Curso Profissional Técnico de Multimédia da Didáxis de Riba d’Ave, está ilustrada com caricaturas de Nuno Simões criadas com base em imagens que, depois de seleccionadas da Internet, resultaram nas composições gráficas que ilustram uma interpretação pessoal dos seus jovens autores das leituras de textos escritos pelos seus colegas de várias escolas do concelho de Vila Nova de Famalicão.

ficha técnica Título | Histórias

da República_4 // Nuno Simões,

e-book | Didáxis – Cooperativa

um notável famalicense

de Ensino Riba d’Ave

Editor | www.myebook.com Autores | Grupo de Trabalho

Web design | João Mota //

das Bibliotecas de Famalicão

Direcção | António Pires // coordenador interconcelhio RBE Coordenação | Alice Costa // coordenadora da Biblioteca escolar da Didáxis de Riba d´Ave

Internet | Pedro Dinis // professor

professor do Curso Profissional Técnico de Multimédia

Capa, caricaturas e grafismo multimédia | Rafaela Carneiro + Cláudia Silva + Luís Pereira + José Lazera + Bárbara Carvalho // Estudantes da turma 1TM10/13

do Curso Profissional Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos Alojamento online | Estudantes da turma 2TI 09/12

Nuno Simões Escola EB23 Dr. Nuno Simões Texto | Paulo Frederico Gonçalves // Professor Ilustrações | Rafael Fortunato // Professor

Ministro e deputado da 1.ª República Secundária Benjamim Salgado Joana Andrade + Mariana Monteiro + Soraia Novais + Susana Sá // Estudantes da turma 9.C com a colaboração da professora Arminda Ferreira Março 2011

6 alunos

dedicatória

aos nossos que sempre nos ensinam a ver e a agir com o coração, e a todos quantos acreditam que os pequenos gestos nos poderão guiar rumo à aventura

do

r e L Prazer , do

Saber.

e do

«

»

Fénelon

François

7

Se em troca do meu amor à leitura me dessem todos os tronos da Terra, recusaria sem vacilar.

8

«

agradecimentos E porque acreditamos que este é um dos caminhos, torna-se indispensável agradecer àqueles que contribuíram para que este ebook seja uma realidade.

Sem eles, a ideia não passaria de um grupo de vontades ilegíveis em suas páginas.

A todos o nosso reconhecimento.

Alunos e professores das

Benjamim Salgado, Didáxis-

escolas/agrupamentos envolvidos:

Cooperativa de Ensino e Escola

Agrupamento de Escolas

Cooperativa do Vale S. Cosme;

Bernardino Machado, Calendário,

estudantes da turma 1tm 09/13 do

D. Maria II, Gondifelos, Júlio

Curso Profissional Técnico de

Brandão, Pedome, Ribeirão, Vale

Multimédia da Didáxis de Riba

do Este, Escola Secundária Camilo

d’Ave; Biblioteca Municipal de VNF;

Castelo Branco, D. Sancho I, Padre

e Didáxis, Cooperativa de Ensino.

“Histórias da República” não são apenas simples livros de histórias sobre famalicenses. É antes a história de um grupo de pessoas simples que encontrou amigos e vontades, decidiu cruzar ideias, uniu-as e tornou o projecto realidade.

Uma teia de histórias, sobre notáveis famalicenses, todas elas dedicadas ao prazer de ler. Uma tentativa de contribuir para a realidade que dá as mãos à leitura e nos conduz, inevitavelmente, a uma rede de partilhas em que o futuro de cada um se torna o futuro de todos nós.

» O privilégio de viver num mundo em que já tudo foi feito, não nos liberta de tudo fazer. E é urgente.

prefácio Entre escolas e agrupamentos de escola, todos inseridos no concelho de Vila Nova de Famalicão, cada um com a sua realidade, os alunos construíram histórias enriquecidas com caricaturas ilustradas pelos olhos de quem as leu: estudantes do curso Profissional Técnico de Multimédia.

Por tal, as histórias que aqui vamos encontrar foram tecidas no sentido de atenuar a fronteira entre o eu e o nós e abrir caminho para o sucesso e para um mundo sustentável também na leitura e na literacia.

Boas... leituras!

9

É mais um porto da viagem iniciada em 2009 pelas mãos do Grupo de Trabalho das Bibliotecas de Vila Nova de Famalicão.

a

zer ção osé La J + ilustra a ereir ’Ave Luís P xis Riba d Didá

Nuno SIMÕES UMA HISTÓRIA CONTADA PELA MINHA AVÓ SOBRE O MEU TRISAVÔ REPUBLICANO

11

Passei a tarde no sótão mexendo e remexendo em arcas velhas cheias de segredos. Coisas do dia a dia e que se tornaram estranhas.

12 Como a História é engraçada, aquilo que era trivial no início do século passado, no tempo dos pais e dos avós dos meus avós, parece-me na actualidade estranho, excêntrico, curioso.

As roupas, os relógios, os livros, a forma de escrever, os cadernos onde se alinhava uma letra miudinha e perfeita, as fotografias a preto e branco com homens severos e de grandes bigodes e senhoras bonitas de olhos tristes, tudo isto me surpreende e me cativa.

Disse-me para entrar e dei-lhe um grande abraço.

Quem não gostou muito de me ver a descer as escadas cheia de pó e com o vestido sujo foi a avó.

Olhou para mim severamente e em silêncio esperava explicações.

Foi quando lhe falei do sótão e reparei no seu olhar a suavizar-se.

Disse-me para ir falar com o avô ao escritório e falar com ele sobre o que vi.

Lá fui e bati à porta, não muito de força para o caso do avô estar a dormitar. Não estava.

Estava sentado na sua poltrona preferida, mesmo ao pé da chaminé e ligeiramente voltada para a janela de modo a poder apreciar a paisagem plena de árvores casario e outeiros, a perderem-se no horizonte.

Uma vista tipicamente minhota como gostava de dizer muitas vezes enquanto nos contava histórias sobre a terra que amava.

– Trisavô, minha querida. Com que então abriste a arca antiga!

Pensei que estava fechada à chave… – O seu olhar era malicioso enquanto me fitava seriamente. Fiz-me de desentendida.

– Conheceste-o, avô? _ perguntei-lhe.

– Que se passou com a Inglaterra, avô? – Perguntei eu assustada.

– Pensava que era um país nosso amigo.

13

– Avô – comecei eu – quem foi o Dr. Nuno Simões? Encontrei lá em cima fotos e cartas dele para um senhor parecido contigo, imagino que seja o meu bisavô!

– Sim. Ia muito a casa do meu avô. Passavam tardes a conversar.

Foram colegas de curso na Universidade de Coimbra onde estudavam Direito.

Partilhavam ideias, memórias, recordações.

Ambos nasceram nos finais do século XIX, ainda no tempo da Monarquia e eram uns jovens quando se implantou a República a cinco de Outubro de 1910. Tinham ambos dezasseis anos mas nesse tempo, os jovens que tinham oportunidade de frequentar a escola e ir mais longe nos estudos, interessavam-se muito por política.

Viviam-se tempos conturbados, a Monarquia estava desacreditada aos olhos dos Portugueses devido ao vexame que a Inglaterra nos fez passar e às más condições de vida da maior parte da população.

14 – É verdade, mas dessa vez não se portaram nada bem. Depois eu conto-te essa história mais em pormenor. O Dr. Nuno Simões tinha duas grandes ideias: defendia o republicanismo e a aproximação ao Brasil.

Como republicano pertencia à geração republicana em que podemos encontrar igualmente o nosso conterrâneo, Bernardino Machado.

Acreditava que as pessoas deviam ter uma palavra a dizer na escolha do Chefe de Estado, o que não se passa na monarquia, como bem sabes. Foi um importante ministro da República.

– Quem é o Chefe de Estado?

– O Chefe de Estado é a figura do País mais importante. Na Monarquia é o Rei. Na República é o Presidente.

– Entendi. E o Dr. Nuno Simões era ministro de quê, Avô? – perguntei cada vez mais interessada. Gostava tanto de ouvir o avô!

Parecia que recuávamos no tempo quando contava as suas histórias.

– Foi Ministro do Comércio e das Comunicações, entre 1921 e 1925.

Preocupou-se em desenvolver os transportes e as comunicações porque sem que isso acontecesse não podia haver desenvolvimento económico.

Juntamente com nomes importantes da cultura nacional, António Sérgio e Jaime Cortesão, defendeu o lusobrasileirismo.

– De que se trata, avô?

– Ora pensa, minha querida. Luso significa Portugal. Brasileirismo naturalmente que se refere a Brasil.

Quando deixei a sala olhei de soslaio o meu avô. Fixava a janela e dava a impressão de estar perdido em recordações e memórias. Com um sorriso nos lábios.

– Achava que ambos os países deviam estar mais próximos, é isso, avozinho? – alvitrei eu.

– Que aconteceu?

– Fizeram acusações falsas sobre os dois amigos. O Dr Nuno Simões retirou-se e dedicou-se essencialmente à sua profissão de advogado.

Adorava ler e doou o seu espólio bibliográfico à Biblioteca de Famalicão.

Texto | PAULO FREDERICO GONÇALVES

EB23 Dr. Nuno Simões

Olhou para o relógio e disse-me: – Agora vai dizer à tua avó para nos trazer um daqueles deliciosos bolos de chocolate com duas chávenas de chá.

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– Sim. Uma língua comum é um excelente pretexto para se aprofundarem as relações entre os dois países. No entanto, a República era um regime difícil de entender.

As pessoas servem-se da liberdade de muitas maneiras, algumas delas nem sempre boas. E não há República sem Liberdade. No final desse período, tanto o meu avô como o Dr Nuno Simões tiveram muitas decepções.

Nuno

SimĂľes

publican re o d se n ce li a m fa ra u ig F foi deputado e minis da Primeira RepĂşblica

Didáxis

Rib

nismo português stro em três governos

– Mãe, mãe… olha este senhor desta estátua… chama-se Nuno Simões e nasceu em 1894 e faleceu em 1975… Ui! Viveu tantos anos!?

– Sim, Joana!

– Mas olha mãe, quando ele nasceu ainda era um rei que governava Portugal e… em 1910 foi a implantação da República e…

– Sim! – E depois… a seguir não foi quando Salazar governou o nosso país?!

– Sim Joana! E já agora, o que aconteceu depois de Salazar sair do governo?!

– Eu sei, eu sei!

– Diz lá então?!

– Foi a Revolução do 25 de Abril! Acertei?

– Foi sim. Estou a ver que já sabes alguma coisa de História. Muito bem!

Sabes que Nuno Simões viveu numa geração, que mais parece, um «roteiro» da História de Portugal!?

Como disseste e muito bem, Nuno Simões vivenciou os períodos históricos da queda da Monarquia, Implantação da 1ª República, a vigência do Estado Novo e a ditadura salazarista, o colonialismo e, finalmente, já estava este senhor doente e acamado, mas lúcido e sempre atento às noticias do país, assistiu aos primeiros passos da revolução dos cravos.

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ilustração arvalho Bárbara Ca d’Ave

18 – Pois… devia ser muito inteligente este senhor!

Tem aqui uma estátua, na Biblioteca Municipal tem lá uma sala com o nome dele e…

– E mais nada?! Pensa um bocado… num sítio onde passas muitas vezes…!?

– Já sei, já sei! Tem um Infantário e uma escola, aquela amarela, em Calendário… também tem o nome dele. Não é?!

– Exactamente! A escola básica do 2º e 3º ciclo Dr. Nuno Simões, em Calendário, e o Jardim de Infância Dr. Nuno Simões, no Côvelo, também em Calendário.

– Aqui diz que ele é Dr.? Era Dr. de quê, mãe?! Era médico?!

– Não Joana, não era médico, mas teve muitas profissões. Nem imaginas!

– Estudou o quê, então?!

– Ainda pequeno o pai, com o dinheiro que ganhou no Brasil, enviou-o para o LiceuSeminário de Guimarães.

Neste liceu, o Dr. Nuno Simões estava a cargo do tutor/monitor Padre João Maria Soares, mas para que nada de mal lhe acontecesse estava sempre a escrever ao pai que intercedesse junto de personalidades de relevo social de Famalicão e, como tal, pedia-lhe que o orientasse na vida estudantil, social e cultural do liceu. Mas também pedia ao pai para lhe enviar dinheiro e prendas para oferecer a algumas pessoas importantes...

– Humm…Ele era reguila! E sabes quem era o pai de Nuno Simões?

– E depois, casou lá no Brasil?! E quantos irmãos tinham o Dr. Nuno? Onde é que ele nasceu!?

– Hei! era mesmo inteligente o Dr. Nuno Simões!

– Está bem.. mas depois de ter estudado em Guimarães foi estudar para onde?!

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– Sei. Era Domingos da Costa Simões, que como muitos portugueses do seu tempo, emigrou para o Brasil, com 11 anos de idade, para o Rio de Janeiro e era comerciante…

– O sr. Domingos casou com a D. Maria Theresa e viviam da agricultura na freguesia de Vale de S. Cosme, do nosso concelho e depois compraram uma casa na freguesia do Calendário… aliás o pai do Dr. Nuno Simões ensinou muitos meninos a ler e a escrever quando não havia escola em Calendário e ainda ofereceu dinheiro para construir a cantina da escola do 1º Ciclo, de Fontelo, em Calendário.

– Foi para o Liceu Rodrigues de Freitas, no Porto, frequentar o Curso de Letras e, é lá que faz amizade com Artur Cupertino Miranda, que também era de cá, de Famalicão… tinha 15 anos… e com esta idade, assume a redacção do Jornal quinzenal de letras portuense, «A Lyra», faz as provas de exame do 6º e 7º anos, do curso de Letras e também do Curso de Ciências Económicas…

20 – Sim, sim… com 16 anos vai estudar Direito para Coimbra, em 1910 e, imagina, não só estudava como também dava explicações para ganhar dinheiro para pagar os exames e fazer a sua vida.

Costumava escrever ao pai a contar-lhe toda a sua vida, o dinheiro que gastava e que nunca chegava até ao fim do mês, as notas que tirava na universidade, que eram sempre as melhores da turma e, também, as amizades que tinha efectuado por lá.

– Amizades!? Era amigo de quem na Universidade?!

– Era amigo de muitas pessoas que depois de estudarem se vão tornar pessoas importantes na política e na sociedade. Por exemplo, vai ser amigo de Salazar, do futuro cardeal Cerejeira, e muitos outros que agora não me recordo…

Em Coimbra, vai escrever artigos para alguns jornais, como por exemplo para o «Diário de Coimbra» e vai dar início à campanha publicista em defesa do LusoBrasileirismo, não fosse ele, filho de um emigrante «brasileiro»!

– E em Famalicão, não tinha amigos?

– Tinha, era amigo do Senador Joaquim de Sousa Fernandes, que era o líder do partido Republicano, cá em Famalicão, e aliás, é a ele, que Nuno Simões vai pedir apoio para se integrar na política e no Partido Republicano Português e fazer uma conferência política, na freguesia de Calendário, para publicitar a ideologia política republicana; também foi a Sousa Fernandes que Nuno Simões vai pedir que proponha o seu nome para Subdelegado da República para a comarca de Famalicão.

– E conseguiu?!

– Claro que sim! Eram amigos! Também vai ser através de Sousa Fernandes que Nuno Simões, vai pedir que o incluam como 2.º Secretário da Legação do Porto no Brasil, já que por essa altura estava com receio que fosse chamado para o Serviço Militar! Em 1914, vai abrir o seu escritório de advocacia cá em Famalicão e escrevia também para alguns jornais famalicenses, por exemplo para…

– Eram! Nuno Simões também escrevia para o Jornal «O Provir» que era dirigido também pelo Sousa Fernandes; também escrevia para «O Povo Famalicense», para o jornal «O Famalicense», para o «Estrela do Minho», e muitos mais. O Dr. Nuno Simões não só foi advogado, mas também jornalista!

– Eram mesmo amigos os dois!

– E só tinha esses amigos?!

– Olha Joana, o Dr. Nuno Simões era amigo do Dr. Bernardino Machado, que depois vai ser Presidente da República de Portugal, e que aliás o considerava como irmão… Ah, o pai de Bernardino Machado, o Barão de Joane, tinha protegido Nuno Simões quando estudara em Guimarães e as relações familiares entre estas duas famílias eram bastante íntimas, desde o tempo que os pais eram emigrantes no Brasil!

– Não, ele tinha amigos por todo o lado, até no Brasil!

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– Aí sim?!

22 Aliás, Nuno Simões vai escrever uma carta ao Dr. Bernardino Machado, que na altura Presidente do Conselho de Ministros do Interior, em Lisboa, para que o incluam na lista de pretendentes ao lugar de cônsul no Brasil… uma vez que já defendia o ideário do Luso-Brasileirismo!

– Então ele andava sempre a pedir favores aos amigos!

Era assim que se conseguia os cargos importantes?!

– Neste tempo era…

Joana, mas… o Dr. Nuno Simões também era muito ambicioso e sempre foi bom aluno e ajudou também os seus amigos.

– E foi só advogado, político e jornalista em Jornais de Famalicão?!

– Não, o Dr. Nuno Simões foi jornalista em vários jornais e revistas nacionais, mas também internacionais, principalmente no Brasil. Vai fundar o jornal «A Pátria» do qual vai ser o director em 1924 e a partir do qual publicita o LusoBrasileirismo; vai colaborar na revista «Rajada», na «Seara Nova» e em muitos outros que eram importantes na época…

– E na política? Era do Partido Republicano e…

– Vai ser Governador Civil, em Vila Real, em 1915, por influência do seu amigo Sousa Fernandes e também com o apoio de Nicolau de Mesquita, pai de um dos seus amigos de Coimbra, Nicolau Mesquita filho… mas assumiu este cargo e tratou de muitos problemas que afectavam essa região trasmontana, e impulsionou o desenvolvimento económico, político, cultural e social destas terras, como por exemplo solucionou a falta de vias-férreas em algumas localidades transmontanas, vai defender o regionalismo;

também foi deputado e ministro, por três vezes, nos quarenta e cinco governos formados durante a 1ª República!

– Foi pela 1ª vez ministro tinha 26 anos, ainda era novinho! Foi ministro do Comércio e das Comunicações entre os anos de 1921 e 1925… ah, em 1917, deixa de ser governador civil porque foi nomeado para a Secretaria do Supremo Tribunal Administrativo em Lisboa…

– Estou a ver que o Dr. Nuno Simões tinha objectivos de vida… ele era uma pessoa inteligente importante, influente…

– Preso?! Porquê? Que fez ele?!

– Não fez nada, acusaram-no injustamente … mas em casa eu explico-te…

– Hui mãe! que confusão… vamos embora que tenho fome… em casa tens de me explicar isso do LusoBrasileirismo e porque foi preso e … quero saber tudo sobre a vida dele… !

Texto | JOANA ANDRADE e

– Espera… há pouco falaste em ideário LusoBrasileiro… que é isso?!

Que palavrão! É um partido político?!

da turma 9.D com a colaboração da professora ARMINDA FERREIRA Escola Secudária Padre Benjamim Salgado MARIANA MONTEIRO

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– Ministro?! Ministro de quê?

– Foi tão importante e influente na época que não se calava quando sentia que algo estava errado. Escrevia logo artigos para os jornais para chamar atenção do país… tanto que vai ser acusado e preso…

– Não filha! O LusoBrasileirismo era um ideário, um conjunto de ideias que tinham como intenção a aproximação política, económica e cultural entre Portugal e o Brasil, baseado e firmado na língua, na história, tradições, usos, costumes e na raça de dois povos separados pelo Oceano Atlântico…

ilustração o | professor Rafael Fortunat o Simões EB23

Dr. Nun

ilustração Rafael Fortunato | professor EB23

Dr. Nuno Simões

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