ANTRO POSITIVO ED. 09

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coisas, mas em um novo caminho/modo/jeito).

de um projeto no mesmo Natural History Museum.

Àquela noite era a segunda do Festival e da

A Cia foi convidada para “dar mais ação e movi-

Non Nova. No dia anterior, tratei de reunir no-

mento” ao museu. Desafio um tanto contundente

tícias sobre o assunto. O espetáculo nasceu

e provocador. Como representar movimento em

de uma pesquisa sobre a relação com elemen-

um lugar cheio de estátuas de animais, esqueletos

tos naturais – água, gelo, vapor e vento – e em

intocáveis e objetos frágeis? Segundo a diretora

“Vortex”, sacolinhas plásticas, acionadas por

do grupo, não era permitido tocar nos objetos. O

ventiladores, ganhavam vida e movimento no

que fazer, então? Nada. O projeto não vingou. No

palco. A maioria dos jornais começava seus

entanto, foi nessa natureza de formol e tropeçan-

textos com “Como a Non Nova faz aquilo?”.

do em proibições eternas que “Vortex” nasceu. No

Engoli mais essa questão e entrei na sala do espe-

local em que a brisa de um ventilador podia dissol-

táculo. Palco redondo, rodeado por ventiladores, e

ver bilhões de anos, a Non Nova concebeu a peça.

um sujeito encapuzado no centro. “O que ver? O que

De volta a sala do espetáculo, o sujeito encapuza-

ver? O que ver?” A tríplice pergunta me perseguia.

do recortava pedaços de sacolas plásticas e gru-

A criação de “Vortex” começou em 2008 a partir

dava-os com fita adesiva. Em instantes, formou


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