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coisas, mas em um novo caminho/modo/jeito).
de um projeto no mesmo Natural History Museum.
Àquela noite era a segunda do Festival e da
A Cia foi convidada para “dar mais ação e movi-
Non Nova. No dia anterior, tratei de reunir no-
mento” ao museu. Desafio um tanto contundente
tícias sobre o assunto. O espetáculo nasceu
e provocador. Como representar movimento em
de uma pesquisa sobre a relação com elemen-
um lugar cheio de estátuas de animais, esqueletos
tos naturais – água, gelo, vapor e vento – e em
intocáveis e objetos frágeis? Segundo a diretora
“Vortex”, sacolinhas plásticas, acionadas por
do grupo, não era permitido tocar nos objetos. O
ventiladores, ganhavam vida e movimento no
que fazer, então? Nada. O projeto não vingou. No
palco. A maioria dos jornais começava seus
entanto, foi nessa natureza de formol e tropeçan-
textos com “Como a Non Nova faz aquilo?”.
do em proibições eternas que “Vortex” nasceu. No
Engoli mais essa questão e entrei na sala do espe-
local em que a brisa de um ventilador podia dissol-
táculo. Palco redondo, rodeado por ventiladores, e
ver bilhões de anos, a Non Nova concebeu a peça.
um sujeito encapuzado no centro. “O que ver? O que
De volta a sala do espetáculo, o sujeito encapuza-
ver? O que ver?” A tríplice pergunta me perseguia.
do recortava pedaços de sacolas plásticas e gru-
A criação de “Vortex” começou em 2008 a partir
dava-os com fita adesiva. Em instantes, formou