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O embuste

Florêncio Plácido de Almeida Presidente da Direcção

Caros companheiros, hoje, começo este meu artigo, por vos citar um antigo e bem conhecido provérbio popular português, que todos bem conhecem: “A VERDADE É COMO O AZEITE, VEM SEMPRE AO DE CIMA”.

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Vem isto a propósito do escândalo mundial que está a ser, a divulgação da estratégia infame e mafiosa que a multinacional Uber usou para atingir os seus objetivos expansionistas a nível global.

Talvez por se sentir despeitado, por algum motivo que não ousou revelar, ou até por remorsos pelo mal que fez, pelo comportamento que adotou, o Sr. MarK McGann ex-executivo da Uber que entre 2014 e 2016 supervisionou a estratégia desta empresa em mais de 40 países, desde a Europa ao Médio Oriente, resolveu tornar públicos 124 mil documentos ao entregar estes a um consórcio internacional de jornalistas de investigação, que não são mais do que provas inequívocas de uma estratégia mafiosa onde o incitamento à violência, a evasão fiscal, a violação das leis, nomeadamente das decisões dos tribunais, a concorrência desleal, utilizando a técnica do dumping, a espionagem à vida privada das pessoas que tivessem a coragem de os afrontar nos seus objetivos, o desligar dos seus sistemas informáticos para evitar eventuais fiscalizações das autoridades, o trafico de influências junto da classe política, e aqui não pensemos que eles se ficaram pela arraia miúda pois entre estes estavam governos e seus ministros, bem como, primeiros ministros e presidentes .

Destes, destaco nomes como Joe Biden, atual presidente da Estados Unidos, Emmanuel Macron, presidente francês e na altura ministro da economia, Olaf Sholz, hoje chanceler alemão e ex-presidente da câmara de Hamburgo, e também a ex-comissária europeia Neelie Kroes, que descaradamente após deixar este cargo em novembro de 2014, solicitou autorização ao parlamento europeu para poder trabalhar como consultora renumerada na Uber, não tendo observado sequer o período de transição de dezoito meses a que a lei a obrigava .

Enfim, é mau de mais para tudo isto ser verdade, e pessoalmente acredito que a procissão ainda vai no adro, pois muito provavelmente a acreditar no que vi e ouvi em primeira mão na televisão espanhola, factos mais gravosos estarão para vir a público. Esperemos para ver.

Já quanto a Portugal, a meu ver, esta famigerada plataforma digital teve duas estratégias.

Uma, contra a Antral propriamente dita, pois esta teve a coragem de intentar uma providência cautelar contra este gigante digital, à qual os tribunais por três vezes nos deram por sentença, razão.

Todas estas sentenças obrigavam a Uber a parar, e aos demais organismos da administração pública a tomarem medidas tendo em vista este fim, contudo, esta plataforma estranhamente, nunca parou, o que veio a despoletar uma série de ações de rua, onde os nossos profissionais foram sistematicamente desafiados por agentes provocadores, pois o Sr Travis Kalanick sabia que a tomada de uma postura agressiva por parte dos seus motoristas, iria desencadear episódios de violência, e que estes ao vitimizarem-se, garantiriam o sucesso da manipulação da opinião pública a favor deles.

Enfim, tudo isto foi um circo ao qual nós assistimos e onde os nossos decisores pela sua inoperância, vá-se lá saber porquê, fizeram o papel de arlequins.

A outra foi dirigida à minha pessoa e aos meus familiares diretos.

Foi assim, e hoje é felizmente público, que o CEO desta empresa à data para Portugal, Rui Bento, para deteriorar a minha imagem enquanto presidente da nossa associação, sugeriu uma colagem destes episódios entre motoristas à minha pessoa, elencando-me como o grande instigador desta violência.

A esta sugestão, respondeu o Sr. Yuri Fernandez, gestor de comunicação da Uber com outra coisa bem mais gravosa.

Assim, este propôs que se investigasse todo o meu passado, para segundo ele e passo a citar: “Para ver, se temos alguma coisa “sexy” para os mídia”.

Eram, e foram maquiavélicos os propósitos da Uber, e assim, após uma devassa a toda a minha vida empresarial, vi-me subitamente coroado como o Rei dos Táxis, pese embora o facto de existirem neste país industriais transportadores em táxi com muitas mais viaturas do que a minha pessoa.

Outra ação, foi a profusão do boato, de que eu e os meus familiares mais próximos eramos proprietários de inúmeros veículos da Uber.

Estes factos fizeram as delícias dos meus opositores, que os utilizaram como armas de arremesso, no intuito de me desmoralizar nas minhas convicções.

Enganaram-se, quer uns quer outros, pois posso-vos afirmar que hoje, ainda estou mais forte nos meus ideais, bem como, nas minhas convicções.

Tudo isto que veio a público, só vem comprovar de que fomos ludibriados por gente que connosco negociou, mas dos quais nunca saberemos os verdadeiros interesses que os moviam.

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