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Novo Ano; Velhos Anseios
from Revista ANTRAL 205
by Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros
José Monteiro
É normal sempre que um ano termina e um outro se inicia nós fazermos uma pequena retrospetiva sobre tudo o que de bom e de mau teve o ano que finda e simultaneamente elencarmos as nossas vontades e desejos que gostaríamos de ver concretizadas naquele que se inicia.
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Eu pessoalmente não sou exceção, e por isso mesmo, da análise que fiz do ano transato destaco pela negativa a quebra acentuada dos serviços prestados pelo nosso setor de transportadores rodoviários, embora que, esta quebra não se tenha feito sentir de forma homogénia em todo o território nacional, a asfixia financeira para que muitas das nossas empresas foram atiradas, fruto do brutal agravamento dos nossos custos de exploração nomeadamente, dos combustíveis que não param de subir, dos seguros que continuam a agravar os seus preços, pese o facto de os táxis fazerem cada vez menos Kms do valor da mão de obra utilizada na manutenção das nossas viaturas táxis, pois o valor desta, não depende de nenhuma negociação com os organismos estatais mas sim de uma decisão unilateral do prestador do serviço , por último a incomportável carga burocrática e de obrigações sem precedentes com que nos sobrecarregam ,como se fossemos grandes empresas
Particularmente grave foi a crise sanitária que nos atingiu nos primeiros quatro meses de 2020 e que pelo elevado índice de mortalidade e pelo sofrimento causado a todos nos deixou aterrorizados.
Enfim, não foi um ano fácil, e por isso mesmo , não deixa saudades .
Pela positiva , somente tenho a destacar que felizmente esta pandemia não me atingiu pessoalmente, nem a mim, nem aos meus familiares diretos, embora todos tenhamos sofrido e compartilhado a dor, que atingiu alguns daqueles que fazem parte dos nossos grupos de amigos.
Já quanto ao Novo Ano , é evidente que todos temos fortes expectativas, sempre na esperança de que o Futuro, seja bem melhor que o Passado.
Assim, e em primeiro lugar, façamos votos que esta pandemia que nos assola acabe , para que , nós possamos viver a Vida em toda a sua plenitude com a tranquilidade do passado, sem medo de beijar ,abraçar, cumprimentar e conviver . Afinal eramos todos livres e felizes mas não tínhamos esses factos em devida conta.
Depois e porque estamos a viver um período de forte instabilidade politica esperemos e façamos votos para que os próximos decisores que nos vierem a tutelar e nomeados pelo governo que for democraticamente eleito este janeiro, sejam detentores de uma clarividência e conhecimentos quanto bastem para tomar medidas dinamizadoras que projetem o táxi como um verdadeiro transporte público, acessível a toda a população em geral, sejam eles os mais ricos e poderosos, ou os mais fracos e desfavorecidos. Estamos cá por todos, e para todos.
Neste contexto, esperemos que os contingentes intermunicipais sejam uma realidade iminente que nos venha a permitir concorrer em pé de igualdade no modus operandi com as plataformas digitais, que o transporte a pedido e flexível seja incrementado nomeadamente em zonas de baixa densidade populacional como forma de oferecer as populações destas zonas mais desfavorecidas um transporte publico acessível e de qualidade com custos partilhados, que a carga horária da formação inicial dos profissionais de táxi seja reduzida como forma de incentivar os candidatos a enveredar por esta profissão.
Saliento que noutras áreas estas cargas horarias variam entre as trinta e cinco e as cinquenta horas. Estou a falar do transporte coletivo de crianças, dos tripulantes de ambulância de transporte ou dos condutores dos TVDE.
Formulemos também votos que o bom senso impere de molde a que a idade de máxima de dez anos a partir da primeira matrícula tal como prevê a portaria nº 294/2018 venha as ser revogada pois a diminuição do volume dos nossos serviços prestados a isso aconselha.
Façamos votos que o transporte dos utentes do Serviço Nacional de Saúde possa ser efetuado embora que parcialmente por táxis para que estes possam resistir e subsistir enquanto transporte público ao serviço das populações.
Mais poderia eu enumerar das justas aspirações do nosso setor, contudo vou terminar este meu artigo desejando a todos um Bom Ano e que a coragem não vos falte faltar para enfrentar qualquer desafio vos apoquente.
SAUDAÇÕES ASSOCIATIVAS