Liga Revelação 1819 - Fase Regular

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SÍNTESE Uma apreciação ao conceito e uma resenha daquilo que foi a primeira fase da Liga Revelação sub-23 2018/19, a nova coqueluche da FPF, números e dados, futebolistas utilizados, vantagens e desvantagens, análise a cada clube de entre os 14 que aceitaram integrar esta edição inaugural da competição.

António Valente Cardoso

EM BUSCA DE UM LUGAR AO SOL Jovens Promessas do Futebol Português a Revelar


Índice 1.

Introdução ....................................................................................................................... 3

2.

Mudanças Técnicas ......................................................................................................... 6

3.

Um Mundo de Nacionalidades ....................................................................................... 9

4.

Média de Idades............................................................................................................ 12

5.

Tabela ............................................................................................................................ 14

6.

Origens e Geografia Nacional ...................................................................................... 18

7.

Clubes Formadores ....................................................................................................... 21

8.

Equipas .......................................................................................................................... 27 8.1 Rio Ave ........................................................................................................................ 27 8.2

Estoril-Praia SAD.................................................................................................... 30

8.3 Sporting CP ................................................................................................................. 32 8.4

Aves ........................................................................................................................ 36

8.5 Benfica ........................................................................................................................ 39 8.6 Sporting Braga............................................................................................................ 41 8.7 Vitória Sport Clube ..................................................................................................... 44 8.8 Vitória Futebol Clube.................................................................................................. 47 8.9 Marítimo ...................................................................................................................... 49 8.10 Belenenses SAD........................................................................................................ 51 8.11 Académica Coimbra ................................................................................................. 53 8.12 Portimonense............................................................................................................ 55 8.13 Feirense..................................................................................................................... 57 8.14 Cova da Piedade ....................................................................................................... 59 9

Directório de Encontros ................................................................................................ 61 Jornada 1 ........................................................................................................................ 61 Jornada 2 ........................................................................................................................ 61 Jornada 3 ........................................................................................................................ 62 Jornada 4 ........................................................................................................................ 62 Jornada 5 ........................................................................................................................ 63 Jornada 6 ........................................................................................................................ 63 Jornada 7 ........................................................................................................................ 63 Jornada 8 ........................................................................................................................ 64 Jornada 9 ........................................................................................................................ 64 Jornada 10 ...................................................................................................................... 64

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Jornada 11 ...................................................................................................................... 65 Jornada 12 ...................................................................................................................... 65 Jornada 13 ...................................................................................................................... 65 Jornada 14 ...................................................................................................................... 66 Jornada 15 ...................................................................................................................... 66 Jornada 16 ...................................................................................................................... 67 Jornada 17 ...................................................................................................................... 67 Jornada 18 ...................................................................................................................... 67 Jornada 19 ...................................................................................................................... 67 Jornada 20 ...................................................................................................................... 68 Jornada 21 ...................................................................................................................... 68 Jornada 22 ...................................................................................................................... 68 Jornada 23 ...................................................................................................................... 69 Jornada 24 ...................................................................................................................... 69 Jornada 25 ...................................................................................................................... 69 Jornada 26 ...................................................................................................................... 70 10

Taça Revelação ......................................................................................................... 71

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Estrelas da Revelação – 14 em XI ........................................................................... 73

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1. Introdução A Liga Revelação sub-23 tem sido promovida como de gala, mas os seus efeitos apenas a médio prazo se perceberão. A edição inaugural desta competição sucede à falhada Liga Intercalar, às três tentativas de introdução de equipas ‘B’ na pirâmide futebolística portuguesa e aos antigos campeonatos de reservas, copiando o modelo inglês que, na sua essência e propósito, tem falhado redondamente. Qualquer análise realizada à liga inglesa – Premier League 2 – facilmente detecta que os jovens lançados nas equipas principais saltam directamente dos escalões de formação, sub18, sub16, sem passagem, ou com escassa nota, nessa prova, sendo de relembrar como o fizemos já em diversas ocasiões que esta renomeada competição apenas existe face à rejeição dos clubes da Football League e da Conference de integração de equipas ‘B’ nos vários escalões ingleses, ou seja, é uma mera solução de recurso face ao primeiro propósito e que não tem resultado na promoção dos jovens aos planteis principais. Outros países com campeonatos de reservas têm passado pelo mesmo problema, Bélgica, Holanda – onde esse campeonato já se emparelha com equipas ‘B’ espalhadas pelos escalões secundários, Ucrânia, onde o maior sucesso surge igualmente nos emblemas que possuem ‘B’ integradas nos campeonatos federativos, assim como Rússia. Independentemente do sucesso formal, da falta de apoio federativo às competições alargadas e de uma ideia construída de forma ampla, sustentada e estrutural, para o universo de desenvolvimento dos jovens aspirantes a futebolistas, onde se deveria incluir o que se observa em muitas outras ligas, os clubes da principal liga profissional estarem obrigados a possuírem uma academia, um número de campos mínimo, uma equipa ‘B’ integrada na pirâmide competitiva, esta Liga Revelação tem proporcionado momentos engraçados, excelentes espaços de brilho individual, algumas performances individuais de nota, muitos golos, é uma boa promoção, desde que analisada no seu próprio contexto competitivo, ou seja, um escalão sénior ‘protegido’, formativo. É inevitável abordar a questão dos vários elementos que alinhavam no Campeonato de Portugal e foram recrutados pelos clubes das ligas profissionais que alinham nesta Liga Revelação, ou já faziam parte dos seus quadros e encontravam-se cedidos, ficando ainda por compreender se há uma evolução competitiva, algo sobre o qual temos muitas dúvidas, sabendo-se que para os futebolistas houve um acréscimo financeiro expectável, em muitos casos relativamente curto, porém uma regressão competitiva pois não se vislumbra uma passagem séria para o plantel principal. Num país que continua afogado em dívidas e onde o futebol profissional sobrevive, consta, de forma muito artificial, também por falta de evolução na 3


gestão, marketing e publicidade, fica também em aberto a real capacidade de possuir um quadro profissional superior a 50 futebolistas, sendo que vários dos clubes presentes têm equipa ‘B’ e formação sub23, sendo simples – e comparável, como acima notamos – compreender que funcionaria melhor ter equipa ‘B’ em quadro piramidal competitivo sénior absoluto, preferencialmente em Nacional – a extinção da III Divisão e diminuição do número de clubes no Campeonato de Portugal gorou essa possibilidade, e uma equipa ‘C’ igualmente em quadro competitivo sénior absoluto, porventura em Distrital, possibilitando mais cedo o calo sénior aos jovens da formação ou a jovens aspirantes oriundos da Lusofonia ou de outros países no mundo, como sucede em Espanha, em França ou na Alemanha. Mas também em países de menor fulgor mediático como Suíça, Áustria, Croácia, Sérvia, Roménia, República Checa, Polónia, entre outros, seja pelo formato ‘B’ mais ‘puro’, seja através de associações de ‘satélite’ (FC Liefering para o Red Bull Salzburgo, como melhor exemplo), se nota uma maior aposta em jovens formados localmente, entendendo-se este como no seu real conceito e não no adoptado pela FPF, que toma o localmente por todo o nacionalmente, o localmente na versão FIFA/UEFA concerne ao próprio clube, sendo comum a partir dos 15 anos, na versão formativa, andarem os melhores, de maior potencial, nos escalões superiores e na equipa ‘B’, chegando por isso à equipa principal ‘calejados’ no futebol sénior aos 16, 17, 18 anos, por essas passagens ‘B’, como esperado, pois é esse o intuito de uma equipa ‘B’, formar para a equipa principal ou para transferir com encaixe, imediato, a médio prazo, com peso em passe, percentagens em futuras transferências, não para arrastar e atrasar processos evolutivos já provados errados, duas temporadas é o tempo máximo ideal para um jovem na ‘B’, uma de adaptação, uma de afirmação, mais do que isso já é regressão competitiva para o próprio e fecho de processo evolutivo no canal de acesso da pirâmide de cada academia. A proibição da equipas formativas nas ligas profissionais prova-se certa, França e Alemanha são o exemplo máximo disso mesmo, pois são dos países com melhor formação e que muitos jovens formados localmente colocam nas equipas principais, ainda que os germânicos tenham revisto a ‘Amateure’ (equipa ‘B’, obrigatoriamente amadora, com contratos de formação ou estágio, como em França), deixando esta de ser obrigatória para os clubes profissionais, o que levou alguns a extingui-las por não lhes verem real potencial – Bayer Leverkusen ou Eintracht Frankfurt chegaram à conclusão de que os jovens de maior potencial saltam habitualmente directos dos sub17 ou sub19 para o plantel principal e os que andam pela ‘Amateure’ raramente se afirmam na primeira equipa – economicistas e racionais, terminaram com as formações secundárias, pois não há artificialidades, os saldos dos clubes na Alemanha – e na maioria da Europa – têm de ser positivos a cada ano fiscal. A FPF antecipava uma maior adesão, tal assim era que já divisava duas divisões e modelo de subida-descida, porém vários clubes souberam fazer contas e, apesar dos apoios federativos, compreenderam que o gasto não compensaria o 4


investimento. O melhor exemplo disso foi o Grupo Desportivo Chaves, cuja equipa ‘B’, com protocolo de satélite, está integrada no clube enquanto a equipa profissional faz parte da SAD, se sagrou campeã distrital vilarrealense e obteve a promoção ao Campeonato de Portugal, sendo essa participação – no que a despesas totais – menos custosa e tendo os futebolistas ali um maior calo competitivo, comparativamente com uma prova de escalão protegido. Já a SAD do Estoril-Praia, apesar de ter um modelo idêntico ao do Chaves, com a ‘B’ a fazer parte do clube e não da SAD, optou por entrar, como o Cova da Piedade, o Rio Ave, o Marítimo, o Vitória Sport Clube, o Sporting Braga e o Benfica, todos com equipas ‘B’, os dois primeiros nos respectivos distritais, a formação madeirense no Campeonato de Portugal, os três restantes na LedmanLigaPro, todos a contarem com equipas ‘B’ e a aceitarem o repto federativo sem findarem o ciclo ‘B’. O Sporting CP extinguiu a equipa ‘B’, o Vitória FC chegou a possuir na segunda entrada das ‘B’, o Aves também extinguiu o seu projecto após um ou dois anos face à não subida ao Campeonato de Portugal, enquanto Os Belenenses SAD está em conflito com o CF Os Belenenses, que activou uma formação associada ao clube, em ligação à SAD, enquanto a questão da Académica/OAF, que deveria estar sempre associada à Académica e ao clube da ‘Briosa’, porém aparentemente é mais um emblema ‘duplo’ sem ligação, não parecendo existir efectiva comunicação entre o clube que alinha no distrital coimbrão e a equipa da LedmanLigaPro.

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2. Mudanças Técnicas Não existiram muitas alterações técnicas, todavia esperar-se-ia que nem acontecessem, ou fossem diminutas, apenas por clara falta de comunicação/habilidade para a função ou por melhor proposta laboral, entendendo-se que um técnico a orientar uma equipa de sub-23 aspirará a treinar equipas seniores profissionais ou semiprofissionais. Em 14 equipas ocorreram seis alterações de treinadores e mais de metade dos intervenientes nos bancos tiveram o debute enquanto técnicos principais de equipas seniores de futebol, sendo que Tiago Conde, o comandante do Feirense, já havia tido uma experiência como treinador principal, porém na Guiné-Bissau, ao leme do Fidjus di Bideras, sendo curioso que, face à ligação africana da SAD ‘fogaceira’, detida na maioria por um nigeriano, não tenham chegado também alguns jovens guineenses para se juntarem à ‘colónia’ nigeriana que alinhou e se mostrou nesta formação, alguns deles a parecerem ter potencial para o plantel principal, na senda de Etebo, que assegurou à SAD um encaixe recorde quando saiu para o Stoke City. Lucas Góes iniciou os trabalhos no Estoril-Praia, porém saiu mal arrancou a prova, substituído por Alexandre Santos, ele próprio a abandonar a Amoreira à 17ª jornada para integrar a remodelada equipa formativa em Alcochete, assumindo os sub-23 do Sporting CP. Em Guimarães ficou a curiosidade da nomeação para os sub-23 ser um homónimo do técnico principal, também Luís Castro, que coordenava os escalões de formação vitorianos. Se os gabinetes técnicos foram solicitados para assumir funções, também exprofissionais e internacionais, como no restante futebol, ganharam relevo no papel de treinadores principais. O criativo Neca assumiu os sub-23 do ‘seu’ Belenenses, ainda que da SAD, Boa Morte esteve no Portimonense até ser convidado para integrar um projecto em Israel, Lima começou no Sporting CP, retornando entretanto aos sub-19 leoninos, o antigo central Filó foi o primeiro escolhido no Aves, substituído também cedo no campeonato por um homem com muitas épocas de relvado nos tirsenses, Leandro Pires, enquanto os moçambicanos Chiquinho Conde (Vitória Setúbal) e Dário (Académica) pegaram nas formações dos clubes com os quais têm uma relação muito próxima, referências dos mesmos enquanto futebolistas. O antigo avançado sadino Aparício foi chamado para tomar conta dos sub-23 do Cova da Piedade, tornando-se no mais veterano do quadro técnico. Tiago Conde do Feirense foi o mais jovem, curiosamente os dois emblemas que fecharam a classificação da fase regular, 60 anos de Aparício para 33 de Conde, numa média de idades absoluta de 43,44 em 20 técnicos referenciados.

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A grande alteração foi fraternal. O Benfica liderava de forma confortável e parecia ter a competição completamente na mão quando João Tralhão deixou o clube para se unir ao colega de curso UEFA Pro Thierry Henry na substituição de Leonardo Jardim no Mónaco. Falhou toda a equipa técnica substituta no principado, não sabemos as razões, apenas que ficou claramente aquém do esperado face ao plantel à disposição, e o seu irmão, Luís Tralhão, adjunto, assumiu o comando dos ‘encarnados’, tinha a equipa seis triunfos e três empates, para acumular sete vitórias, cinco empates e cinco desaires, caindo de líder até ao 5.º lugar. O triunfo na fase regular foi conquistado pelo Rio Ave, algo que deveria ser amplamente divulgado e devidamente premiado – tinha-o sido bem mais mediatizado caso tivesse sido conquistado pelos dois, ditos, grandes de Lisboa, todavia isso é um problema, um vírus, uma doença de que padecem os media portugueses, que subestimam as competições, ignoram-nas mesmo, salvo para as associarem ao triunfo ou derrota de três clubes. Pedro Cunha é um rosto que poucos conhecerão fora do eixo ‘navegador’ rioavista, mas é seu o mérito da conquista desta fase regular, sendo de sublinhar, claro, a bela matéria-prima de que dispõe, vários dos elementos – para nós – tinham lugar num plantel principal que ainda no mercado de inverno trouxe meia dúzia de novidades, reprovando o clube na avaliação sobre a sua pirâmide competitiva, cada um desses novos recrutas, que acrescem aos chegados no Verão, é uma facada no sonho dos diversos jovens de qualidade que povoam os Arcos, Rafa Miranda, Jaime Pinto, Vitó – que foi dos poucos a chegar à equipa principal nesta temporada, Tiago André, Diogo Bianchi, Carlos Alves… A valia do trabalho de Pedro Cunha é tão maior quanto conseguir que estes valores cheguem e se fixem na equipa principal, sejam dos sub-23, sejam da ‘B’, sejam dos sub-19 ou sub-17, há que destacar o feito, mas igualmente relembrar o propósito de todas as equipas de apoio a um plantel profissional de futebol. As duas alterações técnicas no António Coimbra da Mota não abalaram o plantel, quase todo contratado para esta nova equipa, que cresceu a cada mudança e finda na vice-liderança da prova, orientado agora por Rui Santos, que havia coadjuvado Miguel Cardoso no Nantes depois de perto de uma década, em vários países, como parte da equipa de Domingos Paciência e de um regresso à sua Braga natal para trabalhar na formação dos ‘Gverreiros do Minho’. Foram sete vitórias e dois empates para guindar o Estoril-Praia para a zona de disputa do título e atingir mesmo a vice-liderança no fecho da fase regular. Mais um debutante como treinador principal sénior a dar cartas e a piscar o olho a outros voos. José Pedro Jacinto chegou à Madeira aos 30 anos para integrar a equipa técnica do União Madeira, deixando a ‘Princesa do Lima’ e o Vianense, em 2009 passou para os sub-19 do Nacional Madeira e na época passada assumiu os juniores do

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Marítimo, assumindo a pasta sub-23 para 2018/19 numa equipa que ocupou, na estrutura ‘verde-rubra’, o lugar que estava atribuído à equipa ‘C’. Também na vertente das equipas técnicas, esta Liga Revelação é uma oportunidade de afirmação, de apresentação de credenciais, pelo menos a nível interno, ainda que só no futuro se verá a validade, a mais-valia destas estreias na carreira destes treinadores, pelo menos dos que aspiram efectivamente em fazer carreira no futebol profissional e não na formação.

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3. Um Mundo de Nacionalidades Um dos aspectos mais interessantes do universo desportivo é a sua internacionalidade. Antes da abolição das fronteiras, da globalização do comércio, das inovações e facilitações que a queda do Muro de Berlim e o advento da internet, foi através do desporto, dos Jogos Olímpicos, dos Mundiais e Europeus, que o mundo se deu a conhecer ao mundo, que as nações se melhor se cruzaram e interagiram. A Lei Bosman permitiu uma revolução no futebol. A limitação de dois ou três estrangeiros deixou de existir para os cidadãos comunitários, com toda a razão, e muitas ligas dentro da UE abriram ainda mais as portas, facilitando a chegada de jovens em busca do sonho do profissionalismo. Sendo que parte das SAD portuguesas pertencem a capitais estrangeiros, é natural que essa situação traga elementos associados a esses investidores, os brasileiros no caso de Estoril-Praia e Portimonense, os chineses no Aves e no Cova da Piedade, os nigerianos no Feirense.

Para uma média próxima dos 40 futebolistas por plantel, o expectável – no número, 40 países de origem ou nacionalidade dão um carácter universal a esta competição. Sobre a média de perto de 40 jogadores utilizados em plantel, o

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positivo é essa ampla rotatividade e experimentação, o negativo é o baixo número de elementos ainda em idade formativa – sub-19, sub-17 – nesse esquema, esperar-se-ia um número elevado devido à utilização dos jovens formandos, a ganharem os primeiros minutos ‘seniores’, algo que apenas o Benfica fez de forma contínua e reiterada. Total Nacionalidades África do Sul Alemanha Angola Arábia Saudita Austrália Bélgica Brasil Bulgária Burkina Faso Cabo Verde Camarões Canadá Chile China Colômbia Coreia do Sul Costa do Marfim Croácia Eslovénia França

552 Média JU p/ Equipa 40 39,43 6 1,09% Gabão 1 0,18% Gana 2 0,36% Guiné-Bissau 1 0,18% Holanda 2 0,36% Hong Kong 1 0,18% Hungria 89 16,12% Itália 1 0,18% Jamaica 3 0,54% Japão 10 1,81% Macedónia 3 0,54% Mali 1 0,18% Moçambique 2 0,36% Montenegro 12 2,17% Nigéria 4 0,72% Panamá 2 0,36% Portugal 3 0,54% Rússia 2 0,36% Senegal 1 0,18% Sérvia 8 1,45% Venezuela

1 0,18% 3 0,54% 10 1,81% 4 0,72% 1 0,18% 1 0,18% 1 0,18% 1 0,18% 3 0,54% 2 0,36% 2 0,36% 2 0,36% 1 0,18% 15 2,72% 1 0,18% 343 62,14% 1 0,18% 2 0,36% 3 0,54% 1 0,18%

O Brasil continua a ser o principal cliente, uma relação ainda mais substanciada no facto de várias das SAD terem, como supramencionado, accionistas maioritários ou participações brasileiras. Na restante lusofonia, para além dos vários nomes de ascendências guineense ou cabo-verdiana, sublinhe-se a escassez de nomes oriundos de Angola e Moçambique, apesar do rico passado, assim como da África Ocidental menos ‘explorada’, nomeadamente Serra Leoa, porém também nenhum futebolista congolês, outro antigo veio de talento que pintou os relvados lusitanos nos anos 80 e 90, também sem presenças são-tomenses e sem se ligarem a uma linha que seria especialmente favorável face ao amplo poder financeiro, como o é a zona da península arábica, Omã, Bahrain, Kuwait, Arábia Saudita, Jordânia, Qatar, EAU. Perto de dois terços dos futebolistas utilizados têm como nacionalidade primária a portuguesa.

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Equipa

Pos

N.º JU

Benfica Os Belenenses SAD Académica Rio Ave Sporting CP Sporting Braga Cova da Piedade Marítimo Madeira Vitória Guimarães Vitória Setúbal Aves Feirense Estoril-Praia Portimonense

5º 10º 11º 1º 3º 6º 14º 9º 7º 8º 4º 13º 2º 12º

50 35 39 35 29 44 49 41 37 33 33 42 46 39

Percentagem Estrangeiros 22.00% 22.86% 23.08% 25.71% 27.59% 36.36% 38.78% 39.02% 43.24% 45.45% 45.45% 47.62% 50.00% 61.54%

Estrangeiros XI 18.18% 18.18% 0.00% 18.18% 18.18% 18.18% 36.36% 18.18% 27.27% 0% 45.45% 27.27% 45.45% 81.82%

Apesar de continuarem a chegar jogadores cuja utilidade se verifica depois não ser a melhor, no Seixal vem-se mostrando como se deve trabalhar a academia e a progressão até à equipa principal, sendo o Benfica na Liga Revelação o clube com menor percentagem de estrangeiros. O quarteto de clubes cujas SAD são detidas por empresas ou empresários estrangeiros está no fundo desta tabela, sendo naturalmente o grupo com maior presença de não-portugueses, até por serem agentes ou empresas associadas ao universo do futebol e têm nestas SAD e equipa reservista forma de promoção de atletas seus. A média total ronda os 38 por cento, um valor consideravelmente alto para um campeonato de promoção, uma liga sénior protegida, num futebol português com fontes de receita parcas para os capitais investidos e bastante atrasado em termos de promoção, publicidade e marketing, observando-se limitações federativas e da liga portuguesa de futebol profissional a formas mais ousadas de angariar retornos e apoios publicitários. Esta Liga Revelação, a continuar no tempo, pode ser uma oportunidade dourada para as SAD optimizarem recursos e estabelecerem parcerias com emblemas de outras geografias no sentido de procurar explorar mercados, desportivamente, economicamente, no marketing, criando sinergias, trazendo jovens futebolistas e técnicos, partilhando conhecimento, ajudando ao desenvolvimento local do futebol, virtualmente e ‘on site’, tirando máximo partido para angariar apoios que escasseiam em Portugal, demasiado concentrado e de pouca visão, e alargando a marca, exercendo um trabalho de desenvolvimento específico para cada país e região, procurando modelos associativos sustentados e duradouros, sem focar somente no imediatismo e entender que qualquer retorno é instantâneo, que não necessita de tempo e trabalho reiterado.

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4. Média de Idades Equipa

Pos

N.º JU

Média Idade Plantel Usado

Benfica Vitória Guimarães Sporting Braga Sporting CP Académica Portimonense Marítimo Madeira Vitória Setúbal Cova da Piedade Feirense Rio Ave Os Belenenses SAD Estoril-Praia Aves

5º 7º 6º 3º 11º 12º 9º 8º 14º 13º 1º 10º 2º 4º

50 37 44 29 39 39 41 33 49 42 35 35 46 33

19,47 20,00 20,41 20,48 21,10 21,38 21,40 21,48 21,64 21,73 21,85 22,25 22,72 22,79

Média XI Mais Minutos 19,24 20,00 20,13 20,53 21,49 20,94 21,45 20,71 21,82 19,91 20,98 21,12 21,66 21,76

A média de idades não se confirma como determinante no desempenho das equipas. Entre os apurados estão três dos quatro emblemas de plantel e onze mais jovens, assim como os outros três qualificados encontram-se entre os quatro mais velhos, contudo nove das 14 equipas participantes têm o onze de mais usados mais novo do que o da média do plantel, acrescendo ainda o Vitória SC que tem uma média idêntica entre ambos os valores. Em Santa Maria da Feira assiste-se ao maior diferencial entre ambas as médias, quase dois anos. No que toca a futebolistas em idade formativa, entendendo-se tal como sub-19 ou sub-17, no Marítimo foram utilizados três, dois dos quais reforços para esta temporada; no Vitória Guimarães uma dezena, dois destes ainda juniores de primeiro ano, três reforços, um deles de regresso após rumar à Juventus Turim; no Belenenses SAD há dois, ambos juniores de primeiro ano, um deles reforço para a época; no Cova da Piedade é nula essa utilização; no Feirense são oito, três dos quais reforços; no Rio Ave quatro; no Sporting Braga são oito, um deles anda juvenil; três dos quais reforços; no Benfica foram 27 em 50 utilizados ainda parte das equipas de formação, no modelo a seguir, 13 deles ainda juniores de primeiro ano e um ainda juvenil de primeiro ano; no Vitória Setúbal foram quatro; no Sporting CP apenas dois; os mesmos dois no Estoril-Praia, um dos quais reforço; três, dois dos quais reforços, no Portimonense; um no Aves; nove na Académica Coimbra, ou seja, um total de apenas dois juvenis e entre duas a três dezenas de juniores de primeiro ano, metade dos quais no Benfica, números 12


escassos para uma prova que se preveria ser com planteis mistos entre jovens seniores e adolescentes da formação. A forte promoção da marca Liga Revelação por parte da FPF, com associação televisiva à TVI24, não se conhecendo os contornos, pode ser alargada no caso de ser a federação a custear todo o processo, apenas realizando o canal da Média Capital/Prisa a retransmissão de sinal recebido, para outros meios televisivos, algo que sucederá pelo menos com o novo canal televisivo que a FPF colocará no ar, e, particularmente, no trabalho complementar, aquele que sempre falta e que alicerça e reforça interesse e conhecimento, magazine, peças acessórias com alguns dos jovens das várias equipas, aludindo à vida dentro e fora do relvado, estabelecendo a associação ao adepto de forma mais efectiva e próxima. Naturalmente, caso não cresça e, pelo contrário, a próxima época redunde num decréscimo dos participantes, que avaliarão a relação custo-retorno, será mais um acto falhado, como aconteceu com a Liga Intercalar, igualmente promovida como uma competição cheia de interesse e potencial, porém a ter uma duração demasiado escassa para avaliar a sua real necessidade, complementaridade e mais-valia.

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5. Tabela Pos Clube

J

V

E

D

M

S

DG Pts

J

V

E

D

M

S

DG Pts

J

V E D

M

S

DG Pts

1 Rio Ave

26 15 7

4 50 25

25

52 13 10

2

1 35 11

24

32 13

5 5

3 15 14

1

20

2 Estoril-Praia

26 14 8

4 40 27

13

50 13

8

3

2 19 12

7

27 13

6 5

2 21 15

6

23

3 Sporting CP

26 15 4

7 47 29

18

49 13

7

1

5 18 15

3

22 13

8 3

2 29 14

15

27

4 Aves

26 14 5

7 53 32

21

47 13

6

4

3 21 15

6

22 13

8 1

4 32 17

15

25

5 Benfica

26 13 8

5 41 25

16

47 13

4

5

4 21 18

3

17 13

9 3

1 20

7

13

30

6 Sp. Braga

26 13 6

7 39 29

10

45 13

5

4

4 15 14

1

19 13

8 2

3 24 15

9

26

7 V. Guimarães

26 13 5

8 47 38

9

44 13

6

1

6 27 27

0

19 13

7 4

2 20 11

9

25

8 Vitória Setúbal

26

9 5 12 42 44

-2

32 13

5

5

3 21 16

5

20 13

4 0

9 21 28

-7

12

9 Marítimo

26

8 7 11 41 46

-5

31 13

5

2

6 19 19

0

17 13

3 5

5 22 27

-5

14

10 Belenenses SAD

26

7 9 10 39 44

-5

30 13

5

4

4 20 19

1

19 13

2 5

6 19 25

-6

11

11 Académica

26

8 3 15 47 61 -14

27 13

4

3

6 30 33

-3

15 13

4 0

9 17 28 -11

12

12 Portimonense

26

7 3 16 31 56 -25

24 13

3

2

8 15 28 -13

11 13

4 1

8 16 28 -12

13

13 Feirense

26

3 6 17 25 48 -23

15 13

1

2 10 12 27 -15

5 13

2 4

7 13 21

-8

10

14 Cova da Piedade 26

3 4 19 18 56 -38

13 13

1

2 10

5 13

2 2

9 13 28 -15

8

5 28 -23

Teoricamente existiriam dois despromovidos, contudo e face à falta de interesse concretizado, comparativamente com os que questionaram sobre o formato, procuraram perceber custos e afins, tal não deverá suceder, até porque o incremento de outros emblemas levará à criação de um segundo escalão e só na época seguinte se assistirá a promoções e descidas. Face à clara falta de propósito dos oito clubes que não conseguiram apuramento para a fase de título, a FPF desenvolveu e apresentou na mesma altura, posteriormente até, do sorteio da segunda fase, a Taça Revelação, que terá os seis que lutarão pelo título da liga e os dois melhores do segundo plantel, dandolhes assim um propósito mínimo. Novamente somos obrigados a sublinhar algo que nos desgosta. Há anos que vimos procurando chamar a atenção federativa para a criação de uma Taça para o Campeonato de Portugal, num modelo de taça que – no contexto europeu – praticamente apenas se ausenta em Portugal, uma taça para os não-profissionais ou os que estão fora das ligas profissionais, que até podia ter a participação das equipas ‘B’, todavia sem qualquer foco observado nesse sentido, porém lesta na criação de mais uma prova de suporte a um campeonato que é apenas de promoção, de reservas, de seniores protegidos, para evitar o seu fracasso, pois oito clubes estarão a ter elevados gastos em deslocações, 300-400-600 km fora das idas à Madeira, para nenhum retorno, salvo a possibilidade de darem calo aos seus jovens, que não vem sucedendo, com o objectivo de os terem a breve trecho no plantel principal. 14


Apesar da grande animação e alterações ocorridas no último terço da Liga Revelação em matéria de topo de tabela, cedo se assistiu a uma clivagem entre os sete primeiros e os outros sete, onde o Feirense e o Cova da Piedade também demoraram a somar pontos, estando claramente afastados dos outros cinco emblemas da metade inferior. Uma das ideias que não faz grande sentido, copiada do modelo FIFA/UEFA, é a possibilidade de presença de 12 suplentes, o que beneficiaria – como sucede na Série A italiana – a equipa da casa, habitualmente a ter o banco repleto, porém prejudicial à visitante, que dificilmente deslocará tantos nomes, particularmente quando tal obriga a mais refeições, mais estadias. Já a possibilidade de quarta substituição podia ser ainda mais ousada, até porque este é um modelo perfeito para testar soluções inovadoras e, em caso de sucesso, apresentá-las à FIFA/UEFA/IFAB, abrir espaço a um número mais amplo de mudanças ao intervalo, ou seja, manter o critério de três pausas para alterações, permanecer a possibilidade de quatro, até mesmo cinco alterações, desde que nos três momentos de substituições, mas permitir, por exemplo, três substituições – além das ocorridas em jogo – na paragem obrigatória, o que daria mais tempo de jogo aos jovens, ofereceria melhores condimentos tácticos ao jogo, na acção ou reacção dos técnicos, um avanço que o futebol já pede, mas ao qual continua a resistir.

Gls/Jg

GlSf/Jg

MGMC

MGSC

MGMF

MGSF

1 Rio Ave 2 Estoril-Praia

1,92 1,54

0,96 1,04

2,69 1,46

0,85 0,92

1,15 1,62

1,08 1,15

3 4 5 6

Sporting CP Aves Benfica Sp. Braga

1,81 2,04 1,58 1,50

1,12 1,23 0,96 1,12

1,38 1,62 1,62 1,15

1,15 1,15 1,38 1,08

2,23 2,46 1,54 1,85

1,08 1,31 0,54 1,15

V. Guimarães Vitória Setúbal Marítimo Belenenses SAD Académica Portimonense

1,81 1,62 1,58 1,50 1,81 1,19

1,46 1,69 1,77 1,69 2,35 2,15

2,08 1,62 1,46 1,54 2,31 1,15

2,08 1,23 1,46 1,46 2,54 2,15

1,54 1,62 1,69 1,46 1,31 1,23

0,85 2,15 2,08 1,92 2,15 2,15

13 Feirense 14 Cova da Piedade

0,96 0,69

1,85 2,15

0,92 0,38

2,08 2,15

1,00 1,00

1,62 2,15

Pos Clube

7 8 9 10 11 12

Gls/Jg – Média de golos obtidos por partida; GlSf/Jg – Média de golos consentidos por encontro; MGMC – Média de golos marcados em casa; MGSC – Média de golos sofridos em casa; MGMF – Média de golos marcados fora; MGSF – Média de golos sofridos fora.

15


A melhor defesa da fase regular ficou partilhada entre Rio Ave e Benfica, liderando os ‘Navegadores’ de Vila do Conde em casa e as ‘Águias’ fora, a Académica Coimbra foi a equipa que consentiu mais golos, globalmente e na subdivisão casa-fora, extramuros partilha com Cova da Piedade, Portimonense e Vitória Setúbal. Em matéria ofensiva é o Aves a dominar, no total e fora de casa, nos Arcos está o melhor ataque caseiro. O pior ataque é do Cova da Piedade no global e em casa, fora partilha essa menor propensão concretizadora com Feirense. A média de golos por partida na primeira fase cifrou-se nos 3,08, com enorme equilíbrio entre golos caseiros (50.36%) e forasteiros (49.64%), sendo de realçar o inverso, nesta mesma ligeira proporção (50.70%-49.30%), no que toca a vitórias em casa sobre o total de vitórias, as vitórias na condição de visitante superam marginalmente as dos anfitriões. Ligeiramente acima de 39% dos desafios terminaram em triunfos, para quase 22% de empates. O Rio Ave está na segunda sequência de nove partidas sem perder, poderá estendê-la e atingir a dezena durante o play-off, os vila-condenses terminaram com uma inédita sequência de quatro triunfos, que também poderão alargar. Somente duas derrotas consecutivas e a pior série resumiu-se a dois empates e uma derrota, que antecedeu esta série final que guindou o clube à liderança da fase regular. Depois de começar de forma titubeante, o Estoril-Praia está também numa série de topo, cinco vitórias de enfiada a terminar a fase regular depois de abrir a Liga Revelação com uma vitória seguida de cinco desafios sem vencer, três empates ladeados por dois desaires. Tal como o Rio Ave, o Estoril-Praia está há nove partidas sem saber o que é a derrota. Entre a 9.ª e a 21ª jornadas o Sporting CP conseguiu 11 desafios sem ser derrotado, um ciclo fechado em quatro triunfos de enfiada. O começo do Aves foi prometedor, quatro vitórias a abrir, apesar da alteração técnica, entre a 18.ª e a 22.ª esteve sem ganhar, tal como acima, três empates com uma derrota a abrir e outra a fechar o ciclo, o que impediu os avenses de conquistarem a fase regular, recuperando a tino para três vitórias e um empate que garantiram definitivamente a qualificação. Apenas na 13.ª ronda conheceu o Benfica o sabor da derrota, que repetiu na 15.ª, 21.ª, 23.ª e 25.ª, decididamente a não apreciar jornadas ímpares. A sequência de 12 partidas sem partida, como iniciou, é a melhor da fase regular, conseguindo três vitórias consecutivas por duas ocasiões. O Sporting Braga somou duas sequências de cinco partidas sem perder.

16


O Vitória vimaranense conquistou várias boas sequências, duas vezes quatro triunfos de seguida, nove encontros sem perder, mas as três derrotas e um empate nos quatro primeiros desafios, quatro derrotas nos seis iniciais, acabaram por impedir os de Guimarães de atingirem os seis melhores, algo que as duas derrotas nas três jornadas finais confirmaram. O melhor que o Vitória FC conseguiu foram três encontros sem perder, curiosamente já perto do término da fase regular e a que se seguiram três desaires que determinaram, sem qualquer dúvida a ausência da luta pelo título. Apesar de iniciar de forma razoável a competição, quatro vitórias e três empates nos 10 jogos de começo da Liga Revelação, o Marítimo também cedo pareceu afastado do sexteto que disputaria o título. Uma vitória nos últimos nove desafios de Os Belenenses SAD, dos quais cinco com derrotas, afastou o sonho da disputa do título, mas a formação lisboeta tem um dos goleadores da competição, João ‘Tarzan’ Rodrigues, que não estaria por certo a antecipar uma temporada de sub-23 quando trocou Caldas da Rainha por Matosinhos e, ainda no defeso de Verão, o Leixões pela equipa, agora, sem estádio. Cinco derrotas a começar a época atrasaram definitivamente a ‘Briosa’, muito permeável defensivamente, acabando os muitos golos do já consagrado Diogo Ribeiro (14) e de uma das revelações desta liga, Rodrigo Vilela (13), por não valerem de muito face à elevada quantidade de tentos encaixados. O arranque foi muito importante e as equipas que terminaram na parte inferior da tabela demoraram a engrenar. O Portimonense apenas ganhou um dos 10 primeiros jogos, seis derrotas, nos algarvios piorado com uma série recorde de sete derrotas entre a 14.ª e a 20.ª jornadas. No Feirense foi necessário esperar pela 10.ª jornada para se celebrar um triunfo, 10 derrotas nos primeiros 14 encontros e a somar quase tantos pontos (sete) nos últimos cinco desafios quantos os conquistados até aí. O Cova da Piedade também passou por sete desafios derrotado e está há onze encontros sem vencer, com cinco derrotas consecutivos e mais três seguidas até ao término da fase regular.

17


6. Origens e Geografia Nacional Como habitual, existem vários nomes cujas origens, entenda-se tal como local de nascimento, são desconhecidas ou as fontes são contraditórias, mas de entre os que se conhecem eis a divisão dos nacionais utilizados pelos distritos portugueses, incluindo-se ainda os nascidos fora de Portugal, porém com nacionalidade primária lusa, associados ao seu local/país de nascimento, optouse por incluir os três distritos açorianos, Angra do Heroísmo, Horta e Ponta Delgada num único item. Distrito 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º Total Viana Castelo 2 1 1 4 Braga 3 2 3 4 9 10 1 1 2 1 2 38 Vila Real 1 2 3 Bragança 1 1 Guarda 1 1 Viseu 1 1 Porto 15 6 1 6 4 4 5 1 1 1 3 4 51 Aveiro 1 1 1 3 1 1 1 8 1 18 Coimbra 1 1 2 1 10 15 Castelo Branco 1 1 2 Portalegre 1 1 Santarém 1 1 2 2 1 7 Leiria 1 1 1 3 Lisboa 6 3 4 11 3 1 4 12 2 1 6 53 Setúbal 1 1 1 1 1 5 1 6 5 22 Évora 1 1 Beja Faro 1 1 2 1 1 1 3 2 1 13 Madeira 1 1 9 1 12 Açores 1 1 Guiné-Bissau 5 1 5 2 2 1 1 17 Angola 1 1 2 França 1 1 2 Suíça 1 1 2 África do Sul 1 1 Brasil 1 1 Cabo Verde 1 1 S. Tomé Príncipe 1 1 Beja é o único distrito continental, tendo em conta os dados obtidos, sem representante no quadro de futebolistas que participaram na fase regular da edição inaugural da Liga Revelação. Porém a interioridade faz-se sentir fortemente, Évora, Portalegre, Viseu, Guarda e Bragança somente contam um elemento, Castelo Branco dois, Vila Real três, Leiria também bem aquém do que se poderia supor, Viana do Castelo quatro, em contraponto com a mais de meia 18


centena de Lisboa e Porto, sendo de realçar os 38 do distrito de Braga, Setúbal conta 22, Aveiro 18 e a Guiné-Bissau tem 17 jovens ali nascidos e a alinharem na Liga Revelação com nacionalidade primária portuguesa. O distrito do Porto apenas falha duas equipas, Braga e Lisboa somente três.

4 38

1

1

3

51 18

1

1

15 2

3 7

1

53 12 22 1

13

Jogadores formados no próprio clube também variaram bastante. Apesar de manter a equipa ‘B’ e ter tido uma formação ‘C’, a verdade é que dos 41 futebolistas utilizados pelo Marítimo apenas cinco são formados localmente. No Vitória Sport Clube foram 16 dos 37; em Os Belenenses SAD, tomando por entidade formativa o CF Os Belenenses foram oito; os mesmos no Cova da Piedade; 12 no Feirense; 19 no Rio Ave; 11 no Sporting Braga; 35 dos 50 utilizados pelo Benfica; 10 no Vitória Futebol Clube; 18 no Sporting CP; um único no Estoril-Praia; somente três no Portimonense; nenhum no Desportivo Aves; 13 na Académica Coimbra. O que se depreende facilmente destes primeiros dados é que não houve uma grande preocupação, em mais de metade dos emblemas, para trazer jovens das academias, seja os que subiram a seniores, seja os ainda nos escalões de formação, antes trabalhou-se em muitas aquisições, a desvirtuar claramente o propósito associado à criação da Liga Revelação, pelo menos o apregoado pela FPF e que se esperaria mais presente.

19


Continuam a vir muitos meninos da Guiné-Bissau, um ninho de talentos, assim como Moçambique, Angola, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, em busca do sonho do futebol e de uma vida melhor, que prossigam e se aprofundem estas ligações, especialmente com clubes locais, no sentido de trabalhar ainda melhor e localmente os talentos, desenvolver as provas dos países, criar laços oficiais e permanentes, restabelecer os ancestrais elos com as filiais, todos ganhariam bastante com esta situação, não apenas na Guiné-Bissau, mas também na restante lusofonia africana e em locais como a República Democrática do Congo, o Quénia (Zanzibar), o Senegal, a Serra Leoa, Madagáscar, a África do Sul, a Namíbia, o Botswana, o Egipto, Marrocos, Argélia, Tunísia, procurando potenciar as relações ancestrais existentes, sejam as centenárias, sejam as mais recentes e associadas directamente ao fenómeno futebol.

20


7. Clubes Formadores Aqui listam-se todos os clubes formadores conhecidos, definindo-se estes por duas épocas inteiras consecutivas, pelo menos, ou três alternadas, a partir do escalão de iniciados, mas com algumas excepções para várias épocas (cinco, seis) no mesmo emblema nos escalões mais baixos e que inclua uma temporada dentro dos três escalões formativos mais tomados em conta, sub15, sub17 e sub19. Foram contabilizados 237 emblemas neste contexto, O eixo centro-nordestino não coloca clubes nesta lista, Bragança, Guarda e Viseu, mas a escassez do interior estende-se até ao sul, pois Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja também têm presença demasiado residual. O Sporting CP tem 58 futebolistas que passaram por Alcochete espalhados por 13 equipas, enquanto o Benfica tem 57 ‘seixalenses’ em 10 emblemas distintos. A força da própria formação-clube faz-se sentir, mas os rivais minhotos, Sporting Braga e Vitória Guimarães espalham os seus, respectivamente, 31 e 28 por 12 e nove clubes. O Rio Ave também conta 28, divididos por sete formações. O FC Porto lidera os não-participantes na Liga Revelação com 18 ex-formandos seus na prova. Clube

Nac

Palmeiras Juventus SP Chapecoense Audax Rio Cruzeiro Guaicurus Red Bull Brasil Vitória Bahia EC Bahia Criciúma Internacional Porto Alegre Náutico Recife At. Diadema Mirassol Fluminense Olímpico Itabaianinha Trindade Artsul Atlético Paranaense Figueirense Volta Redonda Botafogo

Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra

Distrito/ Reg. Autónoma

N.º 1 1 1 1 2 1 1 3 2 1 1 1 1 1 4 1 1 1 2 1 1 1

21

N.º Cl 1 1 1 1 2 1 1 3 2 1 1 1 1 1 4 2 1 1 2 1 1 1


Atlético Mineiro Desportivo Brasil Salgueiro Paraná Clube Juventude RS Flamengo Primavera CRB Vasco da Gama Corinthians São Paulo Ponte Preta Noroeste Ferroviária Coritiba Grêmio Porto Alegre Ceilandense Comercial Huachipato Universidad Chile Atlético Nacional Independiente Santa Fé Dragon Force Bogotá Millonários Bogotá Petare Toronto FC Orlando City San Francisco Hansa Rostock Magdeburgo Estugarda Cherno More Varna Dínamo Zagreb Rijeka Barcelona Montpellier AS Saint-Étienne CFF Paris INF Clairefontaine Auxerre Mantois 78 Guingamp Honved Macclesfield Town Stoke City Manchester United

Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Bra Chl Chl Col Col Col Col Vnz Can USA Pan Ale Ale Ale Bul Cro Cro Esp Fra Fra Fra Fra Fra Fra Fra Hun Ing Ing Ing

1 4 1 1 1 3 1 1 1 3 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 22

1 3 1 1 1 2 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1


Juventus Inter Milão Novara Pavia Parma Sampdoria Ajax Amsterdão AZ Alkmaar Excelsior Roterdão Sparta Roterdão FK Lovcen Lokomotiv Moscovo FC Sion FC Zurique Vozdovac Estrela Vermelha Belgrado Partizan Belgrado Triglav Imabari Kashiwa Reysol Changchun Yatai Guizhou Renhe Beijing Guoan KZN Academy SuperSport United Interclube Luanda Real Sambila Bobo Sports USFA Brasseries du Cameroun ASEC Mimosas Stade d’Abidjan SO Armée Batuque Stade Mandji Red Bull Ghana Charity Stars Unistar Academy Estrela Negra Fidjus di Bideras Sporting Bissau AS Bamako Liga Desportiva Maputo Abuja FC Glo Soccer Academy Goodland Rangers

Ita Ita Ita Ita Ita Ita Ned Ned Ned Ned Mne Rus Sui Sui Srb Srb Srb Slo Jpn Jpn Chn Chn Chn AfS AfS Ang Ang BuF BuF Cmr CiV CiV CiV CpV Gab Gha Gha Gha GB GB GB Mli Moz Nga Nga Nga

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 4 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 2 1 2 1 1 1 23

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1


Lobi Stars Remo Stars Royal Sporting Club Étoile Lusitana Santa Clara União Micaelense Arrifanense Sporting Espinho Anadia Beira-Mar Feirense UD Oliveirense Vila Nova Milfontes Fafe Ribeirão ADC Aveleda Águias Alvite Gil Vicente Sporting Braga Vitória SC (Guimarães) Caçadores Taipas Moreirense Vizela Desportivo Castelo Branco Sporting Covilhã Naval 1.º Maio Académica Coimbra União Coimbra Febres Estrela Vendas Novas Esperança Lagos Ginásio Tavira Olhanense Louletano Farense Ferreiras Lusitano VRSA Portimonense Camacha CD Barreirense Marítimo Nacional AE Óbidos Sporting Pombal Leiria e Marrazes União Leiria

Nga Nga Nga Sen Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por

Açores Açores Aveiro Aveiro Aveiro Aveiro Aveiro Aveiro Beja Braga Braga Braga Braga Braga Braga Braga Braga Braga Braga Castelo Branco Castelo Branco Coimbra Coimbra Coimbra Coimbra Évora Faro Faro Faro Faro Faro Faro Faro Faro Madeira Madeira Madeira Madeira Leiria Leiria Leiria Leiria 24

1 5 1 1 1 1 1 1 2 2 15 4 1 1 1 1 1 1 31 28 1 1 1 1 1 3 18 1 1 1 1 1 2 3 1 1 2 3 1 1 7 9 1 1 1 4

1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 3 2 1 1 1 1 1 1 12 9 1 1 1 1 1 2 5 1 1 1 1 1 2 2 1 1 2 1 1 1 1 3 1 1 1 3


Atlético CP Atlético Cacém CAC Pontinha Estoril-Praia URD Tires Cascais Águias Camarate Fontainhas Juventude Castanheira Casa Pia Abóboda Catujalense Ericeirense Sporting CP Sacavenense Benfica Odivelas Os Belenenses FC Alverca Oeiras COL - Oriental Carregado Montelavarenses Damaiense Linda-a-Velha Real Sport Clube Loures Santa Iria O Elvas CAD Rio Ave Varzim FC Porto Padroense Bairro Falcão Boavista Salgueiros Paredes Nun’Álvares Penafiel UD Valonguense Gondomar Ataense Sousense Estrelas Fânzeres Leça FC Leixões

Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por

Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Portalegre Porto Porto Porto Porto Porto Porto Porto Porto Porto Porto Porto Porto Porto Porto Porto Porto Porto 25

2 1 3 6 1 1 1 1 1 4 1 1 1 58 8 57 2 19 1 2 1 1 2 2 1 5 1 1 1 28 9 18 1 1 5 1 3 1 3 1 1 1 1 1 1 5

1 1 3 5 1 1 1 1 1 4 1 1 1 13 6 10 2 7 1 2 1 1 2 2 1 4 1 1 1 7 6 7 1 1 4 1 3 1 3 1 1 1 1 1 1 5


SC Arcozelo AD Grijó CD Candal Paços de Ferreira Freamunde Trofense Tirsense Alcanenense CADE Entroncamento Fátima NS Rio Maior Alcacerense Arrentela Barreirense Vitória FC (Setúbal) GD Os Amarelos Olímpico Montijo Pinhalnovense Cova da Piedade Almada Paio Pires Pescadores Costa Caparica Beira-Mar Almada GDR Portugal Desportivo Fabril Vasco da Gama Sines Lançatalento Ponte da Barca Chaves Abambres Vila Real

Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por Por

Porto Porto Porto Porto Porto Porto Porto Santarém Santarém Santarém Santarém Setúbal Setúbal Setúbal Setúbal Setúbal Setúbal Setúbal Setúbal Setúbal Setúbal Setúbal Setúbal Setúbal Setúbal Setúbal Viana do Castelo Viana do Castelo Vila Real Vila Real Vila Real

26

1 1 3 5 3 5 1 1 2 1 1 1 1 7 16 1 1 2 9 2 1 1 2 1 3 1 1 1 2 1 1

1 1 3 4 1 4 1 1 2 1 1 1 1 3 6 1 1 2 3 2 1 1 1 1 3 1 1 1 2 1 1


8. Equipas De seguida tentar-se-á analisar cada equipa. Tal como noutros trabalhos realizados, os onze incluídos espelham os futebolistas mais utilizados, procurando arranjá-los em função das suas posições, primárias, secundárias, terciárias, de modo a ter uma ideia equilibrada de onze – algo que não conseguimos no Aves, por exemplo, não uma definição das ideias dos treinadores. As bandeiras identificam a nacionalidade primária dos futebolistas não-nacionais e os símbolos os clubes por onde passaram com maior tempo, associando-se mais do que um quando essa passagem foi relativamente idêntica em vários emblemas. Os restantes dados incluem idade à data de fecho da fase regular ou deste trabalho, ou seja, nados em Fevereiro já terão adicionado esse aniversário, números de jogos participados, golos obtidos ou no caso de guarda-redes número de golos sofridos, média de tempo de jogo.

8.1 Rio Ave Uma ponta final de elevada qualidade, tendo Pedro Cunha fixado mais a equipa, guindou os ‘Navegadores’ até ao topo da fase regular, havendo um nome a destacar, Rúben Gonçalves. O médio centro de 20 anos chegou juvenil aos Arcos, oriundo da União Desportiva Valonguense, o seu debute sénior foi cedido ao São Martinho, com pouco tempo de jogo, e no regresso ao Rio Ave mediou, como boa parte do plantel, entre a ‘B’ e os ‘sub-23’, ainda que nestes tenha sido quase sempre alternativa. Nos últimos quatro encontros é totalista, coincidindo tal com a sequência de quatro triunfos que assegurou a vitória nesta fase. Nos mais utilizados estão sete formandos do Rio Ave, três dos quais regressos após empréstimos, estes já em idade de equipa principal de forma clara, em Vila do Conde ou noutro local. Vitó mostrou potencial, quando chamado, para se treinar e ser chamado para a primeira equipa, não apenas como solução de recurso, a escassez de oportunidades para Jaiminho e nulas para Rafa Miranda já os devia ter libertado para outras relvas, pois o potencial de ambos já se encontra em regressão evolutiva. Damien Furtado, luso-francês, foi uma das revelações do Campeonato de Portugal 2017/18, ao serviço do São Martinho de Agostinho Bento, dividiu-se entre a equipa principal e os sub-23, agora cedido ao Famalicão, porém a estranhar-se a sua saída e falta de maiores oportunidades tendo em conta o que mostrou.

27


A crise de centrais, como acima observámos, não serviu para que Diogo Bianchi subisse à equipa principal, esperávamos que tal sucedesse com o jovem paredense, que dividiu a sua formação entre o Paredes e o Vitória Guimarães, mais um nome a sair do São Martinho para os Arcos.

A sucessão de novidades debaixo dos ferros baixa os índices do antigo internacional jovem Carlos Alves, que também víamos na equipa principal há um par de temporadas, mas que continua a não ter oportunidades para provar a sua competência na primeira formação do Rio Ave. Ainda com idade júnior, Costinha chegou a Vila do Conde na temporada passada para fazer uma excelente época nos sub-19, a somar tempo de jogo na lateral direita e a piscar o olho também a uma oportunidade na primeira equipa. Aliás, as laterais dos Arcos são palco interessante de talentos, também Tiago André se anteciparia já com algumas oportunidades na ‘AA’ do Rio Ave. A par de Vitó, Rafa e Jaiminho, também Tiago André já deveria pensar noutras paragens, são demasiadas temporadas sem minutos na equipa principal, a regredir competitivamente na sua evolução já. Júnior de primeiro ano, Diogo Figueiredo defendeu as redes nos primeiros três encontros, assumindo posteriormente a baliza Carlos Alves, uma das grandes promessas das redes lusas, mas já com 21 anos e sem tempo de jogo na equipa principal. Como acima descrito, Costinha é o único com idade sub-19 a integrar os mais utilizados por Pedro Cunha, que recorreu a 35 elementos, 15 dos quais obtiveram golos, uma taxa de quase 43 por cento do plantel. A média de altura anda nos 28


1,81 metros e 14 dos futebolistas usados são novidades, sendo que cerca de metade são regressos depois de empréstimos, de qualquer forma e por terem estado cedidos noutro plantel, equipa e clube há que tomá-los como novos recrutas. O esboço dos futebolistas utilizados segue abaixo, mais uma vez se salientando que o seu posicionamento ‘base’ assenta nas observações realizadas e nos dados cruzados de fontes como zerozero.pt, foradejogo.net, transfermarkt.pt e os sítios oficiais dos clubes, sublinhando-se que de alguns futebolistas não temos dados suficientes para os encaixar especificamente num lugar em campo.

A média de admoestações no Rio Ave foi de 1,92, sendo 1,85 amarelos e 0,08 vermelhos por partida (a média absoluta é obtida pela soma total dos cartões exibidos e não pela soma das médias individuais de cada um, daí a possível diferença marginal, que tem a ver com os arredondamentos, como quem faz estatística facilmente percebe). Nuno Barbosa, Rúben Cacheta, Diogo Figueiredo e Costinha, este ainda sub-18, foram os únicos juniores utilizados. A formação dos Arcos não recorreu a nenhum juvenil. No que concerne a seniores de primeiro ano foram cinco a serem chamados, o francês Stanley Boubacar, o brasileiro Leandro e os locais Cláudio Braga, João Pedro e Diogo Teixeira, nenhum deles de Vila do Conde, mas a concluírem o processo formativo no Rio Ave. O mais veterano desta equipa é o retornado Hélder Sousa, que completou 41 anos em Outubro último e funciona como espécie de treinador-conselheiro-paitio-amigo-professor para os jovens ‘Navegadores’. Costinha e Tiago André foram os futebolistas mais titulares, ambos a começarem no onze por 25 das 26 partidas. Diogo Teixeira foi substituído em 14 ocasiões.

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Enquanto José Postiga é o suplente mais utilizado, chamado por Pedro Cunha em 13 desafios. Vitó é o campeão dos amarelos, sete vezes admoestado.

8.2 Estoril-Praia SAD A formação da Amoreira arrancará para a fase de play-off com um quarto técnico. Depois de um começo menos prometedor orientados pelo brasileiro Lucas Góes, a equipa passou a ser comandada por Alexandre Santos, resgatado, entretanto, pelo Sporting CP para os sub-23 ‘leoninos’, Rui Santos conseguiu os mesmos 23 pontos do antecessor em menos de metade das partidas e foi repescado pelo Sporting Braga para suceder a Wender na equipa ‘B’, em zona de aflição na LedmanLigaPro. Os ‘canarinhos’ estão não apenas a formarem jovens para a sua equipa principal, como promoveram técnicos.

A primeira questão que salta à vista prende-se com o facto de quase todos os elementos mais utilizados serem novos recrutas do clube, ficando por saber qual a relação existente entre SAD e clube para não terem sido promovidos elementos da equipa ‘B’ que alinha nos distritais lisboetas. Apenas um formando ‘canarinho’ encontrou minutos, o ainda júnior Francisco Mascarenhas. Por outro lado, vários dos elementos desta formação reservista já alinharam pela equipa principal. Igor Rodrigues, que pertence aos quadros do Benfica, é um dos que baixou vários escalões, estava no Sporting Covilhã, na LedmanLigaPro, mudando-se para o Estoril-Praia, porém a ser titular sub-23 e apenas alternativa, segundo suplente para a equipa principal. Tiago Melo chegou do Fátima, após formação na UD Oliveirense, ainda sem tempo de jogo na equipa principal. Tote 30


Gomes fez a época passada pelos sub-19 estorilistas, já vai treinando com a equipa principal, mas ainda sem tempo de jogo oficial por estes. João Basso está no Estoril-Praia desde 16/17, na época passada foi cedido ao Real Massamá, agora segue na sub-23. Kadu também se limita ainda aos sub-23. João Cardoso somou duas temporadas discretas no FC Porto ‘B’, agora tem-se apresentado de forma bem agradável e esperar-se-ia mesmo que já conquistasse mais alguns minutos na LedmanLigaPro. Cícero Alves também já somou tempo de jogo na primeira equipa, enquanto Jonata Oliveira foi promovido definitivamente ao primeiro plantel. Somente três dos 46 futebolistas chamados estavam no clube. O clube já utilizou cinco guardiões. Além de Igor Rodrigues, os técnicos chamaram também à acção o brasileiro César Augusto, suplente de Thierry Graça, também o cabo-verdiano fez um desafio pelos sub-23, habitual titular da equipa principal, Rafael Van der Laan, luso-holandês, e Filipe Dinis. O leiriense é o que tem a melhor relação entre minutos e golos, um a cada 113 em 10 partidas para o ‘titular’ destes sub-23, César Augusto conta um golo a cada 108 minutos. Doze dos futebolistas conseguiram celebrar golos, uma taxa de 26 % em relação ao total de jogadores usados. A média de altura situou-se nos 1,82 metros e nos cartões o Estoril-Praia acumulou uma média de 2,5 amarelos e 0,08 vermelhos por partida. Para além de Mascarenhas, apenas Marcos Bahia ainda tem idade júnior. Seniores de primeiro ano chamados a esta debutante Liga Revelação pelo EstorilPraia são Gustavo Klismahn, Rafael van der Laan, Tote Gomes e Filipe Soares. Num plantel que tem funcionado bastante como reserva, são diversos os futebolistas da equipa principal a somarem alguns minutos, como é o caso de Pedro Queirós, o lateral tirsense de 34 anos que é o mais veterano de entre os utilizados. Marcos Bahia ou Marcos Antônio dividiu-se entre sub-23 e equipa principal, sendo uma das mais recentes transferências do mercado internacional. Escreve-se que o seu passe valeu 3,5 milhões de euros na mudança para o Shakhtar Donetsk de Paulo Fonseca. Jonata Oliveira apontou 12 tentos, numa média de um golo a cada 130 minutos. O sadino João Oliveira conta um golo a cada 161 minutos. Bruno ‘Messi’ Almeida foi dos chegou à Amoreira com sonhos de equipa principal, de subir do Campeonato de Portugal à LedmanLigaPro, contudo quedou-se pelos sub-23 e, entretanto, regressou ao terceiro escalão português para representar o Trofense. A promoção de alguns e transferência ou saída de outros tem levado os estorilistas a uma actualização do plantel. Uma das novidades para a fase de play-off será Diogo Tavares, revelação no Gafanha esta época depois de muitos

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golos na formação ‘B’ do clube ilhavense, mantendo essa senda no terceiro escalão. Espera-se que tenha oportunidades na primeira equipa do António Coimbra da Mota, mas para já troca o Campeonato de Portugal pela Liga Revelação, sendo que somente tem 21 anos, completados neste mês de

Fevereiro. Como acima foi observado, o ajuste dos futebolistas às suas posições de origem tem relação com o que se conhece, ou não, sendo que por vezes é necessário adaptar. João Vigário é, agora, tomado como lateral, ainda que na formação e no debute sénior fosse extremo-avançado. O excesso de laterais na esquerda ‘canarinha’ levou a que Vigário fosse adiantado, ainda que saibamos o seu posicionamento corrente. O brasileiro João Basso foi titular em todos os desafios em que participou, somando a totalidade de minutos nos 21 encontros. O compatriota Jonata Oliveira foi substituído em 12 desafios, enquanto o sadino João Oliveira é o suplente mais utilizado, em 16 partidas a entrar nos jogos a partir do banco. João Cardoso somou sete amarelos nos encontros em que participou, é o líder nesse aspecto.

8.3 Sporting CP O antigo extremo Lima subiu dos juniores, mas voltou à formação sub-19, optando o Sporting CP por ir buscar Alexandre Santos aos sub-23 do Estoril-Praia para concluir a competição. Chamar 29 futebolistas pode ser um número considerado relativamente elevado, contudo é dos mais baixos nesta prova e um escasso acesso à própria formação, 32


seria de esperar, até pela extinção da equipa ‘B’, que mais jovens dos sub-19 e dos sub-17 fossem chamados à equipa principal, as práticas de referência do passado em Alcochete pediriam essa recuperação, assim chegaram à equipa principal nomes como Quaresma, Cristiano Ronaldo, Nani, Rui Patrício, João Moutinho, apenas para citar os de maior prestígio, que cedo se afirmaram na equipa principal face ao espaço de jogo que lhes foi assegurado desde logo. Ainda assim, boa parte dos promovidos dos sub-19 está na equipa, são 13 os seniores de primeiro ano na equipa. Seis dos futebolistas que somaram minutos saíram, uma das grandes promessas, Tiago Djaló, rumou ao Milan, Daniel

Bragança e Elves Baldé foram cedidos, Kiki Kouyaté rumou ao Troyes, Miguel Luís já se tornou figura habitual no plantel principal, apenas chegando o brasileiro criado em Portugal Matheus Nunes, contratado ao Estoril-Praia, o que vinca a curteza dos utilizados, num modelo de gestão mais de equipa ‘principal’ do que de equipa formativa. Oito dos mais utilizados são formandos do clube, três já saíram, como acima observado. Vladimir Stojkovic, luso-sérvio, filho de Vladan e sobrinho de Vladimir Stojkovic, guardião da selecção Sérvia que também passou pelo Sporting CP no passado, parecia caminhar para a sucessão de Rui Patrício. Contudo, aos 22 anos, já está há demasiado tempo em Alcochete sem dar o salto e a sua etapa evolutiva encontra-se desde há um par de anos em regressão. Luís Maximiano também aspira ao salto e é outro que o terá de dar a breve trecho ou falha a confirmação do potencial. Entre plantel principal e sub-23, estes dois guardiões acabaram por

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abrir espaço a Diogo Sousa, que acabou por ser do trio o que somou mais encontros na baliza leonina. Quase metade dos futebolistas utilizados, 14, marcaram golos, o que dá uma taxa de 48,28% do plantel, um grupo cuja média de altura está nos 1,81 metros. Nos cartões assistiu-se a uma média de 1,69 amarelos e 0,15 vermelhos por partida. O vimaranense Pedro Mendes soma 10 tentos, está com um golo a cada 127 minutos, enquanto o macedónio Dimitar Mitrovski, também sénior de primeiro ano que chegou para concluir o processo formativo no clube, tem cinco golos, um a cada 166 minutos em média. O jovem luso-cabo-verdiano Euclides Cabral, outros dos seniores de primeiro ano, apenas utilizado escassos minutos num desafio, votou à Suíça, ele que se formou no Sion, reforçando os quadros dos ‘Gafanhotos’ de Zurique, o Grasshopper. O Sporting CP será uma das curiosidades nesta fase de play-off pois é a equipa com maior dose de responsabilidade, o Benfica tem a ‘B’ bem activa, está na UEFA Youth League, trabalha bem a pirâmide, como deve ser, o Rio Ave também tem equipa ‘B’ e vai mediando futebolistas entre ambos, o Aves já promoveu diversos jovens à primeira equipa, assim como o Estoril-Praia, cuja SAD tem é foco em regressar à Liga NOS, enquanto o Sporting Braga está mais focado na busca da manutenção da ‘B’ na LedmanLigaPro, sem dúvida alguma o emblema que terá mais exigência pelo título face às condicionantes e prioridades dos restantes clubes na disputa. Logo se verá como a equipa se vai desempenhar na fase decisiva da competição. A verdade é que, bem-sucedida ou não, o primeiro vencedor de uma competição fica para sempre como tal, o pioneiro campeão, isso será importante para todos os intervenientes, todavia com foco especial para Alcochete face a todos os acontecimentos recentes e à mudança profunda que, ainda, se vai realizando em Alvalade e restantes domínios do Sporting CP no sentido de procurar restabelecer a primazia no processo formativo e na promoção de jovens estrelas. Esperávamos mais tempo de jogo para João Queirós, contratação vinda do Colónia, para onde rumou a partir de Braga na época passada. Thierry Correia já pede tempo de jogo no plantel principal, até pela resposta menos positiva na lateral direita, mas João Oliveira aparenta estar à altura do desafio nestes sub23. O espinhense Nuno Moreira é outro jovem de elevado potencial a analisar de forma mais aturada. Também antecipávamos mais tempo de jogo, algo que deverá suceder nesta fase dada a saída por empréstimo de Daniel Bragança. Gonzalo Plata, recém-coroado campeão sul-americano de sub-20 pelo Equador, já é futebolista de plantel principal, mas deverá realizar a adaptação nesta Liga Revelação e pode ser vital, integre-se bem com os futebolistas do plantel, no arranque leonino desta fase de play-off.

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Para os sub-19 chegou o albanês Dean Lico, que pode ser uma das surpresas desta fase. Outro nome que achávamos ir ter espaço de jogo nesta equipa era Bernardo Sousa, médio dos sub-19 e da selecção portuguesa da categoria, mas ainda não sucedeu. O mesmo se pode dizer, por outras razões, de André Cardoso, dianteiro madeirense, júnior de primeiro ano assediado no passado por emblemas estrangeiros, que está a ter escasso tempo de jogo nos sub-19 e, face ao claro potencial revelado, ou sobe aos sub-23 e alinha ali ou que suba Tiago Rodrigues, o modelo de gestão de planteis jovens parece claramente desajustado da realidade e está a ‘queimar’ talentos em potencial com esta ideia de ‘onze fixo’, ‘equipa-base’. A promoção de Bruno Paz ao plantel principal trouxe para os sub-23 o lusoguineense Bavikson Biai, parte do quadro sub-19. Olhando à forma como o Sporting CP se associou a alguns emblemas internacionais e às relações que o seu responsável máximo já mostrou possuir, seria de considerar seriamente a entrada de alguns nomes oriundos da Península Arábica, do Pacífico sul-centro-americano, das Caraíbas, no subcontinente indiano, da China, se não no imediato, a curto-médio prazo, para tentar potenciar – face à visibilidade que a Liga Revelação vai obtendo – o nome, a marca e tentar encaixes extraordinários em receitas de vária ordem.

Portanto, de 29 nomes com minutos, apenas 23 continuam disponíveis, sendo que mesmo desses há os que já estão integrados por Keizer no plantel principal e, mesmo alinhando aqui, deverão somar poucos minutos no play-off, ou seja,

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novidades precisam-se. Nos sub-17 nomes como Joelson Fernandes, Tiago Tomás, Daniel Rodrigues, Rodrigo Rêgo, entre outros, podem também ser testados, haja uma alteração da política formativa, aposte-se na rotatividade e promoção efectiva dos talentos. 22 vezes no onze titular, Tomás Silva é o futebolista que mais ocasiões iniciou as partidas e também é o campeão das substituições, em 13 partidas a deixar o relvado antes do término do desafio. Apenas duas vezes titular, o holandês Mees De Wit foi chamado a partir do banco em 15 ocasiões. O brasileiro Paulinho, cinco, é o que mais amarelos viu na fase regular com a camisola leonina.

8.4

Aves

Na Vila das Aves, concelho de Santo Tirso, a SAD apostou numa equipa ‘B’, que teve o beneplácito da Associação de Futebol do Porto, como outras ‘B’, de entrar directamente na máxima divisão distrital, contudo durou pouco e foi extinta ao não conseguir a promoção ao Campeonato de Portugal, contrariamente às criadas por Rio Ave, Boavista, Gondomar, Varzim, entre outros, recuperando a administração brasileiro-chinesa uma ideia de formação secundária com a Liga Revelação e esta equipa sub-23. O antigo central espinhense Filó foi o escolhido para orientar a equipa, contudo no final de Agosto deixou a formação avense, acabando posteriormente por rumar à Covilhã e tomar conta do Sporting serrano em meados de Outubro. Para o lugar foi selecionado um homem da casa, Leandro Pires, com mais de 10 anos a envergar a camisola ‘alvirrubra’ avense, que acaba por conseguir, com alguma surpresa, guiar a formação até aos seis melhores, batendo a concorrência dos

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Vitórias, da SAD belenense, dos ‘verderrubros’ da Madeira ou da ‘Briosa’, equipas de história na formação, pela posição no top-seis. Este foi o onze que mais custou ajustar, pois de entre os 33 utilizados os onze mais não possuem centrais, de ‘base formativa’ pelo menos, o que obrigou a esta redefinição. Uma das estrelas é, sem dúvida, Luquinhas, extremo canarinho de 22 anos que Inácio chamou ao plantel principal e colocou em jogo. Infelizmente, o jovem oriundo de Ceilândia, cidade na região de Brasília, é um espelho da forma incauta como se ‘avalia’ o período formativo, com quase todos os media escritos e demasiados ‘comentadores’ televisivos futebolísticos andam a associar ao Seixal, na condição de antigo formando, quando o brasiliense passou uma temporada somente na equipa ‘B’ encarnada, cedido pelo Vilafranquense, por cuja equipa se estreou em grande estilo em Portugal, ajudando os de Vila Franca de Xira ao título lisboeta e regresso aos nacionais e brilhando de seguida no Campeonato de Portugal. Quando o Benfica, por acaso, está a ter tanto destaque pela sua reiterada aposta na formação, não deixa de ser abusivo querer colar um miúdo que passou uma época, sénior, na equipa ‘B’ a esse fenómeno, chama-se a isso desinformação e má informação, pois em nenhum quadro que determina um ‘oriundo da formação’ se lista um futebolista sénior que tenha passado uma época pela equipa ‘B’ de um clube e é importante ter isso presente, pois ninguém lhe nega o talento e potencial que continua a demonstrar. Também na Vila das Aves escasseia a aposta local, 26 dos 33 utilizados são novos recrutas, ainda que alguns já pertencessem aos quadros avenses e estivessem cedidos a emblemas de escalões secundários. Uma das desilusões, face ao brilho que exibiu na época passada pelo Oriental, é o guineense Bura, que não tem jogado na primeira equipa e tem tido escasso tempo de jogo nos sub-23, por ser tido para o plantel principal. Prevíamos que José Mota recorresse aos seus serviços, até numa posição mais adiantada, pois parece ter faro de golo, pensá-lo como ‘trinco’ realmente é diminuir a sua capacidade de comer terreno e espaço. O plantel é, no seu global, muitíssimo interessante e carregado de talento, que Augusto Inácio já está a aproveitar na primeira equipa, como seria expectável. Miguel Tavares estreou-se agora, extremo lisboeta que se iniciou no Sporting CP, passou pelo Restelo, Linda-a-Velha e que o Sporting Braga foi recrutar ao Real Massamá já júnior. Na época passada fez uma boa transição júnior-sénior no Mirandela, onde o Aves o foi buscar, assim como a Zidane Banjaqui, que – contrariamente a Bura – achamos poder render mais se recuar um pouco mais no meio-campo, aprendendo os espaços calcorreados por um médio de transição ou interior, tendo ainda chegado da terra das alheiras Cláudio Tavares, outro nome cedido pelo Aves aos mirandelenses em 17/18, tal como Ricardo Mangas, um lateral esquerdo que parecia caminhar para outros patamares, ainda bem a tempo de vingar no máximo escalão nacional e internacionalmente. 37


Os 13 golos do senegalês Abdoulaye Diallo trazem-no de novo ao plantel principal, onde esteve em 15/16. Bruno Lourenço também poderá ter oportunidades com Inácio, ou seja, são muitos nomes de cartel, antigos internacionais jovens, muitos deles formados entre Alcochete e Seixal – estes, sim, formados no Seixal, com competência e potencial para atingirem o profissionalismo ao mais alto nível, haja aposta e tenham mente e capacidade de aprendizagem para o fazerem. 18 dos 33 futebolistas marcaram golos o que dá uma taxa de 48.48 por cento sobre o total do plantel usado. Os avenses somaram uma média de 1,88 amarelos por desafio e 0,08 vermelhos. Abdoulaye Diallo leva um golo a cada 125 minutos de jogo em média, enquanto a passagem do brasileiro Bruno Gomes, do plantel principal, rendeu três golos, numa média de um a cada 50 minutos. Ricardo Rodrigues, chamado amiúde por José Mota, paredense, com dois golos nessas chamadas, somou nove pelos sub23, um a cada 117 minutos.

Pela baliza passaram quatro nomes, o veterano Marco Pinto, que se mudou entretanto para o Mirandela, o brasileiro Raphael Affalo, que tem oito golos encaixados em oito partidas, o espinhense Bruno Silva e o chinês Jiaqi Han, que alinhou em mais de metade dos encontros, tendo este retornado à China para integrar o plantel do Guangzhou R&F. Sénior de primeiro ano, o Aves poderá no futuro arvorar-se de ter tido o titular das redes chinesas no clube. Apenas Jiaqi Han e Ivanilson Magalhães, antigo formando do Belenenses, são seniores de primeiro ano neste quadro, enquanto Diogo Batista tem ainda idade 38


júnior, a chegar à Vila das Aves na temporada passada oriundo do Vitória sadino depois de formação realizada em Alcochete com uma temporada, juvenil, no Seixal – Alcochete e Seixal, entenda-se, nas academias de Sporting CP e Benfica e não nos locais Alcochetense ou Seixal. Bruno Lourenço e Flávio Cristóvão participaram em 24 encontros, o primeiro em todos como titular. José Varela iniciou 17 partidas e em todas foi substituído. Tiago Nani, em 15 jogos, é o campeão a saltar do banco para o campo. Bruno Lourenço lidera também o ranking de amarelos, somou oito avisos arbitrais.

8.5 Benfica O sucesso do Benfica no campo desportivo e financeiro, associados, prova a certeza e razão da política realizada. O denominado queimar de etapas, tão criticado sem qualquer sustentação teórico-prática salvo na falta de um amplo e detalhado acompanhamento fora de campo, é realmente a necessidade para a afirmação, desde que sustentado, como em todas as áreas, pois se alguém está acima da média precisa de constantes desafios para continuar a evoluir, a crescer, a se afirmar; a sua manutenção num espaço ‘confortável’ é habitualmente acompanhada, a partir de certa altura, de desinteresse, decréscimo de trabalho oferecido e, no caso desportivo, de regressão evolutiva. Se a maior parte dos 14 emblemas presentes na edição inaugural da Liga Revelação mostra alguma resistência à utilização de jovens ainda em idade júnior ou juvenil, no caso das ‘Águias’ são 50 nomes distintos a terem somado minutos nesta formação reservista, dos quais mais de metade são juniores, um ainda juvenil, 13 juniores de primeiro ano, mantendo-se a formação a incentivar a

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progressão dos seus jovens e a dar-lhes desafios a superarem. Estes estarão ainda mais prontos para a equipa ‘B’, onde seguem a jogar também vários ainda sub-19, e para a equipa principal, que é o propósito de todas as equipas de formação, incluindo as seniores. Como acima foi notado neste documento, a média de idades do Benfica é a mais jovem e o onze que somou o maior tempo de jogo nesta primeira fase é ainda mais novo que a média do plantel. Seis dos 50 são novidades, mas dois desses são formandos do clube, ou seja, regressam. A média de altura fixa-se nos 1,80 metros, 18 marcaram golos, 36 por cento do plantel. A média de amarelos cifrou-se no 1,54 por partida e 0,19 vermelhos/jogo. Foram chamados à liça quatro guardiões e o mais utilizado, ainda júnior, Celton Biai está com uma média de um golo sofrido a cada 152 minutos. Não faltam nomes para nomear, Diogo Pinto, Mesaque Djú, Vukotic, o madeirense Miguel Nóbrega, a associar a Rodrigo Conceição, o segundo da ‘linhagem’ de Sérgio Conceição, que soma um golo a cada 198 minutos, e Tiago Gouveia, ‘alfacinha’ ‘pescado’ no Sporting CP que leva um golo a cada 154 minutos. O juvenil Ronaldo Camará não foi chamado já por acaso, é outra pérola que poderá somar minutos na equipa principal já na próxima temporada, mantenha-se esta sequência de apostas.

Alguns dos futebolistas utilizados na formação reserva são habituais da ‘B’, outros foram ganhando aqui maior ritmo para procurarem um apuramento na UEFA Youth League, algo que não conseguiram na ronda a eliminar.

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Uma das maiores curiosidades no seguimento desta formação prende-se com a forma como vai ser gerida, entre Luís Tralhão, Luís Nascimento, Renato Paiva e Bruno Lage, em termos de recursos humanos, se será dada prioridade ao já histórico e com peso Nacional de sub-19, para a sua fase final, se o propósito passará por obter a primeira Liga Revelação, que quase parece ter sido concebida à medida dos ‘encarnados’ e da sua vontade em ter mais um espaço de afirmação competitiva para os mais jovens, conjugada naturalmente com a continuidade da competitividade na ‘B’ na LedmanLigaPro. O avançado australiano Anthony Carter, de 24 anos, é o futebolista com maior idade nos 50 já chamados para alinharem nesta formação sub-23. Os benfiquistas foram dos primeiros a divergirem nas possibilidades internacionais, porém esta chegada de jovens de origens futebolisticamente exóticas não redundou numa afirmação, salvo com Jan Oblak e Victor Lindelof, um esloveno e um sueco que chegaram e renderam muitos milhões aos cofres ‘encarnados’, mas também georgianos, australianos, gaboneses, romenos, hondurenhos, chineses. A diferença entre o sucesso dos dois supramencionados no clube prendeu-se com a clara mudança de política e promoção destes ao plantel principal, com tempo de jogo, ou seja, não é tanto a qualidade potencial ou falta dela, importa que cresçam com minutos, que cheguem à primeira equipa, que somem tempo de jogo, que se mostrem, apenas assim haverá retorno, financeiro e desportivo. Tudo se joga nos equilíbrios, procurar realizar uma observação metódica e precisa, aliar essa questão à sempre vital, mesmo que desvalorizada por alguns, economia, conceber cenários e detalhar possibilidades internacionais em termos de marca, branding, merchandising, marketing, sponsoring, etc., assegurar a promoção e crescimento internos com a entrada de possíveis mais-valias, sem destruir o que de bom se faz internamente e sem quebrar a confiança dos jovens locais. A globalização de uma marca também passa pela criação de elos em termos jovens, especialmente quando se consegue promover uma projecção mediática nos territórios destes ou que se queiram explorar. Como muitas vezes escrevemos, há que pensar, projectar, desenhar e agir a vários níveis, local, regional, nacional, continental e mundial, sendo que este modelo se aplica, pode ou deve aplicar, a qualquer clube. A estrela Diogo Pinto foi 24 vezes titular, Vukotic 12 vezes substituído, Tiago Gouveia chamado nove a partir do banco, enquanto Diogo Mendes foi o mais admoestado, por quatro ocasiões.

8.6 Sporting Braga Há uma década no clube, José Araújo orientou as formações de iniciados, juvenis, esteve no Palmeiras FC a treinar os sub-17, tendo esta formação bracarense um protocolo estabelecido com o Sporting Braga, juniores e subiu esta temporada para assumir a debutante equipa de sub-23 na Liga Revelação.

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Dos 44 futebolistas utilizados 19 são novidades, quatro dos quais entram no naipe dos mais utilizados, enquanto desses onze cinco são formandos do clube. Sete dos elementos que somaram minutos ainda têm idade júnior, um ainda é juvenil, o médio Bernardo Couto. Fábio Baldé, David Veiga e a cara nova Eynel Soares, um cabo-verdiano a seguir bem atentamente, completam o trio de sub-19 que estão no grupo dos mais usados nesta fase regular da prova pelo Sporting Braga. Os gémeos Namora separaram-se novamente, um continua no Rio Ave, Nuno, outro está em Braga e é um dos goleadores da equipa, Manuel, são oito golos para o portuense, um a cada 138 minutos em média.

‘Reko’ Silva, o mais jovem do trio, com o mais velho Reko a alinhar neste momento no Águias Alvelos, o irmão do meio a jogar no miolo da Académica, enquanto o criativo vai-se mostrando a contento nestes sub-23, ainda sem oportunidades na ‘B’, ele que fez boa parte da carreira orientado por José Araújo, como outros seniores de primeiro ano nesta equipa. Apesar do seu máximo ser criar situações de golo, ‘Reko’ Silva soma cinco golos, um a cada 137 minutos, pedindo ainda mais tempo de jogo e a oportunidade na ‘B’, que se debate com problemas para assegurar a manutenção na LedmanLigaPro. O central Rodrigo Borges, o criativo Midana Sambú, o talentoso Francisco Moura, o cabo-verdiano Rodrigo Lima, Kiki, a surpresa Fábio Vianna, além dos ainda juniores em idade, Baldé, Veiga e Eynel, completam um grupo de futebolistas de elevado potencial que, como para os outros emblemas notámos, necessitam de

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rapidamente subir na pirâmide do clube sob pena de se perderem e regredirem competitivamente. Observando o que Tiago Sá está a realizar, a conseguir ser uma excepção, com vários anos de ‘B’, a ver-se sucessivamente ultrapassado por novas contratações, agora a assumir a baliza dos ‘Gverreiros do Minho’, o talento de Ricardo Velho, já no segundo ano sénior, poderá ter de procurar outras balizas para guardar, de forma a poder afirmar-se no contexto do futebol de primeira linha. O famalicense somou 16 encontros e um golo encaixado em média a cada 96 minutos. A alternativa tem sido Rogério Santos, outro dos vários jovens que acompanhou José Araújo nas várias camadas jovens braguistas. Bernardo Caldeira é um dos sub-19 chamados em diversas ocasiões. O lateral lisboeta trocou o Restelo por Braga esta temporada e entrará no lote das indecisões, entre a estada nos sub-23 e a participação na luta pelo título nacional de sub-19. Foram 17 os jogadores que conseguiram golos, numa taxa de 38,64 por cento face ao total de utilizados. A equipa soma uma média de 1,65 amarelos por partida e 0,04 vermelhos. José Xavier iniciou-se no Sporting Braga, passou pelo Olival e foi campeão nacional de sub-17 no histórico título do Vitória Sport Clube Guimarães em 2014. Na sua primeira temporada sénior trocou Guimarães por Chaves, realizou uma boa cedência ao Pedras Salgadas e abandona Trás-os-Montes pelo sonho inglês, mas não sai das reservas do Wolverhampton Wanderers, da Premier League 2, se preferirem, regressando a Portugal esta época e a Braga, onde tem sido um dos goleadores da equipa, seis tentos, um a cada 125 minutos de utilização. Aos

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21 anos certamente não quererá ficar novamente numa equipa de reservas e não espantará se deixar novamente Braga para procurar a afirmação numa primeira equipa. Dependendo daquilo que o clube quiser para esta fase de título e o que pretender dos sub-19 na disputa do campeonato nacional da categoria – e de como essa equipa se desempenhar, existem nomes como o ‘jesuíta’ Vasco Moreira, o exbelenense Leandro Sanca, o ‘viriato’ Pedro Martins, Pedro Santos, o bourense Edgar Braga, Guilherme Soares ou Miguel Vilela que poderão somar os primeiros minutos ‘seniores’ nesta formação de reserva. David Veiga foi titular em 20 encontros, tal como Fábio Baldé, Kiki foi substituído 12 vezes e Reko Silva iniciou no banco, com participação em jogo, por 14 ocasiões. Fábio Baldé chegou à dezena nos amarelos.

8.7 Vitória Sport Clube As presenças de Tomás Händel no miolo vitoriano deram-nos esperança de que o jovem de raízes germânico-austríacas, nado e criado em Guimarães, saltasse no imediato para o plantel principal e fosse utilizado por Luís Castro, treinador da primeira equipa, mas vai permanecendo com Luís Castro dos sub-23, onde é claramente a mais-valia. Afonso Freitas regressou a Guimarães depois da experiência na academia da Juventus e é outro nome grande, de potencial gigante para as laterais. Dez dos 37 futebolistas utilizados têm ainda idade júnior, três dos quais nos onze mais.

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O central gaiense Pedro Nuno, contratado esta temporada ao Rio Ave, o central penafidelense João Mendes já alinhava na ‘B’ do Penafiel na temporada passada, saltou para o Vitória sub-19 e é outro nome que deve ser considerado para os sub-23 nesta temporada. Além do duo central, são vários os vimaranenses que poderão mediar entre os sub-19 e estes sub-23, aonde pode igualmente chegar Mário Ferreira, outro retornado de Itália, onde esteve na academia da Sampdória, para aí rumando a partir do Benfica, nas duas últimas épocas, um extremo a ver com atenção. O dianteiro luso-francês Théo Fonseca é outro nome que vem brilhando nos sub19 e poderá marcar pontos nos sub-23 em 2019. Já Generoso Correia, que vimos com alguma qualidade nas oportunidades de que dispôs no Gondomar, continua sem somar minutos nas equipas vitorianas, nem nos sub-23, muito menos nos ‘B’, o que não deixa de ser estranho para um internacional jovem luso.

A FPF divisou a Taça Revelação na altura do sorteio da segunda fase, uma prova a oito que servirá de objectivo para os oito clubes que jogarão esta segunda metade na parte inferior. Melhor ainda seria ter pensado em duas, uma para premiar o vencedor da fase de ‘play-out’ sem ‘exclusão’ – descida, entenda-se, outra como a apresentada, com os seis primeiros e os dois melhores da segunda tabela. O modelo até poderia ter para a Taça Revelação a pontuação como está considerada, acumulada a partir de metade dos pontos da primeira fase, enquanto para a outra Taça, que poderia ser Esperança, Promessa ou ter um naming associado, realizar-se uma soma de pontos apenas para esta fase, a partir do zero. 45


Mesmo com o incentivo da Taça Revelação, é crível que a maioria dos oito emblemas encabeçados por Vitória Guimarães utilize esta segunda parte como molde para avaliação futura de jovens, se poderão integrar plantéis, dar o salto, dar tempo de jogo a alguns elementos menos utilizados, pelo menos deveria ser esse o foco, inclusive para os que disputarão o título. Trazer mais alguns jovens de proveniências menos comuns, testá-los em processo competitivo, engrandecendo ou definindo protocolos com regiões menos desenvolvidas e/ou conhecidas do universo futebolístico ocidental é mais uma forma possível de potenciar, em termos de clube, esta equipa para retornos desportivo-financeiros e extra-desportivos, algo que deve estar sempre presente na mente, formas de encaixe associadas a este acréscimo de custos. A relação com a lusofonia na Venezuela, na África do Sul, no Canadá, nos EUA, no Luxemburgo, na Suíça, em França, em Timor-Leste, na Índia e nos PALOP tem sido trabalhada de forma avulsa e seria de considerar explorá-la de forma mais aprofundada. Países como a Etiópia, o Quénia, Madagáscar, a Tanzânia, a Zâmbia têm talentos desportivos, não apenas futebolísticos, que merecem a pena olhar de forma bem mais detalhada, até por serem nações ainda pouco trabalhadas pelas ligas e clubes ‘prime’, ou seja, ainda não existe uma saturação e/ou sobrevalorização do talento na relação oferta-procura, o que deveria colocar os clubes portugueses, pela própria relação e posição de Portugal no e com o mundo, em acção de forma mais globalizada, não apenas com acordos vazios e superficiais de colaborações. Além dos países mencionados, a ‘nova’ Cuba e as Caraíbas – Jamaica, Trinidad e Tobago, antigas Antilhas Holandesas e as Guianas, a francesa, a inglesa e a holandesa (Suriname, terra ancestral de quase todos os holandeses ‘morenos’, pátria-mãe de estrelas como Rijkaard, Gullit, Menzo, Davids, Seedorf, Kluivert), esta última a poder ser melhor observada numa ‘ideia’ criativa que realizámos há quase oito anos atrás para uma possível selecção, quando o Suriname ainda limitava a sua própria selecção a habitantes do país. http://olefutebolole.blogspot.com/2011/06/seleccoes-perdidas-do-mundosuriname.html Claro que cada um olha para a sua academia, os seus gastos e retornos, mas deve também abrir os horizontes, não para o banal, para o que já está gasto e demasiadamente explorado, antes focando-se em procura de pioneirismo, de novos mercados e possibilidades. Um dos mais jovens, Tomás Händel foi titular em todos os 26 encontros da fase regular. O chinês Huanhuan Shan foi o futebolista mais substituído, em 11, ao passo que Leonardo Costa, 14 vezes, foi o que mais partidas teve a começar no banco e a tomar parte activa do jogo. Afonso Freitas, sete, é o mais admoestado no Vitória Guimarães.

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8.8 Vitória Futebol Clube A margem sul, associada ao Tejo, sempre produziu talentos de elevada valia, a maioria deles oriundos do Barreiro, porém também com vários produtos da bacia do Sado, a relembrar os tempos do glorioso Vitória sadino de Pedroto, Tomé, Mourinho Félix, Conhé, Jacinto João, Jaime Graça, Carlos Cardoso, Dinis Vital, Herculano ou Vítor Baptista, tantos talentos que o Bonfim teve o prazer de acolher. Infelizmente, o Vitória Setúbal há muito que sobrevive, têm-se sucedido direcções, contudo são recorrentes as notícias e boatos sobre atrasos no pagamento salarial, dívidas acumuladas, algo que em muitas das outras ligas europeias já teria retirado o histórico emblema das competições profissionais. Apesar dessas questões e da ancestral certificação da qualidade, do facto das academias de Benfica e Sporting CP estarem sediadas relativamente próximas de Setúbal, a equipa é constantemente remodelada e parecem existir sempre demasiadas caras novas para um clube em dificuldades financeiras.

Por outro lado, saúde-se o facto de, desde há alguns anos, ter sido, face a essa necessidade e não por opção, também convém sublinhar, pioneiro no aproveitamento de talentos que brotam no Campeonato de Portugal e na segunda liga, João Amaral, Costinha, Pedro Pinto, Paulo Tavares, Igor Rocha, Bruninho, Jorginho, Gonçalo Graça, Dani, Pedro Tiba, Pedro Coronas, André Claro, Ruca, Fábio Pacheco ou Vasco Costa. Prova de qualidade e de uma injustificável falta de vontade de outros clubes em procurarem ‘dentro’ a qualidade, pois este naipe assegurou manutenções, boas campanhas, apesar dos 47


contratempos, das dificuldades, crescendo em carreira, alguns a emigrarem, o que leva a questionar, sempre, a baixa utilização de portugueses nas ligas profissionais lusas de futebol. Isto foi, é verdade, mesclado com algum talento local, Miguel Lázaro, Frederico Venâncio, Miguel Lourenço, Kiko, Marlon Costa, Rúben Vezo, André Pedrosa, André Sousa, sendo que esta equipa de sub-23 traz mais alguns talentos e dálhes espaço na transição, todavia é algo que o Vitória já poderia ter realizado através de uma ‘B’ no distrital setubalense, por exemplo. Sete dos mais utilizados são formandos do Vitória FC, Baba Fernandes, ainda com idade júnior, já foi chamado ao plantel principal e os médios Tomás Azevedo e Diogo Lobo, os laterais Rui Modesto e Pedro Santos ou o dianteiro Leonardo Chão também pedem atenção, assim como Bernardo Morgado. Luís Cortez já é futebolista de primeira equipa, apesar de andar mais nesta sub-23, prometia bastante mais do que o que alcançou até este momento na carreira.

O guineense Valdu Tê, 21 anos, apresentou-se na sub-23, fez cinco golos, um a cada 80 minutos e foi logo pescado para o plantel principal, onde se tem mostrado. Valdu chegou ao Sado ainda júnior oriundo do Sporting Bissau, foi emprestado várias temporadas, mas agora tem finalmente o tempo de jogo e prova qualidade, até superior ao brasileiro Allef, autor de nove tentos nos sub23, um a cada 79 minutos de utilização, mas com menor importância naquilo que tem realizado pela primeira formação. João Canadas, oriundo dos sub-19 do Belenenses, é outro jovem em busca de espaço afirmativo no futebol sénior através de Setúbal.

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Outro nome novo no Vitória FC é o dianteiro luso-francês Brian Miguel, jogador que realizou um belo fecho de trajecto jovem nos juniores do Arouca e a temporada transacta esteve no São Martinho, primeiro, no Minas Argozelo, de seguida, leva cinco golos, média de um a cada 125 minutos. Leonardo Chão foi 22 vezes titular na fase regular, substituído em 15 dos encontros. Do banco o mais utilizado foi Kévin Santos e Rui Modesto, com seis admoestações, foi o mais amarelado.

8.9 Marítimo Apesar de ter na sua equipa ‘B’ a única sobrevivente da sua tentativa de lançamento da ideia ‘B’ no futebol português, quando artificialmente se colocaram algumas equipas secundárias, dos clubes que aceitaram tê-las por proposta federativa, na então Segunda Divisão B, a verdade é que o Marítimo não tem potenciado a ‘B’ e a ‘C’, sendo que chegou a ter a B na segunda liga e a C no Campeonato de Portugal, tanto quanto podia face à quantidade de elementos que vai levando para essas formações sem que dêem o salto para o plantel principal de forma definitiva.

Esta equipa de sub-23 ocupou internamente o espaço que estava determinado para a formação C, sendo de salientar claramente Pedro Pelágio, 18 anos, que entrou para a história do clube ao alinhar em 18/19 pelos juniores, pelos sub-23, pelos ‘B’ e pela equipa principal maritimista, um jovem que promete bastante. Umaro Baldé, Leandro Cardoso, Alírio, Barata, Gonçalo Duarte, Diogo Barbosa ou Vilson Caleir têm talento, no caso de alguns deles já não para um campeonato

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de reservas, Barata e Diogo Barbosa já deveriam estar noutros patamares competitivos e não num campeonato de idades, ‘protegido’. Somente sete em 41 utilizados serem formados localmente é muito curto, mais ainda para quem tem duas equipas seniores formativas há anos. O mesmo se aplicando aos apenas cinco juniores chamados. 29 por cento dos jogadores com minutos obtiveram golos e a média de altura está nos 1,82 metros. No que diz respeito a admoestações, são mais de dois amarelos por partida em média e 0,04 vermelhos. Olhando ainda para a relação ancestral entre a Madeira e a lusofonia venezuelana e sul-africana, sendo que o Marítimo tem uma equipa na Venezuela criada à ‘sua imagem’, não sabendo nós neste momento se continua a existir um protocolo que no passado foi aconteceu, mas seria de esperar uma presença de lusodescendentes com estas origens nos plantéis ‘verde-rubros’.

Face aos custos da insularidade, quedar-se pela fase de manutenção ainda se torna mais frustrante, restando agora ao Marítimo procurar disputar uma das duas vagas na Taça Revelação e continuar a usar esta equipa para dar minutos a alguns novos recrutas e elementos menos utilizados. Dos sub-19, o esquerdino peruano Renzo Peramás, o açoriano João Furtado, Santiago Gonçalves e Carlos Dinis, dois dos exemplos que acima assinalamos, luso-venezuelanos, João Pinto, Hugo Meireles, os dois ingleses, Adaakwah, de ascendência africana, e Ghdhban, de ascendência árabe, Alex Graça ou Luís Figueira poderão ter oportunidades até final da temporada, dependendo da forma como correr o desempenho das equipas juniores, da formação secundária

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e da equipa principal, nas inevitáveis relações entre os plantéis e a gestão dos mesmos. Rodrigo Alírio e Mamadou Traoré foram titulares em 24 encontros, o maliano realizou mesmo a totalidade de minutos nesses desafios, enquanto o ex-alvinegro apenas foi substituído num deles. Vilson Caleir e Barata começaram 15 vezes partidas que não terminaram devido a substituição. O brasileiro Henrique Silva foi o que mais vezes participou em jogos tendo-os iniciado no banco, em 13 deles isso sucedeu. O mais jovem Pedro Pelágio foi o que viu por mais vezes o amarelo, sete.

8.10 Belenenses SAD Herdeira de um nome histórico, a SAD belenense vem-se debatendo judicialmente com a direcção do clube e neste momento pode-se dizer que esta SAD não é do campeão de 1945/46, do vencedor de vários títulos no passado, apenas detém o seu nome e a sua posição nas ligas profissionais, agora a criar – de cima para baixo – ‘estruturas’ suas, como equipas jovens e esta formação sub-23, que já promoveu Diogo Calila, tem servido para Kikas mediar entre a equipa principal e os minutos para se manter em acção, está a provar João ‘Tarzan’ Rodrigues mais uma vez como goleador, 14 golos, um a cada 158 minutos de utilização, também ele já chamado à primeira formação por Silas, um plantel que conta com dois juniores de primeiro ano, o cabo-verdiano Kenedy Santos e o luso-holandês Luca Van Der Gaag, filho de Mitchell Van Der Gaag, que alinha, de base, na mesma posição do pai, o eixo defensivo.

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Foram 12 os marcadores de golos, cerca de 34 por cento do total de futebolistas utilizados, a média de idades é relativamente elevada, normal para uma SAD sem formação, está agora a ‘criá-la’. Gonçalo Agrelos, antiga promessa leonina, é um dos muitos reforços, em busca de dar o salto para a primeira equipa. O central Luís Silva regressou a Portugal após ter trocado Benfica pelo Stoke City, mais um jovem de elevadíssimo potencial em busca de afirmação. Tomás Ribeiro é um formando do Restelo para olhar bem, ainda a procurar perceber onde renderá mais, enquanto Robinho e Adélcio Vieira saltam entre os dois planteis.

Mika, Dálcio, André Santos, Nuno Tomás, Chaby, Dramé, Tandjigora, entre outros, são exemplos de como esta prova acaba por não ir muito além de uma competição de reservas travestida de um nome pomposo e uma roupagem mediática que lhe atribui uma dimensão que, nesta fase inicial, claramente não tem. Algumas equipas estão a tentar usá-la para crescerem nos planteis à disposição, apesar de tal não alterar a mentalidade, ou seja, se no plantel principal não existir espaço, podem haver um, seis ou dez equipas de apoio que apenas servirão para gastos supérfluos e atrasos na evolução competitiva dos jovens aspirantes a profissionais. Outras há que procuram ter nesta liga uma alternativa para dar minutos a futebolistas menos utilizados ou recém-chegados. Face à escassez de recursos internos, seria de antecipar que a Codecity trouxesse mais-valias de outras paragens, desde a África lusófona, para além de Kenedy, até à China e à América Latina, mas é bom ver novas caras, jovens lusos que desconhecíamos, aliados a algumas estrelas do Campeonato de Portugal, ficando

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para se perceber se vão vingar na equipa principal de forma definitiva ou continuarão em vaivém.

8.11 Académica Coimbra Durante décadas a ‘Briosa’ representou a real tradição do ‘doutor futebolista’, tendo os planteis na sua maioria elementos das várias faculdades da Universidade de Coimbra, uma raridade no plano actual, desde os anos 80, sendo hoje a excepção aquele que concilia o futebol profissional na Académica com o curso universitário, situação que pode ser revertida através desta formação de sub-23, os reservas que podem acompanhar a sua formação com os relvados e o jogo, servindo mesmo para potenciar a chegada de outros jovens, convencendo-os a alinhar na Académica Coimbra com essa possibilidade de associação.

Dos futebolistas utilizados um terço é formando dos ‘Estudantes’ e nos mais usados são sete para quatro novos recrutas. A equipa tem estado bastante permissiva defensivamente e essa é uma das razões do posicionamento, mas continua por se compreender qual a relação, se existe, entre a Académica OAF, esta sub-23 e a Académica Coimbra do distrital coimbrão, deviam funcionar, comunicar em uníssono e em vias bipartidas. Ainda assim, são nove os ainda juniores já chamados a estes sub-23, como se pede. A liderança na fase de manutenção do Nacional de sub-19 dá confiança para continuarem a trazer jovens a esta formação.

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A Liga Revelação permitiu ao consagrado Diogo Ribeiro retomar a veia goleadora, são 14 golos, um a cada 118 minutos de utilização, valendo o ‘regresso’ ao plantel principal da ‘Briosa’, orientada novamente por João Alves, o ‘Luvas Pretas’. O esquerdino Rodrigo Vilela vinha brilhando em Loulé e somou 13 tentos nesta liga reservista, já pede claramente tempo de jogo na primeira equipa, é mais um exemplo de talento no Campeonato de Portugal que deveria ter confiança para as ligas profissionais ou até o estrangeiro e não para estar na Liga Revelação, a completar 24 anos em Março, o extremo deveria dar o salto para cima e não para a reserva. Ilian Iliev, filho do antigo médio internacional búlgaro com o mesmo nome, o lateral Nuno Esgueirão, Didi, o elvense David Teles, a gigante surpresa do final da fase regular, Zé Maria, ainda júnior, não faltam jovens de potencial interessante e que poderão surpreender na segunda fase, para a qual a Académica dentro da disputa de um dos lugares na Taça Revelação. O Vitória Guimarães tem um avanço confortável, mas as restantes sete equipas estão próximas na classificação.

Tal como outros emblemas, a par da promoção de alguns sub-19, a Académica tem rodado vários elementos do plantel principal, procurando dar-lhes minutos quando não estão chamados para integrar o quadro da LedmanLigaPro ou procuram recuperar ritmo depois de paragens por lesão, o habitual numa equipa de reservas. Se a maioria dos interessados, fora dos clubes e seus adeptos, olhará de forma mais atenta para o sexteto que disputará o título, será bastante curioso analisar

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o decorrer da segunda fase para a metade inferior e como os oito emblemas gerirão uma parte da competição que terá um custo ainda superior, pois farão – já nem falando da ida à Madeira e das viagens dos sub-23 do Marítimo ao continente – 14 partidas contra 10 dos que jogarão pelo campeonato, sete viagens contra cinco e uma maior disparidade pois geograficamente estão Guimarães, Portimão, Coimbra, Santa Maria da Feira, Setúbal, Lisboa, Almada e Funchal, enquanto no título estão três clubes de Lisboa metropolitana, um de Braga, cuja equipa alinha em Fão, Esposende, um de Santo Tirso e um de Vila do Conde. Além disso, a perda de objectivos conduzirá inevitavelmente a uma redefinição de propósitos e menor fulgor e foco na abordagem a cada desafio. Na fase regular a Académica teve 13 distintos marcadores, um terço dos futebolistas utilizados. A equipa recebeu 1,92 amarelos e 0,15 vermelhos por partida. Nuno Esgueirão e Pedro Lagoa iniciaram 23 dos 26 jogos que a ‘Briosa’ jogou, Diogo Ribeiro e David Teles foram substituídos em metade desses mesmos 26 desafios, o mesmo valor para o brasileiro Estêvão Valênsio e Nuno André como suplentes utilizados. O luso-guineense Samir Banjai foi o mais admoestado, sete amarelos para o central.

8.12 Portimonense A SAD do Portimonense, detida por brasileiros com ligações ao Japão, também vai utilizando esta formação sub-23 para avaliar jogadores e dar rodagem aos chegados agora a Portugal e ainda sem ritmo ou arreganho para alinharem na equipa principal.

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Não existem praticamente formandos do clube, três em 39 é um número muito escasso, e boa parte dos jovens futebolistas são contratações. André Clóvis foi das primeiras estrelas nesta Liga Revelação e o avançado de 21 anos já saltou, por cedência, para o secundário Leixões, onde também marca. Na estada em Portimão somou 13 tentos pelos sub-23, um golo a cada 81 minutos em média de utilização. Como acima se notou, são vários os elementos que já alinharam pela equipa principal dos ‘alvinegros’ algarvios, Iago, Taofiq Jibril, Ezeh, Bruno Reis, Paulinho Bóia, outros apenas somaram minutos de ‘recuperação’ nesta equipa secundária.

Kodai Nagashima tem estado, ainda, aquém do antevisto, é mais um jovem talentoso que chega a Portimão oriundo do ‘País do Sol Nascente’, na senda de Mu Kanazaki e, claro, de Nakajima, mas apenas a alinhar por enquanto e sem grande lustro nos sub-23. Veremos como vai gerir Folha a situação de Gonda, o guardião internacional japonês que o Portimonense também tem no plantel, pois não faz grande sentido ir buscar o homem que desafio Kawashima e lhe rouba a titularidade. Depois de quase uma década de banco, Shuichi Gonda assumiu as redes nipónicas em meados de 2018 e foi ele o titular no vice-título continental de 2019, apenas falhando o terceiro jogo da fase de grupos, quando o Japão já estava apurado. Ricardo Ferreira tem estado bem, mas Gonda vem para ser titular, imagina-se, restando saber se vai realizar alguns desafios de ‘adaptação’ e aprendizagem de comunicação nos sub-23, seria uma boa forma de se ajustar. Iago Oliveira e o recém-chegado Thiago Andrade, ambos brasileiros, são os únicos com idade júnior a terem alinhado pelo Portimonense.

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O ganês Edward Sarpong, 21 encontros completos, foi o futebolista mais vezes titular na formação que começou por ser orientada por Luís Boa Morte, entretanto a integrar uma equipa técnica na Liga Ha’Al israelita, sendo depois assumida por Bruno Lopes. Pepê, das principais figuras individuais deste Portimonense e da Liga Revelação, foi o futebolista mais vezes mudado, em nove ocasiões deixou o relvado antes do término do encontro. O avançado poveiro Rui Neta ganha a partir do banco, por 13 vezes chamado a entrar no decorrer das partidas e é também o líder nos amarelos, por seis vezes admoestado.

8.13 Feirense Espinho, Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Ovar, Vila Nova de Gaia, esta região de Entre-Douro-e-Vouga sempre brotou talentos desportivos, colectivos, individuais, de várias modalidades e ao longo das décadas, por isso os ‘Fogaceiros’ têm matéria-prima para reforçar o clube, até porque no concelho feirense há uma enorme panóplia de emblemas amadoras e academias de futebol. A SAD do Feirense passou para mãos nigerianas e isso nota-se nesta equipa de sub-23, com uma dezena de jovens nigerianos em busca de seguirem as pisadas do compatriota Etebo.

Cinco dos mais utilizados fizeram toda ou parte da formação no Feirense, o lateral direito Diga tem sido utilizado para acumular tempo de jogo quando não está na equipa principal. Oito dos 42 têm ainda idade júnior, com particular realce para João Pinto e Pedro Rosas, mas não esquecendo Gonçalo Costa e o reforço nigeriano Ayomide.

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Na baliza o mais usado tem nome de futebolista e não assim é à toa, Tomás é filho do antigo médio internacional australiano Vlado Bozinovski, que realizou carreira em Portugal, nascido na pitoresca Ohrid, Património da Humanidade, diante de um lago belíssimo, com o mesmo nome, na Macedónia. No seu primeiro ano sénior, Tomás Bozinovski, nascido em Aveiro, chegou esta temporada à Feira, tendo andado como caixeiro-viajante pelas camadas jovens, Beira Mar, Casa do Benfica em Estarreja, FC Porto, Académica, Eirense, Vitória Guimarães e Paços Ferreira até chegar a Santa Maria da Feira no debute sénior, ainda para se perceber se vingará ao mais alto nível como guardião. Obonogwu apontou seis golos e será um avançado a considerar também para o plantel principal. Começa a escassear o tempo para o Feirense iniciar a remontada e tentar deixar a zona de despromoção na Liga NOS.

Rúben Ramos foi o futebolista mais vezes titular, apenas falhando um desafio devido a expulsão por acumulação de amarelos. Bruno Amorim foi o mais vezes substituído, 12, enquanto o jamaicano Adamolekun entrou em 10 ocasiões depois de ter iniciado o encontro no banco. Roger Ramos levou cinco amarelos. Pouco mais de um quarto do total de futebolistas usados, 11 para 42, marcou golos, enquanto a equipa somou uma média de 1,88 amarelos e 0,12 vermelhos por desafio. Do quadro de sub-19 do clube, não espantará se nomes como Tiago Babo, defesa que chegou esta época do Boavista, Vasco Lara, Gonçalo Silva, Gonçalo Semedo, Manu Silva, Ricardo Pinho ou Moisés Conceição, o terceiro dos filhos do antigo

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internacional e hoje treinador do FC Porto, alinhem pela equipa sub-23 nesta segunda fase da Liga Revelação.

8.14 Cova da Piedade Recém-promovido à LedmanLigaPro, com uma equipa ‘B’ também criada há pouco tempo e a alinhar no distrital setubalense, o Cova da Piedade acabou por ser uma entrada um pouco surpreendente na Liga Revelação, uma solução que a FPF agradeceu olhando à falta de interesse e de capital das outras SAD ou SDUQ nas duas ligas profissionais para participarem neste campeonato nacional, com custos associados de alguma monta, particularmente nas deslocações.

Cova da Piedade e Feirense andaram quase sempre no fundo da tabela e terão dificuldades em acompanhar os restantes emblemas nesta segunda fase, a não ser que engrenem um ritmo que não se viu na fase regular. No final da fase regular já alinharam algumas caras novas, das quais se destaca inevitavelmente Yue Tze Nam, face à sua origem, de Hong Kong! Apenas nove marcadores de golos, menos de 20 por cento dos 49 futebolistas chamados à liça na fase regular com a camisola do Cova da Piedade. A equipa somou uma média de 2,15 amarelos e 0,23 vermelhos por partida. Serginho e Fábio Novo, 20 cada, foram os mais vezes titulares na equipa, com o avançado ‘fogaceiro’ a ser substituído em 13 desses encontros. Novo participou mesmo nos 26 desafios, nos restantes seis foi suplente utilizado, onde o campeão

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foi Manuel Lopes, por 12 ocasiões chamado a jogo a partir do banco. O senegalês Aya Diouf foi o mais admoestado, oito amarelos.

Também neste caso, a gestão entre ‘AA’, ‘B’ e sub-23 tem sido realizada, vários são os elementos do plantel principal que alinharam na Liga Revelação e tem existido uma, dir-se-ia, coabitação interactiva entre a ‘B’ que se situa no meio da tabela da 1.ª Divisão da Associação de Futebol de Setúbal, e a equipa sub-23, procurando ajustar as necessidades de cada uma e dos jovens aspirantes ao profissionalismo no futebol.

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9 Directório de Encontros Uma das grandes inovações associadas à Liga Revelação prende-se com a transmissão de todas as partidas por parte da FPF, uma emitida pela TVI24, as restantes disponíveis no serviço de stream federativo em associação com a brightcove. Praticamente todos os desafios estão disponíveis no site da Federação Portuguesa de Futebol, devendo igualmente fazer parte do menu que o novo canal federativo trará às televisões dos portugueses. http://fpfdireto.fpf.pt/category/videos/liga-revelacao

Jornada 1 Aves x Académica http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/ligarevela%C3%A7%C3%A3o/video/5822670685001 Belenenses SAD x Cova da Piedade http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/ligarevela%C3%A7%C3%A3o/video/5822670642001 Feirense x Rio Ave http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/ligarevela%C3%A7%C3%A3o/video/5822670643001/ V. Setúbal x Sporting CP http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5822670644001 Estoril-Praia x Portimonense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/ligarevela%C3%A7%C3%A3o/video/5822670649001 Marítimo x V. Guimarães http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5825448409001

Jornada 2 Portimonense x Belenenses SAD http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5828158234001 Académica x Sporting Braga http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5828165313001 Rio Ave x Estoril-Praia 61


http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5828164284001 Cova da Piedade x Marítimo http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5828162427001 Aves x V. Guimarães (inversão de ronda 15) http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5828165338001 Belenenses SAD x Rio Ave http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5830316491001

Jornada 3 Sporting CP x Benfica http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5829473023001 Estoril-Praia x Feirense (inversão de ronda 16) http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5829477031001 V. Setúbal x Académica http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5829467584001 Marítimo x Portimonense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5829750682001 Aves x Cova da Piedade http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5829752795001

Jornada 4 V. Guimarães x V. Setúbal http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5828892346001 Portimonense x Aves http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5828892347001 Rio Ave x Marítimo http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5828892381001 Estoril-Praia x Belenenses SAD http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5828892384001 Cova da Piedade x Sporting Braga http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5830294487001 62


Académica x Sporting CP http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5830305412001

Jornada 5 Aves x Rio Ave http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5835212543001 Feirense x Belenenses SAD http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5835217159001 V. Setúbal x Cova da Piedade http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5835216225001 Marítimo x Estoril-Praia http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5835265340001

Jornada 6 Portimonense x V. Setúbal http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5838231334001 Rio Ave x Sporting Braga http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5838258866001 Académica x Feirense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5838598037001 Belenenses SAD x Marítimo http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5838588993001 Estoril-Praia x Aves http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5838599067001

Jornada 7 Feirense x Marítimo http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5840276215001 Aves x Belenenses SAD http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5840282119001 V. Setúbal x Rio Ave http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5840282419001 63


Académica x V. Guimarães http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5840280100001

Jornada 8 Marítimo x Aves http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5842090291001 Belenenses SAD x Sporting Braga http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5842089754001 Cova da Piedade x Académica http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5842173365001 Estoril-Praia x V. Setúbal http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5842175464001 Rio Ave x Sporting CP http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5842930801001 V. Guimarães x Feirense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5968458267001

Jornada 9 Académica x Portimonense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5844981717001 Feirense x Aves http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5845272109001 V. Guimarães x Cova da Piedade http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5845328326001 V. Setúbal x Belenenses SAD http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5845536076001

Jornada 10 Feirense x Cova da Piedade http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5850900607001 Rio Ave x Académica http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5850933643001 64


Portimonense x V. Guimarães http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5851285926001 Belenenses SAD x Sporting CP http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5851282068001 Marítimo x V. Setúbal http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5851280993001 Aves x Sporting Braga http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5851417024001

Jornada 11 Académica x Estoril-Praia http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5853982185001 V. Guimarães x Rio Ave http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5855255288001 Feirense x Sporting Braga http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5855277295001

Jornada 12 Belenenses SAD x Académica http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5848109740001 Feirense x Portimonense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5855456289001 Estoril-Praia x V. Guimarães http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5855459003001 Aves x Sporting CP http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5855463799001 Rio Ave x Cova da Piedade http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5855485419001

Jornada 13 V. Setúbal x Feirense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5857211740001 65


Portimonense x Rio Ave http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5857218588001 Académica x Marítimo http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5857218934001 V. Guimarães x Belenenses SAD http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5857237606001 Cova da Piedade x Estoril-Praia http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5857437020001

Jornada 14 Rio Ave x Feirense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5859952123001 Académica x Aves http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5860391187001 Portimonense x Estoril-Praia http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5860391604001 V. Guimarães x Marítimo http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5860389874001 Cova da Piedade x Belenenses SAD http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5860391615001

Jornada 15 Estoril-Praia x Rio Ave http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5970858815001 Feirense x Sporting CP http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5973746857001 Belenenses SAD x Portimonense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5973751513001 V. Guimarães x Aves (inversão de jornada 2) http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5974099977001 Marítimo x Cova da Piedade 66


http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5974104854001

Jornada 16 Portimonense x Marítimo http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5971059458001 Rio Ave x Belenenses SAD http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5976459517001

Jornada 17 Aves x Portimonense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5977126321001 Belenenses SAD x Estoril-Praia http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5979650170001 Marítimo x Rio Ave http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5979942370001 V. Setúbal x V. Guimarães http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5979940094001

Jornada 18 Estoril-Praia x Marítimo http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5977154489001 Cova da Piedade x V. Setúbal http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5981090502001 Rio Ave x Aves http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5981106645001

Jornada 19 Marítimo x Belenenses SAD http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5968366169001 V. Setúbal x Portimonense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5982588777001 Feirense x Académica

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http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5982827657001 Aves x Estoril-Praia http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5986547187001

Jornada 20 Belenenses SAD x Aves http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5986030282001 Rio Ave x V. Setúbal http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5986059879001 Cova da Piedade x Benfica http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5986294837001 Marítimo x Feirense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5986296561001 V. Guimarães x Académica http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5986297679001 Estoril-Praia x Sporting Braga http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5986292517001

Jornada 21 Académica x Cova da Piedade http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5987228633001 V. Setúbal x Estoril-Praia http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5987228642001 Aves x Marítimo http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5987230550001 Feirense x V. Guimarães http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5987967912001

Jornada 22 Marítimo x Sporting Braga http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5989618072001 Aves x Feirense 68


http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5989612079001 Cova da Piedade x V. Guimarães http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5989696733001 Portimonense x Académica http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5989693872001 Estoril-Praia x Sporting CP http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5989693881001 Belenenses SAD x V. Setúbal http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5989697857001

Jornada 23 V. Setúbal x Marítimo http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5992338682001 V. Guimarães x Portimonense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5992448105001 Cova da Piedade x Feirense (inversão da jornada 10) http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5992450102001 Académica x Rio Ave http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5992449932001

Jornada 24 Rio Ave x V. Guimarães http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5995042206001 Aves x V. Setúbal http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5995043945001 Estoril-Praia x Académica http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5995924675001 Marítimo x Sporting CP http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5995941776001

Jornada 25 V. Guimarães x Estoril-Praia 69


http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5997772811001 Portimonense x Feirense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5997767516001 V. Setúbal x Sporting Braga http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5997772826001 Cova da Piedade x Rio Ave http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5997799330001 Académica x Belenenses SAD http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/5997796082001

Jornada 26 Rio Ave x Portimonense http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/6000065168001 Estoril-Praia x Cova da Piedade http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/6000332841001 Marítimo x Académica http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/6000331339001 Aves x Benfica http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/6000332567001 Feirense x V. Setúbal http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/6000332845001 Belenenses SAD x V. Guimarães http://fpfdireto.fpf.pt/detail/videos/liga-revelação/video/6001311801001

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10 Taça Revelação

Ao sortear a segunda fase da edição inaugural da Liga Revelação, a Federação Portuguesa de Futebol anunciou uma segunda competição, a Taça Revelação, procurando incentivar de algum modo as oito equipas que não descem, não jogam pelo título, estarão a viajar e a jogar praticamente para cumprir formalidades federativas. A ideia é importante, pois atribuir aos dois primeiros lugares da Fase de Manutenção duas vagas nos quartos desta Taça Revelação, a par dos seis que jogarão pelo título, dá alguma importância à segunda parte das equipas que estão nesta edição debutante. Contudo, resolvemos pensar um pouco mais além e enviámos à FPF um formato alternativo e bem mais inclusivo, que daria maior fulgor a toda a segunda fase da prova, quer na disputa do título da Liga Revelação, quer na luta pelos lugares na fase da manutenção. Deixamos aqui o mesmo para que todos os que folhearem virtualmente este documento o apreciem e comentem, incluindo os clubes envolvidos.

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Com 14 clubes envolvidos, seria – do nosso ponto de vista – bem mais apelativo e justo tê-los todos presentes na Taça Revelação. Assim, os quatro últimos da fase de manutenção jogariam uma ronda preliminar, 5.º x 8.º e 6.º x 7.º, na eliminatória seguinte, a 1.ª, o 3.º da fase de campeão jogaria com o vencedor do Jogo 1 e o 4.º da fase de campeão com o ganhador do Jogo 2, o 5.º da fase de campeão defrontaria o 4.º da fase manutenção e o 6.º da fase de campeão alinharia diante do 3.º da fase de manutenção. O prémio para os dois primeiros de cada uma das fases seria entrarem nos quartos de final directamente, defrontando os conquistadores da 1.ª eliminatória, isto é um modelo bem mais arrojado, inovador e que daria maior importância à fase de manutenção, além de cativar os da fase de campeão pelos lugares até final da prova. A outra linha diferenciadora que puxamos para esta alternativa é o poder jogarse a final da Taça Revelação antes da final da Taça de Portugal, no Jamor, conquanto que o relvado esteja adequadamente disponível. Seria um prémio para estes jovens, um aperitivo para o público e um modelo potencialmente ainda mais apelativo quando a FPF continua a procurar cativar mais clubes para esta competição alternativa e promocional do jovem jogador.

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11Estrelas da Revelação – 14 em XI Tal como se vem fazendo para os textos associados ao Campeonato de Portugal, procurou-se associar o desempenho individual a um onze possível, com três alternativas, para limitar a um por equipa participante estas revelações. Esta ideia deixa de fora nomes muito fortes nesta prova, que foram nomeados aquando da análise das equipas, mas merece novo sublinhado. Diogo Pinto, criativo nabantino, é claramente um dos nomes-mais do quadro sub23 do Benfica, tem feito jogar a equipa, está no seu primeiro ano sénior, dividiuse na formação entre Sporting CP e Benfica, sendo um dos jovens certamente no radar dos avaliadores interiores dos ‘encarnados’ para dar o salto a breve trecho.

Os goleadores Diogo Ribeiro, na Académica, Jonata Oliveira, no Estoril-Praia, Manuel Namora, no Sporting Braga, e Abdoulaye Diallo, no Aves, são outras quatro figuras pelos tentos obtidos nas respectivas formações. O barcelense Vitó é outro dos criativos em destaque, a ser uma das referências na ascensão do Rio Ave até ao topo da fase regular da Liga Revelação 18/19. Igor Rodrigues revela-se um dos melhores guarda-redes da competição, ao serviço do Estoril-Praia, baliza onde Carlos Alves também vai brilhando com a camisola do Rio Ave. Tote Gomes é outra figura nos ‘canarinhos’, tal como Baba Fernandes no Vitória Setúbal, Afonso Freitas no Vitória Guimarães, além dos avenses Miguel Tavares, Rodrigues, Ricardo Mangas, Luquinhas, Flávio Cristóvão, não faltando outros para nomear, podiam-se fazer três equipas de estrelas, como nos tempos da liga soviética, mas optou-se por uma única. 73


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