Publicação trimestral l dezembro 2017 l número XLIX (49)
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"Ninguém esquece um bom professor" Ninguém esquece uma boa colega Ninguém esquece uma boa amiga 23.11.2017
António Carvalhal
In memoriam
Esses mortos difíceis Que não acabam de morrer Dentro de nós; o sorriso De fotografia, A carícia suspensa, as folhas Dos estios persistindo Na poeira; difíceis; O suor dos cavalos, o sorriso, Como já disse, nos lábios, Nas folhas dos livros; Não acabam de morrer; Tão difíceis, os amigos
Eugénio de Andrade Seleção de Drª Delfina Rodrigues (Presidente da CAP da AEAS)
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Maria Angelina Valente da Mota
Os melhores alunos em destaque 2016/2017
A Câmara Municipal do Porto distinguiu os melhores entre os melhores , referentes ao ano letivo 2016/2017, e não podia faltar o João Carlos Ramos Gonçalves Matos que concluiu o Ensino Secundário na AEAS (Agrupamento Escola Aurélia de Sousa), e a Maria Helena Ramos Gonçalves Matos que completou o 3ºciclo do Ensino Básico.
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eve lugar a 10.ª edição do prémio de mérito escolar "Rumo à Excelência", promovido pela Câmara do Porto. A cerimónia de entrega dos prémios aconteceu a 29 de novembro, nos Paços do Concelho. Foi presidida por Rui Moreira, com a presença do vereador responsável pelo pelouro da Educação, Fernando Paulo. Este reconhecimento "só é possível porque há muito boas escolas, muito bons professores e famílias que apoiam muito a busca da excelência”, sublinhou o presidente da Câmara, acrescentando ser extremamente importante para a cidade contar "com esta qualidade e este mérito". Todos os alunos receberam uma medalha e os primeiros classificados de cada ciclo de ensino tiveram, ainda, um computador pessoal, patrocinado pela Hewlett Packard. http://www.porto.pt/assets/misc/documentos/2017/Lista_Alunos_ Premio_Rumo_Excelencia%20(2017).pdf
o sucesso passo a passo
O Jornalesas quis saber um pouco sobre o João Matos, o melhor aluno AEAS do ensino secundário e também da cidade do Porto. Existe fórmula para o sucesso? Eu diria que não existe uma fórmula , mas várias fórmulas para o sucesso e cada um tem a sua própria. Em primeiro lugar, é fundamental ter um contexto de aprendizagem favorável com professores competentes, capazes de motivar e de estimular o gosto pelo saber. Penso que tive essa sorte do Primeiro Ciclo ao Ensino Secundário. Pessoalmente, encaro o sucesso como resultado de um trabalho continuado, de uma boa gestão de tempo, do empenho e do gosto que desenvolvemos pelo nosso trabalho. A força emocional que temos ao longo do nosso percurso é, para mim, tão ou mais importante do que todos os outros fatores, uma vez que só ela nos permite tomar decisões acertadas e ter um bom desempenho em situações em que estamos sob pressão. Penso que ter uma vida ocupada com atividades diversificadas como, por exemplo, aprender uma língua estrangeira, ter hábitos de leitura e praticar desporto, é condição fundamental para uma formação completa e de sucesso. Que curso escolheste? Sempre foi o teu sonho? Que profissão queres exercer? Escolhi o curso de Bioengenharia (FEUP/ICBAS) e estou a adorar! Não tenho ainda, no entanto, uma ideia bem definida de que profissão possa exercer no futuro. Apesar de satisfeito com a escolha que fiz (pelo menos
por enquanto) não posso dizer que seja um sonho de criança – além de só existir desde 2007, Bioengenharia foi uma decisão que apenas tomei como definitiva no 12º ano. Na verdade, fiz praticamente todo o meu percurso académico a imaginar-me como médico. Houve, no entanto, um momento em que me apercebi que, se calhar, o curso de Medicina não era bem o que eu queria para os meus próximos dez anos. Sentia necessidade não só de um curso em que ciências exatas, como a Matemática, a Física e a Química, desempenhassem um papel relevante, mas também de um curso que me proporcionasse o uso da criatividade, aliando, eventualmente, a tecnologia à Saúde e à Biologia. Quais os maiores desafios que pensas ter de vir a enfrentar no futuro? Gerir bem o tempo e conciliar todas as atividades é, sem dúvida, um dos maiores desafios enfrentados por qualquer estudante universitário que queira obter bons resultados e, simultaneamente, tirar partido das melhores oportunidades que surgem. Tendo consciência da importância das atividades extracurriculares para uma formação vasta e completa, ser produtivo e eficiente a gerir o tempo é uma preocupação que me é constante. Acabando o curso, encontrar uma boa profissão em Portugal na qual me possa realizar enquanto pessoa e cidadão será certamente um grande desafio, especialmente numa área em crescimento como a Bioengenharia. João Carlos Ramos Gonçalves Matos
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Na foto, da esquerda para a direita: Drª Catarina Cachapuz (profª AEAS), Drª Margarida Teixeira (profª adjunta da CAP), Drª B eatriz Teixeira (adjunta da CAP), Drª Manuela Violas (Vice-presidente da CAP), Drª Delfina Rodrigues (Presidente da CAP), Helena Matos (melhor aluna do 3ºciclo da AEAS), João Matos (melhor aluno do secundário da AEAS), João Carlos Matos (pai dos alunos premiados), Maria Helena Matos (mãe dos a lunos premiados) e Drª Anabela Martins (profª adjunta da CAP).
o sucesso passo a passo Colocamos as mesmas questões à nossa melhor aluna do 3º ciclo do Ensino Básico (6ª melhor do Município do Porto), Maria Helena Ramos Gonçalves Matos que, por acaso, até é a irmã do João Matos, o melhor aluno do ensino Secundário. Existe fórmula para o sucesso? Talvez. Não falaria propriamente em fórmula, mas sim num conjunto de fatores que, quando conjugados, culminam no sucesso. Julgo que os essenciais são: ser organizado, ser trabalhador, ser persistente no trabalho desenvolvido e, acima de tudo, ter objetivos bem definidos. Ter objetivos bem definidos ajuda a manter o foco no essencial. Para além de tudo isto e de um contexto familiar e escolar favoráveis ao sucesso, acho que temos de ter um espírito ambicioso e exigente, porque só assim nos superamos e estamos preparados para as situações mais difíceis da vida. Quais os maiores desafios que pensas ter de vir a enfrentar no futuro? Neste momento, ainda não tenho bem a certeza do que “quero ser quando for grande”. Acho que este será, sem dúvida, um desafio que vou enfrentar ao longo destes três anos. Mesmo não tendo a minha meta definida, estou certa que tenho de trabalhar sempre para o topo, e é aí que encontro também outros desafios. Tenho de conseguir manter o meu nível de exigência e o trabalho que tenho vindo a desenvolver ao longo destes anos porque, caso contrário, será impossível escolher um curso e, mais tarde, uma profissão que me realize pessoalmente. Outro desafio que enfrento neste momento, e que penso ser comum a todos os estudantes, é a necessidade de uma boa gestão do tempo. Julgo que um bom aluno deve frequentar atividades extracurriculares para complementar a sua formação. Desta forma, o desafio está precisamente no esforço que tenho de fazer para conciliar essas atividades, permitindo -me ter tempo para estudar, praticar desporto e relaxar.
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Maria Helena Ramos Gonçalves Matos
Ensino l opinião Ser humano ou ser mecânico? “As novas opiniões são sempre suspeitas e geralmente opostas, por nenhum outro motivo além do facto de ainda não serem comuns”- John Locke
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um planeta tão vasto quanto o nosso, seria de esperar que houvesse uma grande variedade de métodos e pensamentos para a concretização de diversos assuntos. No entanto, isso é algo que não se verifica claramente quanto ao reflexo do sistema educativo por todo o mundo que, apesar de ter diferentes abordagens e experiências, apresenta a mesma prática. Com o desenvolvimento da tecnologia e da indústria, o ensino começou a ser um tanto restrito na medida em que passou a ser feito à imagem da indústria. Em todos os continentes e respetivos países que se encontram pelo mundo fora, encontra-se a mesma hierarquia de áreas e disciplinas. Em primeiro lugar, as ciências, matemática e línguas, em segundo as humanidades e em terceiro as artes. Com isto, os estudantes sentem-se encurralados por um espesso fio de conhecimento específico. O sentido do abstrato é abandonado, uma vez que toda a gente deve corresponder a uma série de padrões estipulados pelo sistema educativo e pelos respetivos ministérios. Caso fujam à norma (algo que acontece com centenas de estudantes), esses mesmos serão «exilados» e tomados como alvo de desrespeito. As suas ideias são censuradas, como os textos controversos na altura de Salazar, e creio que não será errado dizer que o sistema educativo está rapidamente a tornar-se num lápis azul moderno. Em diversos casos, a escola impede os alunos de desenvolver o seu próprio ritmo, como seria de esperar. Hoje em dia, os estudantes vêem-se forçados a trocar de motivações, lutam por bons resultados e médias como os leões lutam para manter a sua posição na hierarquia selvagem, perdendo assim o gosto pela aprendizagem. A
aplicação de pressão sobre os alunos resulta, então, numa decadência de qualidade no trabalho apresentado. Desde a Grécia antiga até aos tempos de hoje, a educação não se alterou significativamente. As pessoas continuam a ser tratadas de um modo desigual e existe uma noção de justiça pouco nítida. Os alunos não são postos em pé de igualdade, os mesmos recursos e práticas são apresentados a milhões de pessoas , o que não as beneficia. De modo a haver progresso é necessário dar a cada indivíduo o material de que precisa, isto é, não se dá um caixote a alguém que precisa de três para conseguir ver por cima de uma vedação, só porque se dá apenas um aos outros. Se isto não acontecesse, talvez a taxa de desistência do secundário não fosse tão acentuada. A União Europeia glorifica os direitos humanos como um dos seus mais importantes princípios. No entanto, milhares de estudantes são privados desses mesmos direitos ao serem tratados como maquinaria. Ao compararmos uma sala de aula de antigamente com as atuais não se encontram diferenças notórias a não ser os castigos corporais que, atualmente, foram substituídos pelo abuso verbal e a incapacidade de participação positiva por parte dos alunos. Os professores deixaram de moldar cérebros para ajudar a criar mentes capazes de possuir julgamento crítico para formatar um sistema. As opiniões, a crítica e a criatividade foram trocadas por algoritmos. A liberdade baseia-se na independência e na autonomia que o ser humano adquire. No entanto, é-nos apresentada uma liberdade ilusória por entidades superioras que nos querem ver presos a ideias feitas. Francisca Monteiro, 10ºI
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O futuro do Porto nos próximos 4 anos
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ui Moreira assumiu-se como o grande vencedor da noite de 1 de outubro ao conquistar 44,46% dos votos, cerca de mais 5 pontos percentuais do que em 2013. Um independente conseguiu assim eleger 7 vereadores e 16 mandatos para a assembleia municipal, onde venceu com 38,78%. Manuel Pizarro, candidato pelo PS, viu a ação do seu partido ser alvo de críticas, acusado de ter procurado “nacionalizar as eleições no Porto”, ao incluir membros do atual governo de António Costa na corrida aos Aliados. Contudo, recebeu um caloroso abraço do vencedor da noite, Rui Moreira. Mais à esquerda, a coligação entre os comunistas e os verdes baixou 1,49 pontos percentuais, situando-se nos 5,89% no universo de eleitores, conseguindo assim 1 vereador. O Bloco de Esquerda, embora tenha subido 1,74 pontos percentuais, situa-se nos 5,34% e, por isso, não elegeu nenhum vereador.
O grande derrotado da noite foi, certamente, o Partido Social-Democrata que, tanto no Porto de Álvaro Almeida como em Lisboa de Teresa Coelho, atingiu resultados muito baixos, 10,39% (menos 10 pontos percentuais que em 2013) e 11,2% (menos 11 pontos percentuais que em 2013) respetivamente. No paradigma nacional, a mais recente secretária-geral do CDS-PP, Assunção Cristas, conseguiu um grande resultado de 20,59%, quase o dobro do PSD, partido a que se haviam coligado os centristas há 4 anos. De um modo geral, os portugueses mostraram-se mais predispostos a ir às urnas, tendo a abstenção ou os votos nulos/em branco diminuído de 47,40% para 45,03%. José Miguel Barbosa, 11ºH
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ELEIÇÕES fornada de noventa e do início do novo século - já em idade de começar a rabiscar uma opinião e posição – está – desculpem-me a expressão – estupidamente acomodada na sua ignorância. Mas diga-se também que a culpa não é só deles. A culpa não é só nossa, queria eu dizer. Longe de mim considerar-me uma entendida neste universo caótico da política, mas arrisco-me a acreditar que a génese deste desinteresse, apatia e alienismo é a seguinte: não só nascemos pósrevolução, como nascemos muito pós-revolução. Um pós tão longínquo que um cravo é uma flor como as outras. Um pós tão longínquo que nem desconfiamos o que é não viver numa democracia. Um pós tão longínquo que partido único, sufrágio restrito e eleições fraudulentas são conceitos acabados de inventar. Nascemos num pós longínquo… Que cresceu acostumado à dança das cadeiras pelo poder dos diversos políticos e partidos mas – segundo o que apanhamos das lamentações dos jantares de família – acabam por ser todos iguais, feitos da mesma massa e provocar o mesmo desagrado. Acabam por, na grande maioria, se limitar a contemplar-nos lá do alto do seu edifício, em vez de virem cá baixo perceber o que é viver na nossa pele. E como se não bastasse o desencanto dos jovens pela política, o problema agravase quando a política desiste dos jovens. Como é possível continuar a não existir uma única disciplina de Educação Política nas escolas? Como é possível que se aprendam equações, fórmulas químicas, marcos históricos e pensadores antigos, e tantos terminem o secundário sem diferenciar a esquerda e a direita? Sem saber o que defendem os socialistas e o que dizem os sociais-democratas? Sem saber sequer quais são os partidos portugueses? É claro que, perante este cenário, salvo raríssimas exceções, nenhum jovem gosta de política. E porque haveriam de gostar? O que há de atrativo num grupo de homens engravatados a falar de forma eloquente no parlamento, enquanto gesticu-
O NOSSO FUTURO NÃO CABE NA RANHURA DAS URNAS
URNAS
E enquanto nos deixamos andar acomodados na nossa ignorância, damos por nós a olhar para a política como a piscina dos grandes e sorrimos por ainda não ter pé. Sorrimos porque é mais fácil do que pronunciar que temos medo e que não entendemos. Sorrimos porque o nosso futuro é bem mais fundo do que aquela piscina e, portanto, sabiamente, não vamos mergulhar de cabeça. Talvez fiquemos mais um pedaço de tempo a observar e, com as grandes manifestações a saírem à rua, decidamos molhar os pés. Inês Sincero, 12º G
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lam para tornar o seu discurso mais credível? Este ano, nas autárquicas, a abstenção de 45%, com grande colaboração dos novosadultos, deve-se à consciencialização de um aspeto que, a meu ver, chega a ser cómico: estarão todos estes enormes outdoors sorridentes a rir-se para mim ou a rir-se de mim? Serão estes os rostos mascarados que irão liderar mais uma série de anos do mesmo? Ninguém pode censurar os jovens por terem deixado de acreditar na política e nos políticos com as suas promessas e palavras requintadas. Eles cresceram nessa realidade e, razoavelmente, convencemo-nos que o nosso futuro não cabe na ranhura das urnas. Mas votar é um direito importante. E, embora na prática ficar em casa ou contribuir para os nulos e brancos dê no mesmo, eu não corroboro com essa teoria. Ter a decência de ir às urnas e não votar de forma válida ainda não serve para eleger lugares vazios, nem tão pouco tira força a quem for eleito. Ainda. A-in-da.
notícias do mundo
Dress a girl around the world
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Dress a girl around the world” é um projeto que conta com a ajuda de voluntários para criar variadas peças de roupa para serem enviadas aos mais necessitados dos países em desenvolvimento. Ao contrário do que o nome indica, esta iniciativa cria peças de roupa tanto para rapazes como para raparigas que, tendo todas a etiqueta específica da “marca”, ajudam a prevenir a violência sexual. Por singelo que seja apenas um vestido ou uma camisola, a etiqueta da organização alarma predadores que pensam estar perante crianças protegidas por uma ONG, facto contradito pela fundadora, que acredita que se esta ilusão protege pelo menos uma criança, é um trabalho recompensador. A surpresa e a desconfiança das crianças ao receber estas peças sem contrapartidas ilustra a situação na qual estas vivem e o modo como simples pedaços de tecido têm um papel tão preponderante na dignificação e autoestima destas. Em adição a garantir que nenhuma criança permanece despida nas ruas, caso observado quando a entrega das peças se realiza, estas vêm também com cuecas e boxers nos bolsos, pois muitas crianças andam sem roupa interior. Estando estas ações todas ligadas à erradicação da agressão sexual, são também criadas peças mais raras, de manga comprida, que incitam a uma consciencialização dos abusos à comunidade albina em África. Estas crianças sofrem uma forte ostracização, acreditadas ser o “produto de bruxaria”, ou de agressivos processos de mutilação. Devido a crenças antigas nas quais os braços de pessoas albinas são referidos como amuletos da sorte, crianças são vendidas no mercado negro por familiares para serem comercializados e amputados. Esta é uma iniciativa que não aceita contribuições monetárias, sendo que os voluntários se disponibilizam para costurar as peças e os contribuidores para doar tecidos. As peças são entregues em mão pelas pessoas que as costuram, que dizem ser uma das experiencias mais bonitas que viveram e da qual raramente saem sem chorar. http://dressagirlpt.blogspot.pt/
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Alice Veloso Ferreira, 11ºH
O seu Livreiro . . .em Rio Tinto R. Fernão Magalhães,610 – 4435-246 Rio Tinto
Tel.: 224 898 460 - cavadanova@gmail.com
notícias do mundo A “fugir” da crise venezuelana dominada e uma grande barreira burocrática e cultural que eu ainda tento entender para me encaixar numa sociedade que é mais diferente do que eu pensava, mas que, apesar de tudo, é realmente adorável e apaixonante . Elvira, 12º G * (aluna assistente)
*A Elvira é uma venezuelana, vinda para Portugal há uns meses, para “fugir” da crise. No seu país estaria neste momento a frequentar o 4º ano do Curso de Direito. Em Portugal, está a preparar-se para fazer os exames nacionais do 12º ano que lhe darão a possibilidade de se candidatar ao 1º ano de Direito!
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ão é uma notícia nova o êxodo em massa dos venezuelanos. Na verdade, nos últimos meses, a televisão foi invadida por notícias sobre o Estado venezuelano (embora nada seja revelado em particular). A escassez, as poucas oportunidades de emprego, o alto custo de vida, a inflação, a insegurança e a violência são aspetos repetidamente apontados como razões para "apanhar os corotos" (arranjar as malas) e buscar novos horizontes. Como para muitos, as minhas opções realmente não eram muitas; pode-se dizer que nunca tive a oportunidade de escolher para onde queria ir, já que não tenho experiência de trabalho, nem um grau académico que me permita conseguir um emprego estável (com vinte anos é destemido tomar um avião e vir sozinha para o desconhecido). A minha única peça certa era retornar às "raízes", a Portugal, de onde meus avós paternos saíram com esforço e trabalho há tantos anos, apostando na Venezuela como terra de riqueza e de esperança. Como é lógico, o português não é a minha língua materna, por isso a minha adaptação não é apenas a um novo meio, mas também a uma língua que não domino 100%; além disso, tive de aprender a viver sozinha, de enfrentar as diferenças de acesso ao ensino superior, de voltar a ter aulas numa escola secundária, de equilibrar o estilo de vida português com meus costumes venezuelanos e de tentar encontrar e fazer amigos. Tudo isto, na prática, é um bocado mais complicado do que dito! E então, aqui, me encontro eu, com uma nacionalidade herdada, uma língua que não é completamente
notícias do mundo O fim da Net Neutrality nos EUA e o que isso significa para o resto do mundo
Daqui a algumas semanas, Ajit Pai, Presidente da FCC (Comissão Federal de Comunicações), pretende eliminar por completo a net neutrality, ou seja, os distribuidores de internet, ou ISP, terão completo controlo na distribuição desta para os consumidores.
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e esta proposta se tornar uma realidade, vai dar oportunidade a estes distribuidores de favorecerem os seus sócios com velocidades mais rápidas, algo que é atualmente proibido e obliterando a competição por reduzir a estes significativamente as suas velocidades de ligação. Isto irá efetivamente destruir quaisquer oportunidades de novos serviços entrarem no mercado sem terem de fazer contratos com os distribuidores. Imaginemos que aqui em Portugal isto acontecia. Se a NOS fizesse um contrato com, por exemplo, o Twitter, como esta lei deixaria de existir, esta poderia aumentar a velocidade de acesso ao site, enquanto que a concorrência manteria índices de velocidade mais baixos, forçando estes também a efetuar contratos em ordem para poder competir, tendo como resultado final lucros astronómicos para a empresa. Mesmo que não pareça que o consumidor será afetado, tenhamos em conta que é muito fácil eles obrigarem-nos a pagar mais pelos seus serviços devido a esta abolição da net neutrality. Esta situação não é a primeira vez que acontece. Tom Wheeler, antigo comissário da FCC, propôs não abolir, mas sim enfraquecer esta lei. Contudo, devido o grave clamor por parte da população americana, este mudou de ideias e defendeu fortemente a preservação desta. Ao ouvir esta proposta, Wheeler criticou Pai ,dizendo “Esta proposta leva a hipocrisia a novos patamares.”
Obviamente que ninguém está a favor disto, exceto os próprios distribuidores, por razões óbvias. Mesmo assim, parece que esta abolição vai seguir em frente e, apesar de ser só nos Estados Unidos, por agora, sabemos muito bem a influência que estes têm no resto do mundo. Portanto, não é muito difícil imaginar esta perspetiva a espalhar-se, especialmente na Europa. A todos nós cabe manifestar repúdio pela alteração proposta de lutarmos por uma NET livre. José Laranjeira, 11ºF
notícias do mundo Drones no combate ao terrorismo Os Estados Unidos e Israel são hoje os principais exportadores de drones, usando estes “aviões” para dois objetivos: recolher indicações nas fronteiras terrestres e marítimas e lançar ataques seletivos, sobretudo contra os líderes da Al-Qaeda e do Daesh.
o recente ataque de Berlim em que um veículo atropelou uma multidão, se houvesse um drone com uma câmara que filma a todo o momento, talvez o atentado não fosse evitado, mas teríamos informações, relativamente ao terrorista (quem seria; de onde vinha e para onde fugiria depois do sucedido), que nos poderiam ser extremamente úteis para um possível desmantelamento de uma rede terrorista. Os drones revelam ser, sob o meu ponto de vista, grandes protagonistas no campo de batalha antiterrorista do Médio Oriente (especialmente no Afeganistão, na Líbia, no Iraque e na Síria). Embora uma parte da população acuse estes robots de serem ofensivos e, de certo modo, violadores da privacidade de cada pessoa. A meu ver, eles poupam vidas humanas e poderão ser o futuro no combate ao terrorismo, se já não o são. Mas a sua utilidade tende a vulgarizar-se, pois estes gadgets estendem-se a muitos outros usos, que não apenas militares. Hoje, assistimos a interessantes panorâmicas aéreas de eventos desportivos e aspiramos a que a vigilância dos nossa vasta ZEE (Zona Económica Exclusiva) e a deteção e prevenção de incêndios possa beneficiar destas novas tecnologias.
O que são drones? São aeronaves não tripuladas, comandadas por seres humanos à distância, muito usadas em bases militares. São cada vez mais relevantes no que concerne à importância estratégica que detêm nas atuais guerras e na luta antiterrorista, sendo que têm a capacidade de fazer aquilo que nenhum piloto de combate seria efetivamente capaz, como por exemplo aguentar 30 horas no ar carregados com câmaras de alta resolução, radares e sensores de escutas eletrónicas que enviam ao EstadoMaior informações muito relevantes, especialmente nesta era de grandes ameaças terroristas.
Para saber mais sobre estes gadgets aconselho a visualização do filme https://www.youtube.com/watch? v=A8AxIumqwMc http://sicnoticias.sapo.pt/ Beatriz Loureiro, 11ºH
https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/85/2015/12/24/23dez2015---policia-da-belgica-apresenta-drone-que-sera-usado-para-na-seguranca-do-pais-em-
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notícias do mundo Pena de morte “não tem lugar no século XXI” frase proferida por António Guterres O exercício da pena de morte foi abolido em 170 dos 193 EstadosMembros. O número de execuções em todo o globo diminuiu substancialmente de 2015 para 2016. Atualmente, os 4 países responsáveis por 87% das execuções no mundo são a China, o Irão, a Arábia Saudita e o Iraque.
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sta prática, considerada como algo bárbaro, pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, é utilizada em casos de assassinato, espionagem, violação, homossexualidade, corrupção a nível político, entre outros. António Guterres, primeiro-ministro de Portugal entre 1995 e 2002 (pelo Partido Socialista), pede inclusivamente para se terminar com esta realidade absolutamente monstruosa. Alega ainda que a aplicação da pena de morte é praticamente irrelevante, no que concerne ao alívio do sofrimento das vítimas ou ao demover das motivações daqueles que cometem crimes. Os governos camuflam as execuções, com a vista a esconder quem vai ser morto pelo Estado e as razões que motivaram tal punição. A pena de morte é tida, em alguns Estados, como um segredo. A sua revelação é considerada um ato de traição e de desrespeito tremendos. Tal ação é considerada, na ótica de António Guterres, uma falta de transparência, sendo um desprezo pelos direitos humanos dos castigados e dos seus familiares. Guterres faz apelo para que se recorra à justiça na procura de soluções para os problemas e refere ainda que a pena de morte não é solução numa sociedade e realidade tão evoluídas como as do século XXI. A pena de morte ou a pena capital designa o processo legal através do qual uma pessoa é morta pelo Estado, como forma de punição por um crime cometido. A deliberação judicial que condena alguém à morte é denominada sentença de morte. O processo que leva à morte do indivíduo intitula-se execução. Os crimes que podem conduzir à aplicação da pena de morte chamam-se crimes capitais. A palavra capital tem origem no termo latino capitalis, que significa "referente à cabeça" (em alusão à execução por decapitação). O dia internacional contra a pena de morte é 10 de outubro . http://sicnoticias.sapo.pt/ Catarina Loureiro, 11ºH
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Lugar da CiĂŞncia
Portugal em chamas Incêndios Florestais: 2017 foi o ano mais trágico de sempre em Portugal A meteorologia e a tragédia dos fogos em Portugal
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ortugal, em 2017, foi fortemente fustigado pelos incêndios, sendo que área ardida aumentou 407% relativamente à média dos 10 anos anteriores (418.087ha de área ardida em 2017, segundo o relatório provisório do ICNF). Para além da área florestal perdida, a área populacional foi também bastante afetada. Inúmeras pessoas perderam os seus bens, bem como as suas vidas. Apesar do distrito do Porto ser aquele que registou maior número de ocorrências, Coimbra foi o distrito português que registou a maior área ardida, representando, assim, 25% da área queimada do país. Agosto e outubro foram os meses que registaram um maior número de incêndios, sendo que o mês de outubro foi o que assinalou uma maior área queimada (200.890 hectares, o que corresponde a 48% da área total ardida este ano ). O fogo que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho só foi extinto uma semana depois, tal como o incêndio que teve início em Góis (distrito de Coimbra). Os dois fogos, que consumiram perto de 50 mil hectares em conjunto, mobilizaram mais de mil operacionais no combate às chamas. O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, tendo alastrado a vários municípios vizinhos, causou 64 mortos e mais de 200 feridos. A baixa precipitação e as elevadas temperaturas colocaram toda Península Ibérica em estado de seca extrema, a que se associou o furação Ophelia, responsável pelos ventos fortes. Acresce que muitas das matas e locais que arderam careciam de limpeza, uma vez que muitas das propriedades são desconhecidas pelos próprios donos, outras conhecidas, mas não lhes é dado o devido uso e atenção. No Governo anterior, a então Ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, defendeu a criação de uma “Bolsa de Terras”, que consistia na utilização dos terrenos para fins económicos, diminuindo no futuro o abandono ge-
neralizado. Embora sempre agravados pelas caraterísticas naturais do território, os incêndios em Portugal têm origem humana, não apenas origem criminosa, mas também resultam da negligência e de acidentes vários.
o pirocumulonimbo
tão alto, além da condensação, forma-se gelo e é do atrito entre os cristais de gelo que podem surgir raios, na sequência do próprio incêndio, e que por vezes dão origem a novas ignições.", explica Paulo Fernandes, doutorado em Ciências Florestais e Ambientais (UTAD). Para este fenómeno acontecer não
Medidas a tomar de prevenção e combate aos incêndios É tempo de fazer o levantamento dos erros e agir no sentido da prevenção. Muito foi o que falhou, como é o caso do sistema de comunicações (SIRESP) que exige ser melhorado. O emparcelamento das terras é outro passo sensato a dar, reorganizando as áreas rurais. É fundamental apetrechar os bombeiros, dotando-os de meios eficazes de combate, mas monitorizar para que não haja ligações entre as empresas que comercializam esses equipamentos e eventuais decisores. Além disso, é necessário uma maior fiscalização no setor de venda de madeira queimada às fábricas de celulose, visto que esta madeira é vendida a um preço mais baixo. Há que investir no papel da prevenção ativa: sensibilizando as populações para respeitarem as recomendações da proteção civil, não fazendo, por exemplo, queimadas, garantindo a limpeza das matas, colocando guarda florestais nas áreas de risco e mais sapadores no terreno, utilizar, por exemplo, os meios da Força Aérea para a vigilância, entre outras medidas. http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/mortes-em-incendios2017-foi-o-ano-mais-tragico-de-sempre-219869 Expresso.sapo.pt/sociedade/2017-10-12-Relatorio.-Origem-criminosados-incendiose-mito-que-desresponsabilizou-a-sociedade
Reconstrução das áreas queimadas
basta que haja um incêndio e uma atmosfera instável, mas também uma grande quantidade de biomassa para arder, humidade reduzida, ventos fortes e terrenos inclinados. Esta situação "explicaria, pelo menos em parte, a devastação a que se assistiu nos grandes incêndios do interior".
Depois deste verão e outubro trágicos é necessário reconstruir as áreas devastadas: a reflorestação dos terrenos, com espécies de baixa ignição, como é o caso do sobreiro e da azinheira (espécies autóctones, sendo a primeira de grande valor económico para o país), a reconstrução das habitações e infraestruturas destruídas pelos fogos. As áreas mais fustigadas pelos incêndios foram regiões interiores, sendo que a economia local e regional é responsável pela empregabilidade, ou seja, pela fixação da população, correndo-se o risco de esvaziamento demográfico, caso não haja essa consciência. É necessário reinvestir nessas empresas, de modo a conseguir reabilitar os postos de trabalho perdidos. Esta reconstrução deverá será feita através de fundos comunitários e do dinheiro angariado em diversas iniciativas realizadas, tanto pela atividade pública como pela privada. É importante também referir que a ajuda que todos os portugueses deram, por mais pequena que tenha sido, fez toda a diferença. O povo português manifestou a sua vocação solidária. Nota: Os dados estatísticos desta notícia constam do Relatório Provisório de Incêndios Florestais (01.01 a 16.10 de 2017), elaborado pelo Departamento de Gestão de Áreas Ardidas e de Proteção Florestal do ICNF.
Rosa Margarida Conde Costa, 12º F
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Com a magnitude dos incêndios em Portugal em 2017, falou-se de um fenómeno até à data desconhecido para muitos: o pirocumulonimbo. Trata-se de “uma tempestade criada por um incêndio”, presume a formação de “uma nuvem de fumo que sobe muito alto, a 10/12 quilómetros”. “Quando essa nuvem sobe
Aveiro não tem segredos para nós
As visitas de estudo são sempre momentos privilegiados de aprendizagem com a possibilidade de acrescentar aos conteúdos tratados em aula muitos outros conhecimentos. A diversão é sempre garantida e todos ficam a ganhar quando a interdisciplinaridade sai à rua e, neste caso, levamos o contributo de Inglês, História, Educação Física e Geografia A.
18 l Jornalesas l dezembro 2017 l X L I X
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região dominada por um acidente de litoral único vulgarmente conhecido por “Ria de Aveiro” ou “Haff-delta de Aveiro” é verdadeiramente uma zona lagunar que resultou do recuo do mar e do assoreamento e formação de restingas, onde várias linhas de água se encontram, entre elas, o rio Vouga. Aqui, a água doce e a água salgada são uma só e conferem à região a identidade que a notabilizou. A riqueza biológica e geológica cruza com a história dos homens destes lugares e, no Museu Marítimo de Ílhavo, ouvimos episódios da vida dos heróis que se aventuraram pelos mares gelados do Atlântico norte para ganhar a vida na pesca do bacalhau. Alguns muito jovens, mas sem outras garantias de sustento, perderam a vida a bordo dos “dóris”, quando o mar revoltado os engolia, ou os nevoeiros densos os desorientavam. Ainda no museu tivemos oportunidade de visitar o aquário dos Bacalhaus, inaugurado em janeiro de 2013 e dedicado à espécie Gadus morhua, o bacalhau do Atlântico, que podemos considerar “o nosso bacalhau”, aquele que os portugueses pescam e consomem há vários séculos. O Aquário tem 3,2 metros de profundidade e capacidade para 120 metros cúbicos de água. O sal da água é proveniente de laboratório de modo a ter características semelhantes às do seu habitat natural. A temperatura da água varia entre os 10 e os 12°C. Todo o grupo ficou encantado com o aquário, cujos adereços parecem muito realistas. Mais tarde, subimos a bordo de um verdadeiro navio bacalhoeiro, um exemplar conservado, o Navio Museu Santo André, onde pudemos entender ainda melhor a vida a bordo e os perigos que os pescadores enfrentavam.
Visitar Aveiro e não ir conhecer as salinas é como “ir a Roma e não ver o Papa”, pois a exploração das salinas é inseparável da história deste lugar. Embora a atividade esteja em declínio, há a valorização da flor de sal, muito apreciada na cozinha “gourmet” e a salicórnia, uma planta destas paragens, que pode ser usada como tempero sem os riscos para a saúde que o sal apresenta. Não nos despedimos de Aveiro sem provar os deliciosos ovos-moles tradicionais, cuja fórmula e método de produção original se deve às freiras dos conventos aqui existentes até ao século XIX (dominicanas, franciscanas e carmelitas). Segundo reza a história, as religiosas criaram estas delícias para não desperdiçarem as gemas que sobravam da engomagem dos hábitos. Ao longo da viagem entre a cidade do Porto e a de Aveiro identificamos algumas plantas invasoras, que afetam este ecossistema único e frágil, como por exemplo, a erva das pampas, trazida para Portugal com o objetivo de embelezar os jardins e rapidamente se expandiu. Adaptado dos textos de
Beatriz Pacheco e Cláudia Silva (11ºE) Ana Borges e Maria João Castro (11ºH) Turmas 11ºE, 11ºG e 11ºH com Geografia A Foto de Bárbara (11ºG)
Desporto V CORTA-MATO DO AEAS 10/11/2017 – JARDIM PAULO VALLADA
302 alunos 122 Raparigas; 210 Rapazes; 77 Alunos do 1º ciclo; 5 Alunos NEE
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e ainda não conheces o Clube do Desporto Escolar do AEAS, junta-te a nós a partir de janeiro e vem praticar desporto num dos 7 grupos equipa à tua disposição: xadrez; dança criativa; escalada; voleibol (juvenis feminino); basquetebol (infantis B masculino); desporto adaptado e ténis de mesa. Terás treinos semanais e algumas competições ao fim de semana. A frequência é gratuita! Procura os horários/local dos treinos nas vitrines do desporto ou na página da escola e… APARECE! PRECISAMOS DE TI! A Coordenadora do Desporto Escolar Catarina Cachapuz
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(com o apoio da Junta de Freguesia do Bonfim e da Auto Sueco)
Sapatos há muitos… no museu do Calçado e
“Chapéus há muitos…” no museu da Chapelaria
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No museu da chapelaria, os alunos do secundário conheceram um pouco da história e da tradição da indústria chapeleira na região, bem como todas as fases de produção do chapéu. Ainda houve tempo para participarem numa oficina de expressão plástica em que a Natureza serviu de inspi-
Deste modo, os alunos puderam observar e apreciar a coleção de calçado da designer canadiana, Anastasia Radevich, inspirada na Natureza e Ambiente. Com talento e criatividade, a artista procura abordar temas muito sensíveis, tais como o uso de peles de animais na indústria do calçado, as alterações climáticas, a poluição marítima e o consumo dos combustíveis fósseis.
ração para a criação de um sapato original. Nesta saída, iniciativa da profª de Inglês, Marina Viana, participaram os alunos do 11º ano das turmas F, G e I de Artes e de Línguas e Humanidades – 22 de setembro de 2017. João Múrias, 11ºG
Fotos de Carmo oliveira (profª)
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participação nas Jornadas Europeias do Património 2017, que teve como tema o Património e Natureza, proporcionounos uma visita a S. João da Madeira e aos museus do Calçado e da Chapelaria, integrados na dinâmica de Turismo industrial.
Caminhando até Espinho
Caminheiros: 12º A, B, C, D, E, F, G e I e professores Um excelente programa para propor a amigos e/ou familiares! Caminhar é também uma forma de fazer turismo! Programa: Saída da Escola às 8h30 min 1ª etapa - escola ao estuário do Douro (7,5 km) - 2h00 min. 2ª etapa - estuário à praia de Francelos (7km) 2h00 min 3º etapa- Francelos a S. Félix (8,5km + pausa) 2h30 min
2ª etapa Vila Nova de Gaia é conhecida pela sua extensa faixa costeira, com aproximadamente 17 km de areal. É o concelho do país com mais praias ostentando o prémio Bandeira Azul. A requalificação de toda esta área contemplou a construção de um passadiço em madeira que permite percorrer a frente de mar livre de trânsito, ligando a praia de Lavadores a Espinho. Ao longo da costa, existem vários locais de interesse para além da atividade balnear, entre os quais se destacam a Capela do Sr. da Pedra em Miramar, a vila piscatória da Aguda
e, finalmente, o lugar da Granja, uma das mais famosas antigas estâncias balneares portuguesas. A Granja é ainda conhecida por ter sido o local onde Sophia de Mello Breyner Andresen passou grande parte da sua infância e juventude, tendo sido fonte de inspiração para os elementos marítimos das suas obras. 3ª etapa Parque das Dunas e Estação Litoral da Aguda: uma iniciativa da Câmara Municipal, através do Parque Biológico de Gaia, com o intuito de sensibilizar a população para a importância do ecossistema dunar e de dar a conhecer a diversidade biológica do litoral marinho. Benefícios para a Saúde Atualmente, são várias as provas científicas que confirmam os muitos benefícios de caminhar regularmente, tais como: - Reduzir o risco de doença coronária e ataque cardíaco; - Baixar a pressão sanguínea (tensão arterial); - Baixar o colesterol; - Reduzir a gordura corporal e ajudar no controlo do peso; - Diminuir o risco de cancro do cólon; - Reduzir o risco de diabetes tipo II (não insulinodependente); - Melhorar a condição dos ossos e articulações, ajudando a combater a osteoporose e a osteoartrite; - Aumentar a força, a flexibilidade e a coordenação, reduzindo o risco de quedas; - Melhorar o bem-estar e a qualidade de vida. (in: site do programa nacional de marcha e corrida, com ligeiras alterações); (informações retiradas de WWW.CMP, WWW.CMG, WWW.CMG; Guia de Dunas: conhecer/conservar; WWW.reservanaturaldoestuariododouro e Parque Biológico de Gaia)
Organização de Fátima Santos (profª de Educação Física)
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1ª etapa Reserva Natural Local do Estuário do Douro: Com uma paisagem urbana como fundo, Gaia e Porto, este espaço amplo e selvagem é um importante ponto de apoio para as migrações de muitas espécies de aves. Aos estuários chegam os nutrientes e a matéria orgânica que os rios transportam; por isso os ecossistemas estuarinos são dos mais produtivos do Planeta. Os estuários têm ainda uma função importantíssima na manutenção dos recursos piscícolas, já que funcionam como verdadeiras “maternidades”; é nos estuários que muitos peixes desovam e se desenvolvem nas primeiras fases de vida, antes de se aventurarem nas águas mais profundas e agitadas do oceano. O Refúgio Ornitológico do Estuário do Douro foi criado em Dezembro de 2007, no quadro de um protocolo entre a APDL (Administração dos Portos de Douro e Leixões) e o Parque Biológico de Gaia (Município de Gaia) e visa proteger as aves que nidificam e passam o Inverno neste local. É um local de paragem e alimentação de inúmeras espécies.
Dia Mundial da Alimentação Mini-inquérito alimentar
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No âmbito da comemoração do dia mundial da alimentação (terça-feira,16 de outubro), foi pedido às turmas do nono ano de escolaridade a sua participação em várias atividades que seriam desenvolvidas para comemorar este dia. As turmas D e E do nono ano optaram por realizar um pequeno inquérito que refletisse alguns dos hábitos alimentares dos alunos do ensino básico. As questões foram realizadas em trabalho de grupo e de todas elas foram selecionadas as cinco mais representativas. Depois de obtidas as respostas de um número significativo de alunos (312, a quase totalidade dos alunos do ensino básico da nossa escola) foi feito o trabalho estatístico pelas mesmas duas turmas que, logo de seguida, construíram os respetivos gráficos que passaram para cartolinas de forma a poder ser exposto na sala polivalente. Conclusão Uma rápida análise das respostas permite concluir que 40% dos alunos do ensino básico não ingere a quantidade de fruta aconselhável. Um número significativo de alunos (14%) não come fruta na cantina e só 40% come quase sempre. Cerca de 40% dos alunos não come pelo menos uma sopa diária, 25% nunca come sopa quando almoça fora de casa e, finalmente, 40% não come salada a acompanhar pelo menos o almoço ou o jantar. Estes números levam-nos a pensar que a ingestão de fibras pelos alunos do ensino básico está muito abaixo daquele que seria aconselhável. Portugal é um dos países da União Europeia com uma maior incidência do cancro do colón (intestino grosso), que tem como uma das suas principais causas uma alimentação pobre em fibras. Apesar de ter sido um pequeno inquérito e de necessitar de uma maior análise dos dados, tudo aponta para podermos concluir que a ingestão de fibras por parte dos alunos da nossa escola é, como no resto da população portuguesa, abaixo do que seria aconselhável. Alunos do 9º ano, turmas D e E. João Pedro Ribeiro e Fernanda Rodrigues, profºs de Biologia
https://www.pingodoce.pt/escola-de-cozinha/ingredientes/calendario-de-frescos/Pingo doce
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Dia Mundial da Alimentação
Dia Mundial da Alimentação Coma fruta e legumes da época e viva melhor
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á uma altura ideal para saborear cada alimento. Se consumir na época própria, aproveita a melhor relação entre qualidade e preço, tem a possibilidade de optar por produtos nacionais, que não estiveram sujeitos a grandes viagens e formas de conservação e, portanto, serão naturalmente mais saborosos e nutritivos. Quais os frutos e legumes que devemos consumir no inverno? Amêndoa, avelã, pinhão, noz e castanha; diospiro, laranja, tangerina, maçã, pera, romã, banana, quivi e limão; abóbora, acelga, agrião aipo, alface, alho-porro, bata, beldroegas, beterraba, brócolos, cebola, cenoura, couve-de-bruxelas, couve lombarda, couve portuguesa, endívia, espinafres, funcho, grelos, nabiças, nabo, rabanete, repolho e rúcula. Adaptado de http://www.deco.proteste.pt/alimentacao/produtos-alimentares/dicas/fruta-legumes-epoca-
As 10 razões para usar e abusar de verduras e legumes 1.
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Fazem bem à saúde São fonte de fibras, vitaminas e minerais. Ajudam a emagrecer Não pode faltar numa dieta para emagrecer, já que é hipocalórica (poucas calorias). São muito práticas As saladas são muito fáceis de preparar. Basta lavar bem as verduras e legumes e temperá-los . Melhoram o funcionamento do intestino As saladas, são ricas em fibras que ativam os movimentos peristálticos do intestino. Previnem o envelhecimento precoce A salada é rica em antioxidantes que previnem o envelhecimento precoce.
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São digeridas rapidamente Se comer saladas todos os dias não sofre com isso, já que elas são de fácil digestão. Previnem doenças Por serem ricas em vitaminas e minerais, ajudam a prevenir uma série de doenças. São muito leves A salada é muito leve e nutritiva, por esse motivo, não pesa no estômago e não causa mal-estar. Melhoram o humor Muitas possuem substâncias que ajudam a melhorar o humor. Uma dieta rica em algumas frutas e legumes pode proteger contra certos tipos
de problemas cancerígenos.
Arte l que dizem as telas?
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ntrar num quadro abstrato é sempre algo um pouco intimidante, quando comparado a outros estilos artísticos. Este quadro não é exceção. Quando tentamos entrar neste quadro temos de calar as vozes do nosso cérebro que tentam identificar o que cada parte do mesmo representa. Temos de calá-las, pois nada neste quadro representa alguma coisa. Se tivermos a capacidade de realizar esta operação mental, então estamos prontos para finalmente entrar no quadro. O que levanta a questão: “Onde é que estamos?”. Não estamos em lado nenhum. O que está neste quadro não existe de todo. Ao entrar nesta obra, uma pessoa encontra-se presa num “momento emocional” da sua autora, um momento que passou e que não voltará. No entanto, não é só a emoção da pintora que está presa neste quadro, mas também a nossa, e a capacidade que o quadro tem de nos transmitir essa emoção sem sequer nos dar pistas sobre o que procurar (visto que não tem título), através de algo não figurativo que não conseguimos decifrar sem algum esforço é o que dá o verdadeiro valor a este quadro. Mas na ver-
dade não é essa uma ótima definição para as emoções: algo não figurativo que não conseguimos decifrar sem algum esforço? Assim este quadro transmite emoções, sendo ao mesmo tempo as emoções em estado físico. A este ponto do texto é certo que parece que me desviei do tema de entrar dentro do quadro, mas isso não é verdade. De facto, eu estou lá enquanto escrevo estas mesmas palavras. No entanto, eu compreendo a confusão do leitor, tendo em conta que eu não estou a falar do que sinto dentro do mesmo. Eu fiz toda esta reflexão sobre o quadro não para o analisar de uma forma fria e distante, mas sim porque é o estar dentro dele que me suscita esta mesma reflexão, sendo que essa é a reação inicial de qualquer ser humano quando se encontra num ambiente estranho sem qualquer tipo de referência. Esta própria reflexão sobre a minha reflexão anterior é um produto desta obra de arte. Por outro lado não posso concluir este texto sem falar sobre o que sinto enquanto olho há minha volta. A verdade é que me sinto confuso, apesar do amplo espaço aberto, as linhas parecem mover-se a uma velocidade abismal dificultando-me
a capacidade de encontrar algum referente, o que agrava o facto de me encontrar em nenhures. As únicas coisas com que posso contar neste quadro são as manchas de cor no canto que apesar de não estarem fixas, mexem-se lentamente transmitindo-me uma sensação de “calma melancólica” quase triste. O quadro transmite todas as emoções, eu penso, a confusão aliada com a melancolia poem-me num estado de dormência e de excitação ao mesmo tempo, o que me faz sentir algo que só pode ser descrito por uma palavra: tudo! No entanto o quadro muda, ou eu mudo. Ele não é sempre igual, mesmo no tempo que demorei a escrever este texto ele mudou. Este último parágrafo que escrevi nada tem a ver com o que eu senti quando vi o quadro pela primeira vez, e nada terá a ver com o que eu sentirei quando o voltar a examinar. É claro que o quadro enquanto objeto físico não mudou, mas não é como objeto físico que o quadro tem valor, mas sim no que ele nos transmite, e nesse ponto ele muda, ou nós mudamos. Não interessa. Miguel Vidal, 12ºG
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Maria Helena Vieira da Silva – Sem título
Arte l que dizem as telas? É rara a criança que não vai arrastada e contrariada para um museu mas, como sempre, eu sou a exceção à regra. Sempre gostei e sempre me senti estranhamente bem e tranquila - quase arrisco a dizer em casa – quando numa sala preenchida por arte. Não querendo fugir ao tema, creio ser importante mencionar que sou uma faladora nata. Gosto genuinamente de deixar a minha marca, de palpitar e intervir em qualquer situação. Mas num museu o meu funcionamento alterase, sem explicação plausível. Gosto de olhar, assimilar e mergulhar na obra… tal e qual como nos foi proposto. [E habituada a fazer isso interiormente e só para mim, sem palavras a arruinar a intelectualização, quase soou bizarro abrir a boca durante a visita]. De entre as muitas obras e artistas, optei por Cecília, de Henrique Pousão (1882).
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hamei-a. Queria ver-lhe o rosto. Quando entrei vi-a no chão, com uma cadeira mesmo à sua frente. … Não faz sentido! Quis dizer-lhe que leria mais cómoda se se sentasse e, portanto, chamei-a. Mas já me arrependi de o ter feito. Ela levantou os olhos do livro e agora está a fitar-me. Tem um olhar intenso e digno, mas tristonho. Pela roupa parecia uma criança pequena, mas quando me ofereceu a expressão apercebi-me que talvez seja apenas um pedaço mais nova que eu. Talvez tenha uns catorze ou quinze anos. Talvez vá a uma festa, pela roupa colorida e vaidosa que traz. E talvez essa festa lhe alegre o olhar. Eu espero que alegre! Ou talvez seja domingo e seja roupa de ir à Igreja. (Ou talvez nós estejamos já numa Igreja e ela está encostada a uma coluna antiga, das que costuma haver nas Igrejas.) Sim, estamos numa Igreja. Ela está no corredor lateral ao altar. E continua a olhar para mim. Todas as Igrejas são frias mas aquele olhar torna aquela ainda mais. Perguntei-lhe o que estava a ler tão concentrada. Ela não respondeu e nem sequer mexeu os lábios. Imóvel. Não larga os meus olhos. Tive vontade de me
82 cm x 57,5 cm. - Museu Nacional de Soares dos Reis de Porto
aproximar e sentar na cadeira à sua frente, para a ver de perto, mas ela intimida-me. Tive vontade de repetir a pergunta e num tom mais alto porque não gosto que me ignorem. Só cá estamos nós, eu e ela, e o silêncio é tão barulhento que só ouço o meu coração acelerado. Ela está a deixar-me nervosa. Quem é ela?! Está parada no tempo?! Perguntei-lhe o nome. Ela disse Cecília e voltou a paralisar. E ficamos a olhar uma para a outra, nem Perguntei-lhe o que estava a ler tão concentrada. Ela não respondeu e nem sequer mexeu os lábios. Imóvel. Não larga os meus olhos. Tive vontade de me aproximar e sentar na cadeira à sua frente, para a ver de perto, mas ela intimida-me. Tive vontade de repetir a pergunta e num tom mais alto porque não gosto que me ignorem. Só cá estamos nós, eu e ela, e o silêncio é tão barulhento que só ouço o meu coração acelerado. Ela está a deixarme nervosa. Quem é ela?! Está parada no tempo?! Perguntei-lhe o nome. Ela disse Cecília e voltou a paralisar. E ficamos a olhar uma para a outra, nem desconfio quanto mais tempo. Inês Sincero, 12ºG
Este trabalho foi realizado a partir da visita efetuada ao Museu Nacional Soares dos Reis, no âmbito da disciplina de História - Prof.ª João Cerqueira
poesia À noite A noite é bela. Ampla. Suave e afrodisíaca. Forte e despreocupada. Eu gosto da noite. Encontro-me nela. Sou toda a sua imensidão. Tudo é vividamente morto. À noite. A fugacidade diurna não me inquieta, já. Os incisivos olhares ambulantes tombam. À noite. Tudo tomba. Eu ergo-me. Sou vivo. Sei quem sou, não tremo perante a dúvida. A dúvida não me assusta. À noite. Ninguém tenho para me emoldurar no momento da quebra. Do vacilo. Repugnante hesitação. Morta. Nem chega a fecundar. Não há medo. A Questão é a minha companhia, a procura aquece-me ao relento. Tudo é meu. Eu sou tudo. Sou a noite. Choro... Saboreio o meu impaciente e acre choro, por hoje querer ser a noite e não poder. Não é saudável ser-se a noite de ocasião. Não é saudável sê-la apenas em tardios Sábados. Nem quando o Sol aperta e crava. Eu sou a noite. Quero sê-la, nem que nunca durma! Abdico do sono para me sentir assim eterno. Eterno na efemeridade que sou e que me resta neste rastilho de breu, que o amanhecer encurta, dia após dia.
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Martim Godinho, 12ºC
livros “Tempo de matar” de John Grisham
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ste empolgante thriller levanta muitas questões sobre temas como o racismo, a violência, a pena de morte e a corrupção no sistema jurídico. No entanto, na minha opinião, o livro apela, principalmente, à reflexão do leitor quando confrontado com a pergunta: até que ponto é moralmente condenável um pai que, cego pela vingança, pega numa arma e decide fazer justiça pelas próprias mãos? No livro, dois jovens brancos são condenados a 20 anos de prisão depois de violar, torturar e tentar matar uma menina negra de apenas dez anos. Porém, antes de estes terem oportunidade de cumprir a pena que lhes fora atribuída, Carl Lee Hailey, pai da vítima, é consumido por um sentimento de raiva incontrolável que o leva a matar os criminosos que ousaram tocar na sua filha. Ao longo da narrativa, o advogado de defesa, Jake Brigance, tenta, desesperadamente, salvar a vida do seu cliente que, depois de ter matado os dois violadores, é condenado à pena de morte, segundo as leis do estado do Mississípi. Um dos maiores problemas enfrentados por Brigance é o racismo, quando a opinião pública fica dividia entre os que apoiam ou compreen-
Rua da Alegria, 930 4000-132 Porto 225 370 005 - 963 020 345 937 085 980
dem a atitude de Carl Lee Hailey e os que não admitem que um negro mate um branco. John Grisham é o quarto escritor mais lido nos Estados Unidos da América. Antes de se tornar escritor a tempo inteiro, licenciou-se em Direito, exerceu advocacia e tornou-se um profundo conhecedor do sistema jurídico americano. Para Grisham, os grandes
Loja Mercado Bom Sucesso 913 550 552
dramas não ocorrem nos ecrãs ou nos palcos, mas nos inúmeros tribunais espalhados por todo o mundo. “Tempo de matar” foi a primeira obra que publicou. A ideia deste livro ganhou corpo depois de assistir a um julgamento no qual uma menina testemunhava contra o homem que a tinha violado brutalmente. Começou então a refletir no que faria se o mesmo acontecesse à sua filha. Ficando obcecado com a ideia de vingança como pai, decide transferir os seus sentimentos para o papel, iniciando o que se tornaria uma das suas obras mais bemsucedidas. Grisham considera “Tempo de matar” um livro bastante autobiográfico, revendo-se na personagem de Jake Brigance, pois também ele decide embarcar na perigosa defesa daquele homem de família, depois de refletir sobre o que faria se o mesmo acontecesse à sua filha de quatro anos. É, por isso, um livro extremamente cativante, não sendo, no entanto, de maneira alguma, “um livro de verão”, pois requer uma leitura atenta e um conhecimento para além do que é narrado pelo autor. Marta Ribeiro, 12ºG
livros As Aventuras de Huckleberry Finn de Mark Twain
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a minha opinião, As Aventuras de Huckleberry Finn é um livro estupendo, por diversas razões e foi, sem dúvida, o melhor que li até agora! Foi escrito por Mark Twain, pseudónimo de Samuel Clemens, no final do século XIX. Este livro conta as aventuras e a história de um rapaz chamado Huckleberry Finn (Huck Finn), órfão de mãe e filho de um pai alcoólico que se aproveita dele. O livro apresenta-nos diversas aventuras vividas por Huck Finn, pelo seu melhor amigo Tom Sawyer e uma data de outras personagens, entre elas, Jim, um negro que Huck pretende livrar da escravidão. Apesar de ser uma narrativa centrada em aventuras e peripécias levadas ao limite por ambos os amigos, o livro revela algum conteúdo da época, como o racismo em relação aos negros, que eram discriminados e tratados como escravos. Aconselho este livro a quem gosta de histórias que conciliem um certo sentido de humor com alguma dose de realismo. José Pedro Martins, 8º E
Eugénia Grandet
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ugénia Grandet é um romance de Honoré de Balzac, cuja ação decorre em França, no séc. XIX. Tratase da descrição pormenorizada da sociedade materialista desses tempos, aliás, não muito diferente da da atualidade, e da criação de personagens que mostram isso mesmo, sobretudo através do caso de um dos maiores avarentos descritos na literatura, o Sr. Grandet. A sua filha e mulher viviam miseravelmente, pois este era obcecado pelo dinheiro, ao ponto de, para o manter em sua posse, privar a família próxima de bens essenciais. Era tão sovina que, às portas da morte, a sua maior preocupação consistiu em dizer à filha para tomar bem conta da herança que lhe deixava, porque no outro mundo teria que lhe prestar contas. O romance narra também o amor impetuoso de Eugénia pelo seu primo Charles que, afinal, também fazia tudo por dinheiro e que colocou os interesses materiais à frente da promessa feita de a amar para sempre. Pessoalmente concordo com a avaliação que o narrador faz da sociedade, porque ainda hoje a maior parte das pessoas só se preocupa com bens
materiais e em como enriquecer e fazer fortuna, mesmo que isso interfira na felicidade dos outros. No romance, Balzac descreve muito bem os extremos da avareza, o fingimento do amor e as ilusões que pode criar aos mais ingénuos, enquanto nos mostra, através da multiplicidade de personagens
em ação e do detalhe das descrições, como era a vida quotidiana no seu tempo. Aprende-se muito com a obra porque grande parte das verdades que aí são referidas podem ser transpostas para os nossos dias, visto que há muitos aspetos da natureza humana que não têm mudado ao longo dos tempos. Não posso dizer que tenha considerado um livro de leitura muito fácil para o nível de escolaridade em que estou. Tinha de estar com o máximo de atenção para compreender bem a história e o vocabulário nem sempre era fácil. Mas esta é, ao mesmo tempo, uma vantagem da obra, porque nos ajuda a melhorar a capacidade de expressão. Além disso, depois de ler este livro, a minha forma de pensar mudou bastante em relação à verdadeira importância que os bens materiais têm na nossa vida e que, na verdade, não é muita, se não formos felizes. Recomendo, por isso, vivamente a leitura do romance, pelas “lições de vida” que nos dá, pela história em si e por aquilo que nos permite aprender. Beatriz Duborjal, 8ºE
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de Honoré de Balzac
livros Mataram a Cotovia de Harper Lee
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ataram a Cotovia é um romance cuja ação é narrada através dos olhos ingénuos de uma criança, Scout Finch, que conta o seu dia-a-dia, juntamente com o seu irmão Jem e o seu amigo sazonal Dill. A ação passa-se numa cidade fictícia, no Alabama, Sul dos Estados Unidos, nos anos 30. Nesta altura, havia uma grave crise económica, a Grande Depressão. Existia uma grande pobreza e o problema do racismo estava muito presente, principalmente no Sul. No início, a história centra-se na misteriosa vida de Boo Radley, um vizinho que nunca saía de casa. As crianças são movidas pela curiosidade e pelo medo, fazendo planos de abordagem e de desconstrução desta personagem. Mas a história principal é trazida ao de cima quando o pai das crianças é chamado a defender um homem negro, injustamente acusado de violar e de agredir uma jovem branca. Tal julgamento vai afetar toda a comunidade, mas mais profundamente a família Finch. São estes acontecimentos que conferem a este livro uma elevada densidade ao nível de valores humanos, de solidariedade e, sobretudo, do significado da liberdade. Maria do Carmo Macedo, 8ºE
Fabricante de boneca de Cracóvia
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de R.M.Romero
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arolina era uma boneca de madeira, costureira de profissão, que vivia no País das Bonecas. Um dia, este foi invadido pelo país governado por uma bruxa má, cujos habitantes eram ratazanas enormes. Isso leva Karolina a fugir de lá, juntamente com os seus amigos Fritz e o Vento Dogoda, descobrindo, assim, que o seu destino era o mundo dos humanos. Um fabricante de brinquedos estava a esculpir uma boneca e deu-lhe vida, sem saber como. Nasceu assim a Karolina e ficaram logo amigos. Nesse instante, o fabricante descobriu o poder que possuía de fazer magia e foi com a magia que ajudou algumas crianças judias nos tempos difíceis da Segunda Guerra Mundial. Mas, devido a essa ajuda, ele também termina a sua vida no campo de concentração de Auschwitz. Karolina, ao contrário dos seus amigos, teve um final feliz, porque voltou para o País das Bonecas, onde a guerra já tinha acabado. Karolina concluiu que a maldade dos alemães e das ratazanas mostra que todas as Guerras são iguais e sem fundamento. Na minha opinião, o livro é muito criativo, imaginativo e tem uma magia que está sempre presente ao longo da história. As ilações que podemos tirar são que os corações cheios de amor vencem sempre os corações cheios de ódio, que a bondade vence todas a guerras e que a esperança é a última a morrer. Uma das passagens do livro que mais me marcou foi: “Temos sempre uma oportunidade. Podemos escolher participar em atos odiosos, fechar os nossos olhos… ou aliviar a dor que vemos no mundo através da coragem e da bondade. Por favor, sejam bondosos. Por favor, sejam corajosos. Por favor, não permitam que aconteça outra vez.” Aconselho a todos os jovens a leitura deste livro; eu adorei-o. Joana Teixeira, 8ºE
índice
2018
2
Os melhores alunos
4
Ensino
7
Eleições autárquicas
8
Dress a girl
10
Sou venezuelana
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NET
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Drones
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Pena de Morte
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Lugar da Ciências
15
Portugal em chamas
16
Aveiro
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Desporto
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Museus
20
Caminhada
21
Dia da Alimentação
22
Arte
25
Poesia
27
Livros
28
Património
31
Existem várias formas de danificar o legado cultural dos povos
A
destruição de património por parte do terrorismo, infelizmente, é algo muito atual. Em 2014, na cidade de Mossul, após o Estado Islâmico ter tomado a cidade, relatos de destruição começaram a surgir. Nesse mesmo ano, a biblioteca da universidade da cidade foi queimada. Milhares de manuscritos com muitas centenas de anos e milhares de livros perderam-se, assim como instrumentos usados por cientistas. Este acontecimento lembra-nos um outro semelhante passado em Constantinopla há muitos séculos. O ataque por parte dos cruzados à Biblioteca Imperial da cidade foi um episódio catastrófico na História. Esta biblioteca preservara o conhecimento da Grécia e Roma antiga por quase 1.000 anos. Importantes conteúdos foram destruídos e perdidos. Destes, destacam-se exemplares de obras antigas como a Ilíada e a Odisseia de Homero entre outras de filósofos, dramaturgos, historiadores, políticos, textos literários e poéticos de que hoje nada se sabe. Perdeu-se, assim, conhecimento que nos daria hoje uma perspetiva mais vasta do pensamento
humano. A destruição de património, contudo, tem várias vertentes. Uma é a destruição violenta como a destes episódios referidos. Outra, é uma destruição mais silenciosa, mas nem por isso menos grave. Neste caso integram-se as mudanças introduzidas pelo turismo em todo o país, embora a tendência seja mundial. Relativamente a este tema, temos o exemplo da cidade do Porto. É urgente conseguir estabelecer um equilíbrio entre o turismo e a autenticidade de um centro histórico do Porto que mereceu há 20 anos o selo de património cultural da humanidade por parte da UNESCO. O aumento do turismo leva à modificação da cidade. Esta sua atividade na maior dimensão, ao ser realizada sem qualquer critério, leva à perda da autenticidade da cidade. É isto mesmo o que está a acontecer e que levou a UNESCO a fazer um sério aviso à cidade do Porto em, 29 de março de 2016. Creio que este é um assunto que poderá ser debatido ao longo de 2018 que é o ano Europeu do Património Cultural. Ana Jorge, 10ºI
31 l Jornalesas l dezembro 2017 l X L I X
In memoriam
Ano Europeu da Defesa do Património Cultural
Editorial
M
ais um estudo. Entre os vários que nos têm aparecido, ultimamente, no campo da educação, tomemos o exemplo de um estudo solitário patrocinado pelo ISEG-UL em associação com o IPP – Institute of Public Policy, organismo independente e apartidário. Trata-se de Geografia social, pura e simplesmente. Não é que evitemos os variados estudos que se fazem no campo da educação que levou já a demissões no IAVE pelos maus resultados dos nossos miúdos obtidos na literacia e no campo das ciências e cuja tendência é de agravaremse a cada ano que passa. Se a notícia é má, mata-se o mensageiro. Ora, este estudo pouco divulgado entre nós e coordenado pela professora Patrícia Melo tem a virtude de nos mostrar as assimetrias gritantes que ainda subsistem no nosso país. Ou seja, o local onde crescemos e vivemos ainda determina o nosso estatuto social e económico, ideiachave com que se inicia a divulgação do estudo. Assim, um estudante (ser rapaz ou rapariga também pode ser importante para este estudo) que viva no interior de Portugal tem muito mais dificuldades em encontrar colocação em áreas em que o Estado não se pode demitir e tão importantes para o desenvolvimento como a saúde, a assistência social, a educação, os gabinetes para o crescimento económico e social, a promoção do bem-estar público e privado, a luta pela segurança e contra o crime, etc. Ouvirmos os políticos e, particularmente o Presidente da República, afirmar estas diferenças não é de todo uma novidade. É, antes, um mantra político que, de tempos a tempos, os eleitos recitam até à exaustão. Mas para uma boa execução política que minore este estado de coisas são necessários estudos científicos que a resolução deste problema exige. O que se exige é comparar a quantificação da diferença entre o nível de educação e rendimentos futuros de duas crianças que cresceram em locais diferentes, mas com contextos familiares idênticos. Ora, a Geografia dá-nos estes dados através dos chamados «microdados longitudinais» que podem ser retirados do Painel Europeu dos Agregados Familiares, no Inquérito às Condições de Vida e Rendimento e nos Quadros de Pessoal. Infelizmente, afirmam os autores deste estudo científico, só se dispõem de dados parciais de algumas NUTS2 e uma de NUTS3. Mesmo sendo esses dados parciais a evidência é clara: a região de Lisboa está muito à frente de todas as outras, mesmo considerando regiões do litoral mais desenvolvido. Para uma análise mais fina destes dados, pediram-se os dados existentes em todo o país que nos dariam um olhar mais rigoroso sobre este problema. Não foram dados, sob o argumento que isso iria contra a privacidade e confidencialidade dos indivíduos. Mesmo argumentando que o anonimato podia ser aplicado, o Estado recusou-se a entregar os tais microdados. Num mundo em que todos os passos que damos são vistos e revistos ao minuto, como já existisse um Big Brother omnipresente, não deixa de ser estranho este tipo de recurso à confidencialidade e à privacidade que há muito já não existe. Até das pautas já retiraram as faltas dos alunos, com o mesmo tipo de argumento. Não será isto falacioso? Ou, então, será um pouco mais do que isso. António Catarino (prof.)
ESCOLA SECUNDÁRIA/3 AURÉLIA DE SOUSA Rua Aurélia de Sousa - 4000-099 Porto Telf. 225021773 equipa.jornalesas@gmail.com
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FICHA TÉCNICA Coordenadores: António Catarino (prof.), Carmo Rola (profª), Julieta Viegas (profª) e Maria João Cerqueira (profª) Revisão de textos: Maria João Cerqueira (profª) Capa: árvore da escola Aurélia de Sousa com montagem feita a partir do trabalho de Inês Queirós (12ºI) por Carmo Rola (profª) Aurélia de Sousa Paginação e Maquetagem: Julieta Viegas (profª)
Equipa redatorial: Ana Borges, 11ºH, Ana Jorge, 10ºI, António Carvalhal (prof.), António Catarino (prof.), Alice Ferreira, 11ºH, Beatriz Duborjal, 8ºE, Beatriz Loureiro, 11ºH, Beatriz Pacheco, 11ºE, Carlos Morais (prof.), Catarina Cachapuz (profª), Catarina Loureiro, 11ºH, Cláudia Silva, 11ºE, Elvira, 12º G, Francisca Monteiro, 10ºI, Fátima Santos (profª), Filomena Moreira (profª), Inês Sincero, 12º G, Joana Teixeira, 8ºE João Carlos Matos, João Pedro Ribeiro ( prof.), José Miguel Barbosa,11ºG, José Pedro Martins, 8ºE, Leonor Antunes (profª), Maria do Carmo Macedo, 8ºE, Maria Helena Matos, Martim Godinho, 12ºC, NIPES, , José Laranjeira, 11ºF, Julieta Viegas (profª), Lugar da Ciência, Mª Fátima Alves (profª), Mª João Castro, 11ºH, Mª João Cerqueira (profª), Marta Ribeiro, 12ºG, Miguel Vidal, 12ºG e Rosa Margarida Conde Costa, 12º F. Financiamento: Estrela Branca l Pão quente, pastelaria; Helena Costa l cabeleireiro; Susana Abreu | cabeleireiros, estética e cosmética; UrbanClinic l Estética; Papelaria Cavada Nova l materiais de escritório e livreiro ; Mundo Escolar l jogos didácticos; Neveiros l Gelados artesanais e Escola Secundária/3 Aurélia de Sousa.
dezembro. 2017 http:// www.issuu.com (pesquisa: jornalesas)
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