Revista Histórias da Cooperação (4ª Edição)

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Histórias da Cooperação 4ª Edição - abril de 2012


SISTEMA OCB DIRETORIA EXECUTIVA Presidente Márcio Lopes de Freitas Superintendente da OCB Renato Nobile Superintendente do Sescoop Luís Tadeu Prudente Santos Histórias da Cooperação Publicação eletrônica mensal produzida pelo Sistema OCB em comemoração ao Ano Internacional das Cooperativas. COORDENAÇÃO Inês Rosa REDAÇÃO Daniela Lemke Gabriela Prado Gisele Daemon Assessorias de comunicação das OCEs e das cooperativas FOTOS Arquivos das cooperativas PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Cláudio Nóbrega Pedro Henrique Silva Acesse: www.ano2012.coop.br

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Editorial

Cooperativas constroem um mundo melhor O poder de inclusão do cooperativismo é o foco da quarta edição da revista eletrônica Histórias da Cooperação. Ações desenvolvidas por cooperativas brasileiras de diversos segmentos de atividade econômica retratam a capacidade do setor de geração de trabalho, renda e inserção social. São 30 histórias diferentes que mostram como esse processo ocorre, tanto no campo quanto nas cidades. A inclusão e a educação financeira promovidas pelo ramo crédito em 45% dos municípios do país estão entre as trajetórias apresentadas. Da mesma forma, falamos da distribuição de energia oferecida pelas cooperativas de infraestrutura e de tantos outros exemplos de sucesso. A revista Histórias da Cooperação é uma publicação eletrônica mensal, comemorativa ao Ano Internacional das Cooperativas – 2012. Os relatos que ela apresenta também podem ser acompanhados diariamente no hotsite ano2012.coop.br.

Márcio Lopes de Freitas Presidente do Sistema OCB

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Coopera: "força a quem produz, confiança em quem trabalha"

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om 53 anos de atividades e uma gestão reconhecida pela comunidade como exemplar, a Cooperativa Pioneira de Eletrificação (Coopera/SC) trabalha na distribuição de energia elétrica. Assim, a Coopera atende as necessidades dos associados e contribui para o desenvolvimento socioeconômico da região. Essa história, construída por 60 homens idealistas e empreendedores, teve início em 1959. Hoje, ela é considerada a maior do Estado de Santa Cataria em

distribuição de energia elétrica. Atuando nos municípios de Forquilhinha, Criciúma, Nova Veneza e Maracajá, possui um total de 1.620 km de redes, com uma demanda mensal de 39.644 kW, distribuída em três pontos de entrega. Já a média mensal de energia adquirida chega a 17.742.667 kWh. O desenvolvimento veio com o tempo, e a organização cresceu em sintonia com a comunidade, a partir de muito trabalho e dedicação. Com o passar dos anos, algumas mudanças foram necessárias para garantir a

qualidade da energia distribuída. Em 2003, por exemplo, a Coopera passou a atuar exclusivamente no setor elétrico. E os investimentos não pararam po aí. Este ano, a cooperativa vai aplicar cerca de R$ 4 milhões em reforma e construção de redes de distribuição de energia. O valor prevê, também, melhorias na área social, renovação da frota, capacitação profissional e tecnologia da informação. Para se ter uma ideia, o projeto de reforma de redes rurais vai beneficiar doze povoados, atingindo mais de 70 Km. “Elas serão retiradas do meio das lavouras e instaladas às margens das estradas. O serviço inclui a troca de postes de madeira por concreto, instalação de novos transformadores, cabos e ferragens. Em muitos locais, as redes também serão substituídas de monofásicas para trifásicas”, explica o presidente Carlos Alberto Arns. Com o lema “força a quem produz, confiança em quem trabalha”, a Coopera vem ao longo do percurso cumprindo seu papel de gerar empregos e desenvolvimento social, político e econômico. A responsabilidade socioambiental também merece destaque. A cooperativa participa de inúmeras ações sociais, ambientais, educacionais, culturais e de cidadania, direcionadas aos associados, familiares e comunidade, beneficiando, assim, milhares de pessoas. 4


Sicoob-Coopere: inclusão financeira com responsabilidade

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Cooperativa de Crédito Rural do Semiárido da Bahia (Sicoob-Coopere) surgiu em Valente (BA), com o propósito de ser um agente do desenvolvimento entre os pequenos agricultores da região. Ela foi constituída em 1993, em meio a um movimento social que, desde os anos 70, lutava para criar melhores condições de vida nos municípios produtores de sisal, por meio da união e organização dos trabalhadores rurais. Até ser formalizada sua constituição, o processo foi conduzido pela Apaeb, uma associação que reunia agricultores familiares, a qual conquistou importantes avanços no atendimento à causa. Assim, foram eliminados intermediários, os preços melhoraram e os produtores

começaram, inclusive, a exportar. Porém, para obter recursos que financiassem suas atividades, era preciso recorrer aos bancos a um custo muito alto. Foi quando surgiu a idéia de captar dinheiro junto aos associados e à

população. O sucesso foi imediato, pois o movimento social gozava de ampla credibilidade e os pequenos poupadores, até então, não tinham como se proteger da inflação crescente da época (final dos anos 80), já que as instituições financeiras não aceitavam depósitos de valores correspondentes hoje a R$ 1, R$ 2 ou R$ 5. A conta aberta em um banco comum e denominada Poupança Apaeb, recebeu um grande volume de depósitos, o que despertou o desejo de se constituir uma instituição financeira própria, a qual fomentaria o desenvolvimento entre os agricultores. Ela já trazia em sua essência a idéia do cooperativismo de crédito, e, após visitas de intercâmbio dentro e fora do país, participação em seminários e estudos sobre o funcionamento de cooperativas, as lideranças comunitárias decidiram pela criação da Coopere. A cooperativa, formalmente fundada em 1993, cresceu rapidamente. Após cinco anos de atuação, passou a integrar o Sistema Sicoob, sendo intitulada de Sicoob-Coopere. E, já na primeira década de funcionamento, foi de 20 para 10.583 cooperados, enquanto os depósitos se elevaram do equivalente a US$ 4 mil para cerca de US$ 200 mil. Uma nova perspectiva se abriu para o desenvolvimento de Valente e região, e os agricultores familiares, finalmente, tiveram acesso ao crédito, conta bancária

e todos os serviços que acompanham o processo de inclusão financeira. Em dez anos, foram abertas agências em outros seis municípios, Retirolândia, Conceição do Coité, Gavião, Nova Fátima, Quixabeira e Capim Grosso. Hoje, a instituição também está presente em Tucano e Euclides da Cunha, com a previsão de inaugurar uma nova agência, desta vez em São Domingos. Sua área de atuação, conforme decisão da assembleia, em julho de 2009, abrange 32 municípios. “Hoje, a Sicoob-Coopere é considerada modelo nos processo de governança cooperativa, figurando como a maior cooperativa de crédito do Estado da Bahia, tanto em número de pontos de atendimento quanto de associados. Sua experiência pioneira influenciou a região, induzindo à criação de outras cooperativas”, ressalta o presidente Ranúsio Cunha.

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Cred UFU: pioneira no cooperativismo de crédito em Uberlândia

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tuando há mais de 20 anos, a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores Públicos Federais de Uberlândia (Cred UFU) foi a primeira do segmento na cidade. Na época, em 1990, um grupo composto por 25 funcionários e professores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) se reuniu em uma assembleia, constituindo a cooperativa. Em pouco tempo, a Cred UFU passou a realizar empréstimos, trabalhando com um sistema de capitalização que fortaleceu a organização. Já consolidada, a organização se uniu ao Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob), passando a ser denominada Sicoob Cred UFU. Os resultados de 2011, com números significativos, demonstraram o amadurecimento dos negócios. Em relação ao ano anterior, a instituição registrou um crescimento de 7,9% em ativos e 64,3% em depósitos. A receita também cresceu 10,83% e o capital social, 4,77%. Segundo o presidente da cooperativa, Miguel Ângelo do Nascimento Oliveira, os indicadores refletem o investimento na profissionalização do negócio e a solidificação do Sicoob.

“Temos trabalhado para oferecer produtos e serviços que atendam cada vez mais às necessidades dos nossos cooperados, com atendimento personalizado e compartilhamento dos resultados no final do exercício, o grande diferencial do setor”, argumenta. Mas as vantagens não param por aí. De acordo com o estatuto social da entidade, os filhos, cônjuges e pais dos cooperados também podem se associar, ou seja, contar com serviços financeiros diferenciados e

vantagens de uma cooperativa de crédito. “O cooperado usufrui de todos os serviços oferecidos, tais como: conta corrente sem taxas administrativas, empréstimos com juros abaixo do mercado, auxílios natalidade e funeral e demais convênios”. Conforme Miguel, essa medida ajuda a garantir a sustentabilidade da cooperativa, pois envlve a família do cooperado que passa também a entender do negócio. Também garante que mais pessoas adotem a prática da cooperação. 6


Sicoob Credicom: a maior cooperativa de crédito da área da saúde do país

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om 20 anos de tradição e quase 40 mil cooperados, o Sicoob Credicom tem sua trajetória marcada pela solidez e transparência, ocupando, simultaneamente, os postos de: maior cooperativa

objetivo de oferecer crédito com as melhores condições e taxas do mercado. Foi nesse contexto que outras necessidades surgiram, como a criação de produtos e serviços que estimulassem os cooperados a movimentarem suas contas.

de crédito da área da saúde no Brasil, maior cooperativa de crédito de Minas Gerais, 5ª maior em ativos, e 2ª em postos de atendimento do Sicoob. Criada em 1992 por um grupo de médicos, o Sicoob Credicom tinha, a princípio, o

Passadas duas décadas, a Credicom é uma cooperativa de crédito completa, capaz de oferecer aos cooperados não só todos os serviços dos bancos privados, mas, também, atendimento diferenciado, presença no local de trabalho do cooperado

e melhores taxas. A cooperativa busca disponibilizar aos seus associados, sejam eles pessoa física ou jurídica, produtos e serviços de qualidade e que realmente atendam as suas necessidades. “Como a cooperativa não visa lucro, as sobras anuais são revertidas para os próprios cooperados, de acordo com o grau de relacionamento que cada um tem com a cooperativa. Quanto maior o grau de relacionamento, como investimento, por exemplo, mais ele recebe quando é feita a divisão de sobras”, explica Adriana Goulart, gerente de marketing da cooperativa. Presente em diversas cidades de Minas Gerais, o Sicoob Credicom possui uma rede ampla, com 33 pontos de atendimento no estado, e preza pela ética, profissionalismo, inovação, relacionamento e valorização da ajuda mútua. Prova disso é a participação, junto ao Sistema Ocemg, no projeto de mobilização solidária “Dia C”, desde a sua primeira edição, em 2009. Para apoiar essa iniciativa, o Sicoob Credicom promove ações como venda de camisetas “Dia C” aos colaboradores e cooperados, visando a arrecadação de recursos, além da realização de eventos em instituições carentes. Ao todo, mais de três mil pessoas já foram beneficiadas. “É assim, primando pela qualidade do relacionamento e confiança dos cooperados, que o Sicoob Credicom continuará a escrever sua história de parceria, cooperação e crescimento mútuo”, resume Adriana. 7


Sicoob Engecred - GO: fortalecendo o cooperativismo goiano

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iniciativa de criação da Cooperativa de Crédito Mútuo dos Engenheiros e Arquitetos das Microrregiões de Goiânia e Anápolis Ltda.(Sicoob Engecred-GO) aconteceu em 1999. A autorização do Banco Central do Brasil (BC) para que a cooperativa entrasse em funcionamento foi concedida em setembro daquele ano e a inauguração do primeiro ponto de atendimento aos cooperados veio dois anos mais tarde, em 2001. Desde sua fundação, a Engecred-GO integra o sistema Sicoob. Com mais de 10 anos de atuação, a trajetória da cooperativa de crédito mantém ritmo forte de crescimento e está orientada a oferecer produtos e serviços financeiros diferenciados aos seus cooperados. No início, a proposta era atender a profissionais dos ramos da engenharia e arquitetura. Em 2009, foi aprovado pelo BC novo estatuto social permitindo a participação, na entidade, de qualquer empresa ou pessoa física, independentemente do segmento profissional. Hoje, com mais de 2.400 cooperados, o Sicoob Engecred-GO é uma cooperativa de crédito de Livre Admissão, considerada a segunda maior instituição de crédito do sistema Sicoob Goiás Central, integrando a lista das 50 maiores cooperativas de crédito do país, segundo dados divulgados pelo BC. “No Sicoob Engecred, o cooperado – que é dono do negócio – conta com as vantagens de participar da gestão da cooperativa, opinando e acompanhan-

do de perto todos os processos, seja por meio do site, do relatório anual ou das assembleias. Além disso, conta com as vantagens das sobras, as quais são divididas entre todos os cooperados ao final do ano”, declara o presidente Luís Alberto Pereira. Outro diferencial, segundo o dirigente, é o investimento constante em cursos e certificações para os colaboradores, “garantindo, com isso, um atendimento personalizado, rápido e eficaz, proporcionando economia de tempo e conforto ao cooperado”. Alinhadas ao seu processo de expansão e com o propósito de atender às demandas da cooperativa com conforto e comodidade, o Sicoob Engecred-GO possui cinco unidades de atendimento presenciais instaladas em Goiânia (GO) e Aparecida de Goiânia (GO). A sede administrativa, em Goiânia, conta com 1.100m² de área útil. Sua inauguração, em maio de 2011, tornou-se um marco da comemoração de 10 anos da cooperativa. “A ampliação da rede de atendimento facilita o acesso aos serviços, traz mais comodidade ao cooperado e permite que a cooperativa comporte um núme-

ro maior de associados”, destaca Luís. A cooperativa apresentou resultados positivos no balanço financeiro realizado em 31 de dezembro de 2011. Foram distribuídos mais de 20 milhões em sobras brutas, totalizando um crescimento de 36% em relação a 2010. O patrimônio líquido da cooperativa, em 2011, atingiu a média de 94 milhões, apresentando crescimento acima de 29% em relação ao ano anterior. “Os resultados financeiros constituem um dos maiores reconhecimentos por parte da sociedade dos serviços oferecidos pelas cooperativas”, comemora o presidente. Para 2012, a cooperativa prevê um crescimento com uma evolução nos depósitos totais na ordem de R$ 211 milhões.

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Bom Jesus: crescimento com base na intercooperação

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oi no dia 13 de julho de 1952 que 18 produtores rurais da região de Colônia Municipal, localizada a 14 km do município de Lapa (PR), vislumbrando no cooperativismo a possibilidade de crescimento e progresso, fundaram a Cooperativa Agroindustrial Bom Jesus. Ao longo desses 60 anos, o que no início tratava-se de atender à necessidade básica dos moradores em adquirir gêneros como sal, querosene, açúcar, ferramentas e alguns insumos agrícolas, tornou-se um grande investimento que, hoje, conta com 17 unidades oferecendo ao produtor rural uma ampla estrutura para beneficiamento e armazenagem de cereais.

grande cooperativa, com mais de 3.680 associados. “Acreditando que o cooperado é a razão de ser de uma cooperativa e que o agronegócio aliado ao humanismo é o grande diferencial de uma empresa, a Cooperativa Agroindustrial Bom Jesus é hoje referência no estado do Paraná”, afirma o presidente, Luiz Roberto Baggio. Para Baggio, a prática de um dos princípios básicos do cooperativismo – a intercooperação – é a chave para o sucesso do crescimento do setor. “Movidos por esse princípio, os empreendimentos cooperativos podem oferecer serviços complementares mais abrangentes e com mais qualidade, além de conseguirem ganhos de escala na comercialização, na

Investindo constantemente em novas tecnologias, acreditando no potencial do homem do campo e praticando uma gestão profissional, o ideal de um grupo de agricultores transformou-se em uma

geração de valor, na profissionalização da administração cooperativa e na fidelização dos associados. Acredito que as parcerias entre cooperativas seja um dos principais caminhos para o futuro pro-

missor do negócio”, avalia. Tanto é assim, que a Bom Jesus desenvolve, em parceria com a Castrolanda_ cooperativa referência no setor lácteo, localizada na cidade de Castro-PR_ o projeto “Leite da Bom Jesus”. Iniciado em outubro de 2011, o principal objetivo da ação é apresentar uma nova forma de renda aos produtores, focando em cadeias produtivas alternativas. Segundo Baggio, a parceria com a Castrolanda foi essencial para viabilizar a estratégia: “Esse canal de intercooperação nos permitiu abrir esse braço de industrialização e consequente ganho de escala na produção”, comemora. Em suas 17 unidades espalhadas por 12 municípios do interior paranaense, a Bom Jesus oferece ao produtor rural uma ampla estrutura para beneficiamento e armazenagem de cereais, com capacidade total para 303 toneladas. Limpeza e secagem de grãos também são serviços disponibilizados aos cooperados, com capacidade de 1.869 ton/hora. Além disso, a cooperativa investe, também, no desenvolvimento socioeconômico de seus associados. O projeto “Escola no campo”, por exemplo, desenvolvido em cinco municípios vizinhos, tem como objetivo a capacitação de professores e alunos de escolas do ensino fundamental na produção saudável de alimentos, proteção ambiental e correto descarte de embalagens. No total, 24.800 alunos já foram atendidos por meio desta ação. 9


Camta: cooperação e desenvolvimento sustentável

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a década de 30, o programa de imigração na região amazônica, entre os governos do Brasil e do Japão, fez com que muitos japoneses imigrassem para o estado do Pará. Com o objetivo de comercializar seus produtos e garantir a própria sobrevivência, um grupo desses imigrantes resolveu criar, ainda na década de 30, a Cooperativa Mista de Tomé-Açu (Camta), cuja atividade principal era a produção de hortaliças. A fundação oficial da Camta se deu no ano de 1949. Mais tarde, a cooperativa tornou-se a primeira produtora e exportadora de pimenta-do-reino no Brasil, cujas mudas foram trazidas, em 1933, da Ásia para a Amazônia. Além da pimenta, a cooperativa produz e comercializa polpa de frutas tropicais, cacau e óleos vegetais. A cooperativa, ainda, é responsável pela assistência técnica e disseminação de conhecimento junto aos cooperados. Como membro da sociedade paraense, a Camta tem cooperado amplamente com a comunidade local e, com os recursos advindos da venda da pimenta-do-reino, a cooperativa

contribuiu fortemente para o desenvolvimento social de Tomé-Açu, mobilizando a instalação de hospitais, escolas, supermercados entre outros serviços que antes eram escassos no município. De acordo com o balanço de 2011, o faturamento da cooperativa no período foi de cerca de 21 milhões de reais. Além dos 130 colaboradores diretos, gera mais de 2 mil empregos indiretos.

Para manter o mercado de produtos frutíferos estável, que é sistematicamente combinado com a pimenta-do-reino e o cacau, a cooperativa construiu uma fábrica de processamento de polpa de frutas, oferecendo, ao mercado, produtos de alta qualidade. A Camta exporta toneladas de polpas para o Japão, EUA e Europa, e ainda mantém parceria com

uma empresa de cosmético, fornecendo óleo vegetal de andiroba, semente de maracujá e amêndoa de cupuaçu. Outro aspecto importante de integração e cooperação com a sociedade local está relacionado ao meio ambiente. As experiências adquiridas ao longo destes anos fizeram com que os membros da Camta praticassem uma agricultura sustentável, conservando as florestas e praticando o agroflorestamento na região. Hoje, a cooperativa e o município são tidos como referência internacional nesse quesito. O fato é comemorado pelo presidente Francisco Wataru Sakaguchi. Para ele, os esforços de hoje, serão futuras heranças que deixarão para a comunidade. Diante dessa magnitude do cooperativismo da Camta, o dirigente reforça a necessidade de se divulgar a verdadeira face do setor no Brasil. “A população, em geral, não conhece o cooperativismo ou então tem uma imagem deturpada sobre o movimento, principalmente na região Norte do país. Por conta do Ano Internacional das Cooperativas, devemos nos organizar em prol da revitalização do cooperativismo. Vamos analisar as falhas e os sucessos para projetarmos um futuro melhor ao movimento brasileiro”. 10


Coopa - DF: visão desbravadora leva desenvolvimento ao cerrado

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o final da década de 70, o governo do Distrito Federal promoveu a colonização de terras no entorno de Brasília (DF), por meio do Programa de Assentamento Dirigido do Distrito Federal (PAD/DF). Entre os 15 primeiros ocupantes da região, estava o grupo que viria a formar, futuramente, a Cooperativa Agropecuária do Distrito Federal (Coopa/DF). Ao surgir no cenário agrícola há 31 anos, a Coopa/DF renovou e fortaleceu a esperança de centenas de produtores que souberam se unir para transformar a realidade em dias melhores para todos. Sempre juntos, construíram uma das mais respeitadas cooperativas agropecuárias do Distrito Federal, referência em produtividade e qualidade de grãos no país e no mundo. A paisagem para quem chegou, colonizou o PAD/DF e constitui a cooperativa era um tanto diferente, em formação e clima, das comumente vistas no Sul do Brasil. Bastante planície, florestas menos densas, com predominância do cerrado, clima tropical (seco e quente), solo muito pobre e abundância em água (rios e planícies). Esse misto de fatores não impediu a região de alcançar recordes de produtividade de grãos em áreas irrigadas. Logo em seguida, na década de 80, a intensificação do cultivo de soja levou a Coopa/DF a produzir sementes da variedade “soja cristalina”. Com isso, novos investimentos foram estimulados: galpões, máquinas e equipamentos, inserção de novas tecnologias, estruturação comer-

cial. “A produção de semente de soja cristalina foi o carro-chefe da cooperativa nesta década e impulsionou o crescimento local e regional com abertura de novas áreas agricultáveis no cerrado brasileiro”, destaca o presidente, Leomar Cenci. Desde a abertura das áreas do PAD/ DF, o departamento de assistência técnica da Coopa/DF está presente todo o tempo, orientando os produtores com relação à demarcação de terraços, curvas de níveis, uso adequado dos tratores, máquinas e equipamentos, uso de corretivos e a prática do plantio direto. “O bom relacionamento dos técnicos e agrônomos com os associados sempre foi o ponto alto da assistência técnica. A viabilização a linhas de crédito para o bom funcionamento das lavouras e visitas às mesmas sempre foi o

possibilitar acesso a informação e novas tecnologias aos cooperados. Assim nascia a Agrobrasília, uma feira de tecnologias e negócios agropecuários, voltada aos empreendedores rurais de diversos portes, apresentando inovações tecnológicas para os diferentes segmentos do agronegócio brasileiro. “O evento permite a difusão de inovações e a realização de negócios em uma região que abrange, além do Distrito Federal, mais de 20 municípios dos estados de Goiás, Minas Gerais e Bahia”, ressalta o presidente. A quinta edição da feira, realizada em maio deste ano, superou todas as expectativas dos organizadores e se afirmou como palco de realização de grandes negócios. O balanço parcial do evento confirma a movimentação de pelo menos R$ 310 milhões em negócios, resultado um aumento de quase 50% em relação a 2011.

foco do departamento com o cooperado”, avalia Cenci. Foi no ano de 2007 que a Coopa/ DF firmou sua grande prioridade: 11


Coopac: uma história de perseverança

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cidade de Altinho fica a 160 km da capital pernambucana, Recife, e tem sido palco, nos últimos anos, de um grande exemplo de transformação pela prática cooperativa. Em 2007, nascia a Cooperativa dos Produtores do Agreste Central (Coopac) absorvendo patrimônio e associados remanescentes da antiga Cooperativa Agropecuária de Altinho (Capal), criada ainda nos anos 40. A Coopac tentou recuperar um pouco do que representou a Capal para o município, que, em seus anos áureos, chegou a ser a 2º maior cooperativa de Pernambuco, ostentando cerca de mil cabeças de gado, além de comercializar os gêneros produzidos pelos associados e promover a venda de insumos, de diversos tipos. Em 1992, a Capal foi liquidada. Entretanto, 15 anos depois, o negócio cooperativo, que já tinha demonstrado potencialidades para dar certo, foi retomado. Alguns dos antigos sócios e filhos de associados da Capal foram os principais envolvidos na reestruturação, que passou por um processo longo. A antiga sociedade estava inativa perante a Junta Comercial, o amplo quadro de associados de cerca de 2.700 cooperados estava desatualizado e a documentação dispersa. Foi preciso organizar tudo e recomeçar. Foi assim que o atual presidente da cooperativa, Elenildo Arraes, empreendeu esforços para mobilizar os associados. Produtor e locutor de um programa de rádio

local na época, Arraes utilizou os recursos disponíveis para convocar os associados remanescentes para uma reunião na qual seriam decididas as ações para o reaproveitamento dos recursos da cooperativa e seu investimento em um negócio com maiores potencialidades. “Com a contribuição de todos foi possível recomeçar. Alguns guardavam o estatuto antigo, o que deu base para a definição das novas atividades”, lembra o presidente. O quadro da cooperativa foi reduzido, mas os que ficaram estavam determinados a empreender um trabalho sério na Coopac. Como resultado desse empenho, a Coopac conquistou um terreno de cerca de 1 hectare, próximo ao centro da cidade, onde deverá ser

desenvolvida a atividade de beneficiamento do queijo, um dos fortes produtos do município de Altinho. No local, ainda haverá o investimento na atividade de beneficiamento da polpa e da castanha do conhecido “caju precoce”. O exemplo de cooperação fez com que a cooperativa resgatasse suas raízes e visualizasse novos horizontes, especialmente no Ano Internacional das Cooperativas. O presidente Arraes acredita que é necessário investir no esforço conjunto: “Precisamos nos integrar para o crescimento das cooperativas que já existem e das que estão surgindo, e aproveitar as oportunidades que estão sendo criadas”. 12


Cooper: maior cooperativa de consumo da Região Sul

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er a melhor empresa de abastecimento do Vale do Itajaí para cooperados, colaboradores e comunidade. Essa é a visão que motiva a Cooperativa de Produção e Abastecimento do Vale do Itajaí (Cooper), com sede na cidade de Blumenau (SC). Inicialmente conhecida por Cooperhering, a organização foi fundada no ano de 1944 por operários da Indústria Têxtil Companhia Hering. A ideia, inicialmente, era distribuir gêneros alimentícios aos associados com desconto na folha de pagamento. Com o desenvolvimento do Grupo Hering, a Cooper cresceu de forma

acelerada. Os 101 primeiros cooperados multiplicaram-se rapidamente e, com isso, a instituição foi impulsionada a instalar novas lojas nos municípios onde a empresa tinha filiais. Por muitos anos, funcionou como uma cooperativa de consumo fechada, destinada a atender apenas aos funcionários da Hering. Mas, no início dos anos 90, tornou-se de livre adesão, aberta para toda a comunidade. Hoje, a Cooper é a maior do segmento na Região Sul do país, segunda do Brasil e, se comparada aos supermercados, aparece entre as cinco maiores redes do Estado de Santa Catarina. E o trabalho desenvolvido nesses 68 anos também foi

reconhecido em 2011, pelo Sindicato do Comércio Varejista, com o prêmio de melhor supermercado da cidade. Para o diretor-presidente da Cooper, Hercílio Schmitt, a premiação mostra que a cooperativa está no caminho certo. “Agora, ainda mais, temos a responsabilidade de continuar a atender os nossos cooperados e clientes com profissionalismo e determinação. Esse reconhecimento nos mostra que estamos colocando em prática a nossa visão e cumprindo os valores do cooperativismo”, comemora o dirigente. Além de Blumenau, a cooperativa possui unidades nas cidades de Indaial, Rodeio e Ibirama, e trabalha na implantação de outras três lojas. Nos últimos anos, a Cooper também investiu na reforma de seus prédios, proporcionando mais conforto e comodidade. Com vistas ao futuro, a Cooper promove ações de sustentabilidade, como os programas Cooper Sustentável, que incentiva a troca de material reciclável por vale-compras, incentiva a destinação correta do óleo de cozinha e a utilização de bolsas retornáveis; Cooper Ação, com atividades sociais voltadas à comunidade; Cooper Agro, a partir do qual ocorre a capacitação dos agricultores e a comercialização das produções pela cooperativa; e o Cooper Pratic, o qual oferece aos associados cursos, palestras e treinamentos gratuitos.

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Dedo de Gente: exemplo de desenvolvimento coletivo

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onstituída a partir da iniciativa do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD) de Curvelo (MG), um programa que reúne educação, empreendedorismo socioambiental, formação de cidadania e criatividade, a Cooperativa Dedo de Gente está focada nos trabalhos artesanais. Fundada em 1996, tem seu trabalho dividido em diversas unidades de produção, conhecidas como “fabriquetas”, que são formadas e dirigidas por jovens do Vale do Jequitinhonha e Norte de Minas Gerais. O projeto nasceu como consequência de um processo educativo iniciado há 26 anos pelo CPCD e liderado pelo educador Tião Rocha. A criação é feita individual e coletivamente. Quando uma peça nova é criada, todos avaliam e contribuem para melhorar o desenho ou o acabamento, e, uma

vez por mês, são realizados eventos para estimular a inovação: são os “Dias da Criatividade”. As referências dos artesãos são os artistas e a literatura locais, pesquisas na internet, revistas especializadas e

eventos da área. As referências embasaram também a escolha do nome Dedo de Gente, pois o artesanato é feito pelas mãos de todos. Atualmente, a cooperativa possui dez fabriquetas: serralheria, marcenaria, bordados e arranjos florais, cartonagem, tinta

de terra, doces e licores, e casinhas de passarinho. Mais de 2 mil produtos diferentes já foram criados e 200 estão no portfólio permanente. A Cooperativa Dedo de Gente tem 85 cooperados e cerca de 70% do seu orçamento provêem das vendas. Investindo em novas ideias, a organização desenvolveu em 2008, o projeto “Fabriqueta de Softwares - um novo Brasil no Jequitinhonha”, unindo arte e tecnologia. Hoje, os jovens da cooperativa também oferecem serviços para a comunidade, como criação de sites, arte gráfica e banco de dados. Os produtos criados são comercializados por uma loja virtual. “Estamos promovendo oficina de design e programação para aqueles que têm entre 16 e 20 anos. O objetivo é formá-los para ingressar na Fabriqueta de Softwares”, conta Edlucia Borges Luiz, educadora da instituição. 14


Cooperforte: maior cooperativa de crédito urbano do país

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nspirada em uma caixinha de empréstimos dos funcionários do Banco do Brasil, foi criada em 1994, em Brasília, a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Funcionários de Instituições Financeiras Públicas Federais (Cooperforte). Considerada hoje a maior cooperativa de crédito urbano do país, possui mais de 100 mil associados. Quando criada, a Cooperforte tinha abrangência local e público restrito aos funcionários do Banco do Brasil. Porém, o crescimento da demanda fez com que, ao longo do tempo, passasse a atuar nacionalmente, atendendo a funcionários de todos os bancos públicos federais. Perto de completar 28 anos, a Cooperforte mantém sua vocação de propiciar o melhor atendimento aos seus associados, segundo a missão institucional “oferecer soluções financeiras aos associados, com excelência, segundo os Princípios e os Va-

lores do Cooperativismo”. “A gestão da Cooperforte é fundamentada em papeis definidos, sendo a governança corporativa pautada no conjunto de mecanismos e controles, internos e externos, que, além de necessários, são fundamentais para levar aos associados e à sociedade em geral a transparência da gestão e de todas as atividades desenvolvidas pela cooperativa”, afirma o presidente, José Valdir Ribeiro dos Reis. Em 2011, a instituição chegou à marca de 112.599 cooperados, obtendo um crescimento de 6.177 associados no ano. As sobras brutas do exercício de 2011 atingiram mais de R$ 51 mil, 31,07% a mais que as obtidas no ano de 2010. As captações em depósitos remunerados totalizaram R$ 767.211,00 (15,70% a mais se comparadas com as do ano anterior). Para o dirigente da cooperativa, os números expressam a filosofia de gestão que está fundamentada na responsabilidade de administrar um patrimônio coletivo, formado pela economia dos cooperados. “Somos uma cooperativa inovadora, orientada para a excelência. Atuamos com o foco do associado, efetuando negócios com simplicidade e agilidade. Operamos com transparência, credibilidade e integridade, valorizando a confiança e a satisfação dos associados. Pessoas são o nosso

maior patrimônio e, por isso, incentivamos o trabalho em equipe e a colaboração. A sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental fazem parte do nosso dia a dia”, reforça. A partir de campanhas assistenciais realizadas voluntariamente em Brasília (DF) pelos funcionários da cooperativa, em 2003 foi criado o Instituto Cooperforte. Com foco na prática da responsabilidade social, a entidade promove ações de capacitação profissional, inserção profissional de jovens e desenvolvimento local sustentado de comunidades. Em 2007, o tema sustentabilidade foi o eixo central de atuação da Cooperforte. A cooperativa e o instituto implantaram o projeto Ecoeficiência, que inicialmente visava sensibilizar os funcionários das duas organizações a adotarem práticas ecossustentáveis no seu ambiente de trabalho. No ano seguinte, o público e os objetivos foram ampliados no programa Eu jogo limpo com o planeta, que passou a difundir a causa da sustentabilidade junto aos quase cem mil associados, incentivando-os à prática de novas posturas em favor do meio ambiente. Outra ação voltada para responsabilidade social foi a parceria firmada com a Fundação Dorina Nowill. O projeto, denominado Incluir para crescer, tem o objetivo de promover o desenvolvimento social e profissional de jovens com deficiência visual, visando a inserção no mercado de trabalho. A partir dessa parceria, o instituto recebeu da fundação o selo Parceiro de Visão – categoria PRATA. 15


Coopergac: organização e cooperação mudaram a trajetória da mineração em Corinto

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om o objetivo de desenvolver o garimpo com dignidade e respeito às pessoas, um grupo de profissionais de Corinto (MG) se reuniu para constituir a Cooperativa Regional Garimpeira de Corinto (Coopergac). A necessidade de legalizar a atividade na região junto aos órgãos federais e estaduais, embasou a sua criação. Atualmente, agrega cerca de 90 cooperados, entre garimpeiros, lapidários e transportadores. A Coopergac está devidamente regularizada, bem como os todos seus cooperados. “A cooperativa tem licença ambiental e está com todos os documentos regularizados, por isso os associados tem o direito de minerar no local e, em seguida, vender quartzo e cristais para empresas nacionais e internacionais”, conta o diretor administrativo, Ênio Gilmar Trindade. Desde a sua fundação, em 2007, a organização trabalha em prol da profissionalização de garimpeiros e da cadeia produtiva. Com isso, espera-se que a matéria-prima seja vendida no mercado nacional e internacional para a produção de derivados do quartzo, como silicone e fibra ótica. Além disso, a cooperativa mantém uma preocupação constante com o seu quadro social, conduzindo campanhas para a conscientização de doenças relacionadas ao trabalho.

Para alcançar ainda mais os seus objetivos, a cooperativa investe também em parcerias com órgãos públicos e entidades do comércio local. Os resultados já podem ser vistos, entre eles, a feira internacional sobre pedras, as campanhas de conscientização ambiental voltadas ao setor, assim como diversas ações relacionadas ao movimento. “Nosso intuito é colocar no mercado os produtos dos cooperados, promovendo a geração de renda e o fortalecimento da atividade

econômica”, afirma Trindade. De acordo com uma pesquisa realizada pela própria entidade, a mineração de cristal e quartzo é a principal atividade de geração de renda para a cidade do interior de Minas. Ela agrega cerca de 25% da população ativa e influencia em 40% o PIB interno do município. E a cooperativa tem participação nesses números. O volume diário de extração de quartzo silício é de cerca de 500 toneladas, o que perfaz a ordem de 10 mil toneladas por mês.

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Coopertinga: trabalho, desenvolvimento e prosperidade

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rodutividade e desenvolvimento sustentável são alguns dos norteadores percorridos pela Cooperativa Agropecuária da Região do Piratinga (Coopertinga). Criada em 1990, a entidade reúne 82 cooperados, é referência na região e alavanca do desenvolvimento econômico e social do município de Formoso, no noroeste de Minas Gerais (MG). Da tecnologia de ponta, passando pelo asfalto até os cuidados com o meio ambiente, tudo gira em torno da ação cooperativista local. São diversas conquistas que só chegaram à comunidade por intermédio da Coopertinga,

responsável, por exemplo, por 38 km de asfalto da estrada que dá acesso à BR-020. A obra foi executada em parceria com o estado de Goiás, que hoje cuida de sua manutenção. O provimento de acesso à internet possibilitou a inclusão digital dos 400 alunos atendidos pela escola rural do complexo, além dos moradores de outras 20 propriedades vizinhas. Com um faturamento de R$ 72 milhões por ano, a cooperativa responde por mais de 70% da movimentação econômica do município, o que garante retorno aos cerca de oito mil habitantes da cidade e emprego para

mais de mil trabalhadores. A preocupação com o meio ambiente é uma das características da cooperativa. Localizado em pleno cerrado brasileiro, o complexo de cultivo reúne 77 propriedades que, juntas, produzem uma safra anual superior a 115 toneladas de café, laranja, feijão, soja, milho e sorgo. A área plantada nos mais de 20 mil hectares é monitorada pelo departamento de Meio Ambiente da cooperativa, garantindo, assim ,a preservação das nascentes, o reflorestamento das áreas degradadas e 100% de certificação das propriedades no que diz respeito às exigências do licenciamento ambiental. “A Coopertinga possui uma área própria reflorestada com eucalipto, onde é extraída a madeira destinada às fornalhas dos secadores de grãos, o que permite manter a vegetação nativa atual intacta. Visando diversificar a produção, alguns cooperados também estão realizando reflorestamento de eucalipto”, orgulha-se o presidente Irineu José Balbinot. A Coopertinga desenvolve ainda trabalhos voltados para o monitoramento de rios, proteção de nascentes, além do recebimento de embalagens vazias para reciclagem, o que garante a retirada desses materiais das propriedades rurais e, consequentemente, da natureza. 17


Coopfam: cooperativa de agricultores familiares é exemplo para o país

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s produtores da região mineira de Poço Fundo ligados à Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (Coopfam) cultivam uma verdadeira preciosidade: o café orgânico. Fundada em 2003, a Coopfam é fruto de uma pequena associação que possibilitou, durante 12 anos consecutivos, a troca de experiências entre produtores de café de 20 municípios da região. Produzido sem o uso de qualquer defensivo agrícola, o café é reconhecido internacionalmente pela sua qualidade e pelo cuidado que os seus produtores têm

para com o meio ambiente, desde o processo de produção, passando pelo manejo da terra para o cultivo do produto, até a colheita e o processamento dos grãos. Atualmente a cooperativa conta com cerca de 250 famílias cooperadas que produzem, por ano, 800 toneladas de grãos de café, sendo 360 toneladas de orgânicos, integralmente exportados para Itália, Inglaterra, Estados Unidos e Japão. Para aprimorar a gestão de suas propriedades, os produtores adotaram o modelo cooperativista. Passaram a valorizar a sustentabilidade por meio de

técnicas avançadas e conquistaram dois importantes certificados: o BCS ÖKO GARANTIE - emitido pela Alemanha, que assegura aos compradores a procedência e a qualidade do café orgânico, combinado com o selo FLO CERT, que zela pelos princípios do comércio justo. Ambos garantem a credibilidade necessária que o processo de exportação exige. Constantemente engajada em projetos sociais, a Coopfam, em parceria com a Prefeitura Municipal de Poço Fundo, vem desenvolvendo uma usina de reciclagem de lixo doméstico no município, o projeto “Recicle já”, com a finalidade de promover a organização dos catadores de materiais recicláveis e da população em torno da coleta seletiva, minimizando o impacto ambiental e transformando o lixo em recursos financeiros. Além de reciclagem, um projeto de inclusão digital é desenvolvido anualmente. De acordo com Cremilson José Pereira, vice-presidente da cooperativa há 2 anos,”desde 2004 cerca de 40 pessoas por ano são beneficiadas pela inclusão digital, entre cooperados e filhos de cooperados”. O projeto contribui para a ampliação do conhecimento e descoberta de novas tecnologias para o aprimoramento do agronegócio. 18


Credicoonai: crescimento constante, transformando realidades

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Credicoonai surgiu em 1983, formada por um grupo de agricultores da região de Ribeirão Preto (SP), estimulados com a possibilidade de proporcionar assistência financeira em atividades específicas por meio da mutualidade. Após a participação em eventos como o Seminário Estadual de Crédito Rural Cooperativo e Seminário Brasileiro das Cooperativas de Crédito, a ideia ganhou vida no dia 13 de dezembro, quando foi aprovada a constituição da Cooperativa de Crédito Rural Coonai Ltda., com 25 cooperados fundadores. Assim como a maioria das cooperativas de crédito, o Sicoob Credicoonai (denominação a partir de 2008) enfrentou muitas dificuldades nos primeiros anos, mas nada forte o suficiente para desanimar seus idealizadores. Com a regulamentação do Banco Central permitindo a abertura de Postos de Atendimento Cooperativos em outros municípios além da sede, em 1998, o Sicoob Credicoonai inaugurou 12 Postos de Atendimentos Cooperativos (PACs), em São Paulo e Minas Gerais, ampliando sua atuação. Com uma administração moderna e focada nos interesses dos cooperados, o Sicoob Credicoonai acumula uma série de conquistas recentes. Em 2007, foi a

primeira a cooperativa paulista e integrante do Sicoob Confederação a receber da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) o Prêmio Cooperativa do Ano – Ramo Crédito. A premiação, que valoriza atividades sociais desempenhadas junto à comunidade, foi conferida à cooperativa pela execução do programa “Bolsa de Estudos Credicoonai”, linha de crédito destinada exclusivamente a beneficiar estudantes filhos de cooperados.

Por quatro vezes nos últimos seis anos, o Sicoob Credicoonai também foi reconhecido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) como uma das melhores empresas privadas para se estagiar. “Exemplo dessa valorização são os vários jovens que iniciaram na cooperativa como estagiários e hoje ocupam

cargos de liderança, como gestores”, comemora o presidente Henrique Vilares. O dirigente destaca que foram ações como essas que tornaram o Sicoob Credicoonai, ao longo dos anos, “um dos principais ícones do cooperativismo de crédito, sendo referência como instituição financeira nas cidades onde está presente”. Atualmente, existem 32 PACs, distribuídos desde a capital e região metropolitana de São Paulo até o nordeste do estado e o sudoeste mineiro, abrangendo uma área com mais de 120 municípios. “Na maioria dessas cidades, o Sicoob Credicoonai é a única cooperativa de crédito presente, oferecendo um atendimento humano e proporcionando assistência financeira que satisfaça as necessidades econômicas de produtores rurais, microempresários, pequenos empresários, micro-empreendedores e, desde fevereiro de 2012, engenheiros, agrônomos, arquitetos e indústrias”, ressalta Vilares. O resultado de todo esse trabalho, segundo o presidente, é um crescimento de quase 250% no patrimônio líquido no período de 2007 a 2010, além de uma evolução de mais de 430% nos depósitos à vista no mesmo período. “São provas claras da confiança do cooperado no trabalho realizado pelo Sicoob Credicoonai”, comemora. 19


Credirhodia: quase meio século de tradição e bom atendimento

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undada em 1962, na cidade de Paulínia (SP), a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Empregados do Grupo Econômico Rhodia (Credirhodia) nasceu com o objetivo de oferecer suporte financeiro aos funcionários da antiga Rhodiaceta. Em princípio, a instituição contou com a ajuda da empresa, que cedeu o local para as instalações, funcionários e os equipamentos necessários para o início das operações. Desde sua constituição, tem trabalhado para desempenhar sua missão principal: atender aos associados da melhor forma possível, oferecendo empréstimos com juros abaixo do mercado. Hoje, disponibiliza crédito a uma taxa de 1,17% ao mês, aplicações financeiras, talões de cheques e cartão de crédito e débito, além de pagamento de boletos bancários. Com vistas na promoção da qualidade de vida e no equilíbrio financeiro de seus cooperados, a organização proporciona, ainda, palestras sobre educação financeira, cartilhas, oferecendo uma diversidade de aplicações. Quase 50 anos se passaram e hoje mais de 35 mil associados usufruem dos benefícios da cooperativa. Nesse meio século, ocorreram várias mudanças,

diferentes planos econômicos foram adotados pelo governo brasileiro, tecnologias foram incorporadas, além de leis e normas que trouxeram novos controles e procedimentos. Atendendo constantemente a essa mudança de cenário, a Credirhodia preservou seus princípios e continua atuando com os mesmos objetivos, estimulando seu quadro social ao hábito da poupança sistemática e mensal. Segundo o presidente da Credirhodia, Fábio Valveson, a cooperativa

nasceu sob a proteção de uma empresa que sempre apoiou iniciativas de seus empregados na busca de melhoria na qualidade de vida. “Considero-me um privilegiado em estar no cargo de presidente de uma instituição que é referência e se coloca na vanguarda dos ideais cooperativistas. É muito gratificante saber que, em 2012, completamos 50 anos, e mais ainda por ser este o Ano Internacional das Cooperativas”, diz.

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Cremendes: a mais antiga cooperativa do tipo Luzzatti

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capacidade de se reinventar, reconhecendo a importância do constante aprendizado, marcou a história de 80 anos da Cremendes (Cooperativa de Crédito de Mendes), a mais antiga do tipo Luzzatti em funcionamento no Brasil. Fundada em 1929, a organização contou com a participação de sócios ilustres, entre eles o Marechal Cândido Rondon. Em sua trajetória, passou por diversas mudanças em planos e medidas econômicas, e vivenciou situações de dificuldades. Mas a palavra de ordem sempre foi parceria. Com esse lema, a Cremendes aprimorou seus processos e, com o passar dos anos e a contribuição de importantes aliados, modernizou sua sede e investiu na aquisição de novos equipamentos, inclusive de informática. Hoje, todos os colaboradores utilizam tablets e os ganhos são muitos, principalmente em agilidade e diminuição do desperdício de papel. Uma nova parceria, desta vez, com o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio de Janeiro (Sescoop-RJ), está direcionada ao investimento constante no treinamento e aprimoramento de seus funcionários e diretores. A ideia é incentivar capacitações, entre estas, cursos de graduação e pós-graduação. E os resultados podem ser vistos em diversas frentes. Em maio deste ano, por exemplo, ocorreu o lançamento de um livro que reúne esses trabalhos de conclusão. A publicação Visões do Cooperativismo, da Editora Confebras, traz a opinião dos participantes sobre o movimento, as mudanças e o progresso alcançado pelo

mesmo, além de seu impacto na cidade de Mendes (RJ) e região. Segundo Márcio Nami, presidente da Cremendes, as ações de capacitação atendem à necessidade de qualificação do quadro de colaboradores da cooperativa. “Nós estimulamos e subsidiamos, em parte, o acesso ao ensino e educação. Hoje, 100% do nosso quadro de atendimento ao associado têm pós-graduação concluída ou em andamento”, explica o dirigente. O aprimoramento também pode ser vistos nas formas de se comunicar com seu público. A cooperativa reformulou sua logomarca e inseriu a frase “rumo aos 90”, estabelecendo relação com o ano de 2019, quando completará 90 anos. Além disso, foi iniciado um plano de ações estratégicas, mostrando que o caminho para a prosperidade está no futuro, com todos os desafios e

mudanças necessários. Atualmente, os produtos e serviços oferecidos pela cooperativa são: depósito a prazo fixo, cartões de crédito, emissão de Doc´s, crédito rotativo, títulos descontados, recebimento de contas de luz e telefone e títulos de outros bancos.

Cooperativas do tipo Luzzati Cooperativas que possuem permissão para atuar com todos os públicos, como se fossem de livre admissão. No passado, haviam cooperativas de crédito rural, que atendiam apenas a esse público, e as cooperativas de crédito Luzzatti, aberta para todos. O nome Luzzatti origina-se de Luigi Luzzatti, italiano que promoveu o crédito em caixas populares. 21


Unicotton: pioneirismo na cultura do algodão

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trabalho conjunto resultou no pioneirismo do cultivo de algodão. A frase resume a história da Cooperativa de Produtores de Algodão do Sudeste do Mato Grosso (Unicotton), formada em 1998. Um grupo de 32 produtores do sudeste do Mato Grosso se mobilizou naquele ano e transformou a inativa Cooperativa Agropecuária Primaverense (Cooprima) na atuante Unicotton. Um ano após o início das atividades, foi inaugurada a sede da organização, uma construção admirada por sua beleza, que se tornou cartão postal de Primavera do Leste (MT). A Unicotton mostrou-se, desde a sua fundação, uma empresa voltada para o mercado. Na fase inicial de sua atuação, seus cooperados correram o Brasil e o mundo em busca de informações sobre meios modernos e tecnologias usadas para produzir o algodão. Nas viagens ao Nordeste, Sudeste e Sul do país, procuraram saber as exigências dos consumidores locais e, na Austrália e Estados Unidos, foram ver de perto como era feita a produção. A Unicotton foi e continua sendo pioneira em diversas iniciativas. Foi a primeira cooperativa de produtores de algodão, inclusive a receber a certificação ISO 9000, em conjunto com as algodoeiras de seus associados. Em 2005, foi a primeira cooperativa a receber o Prêmio Cooperativa do Ano em Inovação Tecnológica, um

reconhecimento da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), em parceria com a revista Globo Rural, das boas práticas desenvolvidas pelo movimento. E mais, foi a pioneira na implantação de um Laboratório de Classificação Instrumental de Cooperativas, que tem alcançado ótimos resultados. Em 2011, cerca de 10% de todo o algodão produzido no Brasil foram classificados pela Unicotton, atendendo a duas das principais necessidades dos produtores: rapidez e qualidade.

Classificação do algodão: credenciado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, o sistema de classificação de algodão da Unicotton conquistou o respeito do mercado no Brasil e no mundo. Por meio da avaliação, é definida a qualidade do produto e para qual fim ele tem serventia, o que pode variar de acordo

com a grossura da fibra, sua cor e resistência, entre outros fatores. O sistema de classificação visual é realizado em uma sala com iluminação específica e cuidados para o manejo do produto. O objetivo é garantir que nada interfira na análise dos profissionais. A cooperativa conta também com um equipamento eletrônico de classificação do algodão. O HVI emite um relatório completo classificando todas as características da fibra, o que respalda a análise dos profissionais e ainda oferece ao mercado informações técnicas para garantir a escolha correta na hora da compra. Bom para a indústria e também para os produtores que ficam seguros sobre o valor do seu produto. Tendo como missão a prestação de serviços, a Unicotton também oferece capacitação para seu quadro social. Anualmente, mais de 1000 pessoas frequentam os cursos que são oferecidos em seu Centro de Treinamento e participam de seu já tradicional Seminário Interno sobre Qualidade do Algodão. Hoje, as principais atividades desenvolvidas pela cooperativa são: o apoio à pesquisa agronômica e mercadológica, compras em comum de insumos, vendas e informações de mercado e classificação. A Unicotton coordena, ainda, trabalhos que visam à melhoria do beneficiamento de algodão, e teve a oportunidade de transmitir seus conhecimentos aos produtores da Bahia, Goiás e Mato Grosso do Sul. 22


Sicoob Cantareira: uma história de luta em defesa do cooperativismo

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esde que foi fundada, em 1957, a Cooperativa de Economia de Crédito da Serra da Cantareira (Sicoob Cantareira) enfrentou diversos desafios em defesa dos ideais cooperativistas. Na década de 70 e depois em 1999, as cooperativas “tipo Luzzati”, que têm autorização para atuar com todos os públicos, caso da Cantareira, se viram diante de uma incerteza, se continuariam a funcionar ou não. Mylton Mesquita foi um dos fundadores e presidiu a instituição durante 47 anos. Figura histórica para o cooperativismo por enfrentar grandes obstáculos, Mesquita comprou a causa e conseguiu manter a cooperativa operando na década de 70. Na época, muitas delas acabaram fechando, restando apenas 23 em todo o País. Em 1999, a história se repetiu, e somente 11 continuaram em funcionamento, entre elas a Sicoob Cantareira. Instalada inicialmente em um pequeno espaço locado no centro da cidade de Guarulhos (SP), a cooperativa cresceu e disseminou o espírito cooperativista na cidade. Hoje, em sede própria, a Sicoob Cantareira, oferece praticamente todos os serviços bancários a mais de 4 mil associados. Com o passar dos anos, por necessidades de mercado, teve que se reinventar. O presidente Hugo Mesquita relata que quando assumiu a direção da cooperativa, em 2009, já vislumbrava a necessidade de mudanças. “No início, foi implantado um projeto visando à re-

modelagem dos processos internos, que eram arcaicos e precisavam ser reciclados. Num segundo momento, buscou-se o aperfeiçoamento da qualidade dos controles internos e a mitigação dos riscos inerentes ao negócio”, lembra o dirigente. Para isso, foram realizados grandes investimentos em modernização, reforma da sede, tecnologia da informação, reestruturação administrativa, treinamento e capacitação dos colaboradores, além da diversificação de produtos e serviços. “Com isso, ganhamos musculatura, instalando novos postos de atendimento nas cidades com-

preendidas em nossa territorial”, avalia Mesquita. Por essas mudanças, a Sicoob Cantareira foi vencedora do Prêmio Cooperativa do Ano - 2010, promovido pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), na categoria Gestão pela Qualidade. Atualmente, a movimentação financeira da instituição a coloca em condições de concorrência com as dez maiores agências bancárias da cidade.

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Sicoob Cocred: segurança para os investimentos

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história do Sicoob Cocred começa em 1969, quando a Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho foi fundada, no estado de São Paulo. O objetivo era viabilizar recursos e financiamentos com juros e prazos mais acessíveis aos produtores rurais. Trabalhar pela excelência no atendimento sempre foi prioridade para a organização, que durante sua trajetória venceu vários desafios. “O setor enfrentou um período crítico após a extinção do Banco Nacional de Crédito Cooperativo (BNCC), o que

exigiu muita dedicação para que continuássemos a atender as necessidades de nossos associados. As dificuldades só foram superadas com a criação do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob), em 1997”, relembra o presidente do Conselho de Administração, Antonio Tonielo. E a década de 90 realmente foi marcada pela expansão. Nesse período, foram abertos novos Postos de Atendimento Cooperativos (PACs), ampliando o alcance dos benefícios a várias cidades do interior paulista. Ampliando os canais de comunicação com seus associados, a cooperativa lançou em 2004, já com 35

anos de atividade, um site, no qual oferece o serviço de Internet Banking. Neste mesmo ano, conquistou o primeiro nível da classificação de riscos, o rating A1, excelente expoente para mostrar que a instituição está se solidificando e caminha para o sucesso. A partir desse momento, outras conquistas vieram. A obtenção da Certificação ISO 9001:2000, a incorporação das cooperativas Sicoob Credipauli e Sicred Alta Mogiana, em 2007 e 2009 respectivamente, a criação do projeto de responsabilidade social “Cocred em Ação”, em 2007, e a adesão à marca Sicoob. O ano de 2011 também foi muito promissor. Já no primeiro trimestre, a cooperativa inaugurou uma nova sede em Sertãozinho e conquistou o rating A2+, avaliação que significa segurança para os investimentos dos cooperados. Além disso, com a aprovação do projeto de novas condições para associar-se a cooperativa, os benefícios foram estendidos a profissionais da saúde e empresários. Com mais de R$ 1 bilhão em ativos e excelentes perspectivas, a Sicoob Cocred inicia 2012 com mudanças no Estatuto Social e uma nova diretoria, de Negócios. “Pretendemos especializar ainda mais nosso relacionamento com os associados e mostrar os benefícios desse modelo econômico a toda a sociedade”, finaliza Tonielo.

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Sicoob Leste Capixaba: ampliação da rede de atendimento

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riada a partir da união das antigas unidades de administração da Sicoob Centro Norte e da Sicoob Norte Litorâneo, em 2010, a Sicoob Leste Capixaba tem, atualmente, 14 agências que, juntas, somam aproximadamente 27 mil associados. A instituição está presente nos municípios capixabas de Marilândia, Colatina (Centro e São Silvano), Sooretama, Jaguaré, Aracruz (sede e Jacupemba), Ibiraçu, Linhares (Centro e Interlagos), João Neiva, Fundão, Rio Bananal e Serra.

Em 2012, ano em que a Sicoob Leste Capixaba comemora dois anos de atuação, a cooperativa planeja expandir a sua rede de atendimento para facilitar o acesso dos associados aos produtos e serviços oferecidos. Segundo o presidente Alair Giuriato uma nova agência será inaugurada em julho deste ano, em Rio Bananal, e outros pontos de atendimento estão sendo reformados para dar mais comodidade aos sócios. “Vamos ampliar as agências de Interlagos, em Linhares, e de Jacupemba, em Aracruz, e as unidades de João Neiva e

Fundão vão passar a funcionar em um espaço maior”, elencou. Giuriato destacou ainda que a Sicoob Leste Capixaba é a maior cooperativa de crédito do Espírito Santo, e integra a lista das 50 maiores instituições financeiras do País. “Temos, atualmente, o maior ativo entre as cooperativas de crédito do estado, com um total acima dos 395 milhões de reais”, completa o presidente. No primeiro trimestre deste ano, as agências da instituição acumularam mais de R$ 288 milhões em crédito liberado. Já os depósitos e as aplicações financeiras somaram R$ 221 milhões no mesmo período. O volume captado em poupança é outro destaque: o montante alcançou quase R$ 33 milhões nos três primeiros meses de 2012, o que coloca a cooperativa na quinta posição do ranking nacional. Todos esses resultados, somados também aos números das outras regionais, fizeram com que a cooperativa despontasse na revista “200 Maiores Empresas no Espírito Santo – Ed. 2010”, ficando na 6ª colocação no ranking de Grupos Empresariais Capixabas, e em 9º lugar no ranking setorial das Empresas de Crédito, Seguro e Capitalização. Hoje, a cooperativa gera 123 empregos diretos e outros 29 terceirizados. Em 2010, investiu mais de 200 mil reais em cursos e aperfeiçoamento destinados aos colaboradores da instituição. 25


Sicoob Ascicred: referencial em gestão financeira e administrativa

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á 17 anos, um grupo de 20 empresários de Pará de Minas (MG) que apostava na criação de uma cooperativa de crédito para os comerciantes locais constituiu o Sicoob Ascicred. Para concretização do empreendimento, foi fundamental o apoio da Associação Empresarial de Pará de Minas (Ascipam), cujo nome inspirou a formação da sigla Ascicred. Depois de muito trabalho, em 14 de dezembro de 1995, a cooperativa recebeu autorização do Banco Central do Brasil (BC) para começar a funcionar. Já a inauguração oficial ocorreu dois meses depois, em 12 de fevereiro de 1996. Sua primeira agência estava localizada no centro da cidade, mas, rapidamente, o espaço físico ficou pequeno e surgiu uma das primeiras conquistas: a mudança da sede para o centro financeiro, onde estão localizadas importantes instituições bancárias. A partir de então, o Sicoob Ascicred não parou de crescer. Os 20 sócios fundadores que, na época, participaram com R$ 50,00 para formação do capital inicial, se multiplicaram. Atualmente, mais de 2 mil cooperados ativos fazem sua movimentação financeira na cooperativa, e o fato de ser tornar uma organização do tipo livre admissão foi outro fator determinante para sua expansão. Devido ao sistema de gestão e aos resultados, o Sicoob Ascicred foi uma das primeiras cooperativas autorizadas pelo BC a trabalhar com todos os públicos. O aumento do número de associados, consequentemente, fez com que o Sicoob

Ascicred precisasse de novos postos de atendimento cooperativo (PACs) para suprir a demanda. Surgiram, então, os PACs de Antunes, principal pólo ceramista de Minas Gerais, localizado na cidade de Igaratinga, e da avenida Presidente Vargas, onde se concentram entidades de expressão do agronegócio, em Pará de Minas. Os indicadores da cooperativa também confirmam o investimento constante em seu crescimento. Em janeiro de 2012, os ativos somaram mais de R$ 35 milhões, consequência de diferenciais competitivos do Sicoob Ascicred: taxas, atendimento personalizado, retorno das sobras para o cooperado de acordo com as opera-

ções financeiras realizadas e diversos produtos inovadores. Realmente, os números ratificam a credibilidade alcançada pelo Sicoob Ascicred, assim como suas ações sociais voltadas à comunidade, como o Projeto Minha Primeira Empresa, Brinquedoteca para o Hospital local, A Idéia é Reciclar, Bola de Gude e muitos outros. “Por tudo isso, a cooperativa se tornou referencial em gestão financeira e administrativa, mobilizando organizações de todo o Brasil a conhecer de perto as metodologias, processos e procedimentos adotados para o alcance de resultados tão expressivos”, destaca o presidente Osmano França. 26


Sicredi Augusto Pestana RS: investindo no desenvolvimento da comunidade

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história da Sicredi Augusto Pestana RS teve início junto com a ocupação da região, e caminha lado a lado com o crescimento de um povo que acredita no progresso e na construção de bons lugares para viver. Com trabalho e persistência, 23 homens, a maioria agricultores, se reuniram em 1925, na Serra Cadeado, hoje município de Augusto Pestana, onde realizaram a assembleia que constituiu a cooperativa. A Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Pestanenses – Sicredi

Augusto Pestana RS é uma das 116 que integram o Sistema Sicredi no Brasil. A organização reúne mais de 16 mil associados, 103 colaboradores e possui sete unidades de atendimento distribuídas também nos municípios de Bozano, Coronel Barros, Jóia e Ijuí. Este último conta com três filiais. Para o presidente Antenor José Vione os números deixam claro a credibilidade que o movimento conquistou na região. “Há 87 anos, a cooperativa trabalha em prol do desenvolvimento regional, buscando agregar renda aos associados e suas famílias.

Dessa forma, contribui para a melhoria da qualidade de vida”, afirma. Buscando estreitar o relacionamento com os associados, a Sicredi Augusto Pestana RS implantou, em 2011, os Programas Crescer e Pertencer. O primeiro tem como objetivo promover a compreensão dos cooperados sobre o movimento e, especialmente, sobre o cooperativismo de crédito. Em 2012, a instituição elegeu 159 delegados de núcleo, que configuram um canal direto de comunicação da instituição com o quadro social. Os dois programas se complementam e, para aprimorar o processo de participação, o Sicredi desenvolveu o Pertencer. Nele, os associados participam das assembleias e reuniões de núcleo, exercendo o seu direito de fazer parte da gestão. Dessa forma, colocam em prática as informações adquiridas no Crescer. Atenta também à importância de ensinar a doutrina cooperativista desde cedo, coordena, em parceria com o Poder Público, o Programa A União Faz a Vida, no município de Coronel Barros. O projeto busca construir e vivenciar atitudes e valores de cooperação e cidadania, por meio de práticas de educação cooperativa, contribuindo para o aprendizado integral de crianças e adolescentes. 27


Unicred João Pessoa: atendimento personalizado aos cooperados

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Unicred João Pessoa é uma instituição financeira com uma história de sucesso. Escrita pela união dos cooperados, diretores, conselheiros e funcionários, e desenhada pela força dos profissionais da área de saúde, ela soma 20 anos de trajetória. A semente plantada por 23 cooperativistas audaciosos congrega hoje 8 mil associados. “O segredo do sucesso está na cooperação, fiscalização, controle e boa governança”, destaca o presidente Romildo Coelho Montenegro. O crescimento mostrou-se de maneira expressiva ao longo dos anos, comprovando a credibilidade conquistada pela organização. Ela se desenvolveu com base na solidez das atividades desempenhadas, assessorando e acompanhando a vida financeira dos cooperados nas atividades profissionais, e zelando pelos interesses econômicos e sociais. O grande desafio da cooperativa, desde a fundação, é oferecer soluções financeiras de qualidade, baseadas na excelência do atendimento por meio da qualificação profissional dos funcionários, repassando orientações financeiras e distribuindo os resultados. “A Unicred João Pessoa acredita no atendimento personalizado como um diferencial competitivo. Temos a convicção de que o valor da organização é o cooperado. Precisamos investir mais em conhecimento e certificação de gestores e colaboradores, buscando sempre a valorização do nosso quadro social”, ressalta o dirigente. A cooperativa trabalha com várias

linhas de crédito, opções para investimentos e taxas de aplicação entre as melhores do mercado, assessoria financeira e benefícios sociais. Entre as linhas de financiamento, destacam-se a aquisição de imóveis, empréstimo consignado e compra de automóveis. Fazem parte ainda do leque de serviços oferecidos, a previdência privada e diversos seguros. Além disso, a organização busca viabilizar projetos sociais e econômicos no sentido de agregar valor às ações desempenhadas no âmbito do cooperativismo de crédito. O objetivo é a busca do bem-estar social dentro e fora da entidade. Para o público interno, temas como saú-

de e segurança do trabalho, capacitações e atividades sociais e esportivas estão sempre em destaque. A comunidade, a cooperativa ajuda por meio de doações e participação em ações voluntárias. Com o lema “Educar para Crescer”, são realizados cursos, palestras e treinamentos, em diferentes níveis, com o objetivo de melhor capacitar os profissionais. “O capital humano é valorizado. É preciso profissionalizar a atuação dos gestores e dotar o corpo funcional de uma visão atualizada, com o intuito de atender com excelência os cooperados”, finaliza Montenegro. 28


Unicred Belém: inovação traz conforto ao cooperado

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reparada para o futuro e engajada no processo de consumo consciente, a Unicred -Belém é uma cooperativa de crédito preocupada com o bem estar do cooperado, e mais do que isso, com a sustentabilidade do meio ambiente. No ano passado, inaugurou uma moderna sede com inovações tecnológicas e ambientais para atender aos seus cooperados e a população de Belém do Pará. Quem vai até a agência, além de ter um atendimento exclusivo, pode desfrutar de uma música clássica tocada por profissionais especializados, em um piano de cauda instalado no hall da instituição.

A cooperativa integra o Sistema Unicred, instituição financeira cooperativa, formada por uma sociedade de pessoas, de natureza civil, sem fins lucrativos,

que tem o objetivo de propiciar crédito e prestar serviços de modo mais simples e vantajoso para seus associados, como empréstimos a juros mais em conta e com mais facilidades. Há 20 anos no mercado, a Unicred-Belém foi fundada em 6 de julho de 1992. A sétima cooperativa mais antiga do Brasil, inserida entre as 108 que compõem o Sistema Unicred do Brasil, a Unicred Belém reúne 1.700 cooperados, entre médicos e outros profissionais de saúde. Para o presidente da Unicred-Belém, Amaury Braga Dantas, as cooperativas são uma forma alternativa de prestação de serviços que têm como foco principal o ser humano. “As pessoas valem pelo que são”, justificando o investimento na agência. Dantas afirmou que o empreendimento é resultado de muito esforço, para oferecer melhor estrutura e conforto aos cooperados e boas condições de trabalho aos funcionários. Em uma área de 1,2 mil metros, o prédio tem 3,4 mil metros quadrados de área construída, com área administrativa, loja, caixa forte, auditório, terraço e estacionamento. O destaque da obra é a preocupação com o meio ambiente. O prédio dispõe

de placas para captação de energia solar e 100% das lâmpadas são de LED, muito mais econômicas. Também há captação de 100% da água da chuva, que é armazenada em cisternas com capacidade para 34 mil litros de e reutilizada em banheiros, suprindo 80% das necessidades. Toda a madeira usada na obra é certificada. O estacionamento inteligente conta com iluminação indicativa de vagas livres e ocupadas entre as 40 delimitadas no espaço, reduzindo a emissão de monóxido de carbono. Existem também instalações adaptadas, inclusive, banheiros para portadores de necessidades especiais, 60 câmeras de segurança e auditório com rampa e 151 espaços. Todo esse conceito de modernidade e cuidado com o meio ambiente, ressalta o presidente, tem como propósito único valorizar as pessoas com as quais nos relacionamos no dia a dia, garantindo segurança e bem estar. “Num mercado extremamente competitivo, em se tratando de uma instituição financeira, devemos zelar de forma muito especial pelo nosso principal capital que são os cooperados e colaboradores”, enfatiza. Desde o ano passado, os funcionários públicos efetivos federais, estaduais e municipais também se tornaram cooperados. O objetivo da cooperativa é ampliar cada vez mais a sua participação no mercado financeiro, dominado por bancos públicos e privados. “Como somos uma sociedade de pessoas, queremos gerar mais renda e empregos”, afirmou. 29


Unimed Campo Grande: promoção da saúde e qualidade de vida

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a dificuldade nasceu um sonho. Da perseverança de 21 médicos, consolidou-se uma cooperativa com mais de 1,3 mil profissionais e 100 mil clientes. Essa é a história da Unimed Campo Grande, uma organização que trabalha pela defesa dos princípios cooperativistas. Tudo começou na década de 70. “Soubemos que tinha sido criada uma cooperativa médica em Santos, no Estado de São Paulo. Entramos em contato com os idealizadores e, a partir daí, começamos a implementação”, conta Hélio Mandetta,

um dos fundadores da entidade. O crescimento veio com o tempo, de maneira ordenada, planejada e com uma gestão profissionalizada. Hoje, a organização configura-se como uma singular de grande porte no Sistema Unimed, além de se destacar em relação aos serviços prestados e as estruturas de atendimento ao cliente. A cooperativa conta com profissionais qualificados, infraestrutura moderna e completa rede de clínicas, laboratórios e hospitais. Tudo isso, sem perder o

foco: promoção da saúde e da qualidade de vida dos clientes. Outro ponto que merece destaque é a preocupação da organização com o quadro social. Justamente por isso, a Unimed Campo Grande foi reconhecida pela pesquisa Melhores Empresas Para Trabalhar (GPTW – Great Place to Work) como referência no Centro-Oeste, sendo um dos empregadores mais atraentes para os trabalhadores. Por conta das ações que visam à promoção da cultura, da solidariedade, da cidadania, do consumo consciente e da preservação ambiental, a Unimed Campo Grande recebeu o selo de certificação Responsabilidade Social da Unimed, figurando, assim, como uma referência regional na área. A cooperativa também detém a certificação de qualidade ISO 9001 e o reconhecimento nos prêmios regionais de qualidade (MS Competitivo). Além disso, em 2010, o laboratório próprio do Hospital Unimed Campo Grande tornou-se o primeiro do Sistema Unimed Nacional a receber a acreditação PALC (Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos), a maior do setor na América Latina. Isso significa que o laboratório, pelo controle dos processos, proporciona mais segurança, confiança e credibilidade aos médicos e clientes. Com um futuro próspero, a Unimed Campo Grande continua seu desenvolvimento baseado nos valores e princípios cooperativistas, visando melhores condições sociais e econômicas para os cooperados. 30


Unimed Nordeste-RS: cooperativismo médico em ascensão

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artindo dos ideais cooperativistas, a então Unimed Nordeste do Rio Grande do Sul – Sociedade de Serviços Médicos Hospitalares foi constituída em 9 de junho de 1972 por um grupo de 42 médicos. Mas os princípios do movimento já vinham sendo colocados em prática desde 1967, em Santos (SP), sede da primeira cooperativa médica do país, e 1971, na cidade de Erechim, onde se instalou a pioneira do estado nesse tipo de sistema. De 1972 para cá, os números da organização se multiplicaram. Dois anos depois da sua fundação, já contava com 9 mil beneficiários. Em julho de 1988, a

cartela de clientes chegou a 80 mil e, em 1996, subiu para 170 mil. Atualmente, com uma movimentação anual próxima a R$ 460 milhões, a Unimed Nordeste-RS conta com mais de mil médicos cooperados que atendem mais de 350 mil beneficiários distribuídos nos 16 municípios de sua área de abrangência geográfica. Para responder à crescente demanda, foi preciso ampliar também a rede de atendimento. Hoje, sua estrutura engloba oito Casas do Cliente e mais de dez unidades de serviços próprios. Entre elas, estão Pronto-Atendimentos Unimed 24 Horas, laboratórios próprios, serviço de assistência domiciliar, SOS Unimed

Serviço de Remoções, SOS Emergência e Área Protegida. A cooperativa promove ainda cinco plantões noturnos em parceria com hospitais credenciados da região, além do Hospital Unimed. O presidente da organização, Ricardo Casara, comemora as conquistas. “Se chegamos onde estamos e temos a ambição de avançar, não somente em números, mas em qualidade, segurança no atendimento, credibilidade no mercado e fidelização de nossos beneficiários e médicos cooperados, é porque temos condições. Estamos cientes das nossas dificuldades e atentos às normas e exigências vigentes, porém trabalhando muito para fazer de 2012 também um ano positivo para a Cooperativa Médica Unimed NordesteRS”, diz. Casara destaca ainda a importância do Ano Internacional das Cooperativas. “Pela primeira vez na história, um ano é dedicado ao setor cooperativista. Acredito que muito se deve ao reconhecimento deste modelo de negócio como fator de desenvolvimento econômico e social. E a Unimed Nordeste-RS faz parte deste processo, quando, em 2012, completa 40 anos de história”, finaliza o dirigente. 31


Veneza: foco na qualidade dos seus produtos

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m uma região controlada pela pecuária de corte, fazendeiros de leite e produtores de queijo e outros derivados do município de Nova Venécia (ES) encontravam dificuldades, na década de 50, para viabilizar sua produção. Foi então que 17 produtores rurais, buscando melhorar as condições sociais e econômicas da comunidade local, se uniram para constituir a Cooperativa Agropecuária do Norte do Espírito Santo, hoje conhecida pela marca dos produtos comercializados – Veneza. O nome, atribuído em homenagem aos fundadores da cidade, foi registrado em 1972, tornando-se grande conhecido dos consumidores e presente em várias regiões do país. Nestes 59 anos de atividades, a cooperativa cresceu e se desenvolveu juntamente com o município, sendo uma das principais geradoras de emprego e fonte de renda da região. Hoje, além dos mais de 1,2 mil cooperados que fornecem o leite, e cerca de 300 funcionários, a cooperativa também é responsável pela criação de mais de 5 mil empregos indiretos. Com mais de 2,4 mil clientes, espalhados pelos estados do Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará, e receita anual de R$ 39 milhões, a Veneza figura entre as dez maiores produtoras de queijo do Brasil e também entre as maiores indústrias de alimentos do estado. Para o diretor-presidente, José Carnieli, os bons resultados conquistados ao longo das últimas décadas são

reflexos de uma atuação focada na sustentabilidade da cooperativa. “Fechamos o ano de 2011 com um faturamento e um resultado fantásticos. O grande mérito disso tudo foi o comprometimento, a determinação, a perseverança e o zelo de cada cooperado em busca de uma cooperativa mais forte e sustentável”, realça.

A Veneza é uma cooperativa que se orgulha da qualidade dos produtos oferecidos. Tanto é assim que o rigoroso controle tem início ainda no campo, com os cuidados na produção do leite. Assim que chega à fábrica, o leite é submetido a uma minuciosa análise laboratorial. Se for constatada alguma alteração na qualidade do produto, um técnico agrícola vai até a fonte produtora e coleta uma amostra de todos os tanques resfriadores, individualizada por produtor. A preocupação com o crescimento sustentável, preservando o ambiente e

gerando economia, é outro diferencial da Veneza. Um investimento de alto custo e tecnologia de ponta foi realizado no primeiro semestre de 2012 visando a destinação do excedente do soro de leite. Trata-se de um equipamento capaz de concentrar o soro, produzindo o “retentado”, destinado à fabricação de soro em pó – muito utilizado nas indústrias alimentícias e farmacêuticas pela alta concentração de proteínas em sua composição. “Com isso, a cooperativa pode reaproveitar o soro do leite, em vez de descartálo, e vendê-lo”, explica Carnieli. Segundo o diretor, a água resultante desse processo (cerca de 54 mil litros por dia) também passa a ser reutilizada em outras atividades do dia a dia industrial, como na limpeza da cooperativa e dos equipamentos. Carnieli vê na celebração do Ano Internacional das Cooperativas uma oportunidade singular para promover o crescimento do cooperativismo. “Temos, neste ano, os holofotes voltados para nós. Resta agora trabalhar e torcer para que a luz que vai dar visibilidade ao nosso trabalho abra caminhos e crie oportunidades para o fortalecimento do desempenho das cooperativas, em especial da Veneza e, consequentemente, da nossa região e de todos os nossos cooperados. Quem ainda não enxergou terá, agora, a oportunidade de vislumbrar o poder e o futuro promissor do cooperativismo”, comemora. 32


Vip Táxi: investimento e inovação em serviços de táxi especial

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onforto, segurança e um atendimento diferenciado norteiam o trabalho da Vip Táxi, uma cooperativa de taxistas que foi criada para inovar no atendimento aos turistas e à população de Belo Horizonte. A cooperativa possui 100 cooperados, trabalhando em carros de cor preta, equipados com todos os acessórios de conforto e segurança para os passageiros. Outra diferença no serviço está na comunicação entre a central e o motorista. Os cooperados usam tablets, computadores portáteis, evitando o barulho dos rádios durante a corrida. Todos os profissionais da Vip Táxi são

identificados pelo uniforme. A ideia da criação da cooperativa partiu do seu atual presidente, Olinto Soares Jardim, e a organização já completou seis meses de atuação. “Sempre estive ligado ao setor de transporte e, após me aposentar, resolvi me dedicar ao negócio da cooperativa. Hoje somos 100 cooperados e temos uma fila de mais de 80 profissionais querendo se cooperar à Vip Táxi”, conta. Inicialmente, os carros e os profissionais ainda estão se adequando às exigências do serviço. Carros com modelo de

carroceria sedan, com no máximo três anos de fabricação e sistema de posicionamento via satélite (GPS), são alguns dos requisitos de adequação feitos pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S/A. Além disso, os cooperados cadastrados no sistema de táxi especial precisam ter cursos de inglês e de turismo. Olinto está entusiasmado com a cooperativa e vê perspectivas de crescimento para o setor. “O número de cooperados já é grande e podemos crescer ainda mais, pois a concessão da BHTrans abriu vaga para 240 motoristas de táxis especiais,” completa o presidente. Isso se deve especialmente porque a cooperativa, mesmo oferecendo serviços diferenciados, pratica tarifas semelhantes as do serviço de táxi comum. Os eventos esportivos que a cidade abrigará nos próximos anos também animam os cooperados, mas o principal objetivo da Vip Táxi, segundo o presidente, é oferecer um serviço diferenciado e de qualidade à população. “Estaremos aptos sim para atender os turistas que virão para a Copa das Confederações, no ano que vem, e para a Copa do Mundo, em 2014, mas temos demanda de clientes que precisam do nosso serviço todos os dias. Trabalhamos com profissionalismo e dedicação para esse público,” finalizou Jardim. 33




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