Angola'in Ed. 04

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ECONOMIA&NEGÓCIOS Francisco Moraes Sarmento

Integração económica: devagar, devagarinho... A integração de África é uma estratégia chave para o desenvolvimento do continente, afirma um relatório de peritos das Nações Unidas e da União Africana, datado do final de Março. Atualmente, África detém uma posição considerada “frágil” em termos de comércio intra-continental em comparação com outras regiões do mundo. Este comércio representa cerca de 12%.

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2012

Segundo os especialistas, “a integração dos mercados fragmentados de África pode contribuir para atrair os investimentos, em particular os originados pelas economias de escala, para criar uma economia competitiva e mais diversificada”. Para além da criação de mais oportunidades, esperase que a cooperação regional reforce “a integração dos países africanos na economia mundial”. Neste contexto, o reforço da liderança em África, a melhoria do processo de integração regional e continental, a aceleração do investimento nos seus mercados fronteiriços e o reforço do investimento na educação, saúde, agricultura, infraestruturas e inovação, são “essenciais”. Na opinião dos analistas, a taxa de crescimento projetada de 6% para o continente este ano baseia-se em diversas razões: melhor estabilidade macroeconómica e política, contínua expansão dos recursos, crescimento da taxa de consumidores internos, aprofundamento das relações com as economias em rápido crescimento e a crescente apetência para investimentos de longo prazo nos mercados fronteiriços, entre outros fatores. Apesar deste otimismo, a volatilidade dos pre-

ços dos produtos básicos, o desemprego juvenil, a insegurança alimentar e o efeito adverso das alterações climáticas, são aspetos que ameaçam o desenvolvimento dos africanos.

Organizações para todos os gostos Para os especialistas da NU e da UA, a situação será alterada com a maior integração das diferentes economias ao nível das Comunidades Económicas Regionais (CER) e, depois, com a criação da Comunidade Económica Africana (CEA) em 2034. Esta finalidade foi definida pela União Africana através do Tratado de Abuja, em 1994. Um passo intermédio são as CER, num total de oito, que são reconhecidas pela UA. Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Comunidade Económica dos Países da África Central (CEEAC), Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA), União Árabe do Magrebe (UMA), Comunidade da África Oriental (CAO), Comunidade dos Estados do Sahel e do Saara (CEN-SAD) e a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD) são os pilares da in-


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