Indústrias Químicas e o Meio Ambiente

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dentro do shopping, do apartamento, nunca vai tomar uma água do rio. Nós seres da cidade, o ser humano de um modo geral está se afastando da natureza e está perdendo a responsabilidade por que não é o primeiro a sentir os efeitos mas é o primeiro a causar os efeitos, diferente os seres humanos que possuem um maior contato com a natureza como os agricultores e os índios” (Entrevistado 3).

Em sua resposta, o Entrevistado 4 revela traços de uma racionalidade substantiva ao mencionar sua proximidade com a natureza por meio de suas ações, as quais se aproximam de algumas das características presentes na perspectiva construtivista definida por Beck (2006): “Eu me considero um homem consciente. Tenho procurado mecanismos que possam se adaptar a nossa comunidade, que possam servir para o conjunto da sociedade. Eu vivo a relação com o meio ambiente na minha chácara, muitas plantas que existem na chácara onde eu moro foram plantadas pelo meu pai. Não é só falar, é praticar. Desde pequeno eu recebi noções sobre o meio ambiente na minha educação, meu pai sempre dizia: derrubou uma árvore plante duas. Por isso é que eu falo que o meio ambiente começa dentro de casa, educando, conscientizando, participando. No Japão as crianças recebem educação orientadas para um maior contato com a natureza. Desde cedo, todos aprendem a cuidar do ambiente, todos são responsáveis pela limpeza do ambiente que utilizam. É importante conscientizar desde criança. Na chácara são recolhidas aproximadamente 200 garrafas pet que vem no rio e que ficam presas em três grades, além de outras coisas. Há um tempo atrás houve uma grande mortandade de peixes no rio que corta a chácara, ocorrida em função da contaminação de agrotóxicos aplicada em uma plantação de tomate. Eu solicitei ao meu caseiro para que rastreasse a origem da poluição e quando ele descobriu eu fui falar com o proprietário para que ele tomasse as medidas necessárias para evitar novos acidentes. Deixei claro que se ele não tomasse as providências necessárias, faria uma denúncia para a fiscalização” (Entrevistado 4).

Apresentando dificuldades em definir a sua relação com o meio ambiente, o Entrevistado 5 menciona: “A natureza não tem explicação. O ser humano precisa de mais orientação. É necessário proibir a concentração urbana. Se cada um fizer a sua parte seria importante” (Entrevistado 5).

Como forma de demonstrar que preserva o meio ambiente, o Entrevistado 6 fez questão de mencionar um fato ocorrido com ele: “Dia desses eu me deparei com um rapazinho que estava ameaçando quebrar uma árvore nova, que estava crescendo. Eu falei para ele: meu amigo esta árvore é uma vida, é uma vida que está aí. Como é que você vai pegar uma árvore dessa, que demora tempo para crescer, deixe que nasça. Mas está melhorando, eu considero que nos últimos anos está melhorando” (Entrevistado 6).

Apresentando novas evidências da presença da racionalidade instrumental, as Entrevistadas 1 e 10 consideram de forma objetiva que a sua relação com o meio


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