Logweb 112

Page 58

58

| edição nº112 | Jun | 2011 |

Multimodal Investimento

Complexo da ALL em Rondonópolis, MT, deve começar a ser erguido ainda este ano

U

m complexo intermodal de quatro milhões de metros quadrados deverá ter sua construção iniciada no último trimestre de 2011, em Rondonópolis, MT, como parte do projeto de expansão da ALL – América Latina Logística (Fone: 0800. 7012255) no estado, grande produtor de grãos como soja, farelo e milho. Boa parte da terraplanagem do local já foi feita e a companhia trabalha para a obtenção de algumas licenças ambientais que ainda impedem o início das obras. A previsão é que todas as licenças necessárias sejam conseguidas até outubro deste ano para, assim, as projeções de conclusão das obras e início das operações também sejam cumpridas. Cerca de R$ 730 milhões serão investidos no complexo, que abrigará terminais de grãos, líquidos e fertilizantes, área industrial, espaço para movi-

Nahuz: a previsão é que todas as licenças necessárias sejam conseguidas até outubro

mentação de carga geral, além um terminal de contêineres, estacionamento, posto e 45 km de malha ferroviária interna, em formato de pêra, para otimizar as operações internas. Material rodante, aliás, será o único investimento que ficará a cargo da operadora logística. Os investimentos serão realizados pelos futuros usuários do complexo. Segundo o diretor comercial da companhia, Sérgio Nahuz, as negociações com os interessados em operar em Rondonópolis estão avançadas e devem ser consumadas até julho próximo, provavelmente, com empresas que já são clientes em outros terminais da ALL. Os nomes não foram revelados. A maior parte da estrutura – cerca de 1,6 milhões de metros quadrados – será ocupada pelos terminais de grãos, justamente por conta do grande volume produzido no estado. De acordo com Nahuz, no ano passado, Mato Grosso produziu 25 milhões de toneladas de grãos, mas exportou 20 milhões de toneladas (10 milhões pela ALL), justamente porque o leste e noroeste do estado ainda não são acessíveis, o que irá mudar quando a ferrovia chegar até Rondonópolis. Do ponto de vista do diretor comercial, quem não estiver operando no futuro complexo acabará perdendo competitividade, principalmente no setor de grãos, que terá à disposição, no local, duas linhas para trens de 120 vagões e possibilidade de carregamento simultâneo de dois trens. “Hoje, operamos com trens de 80 vagões. Mas, dentro de quatro anos, adotaremos o desenho de 120”, destaca, ressaltando, ainda, que o tempo de carregamento dos trens de 120 vagões será de apenas seis

horas, superando de longe as 18 horas atuais para cada composição. Nos terminais de líquidos, que totalizarão cerca de 190 mil metros quadrados, o carro-chefe será a movimentação de combustível. Eles deverão ser ocupados pelos grandes players de mercado – todos eles são clientes da ALL. Como a estrutura oferecerá sistema de carga e descarga, deverá ser utilizada para distribuição de combustível para consumo no Mato Grosso e para exportação de biocombustível. Nomes como BR, Esso, Ipiranga e Shell foram citados por Nahuz na coletiva de imprensa que anunciou a construção do complexo. Nos terminais de fertilizantes, cuja área ocupada deverá ser de 480 mil metros quadrados, haverá uma linha de 120 vagões e sistema independente para operação de carga. Bunge Fertilizantes e Cargill são algumas companhias clientes da ALL que podem se instalar em Rondonópolis. A única área que o usuário está definido é o terminal de contêineres, que ocupará cerca de 35 mil metros quadrados e será operada pela Brado Logística, empresa recém-criada e que é o braço da ALL na movimentação de contêineres. Para a construção desse terminal serão destinados R$ 30 milhões, que ficarão a cargo da Brado. Os outros R$ 700 milhões do projeto serão investidos pelas empresas que irão operar no complexo. Conforme estimativas da ALL, os terminais de grãos, que contarão com pelo menos três fábricas de esmagamento, deverão custar R$ 450 milhões, enquanto os terminais de líquido deverão receber investimentos de R$ 150 milhões e os de

fertilizantes, R$ 100 milhões. O complexo intermodal em Rondonópolis faz parte do projeto de expansão da Malha Norte da ALL, que prevê a ligação da futura unidade ao Alto do Araguaia, que serão unidos por uma extensão de 250 km de ferrovia, num investimento total de R$ 760 milhões. A primeira etapa do projeto já foi concluída e compreendeu um trecho de 13 km entre o Alto do Araguaia e Taquari. A segunda fase, que deve terminar em setembro deste ano, constitui mais 162 km entre Taquari e Itiquira, onde está sendo construído um terminal que deverá ficar pronto em julho ou agosto próximos. Por fim, a terceira e última etapa prevê mais 75 km de malha e a chegada da ferrovia a Rondonópolis, em outubro de 2012. Já o complexo intermodal deverá ficar pronto em setembro do ano que vem, enquanto as operações no local deverão ter início no começo de 2013. Em operação, o complexo terá capacidade inicial de 15 milhões de toneladas/ano, superando a capacidade atual, de 10 milhões. Contudo, como foi projetada para atender a demanda local nos próximos 25 anos, a estrutura poderá comportar até 30 milhões de toneladas/ano. Além de atender a forte demanda e gerar cerca de 3 mil empregos, a ALL almeja tirar da estrada cerca de mil carretas bitrens que levam esse tipo de carga aos portos, promovendo a economia de 95 milhões de litros de diesel por ano. “É uma alternativa logística que reduz custos e presta a sua contribuição ao meio ambiente”, afirmou o diretor comercial da companhia.●


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.