Apêndice A "Um arte" - Sobre/Sob o Risco da Existência do Circuito BodeArte (p.198 a p.570)

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UM ARTE – SOBRE/SOB O RISCO DA EXISTÊNCIA DO CIRCUITO REGIONAL DE PERFORMANCE BODEARTE


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POLÍTICA, SINGULARIDADE E MULTIDÃO: PERSPECTIVAS DE LEITURA DO CIRCUITO BODEARTE ANDRÉ BEZERRA

13.As três edições do Circuito BodeArte com suas respectivas logomarcas. Natal (RN), 2011-2013.


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Falamos de performance, falamos de coletividade e singularidades, falamos de diferenças. A nossa metodologia e modo de escrita para esse momento será convergente com essas perspectivas, transitará nesse espaço entre os conceitos e leituras teóricas que podem advir dos pontos levantados a partir da discussão e proposta política do Circuito BodeArte. Os pontos sobre os quais se construirá essa transição serão os seguintes: (1) #multidão como estratégia de reunião e visibilidade política; (2) #outras singularidades¹ como espaço de jogo com diferentes pontos em suas experiências; (3) #nossa singularidade como nossa experiência enquanto pesquisador-performer nesse grupo de singularidades². Desta feita, este texto se divide em momentos dessa ordem (multidão – outras singularidades – minha singularidade), propondo agenciamentos que em seu relevo levem a diálogos conceituais de caráter teórico e crítico, assim como criando passagens para pontos de leitura onde possamos entrever contextos mais ampliados nos grandes campos aos quais nos voltamos, a performance, o encontro, a coletividade e a política no Circuito BodeArte. Este jogo de elaboração ao qual nos propomos e do qual ora esclarecemos como se dará o desenho, busca criar um espaço de movimentos entre conceitos propostos pela experiência e os conceitos teóricos que deles se aproximam e ajudam a ampliar a leitura de suas questões, pensando que num espaço onde não houvesse transição e errância não poderíamos conceber a ideia de política, de coletividade e, tampouco, de performance.

#Outras Singularidades – Uma multidão chamada performance O cenário no campo da performance arte tem crescido em sua produção no Brasil, e esse crescimento tem se constituído numa maior escala em espaços independentes, onde artistas tem se utilizado de uma estratégia de criação de encontros, eventos e fóruns para fazerem circular suas produções e estabelecerem com ela diálogos uns com os outros, assim como com o público de diferentes contextos. Esse destaque ao contexto independente se dá pelo fato de grande parte desses eventos, como o Trampolim (ES) realizado em 2010, Festival do Apartamento (SP), realizado anualmente há mais de uma década, e o próprio Circuito Regional de Performance BodeArte (RN), se estabelecerem através da cooperação e investimentos econômicos de seus propositores, assim como dos participantes que o compõem. São também agenciados para sua realização sistemas de parceria, onde serviços de empresas ou entidades de pesquisa e educação são dispostos ou movidos de seu fim para a realização destes eventos. A busca desses encontros se presentifica no objetivo desses eventos, o de promover não apenas diálogos em performance, entre trabalhos e processos criativos, mas ao movê-los também valer-se dessa união de sujeitos para gerar visibilidade para o próprio campo da performance arte, fator que é explícito, por exemplo, na Mostra OSSO Latino-Americana (BA), que em 2013 teve sua segunda edição.

¹O termo singularidade é trabalhado aqui como o pensam Antonio Negri e Michael Hardt (2005), enquanto potência de vida individual não isolada do grupo, mas em relação com este. Resguardando ainda outro enquadramento concebido por Félix Guattari e Suely Rolnik (1996), qual seja, a singularidade como indivisível peculiaridade da experiência do sujeito, e como produtora de modos de subjetividade distintos daqueles normalizados dentro de um enquadramento capitalístico. Ao mesmo tempo Assim, a visão de indivíduo aqui discutida é uma noção de graus de experiências singulares e também um indivíduo em relação com o grupo, um divíduo como coloca Maria Beatriz de Medeiros (2007).

²O símbolo do jogo da velha (#) utilizado traz em sua insígnia a ideia de um cruzamento entre esferas do Circuito Regional de Performance BodeArte e a de leituras teóricas com as quais seus conceitos podem dialogar. Símbolo marcante de um espaço de cruzamento, e de indexação de conteúdos correlacionáveis, a cerquilha (#) como é chamada, faz parte do vocabulário da linguagem on-line como espaço de cruzamento e “tageamento” entre diferentes vozes em trânsito numa mesma rede.


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Sem fugirmos de nosso enfoque no Circuito BodeArte, o que podemos observar em outros eventos no campo da performance arte, como os mencionados, é a orientação de um cenário de cooperação entre performers pelos eventos e encontros no território nacional, pensando o próprio ato de reunirem-se como ação de performance e ação política. De performance, pois opera no encontro o questionamento e discussão de práticas, de modos de vida e criação no campo da performance arte. Ação política desde o ato de encontrar-se com o outro e estar aberto a por em discussão a singularidade de cada experiência, até o ponto de produção de um grupo que se organiza como multidão³, que evidencia em sua visibilidade as crises e tensões das políticas culturais do país. O evento aparece então como estratégia política de performance, e os performers como corpos do grupo, coletividade que dá vida, que constitui em seus movimentos a imanência dessa política. Cooperar como sistema de sobreviver a uma precariedade diante dos cenários de planejamento de investimentos culturais continuados para o campo da performance arte. Cooperar nessa performance-como-BodeArte, na reunião dos sujeitos e suas singularidades, advindos de diversos estados e cidades no país para criar nas trocas entre cada performer uma inteligência movida pelas afetações que a prática de um agencia no outro e vice-versa. Deslocar-se, entre estados, entre cidades, como estratégia de encontro com o outro da arte, da performance, do corpo, do outro. Acionando nossa contínua menção a ideia de política no texto, performance como ação política, coletividade como forma política4 , compreensão do termo performance como glossolalia política, procuraremos adiante discutir a questão da política a partir de uma ponte com a teorização de Baruch de Spinoza (2009), pensando-a no modo como se dá no encontro entre singularidades, e como esta percepção sugere propostas distintas de leitura do conceito de política na contemporaneidade, como ação e cooperação entre corpos, distintas da primeira metade do século XX, onde a política ganhou uma conotação diretamente ligada a questão partidária, sindical. Procederemos então à discussão sobre o conceito de política, no recorte filosófico especificado, e passaremos diretamente a conexão entre essa conceito e leituras das ideias de multidão, grupalidade e partilha micropolítica. Apresentamos esse itinerário para o início da discussão ensejada nesse espaço para pedir ao leitor um instante para a compreensão desses conceitos e como funcionam entre si, retomando após sua abordagem a relação que possuem com os modos de proceder, agir e pensar desenvolvidos pelo Circuito BodeArte, e pela compreensão da metáfora performance-como-BodeArte, já apresentados nos capítulos anteriores.

#Multidão - Sobre Corpos Políticos

³Esclarecemos ao leitor antecipadamente que a multidão é um conceito que define uma postura política do grupo, um modo de interação entre as singularidades do grupo (HARDT; NEGRI, 2005). Enquanto o grupo é uma conjunção de sujeitos, cuja potência de uma grupalidade, das políticas possíveis na ideia de um grupo, é pensada a partir de desvios da norma estabelecida e de leituras naturalizadas.

4 Não discutiremos aqui a porítica, já trabalhada no capítulo final da dissertação, mas procuraremos pensar como se agencia de outras formas a própria ideia de política na contemporaneidade.


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Passemos então para um ponto de recorte sobre o amplo conceito de política, que se dará através de um olhar e diálogo com o filósofo holandês Baruch de Spinoza (2009), considerando a aproximação seminal entre sua compreensão de política e as ideias que anteriormente discutidas na dissertação. Consideramos ainda nesta abordagem da teoria de Spinoza o pano de fundo de uma crítica às concepções hobbesianas da questão política que precederam os escritos deste. Spinoza em seu Tratado Político (2009) vai dedicar atenção ao conceito de política, que, segundo ele, recebia em seu tempo tão pouca atenção dos filósofos, e era em si deixado aos políticos. Para traçarmos esse diálogo com a abordagem de Spinoza do conceito de política, é preciso, antes de tudo atentarmos que o corpo é um pressuposto primordial para a leitura de Spinoza (PELBART, 2008), que o articula como algo além da junção de todas as partes que constituem o indivíduo, pensando-o como substância de efeitos e afetos, matéria relacional viva. Apontamos este fator, pois para Spinoza a política deve ser concebida antes de tudo sob um 6 olhar das relações entre os indivíduos e suas potências. Como ele aponta, a política pode ser pensada como algo próximo ao calor, ao frio, evidenciando-a nessa fala como algo que se dá no contato e na proximidade entre os corpos, entre os indivíduos, algo produzido por corpos, algo alcançado além do que o corpo e o direito de um não conseguiria alcançar, uma potência comum adquirida pelos indivíduos nesse encontro, nessa relação entre o um e os outros. Partindo dessa observação, é possível perceber que, em Spinoza, a política não se dá como um sistema ou conjunto de regras isolado, nem tampouco almeja orientar uma estrutura a ser aplicada, é sim uma estrutura vazada que se instaura através do corpo, e coloca em evidência um processo de estabilidade e desestabilização constantes (AURELIO, 2009), presentes nesse contato entre indivíduos. Dessa forma, o que seria o bem comum nesse instante poderia deixar de sê-lo logo, caso se alterassem as condições e a potência almejada pelos indivíduos diferisse. Nessa constatação poderíamos pensar que a compreensão de política como uma estrutura relacional entre indivíduos, que pode ganhar ou perder estabilidade segundo as maneiras através das quais se relacionam estes, associa a política a uma visão sistêmica e complexa, na qual a ordem e desordem são agentes dependentes e produtivos de formas de contato entre indivíduos. Ora, essa reflexão é aprofundada ainda mais na política de Spinoza quando nos voltamos aos conceitos de povo e multidão, a partir dos quais discutiu a figura do estado na política. A noção de povo, advinda da obra do filósofo inglês Thomas Hobbes (1979), está profundamente atrelada à ideia de estabilidade, pois consiste de um conjunto de indivíduos que tentam, entre si, preservar um estado. Lembramos ainda que a preservação dessa estabilidade pode se dar de distintas maneiras, isto é, a maneira de se governar (monárquica, democrática, etc.) varia de contexto para contexto, de sistema para sistema. 5 A relação entre os filósofos Baruch de Spinoza (1632-1677) e Thomas Hobbes (1568-1679) se dá de maneira tensiva, forte crítico da postulação de um estado natural hobbesiana, Spinoza não concebia a unidade proposta por Hobbes na qual a igreja cristã e o estado cristão formavam um mesmo corpo, nem tampouco a ideia da preposição do estado como estrutura natural do humano, isto é, o estado, absoluto e unificador como condição premente e preposta na natureza humana para a possibilidade de criação de uma sociedade, ou seja, um estado que existe de maneira natural para que possam unir-se os sujeitos. Toda a defesa interpelada por Spinoza, como veremos neste trabalho, é de ordem contrária a esta proposição, pois pensa o estado como uma das possíveis potências de uma política que nasce e existe na relação entre os homens.

6 Potência no sentido spinozista do termo, que se relaciona com a capacidade de agir, de afetar e também ser afetado na experiência, no contato do corpo com paixões alegres (que aumentam nossa potência de agir) e paixões tristes (que diminuem nossa potência de agir). (PELBART, 2008).


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O povo, no modelo hobbesiano, estaria sempre fadado a um modelo de governança ao qual é submetido a vontade e escolhas daquele que os representa, que representa o poder máximo sobre o grupo de indivíduos reunidos. A ideia de multidão, diferentemente da compreensão de povo, propõe um conjunto de singularidades, de potências individuais que não coalescem em sua multiplicidade e diferenciação, a multidão não converge, e da mesma forma não se evapora no interior da política (AURELIO, 2009). Espaço onde o múltiplo é múltiplo, potência de potência, esse é o complexo grupo de indivíduos formado pela multidão. Para Hobbes (1979) a multidão (multitudo) não é capaz de constituir-se como corpo político, padecendo de um contínuo estado de natureza por não aceitar atender a uma vontade una, que seria a vontade do estado civil, que para Hobbes é um acontecimento natural ao qual o povo reconhece e valida como comum a todos. Para Spinoza, além do fato desta relação estar invertida, como explicitamos, ou seja, a política e o estado advém da consonância de potências individuais que partilham um acordo em direção a uma potência comum, ainda resiste o fato de que a multidão, a despeito de seus afetos contraditórios, integra e resiste a todas as propostas de estado, e embora não se constitua numa comunidade produtora de um direito próprio, é abrangida em seus indivíduos pela política do estado. Dessa feita, como coloca Antonio Negri: “O povo é sempre representado como unidade, ao passo que a multidão não é representável” (NEGRI, 2004: 17). A multidão, conceito denegrido por Hobbes, aparece em Spinoza como reafirmação da sua visão da política como um sistema de estabilidade e desestabilidade. A multidão é agente de um princípio de desordem no estado, pois apresenta em primeiro plano a potência do indivíduo na afirmação de sua diferença, a multidão é simultaneamente um corpo quando se afirma pela diferença, e vários pela diferença que afirma (NEGRI, 2004). Dessa forma, se conjuntura na ideia de política pensada por Spinoza a condição relacional entre os indivíduos7 como agente produtivo da política num sistema de estabilidades e desestabilidades, onde coexistem potências comuns e potências individuais.

#Multidão - Multidão de Corpos e Grupalidades Políticas. Iremos convergir agora para uma leitura comparativa e associativa entre os modos como Antonio Negri (2004), Michael Hardt em colaboração com Negri (2005) e Peter Pál Pelbart (2008a), veem a política produzida entre corpos na contemporaneidade. Para tanto, são pensados nesse momento os conceitos de multidão e grupalidade, dentre os quais buscaremos possíveis analogias no contexto de uma reflexão continuada da política como ação produtora de potência entre corpos que introduzimos anteriormente a partir de um recorte spinozista.

7 O leitor poderá notar nesse texto a presença dos termos indivíduo e sujeito, assim como singularidade. Não optamos pela escolha de um termo em específico, pois em suas epistemologias os autores se referem a estes termos apontando uma mesma potência do humano, a saber, (1) o indivíduo em Spinoza (2009) não é uma unidade de isolamento metafísico, ao contrário é concebido como grau de potência em relação com os múltiplos outros modos da natureza; (2) o sujeito aparece em Negri (2004) e Guattari (1996) como potência múltipla de subjetividade criada em contato com a experiência do mundo e de seus modos de organização e produção de vida; (3) por fim, a singularidade pensada por Negri (2004), Pelbart (2008) e Guattari (1996) se guia no direcionamento da particularidade imensurável do ->

-> indivíduo e seu corpo na experiência, a singularidade é um processo de subjetividade no qual o sujeito escapa dos modelos de vida reproduzidos sistemicamente e se reconhece como diferente do grupo. Assim indivíduo, sujeito e singularidade seriam processos de uma subjetividade aberta em contato com o mundo e seus modos de vida, afetando e sendo afetada pela experiência que vive em seus aspectos comuns e singulares. Esclarecemos que esta é uma escolha que em outros autores poderia resultar em conflitos de percepção, mas que, com base nos autores que articulamos para diálogo, pode ser observada na perspectiva crítica supracitada.


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A ideia de multidão é um tema que se destaca na abordagem contemporânea sobre a questão da política, e encontra desenvolvimentos que acabam por colaborar com a discussão que viemos desenvolvendo considerando Spinoza (2009). Desta feita nos deteremos um pouco mais a ela, especificamente no que concerne as observações tecidas por Antonio Negri e Michael Hardt sobre o assunto, em consonância com uma aproximação da ideia de grupalidade, sobre a qual disserta Peter Pál Pelbart. Em Negri e Hardt encontramos uma ideia da multidão de maneira bastante consonante, em certos pontos, com a leitura spinozista, ou seja, com base na percepção desta como um conjunto de individualidades capaz de produzir política e de articular-se diante do poder soberano que rege o povo. Da mesma forma, ressalta-se a ideia de que a multidão é, antes de tudo, uma multidão de corpos. Para Negri e Hardt (2005), a multidão é uma reunião de singularidades não-representável, o que significa afirmar que enquadrá-la sobre a transcendência da unidade é de certa forma dar um fim, delimitar a morte, de sua característica fulcral enquanto espaço político surgido entre corpos e que, no entanto, reconhece os diferentes corpos. Seria esta a imanência do processo da multidão, aquilo que atribui a vida, em suas experiências e encontros, o espaço singular de cada sujeito em sua experiência com o mundo. Essa perspectiva acaba por retirar da concepção ontológica da multidão os modelos de representação reproduzidos em grupos políticos como sindicatos e partidos, na figura de diretores, chefes, presidentes, etc. Referindo-se a potência de uma grupalidade8 Pelbart também assimilará um ponto análogo ao colocado por Hardt e Negri. A grupalidade é o espaço de uma potência que pode ser articulada na coletividade, na conjunção e experiência de um grupo de indivíduos. Para pensá-la como tal, sem imiscuir as singularidades de cada indivíduo num processo de totalização, Pelbart recorre a Spinoza para refletir sobre a potência individual, espaço de afetar e ser afetado num jogo entre singularidades. Dessa feita, a base para pensarmos na ideia de grupalidade é o reconhecimento do sujeito como um grau de potência, entre paixões 9 que respectivamente diminuem e aumentam sua capacidade de agir no tristes e alegres, grupo. Nas duas aproximações, com a multidão e com a grupalidade, podemos visualizar esse esforço de dotar o corpo, suas singularidades e potências individuais de maior poder dentro das relações de grupo, saindo de modelos de soberania que impunham modos de vida unificadores, de normalização da experiência, levando em conta interesses produtivos deste ou daquele sistema político-econômico. Reconhecer a diferença e as potências que esta constitui, a cada novo encontro, se torna, por sua própria ação, um espaço onde a política é espaço entre corpos. Isto é, ela se dá entre eu e o outro, num jogo que não cessa, que não acede, movido pela singularidade das experiências vividas em cada corpo.

8 Grupalidade como potência produzida pela reunião de indivíduos que compartilham e recriam suas potências a partir de sua coletividade, mais permanente ou transitória.

9 As paixões alegres e tristes são trabalhadas em Spinoza como aspectos presentes na nossa experiência do mundo e do outro, elas identificam as potências de agir do corpo nessa experiência, aumentado e diminuindo seus graus a depender de como determinada experiência afeta o sujeito, como podemos ver assinalado no texto (ESPINOSA, 1992).


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Para explorar essa potência produzida pelo grupo em suas formas de organização, Pelbart se preocupa em articular o modo como as potências individuais podem se reunir para produzir, na figura de sua cooperação, um indivíduo estendido. Para “estender-se”, estas potências individuais procuram se voltar sempre ao princípio de um respeito, uma ética, no sentido spinozista, entre cada indivíduo, tanto para com a relação que traçam, como também para as diferenças que irredutivelmente apresentam entre si. O que se inscreve nessa aproximação que realizamos para pensar a multidão como grupalidade, potência de coletividade cooperativa, é a emergência de uma percepção da incomensurabilidade dos encontros e experiências entre subjetividades singulares, provocada pelos infindáveis graus de composição que cada encontro pode gerar. Como o próprio Pelbart sugere, a grupalidade se organiza através de distintas composições, e não de estruturas fixas de poder, ou de classe. Dessa maneira, passaríamos a um olhar de contínuo movimento compositivo, atentando que mesmo em seus níveis infraestruturais o jogo entre potências singulares e as variações incessantes por este geradas constituem e dão forma a uma grupalidade. Essa é a distinção que uma perspectiva da composição inseriria na maneira que percebemos a grupalidade, a reunião de indivíduos e suas potências na intenção de formar um indivíduo maior, mais extenso, a distinção que nos permite pensar no grupo a partir de estratégias de encontros imprevistos, complexidades heterogêneas que se propõe a cooperar, saindo da ideia do grupo sob o olhar de uma unidade coesa, que estratifica os indivíduos à determinantes de identidade de grupo ao qual devem aceder em prol de uma pretensa homogeneidade. Assim para Pelbart o plano da composição [...] é um plano de proliferação, de povoamento e de contágio. Num plano de composição o que está em jogo é a consistência com a qual ele reúne elementos heterogêneos, disparatados. Como diz a conclusão praticamente ininteligível de Mil Platôs, o que se inscreve num plano de composição são os acontecimentos, as transformações incorporais, as essências nômades, as variações intensivas, os devires, os espaços lisos. (PELBART, 2008, p. 33).

É justamente nesse jogo de composições que a multidão produz sua ideia de cooperação contínua entre singularidades que jamais se totaliza. Contudo, devemos considerar que, para manter-se nesse jogo entre singularidades sem uma representação, a multidão acaba por atuar como um sistema diastólico e sistólico, que resguarda em sua potência tanto as paixões alegres de aproximação, ação e cooperação, como um movimento de crise, produtiva de diferença e movimento entre os diferentes. Reside nessa compreensão a proposta de impossibilidade de representação contida na multidão, pois é na incomensurabilidade das relações dela (deslocamentos, associações, aproximações) que as distintas composições do grupo se processam, e, dessa forma, a representação política unificada (seja de ordem parlamentar, presidencial, diretorial, etc.) se torna impraticável. Apenas a experiência do grupo, em sua fragmentação e multiplicidade, pode responder pelo grupo.


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Dessa feita, a multidão se torna uma estratégia processual de encontros e desenvolvimentos incomensuráveis que deslocam as percepções incorporadas por certo modo de vida soberanamente posto, optando por outro nível de relação, outros modos distintos de vida, que, por serem distintos e se afirmarem como tal, produzem uma mútua afetação, estranhamento e reconhecimento. Tratando da importância do corpo para os processos da multidão Negri (2004) prossegue sua argumentação colocando-o na posição de uma genealogia da multidão em si. Negri propõe a leitura de uma ideia de multidão de corpos, para articular o princípio de cada corpo também é multidão, em sua multiplicidade, em suas singularidades. [...] Quando prestamos atenção aos corpos percebemos que não nos defrontamos simplesmente com uma multidão de corpos, mas que todo corpo é uma multidão. Entrecruzando-se na multidão, cruzando multidão com multidão, os corpos se mesclam, mestiçam-se, hibridizam-se e se transformam; são como ondas do mar em perene movimento, em perpétua transformação recíproca (NEGRI, 2004, p. 21).

Assim o próprio autor começa a propor uma visão processual do corpo em movimentos de encontro e contato, na qual mesmo as singularidades podem ser pensadas de maneira molecular, para usar um conceito de Guattari (GUATTARI; ROLNIK, 1996), no qual a política potencializada entre singularidades pode ser pensada na experiência do corpo em níveis de micro-singularidades, níveis moleculares de ação do corpo e percepção do próprio corpo no processo da multidão. É premente ressaltar que essa visão apontada por Negri em nenhum momento recorre às metafísicas do indivíduo, que articulam a ideia do homem como fonte isolada de direitos e detentor de propriedade, e propõe a possibilidade de compreensão do homem como unidade, um em si. Distinto dessa percepção, o olhar de Negri caminha para o pensamento político na proposição de que o homem, o corpo, o si mesmo, nunca está sozinho, sempre aberto e em diálogo com seus contextos, e demais singularidades que co-habitam estes. Com mais veemência, embora a incomensurabilidade que se localiza na multidão possa ser também pensada na experiência do corpo do indivíduo, este, em nenhuma instância, se torna espaço de isolamento. Passaria sim a efetivar a irredutibilidade das singularidades da multidão de corpos. Concluindo este momento de aprofundamento espaçado dentro das reflexões entre multidão e grupalidade, voltamos novamente a destacar o ponto fundamental em que esses conceitos colocam a cooperação entre sujeitos singulares na contemporaneidade, salientando o retorno a uma forma de reflexão política entre corpos, como enunciou Spinoza.

#Multidão - Partilhas micropolíticas Umas das questões, quando se trata do conceito de multidão, e de grupalidade, é um questionamento sobre a maneira como estes articulam essa ponte que define o grupo, a coletividade: o que lhe é comum dentro de uma estrutura marcadamente mantida a partir da ideia da irredutibilidade das diferenças? Buscamos aqui oferecer um caminho para esse questionamento através da ideia de partilha do sensível proposta por Jacques Rancière (2009), e da reflexão sobre a ideia de micropolítica abordada aqui segundo Félix Guattari em parceria com Suely Rolnik (1996), e por Katia Canton (2009).


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Jacques Ranciére, em discussão entre os campos da política e estética, toma como base para pensar a ideia de partilha do sensível a proposição desta como um sistema de evidências sensíveis, isto é, um conjunto de elementos que se conectam a partir da experiência do corpo, e de maneira mais específica, pensando já uma reflexão no campo da política, elementos que se conectam a partir da experiência do corpo no espaço do comum, a sensação partilhada. Surge aqui um ponto interessante para pensarmos a ideia de uma partilha, a experiência sensível do corpo no espaço do comum, um espaço de conexão entre experiências como forma de partilha. Assim uma partilha do sensível seria um espaço político de experiência entre corpos que revela “ao mesmo tempo, a existência do comum e dos recortes que nele definem lugares e partes respectivas. Uma partilha do sensível apresenta, ao mesmo tempo, um comum partilhado e partes exclusivas” (RANCIÉRE, 2009: 15). Podemos conectar ao ato de partilha, um espaço onde se conjugam singularidade e coletividade, através do fio da experiência vivida entre corpos, à questão da grupalidade e da multidão, todos sendo articulados no movimento entre corpos singulares em suas experiências como sujeitos. Corpos que partilham no encontro um com outro a experiência viva de troca, do comum que não desfaz em seus agenciamentos a singularidade do próprio sujeito. Essas relações surgidas entre sujeitos, na situação de uma partilha, não são da ordem de uma grande de uma grande política, no sentido de uma política como foi cooptada na primeira metade do século XX, da ordem, do controle, da reprodução de modelos de vida através de estratégias de benefício econômico, da produção de subjetividade em escala massificada (GUATTARI; ROLNIK, 1996). Essas proposições, da multidão, da grupalidade, da partilha do sensível, operam num nível de política que não é essa Política, com “P” maiúsculo, parafraseando Katia Canton, é uma política cujos agenciamentos se dão sobre questões mais específicas, de uma velocidade mais acelerada, de trocas mais dinâmicas, proporcionadas por sua escala entre corpos, a escala de uma micropolítica. Como colocam Guattari e Rolnik (1996), a questão micropolítica se desvencilha de uma produção artificial da experiência do comum, das formas de cooptação do comum que o põe para trabalhar. Ela é este movimento de partilha que se dá no encontro entre os corpos, como espaço de troca e cooperação que afirma a singularidade da experiência do sujeito. Essa ideia está conectada a uma revolução molecular, ou como preferimos chamar, uma resistência molecular, que é o próprio processo de percepção e invenção de si mesmo por parte do sujeito, um esforço de pensar a sua experiência nos níveis mais elementares, sem esquecer-se de que o processamento desses níveis se dá sempre em diálogo com múltiplas alteridades. Assim, para Guattari e Rolnik (1996), essa revolução molecular está ligada [...] sincronicamente a todos os níveis: infrapessoais (o que esta em jogo no sonho, na criação, etc.); pessoais (por exemplo, as relações de autodominação, aquilo que os psicanalistas chamam de Superego); e interpessoais (a invenção de novas formas de sociabilidade na vida doméstica, amorosa, profissional, na relação com a vizinhança, com a escola, etc.) (GUATTARI; ROLNIK, 1996, p. 46).

Como coloca Pelbart, em entrevista à Katia Canton (2009), a micropolítica, está nas relações do cotidiano, nos modos singulares de vida, em seus desvios, possibilidades e trocas, que não consegue ser sequestrada para dentro de um modelo de massificação da subjetividade.


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É através da afirmação de sua diferença, na negação do processo de totalização do grupo sob uma identidade unitária, que estas subjetividades singulares presentes na multidão se afirmam como coletividade. Partilhar a afirmação de diferenças que não coalescem e que estão abertas ao encontro é o espaço que une, mas não unifica, a multidão como grupo.

#Outras singuaridades – A política unmarked na performance Passemos então ao ponto ao qual esses fios se dirigem, a discussão sobre a performance arte. Comecemos atravessando entre a multidão e a ideia de unmarked, proposta e discutida por Peggy Phelan. Para Peggy Phelan (1993) o unmarked (desmarcado, não-marcado) é um espaço na representação que permanece ocultado aos olhos da visibilidade de um capitalismo branco e masculino, como a representação da mulher, do negro, do índio. Muito embora elas não estejam invisíveis, como o caso da jovem mulher branca seminua caracterizada excessivamente no espaço das mídias e da representação, ou mesmo na imagem do sujeito negro e índio interpelada pelas campanhas inclusivas, elas estão inclusas por uma lógica de desapropriação, uma lógica de fetichização de determinados aspectos redutivos da figura, que evidenciam em sua visibilidade apenas interesses capitalísticos de cooptação, trabalho, produção e consumo. Cada imagem produz seu ponto cego e treinar para ver é treinar uma cuidadosa cegueira. Um pressuposto básico para compreender esse raciocínio de Phelan se liga ao poder estabelecido pela visibilidade, a ideia de que crescimento de visibilidade é crescimento de poder. Resiste nessa ideia uma potência política relacionada à comparação que ora instituímos entre o unmarked conceituado por Phelan e as multidões/grupalidades emergentes na partilha política da performance brasileira contemporânea. Essa potência reside no fato de que sujeitos que vivem em pontos de invisibilidade, unmarked pela representação, são colocados num espaço de perda de poder, não no que condiz aos valores capitalísticos integrados ao sistema de representação normatizado, mas perda de poder da própria expressão como imagem divergente, imagem ativa de uma diferença. Esses sujeitos deixados a parte, unmarked, relembram a própria definição de Spinoza sobre a ideia de povo e sua conceituação da multidão como força política. O povo concordante com a normalização de visibilidade, produzida pelos interesses de estruturação de certa forma de poder prevalecente, se caracteriza pelos sujeitos marked (marcados), dentro dos limites de observadores, fetichistas, fetichizadores e reprodutores dos sistemas de representação e identidade implicados por esta forma de poder. O povo é a matéria do visível, o referente do desejo de ver, e a dimensão da visibilidade de si próprio ao acolher o prevalescimento desse poder. A multidão, os sujeitos não representados por esse poder, por afirmar suas diferenças com relação ao mesmo, se torna, como pretendia Hobbes (1979), invisível, fenece. Fazendo valer a recíproca de Phelan, excluído do poder seria excluído pela visibilidade. Contudo Phelan (1993) e Spinoza (2009) convergem para uma defesa semelhante, a de que essas subjetividades (da multidão) constituem uma potência política da diferença daquilo que o poder que reúne o povo quer totalizar, e na afirmação dessa diferença a multidão, os sujeitos não-marcados do espaço representado do poder, constitui-se como potência de vida.


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A alteração produzida pela afirmação da multidão como potência política reside nesse jogo de reconhecimento de diferenças unmarked pelos modos capitalísticos de produção e reprodução de vida. Ao colocarmos essas diferenças num ato de partilha, no reconhecimento de toda a diversidade de sua experiência, sem a reduzirmos, encontramos nas singularidades irredutíveis, nas relações não mensuráveis de grupalidade, distintas políticas de vida onde antes havia apenas a tentativa de sobrevida de um visível objetivado segundo certos interesses de pôr para trabalhar a vida.

#Nossa(s) Singularidade(s) – O Circuito Regional de Performance BodeArte - Suas Multidões, Suas Grupalidades. [...] Performers são, antes de tudo, complicadores culturais. Educadores da percepção ativam e evidenciam a latência paradoxal do vivo – o que não pára de nascer e não cessa de morrer, simultânea e integradamente. Ser e não ser, eis a questão; ser e não ser arte; ser e não ser cotidiano; ser e não ser ritual (FABIÃO, 2009b: 237).

A multidão incorporada e essa grupalidade potente e imanente, se tornam concepções de grande destaque para pensar as perspectivas movidas para dar vida ao Circuito Regional de Performance BodeArte, apontando prolíferos vínculos entre a performance arte e a política. Seguindo nosso recorte desse momento do texto, gostaríamos de abordar os pontos discutidos até o presente momento, problematizando-os e procurando nestes passagens e cruzamentos que nos ofereçam algumas pistas para pensar como a performance e a política se relacionam no contexto do Circuito BodeArte. Colocados esses pontos, preferimos iniciar esse momento de discussão com a perspectiva de que o Circuito BodeArte produziu na atualidade um interessante movimento de encontros e trocas entre performers, como forma de pensar politicamente a produção artística em performance no Brasil num contexto mais amplo e incorporado, da mesma forma que intentou expandir os vieses de percepção dos discursos e possibilidades sob a alcunha de performance arte. Acreditamos que existe nesse espaço produzido em cooperação entre performers e práticas em performance do Circuito BodeArte uma tentativa de fazer ver, fazer emergir, uma produção contemporânea em performance, que de outras formas tem poucos momentos para colocar-se ao público e diante do cenário de mercado de outras linguagens, pois como coloca Maria Beatriz de Medeiros: [...] a performance é uma exterioridade diante do mercado de arte. Sendo obra de arte efêmera, ela está muito longe de ser objeto de consumo. Sendo imaterial, ela se nega como bem de consumo. Percepção e sensação. Sendo muitas vezes realizada em grupo, ela desfia o conceito de autoria. Aberta à participação do espectador (interator), ela radicaliza seu caráter gasoso. (MEDEIROS, 2008, p. 24).

Nessa radicalização advinda do modo como se organizam suas práticas, a performance arte no Brasil se encontra, na atualidade, numa situação de alteridade anônima, não existindo como colegiado ou câmara setorial dentro do Conselho Nacional de Políticas Culturais (CNPC), e, por conseguinte, nem dentro dos planejamentos do Sistema Nacional de Cultura (SNC), ambos geridos pelo Ministério da Cultura (MinC) que direciona e aponta com suas diretrizes o desenvolvimento dos planejamentos em cultura em todo o país.


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O esforço reunido na formação dessa multidão em performance no Circuito BodeArte, não contradiz o que afirma Medeiros com relação ao mercado, mas sim incita a premissa de que, muito embora essa multidão caminhe por vezes à margem do mercado de arte, devido a circunstâncias contextuais, ela se constitui como força política de potente articulação na arte contemporânea brasileira. A multidão, como vimos, se encontra na cooperação que se manifesta entre os corpos, na partilha da experiência sensível, ou seja, de forma política, e é essa mesma multidão em seu jogo de singularidades que vemos despertar no Circuito BodeArte. O Circuito BodeArte criou no seu formato sem seleção de trabalhos, e com base na cooperação e trocas entre os performers, um espaço que em sua maneira de composição política propiciou o início de uma forma de grupalidade plural e diversa. Ao colocar-se em tal formato este evento-performance agenciou uma afirmação inicial de que seu foco é político, no sentido spinozista do qual tratamos, pois o evento não procurou pensar a qualidade artística dos trabalhos como espaço de abertura, e sim uma disponibilidade, uma abertura do performer a dialogar, a falar e ouvir, estabelecer contatos e encontros. Esse posicionamento se apresenta como uma escolha política que se vale de uma estratégia de aproximação entre singularidades para produzir essa circuitação anunciada pelo nome do evento. Tal apontamento de que essa estratégia, da qual lançou mão o Circuito BodeArte, é de ordem política, advém da própria noção de política como espaço entre corpos, algo que se dá nesse estranho trânsito entre uma singularidade e a outra, e que estabelece entre estas múltiplas potências. Esse é o caráter político que identificamos nessa performance-como-BodeArte que o evento, através de seus participantes, gestou: encontrar, estar aberto ao encontro e dispor-se a uma relação com o outro. O corpo em processo junto a outros no mesmo espaço físico ou virtual, sempre tornando presente sua experiência e diferença, é o requisito para participar do jogo proposto por essa multidão que (per)forma o Circuito. Para pensar sua produção como forma de performance, e ativar a cooperação nos compartilhamentos que incitam essa coletividade, o Circuito propôs uma micropolítica da multidão, onde se convidam as divergências à mesa, para um confronto cooperativo, onde o objetivo não é a rivalidade com esta ou aquela visão de performance arte e suas práticas, e sim refletir, observar e contribuir para a percepção dos múltiplos fazeres e suas formas de organização e gestão dentro da performance arte. É na fragmentação dos diferentes que se vislumbra a paisagem composta pela multidão da chamada performance-como-BodeArte. Resistir à unidade para cooperar na potência da grupalidade, como ação de produção de conhecimento e visibilidade no campo da performance arte, é um traço evidente nos objetivos do Circuito BodeArte. Uma grupalidade que emerge da multiplicidade de corpos e da multiplicidade da experiência de cada corpo, para pensar a presença expandida de uma reunião de corpos e experiências, compondo e conhecendo juntos outros modos de sobrevivência, pesquisa e criação.


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Por outro lado, articula-se uma questão relacionada à visibilidade dessa multidão num contexto ampliado. Essa visibilidade (unmarked-marked) apresenta-se como outra potência possível e decorrente da multidão confluída pelo Circuito enquanto fenômeno, pois permite entrever essa qualidade de performance, e de pensamento em performance, que se desenhou como um arte, um risco, ao propor a fuga dos discursos a serem corrigidos, e ao assumir que é na partilha sensível desses distintos fazeres que pulsa a performance arte. Este existir como diferentes, e se valer dessa diferença como atributo de presença, institui uma potência política da multidão em performance no Circuito BodeArte em um cenário mais amplo, o cenário da organização do pensamento de arte do país. Essa potência instaura-se num jogo de tensões entre a invisibilidade parcial, no espaço dos documentos dos poderes oficializados e instituições de sua alçada, e a afirmação da visibilidade de uma performance arte brasileira demonstrada pela multidão de corpos que convergem para a discussão e prática desta, mostrando que há produção nacional nessa linguagem. Esses jogos entre a visibilidade marked e unmarked parecem nos apontar duas escalas de percepção desse trânsito político empreendido pelo Circuito BodeArte. Uma é a que se deu num nível de articulações e encontros, mais volátil e dinâmica, como a micropolítica de Guattari e Rolnik (2006), que acontece nas trocas entre performers, e destes com o público, com a rua, com o passante, com a polícia, assim como nos deslocamentos da ideia de performance arte. O outro trânsito é uma política onde entram as ações de repercussão mais lenta, de maior escala, formado pela multidão como coletividade mais extensa, onde se demonstra a operação da visibilidade para a performance arte, como linguagem artística e campo de produção, gerada pela reunião de performers. Esse trânsito diz respeito ao impacto e relações com instituições públicas e privadas no campo da arte e cultura, assim como com outros eventos, formas e formatos de se construir mostras de performance, festivais de performance, editais para performance. É um trânsito macropolítico. Dessa feita podemos perceber nesses trânsitos, no nível micropolítico e macropolítico, os deslocamentos produzidos pela conjunção, presença e diálogo dos corpos dos performers que compõem a multidão reunida no Circuito BodeArte, e que configuram uma distinta postura política em suas relações de troca artística e cooperação. Glossolálico, político e realizando em sua errância sincera e atenta o fulerar da experiência do mundo em seu corpo, o performer no Circuito BodeArte é uma figura política em sua base, no sentido spinoziano, isto é, aquele aberto ao encontro com outros, a lidar, dialogar, chamar, desnudar, excitar, e viver outros modos de se encontrar e de encontrar o outro. O performer no Circuito BodeArte é o pesquisador, artista, e movimentador dessa errância de trocas, para além das divisões entre contextos de experiência, para uma aproximação com o outro pelas, e para além, das bordas daquilo que está visível, ou invisibilizado, na performance que se produz atualmente em nosso país. A performance-como-BodeArte investe sobre uma percepção de operações micropolíticas da performance no espaço da vida contemporânea, e nesse investimento destaca novamente a política como espaço de singularidades e um jogo contínuo entre marked e unmarked (PHELAN, 1993).


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Incidindo nos pontos cegos da vida, dos modos de viver, dos comportamentos engavetados ou cooptados em sua potência diante de um senso aparentemente instituído de normalidade, aceitação e manutenção de estruturas que põe para trabalhar a vida, os performers do Circuito BodeArte operam a visibilidade de um corpo-multidão da(s) performance(s) arte(s) brasileira(s), das singularidades e diferenças da experiência de cada contexto de onde derivam, de uma ética molecular da percepção do própria vida nesse contexto (social, econômico, produtivo, etc.). As performances apresentadas no BodeArte e suas diversas metáforas fizeram suas travessias entre o marked e o unmarked em suas propostas, e nos encontros entre seus performers abriram espaço para a compreensão de alguns dos diferentes modos através dos quais podemos pensar a própria ideia de política e de uma partilha política da performance. É vital percebermos que a intenção política dessa visibilidade produzida pelo Circuito BodeArte não foi valer-se de uma potência de vida da coletividade como instrumento de guerra. Sua intenção foi buscar, escrutinar, as potências de vida da práticas em performance nos diversos estados da federação para colocá-las num espaço de encontro, colocá-las para viver-junto, parafraseando Roland Barthes. Na atitude de reunião dessa multidão de performers que compuseram o Circuito BodeArte, a busca não foi por ferir a intersubjetividade (a dinâmica dos performers entre si, e destes com o público) nas maneiras que estes possuem de “ler” a performance arte, mas de compor uma possibilidade de interferência naquilo que se tinha como compreendido, como definido nessa linguagem. Nunca se faz redundante explicitar que quando lançamos mão do uso de verificações mais amplas, como a que acabamos de fazer, não estamos reduzindo os trabalhos em sua performance a uma ideologia, ou mesmo aferindo para eles o cercado de proteção de um território, estamos apontando que em sua incomensurável gama de singularidades e proposições, em sua diferença e diversidade, existiram pontos de confluência nas performances para terem vivido-junto no Circuito BodeArte. Longe de assumir a partir disso uma unidade totalizadora que marque o grupo, estamos apontando o momento de um processo de trocas vivas e potentes entre os performers que fizeram o BodeArte, sem poder implantar qualquer certeza de para onde caminharia esse encontro, de trocas incomensuráveis, e atentando ainda para os circuitos de percepção que esse momento cria. Sendo os fazeres tão distintos e singulares, a atitude da performance-como-BodeArte retoma uma base de partilha micropolítica. Cada performance traz em si a potência de uma ação que entrevê diálogos com práticas comuns a outro fazer, e ao mesmo tempo se diferencia, apresentando uma maneira específica de se construir. Não intentamos com essa afirmação ligar a performance-como-BodeArte e o Circuito BodeArte à uma relação de performance que se conforma e fecha na ação realizada, mas à um fazer sedutor, que desvia as afirmações normatizadas de um poder e uma lógica do corpo na produção de arte, chamando o seduzido (o público, o passante, o outro performer) para uma outra relação de encontro com a experiência do mundo e da performance arte.


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Para produzir uma pequena e pertinente reflexão, gostaríamos de tratar rapidamente da ideia de sedução. Jean Baudrillard pensa de maneira exímia a sedução em Da sedução (1991), onde toma a palavra em sua raiz etimológica que provém do latim seducere (se[d] + ducere), em que sed significa “separar, afastar”, e ducere “levar, guiar, atrair”, e a partir desta propõe a ideia de sedução como princípio de desviar o outro de sua verdade. Como Baudrillard propõe a sedução é ligada a uma inteligência mais espontânea, sendo aquilo que está imediatamente lá (BAUDRILLARD, 1992). A sedução da performance-como-BodeArte, e do Circuito BodeArte, mesmo nas ações mais estranhadas, é a de desviar o outro da sua verdade, desviar do espaço do normativo para ativar outras zonas de prazer e comportamento. Este ser desviado está ligado mais intimamente à alegria, às paixões alegres, como pensadas por Spinoza, como algo que nos afeta aumentando nossa potência de agir. Assim o performer no Circuito BodeArte potencializa desvios em sua ação, desvios que levam o outro a uma errância com relação ao que tomava como certo no seu corpo (como público, ou performer), no seu contexto, e na sua leitura do que é performance arte.


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TRÊS AVISOS ------------------->


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No traçado de um caminho Durante os anos de 2011 e 2012 fui produtor junto à Chrystine Silva, Felipe Fagundes e Yuri Kotke, ou mais diretamente o Coletivo ES3, do Circuito Regional de Performance BodeArte, um evento em performance que se quis performance, que foi talvez nossa maior performance em termos de abrangência e exigência. Quis-se e se tornou. O Circuito BodeArte que teve como território sede a cidade dunar de Natal, no Rio Grande do Norte, brota num contexto litorâneo, que retoma a seca como mito orgânico das paisagens culturais. Mais propriamente poderia falar de uma resistência à seca, uma sobrevivência à seca, não necessariamente como fenômeno climático, mas como espaço de ressecamento e endurecimento das possibilidades de se viver de arte no contexto potiguar. Potiguar, que em sua matriz signica comedor de camarão, mas outro potiguar, o potiguar da insistência em deixar de ser o folclore nanciado pelas preguiças de gestões públicas e suas políticas culturais, um potiguar que é resistência à colonização das instâncias normalizantes e invasoras, como os índios potiguaras que outrora viveram no Rio Grande do Norte, antes de sua completa obliteração nesse território. Bode, força fecundante, trágica e cômica, balido e ditirambo. Bode, vestimenta, comida, companheiro, sacrifício, adorno. Bode que para permanecer vivo come o que para outros é lixo, o para outros não pode ser digerido. Come o que outros não aprenderam a comer, como o que não se prova, saboreia o que não conhecem outros paladares, e vive. Come o que não deveria, vive onde não se deveria. Esse bode que no frontispício do nome do evento vem abrir seus rituais de encontro e celebração das potências de ação do corpo. É esse bode que entra no espaço de discussão quando falamos da BodeArte, um bode incorporado, encorpado, que deixa de ser a body art da língua inglesa, e se torna não apenas uma arte do corpo, mas um arte do corpo que insiste na vida, quando s condições diante dele são de morte.

Um arte, como se chama a ação de risco, de risco ao corpo: “Menino, saia da boca desse poço que você vai acabar fazendo um arte!”. Não a arte dos grandes centros de nanciamento e circulação, não a arte que lota casas de espetáculo e esgota ingressos, muitas vezes não a arte que se é pago para fazer, mas se paga do próprio bolso para acontecer. Arte de risco não apenas nas suas proposições concernentes ao corpo, mas de risco econômico, político, social. Ao criar o Circuito Regional de Performance BodeArte, o Coletivo ES3 pôs em jogo e trabalho com sua produção uma performance, mais do quê um evento de performance. Projetou em visibilidade uma sobrevivência imprevista, e uma visibilidade palpável, diante daqueles que já acenavam com a mão se despedindo da performance arte. E na gura de seu acontecimento fez isso de maneira autosustentável, mantida pelos bolsos e economias daqueles que dele participaram e cobriram seus gastos para das mais diversas cardealidades do país virem à Natal e formarem o grande fato (substantivo coletivo para bode) da performance arte brasileira que existe em grandes e crescentes números. A ecologia dessa BodeArte, de ser um e ser muitos, de não existir em ninguém, mas surgir no encontro entre corpos, dá voz a um organismo de forma imprevista que permanece em movimento sob o céu de luzes, criando sob si e projetando sobre a superfície sua sombra de indeterminação das luzes do estabelecido, do propício e do provável. Um arte, esse corpo que se insiste aberto a outras possibilidades de estar no mundo e com o mundo, uma performance-como-BodeArte, uma BodeArte-como-performance, que para além do que não se pode vasculha na precariedade de condições outros erros e errâncias, retiros e retirâncias, na multiplicidade de vozes da performance. Só, mas não somente, unidos, mas não unidamente, esse performers que são o corpo do BodeArte e com os quais vocês se encontrarão nas páginas desse apêndice, são a presença de uma força que ainda começa a reconhecer a si mesma, ao seus, membros órgãos e pele.


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Um comentário sobre encontrar-se em performance O cenário no campo da performance arte tem ganhado maior visibilidade em sua produção no Brasil, e esse crescimento tem se constituído, dentre outros setores, em cenários independentes, onde artistas tem se utilizado de uma estratégia de criação de encontros, eventos e fóruns para fazerem circular suas produções e estabelecerem com ela diálogos uns com os outros, assim como com o público de diferentes contextos. Essa denominação do contexto como independente se dá pelo fato de grande parte desses eventos, por exemplo, o Trampolim (ES) realizado em 2010, Festival do Apartamento (SP), realizado anualmente há mais de uma década, e o próprio Circuito Regional de Performance BodeArte (RN), se estabelecerem através da cooperação e investimentos econômicos de seus propositores, assim como dos participantes que o compõem. São também agenciados para sua realização sistemas de parceria, onde serviços de empresas ou entidades de pesquisa e educação são dispostos ou movidos de seu m para a realização destes eventos. A busca desses encontros se presentica no objetivo desses eventos, o de criar não apenas diálogos em performance, entre trabalhos e processos criativos, mas ao movê-los também valerse dessa união de sujeitos para gerar visibilidade para o próprio campo da performance arte, fator que é explícito, por exemplo, na Mostra p.Arte (PR), mensalmente produzida em Curitiba pelos curadores Fernando Ribeiro e Tissa Valverde. Sem fugir dos aspectos presentes na constituição do Circuito BodeArte, o que podemos observar em outros eventos no campo da performance arte, como os mencionados, é a orientação de um cenário de cooperação entre performers nestes encontros no território nacional, pensando o próprio ato de reunirem-se como ação de performance e ação política. De performance, pois opera no encontro o questionamento e discussão de práticas, de modos de vida e criação no campo da performance arte, e da própria performance sua visibilidade no cenário nacional. Ação política desde o ato de encontrar-se com o outro e estar aberto a pôr em discussão a singularidade de cada

experiência, até o ponto de produção de um grupo que no ato de sua reunião evidencia tensões das políticas culturais do país. O evento aparece então como estratégia política de performance, e os performers como corpos do grupo, coletividade que dá vida, que constitui em seus movimentos a imanência dessa porítica. Cooperar como sistema de sobreviver a uma precariedade diante dos cenários de planejamento de investimentos culturais continuados para o campo da performance arte. Cooperar nessa performance-como-BodeArte, na reunião dos sujeitos e suas singularidades, advindos de diversos estados e cidades no país para criar nas trocas entre cada performer uma inteligência movida pelas afetações que a prática de um agencia no outro e vice-versa. Deslocar-se, entre estados, entre cidades, como estratégia de encontro com o outro da arte, da performance, do corpo, do outro. Existir nas porosidades do encontro.


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Do meu lugar O meu arte na elaboração desse material que o leitor encontrará a seguir se posiciona num espaço de elaboração morto-vivo. Vivo porque falo de um circuito de performance que aconteceu e moveu em cooperação diversos corpos para acontecer, que ganhou lugar na paisagem de produção cultural local e nacional. Morto, porque toda palavra sobre ação decorrida é sinal de morte da ação, isto é, porque falo de uma memória, seja a minha própria, seja a de documentos, falo a partir de uma distância temporal do acontecido. Dessa feita, o Circuito Regional de Performance BodeArte que você encontrará a seguir é uma espécie de gato de Schrödinger, vivo e morto simultaneamente, é uma possibilidade em toda a quântica possível da experiência do evento. O processo de travessia é árduo e multifacetado, imagens e textos não são correspondências exatas aos acontecimentos (se estas existem), são o esforço de minha curadoria em atravessar o fenômeno complexo do Circuito BodeArte, para essa mídia de divisões paginadas e bidimensional, esta mídia da palavra. Dito isso prometo a você que este é um esforço que luta para não deixar morrer a poesia do acontecido, em favor do arquivamento do acontecido, mas que tenta, como o Circuito BodeArte, estabelecer diálogos e potências de encontro com uma experiência distinta de performance. Esse olhar que ora apresento não é dramatúrgico, isso é, não reúne os fatos e cria a partir dos materiais coletados coesão e consonância, mesmo que por ênfase na sua oposição e diferenças entre si. Sua estruturação não é dramática, pois suas problemáticas não são unas, ou mesmo fabulares. Meu esforço é o de uma performaturgia, um esforço em deixar inacabadas para o leitor às mesmas instâncias que lhe mostro. Performance (performatus – acabado de formar) e urgia (ergon – trabalho).

Para encerrar passando pelo caminho das artes visuais, esse olhar que ora apresento é o de um homem que constrói a instalação de uma duna dentro de uma sala, embora as escalas, dinâmicas e interações não sejam as mesmas que esse objeto provocava em sua existência no mundo, trabalho na criação de um espaço-tempo onde suas poéticas (como a leveza, o movimento, a passagem entre monte e grãos de areia) possam existir para outros olhares e perceber-se em outros contextos. Sem mais, e com tanto mais, deixo-os seguir em direção as demais páginas. Como o anjo torto disse a Carlos Drummond de Andrade, encerro dizendo ao Circuito Regional de Performance BodeArte: “Vai Circuito! Sê bode na vida.”


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******************************************************************* Por uma questão de formatação desse apêndice, as fontes das fotografias serão citadas sempre de maneira antecedente ao início de cada edição no percurso traçado em imagens a seguir. As fotografias referentes a primeira edição do Circuito BodeArte advém do acervo do fotógrafo Rodrigo Sena, da fotógrafa Thamise Cerqueira, dos performers Chrystine Silva, Pãmela Guimarães, Beto Leite e Maycira Leão.


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Chrystine Silva (Coletivo ES3) Mestranda em Artes Cênicas e Licenciada em Teatro pela UFRN, atua também como performer e bailarina residente na cidade do Natal – RN. Integrante do Coletivo Es3, apresentou performances suas em diversos circuitos e salões Em Natal, bem como em instâncias regionais e nacionais.

“Outro Manifesto - Um Artista da Fome” propõe um diálogo que relaciona performance arte, instalação artística e dança contemporânea. Investiga em seu processo criativo a fome como ponto central da experiência humana, a fome como parte da identidade do sujeito l a t i n o - a m e r i c a n o , b r a s i l e i r o ,questionando como pensá-la no corpo do artista contemporâneo. Um trabalho que opera também a partir da obra de um dos principais escritores da literatura internacional, Franz Kafka, traçando neste diálogo o contato com um texto pouco conhecido do autor, “Artista da Fome”, que discutia há quase um século atrás o que significa ser artista e como o mundo responde a esta identidade.


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14. Chrystine Silva. Outro Manifesto, 2011 (RN). Performance criada como integrante do Coletivo Es3. 40 min. TECESol, 2011.


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15. Chrystine Silva. Outro Manifesto, 2011 (RN). TECESol, 2011.


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Sandro Souza Silva Ator-pesquisador e arte educador, graduado em Comunicação Social e em Educação Artística (Artes Cênicas) na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas na mesma instituição.

“Dançando as avessas” é resultado de uma pesquisa de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). Corpo sem órgãos, loucura, transe, êxtase, dança às avessas e experiência limite são alguns dos temas tratados em uma performance que mescla procedimentos do teatro, da dança e da performance arte. O universo paradoxal do corpo e da existência humana é apresentado utilizando-se da poética do escritor e encenador francês Antonin Artaud e da mítica hindu, com sua filosofia milenar.


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16. Sandro Souza Silva. Dançando às Avessas, 2010 (RN). TECESol, 2011.


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Yuri Kotke (Coletivo ES3) Pesquisador, performer e sexological bodyworker, da cidade do Natal (RN), Kotke é licenciado em Teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e integrou entre os anos de 2009 e 2012 o Coletivo ES3

O projeto "O que está aqui está em todo lugar, o que não está aqui está em lugar nenhum" foi coordenado por Yuri Kotke, em trabalho com os performers Jota Mombaça, Paulo Nascimento e Ramilla Souza, e produzido pelo Coletivo ES3.

O projeto "O que está aqui está em todo lugar, o que não está aqui está em lugar nenhum" tira seu nome de um axioma filosofia tântrica, filosofia oriental que assume que tudo faz parte do uno, que a realidade no pode ser dividida. Dessa forma, os impulsos eróticos e sexuais fariam parte da ascensão espiritual.Partindo desse princípio, assume que o erótico pode e deve aparecer no objeto artístico, e, numa proposta mais desafiadora, pode ser o foco central de uma obra movida pelo corpo em performance.


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17. Yuri Kotke, Jota Mombaça, Paulo Nascimento, Ramilla Souza. O Que Está Aqui Está em Todo Lugar, O Que Não Está Aqui Está em Lugar Nenhum, 2011 (RN). TECESol, 2011.


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Grupo Estandarte Surgiu no ano de 1986 na cidade do Natal-RN, partindo da iniciativa de um grupo de jovens atores que desejavam estudar e pesquisar a cultura popular e levar o teatro às comunidades que não tinham acesso as casas de espetáculo profissionais.Oficialmente trabalha e investiga performance a partir de sua participação no I Circuito Regional de Performance BodeArte, nãooficialmente desenvolve experimentos performáticos desde a década de 1990.

Em "Como se Chama o Nome Disso? 1", a performer Marinalva Sousa está vestida de bailarina junto dos espectadores, carrega sapatilhas de ponta nos ombros e uma caixa de som nas mãos, as meias estão suspensas dos pés, os pés estão descalço. Ela vai até um canto do espaço de apresentação calça as meias e as sapatilha, liga a caixa de som, a partir da qual é emitida a música da ação. Se coloca na preparação em quinta posição do balé clássico, e tenta ficar nessa posição até acabar a música. Acabando a música a performer desliga o som, retira as sapatilhas, as coloca nos ombros, levanta a meia, fica com os pés descalço se integra ao grupo de espectadores. "Como se chama o nome disso? 2" propõe uma ação de questionamento das nomenclaturas e seu status quo de limitação com relação a cena. Lança dessa maneira num jogo entre os integrantes do grupo e o próprio público questionamentos e supostas definições sobre a natureza da arte da performance e suas divergências e convergências com a cena de teatro, questionando antes de mais nada o poder do nome sobre o olhar que se lança sobre o corpo em cena.


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18. Grupo Estandarte. Como Se Chama o Nome Disso? 1, 2011 (RN). TECESol, 2011.


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19. Grupo Estandarte. Como Se Chama o Nome Disso? 2, 2011 (RN). TECESol, 2011.


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Grupo TOTEM O Grupo Totem participa da cena Pernambucana desde 1988. Fundamenta-se principalmente nas propostas de Antonin Artaud, na Antropofagia Cultural de Oswald de Andrade, na Dança-Teatro de Pina Bausch, no pensamento de Carl Gustav Jung. O grupo lança mão de uma multilinguagem. Trabalha com a investigação do universo do performer, sua visão de mundo sua mitologia pessoal, seu mapa corporal, aliados à idéia de que um performer/dançarino/ator; a ritualidade, a manipulação de símbolos vitais.

A encenação performática Nicho-Portal do Imaginarium" é uma livre licença poética a partir da série de gravuras “Dos Seres Imaginários” de Airton Cardim, do “Livro dos Seres Imaginários” de Jorge Luiz Borges e das mitologias pessoais dos performers. Como outros trabalhos, o Totem mistura teatro, dança performance, a r t e s v i s u a i s – a s g r a v u r a s s ã o superdimensionadas em projeções que se confundem com a iluminação e uma polifonia de vozes, uma instalação sonora, construída a partir de textos de Jorge Luiz Borges e Antonin Artaud. A polifonia de vozes cria uma atmosfera propícia para a execução da performance, que começa com caminhadas dançantes das performers.


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20. Grupo TOTEM. Nicho Portal do Imaginarium, 2011 (PE). TECESol, 2011.


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Tito de Andrea (Projeto cadaFalso) Graduado em Letras pela Universidade Federal do Ceará, é escritor e integrante do coletivo Projeto cadaFalso, um canal de pesquisa e experimentação da multi-linguagem desde 2008, com sede e Fortaleza Ceará.

A performance "De Todos os Laços" consiste em um rito de passagem e de morte. O homem arma sua forca, seu espelho, troca de roupas, barbeia-se diante do espelho, sobe em seu caixote-palcocadafalso e lê sua carta, seu último dito, sua despedida e justificativa. Rompeu todos os laços com a humanidade até que construiu o último que não poderá ser rompido. Coloca o laço no pescoço, desce do palco e sai com a forca no pescoço. A corda, que não está amarrada, cede e ele segue adiante, indo, indo, indo.


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21. Tito de Andréa. De Todos os Laços, 2011 (CE). TECESol, 2011.


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Washington Hemmes (Projeto cadaFalso) Mestre em Lingüística pela Universidade Federal do Ceará, é escritor, dramaturgo e professor. É integrante e co-fundador do Projeto cadaFalso, um canal de pesquisa e experimentação da multilinguagem desde 2008, com sede em Fortaleza - Ceará.

Em "Big Bang - Performance Literocínica" temos o corpo penetrando a linguagem. A explosão pelo prazer e a contenção pelo medo. O sagrado e o profano. A luz e o breu. O riso, o sexo, a morte, a arte, a fé, o mistério, o desejo e a impossibilidade de tudo isso. Eros e Tanatos. Criar ou destruir: haverá diferença? Na ação um desnudo performer sai de um baú vendado e trazendo uma lanterna em mãos. O espaço encontra-se completamente no breu até que Hemmes nos revela a projeção de um vídeo, onde lê, entre glossolalias e frases, um manifesto.


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22. Washington Hemmes. Big Bang - Performance LiterocĂ­nica, 2011 (CE). TECESol, 2011.


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Mandú Performance Art Grupo de pesquisa e poéticas artísticas em performance composto por Tiago Sant'Ana, Violeta Martinez, Flávia Pedroso e Julio César Sanches. O grupo tem sede no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

"Proposições Para o Recôncavo Nº 2" é uma reunião de ações que remetem à memória,ao imaginário do Recôncavo da Bahia.Essa região é marcada pela forte matricialidade afro. No período colonial consistiu num grande sítio da cana de açúcar e, conseqüentemente, um lugar escravocrata. A memória e os materiais estão presentes nesse trabalho que será realizado por meio de telepresença – também numa proposta de globalização do Recôncavo, esgarçando os limites entre o local e o global, e entre a matricialidade e a tecnologia.


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23. Mandú Performance Art. Proposições para o Recôncavo N#2, 2011 (BA). TECESol, 2011.


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Sandro Souza Silva Ator-pesquisador e arte educador, graduado em Comunicação Social e em Educação Artística (Artes Cênicas) na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas na mesma instituição.

O projeto "Híbrida" surgiu como uma intervenção poética da Familia Marmota, no experimento "Esperando Híbrida" da Cia Xamã Tribal. Após esta apresentação continuou sendo apresentado em eventos enquanto performance solo. O texto utilizado é o poema "Aviso da Lua que Menstrua" da poetisa carioca Elisa Lucinda e trata do universo feminino a partir do ponto de vista da mulher. Entretanto essa mulher é apresentada na performance enquanto um homem travestido, causando o estranhamento necessário para se discutir a questão de gênero (masculino/ feminino/ híbrido) em nossa sociedade.


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24. Sandro Souza Silva. HĂ­brida, 2010 (RN). TECESol, 2011.


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Mary Vaz Atriz/Pesquisadora/Performer - Graduada em Artes Cênicas/ Teatro Licenciatura - Universidade Federal de Alagoas - UFAL. Desde o ano de 2008 se dedica a trabalhar seu corpo por meio da dança/teatro/performance, produzindo em Maceió Alagoas.

"Fragmentos de um ANÔNIMO" é parte do processo criativo performático: ANÔNIMO(A). Onde a performer questiona o seu anonimato enquanto pessoa que saiu do campo para cidade. Ela faz uma trajetória poética dessas raízes impregnadas de folhas, matos... Nesse fragmento, a performer mostra uma máscara primeira, a máscara enraizada nas memórias desse corpo arrastando inúmeras impressões e sentidos ainda fincados numa terra de absoluta paz e de encontro com a natureza – a casa dela. Usando um espelho, cola, folhas de árvore caídas, ela se coloca no espaço a serviço de um encontro entre performer/público.


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25. Mary Vaz. Fragmentos de um An么nimo(a), 2010 (AL). TECESol, 2011.


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Coletivo Independente de Performance O CIP surgiu da vontade de um grupo de universitários em experimentar seus corpos através da linguagem da performance, orientados por Mary Vaz. A proposta é buscar autonomia do artista performático visando questões individuais que influenciam na cena performática.

"Esqueci meu coração" surge através de discussões sobre as relações afetivas humanas em busca dessa entrega, disputa e interminável procura da medida certa. Quatro garotas, um coração de pelúcia vermelho e algumas frases clichês; disputando este coração, rastejando-se, gritando, chorando, gargalhando,fazendo tudo o que se faz num relacionamento. O que o trabalho transmite é tudo aquilo que sente em uma relação, amorosa ou não, tudo o que se vivência com o outro. Esta performance conta com a coordenação de Mary Vaz e Pâmela Guimarães.


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26. CIP - Coletivo Independente de Performance. Esqueci Meu Coração, 2011 (AL). TECESol, 2011.


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Charlene Sadd Possui graduação em Artes Cênicas: Licenciatura em Teatro, pela Universidade Federal de Alagoas (2009). Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Performance. Trabalha hoje de forma independente. Foi sócia da Associação Artística Saudáveis Subversivos (RJ), sendo participante de seu núcleo de pesquisas em artes cênicas, apresentando em 2011 a obra DESNUDA, premiada pelo Alagoas em Cena 2010 e selecionada para programação da Aldeia Sesc das Alagoas 2011. Integra os projetos da Cia. LTDA desde 2006, mantendo ainda hoje vínculos criativos, dentre eles, Recursos Humanos premiado pelo Klauss Viana 2006/2007, pelo Alagoas em cena 2006 e pelo BNB Cultura 2008, onde atuou como Performer-bailarina.

Esta apresentação de "Rótulo: as impressões do corpo" foi dividida em dois fragmentos. No 1º fragmento a performer tem uma tigela contendo 2 litros de gelatina e um vídeo sobre o seu corpo projetando rótulos de diversos tipos de alimentos; A ação de comer se repete até que se acabe toda a gelatina ao som de panelas batendo e outros sons remixados. No 2º fragmento a ação também é uma ação repetitiva, onde o corpo passa aproximadamente sob a luz de um pedente (luminária) 8 minutos chacoalhando, deixando que o som que saia neste momento seja o choque do seu corpo com seu próprio corpo. Ainda neste fragmento a performer se esparadrapa com um rolo de fita de empacotamento, ficando com o corpo quase imóvel pela privação que a fita causa aos movimentos das pernas.


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27. Charlene Sadd. R贸tulo - Impress玫es do Corpo, 2009 (AL). TECESol, 2011.


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Carol Piñeiro É Performer , Atriz, Diretora, e Bailarina, residente na cidade do Natal (RN). Possui trabalhos, nas funções supracitadas, apresentados em circuitos e espaços culturais locais e nacionais. Trabalha com Performance Arte desde 2008 como integrante do Projeto Disfunctorium – Intervenções Artísticas.

Em " Primeiro Estranha-se. Depois Entranha-se", a performer tendo sua cabeça envolta por um colar elizabetano, a performer atravessa lentamente um percurso no qual exista uma rotatividade grande de pessoas, utilizando um vestido vermelho (com uma cauda de 2 metros) revestido com rótulos da marca Coca-Cola. O vestido reafirma e ressalta a união do sujeito com o próprio vício, como um casamento, uma procissão, e até mesmo um sacrifício. O colar elisabetano situado em seu pescoço, esconde sua identidade obtendo uma auto-anulação do ser e uma supervalorização do objeto de consumo perante a um ser irracional que só consome e é engolido pelo consumo. A performer então se localiza em baixo de uma estrutura de ferro contendo um galão de 20 litros de Coca-cola que são despejados neste funil humano.


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28. Carol Pi単eiro. Primeiro Estranha-se, Depois Entranha-se, 2008 (RN). TECESol, 2011.


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Felipe Gomez, Vinícius Dantas F. G. é engenheiro em mecatrônica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e atua em projetos transdisciplinares envolvendo sistemas interativos, microcontroladores, sensores eletrônicos e desenvolvimento de softwares. V.C. é artista multimídia natalense.Interessado em arte e tecnologia, hipermídia, transmídia, cultura pop,imagem em preto-e-branco, narração gráfica, sujeira, design e abraços.

"Bafo 2.0" propõe experiências meditativas baseadas na possibilidade de comunicação da atividade respiratória das pessoas. O sistema, sensível ao ar que sai através das narinas de seus “usuários”, traduz ritmos pulmonares em arranjos luminosos. A interface da instalação performática proposta para o BodeArte compõe-se de uma máscara em forma de tromba luminosa flutuante, equipada com sensores elétricos ligados a um microcontrolador (Arduino).


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29. VinĂ­cius Dantas, Felipe Gomez. Bafo 2.0, 2011 (RN) TECESol, 2011.


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Amor Experimental e Araramboiadefogo Fundado em 2006, o grupo surge da fusão em performance entre duas frentes artísticas que exercitam-se através de ações livres e efêmeras, dotadas de um caráter colaborativo, cujo interesse se baseia na afirmação de uma presença poética e tudo o que dela deriva.

"Volume Bode" se constitui de uma caixa de papelão transpassada por conduítes . A brincadeira provocada trata de fazer a montagem na frente do público... ou/e com a participação do mesmo, e em seguida colocar a "caixa capacete" (cabeça de medusa) e sair andando, pulando, agachando e variando de velocidade, por entre o público. Uma vez assoprados os conduítes ,têm-se a produção de um espaço sonoro, um som que em uníssono lembra uma "passarada".


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30. Amor Experimental e Araramboiadefogo. Volume Bode, 2010 (SP) TECESol, 2011.


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Jean Sartief Graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e mestrado em Ciências Sociais pela mesma instituição, é performer, fotógrafo e poeta, já tendo participado de diversas residências e salões a nível regional e nacional, como a Residência Artística Deslocamentos (PE), ou o Prêmio Interações Florestais Terra Una (MG).

A performance "SM" é parte de uma provocação e pesquisa sobre o corpo e a sexualidade. O performer entra no espaço tocando um sino de coleira de animais, o público acompanha então o performer, completamente vestido de branco, se posicionar no espaço e cobrir totalmente sua face com uma pasta branca de argila.Coloca então em seu pescoço uma coleira com duas guias. Coloca o sino no chão e oferece as duas guias ao público, que, por sua vez, deve manipulá-las e assim conduzí-lo da forma e pelos caminhos que desejar.


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31. Jean Sartief. SM, 2010 (RN) TECESol, 2011.


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Zmário, Jota Mombaça Z. é Mestre em Artes Visuais pela Escola de Belas Artes da UFBA, onde pesquisou a produção de Performance Arte na cidade de Salvador - Bahia. É artista performático, pesquisador da linguagem artística performance e servidor de cafezinho. Atua no campo da performance arte desde o ano de 1997. J.M. é graduando em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e trabalha com performance na cidade do Natal há três anos, tendo apresentado performances em diversos espaços culturais na cidade e fora dela. É anarquista, porno-terrorista, vadia-queer, e escritor, mas preferia não.

"Isto não é body art", da série "Depilação Masculina", em essência, trata do corpo do homem contemporâneo: limpo, asséptico, sem suor e sem pelos! Refiro-me também ao “metrossexual”, o dito “homem que se cuida”, que vai ao centro de estética para pedicure, manicure, máscara facial, massagem relaxante, relaxamento capilar, maquiagem masculina e a depilação masculina! O homem deve ser belo!? Claro! Mas que corpo é este (da mulher e também do homem) excessivamente e artificialmente belo, plastificado, bombado, antitranspirante, limpíssimo, cheirossísimo, depiladíssimo? Ainda assim é corpo sem seus humores e cheiros tão próprios (feromônios); com as marcas do tempo que, inevitavelmente, marca; com as gordurinhas localizadas?! Na ação proposta por Zmário de terras baianas e performada por Jota Mombaça em Natal, o performer abaixa sua calça e depila em diversas composições dua região púbica.


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32. Zmário; Jota Mombaça. «Isto Não É Body Art», 2011 (BA/RN) TECESol, 2011.


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Wellington Junior Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará UFC (1992), mestrado (1997) e doutorado (2001) em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP. Pós-Doutorando em Artes no Departamento de Comunicação e Artes DeCA da Universidade de Aveiro UA . Membro do Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura ID+. É professor adjunto do Instituto de Cultura e Arte ICA e do Programa de PósGraduação em Comunicação PPGCom da UFC. É líder do Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte LICCA, registrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq. Artista visual e performer.

Em "Rei-de-Ratos" o performer tece uma rede unindo pessoas pelos cabelos; tantas quanto se disponibilizarem para a ação. Delicadas tranças formam um aglomerado de corpos e pêlos, amontoados, unidos, aproximados.


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33. Wellington Junior. Rei-de-Ratos, 2010 (CE) TECESol, 2011.


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Joto Gomo Graduado em Artes Visuais pela Faculdade Unibennett (RJ). Performer, curador, pesquisador e professor, nordestino, mas residente no Rio de Janeiro. Trabalha com performance desde o ano de 2006.

"Os Sintomas" é uma ação que trduz colocações inesperadas, sem ordem e sem desordem; Na performance o artista usa ataduras de finalidade médica e se envolve nestas, assim como em elementos encontrados no ato de realização da ação, no momento de seu acontecimento. A duração da ação é variável, podendo ter duração de horas como de apenas alguns minutos, estando esta em dependência dos sintomas descobertos pelo corpo no espaço.


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34. Joto Gomo. Sintomas, 2010 (RJ) Ruas da cidade do Rio de Janeiro, 2011.


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Lúcio Agra É natural de Recife (PE), cresceu no Estado do Rio de Janeiro e, há 15 anos, vive e trabalha em São Paulo. Sua produção artística mescla a poesia, a performance, a música e as tecnologias. Também é professor de performance na Graduação em Comunicação das Artes do Corpo da PUC-SP, mesma instituição na qual doutorou-se em Comunicação e Semiótica com a tese Monstrutivismo - reta e curva das vanguardas, recentemente publicada (Ed. Perspectiva, 2010). Prepara novo livro sobre a performance no contemporâneo.

Em "O que pode a performance no Nordeste?" o performer realiza a leitura performática do texto-manifesto que apresenta a primeira edição do Circuito BodeArte, de sua autoria. Entre trocas de máscaras, parafernálias, paródias, jogos de sentido e megafones, o público acompanha essa poética e incorporada enunciação das potências da performance no Nordeste à plenos pulmões.


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35. Lúcio Agra. O Que Pode a Performance no Nordeste?, 2011 (SP) Residência do performer - São Paulo, 2011.


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Marcelo Gandhi É graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. É natural do Rio Grande do Norte, mas vive e trabalha em São Paulo. Trabalha com artes visuais desenvolvendo uma ação própria em linguagem gráfica e performática desde anos 90 .

A ação performática "O Educador" parte da figura do Educador criada a partir da experiência do performer como tal no ensino público na cidade do Natal. A figura questiona os modelos, os padrões... o que afinal é educação? A partir desse questionamento, o performer dá vazão a esse alter ego, criando situações, através da voz e ação, para lidar com ele.


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36. Marcelo Gandhi. O Educador, 2011 (SP/RN) Natal, 2011.


264

Tábata Costa Formada em Educação Artística pela UNESP,é performer em São Paulo, pesquisando sobre as relações entre o corpo e o espaço no espaço urbano. Entre 2004 e 2008 fez parte do grupo Alerta! de performances e intervenções urbanas.

A intervenção performática "Interdito 2.0" consiste em vedar olhos e boca com curativos (“band-aid”) e caminhar pelo espaço público, vulnerável à interação das pessoas. O trabalho começou como uma espécie de protesto mudo, que depois potencializou suas possibilidades na interação direta com pessoas em eventos e trocas artísticas e chegou nesta intervenção pública que é, ao mesmo tempo, uma intensa experiência de alterar a percepção do tempo, do espaço e dos outros. Em Interdito, há ainda um jogo de palavras: “inter” (entre, dentro) e “dito”, como uma referência a algo que está supostamente subentendido.


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37. Tรกbata Costa. Interdito 2.0, 2011 (SP) Ruas da cidade de Sรฃo Paulo, 2011.


266

Vinícius Dantas

É artista multimídia natalense.Interessado em arte e tecnologia, hipermídia, transmídia, cultura pop,imagem em preto-e-branco, narração gráfica, sujeira, design e abraços.

Em o "Subindo, Subindo, Subindo" temos o performer subindo uma escada infinitas vezes (looping). O espectador é convidado a comparar essa ação em edições de velocidade digitais e naturais. A interação entre o vídeo e o corpo pretende discutir os efeitos da interação entre o humano e a tecnologia, as redefinições na percepção e ação do corpo mediado por suportes informáticos.


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38. VinĂ­cius Dantas. Subindo, Subindo, Subindo, 2011 (SP) UFRN - Natal, 2011.


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Arthur Scovino

Artista carioca, morando em Salvador desde 2009. Estuda na Escola de Belas Artes da UFBA. Investiga o pensamento em arte contemporânea produzindo videoarte, performance, fotografia e instalações.

Em "Levando os elepês de Gal para Passear" o performer leva os elepês da cantora Gal Costa para passear com ele por onde for, fazê-los respirar novamente os ares das ruas onde, nos anos 80, transitavam das lojas para as casas, das casas para as festas, para outras casas, escolas... mostrálos às crianças, adolescentes, adultos e idosos. A intenção é discutir poeticamente a relação arte-vida, tempo-espaço, propondo participação de artistas, transeuntes, fãs, etc...


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39. Artur Scovino. Levando os ElepĂŞs de Gal para Passear, 2011 (BA) Salvador, 2011.


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Ramilla Souza

Atua na área artística como performer, artista visual, fotógrafa, produtora e assessora de comunicação para projetos culturais. Desenvolve pesquisas acerca da memória e relação com o corpo. Foi co-produtora do Circuito Cultural Baixo do Natal e do evento Cultura em Debate, ambos em 2010.

A instalação interativa traça um paralelo performático entre a pesquisa da artista sobre sua própria sexualidade e a infância da mesma, operando através de pequenas frases escritas um espaço dialético entre as imagens utilizadas,do artista inglês Trevor Brown, e fotos pessoais da artista.


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40. Ramilla Souza. A Sinceridade Pode Deixar Marcas Maiores, 2011 (RN) Natal, 2011.


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André Bezerra, Chrystine Silva (Coletivo ES3) A.B. é Mestrando em Artes Cênicas e Licenciado em Teatro pela UFRN, atua também como performer e artista visual na cidade do Natal - RN. Integrante do Coletivo ES3, apresentou performances suas em diversos circuitos na cidade do Natal, bem como em instâncias nacionais. Mestranda em Artes Cênicas e Licenciada em Teatro pela UFRN, atua também como performer e bailarina residente na cidade do Natal – RN. Integrante do Coletivo Es3, apresentou performances suas em diversos circuitos e salões Em Natal, bem como em instâncias regionais e nacionais.

"Movimento Momento - Fragmentos no Tempo" explora a relação entre o sujeito fotografado e mídia,expandindo essa relação no tempo através do movimentos dos corpos do performers sobre scanner de alta definição. Opera assim expansões, subtrações e fusões entre as formas do corpo, inserindo o tempo como dimensão fotografada e a ação do corpo como agente de uma edição em performance.


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41. AndrĂŠ Bezerra; Chrystine Silva. Movimento-Momento: Fragmentos no Tempo, 2010 (RN) TECESol, 2011.


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Maicyra Leão

Doutoranda em Artes Cênicas - linha de pesquisa: Corpo e(m) performance - pela Universidade Federal da Bahia, Mestre em Arte Contemporânea e Bacharel em Interpretação Teatral, ambos pela Universidade de Brasília. Atualmente professora efetiva do Núcleo de Teatro da Universidade Federal de Sergipe. Desenvolve pesquisas sobre performance na rua, meios alternativos de produção em arte contemporânea e processos colaborativos em performance.

A proposta de "Ação estática - registros de performance na rua de Maicyra" foi apresentar imagens fotográficas de performances já realizadas anteriormente. A mostra reuniu registros de 4 performances realizadas entre 2006 e 2009, sendo elas: Experimentos Gramíneos, Picola-Psicose Colateral, Luto e Guarda-corpo.


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42. Maicyra Leão. Ação Estática - Registros de Performance na Rua de Maicyra, 2010 (SE) Diversas localidades (Brasília - DF, Aracaju - Sergipe, São Paulo - SP), 2011.


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43. Maicyra Leão. Ação Estática - Registros de Performance na Rua de Maicyra, 2010 (SE) Diversas localidades (Brasília - DF, Aracaju - Sergipe, São Paulo - SP), 2011.


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Beto Leite, Carol Piñeiro

B.L. é jornalista, designer gráfico e quadrinista. Trabalha a 6 anos na área, já publicou várias reportagens em quadrinhos na revista on-line Catorze, atualmente cursa pós-graduação em Artes Visuais. C.P. é Performer , Atriz, Diretora, e Bailarina, residente na cidade do Natal (RN). Possui trabalhos, nas funções supracitadas, apresentados em circuitos e espaços culturais locais e nacionais. Trabalha com Performance Arte desde 2008 como integrante do Projeto Disfunctorium – Intervenções Artísticas.

A exposição fotográfica "Sob Controle" parte dos registros de uma intervenção urbana. No trabalho os artistas espalham pelas paredes da cidade acessórios de computação, que aparentam ter alguma funcionalidade, ou subvertem o conceito do funcionamento de alguns aparelhos já existentes. Os equipamentos anexados nas paredes não funcionam. O conceito tem a ver com Computação Pervasiva, com essa urbanização que se mecaniza e deixa seus usuários cada vez mais distantes da compreensão do seu funcionamento.


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44. Beto Leite; Carol Pi単eiro. Sob Controle, 2011 (RN) Ruas da cidade do Natal, 2011.


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******************************************************************* As fotografias referentes a segunda edição do Circuito BodeArte advém do acervo do fotógrafo Lenilson Teixeira, Pâmela Guimarães, Bruno Antunes, Williane Gomes.


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Lúcio Agra É natural de Recife (PE), cresceu no Estado do Rio de Janeiro e, há 15 anos, vive e trabalha em São Paulo. Sua produção artística mescla a poesia, a performance, a música e as tecnologias. Também é professor de performance na Graduação em Comunicação das Artes do Corpo da PUC-SP, mesma instituição na qual doutorou-se em Comunicação e Semiótica com a tese Monstrutivismo - reta e curva das vanguardas, recentemente publicada (Ed. Perspectiva, 2010). Prepara novo livro sobre a performance no contemporâneo.

Em "Quatromilduzentosesessentaecincojpegs" são discutidos os computadores que armazenam, hoje em dia, graças às memórias expandidas, milhares de imagens. A proposta consiste em fazer uma varredura simples de imagens do computador do performer (a última feita, antes da ação, levantou em torno de 4265 arquivos JPG) e produzir uma palestra, com duração bastante expandida, comentando cada uma dessas imagens.


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45 LĂşcio Agra. Quatromilduzentosesessentaecincojpegs, 2012 (SP). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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46. LĂşcio Agra. Quatromilduzentosesessentaecincojpegs, 2012 (SP). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Pâmela Guimarães Graduanda em Artes Cênicas – Licenciatura em Teatro na Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Há mais de três anos se dedica ao cinema e a fotografia vinculados ao estudo das práticas artísticas performáticas em Maceió - Alagoas. Sua formação artística inclui técnicas mais aprofundadas em audiovisual voltadas para o desenvolvimento da ação performática, tendo como interesse a transversalidade.

A Tortura da gota d'água provoca na performer uma imersão num universo que me lhe é comum desde idos tempos de infância, a insônia. No cotidiano a insônia se apresenta de forma corriqueira, enquanto na ação performática ela potencializa o estado e os efeitos deste acontecimento. A performance, como a arte do corpo, possibilita à performer experienciar este estado não como privação, mas como lugar de conhecimento.O tempo amplifica as sensações e lhe confere o domínio deste lugar ao qual se propõe.


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47. P창mela Guimar찾es. Tortura, 2011 (AL). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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48. P창mela Guimar찾es. Tortura, 2011 (AL). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Marcelo Gandhi É graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. É natural do Rio Grande do Norte, mas vive e trabalha em São Paulo. Trabalha com artes visuais desenvolvendo uma ação própria em linguagem gráfica e performática desde anos 90 .

A ação performática "O Educador" parte da figura do Educador criada a partir da experiência do performer como tal no ensino público na cidade do Natal. Nessa nova aparição o Educador discutiu através de suas canções e dança deformada a tradição e o contemporâneo no estado poty.


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49. Marcelo Gandhi. O Educador, 2011 (SP/RN). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Grasiele Sousa É artista independente. Desde 2007 estuda relações entre dança e performance, o que resultou no projeto Cabelódromo (cabelodroma.blogspot.com). Suas performances já foram apresentadas em SP, Brasília, Vitória, Portugal, Chile e Espanha. É membro fundadora da Cia Subdesenvolvida de Dança e da Associação BrP. Mestranda do programa de pósgraduação da Psicologia Clínica – núcleo de estudos da subjetividade contemporânea, na PUC/SP.

A proposta da performer em "I Like Nordeste and Nordeste Likes Me"é uma reperformance da bem conhecida ação de Joseph Beuys, “I like America and America likes me”. Tomando o bode que, já no próprio título do evento, se apresenta como animal emblemático, a performer se propôs a permanecer, em um determinado espaço, cercado, com um bode negro que ela tentou, penteou, cuidou, e com o qual conviveu durante dois dias.


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50. Grasiele Sousa. Eu Amo o Nordeste, e o Nordeste Me Ama, 2012 (SP). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Corpos Informáticos O Grupo Corpos informáticos realiza pesquisas artísticas em performance, videoarte, videoinstalação, vídeo-perfomance, performance em telepresença e web-arte .Constituído na Universidade de Brasília com atores, performers, técnicos, e artistas plásticos, em 1992. Seu objetivo primeiro é interrogar as possíveis relações entre, por um lado, o corpo real, o corpo carne, o corpo presença, isto é, o corpo da linguagem artística Performance, ou do que nomeiam «fuleragem», e o espaços das ruas e das tecnologias.

A ação em "Kombunda" consiste em um passeio com a imagem plotada da Kombunda pela paisagem das praias natalenses, fazendo-a vagar, errar e compor outras possibilidades de fuleragem com o espaço e os banhistas e vendedores na areia e no mar.


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51. Corpos Informรกticos. Kombunda, 2012 (DF). Praia de Ponta Negra, 2012.


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52. Corpos Informรกticos. Kombunda, 2012 (DF). Praia de Ponta Negra, 2012.


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Coletivo Parabelo O Coletivo Parabelo foi formado em 2005 por pessoas de diferentes periferias da cidade de São Paulo. Atualmente desenvolve uma pesquisa em torno das interfaces entre a linguagem da performance, o corpo e o espaço urbano através de ações realizadas em diversas regiões da capital paulistana.

"Eróticoelha" almeja colocar em jogo a figura feminina reificada a serviço do prazer e as possíveis reações suscitadas por esta condição diariamente reforçada por campanhas publicitárias e pela mídia em geral. Performer caracterizada de coelhinha oferece seus seios cobertos com chocolate sobre uma bandeja. Outros dois performers a acompanham incitando as pessoas a prová-los.


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53. Coletivo Parabelo. Er贸ticoelha, 2012 (SP). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Grupo Estandarte Surgiu no ano de 1986 na cidade do Natal-RN, partindo da iniciativa de um grupo de jovens atores que desejavam estudar e pesquisar a cultura popular e levar o teatro às comunidades que não tinham acesso as casas de espetáculo profissionais.Oficialmente trabalha e investiga performance a partir de sua participação no I Circuito Regional de Performance BodeArte, nãooficialmente desenvolve experimentos performáticos desde a década de 1990.

Apesar de tratar-se de um texto teatral em um encontro de performance, a proposta de "Um Uísque para o Rei Saul" teve como intenção provocar a discussão dos conceitos TEATRO/PERFORMANCE, trazendo um prólogo onde atriz e direção discutem sobre a pertinência de se inscrever com um espetáculo de teatro em um encontro de performance. A entrada da platéia para assistir ao espetáculo PERFORMÁTICOTEATRAL, foi condicionada a escrever em um pedaço de papel um conceito de performance em que acreditasse, e na saída do espetáculo esta recebeu outro papel onde escreveu o conceito de teatro em que acreditava.


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54. Grupo Estandarte. Um UĂ­sque para o Rei Saul, 2012 (RN). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Guto Lacaz É arquiteto e artista plástico. Em 1974 abriu seu próprio estúdio, o Arte Moderna, onde realiza todo o tipo de trabalho de criação. Recebeu 20 prêmios entre eles: 1º Mostra do Objeto Inusitado, a Bolsa Guggenheim, 5 melhores designers pela revista Design Gráfico e o Prêmio APCA Obra Gráfica. Publicou os livros: Desculpe a Letra / Ateliê Editorial, Gráfica / Arte Moderna e Guto Lacaz homemobjeto / Editora Décor Books. É colaborador das revistas: Caros Amigos e Wish Report. Humor, poesia e surpresa são marcas de seu trabalho. Criou, produziu e apresentou as performances: ELETROPERFORMANCE, Estranha descoberta acidental, Máquinas I a V, I-O-U – a fábula do cubo e do cavalo.

Em "Helicubo", um pequeno helicóptero controle remoto é montado no interior de um cubo construído com varetas e pintado de branco. Quando o helicóptero voa sob o comando do performer, o cubo acompanha os movimentos. A idéia e fazer um objeto anti aerodinâmico, como o cubo, voar.


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55. Guto Lacaz. Helicubo, 2012 (SP). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Coletivo Parabelo O Coletivo Parabelo foi formado em 2005 por pessoas de diferentes periferias da cidade de São Paulo. Atualmente desenvolve uma pesquisa em torno das interfaces entre a linguagem da performance, o corpo e o espaço urbano através de ações realizadas em diversas regiões da capital paulistana.

"Grampo". Grampo de cabelo, objeto convencionalmente utilizado para fazer penteados e compor o kit de beleza feminino, que, nesta performance, tem seu uso ampliado para além do limite do cabelo em uma proposta de modificação corporal através da interação, construção e desconstrução coletivas de composições corporais extra cotidianas.


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56. Coletivo Parabelo. Grampo, 2012 (SP). Av Rio Branco - Cidade Alta, 2012.


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Ramilla Souza

Atua na área artística como performer, artista visual, fotógrafa, produtora e assessora de comunicação para projetos culturais. Desenvolve pesquisas acerca da memória e relação com o corpo. Foi co-produtora do Circuito Cultural Baixo do Natal e do evento Cultura em Debate, ambos em 2010.

A ação é um extrato da performance "Retratos: Escolha de uma Memória de Infância", em conjunto com instalação de vídeo e de parede. A performer recebe o público um a um em um espaço fechado, portando, cada um, uma foto de infância da mesma que é distribuída anteriormente. Dentro do espaço, serão feitas perguntas e estabelecida uma relação entre as duas partes.


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57. Ramilla Souza. Retratos: Escolha de uma Mem贸ria de Inf芒ncia 3, 2011. IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Ricardo Alvarenga

É artista do corpo e da imagem, graduado em biologia e pós graduando em dança na Universidade Federal da Bahia. Iniciou seu trabalho com arte através da dança contemporânea no ano de 2000 na cidade de Uberlândia-MG. Em 2003 teve um dos seus trabalhos selecionados pelo Rumos Dança Itaú Cultural. Entre 2004 e 2007 foi bailarino da Cia. Municipal de Caxias do Sul – RS. Na mesma cidade dirigiu e concebeu espetáculos da dança e música e deu início a seus trabalhos como videomaker e performer. Morou em Curitiba entre 2009 e 2010, dedicando-se mais efetivamente a performance.

Na performance urbana "Hominidae", o performer escolhe numa praça pública uma árvore que é tramada em seu tronco com dezenas de metros de fios de malha brancos, e habitada por cerca de 10 horas por ele, provocando cisões na paisagem cotidiana da cidade. O corpo na resistência da ação e na contravenção do tempo e do ambiente é atravessado por questões de organicidade, comportamento, micropolítica, utilitarismo, e outros desdobramentos abertos à afecções e subjetividades produzidas no encontro com os passantes e com o meio.


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58. Ricardo Alvarenga. Hominidae, 2010 (BA). Praça André de Alburquerque - Marco Zero, 2012.


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GIM - Grupo de Interação MilaSan

Com sede na cidade do Rio de Janeiro, o grupo coordenado por Camila Santos foi fundado em 2008 e trabalha com as relações entre espaço e performance, explorando as relações de interatividade entre os diversos agentes da cena performática.

Na performance em telepresença "Fenomenum Praxis", três personas executam ações cotidianas enquanto aspectos absurdos da vida comum são anunciados por uma narradora. Frases sobre o corpo humano e sobre qualidade de vida são projetadas pelo espaço. O público foi convidado a interagir virtualmente enviando comentários para o link antes, durante e depois a performance.


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59.GIM - Grupo de Interação Mila-San. Fenomenum Praxis, 2012 (RJ). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Coletivo Lamparina do Mundo

Formado em 2012, na cidade do Natal, pelos artistas plástico Joto Gomo, o quadrinista e jornalista Ramon Ribeiro, e a artista visual Marli Ribeiro, o coletivo opera a partir de diferentes poéticas a investigação das dinâmicas cotidianas de interação entre o homem e o espaço urbano.

A performance "Magrismo", consiste em extrair poesia da precariedade. o trabalho utiliza resíduos domésticos como forma de lidar com condições precárias, propondo uma reciclagem de velhos hábitos e materiais, e apresentando, a partir disso, novos objetos artísticos e idéias. Em sua ação uma criatura coberta de lixo rasteja lentamente atravessando espaços e cruzando o caminho de passantes.


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60.Coletivo Lamparina do Mundo. Magrismo, 2012 (RN). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Heloisa Sousa, Maurício Motta

H.S. é mestranda em Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Atriz e performer residente na cidade do Natal, atualmente, estuda sobre Moda e Performance.

M.M. é mestrando em Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Bailarino, ator, músico e performer, tem passagem por várias companhias nacionais e internacionais no campo da Dança. Participa de ações performáticas na cidade do Natal desde o ano de 2007.

O experimento consiste em uma reunião de possibilidades para a tragédia shakesperiana “Macbeth”, a partir de estudos que relacionam a estética teatral épica e a prática de Jerzy Grotowski, gerando aspectos contemporâneos e performáticos através do diálogo com manifestações artísticas como a dança e as action paintings. Após o encerramento do trabalho, seus materiais permanecem no espaço para visitação enquanto instalação, permitindo novas leituras a partir do estático.


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61.Heloisa Sousa; MaurĂ­cio Motta. Experimento de Possibilidades pra Mac(Beth), 2011 (RN). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Rubiane Maia

É artista visual. Graduada em Artes Visuais e Mestre em Psicologia Institucional pela Universidade Federal do Espítio Santo. Em 2010 e 2011 coordenou com junto ao LAP! Laboratório de Ação e Performance o projeto TRAMPOLIM - Plataforma de encontro com a arte da performance. Organizou em processo colaborativo o (((BOOM))) – Global Creative Action uma plataforma mundial para ações simultâneas ao vivo e transmitidas em rede.

Em "Observatório - Resumo para a insanidade", vemos sentada numa praça, por um período de onze horas, a artista que escreve incessantemente em um caderno tudo o que observa. Não pára de escrever, não se levanta, não fala, não devaneia, não come, não bebe água, não se desloca nem mesmo para ir ao banheiro. Sua única interrupção se dá nos momentos em que percebe estar sendo observada. Daí, a cada vez que isso ocorre, ela cessa a escrita e carimba em sua pele a palavra 'REFLEXO'.


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62.Rubiane Maia. Observatรณrio - Resumo para a Insanidade, 2012 (ES). Praรงa Padre Joรฃo Maria - Cidade Alta, 2012.


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63.Rubiane Maia. Observatรณrio - Resumo para a Insanidade, 2012 (ES). Praรงa Padre Joรฃo Maria - Cidade Alta, 2012.


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Makários Maia

Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal da Paraíba (1988) e mestrado em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia (2005). É professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, lotado no Departamento de Artes. Tem experiência na área de Artes, com ênfase nas práticas criativas e na ação cultural, atuando principalmente nos seguintes temas: encenação, teatro, artes cênicas, ensino de teatro, dramaturgia, complexidade, estudos culturais, poéticas colaborativas e cultura, desenvolvimento humano e poéticas do cotidiano.

Em "A Máscara do Bode", vemos a construção da máscara anunciada em seu título, e em sua ação e fala o performer traz à tona o ritual contido neste ato: O trágico, eterno retorno que, ao mesmo tempo, atualiza a dimensão do humano na vida dos humanos. Recorrer ao terror para criar compaixão é bem a medida do classicismo europeu e dos renascimentos, todos. Mas, mesmo os povos africanos e ameríndios, tem o trágico como medida. Nossa inspiração para a máscara, a fantasia, a pintura facial e a careta é a prova disso. o teatro (e as artes) do nosso passado quase soube disso. a performance é quem melhor sabe. o risco é a borda. a borda é o limite. o limite é o trágico...


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64.Makรกrios Maia. A Mรกscara do Bode, 2012 (RN). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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65.Makรกrios Maia. A Mรกscara do Bode, 2012 (RN). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Beto Leite, Carol Piñeiro, Juão NIN B.L. é jornalista, designer gráfico e quadrinista. Trabalha a 6 anos na área, já publicou várias reportagens em quadrinhos na revista on-line Catorze, atualmente cursa pós-graduação em Artes Visuais. C.P. é Performer , Atriz, Diretora, e Bailarina, residente na cidade do Natal (RN). Possui trabalhos, nas funções supracitadas, apresentados em circuitos e espaços culturais locais e nacionais. Trabalha com Performance Arte desde 2008 como integrante do Projeto Disfunctorium – Intervenções Artísticas. J.N. é Performer , Ator, Diretor, Videomaker e músico, residente na cidade do Natal (RN). Possui trabalhos, nas funções supracitadas, apresentados em circuitos e espaços culturais locais e nacionais. Trabalha com Performance Arte desde 2008 como integrante do Projeto Disfunctorium – Intervenções Artísticas.

Em "Não Pise na Dama" temos três ações intercaladas, no primeiro fragmento trata-se do universo feminino além da discussão de gêneros. Do homem contemporâneo que aborda o feminino, independente de que corpo seja esse. Ações físicas simultâneas à projeção de vídeos que abordam cada um à sua maneira, a problemática Mulher X Sociedade. No segundo extrato propõe-se a autoflagelação da mulher. Terminando o extrato, a última ação ocorre no tecido, com o crescimento dessa mulher e sua fragmentação.


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66.Carol Pi単eiro; Ju達o NIN. N達o Pise na Dama, 2012 (RN). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Corpos Informáticos O Grupo Corpos informáticos realiza pesquisas artísticas em performance, videoarte, videoinstalação, vídeo-perfomance, performance em telepresença e web-arte .Constituído na Universidade de Brasília com atores, performers, técnicos, e artistas plásticos, em 1992. Seu objetivo primeiro é interrogar as possíveis relações entre, por um lado, o corpo real, o corpo carne, o corpo presença, isto é, o corpo da linguagem artística Performance, ou do que nomeiam «fuleragem», e o espaços das ruas e das tecnologias.

A ação em "Unhas Defeitas" consiste no ato de pintar as bordas das unhas dos performers (com esmalte de unha de diversas cores) e as bordas das unhas do público no espaço da praia, convocando o público para o encontro e a troca com essa ação fuleira.


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67.Corpos Informรกticos. Unhas Defeitas, 2010 (DF). Praia de Ponta Negra, 2012.


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Joevan Oliveira Mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Especialista em Representação Teatral pela Universidade Federal da Paraíba em 2008. Atualmente cursa o bacharelado em teatro pela mesma universidade. Ator e performer, tem experiência na área de Artes, com ênfase em Representação Teatral e Performance, com pesquisa na área dos preocessos de criação e recepção.

"Auto Biokhraphia" apresentou o diálogo entre o performer e um outroele-mesmo, que em sua figura inquisidora, encorpado num pequeno sistema de som, impulsiona o performer a falar de si, sobre si, por si.


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68.Joevan Oliveira. Auto Biokhraphia, 2012 (PB). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Edmilson Miranda, Wellington Junior E.M. possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (2008) e é mestrando da linha de Fotografia e Audiovisual do Programa de Pósgraduação na mesma instituição. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Comunicação visual e atua principalmente nos seguintes temas: arte, corpo e dispositivo. Trabalhou junto ao Projeto Balbucio, coletivo de artistas dedicado à investigação e desenvolvimento de projetos de arte contemporânea de 2003 a 2011. É membro do Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte LICCA. W.J. possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará UFC (1992), mestrado (1997) e doutorado (2001) em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP. Pós-Doutorando em Artes no Departamento de Comunicação e Artes DeCA da Universidade de Aveiro UA . Membro do Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura ID+. É professor adjunto do Instituto de Cultura e Arte ICA e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação PPGCom da UFC. É líder do Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte LICCA, registrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq. Artista visual e performer.

Na aula de natureza performática, os artistas-pesquisadores colaboram com o recurso às tecnologias de comunicação (telefonia móvel, internet, projeções multimídia, etc.) para refletir sobre as relações possíveis e necessárias entre metodologia de pesquisa científica e processos criativos em Arte contemporânea, com foco especial na performance e suas mais diversas feições.


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69.Wellington Junior; Edmilson Miranda. Desterritorializações Estético-Cientícas ou... Sobre a Criação Artística, Pesquisa Acadêmica e Bordas, 2012 (CE). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Artur Matuck Tem atuado, no Brasil, Estados Unidos, Canadá e Europa, como professor, pesquisador, escritor, artista plástico, diretor de vídeo, performer, produtor de eventos de telearte e mais recentemente como filósofo da comunicação contemporânea e organizador de simpósios internacionais. Desde 1977, tem apresentado conferências, oficinas, e projetos, nacional e internacionalmente, em tópicos diversos tais como Artes Mediáticas, Arte e Tecnologia, Telecomunicações e Artes, Televisão Interativa, Arte Performance, História da Arte, Arte Combinatória, Direitos Autorais, e Criação Textual Computacional.

Na performance "Sim ou Não? Questões para um Si Mesmo Outro" o performer dirige perguntas de caráter pessoal a ele mesmo. Estas perguntas são gravadas em vídeo deixando um intervalo entre elas para que possam ser respondidas ao vivo.


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70.Artur Matuck. Sim ou N찾o? Quest천es para um Si Mesmo Outro, 2011 (SP). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Izidório Cavalcanti Artista visual pernambucano, com produção centrada em Recife, trabalha com performance arte desde o ano 2000. Participou de diversos salões e exposições regionais e nacionais, trabalhando poeticamente com materiais diversos, investigando sua organicidade e modos de relação com o corpo.

Na performance "Nossos Períodos" são tratadas questões envolvendo a transgressão do sistema de linguagem pelo fenômeno da morte, a morte de um pequeno peixe, num jogo ligado a morte do próprio humano enquanto conceito.


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71.Izid贸rio Cavalcanti. Nossos Per铆odos, 2004 (PE). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Grupo TOTEM O Grupo Totem participa da cena Pernambucana desde 1988. Fundamenta-se principalmente nas propostas de Antonin Artaud, na Antropofagia Cultural de Oswald de Andrade, na Dança-Teatro de Pina Bausch, no pensamento de Carl Gustav Jung. O grupo lança mão de uma multilinguagem. Trabalha com a investigação do universo do performer, sua visão de mundo sua mitologia pessoal, seu mapa corporal, aliados à idéia de que um performer/dançarino/ator; a ritualidade, a manipulação de símbolos vitais.

A performance "Silência" se baseia em rituais de morte, sua construção se deu por work in process. Sob a coordenação de Fred Nascimento os performers envolvidos criaram performances rituais que trataram de suas próprias mortes, convidando o público para participar dentro de uma cena fragmentada, musical, corporal e sinestésica.


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72.Grupo TOTEM. Silência, 2012 (PE). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Otávio Donasci Estudou na Fundação Armando Alvares Penteado -Artes Plasticas (1974-76) entre outros com Prof. Vilén Flusser, possui graduação em Licenciatura Plena pela Faculdade Santa Marcelina (1978) e mestrado em Artes pela Universidade de São Paulo (2003), atuando principalmente nos seguintes temas: Arte e Tecnologia, Performance Arte, Teatro Contemporâneo, Interatividade e Vivências Artísticas. Membro do COLABOR, grupo interligado ao Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte, da Universidade de São Paulo, e GRUPO DE PESQUISA EM PERFORMANCE da PUC. Atualmente é professor da PUC-SP - Artes do Corpo. Há 30 anos é criador de videocriaturas.

"VideoTango" é uma videoperformance com ledcriatura de 40 polegadas adaptada ao corpo do performer, que caminha pelo público, sangrando no final. O performer personifica um ser se afogando num mar cotidiano de falsidade e traição, mas ele é um sobrevivente.


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73.Otavio Donasci. VideoTango, 2005 (SP). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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74.Otavio Donasci. VideoTango, 2005 (SP). IFRN - Cidade Alta, 2012.


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Ramilla Souza

Atua na área artística como performer, artista visual, fotógrafa, produtora e assessora de comunicação para projetos culturais. Desenvolve pesquisas acerca da memória e relação com o corpo. Foi co-produtora do Circuito Cultural Baixo do Natal e do evento Cultura em Debate, ambos em 2010.

"Retratos de Infância", foi uma exposição de oito fotografias, que retratam adultos, nus, segurando seus próprios brinquedos de infância em frente ao sexo. A relação performática estabelecida está em que os objetos (brinquedos) utilizados pertencem ou pertenceram aos indivíduos fotografados desde quando eles eram crianças. Ao mesmo tempo, tenta-se relacionar esses brinquedos com o fato de que a infância é um período em que também nos constituímos como seres sexuais.


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75.Ramilla Souza. Retratos de Inf창ncia, 2011 (RN). Natal, 2011.


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Gabriel Brito Nunes Formado em Dança com especialização em Coreografia pela School for New Dance Development (SNDD) / de Theaterschool / Amsterdamse School voor de Kunsten, Gabriel Brito Nunes atualmente desenvolve projeto de pesquisa de mestrado em performance na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo sob orientacão de Ana Maria Tavares. Estudou dança, coreografia e outras práticas corporais em Nova Iorque, Bruxelas, Amsterdã, Viena e na França. Sua criação artística expõe o corpo como sujeito ao mesmo tempo que objeto em intersecções de diferentes mídias das artes visuais e performáticas e seus trabalhos foram apresentados numa variedade de espaços e teatros em países como Alemanha, Holanda e Espanha.

"Passagens da Vida de Grabriel", foi uma exposição de cinquenta fotografias retiradas da vida do artista/performer GBN através de sua relação de trabalho/amizade com o fotógrafo Filipe dos Santos Barrocas. Nessa instalação performativa e interativa, o performer escreveu diariamente uma nova narrativa de sua vida baseada no olhar fotográfico de seu amigo/colega. Partindo da ideia de corpo como o lócus onde se articulam os poderes público e privado, o espectador é convidado a partilhar de uma interpretação performativa da vida particularizada do artista.


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76.Gabriel Brito Nunes. Passagens da Vida de Gabriel, 2012 (SE/SP). Galeria IFRN - Cidade Alta - Natal, 2012.


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Tábata Costa Formada em Educação Artística pela UNESP,é performer em São Paulo, pesquisando sobre as relações entre o corpo e o espaço no espaço urbano. Entre 2004 e 2008 fez parte do grupo Alerta! de performances e intervenções urbanas.

A performance "O Traje do Paulistano" tratou dos modos de vestir dos moradores de São Paulo. O Traje Paulistano é o traje definitivo dos novos tempos! É o conjunto de vestuário e acessórios mais adequado que você pode almejar para sobreviver no dia-a-dia da grande metrópole paulista ou em qualquer outra grande cidade pós-moderna - se você quer estar o tempo todo conectado, seguro, protegido, bem vestido e (pós) moderno. O fim está próximo! Adquira você também o seu Traje do Paulistano!


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77.Tábata Costa. Traje do Paulistano, 2012 (SP). Residência da performer - São Paulo, 2012.


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Christina Fornaciari Vive e trabalha em Belo Horizonte e Salvador. Mestre em Performance pela Queen Mary University of London, em Londres (Orientador Paul Heritage, Dissertação: Performing Human Rights), e doutoranda em Artes Cênicas pela UFBA (Orientadora Ivani Santana, Tese: Corpo, Política e Tecnologia na Performance). Fez residência artística no Barbican Arts Centre (2004), em Londres e no Bronx Museum (2006), em Nova York. Lecionou Performance e Instalação na UFOP – Univ. Federal de Ouro Preto de 2009 a 2011. Realizou a performance urbana “Performafunk” em 2009 e 2010, e publicou o livro “Funk da Gema” em 2011, por meio dos Prêmios FUNARTE Artes Cênicas na Rua e FUNARTE Produção Crítica em Culturas Populares e Tradicionais.

Descrição das performances na página seguinte.


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Christina Fornaciari

Em "Visual Biography’ a ação é a de montar um espaço de meditação no Parque Nacional de Pequim (China). Meditar. Desenhar no espaço com arroz branco e feijão preto, cada grão simbolizando um aspecto da biografia da artista. Em "Agudás’ temos a discussão sobre escravos africanos que re-colonizam o território brasileiro; bandeiras de suas nações de origem são encrustadas na pele da performer. Um ato que homenageia as ricas heranças culturais deixadas pelos negros em nosso país, traz para o corpo a dor que marcou esse processo, torna presente na cidade de Ouro Preto a memória da colônia por um ponto de vista diferente, não europeu. Em "Furta-céu’ a ação é a de realizar um ensaio de fotos com vestido de noiva comunitário. Dispor as imagens em bacias, pulverizando na água anil branqueador de roupas. Ficar de pé na bacia, até que o vestido absorva a cor azul. Em "Duro-Macio’ a partir de visitas ao Edifício Maletta (BH), a artista conversa com frequentadores dos bares, sebos e barbearias do prédio, e recolhe deles duas memórias: uma dura e uma macia. Ao final desse "trabalho de campo", as lembranças ganham materialidade através dos elementos torresmo (memória dura) e cachaça (memória macia), que são degustados pelo público/participante numa instalação típica da Arte Relacional. A performance "Letra Líquida’ explora a recepção da obra literária em geral. A partir de um alfabeto confeccionado em gelatina, a performer brinca com a materialidade das palavras e explicita a ação da leitura enquanto produção de novas impressões sobre a escrita, gerando ressonâncias que se expandem no território da arte e fora dele. Em "Performa Funk’ artistas de diversas linguagens (video, fotografia, dança, música, performance e grafitti), criam trabalhos autorais a partir da iconografia do funk carioca, promovendo encontro entre arte contemporânea e cultura popular. Em "Suor Mestiço’ a ação questiona o traço curatorial das instituições de arte que, em geral, privilegiam a entrada da arte branca, masculina. Envolve coletar suor dos passantes em absorventes íntimos e rotulá-los com a raça e o gênero ao qual indicarem pertencer, para então exibir esses dispositivos "do lado de fora" da instituição de arte (no caso, o Museu Inimá de Paula) como uma obra coletiva, pluri-racial e multigenérica.


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Christina Fornaciari

Em "Tez’ a performance lida com o limite entre o espaço público e o privado, gerando imagens privadas (de dentro de uma tenda) que são projetadas de modo que possam ser vistas também por pessoas nos outros prédios. Simultaneamente, no banheiro do apartamento, foi deixada uma câmera digital para que as pessoas se fotografassem em sua privacidade, deflagrando novamente o privado em público. A performance "Veia’ traz à tona questões relacionadas ao tempo e à memória, objetivadas pela constante transformação do espaço e do material utilizados na obra. Realizada no Espaço 104, antigo 104 Tecidos (fábrica e loja têxtil), a performance desenha o retorno dos tecidos a esse espaço onde já habitaram, através das ações de rasgar e costurar novamente o material.


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78.Christina Fornaciari. Furta Céu, 2010 (MG). Acima à direita. Ruas da cidade de Belo Horizonte, 2010.

79.Christina Fornaciari. Duro-Macio, 2009 (MG). Acima à esquerda. Belo Horizonte, 2009.

80.Christina Fornaciari. VEIA, 2009 (MG). Abaixo à esquerda. Galpão de empresa de tecidos - Belo Horizonte, 2009.

81.Christina Fornaciari. Letra Líquida, 2011 (MG). Abaixo à direita. Ruas da cidade de Belo Horizonte, 2011.


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82.Christina Fornaciari. Suor Mestiço, 2009 (MG). À esquerda. Ruas da cidade de Belo Horizonte.

83.Christina Fornaciari. Tez, 2008 (MG). Segunda imagem à direita. Apartamento em São Paulo.

84.Christina Fornaciari. Visual Biography, 2010 (MG). Primeira imagem à direita. Pequim - China, 2011.

85.Christina Fornaciari. PERFORMAFUNK, 2010 (MG). Terceira imagem à direita. Ouro Preto, 2012


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86.Christina Fornaciari. Agudรกs, 2011 (MG). Belo Horizonte, 2012.


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Charlene Sadd Possui graduação em Artes Cênicas: Licenciatura em Teatro, pela Universidade Federal de Alagoas (2009). Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Performance. Trabalha hoje de forma independente. Foi sócia da Associação Artística Saudáveis Subversivos (RJ), sendo participante de seu núcleo de pesquisas em artes cênicas, apresentando em 2011 a obra DESNUDA, premiada pelo Alagoas em Cena 2010 e selecionada para programação da Aldeia Sesc das Alagoas 2011. Integra os projetos da Cia. LTDA desde 2006, mantendo ainda hoje vínculos criativos, dentre eles, Recursos Humanos premiado pelo Klauss Viana 2006/2007, pelo Alagoas em cena 2006 e pelo BNB Cultura 2008, onde atuou como Performer-bailarina.

"Efeito Colateral" é uma performance que trata da busca da imagem de um novo feminismo onde o discurso corporal esteja no entre, um movimento que lutava pela inserção da mulher no social e a imagem massificada da Mídia, de mulher objeto.


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87.Charlene Sadd. Efeito Coleteral, 2012 (AL). Ruas da cidade de Alagoas, 2012.


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Obscena Composto atualmente pelos artistas pesquisadores Clarissa Alcantara, Clóvis Domingos, Frederico Caiafa, Joyce Malta, Leandro Acácio, Lissandra Guimarães, Matheus Silva, Nina Caetano e Saulo Salomão, o Obscena funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teóricoprática sobre a cena contemporânea que visa instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. São eixos norteadores do agrupamento independente de pesquisa cênica, o work in process, os procedimentos de ocupação/intervenção em espaços públicos e urbanos e os procedimentos de corpoinstalação, além da investigação de uma ação não representacional a partir do estudo da performatividade e do pensamento obra dos artistas plásticos Artur Barrio, Hélio Oiticica e Lygia Clark.

Em "Festa no Metrô" o coletivo parte de uma questão de criação: Se todos resolvessem festejar e dançar aquilo que estivessem ouvindo em seus fones de ouvido dentro das estações e no metrô de sua cidade, que dança nós veríamos? A resposta é uma performance que é uma festa itinerante que se propaga pelas estações de metrô.


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88.Obscena. Festa no Metr么, 2011 (MG). Metr么 de Belo Horizonte, 2011.


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N3Ps - Nômades Permanentes Pesquisam e Performam Uma equação disjuntiva de conjunto, uma usina de produção desejante. Criado durante o percurso de docência de Clarissa Alcantara no Curso de Artes Cênicas da Universidade Federal de Ouro Preto (20072008) com Clóvis Domingos, Matheus Silva e Nicolas Lopes. O núcleo reúne performers-pesquisadores com propostas de pesquisas que se desenvolvem independentes e sobrepostas, predispostas aos deslocamentos, deslizamentos e às contaminações.

"Corpoalíngua" é um experimento performático do aqui-agora, junta passado-futuro produzindo um presente móvel, um acontecimento processual, de onde o corpo nasce do esquecimento. A criação de uma videocorpografia do processo de pesquisa resulta das práticas realizadas que produzem uma multiplicidade de produtos: corpos inscritos no espaço proliferam imagens videográficas, fotográficas, sonoras, textuais - poema espacial do corpo cujo objetivo é a própria experienciação.


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89.N3Ps. CorpoalĂ­ngua, 2011 (MG). ResidĂŞncia dos artistas em Belo Horizonte, 2011.


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Os Magníficos Seres Invertebrados, Selvática Ações Artísticas OMSI é o encontro de diversos corpos em performance que operam desde 2009 na cidade de Curitiba Paraná. Investigam as relações de corpo e gênero na comtemporaneidade, movendo-se entre o ciberfeminismo, zonas políticas, discussões/ações queer. Criada em 2011, A SAA é uma produtora cultural curitibana interessada em pesquisar e produzir arte contemporânea em um território de intercâmbio artístico e criativo. Através da Casa Selvática – espaço artístico e centro de pesquisas aberto em março de 2012, a Selvática reúne mais de 20 artistas residentes que compartilham seus processos criativos e desenvolvem projetos destinados a investigação de novas linguagens, sejam elas para a dança, teatro, literatura, artes visuais e performáticas, bem como suas respectivas fusões.

Em "Comi o Pônei que Regininha Me Deu" temos em cena a performer Camila Couto. Acoplada à diversas estruturas de luz, e com vestimentas pulpfuturistas, elx desenvolve sequências de ações e movimentos. Elx foi gerada por uma mãe máquina, tecnologias datadas. O ar é camp, a cena é démodé e a esperança ciborgue.


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90.Os Magnícos Seres Invertebrados; Selvática Ações Artísticas. Comi o Pônei que Regininha Me Deu, 2011 (PR). Casa Selvática, 2011.


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Leonardo Mouramateus É graduando em Cinema pela Universidade Federal do Ceará e desenvolve pesquisa em Performance e Dança. Em vídeo co-dirigiu curtas como Fui à Guerra e não te Chamei, exibido e premiado em Mostras e Festivais Nacionais (Melhor Filme, Ator, Atriz, e Prêmio BNB, no 9º Noia: Festival do Audiovisual Universitário; Destaque em Expressão Poética: 16º Festival Brasileiro de Cinema Universitário; - Rio de Janeiro; Seleção Festival de Performance de Belo Horizonte).É aluno do Laboratório de Artes Visuais no Centro de Artes Visuais de Fortaleza (Vila das Artes).

Na performance "Fui à guerra e não te chamei" duas pessoas combinam de arrumar as malas com suas roupas. Se encontram num lugar pré-determinado por elas. Elas tiram as roupas de suas malas e iniciam uma batalha com elas. Cada uma arruma novamente sua mala e volta para casa.


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91.Leonardo Mouramateus. Fui à Guerra e Não Te Chamei, 2010 (CE). Fortaleza, 2011.


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Coletivo ES3 Formado por performers da cidade do Natal - Rio Grande do Norte, trabalha desde 2009 no campo da performance arte. Sua criação se (des)organiza a partir de intersecções entre diversas práticas que atravessa as linguagens da cena e as artes visuais. Tem preocupação central com as relações de processo criativo, corpo e coletividade. Possui trabalhos apresentados em festivais e encontros regionais e nacionais, sendo também produtor do Circuito Regional de Performance BodeArte.

Descrição das performances na página seguinte.


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Coletivo ES3 Na performance "O que Egon Schiele estaria dizendo" são trabalhados a partir do movimento e deslocamento de tensões e imagens pelo corpo da performer, diálogos com as pinturas do austríaco Egon Schiele, em suas potências concernentes à sexualidade, inacabamento da imagem e indicação de movimento. Na performance "Medula Abissal" se estabelece um jogo sonoro entre o corpo do performer e uma corda de caranguejos acoplada à sua cabeça. As mãos dos performers percorrem a corda, os caranguejos se movem. As mãos do performer cabeadas e conectadas a uma pedaleira de guitarra criam diferentes composições. Uma ação entre a tradição preservada e a tradição incorporada. Na performance "Marionetes e Ventrículos" os performer constroem sequências de movimento em interação um com o outro, mediados pelas imagens criadas a partir de sonhos de infância. Investigam um corpo abjeto da infância, um corpo-pesadelo que desperta da incongruência entre a figura infantil e o sujeito adulto. Na performance "Corpo Manifesta" a performer realiza a leitura do manifesto da fome, criado por ela. Nela aponta questões sobre o artista e a criação de arte, discursa sobre o seu contexto enquanto artista, mulher, negra, imigrante, etc. Constrói enquanto lê seu manifesto diversas imagens que fundem referências à África, ao Brasil, às feiras livres, aos rituais de candomblé, aos camelódromos, aos índios potiguaras.


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92.Coletivo ES3. Corpo Manifesta, 2011 (RN). Teatro Hermilo - Apolo - Recife, 2012.


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93.Coletivo ES3. Marionetes e Ventrículos, 2010 (RN). Espaço Gira Dança, 2012.


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94.Coletivo ES3. Medula Abissal, 2011 (RN). Departamento de Artes - UFRN - Natal, 2011.


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95.Coletivo ES3. O Que Egon Schiele Estaria Dizendo, 2009 (RN). Teatro Laborat贸rio Jesiel Figueiredo, 2010.


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Andrea Aparecida É artista visual independente residente na cidade de São Paulo, onde desenvolve projetos relacionados a criação de performances desde o ano de 2009. Investiga as relações entre tempo e ação, com enfoque na percepção do corpo feminino na contemporaneidade.

Na performance "A Espera" dividida em dois momentos, é abordada a angústia de esperar algo num intervalo de tempo distendido. Uma mulher, um vulto, uma sombra, aguarda insistentemente com um livro em suas mãos, alguma coisa que não se sabe, que não vem.


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96.Andreia Aparecida. A Espera, 2011 (SP). S達o Paulo, 2012.


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Coletivo Parabelo O Coletivo Parabelo foi formado em 2005 por pessoas de diferentes periferias da cidade de São Paulo. Atualmente desenvolve uma pesquisa em torno das interfaces entre a linguagem da performance, o corpo e o espaço urbano através de ações realizadas em diversas regiões da capital paulistana.

Em "Animal Laborans" um performer vestido com traje social e uma corda amarrada ao pescoço, a oferece às pessoas a sua volta. Em uma rua movimentada do centro de São Paulo, ele se despoja de seu aparente livre arbítrio, para evidenciar as relações de poder a que estamos submetidos socialmente.


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97.Coletivo Parabelo. Animal Laborans, 2011 (SP). Ruas da cidade de S達o Paulo, 2012.


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Os Conectores Foi criado em fevereiro de 2009 por quatro artistas de áreas distintas, dentre elas: teatro, música, cinema e novas tecnologias. Desde sua criação esses artistas investigam a interface entre suas áreas artísticas e realizam intervenções e performances urbanas que tem como objeto de trabalho e estudo atualidades que interferem diretamente na sociedade, questionando assim a relação da sociedade com o espaço urbano e com o meio ambiente.

Em "Vida" são discutidas questões do cotidiano urbano contemporâneo, a espera das paradas de ônibus, os pedintes na rua, o trânsito, as praças. Os performers aparecem sentados em sofás no meio das paradas desconfortáveis, oferecendo dinheiro aos carro parados no sinal, como estátuas vivas instaladas por longos períodos em uma praça.


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98.Os Conectores. Coletivo, 2010 (MG). Ruas de Belo Horizonte, 2012.


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******************************************************************* As fotografias referentes a terceria edição do Circuito BodeArte advém de fontes muito variadas, de modo que procuraremos apontá-las individualmente ao fim dessa secção, considerando sua extensão.


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João Vilnei Doutorando em Arte e Design pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto - FBAUP, Mestre em Criação Artística Contemporânea pela Universidade de Aveiro (2009) e Bacharel em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Ceará - UFC (2006). Artista visual e performer, integra ainda o Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte da Universidade Federal do Ceará- LICCA/UFC, o Instituto de Investigação em Arte, Design e Sociedade - i2ADS/FBAUP e o Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura - iD+ .

Em “The Artist Ins't Present”, o performer usou sua fotografia, com a frase que dá título a performance colocada sob seu rosto, para representá-lo em eventos internacionais simultâneos. A performance tem clara inspiração à exposição e filme “The artist is present” de Marina Abramovic.


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99. João Vilnei. The Artist Isn’t Present, 2013 (CE). Galeria ACUD, 2013.


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Júnior Pimenta Artista visual, vive e trabalha em Fortaleza, Graduando em Design, cursou quatro semestre do curso de Arquitetura e Urbanismo, atualmente vem realizando suas pesquisas sobre suas relações com os lugares que habita. Nos últimos anos participou de várias mostras entre elas: Salão de Abril em Fortaleza, Hacia un arte del encuentro dos, Buenos Aires – Argentina; MODMonitor arte digital, Jalisco – Mexico; Fora do eixo, Brasília-DF; SAMAP-Salão municipal de João Pessoa-PB, entre outras; Está abrindo em 15 de Agosto a sua primeira exposição individual, que se chama Âmago e irá acontecer na Sala Nordeste – Funarte, no Recife-PE

Em “Entremeio” a ação consiste em caminhar no meio-fio da cidade, tendo como dispositivo a questão do equilíbrio e de barreiras. E pensando também a ideia de continuidade do próprio elemento do meio-fio que está presente no desenho urbano da cidade.


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100. JĂşnior Pimenta. Entremeio, 2013 (CE). Ruas da cidade de Fortaleza, 2013.


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Flávia Naves Flávia Naves é Performer, Artista-Pesquisadora e TeatroEducadora. Com formação em licenciatura em teatro pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). Integrou de 2004 a 2007 o projeto de extensão Núcleo de Pesquisa do Ator e ali criou a performance Roteiros Para Máquinas Desejantes, que se apresentou em praças e ruas da cidade do Rio de Janeiro. Em 2008 apresenta o espetáculo Os Vermes dirigido por Marcelo Valle e Viniciús Arneiro, no evento auto-peças em comemoração aos 20 anos da Cia dos Atores. Nesse mesmo ano recebe o prêmio de melhor atriz pelo espetáculo Entre com direção de Alexandre Rudah no festival de teatro de Rio das Ostras. Em 2009 reside em São Paulo onde se envolve com o grupo XIX de teatro atuando em espetáculos dirigidos por seus integrantes. De volta ao rio, passa a integrar o Teatro Inominável atuando em Vazio é o que não falta, Miranda (2010) e Sinfonia Sonho (2012) e dirigindo, juntamente com Diogo Liberano, o espetáculo Como Cavalgar um Dragão (2011). Em 2012 foi convidada a integrar o projeto Artista-Pesquisador do Tempo_Festival das Artes. Em 2013 foi convidada a atuar na Bélgica no espetáculo Burning dirigido por Frédéric Dussene. Trabalha também como assistente de direção com os diretores Ana Kfouri, Antônio Guedes, Ivan Sugahara, Isabel Cavalcanti e Viniciús Arneiro. É autora das performances Auto-Paisagem e Figuras Públicas.

Em “Figuras Públicas” é discutida a relação entre o corpo célebre, fotografado, seguido, e o espaço da rua, ironizando essa relação de superestimação das ditas celebridades e sub-celebridades. As Figuras Públicas da Besta e do Porco chegaram no dia 27 de junho de 2013 de carro executivo na rua Presidente Vargas n° 487 as 11 horas da manhã escoltadas por dois seguranças. A ordem era para que tais seguranças não deixassem os “paparazzi” se aproximarem. “Paparazzi” foi assim chamado o grupo de pessoas/artistas contratados para bombardearem as Figuras com fotos durante toda trajetória da performance.


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101. Flávia Naves. Figuras Públicas, 2013 (CE). Ruas da cidade do Rio de Janeiro, 2013.


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Joanna Barros Fnascida em São Paulo em 1981. Vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Formada em 2012 na Faculdade de Comunicação das Artes do Corpo com habilitação em Performance, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Estudou artes visuais na Alemanha - na Kunsthochschule Kassel, como aluna visitante, e na Espanha - Metáfora taller de arte internacional, Barcelona - entre 2005 e 2008. Viveu e trabalhou em Berlim em 2008 onde participou do projeto - Upstairs63 Kunst am Spreekinie. Formada em Direito (2003) na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Participou do Projeto Experiência no Itaú Cultural em 2011. É membro da Associação Brasil Performance (BRP) desde 2010. Foi membro do coletivo Nós-Moçada (2011/2012). Já apresentou performances e participou de exposições em São Paulo, Belo Horizonte, Kassel, Barcelona, Berlin e Buenos Aires.

“Espaço Interno” trata de expansões, limites e rompimentos. A ação da performer: abrir a torneira permitindo o fluxo de água, que passa por uma mangueira que na outra extremidade possui um balão vazio com o bico preso a ela. Ficar parada até que a bexiga exploda.


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102. Joana Barros. Espaço Interno, 2013 (SP). Jardim de residência na cidade de São Paulo, 2013.


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Adriana Ayub Bailarina, com pós graduação em Dança pela Faculdade Angel Vianna, performer, palhaça, produtora e professora de dança para gestantes. Atuou na Compassos Cia de Danças durante dois anos e meio, participando do espetáculo “Sobre um Paroquiano”, “Criatura e Criador¨ e das Performances de rua Três mulheres bordadas de Sol no I, II e III Seminário da Compassos. Participou também na cena bacante do Festival do SESC Palco Giratório em 2012 e com performances “Diz como danço” e “Rega-me¨ no Festival Internacional de Dança do Recife em 2011. Participou da oficina Narrativas Digitais do Coletivo Garapa de São Paulo, Corpo Ritual do Grupo Totem do Recife, Voz e Ação vocal com Carlos Simioni do LUME Teatro, Um navio de bobos com Yael Karavan, oficinas de palhaço com os doutores da alegria e Hilary Chaplain, curso teórico de Butoh com Cristine Greiner e de Do-ho com Toshiyuki Tanaka.

Em “Passagem” a performer, com um vestido branco muito longo, inicia uma caminhada também longa. Bem devagar. Apenas o vazio, o vestido branco e ela. Vai em direção a uma moringa numa espécie de altar. Pega-a e carrega-a. Ela pinga um líquido vermelho espesso que molha meu vestido branco que gruda em meu corpo. Percorre um longo caminho, gota a gota do líquido vermelho em seu corpo. Derrama o resto do líquido em meu corpo e cai.


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103. Adriana Ayub. Passagem, 2013 (PE). Aldeia - Camarige - Pernambuco, 2013.


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Vitor de La Roque

É artista que se relaciona através da performance e sua expansão como linguagem e prática numa espécie de rastro. Possuí como temas recorrentes em sua produção a necessidade do desconforto como instrumento para um possível diálogo com o outro, na beira da crueldade sagaz que permeia o sensibilidade selvagem, num processo de desestabilização do próprio cotidiano através de composições (ou decomposições) para o vídeo, fotografia, cinema, peças de performance, textos, receitas culinárias, instalações, web, e/ou pequenas ações sem audiência e registro.

Em “O Ovo e a Galinha” o performer cria uma espécie de vitrine chocadeira/incubadora para ovos, e insere nesta um ovo de galinha fertilizado, o processo dura 21 dias, onde o artista durante todo o tempo de gestação do “pinto”, visita diariamente o museu, trocando água da incubadora e verificando constantemente a temperatura no interior da chocadeira que deve permanecer equilibrada, sem grandes variações para que o ovo possa ser chocado ao final desse período. Dado o momento do nascimento, o performer, também presente ao final dos dias de cuidados, ajuda no processo de nascimento do pinto. Após o processo o artista continua a criar a galinha nascida do processo em sua casa.


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104. Victor De La Rocque. O Ovo e a Galinha, 2010 (PA). BelĂŠm/ Santa Izabel, 2010.


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Filipe Porto

É estudante de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do Tocantins desde 2010, iniciando sua produção em performance nesse mesmo ano. Desde 2011, é membro participante do Núcleo de Pesquisa em Performance do SESC-TO, onde realiza ações em eventos culturais promovidos pela instituição, tais como Festival Aldeia Jiquitaia, Festival Amazônia das Artes e Congresso Pensar, além de realizar estudos no grupo de pesquisa. Dentre as participações de festivais, se destacam Noites Performáticas do V Ruínas Circulares - Festival Latinoamericano de Teatro, Projeto Tubo de Ensaios – Latinidades UnB 2012 e XII, XI e X Festival de Apartamento. Atuou na curadoria do Convergência 2012 e 2013 – Encontro de Performance Arte do SESC.

Em “Schadenfreude: O Relacionamento”, utilizando um vestido extremamente longo, o performer interagiu com uma gravação feita por ele mesmo que, ora recitava uma poesia sobre relação de gênero, ora indicava ações para que o performer realizasse. Entre as ações indicadas: lavar o vestido em diferentes intensidades de força em baldes colocados nas extremidades do espaço da performance (distância de 3 metros, formando um quadrado de 9m²), deitar no chão e subir em um pedestal colocado no centro do espaço. Enquanto o áudio não indicava ações a serem realizadas, o performer andou em volta do pedestal, fazendo um círculo, tendo que segurar o vestido (feito com 15 metros de tecido). A medida que se lavava o vestido nos baldes, aumentava a dificuldade de caminhar com ele.


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105. Filipe Porto. Schadenfreude: O Relacionamento, 2012 (TO). Centro de Atividades do SESC - TO, 2012.


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Grupo TOTEM

O Grupo Totem participa da cena Pernambucana desde 1988. Fundamenta-se principalmente nas propostas de Antonin Artaud, na Antropofagia Cultural de Oswald de Andrade, na Dança-Teatro de Pina Bausch, no pensamento de Carl Gustav Jung. O grupo lança mão de uma multilinguagem. Trabalha com a investigação do universo do performer, sua visão de mundo sua mitologia pessoal, seu mapa corporal, aliados à idéia de que um performer/dançarino/ator; a ritualidade, a manipulação de símbolos vitais.

A performance “Nem Tente” inicia-se com projeções de imagens criadas como uma teia de textos criadas a partir de poemas de Charles Bukowski. A música instrumental improvisada criada no ato da performance invade o ambiente. As imagens permaneceram sendo projetadas durante toda a performance ininterruptamente. Três performers tecem uma teia utilizando elásticos pretos e grossos, tomando parte do público como 'apoio' para que a 'teia' seja construída. Há um microfone instalado no meio do espaço, o qual é ocupado alternadamente pelas três performers, enquanto uma executa seu solo vocal ao microfone, as outras interagem com a 'teia', executando performances corporais em diálogo com o poema. A música cresce ou diminui de intensidade, de acordo com a sequência de ações. Quando a terceira e última performer termina seu solo ao microfone, desmancha-se a 'teia'.


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106. Grupo Totem. Nem Tente, 2013 (PE). Recife/ Garanhuns, 2013.


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Maria Rosa Marinho Menezes

Doutora em educação pela UFC. Formação em Teatro e Conexões Contemporâneas pela vila das Artes. Pesquisadora das poéticas urbanas. Venho realizando ações performativas em vários espaços públicos da cidade de Fortaleza. Coordeno Grupo de Iniciação Artística do CH da UECE, pesquisas que acontecem no entre corpo-cidade.

“Transpassagem” é uma performance ritual. A performer construiu uma espiral de pedras num cruzamento de ruas, colocou sacos de sangue-vinho ao redor da espiral e depois de pintar o rosto com barro inicia uma dança realizando o movimento espiralado no corpo-percurso desenhado pelas pedras. Com uma pedra rasgou os sacos de sangue-vinho, o chão-corpo é tingido, misturando terra, sangue, vinho. A performer levanta-se e deixa a espiral, saindo para a cidade, uma iniciação para o fora, para o dentro, para o entre fluxos, para o corpo-cidade.


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107. Maria Rosa Marinho Menezes. Transpassagens, 2012 (PE). Rua do Ros谩rio - Centro Hist贸rico de Fortaleza, 2013.


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Descompan(h)ia iLTDAs

Demo_lições Artísticas

Um território artístico/poético/bélico/cultural situado no extremo leste da cidade de São Paulo, na região de Guaianases e arredores. Um coletivo de lobos que buscam dar formas as suas pulsões de intesidades e velocidades diferentes. Um território que fomenta o encontro de singularidades, que prima pela diferença e não pela dialética e que visa a desconstrução dos discursos oficiais. A Descompanh()ia Teatral não existe e existe ao mesmo t e m p o , é e n ã o é . Nomadismodescarnalizadobáquicomarginal nutrida pela experiência do Fora: como criar para si um corpo sem órgãos?

“Hoje não Estou Fazendo Arte” fala de um vagar do corpo, do espaço como potência política no qual o corpo com uma simples ação pode modificar tudo. Na ação o performer deita-se de bruços numa calçada enquanto os pedestres atravessam.


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108. Descompan(h)ia Demo_lições Artísticas iLTDAs. Hoje não Estou Fazendo Arte, 2013 (SP). Ruas da cidade de São Paulo, 2013.


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OutroLuiz

Nasceu e mora na cidade de Mairinque. Performer, Ator, Formando pelo Conservatório de Tatuí – o maior conservatório da América Latina – no curso técnico de atores, Participou do XX FESTIVAL DE APARTAMENTOS que reúne Performers do Brasil inteiro, FESTIVAL BAIXO CENTRO com ações performáticas espalhadas pelo bairro da Santa Cecília, Barra-Funda e arredores. Participou, no ano de 2013, do PERFOR4, promovido pela Associação Brasil Performance (SP) e participou do Grupo DESVIO COLETIVO durante 02 anos com diversas performances e espetáculos que transitam entre a performatividade e o teatro. Grupo que se originou da Oficina de 6 meses de Experimentações em Performances I, parceria entre USP e UNESP.

Em “Livre (português-francês)” livros são deixados como presente ao público em diversos pontos da cidade, com um bilhete escrito pelo performer no momento em que chega ao lugar.


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109. OutroLuiz. Livre (português-francês), 2013 (SP). Santa Cecília - São Paulo, 2013.


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Ingrid Azulejo

é formada em Licenciatura em Educação Artística/Habilitação em Artes Cênicas na Universidade Federal de Pernambuco, faz pósgraduação lato sensu de metodologia EAD pelo Arteduca: Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas na Universidade de Brasília. Trabalha com performance desde 2012, já teve dois de seus trabalhos com vídeo arte exibidos em festivais do Equador e no Tocantins. Faz parte do grupo Dança Cigana Recife e participa de trabalhos voluntários através dos Ciganos de Luz. Integrou durante um ano ao Programa MAIS/UFPE levando trabalhos de performance a pacientes quimioterápicos no Hospital das Clínicas/UFPE. Atualmente é monitora voluntária na Oficina de Argila com a professora e artista plástica Christina Machado no Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano (HUP), produz dentro do HUP a mostra mensal INTERNAÇÃO: açõesperformáticaspradoidover e dá aulas de corpo para os pacientes do mesmo hospital. Os trabalhos feitos no HUP integram a sua pesquisa em arte e loucura, chamada Doida de Pedra (facebook.com/doidaaadepedra).

“Lazúll” trata de questões referentes a figura do “louco” dentro do sistema de saúde psiquiátrica brasileiro. A ação da performer, com o seu corpo pintado de azul, consistiu em puxar uma cama amarrada aos braços dela, até afundá-la em um rio.


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110. Ingrid Azulejo. LazĂşll, 2013 (PE). Aldeia - Camarige - Pernambuco, 2013.


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Transitório 35

O Transitório 35 é um coletivo de criadores que tem como foco de pesquisa os conceitos de corpo e identidade, além da produção de novas dramaturgias brasileiras. Integrado ao projeto do grupo está o monólogo "MCNA - Meu Corpo Noite Adentro" de William da Silva e Rafael Carvalho, que narra a noite na vida de uma travesti. Atualmente está em processo de criação do espetáculo cênico/áudio/visual "Ceci n'est pas une pipe {Este não É um cachimbo}", que contou com uma leitura dramática no ano de 2010 na Mostra de Dramaturgia Contemporânea do Club Noir, coordenado por Roberto Alvim e Juliana Galdino. Também participou do Festival Baixo Centro 2013, com performance no Minhocão e recentemente no Arara Residência Artística, onde apresentou a 1ª Parte da pesquisa de criação.

A performance “Ceci n'est pas une pipe (Isso não é um cachimbo)” foi inspirada no universo do surrealismo de René Magritte para contar a história de um homem que decide mudar seu sexo e passar a ser uma mulher. É uma leitura sobre o trabalho de montagem do espetáculo “Ceci n'est pas une pipe”, (Este não é um cachimbo), cujo tema principal é a cirurgia de transgenitalização. Criada á partir do processo de pesquisa desse espetáculo, a performance busca pensar a questão da identidade do transexual e do transgênero na contemporaneidade.


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111. Transitório 35. “Ceci n'est pas une pipe” (Isso não é um cachimbo), 2013 (SP). Elevado Costa e Silva - Minhocão , 2013.


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Maíra Vaz Valente

Brasileira, vive em São Paulo, nascida em 1981 na cidade de São Bernardo do Campo/SP. Formação acadêmica em Artes Plásticas pela Escola de Comunicações e Artes, ECA na Universidade de São Paulo em 2009 e ingressante no ano de 2013 no Programa de Pós Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU/USP na linha de pesquisa Projeto, Espaço e Cultura. Trabalha a partir das questões da arte da performance e das práticas de intervenção urbana. Foi Coordenadora e co-fundadora do Núcleo Aberto de Performance, participando do processo de implementação da disciplina “Práticas Performativas” (I e II) nos departamentos de Artes Visuais e Cênicas na USP junto do NAP. Tem participado de diversas mostras e exposições: Bienal Internacional de Curitiba (2013), COnvergência SESC (Palmas/2013) p.Arte #9 (Curitiba/2013), 2. Arte Londrina (Londrina/2013), Grace Exhibition Space (2013), Ritos Baldios (2012) Festival Performance Arte Brasil (Rio de Janeiro/2011), Trampolim (Vitória/2011), Epipiderme (Lisboa/2010), SEU -Semana Experimental Urbana (Porto Alegre/2010), Festival de Apartamento (São Carlos/2010), HorasPerdidas (Monterrey/2010), 7.SPA (recife/2008) entre outras.

Na performance “Entre as Formas Dissolvidas do Desejo “ pares de camisetas conectadas por largos elásticos, são os objetos criados para uma experiência performática. A performer os traz para o espaço, dispondo-os ao alcance das mãos do público, e convidando-os para a experiência. Aos que decidem por vestir, as seguintes instruções são dadas: Caminhar; Correr; Sentar-se; Levantar-se; Afastar-se; Aproximarse; Unir-se; Comprometer-se; Tornar-se um no outro.


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112. Maíra Vaz Valente. Entre as Formas Dissolvidas do Desejo, 2010 (SP). Porão Paço das Artes - São Paulo, 2012.


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Fernando Lopes

É artista corporal graduado em Licenciatura em Dança pela Universidade Federal da Bahia e graduando em Moda pela Universidade Salvador. Atua com hibridismo de linguagem tendo o corpo, enquanto matéria física e subjetiva, como a base de seu processo criativo. Atua como artista na cidade de Salvador desde 2008, sobretudo na área de intervenção urbana, dança contemporânea e performance, além de possuir trabalhos em audiovisual (videodanças e videoarte). Participou com seu trabalho de diversos festivais nacionais e internacionais, entre eles: FIAC – BA, PID-BA 2012, Incorpora – encontros virtuais em performance com a performance “A Flor da Pele”. Atualmente se dedica a desdobrar uma poética que iniciou a três anos, intitulada “A Flor da Pele”. Projeto pelo qual foi premiado com a residência artística “Interações Ambientais”, tendo realizado diversas mostras de processo e se desdobrado numa série de produtos, como vídeo, intervenção urbana, mostra de processo, espetáculo de dança e performance.

A ação “Isso Pode não ser Dança?” consiste num híbrido de dança e performance. É uma performance rito de trabalho. A ação constitui-se em quatro etapas: 1) O performer enviou cartas-convites para pessoas que foram importantes no seu processo criativo/formativo nos anos da faculdade. Na carta, agradecia a participação de todos e convidava-os para a performance. As respostas essas cartas foram usadas para a quarta parte dessa performance. 2) No teatro, o performer solicitou para que alguma das pessoas a quem enviou as cartas cortasse seu cabelo. 3) O performer então colocou em sua pele agulhas com flores. A terceira parte consistiu numa caminha para trás, brincando com estas flores no corpo, tirando, transferindo para outras partes. Blackout. 4) A quarta parte aconteceu fora do teatro. O performer transcreveu as respostas dos convidados em pedaços de papel e trabalhou seu corpo como um quadro de cortiça, prendendo cada um dos papéis com agulhas nele.


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113. Fernando Lopes. Isso Pode nรฃo ser Danรงa?, 2011 (BA). UFBA - Salvador, 2011.


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Cláudia Oliveira

É mestranda em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina, com uma pesquisa sobre as performances de Guillermo Goméz-Peña, e o La Pocha Nostra. Tem experiência diversificada na área de Artes, com ênfase em Teatro e Dança, atuando principalmente nos seguintes temas: teatro pós-dramático e hibridismo artístico, hoje mais direcionado a interfaces com a dança e o teatro, explorando possibilidades artísticas através da arte da performance. Atualmente, compõe o elenco de Estratégia, do Ronda Grupo de Dança e Teatro. Recentemente atuou na performance Os Bárbaros: Extreme Fashion Show, dirigida pelo La Pocha Nostra (EUA), dentro da programação cultural do 14 Simpósio da International Brecht Society e 8 Festival palco Giratório. É graduada em Filosofia pela UFRGS. Hoje, atua como performer, bailarina e intérprete, pesquisadora e professora de teatro.

Em “Falo Ela: Antropomorfias do Ser” temos uma performance multimídia de interação com o público. Como “ingresso” para a performance, um ser andrógino (mulher vestida de homem) oferece uma maçã que deve ser mordida antes de entrar na sala. Na sala, há uma projeção em vídeo, com a qual esse ser andrógino começa a interagir. No vídeo projetado, surge uma mulher com uma coroa de falos, na posição de “cristo na cruz”. Dessa interação surge um “bebê”, quando uma camisinha estoura. O andrógino se transforma em outros seres. Surge um corpo de mulher coberto por falos (camisinhas), e na cabeça uma meia de nylon. Esse corpo fálico é “sexualizado” e convida à interação. A performer oferece um batom para o público tocar, com ele, seus 'falos'. A ação segue permeada pelos diálogos com vídeo e música.


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114. Cláudia Oliveira. Falo Ela: Antropomoras do Ser, 2012 (SC). Museu da Escola Catarinense - Florianópolis, 2012.


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Washington Hemmes (Projeto CadaFalso)

- Pesquisador, ator, performer, escritor, diretor artístico e coordenador do coletivo projeto cadaFalso (desde 2008), junto ao qual vem desenvolvendo vários projetos. - Autor e diretor dos espetáculos Fáustica – um réquiem-árido (coautoria, 2013), Pés (2010), Big Bang (2009), Epitáfio (2008) e Mundo Cão (2007). - Laureado dois anos consecutivos com o Prêmio Leonilson de Artes Visuais da SECULTFOR, na categoria Pesquisa e Produção, com a intervenção urbana e$cambau! (2010) e a instalação multissensorial brEu (2011); - Articulador e participante das instalações poesia inCômoda e poesiaClaustrofóbica (2009-2010); - Professor universitário de Linguística e Literaturas Brasileira e Inglesa (UFC/UECE); - Mestre em Linguística (UFC, 2005) com dissertação sobre a relação entre o teatro e a canção nas obras dramático-musicais de Chico Buarque.

Na performance “Em Busca do Templo Perdido...” vemos uma ação programática autobiográfica dentro do projeto e$cambau!. Sequência de ações em pontos diferentes de Palmácia/CE, cidade natal dos pais e avós do performer e lugar onde viveu sua infância. O performer percorreu a trilha da sua memória e abandono usando fotos antigas de árvores, rios, pedras e abismos... Ele captou novas paisagens através de espelhos e os dispôs em um álbum. Um escambo metafórico entre a imagem e a imaginação; o passado e o presente: a construção de uma memória futura... Um exercício de resgate e abandono, para seguir adiante... Restam o corporeflexo e o corpo-palavra.


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115. Washington Hemmes. Em Busca do Templo Perdido..., 2011 (CE). Palmรกcia, 2011.


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Jurandi Juca

Estudante de Artes Visuais pela UDESC. Artista com atuação em performance, body art e escultura.

Em “Escultura Transitória” o performer permanece imóvel apontando para cima até total exaustão do corpo.


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116. Jurandi Juca. Escultura Transit贸ria, 2013 (SC). Florian贸polis, 2013.


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Joto Gomo

Graduado em Artes Visuais pela Faculdade Unibennett (RJ). Performer, curador, pesquisador e professor, nordestino, mas residente no Rio de Janeiro. Trabalha com performance desde o ano de 2006.

Na performance “Respiração Imprópria” a ação consiste numa reflexão sobre o uso de entorpecentes no espaço da rua, especificamente a cocaína, buscando construir outra forma de perceber o mundo e a dinâmica de opressão e invisibilidade do usuário.


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117. Joto Gomo. Respiração Imprópria, 2008 (RN). Natal - Curitiba, 2010.


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Suelen Pessoa

É uma jovem artista visual brasileira, com trabalho voltado para novas mídias e algumas experimentações com som/música. Ao combinar a fotografia, o video e a performance como meios de expressão, a artista registra em suas obras os resultados de suas ações - tanto de forma direta, com representações teatrais, quanto por meio de intervenções anônimas, que formam apenas um vestígio de presença ou objetos baseados em explorações de seu próprio corpo. Nascida em Belo Horizonte, formada em Publicidade e Propaganda pela Faculdade de Comunicação e Artes da PUC Minas (2007) e pós-graduada em Imagens e Culturas Midiáticas pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (2010), Suelen sempre se interessou pelo estudo da imagem, tanto no âmbito poético, quanto do pensamento empírico/acadêmico. Foi aluna de renomados artistas, profissionais e pensadores do campo das artes e da imagem, e teve seu trabalho lido por importantes nomes como Isabel Amado, Roseli Nakagawa, Scott Macleay, Gal Oppido, João Castilho, entre outros. Participou das mostras coletivas “Quem com luz fere…” e “Autorretrato do fotógrafo” nas I e II Semana de Fotografia de Belo Horizonte, com curadoria de Gal Oppido e Eugênio Sávio, respectivamente. Teve dois trabalhos selecionados para a mostra digital “Untamed” em Paris, França e mais um para a exposição “International Women's Exihibit”, com curadoria de Gittel Chase Price em Georgia/Atlanta, EUA. Organizou, produziu e montou a exposição “Do Corpo Verdadeiro” em parceria com Helena Leão durante o III Festival de Fotografia de Tiradentes.

Na performance “Pão”, como em um passo a passo de uma receita, a performer corta a mão com uma faca, pinga sangue fresco em um monte de farinha e, com essa base, faz um pão, que assa e come.


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118. Suelen Pessoa. P達o, 2012 (MG). Contagem, 2012.


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Andréia Aparecida

Graduação em Artes Visuais – Centro Universitário Belas Artes (ProUni) 2011. Pós Graduação Técnica Klauss Vianna. – Puc SP – 2014. Mostra de Performances 2010 - Centro Universitário Belas Artes (SP): video depoimento e Performance propriamente dita: À Espera. Mostra de Video e Performance - Cine Galpão 2010-2011 (SP): video À Espera . TCC 2011- Centro Universitário Belas Artes (SP): cinema relacional A Espera (sem crase e sem objeto direto). Circuito de Performance BodeArte 2012 (RN): video À Espera. Coletiva O Acaso 2012 - Viga Espaço Cênico (SP) : instalação À Espera. FACPerformance Releituras - UFJF (MG) 2012: Remissão das Mulheres em Ana Mendieta. FACPerformance Corpo Ampliado UFJF (MG) 2013: Remissão Y = X da questão.

Em “Esta não sou eu e Aquilo não é um Cachimbo” a performer partiu do procedimento das fotos chamadas selfies, fotos que o sujeito faz de si mesmo, tão comuns na era dos celulares e redes sociais. Ela retirou sequências de fotos de si mesma, sob diferentes ângulos e disponibilizou as fotografias via blog sob o título “MIM”.


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119. Andréia Aparecida. Esta não sou eu e Aquilo não é um Cachimbo, 2013 (SP). Casa da artista - São Paulo, 2013.


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Mamutte (Felipe Saldanha)

Atua como artista plástico, performador, intérprete e compositor. Graduando em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Minas Gerais. Trafega pela ação, corpo, palavra, som e imagem; produzindo trabalhos gráficos e tridimensionais. Em linguagem, busca a experiência de estéticas lúdicas e satíricas, com representações que valorizam temáticas políticas, sexualidade, tabus sociais, poéticas oníricas, fatos íntimos e autobiográficos. Na música experimenta canções com ritmos regionais, afro, latinos, da música popular brasileira e do rock contemporâneo. Interessa-se pelo campo das interartes, museal, cultura brasileira, sexualidade e antropologia.

A performance “CUmelô (Vendedor de Bianal)” te uma narrativa que nos leva até a sua ação. Dentro da Série “Design a Butt”, o performer primeiramente esculpiu em madeira uma representação da “Bunda”, objeto polissêmico e de expressiva significação no Brasil. Partindo deste trabalho, foi reproduzida em uma técnica do Design, o vaccum forming, uma série de cópias desta escultura, o que se tornou uma espécie de kitsch, que compôs a instalação “Made in Brazyl”, montada com caixotes de feira de ortifrute, como um carregamento de mercadoria. Na ocorrência da 30° Bienal de São Paulo, foi produzida uma tiragem extra de 30 produtos-bunda para serem exportados e comercializados por meio de uma espécie de “camelô”, o performer, que vendeu as 30 obras de arte, intituladas “Bianal”, na porta da Bienal. O mercado da arte e o mercado do corpo são expostos e prostituídos na ação.


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120. Mamutte. CUmelô (Vendedor de Bianal), 2012 (SP). Parque do Ibirapuera / Entrada(s) da Trigésima Bienal de São Paulo, 2012.


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Projeto EntrelinhaR

Lilian e Carolina são formandas em Comunicação das artes do corpo – PUC SP. O interesse por um modo de trabalhar que abrange diversas linguagens é latente. Lilian vem do teatro e Carolina da dança. Ambas se encontram na performance, na graduação. Em 2012 realizaram juntas o projeto Qual é o seu fermento? com orientação de Neide Neves e Lúcio Agra. No mesmo ano participaram juntas do Perfor#3, com as performances o rosto é um mapa e travessia do vermelho. Durante o projeto Qual é o seu fermento? surge o interesse, em ambas, por intervenções na rua e caminhadas pela cidade, que derivou no desenvolvimento de um trabalho que iniciou-se no começo de 2013, intitulado EntrelinhaR.

“EntrelinhaR” é um trabalho que pensa a caminhada e a escrita de modo metafórico e performático. Entrelinhar é uma ação em processo de escrita ao desconhecido, sobretudo, e de caminhada no mundo, em busca do que não se conhece, de criar seu próprio caminho. Tramando percursos, encontros e relações, no fazer. A ação foi realizada em duas etapas: na primeira as performers se reuniram para escrever as cartas para pessoas desconhecidas. A segunda etapa foi o momento de entrega das cartas. As performers caminharam pela cidade, para entregá-las.


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121. Projeto EntrelinhaR. EntrelinhaR, 2013 (SP). Ruas da cidade de S達o Paulo, 2013.


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Pâmela Guimarães

Graduanda em Artes Cênicas – Licenciatura em Teatro na Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Sua formação artística inclui técnicas mais aprofundadas em audiovisual voltadas para o desenvolvimento da ação performática, tendo como interesse a transversalidade. Na área da performance participou do circuito Regional de Performance BODEARTE, Natal –RN, com o CIP (Coletivo Independente de Performance, www.cip.blogspot.com). Em 2011 realiza sua pesquisa performática – solo – TORTURA, que participou do PERPENDICULAR Maceió em outubro de 2011 e do aniversário de 101 anos do Teatro Deodoro em novembro de 2011 na NOITE CONTEMPORÂNEA. 2012, participação no II Circuito Regional de Performance BODEARTE - RN e na MOSTRA ALDEIA SESC – GUERREIRO DAS ALAGOAS com a performance TORTURA. 2012, Videomaker do projeto DOMÌNIO PÚBLICO da Cia. LTDA, premiado pelo Klauss Vianna 2011 – FUNARTE. Atualmente desenvolve a performance ODE AO ÓCIO, que passa de videoperformance para ação física. Participou com esse trabalho do projeto ENCENA NO LINDA em janeiro de 2013.

Em “A[TEMPO]RAL” a performer ficou parada um tempo, deixando o som da chuva invadir o espaço enquanto espera para acender seu cigarro. Sentou-se, acendeu o cigarro e a ação terminou quando o cigarro acabou. A ação de fumar um cigarro, ouvindo o som da chuva e contando esse tempo no relógio. O tempo da ação é o tempo do cigarro. A performance reflete sobre como fumar é de dentro para fora e não o contrário, Sobre como a passagem de tempo é relativa. O tempo se esgarça entre os dedos que seguram a brasa que se aproxima.


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122. Pâmela Guimarães. A[TEMPO]RAL, 2010 (AL). Espaço Cultural da UFAL - Maceió, 2010.


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Elen Braga Gruber

Co-fundadora do Ateliê Coletivo 2e1 e residente da primeira edição do projeto Nômade 2e1, 2012/2013. Participou de esposições como: 2013 – 17ª Bienal de Cerveira em Portugal/ Portas Abertas no Fórum Eugênio de Almeida em Évora/PT / 2012 – 9º Salão de Artes do SESC Amapá/ 14º Salão Municipal de Artes Plásticas de João Pessoa – SAMAP/ 44º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba/ Novíssimos 2012 – Galeria IBEU-RJ/ Salão de Arte de Mato Grosso do Sul 2012/ 28º Salão Nacional de Artes Plásticas de Embu das Artes/ 21º Encontro de Artes Plásticas de Atibaia – SP.

Em “Sem Título” a performer caminhou com sapatos de ferro, subindo uma longa rua e fazendo algo como uma procissão pela força, pensando-a como potência de ação no espaço.


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123. Elen Braga Gruber. Sem TĂ­tulo, 2013 (PT). Ruas da cidade do Porto, 2013.


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Priscilla Davanzo

É artista plástica dedicada a muitas mídias. para ela não existem limites entre uma linguagem artística e outra. formada no instituto de artes da unesp, desenvolveu pesquisa criativa sempre voltada ao corpo, culminando em sua dissertação de mestrado “corpo obsoleto: projetos artísticos para um novo corpo humano” defendida no mesmo local em 2006. seu trabalho busca compreender as possibilidades e limites do uso do corpo humano na obra de arte.

Na performance “Every Day People Every Day Life II” a artista coloca o seu corpo como obstrução do caminho de passagem entre a pista de dança e o bar em uma festa.


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124. Priscilla Davanzo. Every Day People Every Day Life II, 2008 (SP). Frrrk Guys Party (Dynamite Pub, São Paulo, SP, Brasil) & Pétalos Gloster (Galeria de Arte del Palacio Victorial, Buenos Aires, Capital Federal, Argentina), 2008.


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Karlene Bianca

É arquiteta e urbanista, especializada em artes visuais, realiza além dos projetos arquitetônicos, pinturas, instalações e performances, sempre partindo de uma topologia corpórea, relacionando o espaço com o corpo, sensações e sentimentos. Nas performances já realizou ações em espaços públicos da cidade de São Paulo como a Praça da Sé, Largo da Batata e Jardim Botânico, em galerias e encontros artísticos, realizou ações onde relaciona seu corpo, com sentidos e movimentos, sempre considerando o espaço onde seu corpo está inserido.

Em “Desperdício” a ação iniciou-se com a performer em pé, olhando para baixo com os cabelos no rosto, aos poucos a artista vai se movimentando, primeiramente os braços, depois os pés e depois todo o corpo. A anágua se encontrava no chão, a performer a colocou, e depois se movimentou no espaço, relacionando o seu corpo com os entulhos que se encontravam no local. A ação ocorreu com a artista em pé, como também sentada e deitada sobre os entulhos, e terminou com a artista 'desmoronando', como se o desperdício fosse tamanho que sua própria essência do corpo transformouse em nada.


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125. Karlene Bianca. Desperdício, 2013 (SP). Bairro do Pari - São Paulo, 2013.


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Grupo EmpreZa

O Grupo EmpreZa foi formado em 2001, na cidade de Goiânia – GO / BR. Desde então, tem trabalhado especialmente no campo da performance, e mais recentemente, com a criação de vídeo, animação e fotografias derivados das ações performáticas. Em sua trajetória já participou de diversos encontros de coletivos, residências artísticas e mostras nacionais e internacionais.Acredita na arte como veículo de uma expressão política potencialmente transformadora, que a arte transforma porque a arte “move“. A arte tem aquilo que os antigos latinos chamavam de movere, que é a capacidade de nos mover. Se a arte move é porque é uma força, e as forças transformam. Grupo EmpreZa: Aishá Kanda, Helô Sanvoy, João Angelini, Marcela Campos, Paul Setúbal, Paulo Veiga Jordão, Rava, Rafael Abdala e Thiago Lemos.

Na performance “Tríptico” a ação é a seguinte: três pessoas fardadas de Emprezarios em lugares diferentes da cidade, cada uma fazendo sua ação, os três chegaram ao local com um balde em cada mão e seus utensílios e seus materiais dentro dos baldes. Os três iniciaram simultaneamente a ação, colocaram o balde no chão e começando o preparo das suas respectivas matérias: terra, carvão e parafina. O performer 1 abriu um saco e com a ajuda de uma peneira e separou a terra num balde. As impurezas foram colocadas no chão. O performer 2 abriu o saco, e separou as peças de carvão, e em um dos baldes pilou essas peças com uma maça; O performer 3 desempacotou o bloco de parafina e o ralou dentro do balde. Após o preparo das matérias os performes, com o auxilio de uma broxa, aplicaram cola branca na cabeça, rosto e pescoço. Passado certo tempo cada um pegou a sua respectiva matéria preparada e derramou sobre a cabeça, aplicando sobre toda a superfície da cabeça rosto e pescoço. Seguido a aplicação, os três caminharam para um local determinado, abandonando todo o resquício no local onde estavam. Ao se encontrarem, alternadamente esfregaram os rostos, contaminando todas as três cabeças com todas as matérias usadas.


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126. Grupo EmpreZa. Tríptico, 2013 (DF). Plano Piloto - Brasília, 2013.


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GIM – Grupo de Interação MilaSan

Com sede na cidade do Rio de Janeiro, o grupo coordenado por Camila Santos foi fundado em 2008 e trabalha com as relações entre espaço e performance, explorando as relações de interatividade entre os diversos agentes da cena performática.

“SMS” convidou o público a assistir a um encontro mediado por diversos meios de comunicação, da internet ao telefone, antes de acontecer presencialmente. Nem tudo o que público e performer apresentaram um ao outro é real. Os performers conversaram com o público pelas vias tecnológicas, apresentaram-lhe uma situação a se realizar. Então o público decidiu o final da desta enviando SMS para eles.


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127. GIM – Grupo de Interação MilaSan. SMS, 2011 (RJ). Museu de Arte Moderna - Rio de Janeiro, 2011.


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Jota Mombaça

Jota Mombaça é o nome social de José Gilberto Alves de Sousa Júnior – RG 1.805.255 CPF 097.089.334-57 -, residente em Natal/RN, escritor, performer e pesquisador.Áreas de interesse: revolução e performance; desobediência civil e performance; lumpenvida e performance; biopunk, gênero, sexualidade, poéticas da existência, microguerrilhas, políticas monstruosas artivismo, instaurações urbanas, crises, desmilitarização corporal; subteorias, saberes anais, saberes subalternos, minorias.

Em “Corpo-Colônia” o performer nu com um capuz ficou de quatro em frente a uma pilha de pedras. Outra performer, com uma pá, inteiramente vestida de preto, lançou pedras contra o performer de quatro, que, durante a ação, leu o texto que dá título à performance: Corpo-colônia.


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128. Jota Momba莽a. Corpo-Col么nia, 2013 (RN). UFRN - Natal, 2013.


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Nina Caetano

É performer e pesquisadora, integrando o Obscena – agrupamento independente de pesquisa cênica que funciona como uma rede colaborativa de criação e investigação teórico-prática sobre a cena contemporânea, visando instigar a troca, a provocação e a experimentação artísticas. Além disso, coordena, dentro do Departamento de Artes Cênicas da UFOP – do qual é professora – o NINFEIAS – Núcleo de Investigações Feministas, que visa o estudo de teorias feministas e práticas performativas que problematizem as categorias de gênero e o papel da mulher na sociedade contemporânea.

A performer, uma mulher de niqab, passeou pela rua, levando um grande bloco de papel e um giz nas mãos. No bloco de papel a performer exibiu escritos sobre a condição da mulher contemporânea, e com o giz escrevia esses dizeres no chão e paredes da cidade.


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129. Nina Caetano. Mulher Bomba, 2011 (MG). Belo Horizonte - Ouro Preto, 2013.


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Mary Vaz

Graduada em Artes Cênicas/ Teatro Licenciatura Universidade Federal de Alagoas – UFAL. Seu foco performativo é voltado para o estudo do corpo por meio da Dança/teatro/performance. Sua formação artística inclui técnicas mais aprofundadas em teatro, passando pela dança contemporânea e contato/ improvisação. Dedica sua pesquisa a construção do intérprete criador desde 2006 até a atualidade com trabalhos apresentados dentro e fora do estado de Alagoas. Tendo participado de festivais como: Festival Multicultural de Recife, Perpendicular Belo Horizonte/ Maceió, Festival de Apartamento/Campinas – SP, Circuito BodeArte/Natal-RN, Mostra Guerreiros das Alagoas – ALDEIA SESC/Al – em quatro edições, e entre outros.

Na performance “Anônimo(a)”, a performer entrou em cena com o corpo “engomado” por uma pasta de maisena (uma gosma). Aboiando, cantando, ecoando um grito de chamado aos animais, se dirigiu ao centro do espaço onde existe um semicírculo de terra contornado com uma corda, folhas de árvores, etc. A performer se enrosca na terra, fazendo seu corpo adquirir o máximo de terra possível. No fundo do espaço foram projetadas imagens da ultrassonografia de um feto. A performer ergue seu corpo se enrolando na corda em que estavam ao redor do círculo de terra, numa representação de “volta ao cordão umbilical”, as suas raízes. Ela se dirigiu a três potes de barro e retirou deles folhas que colou em seu rosto. Nesse momento o público foi convidado para auxiliá-la na colagem. Ao mesmo tempo, outra projeção foi feita ao fundo, com uma colagem de fotografias da performer na trajetória de transformação visual do seu corpo desde a infância até o momento da performance.


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130. Mary Vaz. An么nimo(a), 2011 (AL). Festival Multicultural de Recife - Recife, 2011.


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Ronaldo Záphas e PELE – Performance Laboratório de Estudos Performer, Graduado em Artes Cênicas pela UNICAMP (2004) e PósGraduado em Gestão Cultural pela UNIVERSIDADE DE GIRONA (Espanha/2011). Participou do projeto A ARTE SECRETA DO ATOR, orientado pelo Mestre Eugênio Barba (Odin Teatret). Participou do projeto EXERCISES FOR REBEL ARTISTIS: RADICAL PERFORMANCE PEDAGOGY orientado pelo mestre-performer Guillermo Gomez-Peña (La Pocha Nostra/EUA/México). Tem experiência na área de artes presenciais, focados na liminaridade do ator e do performer, e seus processos de formação. Atualmente é performer do PELE - Performance Laboratório de Estudos e do Coletivo Performático Errante estadosDEpassagem. É atorpesquisador do LAPCA - Laboratório de Processos de Criação Atoral/Unesp, sob coordenação da Profª Drª Lúcia Romano. É também docente do curso de ARTE DRAMÁTICA no SENAC-SP. Sua formação é resultante do encontro com profissionais como: Eugênio Barba, Guillermo Gomez-Peña, Julia Varley, Richard Schechner, Renato Cohen, Alito Alessi, Tica Lemos, Lucia Romano, Marcelo Lazzaratto, Tiche Vianna, Maria Thaís, Jean-Jacques Mutin, Marcin Rudy, Francisco Medeiros, Henrique Sitchin, Marcio Aurélio e Verônica Fabrini. Tem interesse nas áreas da Performance Arte, Teatro Físico, Antropologia Teatral, Pedagogia da Performance Arte, Encenação e do Pós-Dramático.

A performance “Vista Minha Pele – Movimento I” se desenvolve através de micro-ações de violência e afeto (socos e beijos) realizadas no próprio corpo do performer. No desenrolar da ação o performer retirou o vestido que usava e se bateu com o coração de boi, despedaçando-o, até que ficaram apenas pequenos pedaços, que foram recolhidos e redesenhados no espaço uma imagem, tocando a relação entre performer e carne, carne viva e carne morta, peles.


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131. Ronaldo Záphas e PELE – Performance Laboratório de Estudos. Vista Minha Pele – Movimento I, 2013 (SP). Centro Cultural Penha – São Paulo, 2013.


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Raphael Couto

Artista, mestrando em Estudos Contemporâneos das Artes, pela Universidade Federal Fluminense e professor de Artes Visuais do Colégio Pedro II. Participa de exposições e eventos de performance desde 2004, tendo sua pesquisa focado nas relações entre corpo, texto e imagem. Dentre as principais exposições destacam-se “Imagem em Questão” no Parque Lage/RJ (2013), “Entrecruzamentos” na Galeria Athena Contemporânea (2013) e participação em festivais de performance em Palmas, Belo Horizonte, Coimbra, Carrara e Juiz de Fora.

Em “Sem Título (Quadrado Negro)” o performer acumula sobreposições de tatuagens infantis, usando a pele como suporte de uma espécie de gravura, até formar uma camada pictórica.


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132. Raphael Couto. Sem TĂ­tulo (Quadrado Negro), 2010 (RJ). Rio de janeiro, 2013.


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Tauana M.

É Bacharel e Licenciada em Artes Visuais pela Universidade de Brasília e especialista em Dança e Consciência Corporal pela Universidade Gama Filho. Desde 2010 se foca nas linguagens da performance e vídeoperformance, com pesquisas voltadas para a relação entre atração e repulsão, desejo e abjeção. Recentemente teve trabalhos apresentados nos eventos “Tubo de Ensaios: Latinidades”; “Record Again: 40 anos de videoarte - parte II”; “Performance, Corpo, Política e tecnologia do Cerrado”; e “I Encontro Transarte: Arte como reflexão da problemática dos corpos”. Ultimamente tem desenvolvido trabalhos focando na questão do controle, como é o caso da performance “Território Oficial” realizada em setembro de 2013.

Na performance “Terrítório Oficial”, com uma maleta-arquivo, camisa, calça e sapato social e um crachá que a identifica como Autoridade Oficial do Território Oficia, a performer encontrou um espaço em meio a rodoviária de Brasília e traçou com giz amarelo os contornos do Território Oficial e suas iniciais no chão deste. De dentro da pasta ela retirou os carimbos de “aprovado”, “rejeitado” e de “Autoridade Oficial”, a prancheta, a Constituição Normativa e alguns formulários. Segurando esse material, caminhou com postura ereta, como faz um guarda, e esperou que os passantes atravessassem a fronteira do T.O.. Quando isso aconteceu, perguntou se a pessoa possui autorização para passar por ali. Em alguns casos a interação só chegou até aí. Em outros, a performer explicava que para entrar no T.O. é necessária uma autorização e pediu que cumprissem a pena de coçar o nariz por terem descumprido essa regra.


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133. Tauana M. Território Ocial, 2013 (DF). Rodoviária do Plano Piloto - Brasília, 2013.


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Lucía Naser

Coreógrafa e investigadora de artes vivas con foco en la danza contemporánea. Licenciada en Sociología por Udelar (2006) y Magister en Artes Escénicas por PPGAC- UFBA (2009). Actualmente estudiante de doctorado en la Universidad de Michigan. Docente de historia de la danza y metodología de la investigación en la Escuela Nacional de Danza, División Folclore y Ballet. He sido investigadora y docente de FCS, FHCE e ISEF – UdelaR. Escribo crítica y ensayos periodísticos sobre danza desde el año 2009 colaborando con publicaciones nacionales y suramericanas.

“dIsCoNtInUaNiMaLiDaD” é uma investigação sobre a diferença. A performer procura experiências e imagens com potencialidade de dissolver oposições que neutralizam a diferença, aprisionando-a dentro de categorias dicotômicas, tais como humano-animal, masculino-femenino, vivo-morto, presente-ausente, mental-corporal, etc. Sobre estas premissas, a performance apresenta perguntas abertas e em processo através de uma investigação perceptiva e coreográfica que toma como desafio provocar una interrupção na linguagem ou na invenção de um sistema de escritura.


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134. Lucía Naser. dIsCoNtInUaNiMaLiDaD, 2012 (UY). Subte MVD, 2012.


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Naiana Magalhães

Artista visual formada no Curso de Artes Visuais da Universidade de Fortaleza -UNIFOR, co-orientada por Jared Domicio (2012) e no Laboratório de Artes Visuais do Vila das Artes em Fortaleza, coordenado por Solon Ribeiro (2012). Atualmente aluna do curso Teoria e Portfólio no Parque Lage com Brígida Baltar, Efrain Almeida e Marcelo Campos. Vive e trabalha em Niterói-RJ.

Em “Conflito Fásico” arranca-se a coxa de uma galinha em três momentos: quando está assada, quando está crua, e quando está inteira, recém abatida. A banalidade do gesto cotidiano de retalhar um corpo é colocada em perspectiva. Traz-se à tona uma percepção mais esgarçada dos nossos instintos selvagens e primários de fome, e da consequente domesticação animal acarretada por vetores civilizatórios.


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135. Naiana Magalhães. Conito Fásico, 2013 (RJ). Niterói, 2013.


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Biagio Pecorelli

Poeta, artista e pesquisador. É natural de Recife/PE. Reside em São Paulo/SP desde 2011, tendo ingressado em 2012 no Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da ECA/USP, apresentando projeto de pesquisa voltado para as “poéticas do sacrifício” no âmbito da performance art. Apresentou, entre os anos de 2007 e 2012, inúmeras performances autorais em recitais e nas ruas da cidade do Recife. Em São Paulo, integrou em 2012 o elenco do Teat(r)o Oficina, nas montagens de “Macumba Antropófaga” e “Acordes”, ambas sob a direção de José Celso Martinez Corrêa. Em 2013, realizou SUPER LOVER MAN e, junto ao grupo Desvio Coletivo, o espetáculo performativo “Pulsão”, no Teatro da UNESP, dirigido pelo Prof. Dr. Marcos Bulhões, da ECA/USP.

Do dia 25 de março ao dia 05 de maio de 2013, o performer carregou pelas ruas das cidades de São Paulo/SP e Recife/PE um urso de pelúcia de aproximadamente 1,10m (sentado). A ação, intitulada “Super Lover Man”, foi realizada de modo ininterrupto, tendo o performer levado este urso para absolutamente todo lugar que fui durante este período. Às pessoas com quem cruzava no espaço urbano, o performer perguntava “como faço para chegar até o amor?”. Fazendo uso de um objeto pop, um urso de pelúcia gigante, clichê do “mercado do amor”, a performance mobilizou fluxos de afeto em duas cidades marcadas pela violência cotidiana e por um ritmo de vida acelerado.


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136. Biagio Pecorelli . Super Lover Man, 2013 (PE/SP). Recife - S達o Paulo, 2013.


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Márcia de Azevedo Lopes

Aluna do curso de Licenciatura em Dança na Universidade Federal do Ceará, integrante do grupo de pesquisa Poéticas do corpo e dos espetáculos “O coração de Anne de Bretagne” e “Submerso”. Monitora do projeto de extensão Dançar é lazer como voluntária e bolsista do projeto de extensão Midiadança, laboratório de dança e multimidia.

A performance “Trecho” consistiu em subir as escadarias de pedra de um mosteiro, utilizando diferentes partes do corpo até chegar a igreja no alto. Inspirada no vídeo-arte de Anna Bela Geiger “Passagens” de 1979, onde ela sobe escadas de um prédio, esta performance dialogou com outra realidade, que foi a de umas cidade de interior do Ceará, onde foi feita a subida num final de tarde, quando pessoas observavam o pôr do sol.


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137. Mรกrcia de Azevedo Lopes. Trecho, 2013 (CE). Guaramiranga, 2013.


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Angelo Luz

Artista visual, performer, curador independente. Formado em artes visuais pela UFPR e pela Städelschule Frankfurt. Entre as principais atividades em 2013 estão exposições como SOMAgic: mystics from the Pieneallands (Beatrice Steimer, Angelo Luz, Cleverson Oliveira), projeto vinculado à Frankfurt Buche Messe 2013 (Brasil convidado especial); FAKE (Gordon Matta-Clark, Kai Linke, Angelo Luz, Mario Herguetta. Curadoria Saul Judd), na Eulengasse Frankfurt Am Main; Bienal Internacional de Curitiba (Mostra de performance, curadoria Fernando Ribeiro). Como curador em 2013: Prêmio Jovens Curadores Bienal Internacional de Curitiba (grupo curatorial com Kamilla Nunes, Renan Araújo e Debora Santiago), curadoria para Museu da Fotografia, Museu da Gravura Cidade de Curitiba, Museu de Arte contemporânea do Paraná, Museu Metropolitano de Arte, Museu de Arte da UFPR e atividades relacionadas. Curador do CUBIC: Circuito Universitário da Bienal Internacional de Curitiba, edição piloto, 5 espaços na cidade de Curitiba. Residências em 2013: Casa Selvática / Las Rabiosas Eróticas com La Fulminante e Leohnardi Projekte na Alemanha.

Em “Adonai” temos a ação de um ritual performático baseado nas escrituras da Kaballah tradicional e em teorias do Minimalismo. Série de ações plásticas que criaram inferências visuais / sonoras no espaço com diferentes materiais: argila, pérolas, som, vídeo digital, fumaça, voz, tecido, energia, movimento. O ritual pretendeu marcar um espaço a partir da ideia de magia local, onde o performer exerce o papel de aglutinador energético e receptáculo de intenções à deriva. O resultado da ação é um assemblage, clássico formato Dada.


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138. Angelo Luz. Adonai, 2013 (MG). FICA Itajubรก, 2013.


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Ricardo Alvarenga

Artista do corpo e da imagem. Interessa-se pelas potências de afecção do corpo e pela arte enquanto ação política. Iniciou seus trabalhos como artista no ano 2000, através da dança contemporânea. Atualmente produz trabalhos em diferentes mídias, configurando interfaces entre performance, intervenção urbana, dança contemporânea e artes visuais. É graduado em Biologia pela UFU – Uberlândia (MG) e mestrando do programa de Dança da UFBA. Circula pelo Brasil com trabalhos e oficinas participando de mostras, festivais, residências artísticas e exposições em galerias e salões.

Na performance “Jesus”, o performer, durante os 365 dias de seus 33 anos, todos os dias as 03:30 p.m., se vestiu de Jesus e fez uma foto trajado dessa forma no local onde estivesse, independentemente da situação.


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139. Ricardo Alvarenga. Jesus, 2012/2013 (BA). Avi達o, 2013.


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Joesér Alvarez

18º Fest. Int. de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil São Paulo/Br,2013; FONLAD, Digital Art Festival, Coimbra/Pt,2013; Fragile Global Performance Project, Firenze/It,2013; Casa da Xiclet Galeria, “Não seja bienal, Não seja marginal”, São Paulo/Br,2012; Premio Vídeo Autoral, Laboratório Cultura Viva, Rio de Janeiro, Brasil,2012; Coletiva Amazônia, Ciclos da Modernidade CCBB, RJBSB/Br,2012; 7ª Bienal da UNE – Rio de Janeiro/Br,2011; Coletiva Amazônia - a Arte, Belo Horizonte/Br,2011; Vazio – festival de Performance, Manaus/Br,2011; UNESCO Digital Arts Award, Sharjah Biennale, EAU, 2007;

Em “Sentido?”, performance realizada num lago em meio à selva amazônica, vê-se o performer seminu, com cores diversas no corpo. Ele utilizou água como tinta (invisível) para seu pincel, “pintando” a natureza à volta, numa tela em branco, apoiada num cavalete sobre a superfície da água.


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140. Joesér Alvarez. Sentido?, 1997 (RO). Seringal Stª. Catarina - Porto Velho, 1997.


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Coletivo Madeirista

O Coletivo Madeirista é uma organização não-governamental formada, em 1998, na cidade de Porto Velho (RO). A partir da utilização da intervenção urbana, da videoarte, da netarte, da poesia visual, da performance e de outras atividades culturais, o coletivo busca refletir sobre a arte e sobre seu estatuto na sociedade contemporânea.

O “Inventário das Sombras” é um projeto de artes integradas (intervenção urbana, performance, happening, pintura, fotografia, vídeo-arte-doc, internet), idealizado pelo Coletivo Madeirista, numa proposta de arte generativa através do código social para sua execução, cujo processo replicativo pode ser realizado por qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, sob licença livre sem fins lucrativos. Esse projeto foi premiado com o UNESCO Digital Arts Award 2007, concorrendo com 230 artistas e coletivos de 50 países. 1)A ação se deu em local previamente escolhido (calçada, pátio, praça ou rua), desenvolvendo-se de forma interativa, onde os artistas promotores da ação performaticamente posaram/convidaram/provocaram os espectadores/transeuntes a doar a própria sombra, e, a partir de determinada postura corporal previamente escolhida, a sombra é pintada no chão ou parede(com tinta temporária ou “permanente”), tendo o espectador (agora “artista instantâneo) como modelo. 2) Os artistas, agora convertidos em espectadores, propõe aos “novos artistas instantâneos” em geral, questionamentos sobre a sensação do “ex-espectador” em ser “artista”, em fazer sua 1ª obra de arte, sobre a propriedade imaterial “doada”, sobre a sensação de “celebridade instantânea”, etc...as narrativas são gravadas em vídeo, juntamente com fotografias da ação. 3)O material de registro passa a ser disponibilizado na internet através de livre acesso para fruição, execução, e replicação sob a licença Creative Commons 3.0.


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141. Coletivo Madeirista. Inventรกrio das Sombras, 2007 (RO). Entre os Arcos da Lapa e o Circo Voador - Rio de Janeiro, 2007.


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PerformAtiva

É um núcleo de compartilhamento de criação e de artistas em performance, que surgiu a partir do Núcleo de Estudos da Performance na Escola Livre de Teatro (ELT), capitaneados pela encenadora e professora da USP, Beth Lopes. Este núcleo criativo formado no início de 2013 desenvolveu um diálogo potente com o espaço público a partir de uma série de intervenções que se iniciaram na cidade de Santo André.

Em “Gozo Eterno” duas figuras “prostitutas”, os performers do coletivo, “fizeram ponto” em avenidas com grande trânsito de carros. Decorrido certo tempo, um terceiro performer, a figura “executivo”, se aproxima das “prostitutas”. Ele as fez se ajoelharem à frente dele, subiu numa escada, e retirando e perfurando um saco de leite de sua maleta e colocando-o na altura do pênis, o derramou sobre elas. A ação se repetiu em diferentes avenidas.


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142. PerformAtiva. Gozo Eterno, 2013 (SP). Av. dos Estados - Santo AndrĂŠ, 2013.


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Artur Matuck

Tem atuado, no Brasil, Estados Unidos, Canadá, Europa e Ásia, como professor, pesquisador, escritor, artista, diretor de vídeo, performer, produtor de eventos de telearte e recentemente como filósofo da comunicação contemporânea e organizador de simpósios internacionais. Desde 1977, tem apresentado conferências e oficinas em Artes Mediáticas, Arte e Tecnologia, Arte Combinatória, Telecomunicações e Artes, Televisão Interativa, Arte Performance, História da Arte Moderna e Contemporânea, Criação Textual Computacional. Atua na área de performance desde 1980. A partir de 2009, sua criação e produção performática enfatiza a interação mediática e computacional propondo atuações com tecnologias mecânicas, eletrônicas e digitais.

Em “VOX2SKIN : Questões da Pele-Corpo para Fala-e-Mente”, um corpo se volta para si mesmo para se lembrar das memórias de sua pele. Uma microcâmera na palma da mão do performer, instalada numa luva de borracha e uma pequena luz, permitiu que ele se tocasse e enxergasse a sua pele em toda sua extensão; o corpo explorado indaga à fala que mente, a fala e a mente, buscando responder às questões da cada sensação; a mente e a fala se preparando para responder, cada região transmitindo uma demanda de fala, de voz, de texto; este corpo se revela enquanto imagem-video e se revelando enquanto voz, consciência, lembrança, memória, reminiscência, performance, fragmento; audiovideo constitui-se em discurso do corpo-midia. A microcam percorrendo o corpo em gesto, enxergando, mas mantendo a mão à distancia, apenas os dedos tocam, a palma explora e movimenta a microcam, vídeo, áudio, em transmissão, a voz ensaia um texto pseudo-encontrado em uma memória espontânea; portanto cada região da pele, cada órgão salientes ou oculto adquire uma personalidade possível, e assim um corpo torna-se mídia para ser teleperformado através de streaming, corrente de palavras, imagens e sons, do endoespaço ao multidistante.


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143. Artur Matuck. VOX2SKIN : Questões da Pele-Corpo para Fala-e-Mente, 2012 (SP). Estudio de Multimeios – Centro de Computação Eletronica – USP, 2012.


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Grasiele Sousa

É artista independente. Desde 2007 estuda relações entre dança e performance, o que resultou no projeto Cabelódromo (cabelodroma.blogspot.com). Suas performances já foram apresentadas em SP, Brasília, Vitória, Portugal, Chile, Alemanha e Espanha. É membro fundadora da Cia Subdesenvolvida de Dança e da Associação BrP. Mestranda do programa de pósgraduação de Psicologia Clínica – núcleo de estudos da subjetividade contemporânea, na PUC/SP.

A proposta da performer em "I Like Nordeste and Nordeste Likes Me" é uma reperformance da bem conhecida ação de Joseph Beuys, “I like America and America likes me”. Tomando o bode que, já no próprio título do evento, se apresenta como animal emblemático, a performer se propôs a permanecer, em um determinado espaço, cercado, com um bode negro que ela tentou, penteou, cuidou, e com o qual conviveu durante dois dias.


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144. Grasiele Sousa. I Like Nordeste and Nordeste Likes Me, 2012 (SP). IFRN - Cidade Alta - Natal, 2012.


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Coletivo Quando Coisa

( À s v e z e s ) é . . . performance.composição.intervenção.som.ruído.corp o g r a fi a . u r b a n o . corporeidade.espaço.lugar.teatro.percurso.gênero. pós... Atravessamentos (...) Propostas transversais do acontecimento artístico e mais. Composto por: Bárbara Carbogim, Everton Lampe, Marcelo Fiorin, Paulo Maffei e Thálita Motta.

A performance “Os Amantes” é o segundo exercício em imagem/corpo da série com base em uma livre interpretação acerca da obra homônima do pintor surrealista René Magritte e do conceito de Amor líquido apresentado pelo sociólogo Zygmunt Bauman. Nesse exercício, 'Os Amantes' realizaram uma série ações físicas automatizadas: beijar, levantar, sentar, caminhar, abraçar em meio à paisagem urbana ocupada pelos manifestantes e artistas em Belo Horizonte, no “baixo centro” da cidade. A caracterização e corporeidade dos amantes trazem um jogo de sobreposição ao espaço marginalizado em que se encontravam. Para além do quadro de Magritte, aqui as figuras da classe média, reafirmadas pela veste, se aventuram e se alimentam da modernidade líquida, com sua relação de propriedade privada sobre o outro, assim como pelo seu descarte compulsivo, fragilizando suas relações. No amor líquido dos Amantes de Magritte, o não-beijo é a expressão máxima da solidão a dois.


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145. Coletivo Quando Coisa. Os Amantes – Exercício número 2, 2013 (MG). Viaduto Santa Tereza - Belo Horizonte, 2013.


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Coletivo Osso

O Coletivo OSSO de Performance tem como objetivo ocupar os espaços públicos da cidade de Salvador, estabelecer o intercâmbio com outros performáticos e assim construir uma rede, uma teia que facilite e viabilize as informações e as trocas - não apenas entre os artistas, como também com a comunidade local. Recuperando o caráter libertário das praças, dinamizando discursos, dessacralizando a arte, o corpo informa enquanto a boca cala, a ossatura é feita de fibras e tecidos e a política nada mais é que afeto. Desde 2009, ocupa estações, praças, viadutos, passarelas, pontes, igrejas e cemitérios da cidade e entorno, estendendo a arte para lugares comuns, estabelecendo assim uma relação com olhares curiosos de transeuntes. É produtor da Mostra OSSO Latino-Americana que está na segunda edição.

Em “Tapando o Sol com a Peneira” os integrantes do coletivo se dispuseram na praia, todos juntos deitados na areia, tapando o sol com peneiras.


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146. Coletivo Osso . Tapando o Sol com a Peneira, 2013 (BA). Ilha de MarĂŠ - Salvador, 2013.


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Tete-a-Teta

É uma dupla composta por Alexandra Martins e Mariana Brites. A primeira é artista visual e a segunda artista cênica. Com formações diferentes têm em comum o interesse por desenvolver performances e intervenções urbanas mesclando essas duas áreas do conhecimento. Trabalhos recentes destacam-se: Pêlos Pelos, performance realizada em abril deste ano e Borbucetas, instalação apresentada durante o Fazendo Gênero, Florianópolis. Mariana Brites é Bacharel em Artes Cênicas pela UnB e compõe o Grupo de Pesquisa Corpos Informáticos. Trabalhos recentes: (DES)apegueme, performance realizada durante o Tubo de Ensaios; O que tem na alma do artista, vídeo premiado no Arte Pará pelo Corpos Informáticos. Alexandra Martins é estudante de Artes Visuais da UnB. Trabalhos recentes: Regalo, performance realizada durante Tubo de Ensaios; Perca Tempo, intervenção realizada durante o 9º Paraty em Foco.

Em “Pelos Pêlos” três mulheres estavam numa vitrine. Duas nuas e uma terceira com roupa. A mulher vestida costurou kanekalon aos pêlos pubianos das duas mulheres nuas, unido-as. Quando a costura terminou, as duas mulheres nuas se olharam tête-à-tête até que decidiram caminhar, unidas, pela rua.


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147. Tete-a-Teta . Pelos Pêlos, 2013 (DF). Ruas de Brasília, 2013.


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Cláudia Paim

Artista visual com produção em performance, vídeo, instalações sonoras e fotografia. Professora de poéticas visuais na Universidade Federal do Rio Grande. Tem textos publicados e exposições individuais e coletivas no Brasil e exterior. Áreas de pesquisa: coletivos, performance e corpo.

Em “Fluoxetina” as ações são: com uma tesoura na mão, roupa social e sapatos de salto alto, entrar no espaço onde será a performance, parar, tirar os sapatos. Olhar para as pessoas ao redor e falar: “eu tenho medo”. Cortar pequeno pedaço do vestido, cuspir e dobrar como um pequeno embrulho. Escolher alguém, caminhar até ele e cochichar em seu ouvido algum medo da performer. Depois, colocar o embrulho com cuspe em sua mão e voltar para o centro da ação. Ir cortando pequenos pedaços da roupa, repetindo a mesma frase e o restante da ação, sempre escolhendo pessoas distintas e cochichando medos diferentes. Depois de certo tempo da ação, ao sentir que há concentração de energia dos presentes, sair.


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148. Clรกudia Paim . Fluoxetina, 2013 (RS). UFRG - Rio Grande, 2013.


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Alexandre Lucas

É artista/educador. Formado em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acarau - UVA/CE e com especialização em Língua Portuguesa e Arte-Educação pela Universidade Regional do Cariri – URCA/CE, é poeta, artesão, artista visual , Coordenador do Projeto No Terreiro dos Brincantes e do Laboratório de Estudos, Vivencias e Experimentos em Arte Contemporânea – LEVE Arte Contemporânea, é membro do Programa Nacional de Inferência Ambiental PIA/Instituto CUCA, Rede de Arte de Rua – RARU Brasil, Rede Misturados, fundador do Coletivo Camaradas, ex-integrane do Conselho Municipal de Cultura do Crato. Está sempre preocupado em investigar/pesquisar/estudar e promover a arte realizando ações que tenham como foco a democratização dos espaços e das ações de arte para o grande público.

Na performance “Eu Faço a Coisa e a Coisa me Faz”, a ação consistiu num processo de auto pintura e afixamento de pincéis no rosto. Em seguida o performer realizou uma sessão de auto-registros fotográficos.


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149. Alexandre Lucas . Eu Faรงo a Coisa e a Coisa me Faz, 2013 (CE). Crato, 2013.


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Bárbara Ahouagi

É bacharel em Gravura e licenciada em Desenho e Plástica pela Escola de Belas Artes UFMG, mestranda em Artes Visuais pela mesma escola. Participa do grupo de pesquisa do grupo de pesquisa Estratégias da Arte numa Era de Catástrofes, coordenado pela professora doutora Maria Angelica Melendi na EBA/UFMG. Atua como educadora em diversos projetos como o Curso de Figurino do NUFAC-MG, como professora efetiva de Artes na Prefeitura de Betim. Artista aposentada por invalidez teve seus trabalhos entre a gravura, desenho, instalações , performances e fotografias, colagens e a misturas dos mesmos.

O trabalho “30 Manhãs” apresenta a relação entre performance e fotografia. A performer fez fotografias de si mesma nos primeiros momentos da manhã durante trinta dias consecutivos, utilizando filtros fotográficos em caráter experimental, trabalhando essencialmente ajustes de luz e sombra desprovidos de qualquer intenção no embelezamento dela, exibindo simplesmente o rosto de uma mulher ao despertar. Cada imagem era imediatamente postada nas redes sociais Twitter, Instagram e Flickr com legenda de dia e hora.


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150. Bárbara Ahouagi. 30 Manhãs, 2012 (MG). Residência da artista - Belo Horizonte, 2012.


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Marcela Antunes

Entende o ser artista como aquele que pertence a um pluriLugar, que faz de seus pés sua casa e da caminhada sua produção, vagueio entre o aqui e acolá: observando, absorvendo e atuando. Desde 2005 participa de mostras, coletivos e residências artísticas: Jardim das delícias – Rio de Janeiro (2006); Confluências – Rio de Janeiro (2008); SEU - Porto Alegre (2010); Trampolim - Vitória (2010); Video Eject - Cidade do México (2010); X Bienal do Recôncavo - Bahia (2010); Abandoned Practices - Praga (2012); Dins de fora - Allela (2012); JIAAP III - Sevilla (2013); Entre L'Intangible i la matèria - Barcelona (2013);PAS # 33 | square meters per hour (territory) Oslo, Norway.

Na performance “De um Diálogo com as Sutilezas que Insistimos em Chamar de Horizonte”, a performer estendeu um carretel de sisal na altura dos olhos dela, buscando sobrepor a corda, estendida a sua frente, com o horizonte, com o encontro de céu e mar. A Ação acabou quando ela terminou de estender todo o carretel buscando o encontro da sutileza destes dois horizontes criados.


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151. Marcela Antunes. De um Diรกlogo com as Sutilezas que Insistimos em Chamar de Horizonte, 2012 (RJ). ((( BOOM ))) the Global Creative Action, Rio de Janeiro, 2012.


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Fábio di Ojuara

Natalense nascido em 16/02/1958, artista multimeios em atividades artísticas desde 1987 em Natal no Brasil. Apresentou seus trabalhos e performances em circuitos nacionais e internacionais, como a 55º Bienal de Veneza, realizada em 2013, na qual participou com a performance «Now every shit is art».

Em “Procurando um Lugar Melhor para a Terra” o performer construiu um grande globo terrestre, com cerca de dois metros de diâmetro. Esse globo foi colocado em espaços público para que as pessoas pudessem tocá-lo e empurrá-lo para qualquer canto, procurando o melhor lugar para ele.


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152. Fテ。bio di Ojuara. Procurando um Lugar Melhor para a Terra, 2007 (AU). Gmテシnd/ テ「stria, 2007.


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Naira Ciotti

É doutora em Comunicação e Semiótica da PUC-SP com tese sobre os museus, a performance e o ciberespaço. Professora e performer, trabalhou por 5 anos junto com Prof. Dr. Renato Cohen na área de Teoria da Performance, disciplinas que ministrou na PUC-SP. Participa do Grupo de estudos da Performance onde discute a performance arte em sua relação com as Artes Visuais, com pesquisas sobre Lygia Clark e Joseph Beuys. Atua como artista multiplex e realizou performances nos principais museus de São Paulo. Atualmente desenvolve pesquisa e ensino no Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Em “Tombadilho” um corpo besuntado de goma de tapioca e alfazema colou os tecidos da roupa branca enquanto a performer caminhou com muletas canadenses através de um fundo infinito, no braço direito estavam coladas , pela goma, três moedas de 1 real.


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153. Naira Ciotti. Tombadilho: Reperformance, 2013 (SP). USP - S達o Paulo, 2013.


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Fernando Ribeiro

Artista da performance e curador, vive e trabalha em Curitiba. Bacharel em Artes Visuais pela UTP (2002) e especialista em Estética e Filosofia da Arte pela UFPR (2010). Principais eventos que participou: MIP – Manifestação Internacional de Performance – Belo Horizonte, 2003; O Corpo na Cidade: performance em Curitiba, 2009; Trampolim – Vitória, 2011; Performa Paço – São Paulo, 2011; Direct Action 2011, Berlim, Hannover e Londres, 2011; Urbe-Brote Urbano – Buenos Aires, 2011; Defibrillator Performance Art Gallery – Chicago, 2012; Mobius, Inc – Boston, 2012; Grace Exhibition Space – Nova Iorque, 2012; 4to Encuentro de Acción en Vivo y Diferido – Bogotá, 2012; Performance Corpo Política, Brasília, 2013; Miami Performance International Festival, Miami, 2013. Organizador da p.ARTE –noite mensal de performance arte em Curitiba, 2012/2013. Curador convidado da Bienal Internacional de Curitiba, 2013.

Para a realização de “Tradição e Inovação”, numa tarde de outono, o performer caminhou até uma área do Parque Tingüi, em Curitiba, onde se encontra uma grande concentração de Araucárias, pinheiros típicos da região. O artista encheu sua roupa com galhos espinhosos desta árvore e andou até outra área do parque onde se encontram diversas árvores de Bordo. Ele retirou os galhos e misturou às folhas destas novas árvores. Em seguida, o artista encheu suas roupas com folhas de bordo e retornou a área das Araucárias, misturando, desta vez, as folhas de bordo junto aos galhos deste pinheiro.


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154. Fernando Ribeiro. Tradição e Inovação, 2011 (PR). Parque Tingüi - Curitiba, 2011.


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Jota Cavalcante

É um artista visual que transita e justapõe diferentes linguagens como performance, música e poesia.

Em “Hairnet Paradise” o corpo do performer foi deitado entre objetos especialmente selecionados como parte de um ritual. O performer tomou três doses de tintura de Salvia Divinorum, em meditação intensa. Sobre o corpo, projeções visuais. No ambiente, sons indutivos ao transe. Perda e ganho de consciências. Esse ritual foi realizado como tentativa do performer de regressar e mergulhar profundamente em memórias da infância dele, e aquémalém, através de visões e audições enteógenas.


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155. Jota Cavalcante. Hairnet Paradise, 2013 (MG). Uberl창ndia, 2013.


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Ungulo

É um projeto musical e visual criado em 2013 por Thiago Vidotto, de Ribeirão Preto – São Paulo.

Em “Ungulo” duas figuras vestindo preto e balaclavas se misturaram no espaço da ação - uma delas tocando instrumentos percussivos atrás de uma cortina preta e a outra abordando violentamente, iluminando e fotografando cada pessoa no público.


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156. Ungulo. Ungulo, 2013 (SP). Curitiba, 2013.


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Raíssa Inocêncio

Tem como interesse a investigação de campos como a Estética e seus efeitos na micropolítica e no cotidiano. Sua monografia é sobre o mito do Nascimento da Afrodite, contado por Hesíodo e sua influencia filosofica em Platão no Banquete com o discurso do Pausanias. Afora a pesquisa, lida com autores como Georges Bataille, Vilem Flusser e Gilles Deleuze. Atua em performances de cunho erótico com pesquisa no movimento pós-porno e também aliando o saber filosofico com o entendimento comum. Possui trabalhos como Pesquiza Amoral, entrevista-poema com realismo fantástico, Pornotopia, apresentados no II Jardim Suspenso, no morro da Babilônia (RJ). Participa de um ateliê de criação livre no Hospital Psiquiátrico Nise da Silveira, em conjunto com o projeto Hotel da Loucura.

Na performance “Abertura da Vênus” a performer se propõe ao jogo poético de criar o mar em Brasília. Do mito à filosofia, da imagem à moral, da representação ao conceito. O nascimento da Afrodite e sua história conceitual que passa de Hesíodo, Platão e Ficino. A ação é um descarrego-desejo, uma off-monografia, em segredo.


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157. Raíssa Inocêncio. Abertura da Vênus, 2013 (DF). VI Colóquio de Filosoa e Ficção na UNB - Brasília, 2013.


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Thaíse Nardim

É performer, arte-educadora e agente cultural na área de arte da performance. Organizadora do Festival de Apartamento, evento autogestionado de arte da performance, atualmente em sua décima segunda edição. Como performer, participou de eventos como TRAMPOLIM (Vitória/ES. 2010), SPA das Artes (Recife/PE, 2011), Semana Experimental Urbana (Porto Alegre/RS, 2012) e p.ARTE (Curitiba/PR, 2013), entre outros. É docente da disciplina Performance no curso de Licenciatura em ArtesTeatro da Universidade Federal do Tocantins, onde também coordena o Programa Núcleo de Extensão em Perfomance, Colaboração e Educação. Foi uma das fundadoras do Núcleo de Pesquisa em Performance Art do SESC Tocantins, pelo qual organizou as mostras nacionais de arte da performance “Convergência” em 2012 e 2013.

A performance “O Anti Mel-O-Drama”, realizada no ateliê de artes visuais do SESC Palmas/TO, iniciou-se com a performer sentada junto ao público, num ambiente intimista composto por sofás. Vestindo lingerie branca e com a cabeça recoberta por papel-alumínio, a performer recobriu o seu corpo com um líquido viscoso, avermelhado e de cheiro adocicado forte, que contaminou toda a sala. Começando pela cabeça, incluindo cabelos, ela espalhou o líquido por todo o corpo, com movimentos suaves e neutros – isto é, que não intentavam transmitir nenhuma significação que não a do próprio ato. Tendo feito isso, a performer sentou-se novamente, e retirou uma lâmina, que usou para desenhar, com um corte contínuo e sem ajuda dos olhos – recobertos - um coração sobre seu seio esquerdo. Com uma taça de vidro – das utilizadas para tomar-se vinho – recolheu o sangue que escorria do corte, nesse momento misturado ao líquido vermelho viscoso que passara anteriormente sobre o seio. Ela então bebeu todo o conteúdo da taça, ainda mantendo a movimentação tranquila e, ao esvaziar a taça, levantou-se e retirou-se da sala.


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158. ThaĂ­se Nardim. O Anti Mel-O-Drama, 2011 (TO). SESC Palmas, 2011.


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Wilma Farias

Na graduação em Design e Moda (2011), na Universidade Federal do Ceará, começa a pesquisar processos de formação em criação com o estudo intitulado Cartografias na pesquisa de moda-design: conversas em percursos de formação, a partir de estudos de subjetividade e o método da cartografia na filosofia da diferença e o conceito de autopoiesis da teoria biologia do conhecer. Realiza oficinas com os temas experiência e invenção, tendo como direcionamento a criação e produção de cadernos, como diários, com técnicas de encadernação manual. Atualmente, está na pós-graduação em Artes (UFC), pesquisando o artista Leonilson e as relações do lugar do artista contemporâneo, suas experiências e como este produz pensamento. E também, realiza experiências de performance sobre corpo e espaço da cidade.

Na performance “Que Cidade é essa?” a dinâmica partiu das seguintes ações: 1escolher um ponto da cidade; 2- fazer um percurso no tempo e espaço, partindo de um ponto a outro; 3- perguntar para si questões que emergem sobre o espaço escolhido da caminhada; 4- não exige tempo determinado. As questões conceituais envolvidas nesse processo foram: O que faz um corpo em uma cidade?De um ponto para outro acontecem os movimentos. De afetos, trajetos, visualidade, espaço, materialidade, percepção, performatividade, gestos, curvas, desvios. Partir de um ponto para outro: o que acontece no caminho? Que atravessamentos acontecem em um corpo numa cidade? Como acontecem os trajetos em um espaço?


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159. Wilma Farias. Que Cidade ĂŠ essa?, 2013 (BA). Salvador, 2013.


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Sandra Bonomini

É Bacharel em Artes Cênicas pela Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP), com pós-graduação Lato sensu em Ação e movimento: Arte da Performance pela Faculdade Angel Vianna (FAV)/parceria com Paola Rettore CASA, RJ – BH (2013). Realiza estudos independentes de dança contemporânea desde o ano 2003 até hoje. Com o corpo como principal ferramenta de ação, Sandra mistura as linguagens da performance, a dança e o teatro no seu trabalho de criação. Interessada pelas questões de identidade e gênero na performance, seus últimos trabalhos (2012-2013) tem sido apresentados em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Lima (Peru). Co-organizadora do 1 Colóquio e Mostra MUDA II em Arte da Performance em Belo Horizonte (2013). Foi selecionada para fazer parte do livro Evocações da Arte Performática a ser publicado em 2014, com a performance “Eu sou uma mulher então, com certeza, tenho a culpa” (2012). É co-criadora do Ateliê em Performance que será iniciado em novembro de 2013 em parceria com Paola Rettore CASA. Desde o ano 2011, Sandra mora no Brasil e trabalha como artista e tradutora.

Em “Kiwo (man)” a performer parte da seguinte proposição: Meu corpo (con)tendo tudo, então também é nada. A performer parada no chão criou um caminho reto definido pelo público, no qual ela experimentou outras possibilidades corporais a partir da “biologicamente feminina” que possui. Ela brincou com vários pares de kiwis transformando a fruta em testículos e ao mesmo tempo gerando uma menstruação simbólica, verde… Essa performance é uma ação poético-política na qual o corpo, atravessado pelas interferências sociais, decide agir e atravessar um espaço codificado estabelecendo seus próprios códigos, escolhas e desejos.


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160. Sandra Bonomini. Kiwo (man), 2013 (MG). Museu Memorial Vale - Belo Horizonte , 2013.


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Renan Marcondes Cevales

É artista plástico, ator e performer. Mestrando em Poéticas Visuais pela UNICAMP, formado pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e pela Oficina de Atores Nilton Travesso. Em 2011 foi o primeiro aluno de sua instituição a ser contemplado com uma bolsa da FAPESP de Iniciação Científica para uma pesquisa de um ano em performance e crítica, sob orientação de Cauê Alves. Paralelamente, expõe com performance e videoperformance em diversas exposições na cidade de São Paulo, das quais se destacam a Bienal Internacional de Dança do Ceará e o 41ª Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, no qual foi premiado com a performance Hipótese sobre a construção. Atualmente integra a Companhia Perdida, dirigida por Juliana Moraes.

“Manual Civilizador para um Peso sem Nome” é uma ação na qual o performer luta contra 1000 gizes de lousa e equilibra um gaveteiro de aço sobre seu corpo. É uma solo-performance que reflete sobre a relação entre a execução funcional de um gesto e a experiência de um corpo. A partir de outros tipos de relação física com objetos de escritório, estabelece um jogo de peso, equilíbrio e sustentação. A solo-performance é estruturada em quatro momentos principais, e a relação que o corpo estabelece com esses objetos é sempre de peso e leveza, evidenciando através do equilíbrio (ou de sua impossibilidade) como a relação entre corpo e objeto é um processo dialético de moldagem e resistência do corpo.


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161. Renan Marcondes Cevales. Manual Civilizador para um Peso sem Nome, 2013 (SP). Centro UniversitĂĄrio Belas Artes de SĂŁo Paulo, 2013.


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Rogério Nunes Marques

Formação: 2005 Artes Visuais - Licenciatura, Fundação Universidade Federal do Rio Grande(FURG). 2003, 5° Salão Top Student de Arte Universitária, Porto Alegre. RS. 2004, 18° Salão Jovem Artista, MALG, Pelotas. RS. MARGS, Porto Alegre. RS. - Premio regional 2004, PASSADOURO, Espaço de Arte_ IDEA (FURG), Rio Grande. RS. 2005, EXPERIÊNCIA IMERSSIVA AMBIENTAL-(COLETIVO-EIA), São Paulo. SP. 2006, ARTE = DESENHO: QUANDO? COMO? ONDE?,Curadoria: Daniel Acosta, IAD/UFPEL, Pelotas. RS. 2007, Projeto Diálogos. Apresentação de trajetória poéticavisual. 6 Bienal do Mercosul, Armazém 2, POA. RS 2007, ARTE NO PORTO, Curadoria: José Luis De Pelegrin ,Porto de Pelotas, Pelotas. RS. 2009, ARTE NO PORTO, Curadoria: José Luis De Pelegrin ,Prédio da Cotada, Pelotas. RS 2009, Conhecer para Olhar com Gosto: Coleção José Luis De Pelegrin, MALG, Pelotas. RS.

Em “Torpor/Trans/Urbano/Intra/Sub/Mundo” o performer experimentou o movimento de um corpo entorpecido num delírio narcotizado do marginal em ambiência, no limite do urbano. Ocupou um terreno-baldio como o usuário de drogas que encontra um mocó/esconderijo na cidade. Travestiu-se com o lixo abandonado neste lugar em homenagem/incorporação ao degradado social. O performer investiga há uma década as pscicogeocartografias, heterotopias urbanas e o andar como prática estética.


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162. Rogério Nunes Marques. Torpor/Trans/Urbano/Intra/Sub/Mundo, 2003 (RS). Periferia do Balneário Cassino, Rio Grande, 2013.


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Rubiane Maia

É artista, professora e pesquisadora. Graduada em Artes Visuais e mestre em Psicologia Institucional pela Universidade Federal do Espírito Santo – UFES. Interessase especialmente pelas linguagens mais diretamente relacionadas ao corpo, e trabalha no entrecruzamento entre a performance, a instalação, a fotografia e o vídeo. Em seu processo de criação e pesquisa flerta bastante com o cinema e a literatura, e também gosta de escrever ensaios, poesias e textos livres sobre suas experiências com a arte e a vida cotidiana. Em 2012 - 2013 participou de diversos eventos, festivais e residências no Brasil, Argentina, França, Reino Unido, Espanha, Itália, Portugal e Irlanda. E também da 9th Kaunas Biennial UNITEXT na Lituânia.

Em “Apreço” a performer, sentada à beira mar, espalhou no entorno dela uma grande quantidade de pérolas. Logo depois, iniciou a feitura de um colar longo e extenso. Aos poucos, à medida que inseria uma a uma no fio, o tempo passou e a maré subiu, lentamente levando embora as pérolas que ainda não haviam sido escolhidas.


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163. Rubiane Maia. Apre莽o, 2011 (ES). Vit贸ria, 2011.


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André Ramanery

Licenciado em Artes Plásticas pela Escola Guignard – UEMG, possui performances apresentadas em exposições e salões na região sudeste e centrooeste. Vive e trabalha atualmente em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Em “Aos Pés de Aracne” o performer retoma o mito da jovem que perde uma aposta com a deusa Atena e é por isso transformada em aranha e condenada a ficar presa nos fios de seu bordado. Sentado em uma cadeira o performer pegou velas de diferentes cores e passou gota à gota a tecer um longo bordado de cera com o formato dos seus pés.


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164. André Ramanery. Aos pés de Aracne, 2013 (MG). Funarte-MG - Belo Horizonte, 2013.


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Coletivo Ambulante

É a reunião de artistas autônomos de diversas áreas que se encontram para discutir e praticar Intervenções Urbanas desde 2008. 2009 - Era uma vez.... Uma noiva, Virada Cultural Edição Interior. Contemplado com o Programa para valorização de iniciativas culturais – VAI, da Prefeitura de São Bernardo do Campo, com o projeto: Paisagens Urbanas... Um labirinto. 2010 - Paisagens Urbanas... , Virada Cultural de São Paulo edição Interior. Realização do projeto contemplado Paisagens Urbanas... Um labirinto. 2011 – Travessia, Ação realizada em um ônibus da cidade de SBC. Banquete...uma conversa sobre o Amor, Festival de Performance de BH. Em Branco, Ação realizada nas ruas de São Bernardo e São Paulo. 2012 - Estado gerativo, pois as três integrantes permanentes do Coletivo ficaram grávidas. 2013 – Me Kahlo , Festival baixo Centro SP. CIDADE corpo em flor, rua das flores SP.

Em “BANQUETE... Uma Conversa sobre Amor” temos três mulheres vestidas de branco, ao redor de uma mesa de madeira com cadeiras, bacia e jarro de cerâmica, simplesmente fizeram um pão. O local: uma calçada no centro de Belo Horizonte. Mãos se misturaram à massa, apertaram e sovaram sem cessar. Som de buzinas, motores e gritos compuseram a paisagem com a batida precisa da massa na mesa: percussão. E numa composição anti-estética e caótica a cidade emprestou seus cheiros e sons para o feitio do pão.


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165. Coletivo Ambulante. BANQUETE... Uma Conversa sobre Amor, 2011 (SP). S達o Paulo, 2011.


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Karen Tribess

Estudante de Artes Visuais –UFPR, cursando o 3° ano. Exposições/ Mostras de performance : IV MOSTRA DEARTES 2011 / V MOSTRA DEARTES 2012 / CUBIC – BIENAL DE CURITIBA / FICA ITAJUBA-MG / CONVIDADA PELO CURADOR FERNANDO RIBEIRO PARA O P.ARTE EM SETEMBRO DE 2013.

Na performance “Acostume-se II” a performer utilizou a conexão ao site de transmissão “Ustream.tv”, e de conversa por web cam. on-line “Chatroulette”. A janela do Chatroulette foi projetada em um telão ao lado da artista. Ela conversou on-line com as pessoas que o site enviou aleatoriamente para seu perfil, e fez um strip-tease para a câmera e para o público presente. Enquanto a artista tirava as peças de roupa ela interagiu com os espectadores on-line. Quando completamente nua ela desligou abruptamente o computador, o telão ficou em branco e a artista foi para perto do público presente, trocou olhares, encarou, chegando muito próximo deles. A ação se encerrou.


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166. Karen Tribess. Acostume-se II, 2013 (PR). Galeria Não Lugar – Itajubá , 2013.


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Lúcio Agra

Lucio Agra, natural de Recife (PE), cresceu no Estado do Rio de Janeiro e, há 15 anos, vive e trabalha em São Paulo. Sua produção artística mescla a poesia, a performance, a música e as tecnologias. Também é professor de performance na Graduação em Comunicação das Artes do Corpo da PUC-SP, mesma instituição na qual doutorou-se em Comunicação e Semiótica com a tese Monstrutivismo - reta e curva das vanguardas, recentemente publicada (Ed. Perspectiva, 2010).É presidente da Associação Brasil Performance (BrP) e líder do Grupo de Estudos da Performance da PUC-SP. Prepara novo livro sobre a performance no contemporâneo.

A ação de “Revestir-se” iniciou-se com o performer saindo do mar e vestindo-se com alguns de seus trajes de performances anteriores, misturados a outros conseguidos à véspera da performance, e caminhou até a exposição de seu poema sobre o mar, lendo trechos seus e de outros poetas sobre o mar e distribuindo postais de frames de um vídeo feito em Belém (Portugal), ponto de partida para a invasão do Brasil no período das assim chamadas “grandes navegações”.


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167. LĂşcio Agra. Revestir-se, 2012 (SP). Oi Futuro Ipanema - Rio de Janeiro, 2012.


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Recy Freire

Reside há 3 anos em São Paulo. Possui formação acadêmica em Ciências Biológicas pela UFRN. Em Natal – RN, trabalhou como professora de ciências e teatro em instituições públicas e privadas, foi integrante do grupo Elas&Cia e do Grupo Vermelho Absurdo. Em 2012, já em São Paulo, ministrou a oficina “Memória e Narrativa” oferecida através do programa VAI para o projeto “Daqui a Pouco o Peixe Pula”, também contemplado com ProAC de Primeiras Obras em Artes Cênicas, onde exerceu a função de Assistente de Direção. Hoje é integrante do coletivo “EstoPÔ Balaio (de) criação, memória e narrativa”, onde desenvolve a encenação “O que sobrou do rio” (contemplada pelo ProAC de Montagem Inédita).É oficineira do atelier de Memória e Narrativa através do edital ProAC de Estímulo a Leitura em Bibliotecas Municipais . É Artista-Educadora do Programa de Iniciação Artística(PIÁ) da Prefeitura de São Paulo. Criou com o Amor Experimental a performance “Há tempo para o amor?!” - Ubicidades III (PGEHA-USP).

“Catalepsia” é uma homenagem aos vivos. O alvo da homenagem em questão foi a performer, a artista ainda viva e que lutou para superar a lógica perversa do legado da arte moderna, onde impera o clichê que determinava o lugar de reconhecimento do artista após a sua morte. Dito de outro modo, a arte desse tempo... desse continuum, reflete a emergência da vida contemporânea e esse ato auxilia no processo de legitimação da mesma.


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168. Recy Freire. Catalepsia, 2013 (SP). Cemitério da Vila Mariana - São Paulo, 2013.


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T. Angel

T. Angel é pseudônimo de Thiago Soares. Durante a graduação em História (bacharelado e licenciatura) pelo Centro Universitário FIEO, desenvolveu diversas pesquisas envolvendo a população LGBT e os estudos do modificação corporal. Desde 2005 está inserido na performance art, realizando ações em diversos festivais e eventos em várias cidades e Estados brasileiros, a exemplo o Festival de Apartamento (SP), Virada Cultural (SP), Hurt Fest (MG), Body Pleasures (DF), Entrance (CE), Convergência 2013 (TO), entre outros. Como pesquisador interessa-se pelos seguintes temas: corpo, arte, cultura e gênero.

“Me see you” é uma ação performática sobre o impacto do tempo na vida de um indivíduo, especificamente e de maneira confessional, a do próprio performer. O performer ficou 24 horas em completa privação da fala, dedicando esse dia de silêncio em memória de seus amigos, ídolos e mestres que partiram nos últimos meses. Passado este primeiro momento, nos 30 minutos seqüentes o silêncio verbal foi quebrado, com a leitura de “Calmaria” (canção de Maria Bethânia). Em consequência, libertou-se o corpo em sincronia, que por sua vez ganhou os primeiros movimentos rumo a uma dança de despedidas e boas vindas. A dança aconteceu com o corpo suspenso por ganchos na pele. Transformando assim, todas as emoções em fisicalidade poética e ritualística.


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169. T. Angel. Me See You, 2012 (SP). Hurt Fest - Belo Horizonte, 2012.


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Zmário

Zmário (José Mário Peixoto Santos) nasceu em Jequié, Bahia. Artista performático e professor/pesquisador da linguagem artística da performance. Mestre em Artes Visuais e doutorando pelo PPGAV- EBAUFBA, onde pesquisou a produção de Performance Art na cidade de Salvador-BA. Tem participado de festivais de performance no Brasil e no exterior. Artista premiado nos Salões Regionais de Artes Plásticas da Bahia e mapeado pelo Programa Rumos Visuais 2002-03 do Itaú Cultural. Integrante fundador do OSSO Coletivo de Performances Urbanas entre 2009-2010. Em 2011, coordenou a Mostra de Performance CorpoAbertoCorpoFechado, na Galeria Cañizares, Escola de Belas Artes-UFBA. Sua produção gira em torno da performance, body art e dos processos de impressão. Vive e trabalha em Salvador, BA.

A ação de “Too Much Trans” consistiu no plantio de sementes de tomate em diversas paisagens da Chapada Diamantina, Bahia, como uma metáfora da busca por um ambiente natural e mais saudável em contraposição ao cotidiano conturbado das grandes cidades.


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170. Zmรกrio. Too Much Trans, 2013 (BA). Chapada Diamantina, 2013.


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Cia. Excessos

A CIA EXCESSOS é formada pelos artistas Paulo Aureliano da Mata e Tales Frey, cuja característica principal, nas suas concepções, é a multidisciplinaridade. Esse duo vem construindo uma pesquisa cênica de forma híbrida, tendo em vista os possíveis diálogos entre vídeo, teatro, performance e fotografia. A companhia conta também com artistas convidados para integrar a equipe técnica da maior parte dos trabalhos.

“O Outro Beijo no Asfalto” é uma das performances que compõem a série “Beijos”. Se no texto "O beijo no asfalto", de Nelson Rodrigues, os transeuntes e a imprensa do Rio de Janeiro foram impiedosos com o personagem Arandir, a transposição desse texto para performance art não haveria de ser tão diferente, quando, numa experiência com dois artistas, através de um beijo de 30 minutos ininterruptamente com trajes convencionalmente trocados (ele de noiva e ela de noivo), há a comprovação de que o preconceito é enorme quando a imagem traz uma conotação sexual ainda chocante num contexto moralmente conservador. “O outro beijo no Asfalto” é uma intertextualidade ao clássico rodrigueano e uma evolução da performance “O BEIJO”.


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171. Cia. Excessos. O Outro Beijo no Asfalto, 2009-2012 (PT). Ouro Preto, 2012.


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Kysy Fischer

É graduada em Artes Cênicas pela Faculdade de Artes do Paraná (FAP). Participou de workshops com Jesser de Souza, Ricardo Puccetti, Adelvane Neia, Carlos Simioni, Tadashi Endo e Olivier de Sagazan. Integrou experiências como dançarina, performer, atriz e preparadora corporal. Desenvolveu na FAP pesquisa em treinamento pré-expressivo, butoh e maquiagem produzindo dança. Na iniciação científica, desenvolveu uma pesquisa prático-teórica acerca da maquiagem como desestabilizador do corpo no butoh. Concomitantemente, produziu o trabalho solo Adir – um canto para uma avó morta. Essa pesquisa resultou no artigo A maquiagem e o incompleto no Butoh, publicado na revista O Mosaico. Foi artista residente na Casa Hoffmann com a pesquisa O corpo morto no Butoh. Ministrou a oficina Butoh na Casa Hoffmann. Foi performer convidada em O desejo e as Margens do Poder – um filme sobre performance arte. Integra o grupo de pesquisa em artes e performance da FAP. Atualmente se dedica à pesquisa O Butoh como significante aberto e seus desdobramentos na produção artística e teórica no programa de pós-graduação em teatro na UDESC.

Em “Eu não Precisava Ver para Notar que os Canteiros de Flores Tinham sido Destruídos” havia um problema a ser escavado. Há algo na história das mulheres da família da performer que não para de fazer coisas à ela. Neste buraco haviam algumas moedas e pedaços de um rosário enterrados. A performer entrou no buraco e ali permaneceu cantarolando dentro da sua cabeça as canções que a avó dela cantava para ela, e que ela ainda podia lembrar. Tirou de dentro da caixinha um objeto muito pequeno que permanece escondido. Ela cantava algo parecido com “Sempre fica um pouco de perfume”.


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172. Kysy Fischer. Eu nĂŁo Precisava Ver para Notar que os Canteiros de Flores Tinham sido DestruĂ­dos, 2012 (PR). Curitiba, 2012.


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Felipe Cidade

Exposições Individuais -> “Transgressões” – Bar Kabul – Mar/2012 Coletivas ->”Verbo" - Galeria Vermelho –Nov/2013 ->”No fio do tempo” – Associação Cecília - Set/2013 ->”Lab Verde: Experimentações artísticas na Amazônia" – Parque do Mindú - Jun/2013 ->”Persona non grata" - Galeria Mario Schenberg, Funarte - Jan/2013 ->”Primeira Ocupação - Oficina Cultural Oswand de Andrade - Dez/2012 ->”44 º Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba” - Pinacoteca Miguel Dutra - Set/2012 -> “Em Aberto” – Phosphorus – Set/2012 ->“Os Legitimados – ninguém está a salvo da opinião alheia” – Ateliê397 – Jul/2012 - >”1º Salão de Arte Contemporânea de São Caetano do Sul” - Jul/2012

Na performance “Invidia – Não há Autoridade, Apenas Nós Mesmos” usou-se uma mesa e duas cadeiras de madeira escura. Uma máquina de tatuagem em cima da mesa. Dois indivíduos se aproximaram e sentaram, ambos de calça e camisetas cinza. Um deles tinha o cabelo e barba raspados “zero”. Ambos se encararam por cinco minutos. O indivíduo careca curvou a cabeça e esticou os braços em direção ao outro indivíduo, com as palmas das mãos viradas para cima. Logo o outro começou a tatuar o mapa-múndi nas palmas do performer que as oferecera. Ao terminar de tatuar, ambos voltaram a se encarar por poucos minutos, se levantaram e se retiraram.


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173. Felipe Cidade. Invidia – Não há Autoridade, Apenas Nós Mesmos, 2013 (SP). Associação Cecília - São Paulo, 2013.


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Marcelo D'Ávilla

É bailarino desde 2003 com formação pela Royal Academy of Dance – Londres. Estudou linguagens como hip hop e ragga com coreógrafos internacionais no período de 2011 como Brian Tanaka(EUA) e Chase Benz(UK), além de Ralf Jaroschinski, mestre em Contato Improvisação na Alemanha. Em fevereiro de 2012 co-fundou o coletivo The Burlesque Takeover, o único focado na pesquisa em performance, intervenção urbana e arte burlesca no Brasil, onde assina a preparação corporal, coreografia e direção de arte do coletivo. No mesmo ano foi selecionado para o Curso de Extensão em Experimentos em Performance I e II da UNESP e desde agosto de 2011 pesquisa a performance como linguagem. Foi convidado do palco Arte Corporal na Virada Cultural de 2012 onde apresentou sua performance "6", mesclando as artes visuais, dança e body art. Faz parte do Desvio Coletivo que ganhou destaque com a intervenção Cegos, realizada na Avenida Paulista (SP) e na Cinelândia (RJ), além de ter aberto o 8º Hemispheric Institute of Performance 2013. Seu mais recente trabalho aberto foi na Trackers durante o Festival PopPorn 3, o ato “Sexual Freeak”.

Na performance “Gender Freeeak”, sob o pseudônimo de Sete de Ouros, o performer personificou seu boylesque, figura burlesca que brinca com sua forma entre os gêneros. Nesta ação o boylesque se transmutou em cena, aplicando argila sobre seu corpo nu, ao som de George Michael. Dentro da composição musical ele ganhou diversos genitais e se masturbou com eles, se descobriu, gozou e se rompeu.


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174. Marcelo D'Ávilla. Gender Freeeak, 2013 (SP). Trackers – Centro – São Paulo, 2013.


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Tatiana Duarte

Atriz-performer, começou vida artística no ano de 1998 com o espetáculo, “As Frenéticas” sobe direção de André Luiz Borba Loureiro; e no ano seguinte de 1999, “Zona Contaminada” peça sobe direção de André Luiz Borba Loureiro; ficando no grupo até 1999. Onde entrou para outro projeto de performance em 2000, apresentando as performances: “Perpetuação do Sangue” (performance) Performance escatológica de João Bosco B. “O voodoo” (performance) João Bosco B. “O Quarto de bonecas” (performance) João Bosco B. “A LA BELLE D`JOUR” (performance) João Bosco B. “O Assassinos; Onde estará baby jane?” (performance) João Bosco B.. Em 2009 entra na faculdade do curso de teatro licenciatura (UFPEL) participou de um grupo de dança, “Boi tatá de Simões Lopes Neto” (dança) Dança-teatro UFPEL; paralelo a este apresentei uma peça em 2009 o “Navio Negreiro” sob direção de Moises Vasconcellos; No mesmo ano integrou o Núcleo da UFPel onde apresentou os espetáculos: “O gato não comeu” (peça); “O banquete” (performance); “Partituras do ator” (performance). Em 2010 participando do Projeto da UFPel “Boca de Cena” onde está até hoje realizado apresentações sobre o projeto “Olhar do Outro” (peça performática); 2011. Junto a estas atividades artísticas dirige em 2011 “Assinatura de Contrato” onde foi selecionado e premiado no 1º Festival de Esquetes e StandUp de Bagé; também neste ano “A Morte aos Assassinos” (performance sobre a trajetória da atriz) também a direção do espetáculo “Falo Pela Paz”; No ano de 2012 dirige e atua na vídeo dança “Fêmeo parte II” onde fez parte da mostra “ruído gesto ação & performance” (FURG 2013); Em 2013 “A Vida e a Época de Lobo da Costa” (peça) UFPEL; no mesmo ano conceituou e performou na “Voz e Matéria” (Performance). Ainda em constante pesquisa sobre artes da cena, vem se debruçando a desenvolver e estender suas atividades. Estando no projeto “Olhar do Outro”, ampliando seus conhecimentos em vídeos e cena, e como se da essa mistura, essas questões que intrigam a atriz-performer, por conta do cinema e vídeo-arte, no projeto “Olhar do Outro” vem construindo e complementando suas pesquisar arte performática.

Sobre a cobrança de um corpo esteticamente perfeito, o trabalho “Fêmeo Parte II” investigou esta atmosfera de cobrança e este suposto ideal de feminilidade, com uma homenagem à Eduard Munch, gravada no grito de terror da performer na fuga de uma feminilidade inexistente.


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175. Tatiana Duarte. FĂŞmeo Parte II, 2011 (RS). Rio Grande, 2011.


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Semyramys Monastier

Performer, Diretora Teatral e Iluminadora, vive arte desde seus 6 anos quando entrou para o Ballet. Se formou como atriz pela Universidade Federal do Paraná e como Diretora pela Faculdade de Artes do Paraná. É artista residente da Casa Selvática, centro cultural fundado em Curitiba em 2012. Foi integrante do saudoso Grupo de Investigação Cênica Heliogábalus e é co-fundadora do Coletivo Eu Também Quero um Carrinho de Mercado. Atualmente vive em Dublin, Irlanda, onde participa do centro cultural Exchange Dublin e é assistente do multi-artista Kevin Sharkey. Entre seus trabalhos destaca-se sua pesquisa nas obras literárias de Samuel Beckett e do estudo da cultura pop no universo artístico.

Após anos presa em uma memória emotiva stanislavskiana Julia se desafogou dentro de uma banheira na Era da Glória do Pop. Na performance “Monstre Julia”, por 3 horas Julia recebeu seus convidados – um por vez em sua banheira. Cada convidado levou uma oferenda/lembrança/presente/ingrediente para Julia e teve como retribuição a própria Julia. Cada um fez sua parte para engrossar o caldo que trouxe Julia ao mundo.


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176. Semyramys Monastier. Monstre Julia – Sopa Instalação, 2012 (PR). Centro Cultural Casa Selvática – Curitiba , 2012.


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Jean Sartief

Graduado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e mestrado em Ciências Sociais pela mesma instituição, é performer, fotógrafo e poeta, já tendo participado de diversas residências e salões a nível regional e nacional, como a Residência Artística Deslocamentos (PE), ou o Prêmio Interações Florestais Terra Una (MG).

A performance "SM" é parte de uma provocação e pesquisa sobre o corpo e a sexualidade. O performer entra no espaço tocando um sino de coleira de animais, o público acompanha então o performer, completamente vestido de branco, se posicionar no espaço e cobrir totalmente sua face com uma pasta branca de argila.Coloca então em seu pescoço uma coleira com duas guias. Coloca o sino no chão e oferece as duas guias ao público, que, por sua vez, deve manipulá-las e assim conduzi-lo da forma e pelos caminhos que desejar.


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177. Jean Sartief. SM, 2011 (RN). TECESol - Natal, 2011.


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Wellington Júnior

Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará UFC (1992), mestrado (1997) e doutorado (2001) em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUCSP. Pós-Doutorando em Artes no Departamento de Comunicação e Artes DeCA da Universidade de Aveiro (UA). Membro do Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura ID+. Atualmente é professor adjunto do Instituto de Cultura e Arte ICA e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação PPGCom da UFC. É líder do Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte LICCA, registrado no Diretório dos Grupos de Pesquisa do CNPq. Artista visual e performer. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em performance, atuando principalmente nos seguintes temas: artes do corpo, artes visuais, comunicação, glossolalia, performance, semiótica.

Em “TRACEaFACE” Tutunho (o performer) disponibilizou, aos participantes, posters (68 X 98 cm) com a foto de sua face completamente sem pelos, inclusive sobrancelhas, num convite para que qualquer um, intervindo na foto, seja com desenhos,pintura, grafite, colagem, vídeo, fotografia, performance, etc., trace-lhe uma face. Neste projeto de fotoperformance, Tutunho buscou sua própria subjetividade a partir do olhar do outro e tratou de temas como o eu, identidade, rostidade, auto-performance, arte urbana, estética relacional. Projeto desenvolvido com bolsa PDE-CNPq junto ao Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura (ID+), Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte (LICCA).


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178. Wellington JĂşnior. TRACEaFACE, 2013 (CE). Aveiro - Portugal, 2013.


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Christina Fornaciari

Vive e trabalha em Belo Horizonte e Salvador. Mestre em Performance pela Queen Mary University of London, em Londres (Orientador Paul Heritage, Dissertação: Performing Human Rights), e doutoranda em Artes Cênicas pela UFBA (Orientadora Ivani Santana, Tese: Corpo, Política e Tecnologia na Performance). Fez residência artística no Barbican Arts Centre (2004), em Londres e no Bronx Museum (2006), em Nova York. Lecionou Performance e Instalação na UFOP – Univ. Federal de Ouro Preto de 2009 a 2011. Realizou a performance urbana “Performafunk” em 2009 e 2010, e publicou o livro “Funk da Gema” em 2011, por meio dos Prêmios FUNARTE Artes Cênicas na Rua e FUNARTE Produção Crítica em Culturas Populares e Tradicionais.

A performance “Dois Franciscos” foi uma crítica ao uso predatório dos recursos naturais ao longo do Rio São Francisco – Minas Gerais, pelas mineradoras, e Sergipe, pelas petrolíferas. A paisagem se encontra alterada, transtornada, assim como o corpo em instalado em cena, afundado num barco de metal e soterrado.


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179. Christina Fornaciari. Dois Franciscos, 2013 (MG). Belo Horizonte - Aracaju, 2013.


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Amorexperimental

Fundado em 2006, o grupo surge da fusão em performance entre duas frentes artísticas que exercitam-se através de ações livres e efêmeras, dotadas de um caráter colaborativo, cujo interesse se baseia na afirmação de uma presença poética e tudo o que dela deriva.

Desde o final de 2012 o performer tem lidado com tudo que envolve massas, massa de trigo, massa de ar, massa de espuma, massa corporal, como material criativo. Dessa vez, ele aproximou essa investigação do ambiente sonoro que baseava todo o evento, para realizar “O Amor é Phodido”. O performer usou uma espuma enquanto isolante acústico e a acoplou ao seu corpo , de modo a gerar atrito com uma série de gritos dados durante a ação. Poderia ter dançado um bolero, todavia, o grito foi maior em razão do amor que é PHodido...tal qual a própria vida que provoca a gente, deixa o nosso corpo ausente... PHode a gente com essa porra chamada de amor.


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180. Amor Experimental. O Amor é Phodido, 2013 (SP). Espaço Cultural Tendal da Lapa - São Paulo, 2013.


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Maria Eugênia Matricardi

é graduada em Artes Visuais pela Universidade de BrasíliaUnB. Atua no Grupo de Pesquisa Corpos Informáticos tendo performance como foco de pesquisa. Em 2010 executou a performance Luxo, elegância e sofisticação com Luara Learth no evento Performance, corpo, política. Em 2011 fez a performance coletiva Encerando na chuva, junto ao Corpos Informáticos no evento Performance Arte Brasil-MaM-RJ. Em 2013 foi selecionada como performer pelo MOLA-Mostra Osso Latino Americana de performances urbanas. Executou a performance Corpo contra conceito durante o evento Performance, corpo, política 2013 no Museu da RepúblicaDF.

Em “Corpo Contra Conceito” a performer nua se posicionou em frente à parede externa do Museu da República. Um caminhão pipa estava a alguns metros de distância de frente para o corpo dela. Os outros performers auxiliaram e, seguram a mangueira do caminhão, acionaram o jato de água com pressão máxima contra o corpo da performer até que o reservatório de água de vinte mil litros do caminhão pipa acabasse. O corpo intima o fluxo, estabelece lugar de combate. O jorro de água comprime a carne, superfície contra superfície. Espaço incidente onde as coisas se manifestam em sua materialidade somente em relação ao seu limite contra o espaço. Contraposição: estar contra é uma forma de engendrar contato, zonas de aderência. O corpo incorre em conceitos, se expõe, cai em fluxo, deixando-se arrebatar pela pressão do jato.


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181. Maria Eugênia Matricardi. Corpo Contra o Conceito, 2013 (DF). Museu da República - Brasília, 2013.


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Marcelo Gandhi

Graduado em Artes Plásticas pela UFRN. Atua nas aéreas de performance , desenho e música experimental, participou do projeto Rumos Itaú cultural (SP), do Viewprogram Drawing Center (USA) \ Bienal Deformes - Corpo Colonizado (Chile) \ Festival Zona de Arte Naccion (Argentina) \ Jogos de Guerra (RJ) \ Landscape Body (Suécia) \ Encontro Internacional de Performance (Chile). Suas questões permeiam, apropriação , subversão , transidentidade, mundo pop e esoterismo, numa ótica gráfica e performática onde as resignificaçoes subjetivas são escopo para o desenvolvimentos de jornadas onde o corpo íntimo e público encontram ruídos desestabilizadores do paradigma hegemônico, em que inadequação e estranhamento se tornam ferramentas de consciência política e estética.

Em “Ciclo de Palestras Eurocêntricas” o performer usou um suéter adidas vermelho e máscara Mickey-caveira , dançando no meio da rua, cantando, gritando, fez discursos pseudo-políticos e pseudo-estéticos, exorcismo de europeu, andando de quatro no meio da rua. O performer assume a “transidentidade” como elemento propulsor da ação, enquanto descontinuidade da cartografia urbana e das identidades institucionais, desviando e causando um curto circuito no ritmo estruturador dos sistemas vigentes. O corpo enquanto mutação e curto-circuito, na tessitura social e urbana, enquanto discurso de poder.


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182. Marcelo Gandhi. Ciclo de Palestras EurocĂŞntricas, 2013 (CL). ProvĂ­ncia de Chillan - Chile, 2013.


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Hugo Houayek

Nasceu em 1979, é artista carioca, mestre em Linguagens Visuais no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais, Escola de Belas Artes, Universidade Federal do Rio de Janeiro, graduado em Pintura na mesma instituição. A partir de 2002 começa a participar de exposições tanto coletivas como individuais. Em 2011 lançou seu livro: “Pintura como Ato de Fronteira”. Atualmente vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Na performance “Armadilhas da Pintura” são trabalhadas de forma poética as possibilidades e as potencialidades da pintura contemporânea, compreendendoa como prática múltipla e híbrida, lindando com o espaço do corpo e do mundo para tecer relações imagéticas e políticas.


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183. Hugo Houayek. Armadilhas da Pintura, 2013 (RJ). Ruas da cidade do Rio de Janeiro, 2013.


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Wolder Wallace

1994 – desencavando o homem (Suape). 1999 – acorrentado (Alto José do Pinho). 2000 – ambientes psicológicos (Alto J. Do Pinho - rua). 2004 – para ninguém vermelho (Alto J. Do Pinho). (2005 – Bar Burburinho; 2006 – Nascedouro de Peixinhos; 2007 Pátio S. Pedro; 2009 – Pç do Carmo-Olinda). 2005 – proto excesso artístico (Bar Garagem) (2006 – SPA das Artes: what's happening?) 2006 – vermelho pelas ruas (com grupo re:Combo, SPA das Artes) 2006 – lastro para fisionomias submersas (com grupo re:Combo -Porto Musical) 2006 – brinde (Arte em toda parte – Olinda; 2007 – São J. do Egito; 2009 – SPA das Artes) 2007 – corpos e bombas (coletivo – paralelo ao SPA das Artes) 2007 – ambientes psicológicos (Teatro Apolo: festival de dança contemporânea) 2008 – clínica contemporânea (Teatro Hermilo: festival de dança contemporânea; 2010 – MAMAM no Pátio) 2008 – trancado, sem rosto e atirando bombas (Arte em toda parte – Olinda; Brexó Tutti Frutti; 2010 – infiltrações dimensionais I (Teatro Apolo/Galerias Massangana e Baobá) 2010 – infiltrações dimensionais II (Teatro Apolo) 2011 – brinde (festival de inverno de garanhuns) INTERVENÇÃO URBANA: 2007 – curso (SPA das Artes; 2008 - Festival Fora do Eixo, DF)

Na performance “Brinde”, o performer selecionou previamente um local (sítio) urbano ao qual chegou de posse dos materiais da sua ação. Ele distribuiu taças no chão formando um “desenho”, encheu as taças com líquidos verde e amarelo, depois estendeu um tecido no centro das taças, sobre o qual deitou-se, após retirar quase toda a roupa, ficando seminu e com a cabeça enfaixada. Passados alguns minutos, o performer retirou as ataduras, levantou-se e proferiu um breve discurso a favor da democracia. Depois presenteou o público com as taças, encerrando o trabalho.


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184. Wolder Wallace. Brinde, 2009 (PE). Rua Duque de Caxias - Centro - Recife, 2009.


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Maria Cláudia Vargas

Formada em Artes Visuais pela Universidade de Brasília-UnB em 2013 com habilitação em Licenciatura e Bacharelado. Tendo também cursado a faculdade Design de Moda na Unieuro em 2006. E atualmente realizando uma pós-graduação latu sensu em Arte, educação e tecnologias contemporâneas pelo ARTEDUCA- UnB. Tendo atualmente pesquisa no tema corpo em performance buscando dialogar com alguma questões referentes à linguagem poética corporal e as relações internas e externas que este tem com o mundo. Também na dança contemporânea tendo foco na técnica de dança butoh e contato e improvisação. Paralelamente também utiliza outras técnicas artísticas na sua produção como: o desenho, instalação, fotografia e videoarte.

“Vestígios” foi uma performance realizada pela performer para a exposição de conclusão de curso de Artes Visuais em 2013. A performer percorreu uma trajetória na cidade de Brasília- DF dentro do seu itinerário cotidiano (lugares pelos quais costumava passar), lugares que costumava estar. Nesses lugares a performer realizou improvisações coreográficas a partir de situações não-cotidianas, dançando apenas ao som que a cidade produzia, criando, dessa maneira, micro-perfomances em diversos pontos da paisagem urbana.


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185. Maria Cláudia Vargas. Vestígios, 2013 (DF). Ruas da cidade de Brasília, 2013.


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Marcelle Louzada

Artista do corpo, pesquisadora das artes. Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais. Iniciou os estudos em dança em 1985, tendo passagem pelo balé clássico, moderno, dança contemporânea e técnicas somáticas. Sua produção artística utiliza das interfaces entre as linguagens da dança, performance, fotografia e vídeo. Participou de festivais nacionais e internacionais como a Manifestação Internacional de Performance (MG 2009), Festival de Performance de Belo Horizonte (MG - 2009 e 2011), Mostra Performática Intenções (CE – 2013), Simpósio Corpolítico – Universidade Federal de Ouro Preto (MG – 2012), Bienal de Dança do Ceará (CE – 2011), Festival de Artes de Rua dos Inhamuns (CE – 2013), dentre outros. Ministra oficinas envolvendo poéticas visuais pelo país. Natural de Formiga, MG, atualmente reside em Fortaleza, CE, para desenvolvimento de pesquisa de doutoramento envolvendo arte, educação e políticas públicas.

Infravermelho é uma intervenção urbana que buscou tencionar as noções de tempo-espaço a partir de uma provocação estética. Em uma caminhada cega e carregando uma cesta com maçãs do amor, a performer convidou os transeuntes a se aproximarem e interagirem com a proposição, respondendo questões sobre si, envolvendo amor, saudade, quietude, fluxo, permanência.


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186. Marcelle Louzada. Infra Vermelho, 2013 (CE). Ruas da cidade de Itapipoca, 2013.


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Gilmara Oliveira

É graduada em Escultura e Licenciatura, pela Escola de Belas Artes da UFMG (1998 e 2000) e participa do Projeto Arena da Cultura, como integrante do curso de Especialização em Arte Ambiente. Já expôs desenhos em Portugal (2010), Alemanha (2010), Porto Rico (2010), Paris (2012) e Brasil (2001-2013), por meio de coletivas, e, em 2009, realizou uma Individual em Belo Horizonte (MG). Como performer atua desde 2012, em espaços públicos e privados, com ações poéticas de denúncia e ou afetos. Merecem destaques as performances “Indício” (2012/2013) – em BH (MG) e Contagem (MG); “Primavera”(2012) – no Undió, em Belo Horizonte (MG); “Chromo”(2013) – no Arena da Cultura, em Belo Horizonte (MG); “Catarse”(2013) - no Granfinos, em BH (MG); “Colheita”(2013) - em BH (MG), Contagem (MG), Rio de Janeiro (RJ) e Milho Verde (MG); “Afete-se”(2013) - no evento A Ocupação, em BH (MG), no Recreio dos Bandeirantes (RJ), no NuBeco#03, em Contagem (MG), e em São Paulo (SP).

Em “Colheita”, na intenção de poetizar o espaço comum, e oferecer delicadezas às pessoas, através de origamis de Tsurus, a performer, vestida de branco e vermelho (por serem as cores da ave), ocupou por cinco meses, cinco árvores distintas, com duzentos destes pássaros prósperos em cada, confeccionados e tingidos por ela, resignificando o entorno e rompendo com a lógica cotidiana dos passantes.


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187. Gilmara Oliveira. Colheita, 2013 (MG). Ruas da cidade de Milho Verde, 2013.


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Qoletivo

Iniciou a sua trajetória em meados de 2012. Participou da SEU (semana experimental urbana) de Porto Alegre com o Balcão de legitimação ou a crise de legitimidade; Esta ação é feita regularmente em eventos na rua. Recentemente o Qoletivo participou da semana de performances Solidão A gosto, com a performance STATUSpessoaldocasobliQUO. O Qoletivo é formado por cerca de 10 artistas flutuantes.

“STATUSpessoaldocasobliQUO” é uma “desinauguração” do espaço da Cinemateca Capitólio, que passou por constantes “reformas” e nunca foi entregue a cidade. O espaço, que poderia estar sendo utilizado, como atelier, cinema e teatro, recebe desde 2006 datas de reabertura, mas continua fechado para o público. Os performers chegaram vestidos com acessórios de trabalhadores de diferentes seguimentos e portavam uma mala com seus objetos de trabalho performático. Ao chegar à frente do Capitólio pararam e observaram o prédio, a sua construção, os seus detalhes e, após cerca de 10 minutos de observação estática e silenciosa, aproximaram-se e iniciaram uma sessão de fotografias que foram expostas do lado de fora do capitólio com as matérias de jornais que datavam desde 2006, a possível data reabertura da cinemateca. Expuseram também imagens dos membros do Qoletivo tentando “reabrir a fórceps” o Capitólio, enquanto liam na Solidão dos campos de algodão, de Koltes. Na ação os performers solicitaram também que os passantes os fotografassem e distribuíram programações de outras cinematecas de Porto Alegre. A ação foi encerrada com a leitura, ao público e aos artistas, da carta legítima de tombamento do lado de fora do Capitólio.


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188. Qoletivo. STATUSpessoaldocasobliQUO, 2013 (RS). Cinemateca Capit贸lio - Porto Alegre, 2013.


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Sofia Bauchwitz

É mestre em investigação e criação artística pela UCM (Madrid - Espanha), e graduada pela UFRN em Artes Visuais. Já integrou exposições individuais e coletivas no Rio Grande do Norte e outros estados brasileiros.

Na performance “Um Possível Glossário Feminino” o barco de papel simboliza o homem, a entidade masculina, o marinheiro que pode viajar e cair em aventuras, Ulisses. Por outro lado, a mulher, toda mulher é aquosa, é a maré e acaba arrastando para dentro de si e engolindo o barquinho. Somos ávidas.


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189. Soa Bauchwitz. Um Possível Glossário Feminino, 2012 (RN). Natal, 2012.


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Grupo de Pesquisa Corpos Informáticos

O GPCI, reconhecido CNPq desde 1994, efetua reflexões e práticas relacionadas à performance e pensa a presença das tecnologias digitais frente a um corpo que, jogado na cidade, se re-dimensiona (diversos artigos e livros publicados) Maria Beatriz de Medeiros possui experiência em organização de eventos, foi presidente da Associação Nacional de Pesquisadores em Artes Plásticas - ANPAP, 2003-2005, e conseqüentemente organizou os encontros nacionais destes anos. Também apoiou a organização dos eventos 6º, 7º e 8º encontros #ART (Arte e tecnologia) do PPG-Arte, UnB.

A Kombi foi arrastada, batucada, capotada até invadir o espaço próximo ao público convidando-o para a ação. Os fuleiros tiraram as roupas e entraram na Kombi acionando seu deslocamento movido por corpos desejantes. Os corpos gritam, se divertem, transpiram e nus vestem a Kombi-parangolé.


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190. Grupo de Pesquisa Corpos Informáticos. Kombunda, 2011 (DF). Brasília, 2011.


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Yuri Tripodi

Ator, cantor e performer. Experiências em teatro (como ator): De Nada, Nada Virá; Arbítrio; Curral Grande, dentre outros. Com Arbítrio, levou o prêmio Braskem de Teatro 2011 na categoria revelação - Grupo Teatro Base e foi indicado por sua atuação, no espetáculo, na mesma categoria. Encenações autorais em performance: Sizígia - experimento para manter(-se); Grafia de Gizberta; Self e outras. Faz parte do Coletivonus (2012), grupo de experimentos em fotoperformance. Soma experiências em [des]interpretação teatral; escrita performativa; políticas do corpo & subjetividade e pesquisa o corpo em performance como produtor de signos.

“Sizígia – Experimento para Manter(-se)” é performance, instalação e site specific criada para (e a partir d) a cela do Forte do Sto Antônio Além do Carmo. Uma instalação no chão formava um tapete de cacos - pra dentro da cela: cacos de vidro, pra fora: de espelho. O performer permaneceu nu e mantendo o pênis dentro das pernas, formando uma triangulação vaginal. Manteve-se em meiaponta (gesto em alusão à disciplinarização do ballet clássico) no meio do vidro. Um tecido branco ocultava-lhe a face. Microações, às vezes involuntárias, provocaram um estado corporal de tensão e alerta.


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191. Yuri Tripodi. Sizígia – Experimento para Manter(-se), 2012 (BA). Cela do forte do Sto. Antônio Além do Carmo – Salvador, 2012.


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Coletivo ES3

O Coletivo ES3 é formado por André Bezerra e Chrystine Silva, artistas residentes na cidade do Natal, com grande preocupação, tanto artística quanto política, com o campo da performance arte. Fundado em 2009, apresentou suas performances em espaços culturais locais e regionais, como “Fando e Lis” (RN), ou “O que Egon Schiele estaria dizendo” (BA), e “Marionetes e Ventrículos” (BA). Em 2010 realizou performances em galerias e teatros da cidade do Natal, como “Cleansed” (RN), “Coração” (RN) e “Performance Futurista” (RN). Em 2011 apresentou cerca de oito performances em diversos espaços locais, dentre estas “Medula Abissal” (RN), “Paisagem Espinhal” (RN) e “Outro Manifesto: Um Artista da Fome” (RN). Em 2012 realizou onze performances, variando entre contextos regionais e inter-regionais, como “Instalactite” (PR), Corpo Manifesta (PE), Passeio Potiguar (RN), dentre outros. Em 2013 apresentou cerca de vinte performances, entre inéditas e reapresentações, tais como “Fragmento ao Ar Livre” (RS), “REAL” (RS) e “Não Conheço Nenhuma Razão para Amar Senão Amar” (RN), “Auto Limpante” (DF), “FOMEnto à Arte” (DF), “Paisagem Espinhal” (CE), “Você Está Aqui” (CE). Em 2014, será participante no mês de abril da Mostra Performatus na Central Galeria de Arte (SP), e de residência artística na Casa do Sol (SP) promovida pelo Instituto Hilda Hilst.

Em “Bodeações” os performers em deriva pela cidade de Porto Alegre (RS) se põem de frente a uma placa ao lado de um centro cultural em construção, pertencente a um grande banco. Na placa lia-se “Sabe a crítica de arte que me falta dinheiro para ônibus, tinta, pão?”. A performance discute a relação de precariedade que subjaz sob o imperativo de uma lógica de capitalização da arte, de crítica, comercialização e cotação do trabalho do artista. O espaço dessa discussão é o de um artista esfomeado, que divide suas economias e tempo entre a alimentação, transporte, saúde, e seu trabalho, o artista da BodeArte.


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192. Coletivo ES3. Bodeações, 2013 (RN). Praça da Alfândega - Porto Alegre, 2013.


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Vinícius Cortez

Atua em projetos entre artes visuais, design, performance e narrativa gráfica. Graduando em design na UFRN; trabalhou no “10 Dimensões: Diálogos em rede, corpo, arte e tecnologia”, no “CTRL+ART+DEL: Experimentações em interfaces artísticas”. Atualmente, desenvolve pesquisas interessadas em interfaces computacionais e meditação e estuda design de produto.

“Baixe o Zíper; Siga em Frente; Mude o Mundo” é uma ação/imagem/manual pelo procedimento. A ideia é de resistir aos “cuidadores”, em ambientes cotidianos, do corpo que deve permanecer guardado e coberto. Não precisa protestar, aglomerar, nem fazer sexo em público, basta manter o zíper baixo, ficando nessa zona intermediária entre a exposição do corpo e a imposição do mundo.


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193. Vinícius Cortez. Baixe o Zíper; Siga em Frente; Mude o Mundo, 2013 (UK). Ruas da cidade de Londres, 2013.


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Coletivo Filé de Peixe

O coletivo Filé de Peixe atua desde 2006, realizando ações de intervenção urbana com base no audiovisual e projetos de ocupação artística em espaços não convencionais, como garagens, pátios, becos e solares. Realizou mais de 60 mostras – eventos performáticos que agregam ao ar livre e no espaço público, novos artistas, moradores de bairro e transeuntes em geral. Desde 2009 desenvolve o projeto PIRATÃO, que ao modo e preços praticados pelos camelôs piratas dos grandes centros urbanos, comercializou mais de 6000 vídeos de autores clássicos e recentes, da produção videoartística nacional e internacional, excursionando pelas principais capitais de todas as regiões do país. O coletivo Filé de Peixe tem se destacado por intervir na economia política da arte, agindo criticamente sobre processos de recepção e circulação da arte enquanto mercadoria, investigando as relações entre arte e vida, as instâncias limítrofes entre objeto e produto, entre colecionismo e consumo. Desde 2011 mantém o Peixada Arte Contemporânea, espaço/ateliê situado no bairro do Catumbi, zona central do Rio de Janeiro, onde promove encontros, palestras e oficinas sobre arte. Em 2012 foi instalado dentro do Peixada Arte Contemporânea, o Lab Clube – laboratório experimental de fotografia e artes gráficas.

PIRATÃO é uma prática artística que investiga e simula a economia informal e pirata como situação para inserção, visibilidade, acesso e circulação a trabalhos de videoarte. A ação desdobra-se a partir da comercialização de um objeto do coletivo Filé de Peixe denominado ENCARTADO. Francamente inspirados nos DVDs piratas comercializados informalmente, os ENCARTADOS consistem numa mídia DVD printable + capa xerocada + embalagem plástica + carimbo manual + vídeos apropriados. Os ENCARTADOS reproduzem infinitamente os vídeos do acervo do coletivo Filé de Peixe, mantendo-se, contudo, únicos enquanto objetos, já que são manualmente carimbados, com número de série que não se repete, portando marcas e intervenções do processo caseiro e não industrial de produção.(continua)


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Coletivo Filé de Peixe

(conclusão) Os ENCARTADOS são objetos performáticos, elementos constitutivos da ação, comercializados somente no momento do PIRATÃO, aos moldes e preços praticados pelos camelôs: “1 é 5(reais), 3 é 10(reais)”. No local da ação há uma televisão e um aparelho de DVD para que os vídeos comprados sejam testados, assim, “comprou: testou, testou: exibiu!” Em 18 meses, foram realizadas 11 edições do projeto, que já percorreu 5 estados, em 4 regiões brasileiras, comercializando mais de 1800 ENCARTADOS, num total de 4329 vídeos difundidos. Ao se deslocar, PIRATÃO difunde/exibe por outros lugares o acervo de vídeos aglutinado no local de origem do coletivo, na mesma medida em que gera condições para que novos trabalhos de artistas locais sejam incorporados ao projeto, difundindo-se em seqüência, num movimento polinizador que opera constantemente aglutinação – deslocamento – difusão. A cada realização do projeto PIRATÃO um registro em vídeo é gerado, como forma de introduzir e documentar, dentro do campo das artes plásticas, no atual estágio da arte contemporânea, um amplo debate sobre direitos autorais, pirataria, flexibilidade e democratização de acesso a bens artísticos, entendidos em sua dimensão imaterial/informacional. PIRATÃO buscar ativar redes de troca em torno da produção audiovisual voltada para o campo das artes plásticas, evidenciando a novíssima e vasta produção no campo da videoarte, facilitando o acesso/contato com trabalhos clássicos, propiciando um ponto aglutinação e difusão desse trabalhos a partir de um modelo que faz referência ao comércio popular, informal e pirata.


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194. Coletivo Filé de Peixe. Piratão, 2009-2013 (RJ). Camelódromo da Uruguaiana – Rio de Janeiro, 2012.


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Coletivo PataPalo

Reúne artistas independentes das cidades de Santos (SP), Araçatuba (SP) e São Paulo (SP). A partir da vivência individual de cada participante, o coletivo aborda a Arte Flamenca e a sua relação com outras expressões artísticas como a arte da performance, música experimental, dança contemporânea, dança butoh, etc. Através dessas relações o PataPalo busca criar uma produção artística múltipla e coletiva, inserida nas questões políticas e sociais que atravessam a arte contemporânea.

Em “A Jangada Voltou Só” elementos da cultura popular se reuniram nessa performance para contar a história de dois pescadores que se perdem e são tragados pelo mar. Na performance se fundem teatro de objetos e da dança Butoh.


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195. Coletivo PataPalo. A Jangada Voltou S贸, 2012 (SP). Salto, 2012.


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Otávio Donasci

Estudou na Fundação Armando Alvares Penteado -Artes Plasticas (1974-76) entre outros com Prof. Vilén Flusser, possui graduação em Licenciatura Plena pela Faculdade Santa Marcelina (1978) e mestrado em Artes pela Universidade de São Paulo (2003), atuando principalmente nos seguintes temas: Arte e Tecnologia, Performance Arte, Teatro Contemporâneo, Interatividade e Vivências Artísticas. Membro do COLABOR, grupo interligado ao Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte, da Universidade de São Paulo, e GRUPO DE PESQUISA EM PERFORMANCE da PUC. Atualmente é professor da PUC-SP - Artes do Corpo. Há 30 anos é criador de videocriaturas.

"VideoTango" é uma videoperformance com ledcriatura de 40 polegadas adaptada ao corpo do performer, que caminha pelo público, sangrando no final. O performer personifica um ser se afogando num mar cotidiano de falsidade e traição, mas ele é um sobrevivente.


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196. Otรกvio Donasci. VideoTango, 2005 (SP). IFRN - Cidade Alta - Natal, 2012.


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Guto Lacaz

1978 – objeto inusitado, 1982 – Idéias modernas – 1985 – 18º Bienal, 1986 – Eletro Esfero Espaço/A Trama do gosto,1989 – Auditório para questões delicadas, 1990 – Cosmos um passeio no infinito, 1994 – Periscópio/Arte Cidade 2, 1999 – Máquinas, 2003 – Pequenas Grandes Ações, 2008 – Eletro Performance/Máquinas V?IOU a fábula do cubo e do cavalo, 2011 – OFNI Paranoá/Aberto Brasília, 2012 OFNIS Ibirapuera, 2012 – Helicubo, 2012 - Eletro Livros.

Na “Eletroperformance” uma vareta de neon com 6m de comprimento foi colocada entre dois sarrafos pretos de madeira de forma que se possa pisar sobre eles dando a impressão que se está pisando sobre a linha de luz. Uma segunda vareta foi segurada pelo performer para dar a ilusão de que a estava sendo utilizada para dar equilíbrio durante a trajetória.


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197. Guto Lacaz. Eletroperformance, 1983 (SP). Teatro Alianรงa Francesa - Sรฃo Paulo, 2008.


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******************************************************************* As fotografias referentes a terceria edição do Circuito BodeArte advém de fontes autorais das muito variadas, de modo que procuraremos apontálas individualmente ao fim dessa secção, considerando sua extensão.

Nome do artista / coletivo: Adriana Ayub Autor da imagem: Renata Pires Nome do artista / coletivo: Alexandre Lucas Autor da imagem: Alexandre Lucas Nome da Plataforma : Amor Experimental Autor da imagem: Verônica S.

Nome do artista / coletivo: Cia. Excessos Autor da imagem: Alber Centurion Nome do artista / coletivo: Cláudia Oliveira Autor da imagem: Viola Villani Nome do artista / coletivo: Claudia Paim Autor da imagem: Ulises Ferretti

Nome da Plataforma : Ramanery Autor da imagem: Jesse Saturnino

Nome do artista / coletivo: Coletivo Ambulante Autor da imagem: Fabrício Tavares

Nome do artista / coletivo: Andreia Aparecida Autor da imagem: Andreia Aparecida.

Nome do artista / coletivo:Coletivo Madeirista Autor da imagem: Joesér Alvarez

Nome do artista / coletivo: Angelo Luz Autor da imagem: Laís Marcelino Nome do artista: Artur Matuck Autor da imagem: Solange Ardila Tesla Nome do artista / coletivo: Bárbara Ahouagi Autor da imagem: Bárbara Ahouagi Nome do artista / coletivo: Biagio Pecorelli (be.) Autor da imagem: Roberto Bastos Nome do artista / coletivo: Christina Fornaciari Autor da imagem: João Castillo

Nome do artista / coletivo: Coletivo OSSO Autor da imagem: Alex Oliveira Nome do artista / coletivo: Coletivo PataPalo Autor da imagem: Marcela Loureiro Nome do artista / coletivo: Coletivo Quando Coisa Autor da imagem: Flávio de Castro Nome do artista / coletivo: Corpos Informáticos Autor da imagem: Carla Rocha Nome do artista / coletivo: Descompan(h)ia Demo_lições Artísticas iLTDAs Autor da imagem: Herbert Henrique Jesus de Souza


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Nome do artista / coletivo: Elen Gruber Autor da imagem: Paulo Aureliano da Mata Nome do artista / coletivo: Fabio di Ojuara Autor da imagem: Fabio di Ojuara Nome do artista / coletivo: Felipe Cidade Autor da imagem: Felipe Cidade Nome do artista: Mamutte Autor da imagem: Raphael Prota Nome do artista / coletivo: Fernando Lopes Autor da imagem: Dayse Cardoso Nome do artista / coletivo: Fernando Ribeiro Autor da imagem: Flávio Ribeiro Nome do artista / coletivo: Coletivo Filé de Peixe Autor da imagem: Fernanda Antoun Nome do artista / coletivo: Filipe Porto Autor da imagem: Vone Petson Pereira Branquinho Nome do artista / coletivo: Flávia Naves Autor da imagem: Luciana Lima Nome do artista / coletivo: Gilmara Oliveira Autor da imagem: Carol Oliveira Nome do artista / coletivo: Joesér Alvarez. Autor da imagem: Joesér Alvarez. Nome do artista / coletivo: Jota Cavalcante Autor da imagem: Elder Sereni Ildefonso Nome do artista / coletivo: Jota Mombaça Autor da imagem: Yanna medeiros Nome do artista / coletivo: Joto Gomo Autor da imagem: Joto Gomo Nome do artista / coletivo: Júnior Pimenta Autor da imagem: Júnior Pimenta Nome do artista / coletivo: Jurandir Juca Autor da imagem: Gabriela Carossella. Nome do artista / coletivo: Karen Tribess Autor da imagem: Angelo Luz Nome do artista / coletivo: Karlene Bianca Autor da imagem: Fábio Stachi Nome do artista / coletivo: Kysy Fischer Autor da imagem: Angelo Luz Nome do artista / coletivo: Lucía Naser Autor da imagem: Nacho Correa Belino

Nome do artista / coletivo: Grasiele Sousa Autor da imagem: Lúcio Agra Nome do artista / coletivo: Grupo de Interação MilaSan (GIM) Autor da imagem: Kat Ruda Nome do artista / coletivo: Grupo EmpreZa Autor da imagem: Thiago Lemos Nome do artista / coletivo: Grupo Totem Autor da imagem: Fernando Figueirôa Nome do artista / coletivo: Guto Lacaz Autor da imagem: Edson Kumasaka Nome do artista / coletivo: Hugo Houayek Autor da imagem: Hugo Houayek Nome do artista / coletivo: Ingrid Azulejo Autor da imagem: Beth Moreira Nome do artista / coletivo: Jean Sartief Autor da imagem: Eli Felipe Sartief Nome do artista / coletivo: Joanna Barros Autor da imagem: Joanna Barros Nome do artista / coletivo: João Vilnei Autor da imagem: João Vilnei Nome do artista / coletivo: Lucio Agra Autor da imagem: Bárbara Lopes Nome do artista / coletivo: Maíra Vaz Valente Autor da imagem: Bruno Makia Nome do artista / coletivo: Marcela Antunes Autor da imagem: Ade Evaristo Nome do artista / coletivo: Marcelle Louzada Autor da imagem: Paulo Winz Nome do artista: Marcelo D'Avilla Autor da imagem: Ruiva Pisacane Nome do artista / coletivo: Marcelo Gandhi Autor da imagem: Gonçalo Tejeda Nome do artista / coletivo: Márcia Azevedo Autor da imagem: Francisco Constantino Nome do artista / coletivo: Maria Claudia Vargas Autor da imagem: Debora Passos Nome do artista / coletivo: Maria Eugênia Matricardi Autor da imagem: Thalita Perfeito Nome do artista / coletivo: Maria Rosa Marinho Menezes Autor da imagem: Vicente de Paulo


570 Nome do artista / coletivo: Tete-a-teta Autor da imagem: LFBarcelos Nome do artista / coletivo: Mary Vaz Autor da imagem: Dayane Zallio Nome do artista / coletivo: Naiana Magalhães Autor da imagem: Naiana Magalhães Nome do artista / coletivo: Naira Ciotti Autor da imagem: Rodrigo Amor Experimental Nome do artista / coletivo: Nina Caetano Autor da imagem: Nina Caetano Nome do artista / coletivo: Otávio Donasci Autor da imagem: Chrystine Silva.

Nome do artista / coletivo: Sandra Bonomini Autor da imagem: Silvia Izquierdo Nome do artista: Semyramys Monastier Autor da imagem: Alice Bianna Nome do artista / coletivo: Sofia Bauchwitz Autor da imagem: Sussa Rodriguez Nome do artista / coletivo: Suelen Pessoa Autor da imagem: Suelen Pessoa Nome do artista / coletivo: T. Angel Autor da imagem: Paulo Bozo. Nome do artista / coletivo: Tatiana Duarte Autor da imagem: Thiago Rodeghiero

Nome do artista / coletivo: OutroLuiz Autor da imagem: OutroLuiz.

Nome do artista / coletivo: Tauana M. Autor da imagem: Maria Eugênia Matricardi

Nome do artista / coletivo: Pam Guimarães Autor da imagem: Pam Guimarães

Nome do artista / coletivo: Thaise Nardim Autor da imagem: Filipe Porto

Nome do artista / coletivo: PerformAtiva Autor da imagem: Andreas Guimarães. Nome do artista / coletivo: Priscilla Davanzo Autor da imagem: Daniel Malva Nome do artista / coletivo: Projeto EntrelinhaR Autor da imagem: Ana Francisca Martins Nome do artista / coletivo: Qoletivo Autor da imagem: Giuliano Lucas Nome do artista / coletivo: Raísa Inocencio Autor da imagem: Maria Isabel Vargas Nome do artista / coletivo: Raphael Couto Autor da imagem: Tahian Bhering Nome do artista / coletivo: Recy Freire Autor da imagem: Rodrigo Munhoz Nome do artista / coletivo: Renan Marcondes Autor da imagem: Jorge Feitosa Nome do artista / coletivo: Ricardo Alvarenga Autor da imagem: Comissário de bordo Nome do artista / coletivo: Rogério Nunes Marques Autor da imagem: Tiago Guimarães Nome do artista / coletivo: Ronaldo Záphas & PELE – Performance Laboratório de Estudos Autor da imagem: Débora de Aro Navega Nome do artista / coletivo: Rubiane Maia Autor da imagem: Tete Rocha

Nome do artista / coletivo: Transitório 35 Autor da imagem: Danilo Roxette Nome do artista / coletivo: Ungulo Autor da imagem: Paola Anielo Nome do artista / coletivo: Victor de La Rocque Autor da imagem: Orlando Maneschy. Nome do artista / coletivo: Vinicius Cortez Autor da imagem: Vinicius Cortez Nome do artista / coletivo: Washington Hemmes Autor da imagem: Bruno Lobo Nome do artista / coletivo: Wellington Junior – Tutunho Autor da imagem: Ivo Tavares Nome do artista / coletivo: Wilma Farias Autor da imagem: Igos Queiroz Nome do artista / coletivo: Wolder Wallace Autor da imagem: Daniela Pinheiro Nome do artista / coletivo: Yuri Tripodi Autor da imagem: Tito Casal Nome do artista / coletivo: Zmário Autor da imagem: Folle Nome do artista / coletivo: Coletivo ES3 Autor da imagem: André Bezerra, Chrystine Silva.


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