Boletim da ana edição 63 Sexualidade e Infância

Page 1

ANA

Ano IV - Nº 63 - Outubro de 2017

da

Conectados em Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes LGBTI

A sexualidade infantil dos 3 aos 6 anos de idade Por Verônica Esteves de Carvalho

A curiosidade e os questionamentos referentes à sexualidade surgem desde muito cedo na vida das crianças. A partir dos três anos elas ficam cada vez mais instigadas pelas descobertas no próprio corpo e no ambiente em que vivem. Sem pudor, muitas delas passam a exibir seu corpo desnudo, brincam na hora de fazer xixi, tomam banho juntas, pedem companhia na hora de evacuar, com a mesma naturalidade com que disparam uma infinidade de perguntas sobre a sexualidade humana: Por que o pipi do papai tem pelo e é maior que o meu? Tem nenê na barriga daquela moça? Como ele foi parar lá dentro? Eu posso namorar o papai? O que é transar? A partir do momento em que as crianças são desfraldadas, elas passam a explorar mais seus genitais e região anal. Meninos percebem sua ereção e as meninas descobrem que a manipulação do clitóris pode ser muito gostosa. No escorregador, na cadeira, cruzando as pernas, sentados como índios e passando os pés no próprio genital, fazendo cavalinho na perna de um adulto, etc., as crianças se dão conta das sensações prazerosas vindas destas partes do corpo e, por isto, tendem a repeti-las sempre que possível, a sós ou

ANA

da

em público. Muitos adultos, contudo, não encaram a masturbação infantil como algo inerente ao desenvolvimento humano; ficam bastante desconfortáveis diante dela e, como resultado, usam palavras ou gestos repressores para impedir a exploração que a criança faz do próprio corpo. Nessas situações, é importante que possam refletir sobre os incômodos resultantes do gesto da criança e avaliar se o desconforto sentido refere-se a questões pessoais em relação à sua própria sexualidade. Se a criança “brinca” sozinha com suas partes íntimas em momentos pontuais e a brincadeira não causa incômodo a outras pessoas, nem a exclui de determinadas situações, não tem por que interrompê-la. No entanto, é importante pontuar para a criança que a masturbação não pode ocorrer em qualquer lugar e nem com a participação de outras pessoas. Uma forma de traçar os limites do que é socialmente aceito ou não, é verbalizar que por mais gostoso que seja brincar com os próprios genitais ou ânus, esta é uma brincadeira que se faz sozinho e sem objetos que possam machucar. Muitos adultos, contudo, não encaram a masturbação infantil como algo inerente ao desenvolvimento humano; ficam bastante desconfortáveis diante dela

Imagem retirada da internet

e, como resultado, usam palavras ou gestos repressores para impedir a exploração que a criança faz do próprio corpo. Nessas situações, é importante que possam refletir sobre os incômodos resultantes do gesto da criança e avaliar se o desconforto sentido refere-se a questões pessoais em relação à sua própria sexualidade.

EXPEDIENTE COORDENAÇÃO Lídia Rodrigues SECRETÁRIA EXECUTIVA Suely Bezerra ASSESSORES DE CONTEÚDO Paula Tárcia

Rodrigo Corrêa Rosana França DIAGRAMAÇÃO Tatiana Araújo

Conectados em Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes LGBTI

1


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.