Revista AlmadaForma 9

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e pessoais na implementação da sua prática pedagógica. Sublinha-se ainda o facto que a implementação de estratégias e de conhecimentos sobre pedagogia que se observam em sala de aula refletem diferentes componentes subjetivos e teóricos, revelando deste modo a pessoalidade, crenças e valores do professor. Estes aspetos, que são constantemente trabalhados, são o resultado dos inúmeros momentos de reflexão que são exercidos pelo professor.

A força motivacional encontra a sua base implícita, nas expetativas que a pessoa tem sobre determinado aspeto, resultando num comportamento com as suas devidas consequências. Quanto à motivação do professor Telfer e Swan (1986), citado por Moreira, o problema encontra-se situado no preenchimento de necessidades de elevada ordem, numa profissão onde os padrões são bastante delineados. A escola possui um papel bastante rigoroso no que toca à elaboração de atividades rotineiras, sendo este um fator de frustração para os professores que ambicionam inovar. Assim, o resultado da própria natureza do trabalho que este profissional desempenha, pode consistir na verdadeira fonte de motivação.

Supera-se assim os modelos mecanicistas da prática pedagógica, possibilitando uma maior atenção a aspetos educacionais, que poderiam passar despercebidos sem esta análise em profundidade. Todavia é importante referir que este processo só usufrui destes resultados, se o professor acreditar que é possível melhorar as suas práticas, renovando o seu conhecimento, e mantendo uma atitude de responsabilização perante o processo de ensino-aprendizagem, exigindo uma clara convicção sobre as suas competências enquanto professor e uma plena consciência dos seus dilemas e das perspetivas que possui sobre o seu desenvolvimento profissional.

Tradicionalmente a maior fonte de motivação de um professor é poder ensinar. Contudo, outras fontes de satisfação têm sido analisadas, sobretudo de natureza intrínseca, extrínseca e suplementares. As de natureza intrínseca são sobretudo aquelas que são visíveis ao próprio professor, por exemplo o crescimento pessoal e profissional; o bom relacionamento com os alunos; entre outras. As de natureza extrínseca, são normalmente percebidas por um organismo externo, podendo trazer benefícios ao nível: salarial; status e poder. Estas são ditadas pela instituição, e existem independentemente do indivíduo que ocupa determinada função. As de natureza suplementar estão normalmente associadas a uma certa estabilidade financeira; prolongamento das férias; entre outros.

Tipos de motivação no desenvolvimento do professor A motivação consiste num aspeto fundamental, para o professor conseguir realizar estes processos de autoformação. Ela consiste numa ferramenta de grande valor, pois é a força que impulsionadora destes processos, e que de certa forma conduzem-nos.

Apresentadas todas as fontes de motivação que um professor possui na sua profissão, pode-se afirmar que a motivação intrínseca é aquela que mais força possui nos processos de autoformação. Contudo o poder extrínseco, nomeadamente exercido por parte da instituição escolar,

O estudo da motivação consiste em determinar algumas variáveis que se encontram entre o pensamento e a ação. A mesma atribui respostas aos “porquês” de comportamentos que são ativados, como também delimita as escolhas que são realizadas. 41


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