2 minute read

3. 1.1 FAVELAS NAS CIDADES BRASILEIRAS

As cidades brasileiras são resultado de uma sociedade que nunca conseguiu superar suas heranças coloniais para se tornar uma nação que pudesse distribuir de forma equilibrada suas riquezas.

A herança recebeu um disfarce moderno, que só enaltece as injustiças: as grandes metrópoles brasileiras possuem em média 40 a 50% de sua população vivendo de maneira informal, onde 15 a 20 % dessas pessoas vivem em favelas. (FERREIRA, 2005)

Para Maricato, a população que mora em favelas tem crescido mais do que a população urbana, isso segundo os censos do IBGE para 1980 e 1991. Em 1980 o percentual da população brasileira que vivia em favelas era de 1,89%, já em 1991 esse percentual era de 3,28% Um aumento de 70% da população que mora em favelas

3. 1.2 FAVELAS EM SÃO PAULO

As novas carências de moradia enfrentam condições agravadas por causa das pressões imobiliárias e fundiárias que rareiam os terrenos disponíveis. Desocupações de áreas de interesse especulativo movimentam a população carente em direção a terrenos cada vez mais inadequados, quer seja por suas condições de risco, quer seja por suas condições de risco, quer seja por serem áreas de proteção ambiental. (RECAMÁM, 2015, p. 24)6

A cidade de São Paulo, segundo o IBGE, é a maior e mais rica cidade do Brasil, mas é inegável que a cidade sofre com a carência habitacional. Cerca de 11,9 milhões de pessoas vivem em moradias precárias Poucos trabalhadores conseguem sustentar um imóvel alugado na “cidade formal” e o mercado imobiliário decide quem vai morar em determinadas regiões de São Paulo

“O mercado imobiliário nega aos pobres a possibilidade de habitar no mesmo espaço em que moram os que podem pagar “(BONDUKI, 2011, p 8)

6 RECAMÁM, Luiz. Arquitetura em tempos difíceis. <http://www.academia.edu/30421462/Arquitetura_em_tempos_dif%C3% Adceis>

Acontece, então, uma exclusão de parcela da sociedade que não consegue pagar por uma moradia na cidade formal e que acaba, por falta de alternativas e em um quadro crônico de vulnerabilidade, ocupando áreas ociosas, sejam elas públicas ou privadas.

A origem das favelas se dá por diversas condicionantes como os aspectos sociais, econômicos e políticos que estão presentes no seu processo de formação Esses aspectos dão a forma da favela (forma e localização)

A morfologia da cidade informal é resultado de uma série de fatores individuais que, obviamente, não fazem parte de um planejamento coordenado

De acordo com arquiteto Luis Mauro de Freire: o ambiente urbano deve ser analisado pelos sistemas físicos espaciais que o compõem, os sistemas naturais e os sociais, deve levar em consideração quais são as inter-relações entre esses elementos dentro das cidades, como o crescimento urbano, traçado e parcelamento do solo, a tipologia das edificações e quais as articulações existentes entre elas

O desenho urbano, segundo Vicente Del Rio é:

“O campo disciplinar que trata da dimensão física ambiental da cidade, enquanto conjunto de sistemas de atividades que interagem com a população através de suas vivências e percepções e ações cotidianas” (DEL RIO, 1990. Apud FREIRE. p. 12, 2006).

A qualidade do espaço urbano está sobre influência de três aspectos:

Apropriação, que se trata de atividades ou usos que acontecem os espaços; Percepção e conformação, que é a forma urbana dada pelos atributos físicos (Freire, 2006) É notável que a forma urbana sofre alterações conforme a evolução, as transformações e inter-relações e processos sociais que são modificadores diretos do tecido urbano.

As favelas representam o clímax de um processo histórico de desigualdades sociais urbanas e a segregação no planejamento urbano. São resultados da má distribuição e concentração de renda ao longo de séculos. As favelas foram construídas, como uma reação à exclusão social e à segregação espacial (FRANÇA, 2010)

CIDADE FORMAL E SEUS INYERSTÍCIOS COLAGEM ELABORADA POR EDUARDO PIZARRO EM SEU

MESTRADO PARA A FAUUSP

This article is from: