Alfíssima #10

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ALFÍSSIMA

Editorial

Caros sócios e amigos,

Iniciamos este ano com o Calendário 2025 que promete proporcionar bons momentos em convívios entre sócios e não sócios da família alfista de norte a sul do país.

Tentarei agradar a todos os leitores da Alfíssima com temas que serão do agrado dos apaixonados da nossa marca, bem como a vitória no Rally de Monte Carlo Histórico pela equipa belga ao volante dum Alfa Romeo Giulia TI de 1964.

O Alfa Romeo 75 celebra os seus 40 anos e será recordado nesta edição. Como convidado e já habitual correspondente da África do Sul, Toy de Carvalho enviou pela primeira vez a sua crónica sobre um Alfa Romeo 2900 B que viveu na África do Sul e que para nós será sempre interessante conhecer, uma vez que não tivemos a felicidade ver este modelo a circular pelas nossas estradas.

A equipa editorial da nossa revista Alfíssima foi enaltecida com a colaboração das nossas associadas Mariana Antunes, Sofia Gomes com as suas rubricas referentes aos nossos eventos e encontros.

Achamos conveniente criar uma nova crónica relacionada com a tecnologia mecânica através da colaboração do nosso amigo e sócio Paulo Quentera, que certamente será muito aliciante para todos os leitores amantes da mecânica Alfa Romeo.

Entrevistamos , nesta edição, o sócio fundador do ARCP, Fernando Taborda , e o sócio Manuel Moisés.

Aproveito desde já para desejar um ano cheio de bons momentos e muita adrenalina ao volante das nossas máquinas italianas razão da existência do nosso Clube Alfa Romeo

Saudações Alfistas,

Rui Bettencourt

Editor da revista Alfíssima

Vice-Presidente da Mesa da Assembleia do Alfa Romeo Clube de Portugal

1

Eventos ARCP

ALFÍSSIMA #09 / JUNHO 2025

5 Gala de Encerramento Final de Ano 2024

7 Estáticos

11 Rota Real 2025

4

Notícias ARCP

2 Entrevistas

3

História

Alfa Romeo

4

Notícias Alfa Romeo

5 Técnica

15 Assembleia Ordinária / Assembleia Eleitoral

16 Memória Rui Evangelista

17 Rampa da Falperra 2025

17 Rally Monte Carlo 2025

19 Mensagem aos Sócios

20 Entrevista ao sócio fundador - Fernando Taborda

25 Entrevista ao sócio - Manuel Moisés

29 Alfa Romeo 2900 B

34 Os 40 anos do Alfa Romeo 75

38 Viagem Cabo Norte ao Cabo Sul

39 Artur Fernandes novo Diretor do Cluster Premium da Stellantis em Portugal

40 Antonio Filosa nomeado CEO da Stellantis

40 33 Stradale – Prémio “Best in Classic 2024”

44 Logotipo comemorativo dos 115 anos de história da Alfa Romeo

45 Prémios Alfa Romeo

46 Tecnologia TwinSpark

Sede Social: Rua Maria Pia, Lote 1, Piso 0, Loja 1 - 1350 – 206 Lisboa - Portugal Telf. (+351) 915 322 905 - E-mail: alfaromeo.clube@gmail.com

Site: alfaromeoclubedeportugal.pt

Facebook: Alfa Romeo Clube de Portugal / Giro Al sti Portogallo

Tweeter: @ClubeAl staPT

Editor: Rui Bettencourt

Redacção: Rui Bettencourt, Miguel Trindade, So a Gomes, Mariana Antunes, Paulo Quendera, Toy de Carvalho (África do Sul)

Design e paginação: BlueTurtle

Mercato Itália de Oeiras

Dia 22 de Novembro, o Alfa Romeo Clube de Portugal participou pela 1ª vez no Mercato Itália em Oeiras, a convite da Câmara de Comércio Italiana para Portugal da qual o Clube é associado. Sucesso extraordinário para o Made in Itália em Portugal.

Durante os dois primeiros dias do Mercato Italia, mais de 2.000 pessoas visitaram o Mercado Municipal de Oeiras, mergulhando na excelência da gastronomia, do design e da cultura italiana. Um entusiasmo que testemunha o fascínio intemporal do #MadeinItaly no estrangeiro!

A enriquecer o programa de hoje, o Cooking Show da Federação Italiana de Cozinheiros em Portugal encantou os presentes com a preparação de especialidades típicas da tradição gastronómica italiana. A iniciativa, promovida pela Embaixada de Itália em Lisboa, contou com a presença ilustre do Embaixador

Gala de Encerramento

No dia 23 de novembro realizou-se a Grande Gala de Encerramento de atividades do Alfa Romeo Clube de Portugal no Restaurante “A Quinta”, situado em Oeiras.

Antes da gala os participantes tiveram oportunidade de visitar o Mercato de Itália de Oeiras, no qual o Clube teve patente uma exposição de Alfa Romeo, pertencentes a alguns sócios, a convite da Câmara de Comércio Luso Italiana e do Município de Oeiras, pelo que para muitos foi um dois em um, e após visitarem o certame, participaram na Gala. A noite começou com um welcome-drink muito

Cláudio Miscia, do Chefe da Chancelaria Consular, Simone Salvatore, e da Adida Comercial, Gaja Ravasini, entre outras autoridades presentes.

A exposição de carros clássicos organizada pelo Alfa Romeo Clube de Portugal, o Clube Alfista de Portugal, encheu a praça no Largo 5 de Outubro e atraiu a atenção de visitantes e entusiastas, oferecendo um toque de estilo e tradição automobilística italiana ao coração de Oeiras.

Grande participação também na projeção do documentário “Palermo: Mercato Ballarò”, organizado pelo Instituto Italiano di Cultura di Lisbona, que lotou a sala e transportou o público para as atmosferas únicas de um dos mercados alimentares mais icónicos de Itália.

A combinação de sabores autênticos, design de excelência e momentos culturais tornou o MERCATO ITALIA uma experiência inesquecível para o público presente, celebrando o melhor de Itália e com uma forte promoção para o Clube.

Miguel Trindade

apreciado pelos participantes, que aproveitaram para reviver o ano que tinha terminado, as conversas giravam à volta dos eventos que vivemos, da confraternização, do crescimento do Clube, do facto de hoje em dia haver uma forte implantação do Clube em todo o país.

Ao longo do jantar houve tempo para sorrisos, partilha de experiências sobre a paixão pelos Alfas que no fundo é o que move o clube. Mas houve ainda tempo para a entrega do Troféu Alfa. Não desfazendo a importância de todos os momentos, é importante destacar de facto esse momento da entrega do troféu. Nunca antes na história do clube, tantos sócios pontuaram, o que se concretizou num recorde absoluto, e como tal merece ser publicado. Assim sendo, em 2024, cento e vinte e um

sócios classificaram-se o que representa quatrocentas e setenta e sete presenças em eventos de 2024. Para além destes treze membros dos órgãos sociais também participaram na organização de eventos totalizando cento e cinquenta presenças.

Dos 121 sócios, destacamos o TOP 20:

Pontos Nome

Região

1 179 José Manuel Antunes Mafra

2 156 Carlos Tempero Caldas da Raínha

3 129 Ivo Freire Famalicão

4 125 João Gonçalves Castanheira Ribatejo

5 122 Abílio Antunes Lisboa

6 113 José Simões Antunes Lisboa

7 102 Miguel Pais Leiria

8 85 Juan Miranda Gijon - Asturias

9 85 Mariana Antunes Mafra

10 83 Maria Conceição Nazaré

11 81 Jorge Vitor Almeida Lisboa

12 74 José Raúl Simões Setúbal

13 73 Manuel Moisés Feijó

14 57 Filipe Belchior Porto

15 50 António Carvalho Cascais

16 48 António Flosa Lagos

17 41 Andrew Branson Tomar

18 40 Adalberto Melim Lisboa

19 38 Rui Evangelista Monção

20 38 Paulo Simões Lisboa

Foi sem dúvida um ano histórico para o clube, o balanço foi muito positivo e os factos comprovam o forte crescimento que alcançamos. O clube esteve presente em mais eventos, inclusive em simultâneo, como sucedeu com o Passeio a Évora que decorreu em simultâneo com a presença no Leiria Sobre Rodas e

Encontros Estáticos Lisboa, Coimbra e Braga

No dia 30.03.2025 ocorreram simultaneamente três Encontros Estáticos nomeadamente em Lisboa, Coimbra e Braga.

O Encontro Estático de Lisboa teve lugar no Jardim da Luz. Como já vem sendo hábito, os Alfistas compareceram em grande número, contando o evento com mais de 30 veículos de todas as épocas, desde os Clássicos GTV Bertone até aos mais recentes Giulia e Tonale, e ainda alguns modelos especiais como o Giulia QV e o 147 GTA.

Por sua vez, em Coimbra, o dia começou com a mudança para a hora de verão e com um sol animador, a contrastar com um mês de março que ainda tinha sido bastante rigoroso, como é apanágio ainda do inverno e os primeiros dias da primavera. As atividades tiveram início pelas 10h, onde já no Exploratório houve tempo para um café e ali se iniciaram conversas e convívios com os primeiros Alfistas presentes. Com o avançar da manhã, tiveram a chegada do Alfa Romeo 4C preto que abrilhantou ainda mais o estático, juntamente com os dois belos GTV que se juntaram pouco depois. Os temas principais de conversa foram sobretudo sobre o 4C, um carro que desperta muita curiosidade no mundo Alfista como é natural, mas também fora do mundo Alfista.

Pormenores como o habitáculo, posição de condução, entrada e saída do veículo, resposta do motor, sensação de condução e a ligação homem máquina que a casa de Arese faz questão de colocar em todos os seus modelos, aqui elevada a um expoente próximo da perfeição, para que o Homem e a máquina sejam quase um só, foram tema atento de conversa.

Pormenores técnicos como a direção e a manutenção

Os dois GTV presentes também foram tema de conversa alongada em termos de design e da mecânica de dupla faísca por cilindro. Um modelo que aos dias de hoje ainda é belíssimo e que muitos Alfistas não se importariam nada de ter na sua garagem, seja a versão fechada ou Spider, tendo sido bastante premiado a quando do seu lançamento em 1995. Projetado pela Pininfarina em 1988 e finalizado por Walter de Silva em 1993, comemora em 2025, 30 anos que as primeiras unidades saíram da fábrica de Milão.

E por último, mas não menos importante, Braga. O Encontro Estático realizou-se uma vez mais mantendo a tradição no Bom Jesus. O Bom Jesus é um local icónico pela sua paisagem, pela localização e por toda a sua beleza envolvente.

O evento, que contou com 27 carros, iniciou pelas 10h como estava previsto, mas ao contrário dos dois anteriores, os automóveis ficaram parqueados em frente à basílica, o que permitiu uma maior visibilidade e não passaram despercebidos aos olhares atentos dos turistas. Por volta das 11h, um operacional desceu com cerca de 8 participantes os escadórios. Aqueles participantes que ainda não conheciam o Bom Jesus puderam aprender um pouco mais e admirar a arquitetura barroca dos escadórios e, sendo um local pautado pela religiosidade, puderam ver as capelas que representam a via-sacra, ou seja, desde a última ceia até à morte e ressurreição de Jesus. No ascensor, que é o mais antigo da Europa tendo já completado 143 anos, contemplaram a paisagem e ficaram admirados pelo facto de ser movido apenas a água.

Por volta do 12h00, o Sr. Reitor fez as honras e benzeu os automóveis com grande alegria e entusiasmo. No final, o que importa realçar é que apesar das diferentes atividades realizadas em cada estático, é a paixão pela marca que une os Alfistas e o facto de o

Encontro Estático Porto

No dia 27 de abril decorreu mais um Encontro Estático do Alfa Romeo Clube de Portugal, desta feita em Valbom, Concelho de Gondomar e Distrito do Porto, mais precisamente no Clube Naval Infante D. Henrique, clube de remo.

Como é habitual, o evento iniciou pelas 10h. Os participantes começaram a chegar por volta dessa hora e fizeram o seu check-in. De seguida, e aproveitando o bom tempo, deram uma volta pelo espaço envolvente e foram também tomar café na esplanada do local, Badio Lounge.

Cerca das 11h iniciou-se a visita à Casa Branca de Gramido/ Museu de Filigrana, com o apoio da Dr.ª Ana Pereira, que fez a visita em conjunto com o seu assistente, o Sr. Wilson.

Por volta das 12h00, teve início a segunda visita da manhã, já na presença do Dr. Arnaldo Azevedo, Presidente do Clube Naval que se prontificou gentilmente a realizar a visita, que durou por sua vez 1h, numa altura que o Clube celebra 100 anos.

Por volta das 12h30, seguiu-se o sorteio dos prémios para os participantes e o momento dos aperitivos. No

oportunidade de conviver mais um pouco e desfrutar de uma belíssima paisagem.

O evento contou com a presença de 48 automóveis. Foi sem dúvida, mais um momento histórico e digno de registo para o Clube, cujo sucesso do mesmo se deveu ao trabalho de todos os operacionais envolvidos quer na preparação prévia, como também na disponibilidade no dia para que tudo corresse dentro da normalidade. É importante realçar que foram angariados 4 potenciais novos associados. Um agradecimento especial a todos os Operacionais que estiveram presentes (Roger Oliveira, Patrizia Oliveira, Ivo Freire, Hélia Barroso, Hugo Vieira). Aos colegas Miguel Leal e Paulo Medeiros do Grupo Alfa 159 que apoiaram na receção e organização das viaturas. E, por fim, mas não menos importante, um agradecimento ao dono do Badio Lounge, o Sr. Nuno Nogueira, a esplanada que acolheu os participantes para o Coffee-break.; ao Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, Luís Filipe Araújo que concedeu a autorização para a realização do encontro; à Dra.ª Ana Pereira e ao seu assistente Sr. Wilson e ao Presidente do Clube Naval Infante D. Henrique, Dr. Arnaldo Azevedo, por disponibilizarem um pouco do seu tempo para a realização das visitas, nas quais os

Passeio Rota Real

24 Maio 2025 o Alfa Romeo Clube de Portugal dá o pontapé de saída nos eventos dinâmicos para 2025. Nessa manhã de sol juntaram-se Alfa Romeo e sócios entusiasmados para participar no Rota REAL 2025. 9h00 e todos partiam rumo ao Observatório do Sobreiro e Cortiça em Coruche, o caminho foi feito nas belas estradas nacionais sem qualquer contratempo,

A seguir ao almoço, fomos por estradas camarárias, antigas e estreitas que permitiram condução à moda antiga, numa tarde de sol quente, passamos em Aldeia Velha, Galveias e Aviz, com paisagens deslumbrantes. Chegados à Coudelaria de Alter Real, fomos recebidos pessoalmente pelo Director do Vila Galé Collection Alter Real, Dr Rui Parada, que nos deu as boas-vindas e nos encaminhou para uma demonstração equestre do Cavalo de Alter Real realizada pela EPDRAC, Escola

interesse manifestado, de facto foi deslumbrante ouvir as palavras de uma apaixonada por falcoaria. O momento prolongou-se durante o vôo à luva no qual os falcões voaram entre as mãos com luvas de participantes que gerou grande entusiasmo. Como esta parte do programa se prolongou, decidiu-se

paisagístico e preservação fez as maravilhas dos últimos resistentes… era tempo de regressarmos a casa, foi uma despedida emotiva e com o reconhecimento de que se tinha realizado um evento superlativo, nasceu o ROTA REAL.

05 Julho 2025

Dia Alfa

Concentração Nacional Alfa Romeo

06 Julho 2025

Incluí:

2º Encontro Nacional Boxer +

40º Aniversário Alfa 75

TRAZ O TEU ALFA

Entrada livre (sócios e não sócios)

Assembleia Eleitoral

No dia 28 de fevereiro de 2025 reuniu-se a Direção com os Sócios para a realização de uma Assembleia Ordinária, seguindo-se a Assembleia Eleitoral. A Assembleia Ordinária tinha como objetivo a aprovação do Relatório de Contas e Orçamento para 2025. Verificou-se através da análise do Relatório de Contas o aumento patrimonial mais elevado da história do Clube alguma vez registado, o que é por sua vez um feito inédito. É importante realçar que, no que respeita ainda ao Relatório de Contas, o Clube suportou mais de 20% dos custos de participação dos sócios nos eventos do Clube. O Relatório de Contas e o Orçamento foram aprovados por unanimidade. Posteriormente, a Direção deu início à Assembleia Eleitoral. Havia unicamente uma lista, mas ainda assim os sócios fizeram questão de ir votar, algo que agradou manifestamente a Direção, certa de que é um dos frutos do trabalho que a mesma tem vindo a desenvolver, provando merecer a confiança dos seus associados. A lista foi aprovada por unanimidade com o seguinte programa:

Actividades

• Ter um programa anual de atividades que cubra todo o território nacional de forma equitativa. No âmbito do programa de actividades:

• Manter a tradição do Giro Alfisti Portogalo;

• Manter o Dia Alfa como sendo o aniversário do Clube;

• Manter as provas/passeios/estáticos do Clube;

• Ter eventos dirigidos a modelos em concreto;

• Manter o Troféu Alfa anual e premiar os sócios mais

participativos;

• Mundo virtual, redes sociais e comunicação aos sócios;

• Desenvolver o Site moderno e atrativo, interligado com as várias redes sociais existentes;

• Ter um conhecimento detalhado do nosso universo de sócios;

• Desenvolver o projeto editorial Alfíssima, contratar colaboradores para a mesma;

• Continuar a investir na criação de valor para os sócios;

• Relação com grupo detentor da marca Alfa Romeo;

• Concluir o projeto de um welcome-kit ARCP que seria entregue aos proprietários ou usufrutuários de novos Alfa Romeo, bem como vantagens em serviços pós-venda e oficina para sócios.

• Atualizar o projeto dos Núcleos Oficias Alfa Romeo Clube de Portugal.

Gestão do clube e afirmação do ARCP

Manter a gestão financeira rigorosa e com estratégia, de forma a poder incrementar o património do clube;

• Incluir nos órgãos sociais, sócios de todo o território nacional;

• Incluir nos órgãos sociais, pela primeira vez na história do clube, um elemento feminino;

• Estudar e desenvolver a possibilidade de criar uma sociedade comercial que detida pela Associação sem fins lucrativos permita ao ARCP, maximizar vantagens fiscais e comerciais;

• Manter o rejuvenescimento e crescimento orgânico do ARCP;

• Criar um grupo de trabalho para apresentar uma nova proposta de Estatutos que inclua entre outras medidas:

• Simplificação do articulado dos estatutos e a

realização de reuniões mistas (presenciais e/ou online);

• Haver delegações físicas regionais do ARCP onde poderá haver mesas de voto;

• Rever a fórmula que premeia a antiguidade dos associados;

• Eliminar as restrições existentes aos sócios efetivos que estão disponíveis para colaborar nos OS;

• Aumentar o tempo dos mandatos dos órgãos sociais;

• Permitir que os familiares diretos que vivem em comunhão de lar e que partilham a utilização do Alfa Romeo familiar, possam também eles ser sócios efetivos da associação;

• Criar um regulamento de reconhecimento institucional pela antiguidade dos sócios e reconhecimento dos serviços prestados ao Clube por titulares dos órgãos sociais;

• Implementar uma política de Merchandising para o Clube;

• Implantar o Clube em todo o país, estudando a viabilidade de abrir delegações físicas, para além da sede;

Memória Rui Evangelista

É com profunda consternação e tristeza que soubemos do falecimento do Eduardo Rui Lourenço Evangelista, que se tornou associado do Alfa Romeo Clube de Portugal - Clube Alfista de Portugal a 15/05/2002, praticamente desde a fundação. Residente em Barbeita, Monção, foi um dos sócios mais activos e carismáticos no nosso clube, Homem sério, afável, prestável, humilde, muito amigo do seu amigo e sempre muito activo na sua comunidade tendo feito parte de várias associações e participação também na vida política, um Homem de causas e projectos.

Vê-lo a conduzir a sua Giulia Spider 1600 de 1963

Nas palavras do Presidente, Miguel Pereira da Trindade, são propostas ambiciosas, que transitam de um mandato anterior, mas que são ideias que necessitam de um determinado período de tempo para se consolidarem.

No final da assembleia um dos participantes achou pertinente levar a votação um voto de Louvor ao Presidente do Clube Miguel Pereira da Trindade por todo o trabalho que tem vindo a desenvolver em prol do clube, pela sua resiliência e pela sua perseverança. O voto de Louvor foi aprovado por unanimidade.

A Assembleia Eleitoral terminou sem mais a acrescentar na certeza que há lugar para o Clube se afirmar no panorama digital, se mantiver uma equipa coesa composta por elementos com ideias, com vontade de fazer mais e melhor, e sobretudo com disponibilidade para trabalhar em prol do clube numa lógica de crescimento contínuo. O objetivo é que o ARCP se afirme como uma referência Nacional para todos os Alfistas. Sofia Gomes

comprou a Spider em 1969 após concluir a universidade e manteve-a até ao seu último dia, 55 anos de Paixão Alfista.

O Rui Evangelista faz parte da História deste Clube, sempre presente nos eventos apesar de residir em Monção, mesmo nos seus últimos anos, ajudou o Clube a crescer, sobretudo nestes últimos anos em que foi coordenador da Região Norte tendo ajudado a consolidar o ARCP a Norte do Douro. Obrigado, Rui, foi uma honra privar contigo!

A toda a Família, apresenta o Alfa Romeo Clube de Portugal cumprimentos de sentido pesar.

Rampa da Falperra

Nos dias 9 a 11 de maio decorreu a Rampa da Falperra em Braga, uma das provas com mais prestígio a nível mundial.

No primeiro dia, ocorrem sempre as verificações dos veículos junto à Câmara Municipal. De seguida, dirigem-se para a Avenida Central onde ficam expostos.

operacionais voltaram na esperança que a subida se realizasse. Contudo, e por motivos alheios à organização, como também pelas condições climatéricas que se fizeram sentir, uma vez mais a subida dos clássicos não se realizou.

Ainda assim, a participação do Clube foi positiva, pois tivemos representados por uma réplica de um Alfa Romeo Bertone GTAM, que fez as delícias dos

Carlo Historique 2025 que decorreu entre os dias 23 e 26 de janeiro, tivemos uma vitória de um Alfa Romeo Giulia TI tripulado pela equipa belga Michel Decremer e Jennifer Hugo.

Muitos ainda duvidaram que esta equipa viesse a vencer, mas na verdade foi o que aconteceu.

A liderança do Alfa Romeo aconteceu desde logo durante a tarde de sábado onde voltaram a vencer, assim como já tinham obtido uma vitória em 2024. A edição de 2025 começou com umas condições

Michel Decremer venceu pela terceira vez (2017, 2024, 2025), sendo a primeira com o copiloto Yannick Albert e nas duas seguintes com Jennifer Hugo.

O pódio desta vigésima sétima edição completou-se com os espanhóis Luis Climent Asensio e Carles Jimenez Valls num BMW 323i seguido pelos italianos Fabrizio Rossi e Marco Frascaroli num Lancia Fulvia

1.3 S que teve uma enorme disputa desde o início da prova ao fim com um pequeno Austin Mini Cooper S. Rui Bettencourt

Giro Al sti 5º Portogallo

06/10 de Junho 2025

06/10 de Junho 2025

DOURO ETERNO - 06/08 Junho

DOURO ETERNO - 06/08 Junho

Comemoração dos 900 anos da investidura de D. Afonso Henriques - Zamora

Comemoração dos 900 anos da investidura de D. Afonso Henriques - Zamora

Mensagem aos Sócios

Caros amigos,

Vivemos tempos de mudança. A nível global, desenha-se uma nova ordem de forma cada vez mais disruptiva, e o sector automóvel não é excepção. No seio do Grupo Stellantis – e em particular na Alfa Romeo, que nos move e apaixona – assistimos recentemente a alterações significativas: António Filosa, vindo da FIAT, sucede a Carlos Tavares na liderança do grupo; Santo Ficili assume agora os destinos da Alfa Romeo e em Portugal, Artur Fernandes substitui Davide Correia na representação da marca. A estabilidade que se tem vivido no Alfa Romeo Clube de Portugal, tem permitido uma gestão coerente e um planeamento estratégico focado numa relação de parceria com a marca — uma parceria que tem dado frutos concretos, tanto na criação de acções conjuntas de valorização da Alfa Romeo, como na dinamização de projectos com impacto na rede comercial, nos clientes e em uma brutal divulgação da Alfa Romeo em Portugal. Os últimos anos provaram, o valor de um clube de aficionados que, trabalhando lado a lado com a marca, contribui para o reforço do brand awareness e para a reaproximação dos Alfistas à rede oficial. Para que estes resultados se multipliquem, torna-se urgente dar continuidade aos projectos existentes, nas áreas da pós-venda e do envolvimento formal dos clientes da marca como associados do Clube, nas dinâmicas de marca em Portugal.

Hoje as grandes marcas procuram estar próximas dos verdadeiros apaixonados – daqueles que vivem e respiram o espírito da sua marca, anseiam por ter grupos de apaixonados que queiram com elas trabalhar. A Alfa Romeo Portugal reconheceu este valor. A Expo Mundo Alfa, realizada em Góis com o apoio mútuo entre Clube e marca, é disso exemplo maior: um evento inédito a nível de Clubes com projecção nacional e internacional. A participação dos associados nos eventos do Clube é fundamental para fortalecer os laços da comunidade Alfista e celebrar a paixão pela marca. É neste espírito que convidamos todos os Alfistas a participarem activamente nos eventos do Clube. nas actividades programadas para este ano, como o Dia Alfa que vamos organizar em Góis e que junta uma grande concentração Alfa Romeo, com a celebração dos 40 anos do Alfa Romeo 75 e o 2º Encontro Nacional dos Alfa Romeo com motores Boxer. Estes eventos oferecem a oportunidade de conduzir os nossos Alfa Romeo, mais do que simples passeios, são momentos de convívio,

partilha e enriquecimento cultural. Importa, contudo, sublinhar a natureza singular do Alfa Romeo Clube de Portugal. Somos uma associação formal, regulada, com órgãos sociais eleitos, que ao longo dos anos foram mudando de composição, não temos Presidentes eternos, somos um espaço onde todos os sócios têm voz activa, um espaço onde tem havido projectos muito diferentes e lideranças diferentes, onde os sócios podem contribuir estejam onde estiverem, seja em Lisboa, no Porto ou em Góis. O Clube não é propriedade de um indivíduo ou de um grupo fechado. É importante sublinhar que no ARCP impera o princípio da legitimidade pelo voto. Recentemente, demos mais um passo no reforço da democracia interna, ao reformular os estatutos incluindo a redução significativa do peso dos votos por antiguidade nas Assembleias Gerais — valorizando assim, de forma mais equilibrada, a voz de todos os associados. Não somos comparáveis a páginas de redes sociais ou fóruns geridos de forma unilateral e personalista, onde se impõem regras e decisões ao sabor da vontade de um só.

O Clube soube ultrapassar algumas tentativas de desestabilização, graças à mobilização em massa dos seus associados. Soube renovar a sua direção, mantendo o rumo definido, e reforçou o seu compromisso com a representatividade nacional. Aqui, cada associado pode propor, agir e liderar. Qualquer projecto com mérito e viabilidade pode tornar-se realidade com o apoio da comunidade. É esse o nosso modelo. É essa a nossa força.

Hoje, o ARCP conta nos seus órgãos sociais com representantes em Braga, Porto, Viseu, Góis, Torres Novas, Mafra, Cascais, Lisboa e Barreiro –um reflexo da diversidade, descentralização e vitalidade do Clube. Porque no ARCP não há donos: há sócios.

São os sócios que fazem este Clube ser o que é.

Miguel Pereira da Trindade

Presidente da Direcção do Alfa Romeo Clube de Portugal

Entrevista ao Fundador

Fernando Taborda

Fernando Taborda, Sócio Fundador Nº9 com 65 anos mantém a sua actividade profissional a exercer advocacia.

Como foi o início de tudo, ou seja, como ainda te lembras do nosso primeiro encontro de Alfa Romeo?

O primeiro encontro foi num parque de estacionamento no Parque das Nações nas traseiras da estação de serviço da Repsol. Presentemente esse parqueamento já se encontra ocupado por edifícios de apartamentos.

(presentemente também sócios fundadores do ARCP) Conhecias alguém nesse grupo de alfistas? Ninguém

A partir desse ou desses encontros pensas-te que fazia sentido fundarmos um clube com estes apaixonados da marca?

Tanto fazia sentido, que a escritura de constituição foi assinada no meu escritório á época, o que para mim é uma verdadeira honra. Nessa altura, os estatutos foram muito discutidos e participados nas reuniões com os fundadores do clube. Para que fique registado devo

meu escritório para que a escritura fosse assinada. Recordas-te quem teve ou propôs essa ideia de fundarmos um clube?

Foi o nosso grupo dos 13 fundadores em geral, e pensámos desde logo que fazia sentido haver uma estrutura organizada que aglutinasse os apaixonados da marca.

Nesses encontros basicamente quais os modelos da Alfa Romeo estavam presentes?

Tivemos vários Coupé Bertone, Giulias e, naquela época os 75, 164, GTV6 e serie 916

Na vida do nosso ARCP qual foi o momento que guardas como um dos melhores vividos no clube?

Foram essencialmente dois momentos: a Constituição do Clube e o passeio a Jerez de la Frontera, em 2003, em conjunto com o Alfa Romeo Clube de Espanha, durante o qual tivemos a oportunidade de fazer inúmeras volta á pista de Jerez. Desse passeio resultou um excelente convívio entre os sócios e alguns episódios fantásticos, tal como o despiste do nosso sócio Manuel Fernandes, que se despistou com um sócio do Clube de Espanha. O Manuel Fernandes, quando parei ao pé dele, dizia, exaltado mas divertido: “Oh Taborda o Espanhol queria discutir a travagem comigo. Era o que faltava, ganhar o Espanhol.” Acabaram os dois na gravilha, mas com muita gargalhada à mistura.

Qual o principal motivo que levou ligar-te á marca Alfa Romeo?

Dois motivos. Em Moçambique onde eu vivia na minha juventude, havia inúmeros Coupé Bertone de amigos dos meus pais, que eu muito cobiçava.

Depois, um desses amigos, que corria em provas de velocidade em Grupo 1, com um 2000 GT Veloce, convidou-me para cronometrar a equipa. Imagina, um “puto” de 14 anos a cronometrar um fabuloso 2000

GTV de competição. Foi a picada final do Biscione! Se me permites Fernando, talvez um desses Coupes Bertone que vias a circular pelas ruas de Lourenço Marques (Maputo) seria o meu 1.6 GT Júnior branco (nesse tempo ainda não nos conhecíamos eu era um pouco mais velho).

Para além disso participei no Autódromo de LM nas Jornadas de Promoção para iniciados organização do saudoso Zé Paiva Henriques, mais conhecido pelo Zé Bomba. Em simultâneo com o meu Alfa matrícula MLH 78-81 participou comigo nas jornadas o nosso amigo Jorge Correia que também tinha um 1.6 GT exactamente da mesma cor e com matrícula logo a seguir á minha. Mais tarde ele trocou o 1600 por um 2000 GTV vermelho aonde chegou a ganhar algumas corridas. Esse mesmo carro do Jorge Correia chegou a correr no nosso Autódromo do Estoril tendo vencido o campeonato nacional para iniciados.

De certeza que te vi Rui, e o teu Alfa 1750 é fantástico e cheio de História.

Sem dúvida já faz parte da minha família. Em 1983 o meu pai comprou este 1750 GTV ao dono da empresa aonde o meu pai trabalhava, seu colega o engenheiro Vala.

Este carro tinha sido uma prenda de Natal de 1970, que ele tinha oferecido á sua esposa de nacionalidade francesa.

Ficou a promessa que no dia em que ele o vendesse esse Alfa viria para as nossas mãos. Assim aconteceu quando o engenheiro Vala decidiu vender para comprar a nova Giulietta serie 116.

O nosso primeiro passo foi restaurar o carro por completo.

maternidade de Oeiras precisamente neste mesmo 1750. Hoje o meu filho já tem 41 anos!

Qual foi o teu primeiro automóvel?

Mini 1000, de cor branca, e volante á direita como se conduzia em Moçambique. O carro era originalmente da minha Mãe, e ela nunca soube, nem imaginou, as maldades que o carro aguentou.

Bem, como não poderia deixar de ser qual o primeiro Alfa Romeo que tiveste?

GTV V6 Turbo (916).

Alguma razão para teres escolhido esse modelo?

Muito potente para a época, lindo de morrer, com um som espectacular, característica típica do motor Busso, e um verdadeiro representante da Alfa Romeo, quer em termos estáticos, quer dinâmicos.

Qual consideras o teu modelo da Alfa Romeo preferido de todos os tempos?

Giulia Sprint GTA. Na minha opinião é um carro irrepetível, tendo em consideração a época em que foi produzido e a concorrência existente, a qual ficava a milhas. Recordo que foi o primeiro modelo de turismo de série que fez menos de 10 minutos no longo circuito de Nurburgring!

Tecnicamente era perfeito: carroçaria em alumínio, vidros em plexiglas, jantes em magnésio, bloco do motor e cabeça em alumínio. Era um verdadeiro superleggera. O motor, quer o 1.3 quer o 1.6 eram, já na época, twin spark, com oito válvulas, recuperador de óleo, bomba de gasolina de ultra débito e coletor e escape 4-2-1. Uma mistura totalmente explosiva, que fazia corar a concorrência.

A Alfa Romeo fez muitos carros fabulosos, mas na

longe.

Sendo proprietário de um Alfa Romeo clássico, qual foi a razão para o teres escolhido?

Embora o meu seja uma réplica, a resposta está na pergunta anterior!

Actualmente a Alfa Romeo serve os propósitos do dia-a-dia, ou vês lacunas que deviam ser preenchidas?

Muitas lacunas. A concentração nos carros eléctricos afasta muitos amantes da marca.

As marcas de referência, se reparares Rui, têm todo o tipo de motorizações na sua gama, desde eléctricos, gasolina, diesel e híbridos de toda a natureza.

Vês na marca diferenças conceptuais que o tornam numa escolha óbvia, ou consideras apenas ser uma escolha pela paixão?

Comprar um Alfa Romeo implica desde logo uma forte dose de paixão. Depois, até podemos fazer umas contas aos consumos e aos custos, mas a paixão prevalece acima de tudo. Como dizia um sócio nosso “aquele emblema mata-nos”

Qual consideras ser o panorama da marca no contexto histórico automóvel mundial?

Na minha opinião há quatro marcas que, em termos históricos são determinantes: a Alfa Romeo, a Porsche, a Mercedes e a Jaguar. A diferença está no facto da Alfa Romeo ter ganho Campeonatos Mundiais ou Europeus em todas as categorias, menos ralis. Recordo que ganhou Le Mans por quatro vezes à geral e por inúmeras vezes à classe, ganhou dois campeonatos mundiais de Formula 1, ganhou o Mundial de Endurance, ganhou o campeonato europeu de Turismo,

ganhou o DTM, as Mille Miglia, Targa Florio. Por outro lado, motorizou diversas equipas de Formula 1, como sejam a Brabham, a McLaren, a Osella e a Ligier e motorizou ainda uma equipa de Fórmula Indy. Nos Ralis não tendo ganho à geral ganhou o Grupo 1 no Rali de Monte Carlo, no início dos anos 80, com um 33. Ou seja, não existe outra marca com este ecletismo e este nível de sucesso.

Tens alguma preferência, provas de velocidade ou ralis?

Ralis, embora goste de ambas

Qual consideras o melhor piloto de todos os tempos?

Em pista, Gilles Villeneuve na época mais recente, e nos clássicos o Tazio Nuvolari, que de resto era piloto oficial Alfa Romeo e fazia maravilhas, por exemplo, ao volante dos P3.

Nos Ralis, Ari Vatanen.

Qual consideras o melhor circuito, ou seja o mais espectacular?

Spa Francorchamps, e ainda o nosso circuito de Portimão.

Todos nós temos um automóvel de sonho e sem limite de valores qual seria o teu?

Alfa Romeo 2900 B Lungo. O original, que é uma verdadeira peça de arte, e de engenharia de excelência, pode ser admirado no Museu Alfa Romeo em Arese. Se

assim o entenderem, sempre podem ver o mesmo modelo, á escala 1/43 no Museu da Miniatura Automóvel em Gouveia.

Recordo que o Alfa Romeo 2900, do qual existem várias versões, deu origem à célebre frase que é atribuída a Henri Ford:

“Quando passa um Alfa Romeo, paro, e tiro o chapéu”. Para terminarmos a nossa entrevista diz-me, tens algum hobby?

Claro que sim, colecciono miniaturas de automóveis. Tenho várias colecções de diversas marcas, em particular uma Alfa Romeo, e sou responsável pelo Museu da Miniatura Automóvel de Gouveia, no qual está em exposição permanente, uma coleção com todos os modelos de Formula 1 da Alfa Romeo, ou motorizados pela marca, desde 1910 até hoje.

Por outro lado, tenho a honra de dizer que o Museu foi inaugurado em 2007, e uma da coleções integrantes da inauguração, foi precisamente a minha coleção Alfa Romeo.

Muito agradeço a tua disponibilidade para esta entrevista e que desta forma possamos conhecer-te melhor como um dos fundadores do ARCP

Rui Bettencourt

Manuel Moisés, Socio Nº 30, com 64 anos, formado em Engenharia Mecânica

Qual o principal motivo que levou ligar-te á marca Alfa Romeo?

Sempre fui um apaixonado pela velocidade e tendo vivido em Angola tive contactos com todo o ambiente das corridas de automóveis, acompanhando o panorama da velocidade angolana na época. O meu pai também ajudou, pois deslocávamo-nos em família a quase todas as provas importantes que aconteceram em Angola nos anos setenta.

A Alfa Romeo do importador local, encheu-me a alma, ver os Alfa GTA a curvarem com a roda no ar, marcaram-me desde logo a minha infância. Nos circuitos de cidade, então havia uma ligação fantástica, entre passeios e pista por vezes tínhamos uns fardos de palha a delimitara pista. Sentiam-se os cheiros, de borracha queimada, o chiar dos travões e pneus e até da gasolina que saia pelo escape em excesso. Ficamos ligados pelos sentidos quando somos jovens. Nunca mais se esquece.

Para além disso, tinha um vizinho que tinha uma Duetto 1600, de cor vermelha que vivia do outro lado da rua em frente e por vezes dava-me boleia nela onde ia sentado no pequeno e apertado banco detrás. Adorava o trabalhar dos carburadores roucos e vinha a deliciar-me com aquela música até casa.

Quando havia corridas, era precisamente este Alfa descapotável que era requisitado para dar a volta de honra com os pilotos vencedores coroados com a tradicional coroa de louros nas corridas das Festas do

Gosto dos passeios de fim-de-semana que são sempre eventos em que temos mais tempo de convívio com os apaixonados da nossa marca e sócios e encontramos por vezes pessoas e locais muito interessantes nas nossas visitas por vezes guiadas.

Tens alguma sugestão para melhorarmos o nosso clube?

Estou de uma forma geral satisfeito com os programas atuais no Clube. Existe um bom equilíbrio entre os encontros estáticos e os passeios/programas com mais de um dia. Julgo que por vezes, temos alguns programas demasiado densos e não temos tempo de saborear algumas visitas a alguns locais. Talvez menos possa ser mais de convívio, paisagens ou ouvir um guia com mais cuidado.

Sugestão: que tal o clube fazer a Estrada Nacional Nº2 completa em dois fins de semana? Qualquer dia?

Qual foi o teu primeiro automóvel?

Como não podia deixar de ser, foi um Alfa 33 Quadrifoglio Verde 1.5 de cor cinzenta e do ano 1986. Este carro debitava 105Cv, muito bem distribuídos com uma caixa de 5 velocidades, que era uma delícia, quando subíamos os regimes das mudanças intermédias, rapidamente comia a zona amarela do conta rotações e mesmo em quinta velocidade mantinha-se neste regime. Esta quinta velocidade mantinha a alma do motor sempre em cima.

Bem, como não poderia deixar de ser qual o primeiro Alfa Romeo que tiveste?

A resposta está precisamente na pergunta anterior. Depois desse nunca mais parei de comprar Alfas.

Alguma razão para teres escolhido esse modelo?

Surgiu um bom negócio, precisamente porque a pessoa que o vendeu, adquiriu um Alfa Romeo 75 e, portanto, fiquei com o 33, uma vez que ele sabia que eu gostava

muito de Alfas. E na época esta versão Quadrifoglio Verde era a mais bem equipada, nesta cilindrada 1.500 cm3.

Qual consideras o teu modelo da Alfa Romeo preferido de todos os tempos?

Gosto muito do 1750 GT Veloce, aliás presentemente estou a restaurar um que já tenho á uns anos parado. Sendo proprietário de um Alfa Romeo clássico, qual foi a razão para o teres escolhido?

Não tenho só um, eles vêm ter comigo, não consigo resistir. Fui tropeçando neles e ao longo da vida para não os deixar abandonados e sem abrigo, fui adotando cada modelo que ia encontrando com especial incidência nos GT Bertone.

Atualmente a Alfa Romeo serve os propósitos do dia-a-dia, ou vês lacunas que deviam ser preenchidas?

O meu Stelvio 2.0litros TB 4Q, é atualmente um excelente automóvel familiar que serve perfeitamente os propósitos do dia-a-dia com conforto, segurança e boas performances e com a vantagem de haver poucos, criando a uma aura de exclusividade em relação aos outros ocupantes da estrada.

Tiveste alguma aventura ou episódio que tenha ficado na tua memória relativamente a um automóvel que tenhas tido?

Tive uma aventura inesquecível!

Num dos meus Passeios dos italianos do ACP que participei em outubro passado, no suposto regresso a casa após o passeio efetuado, a minha esposa, convenceu-me e decidiu ir buscar diospiros para lá de Castelo Branco a casa do meu cunhado, cerca de 35 Km, próximo da fronteira com Espanha.

Eu sinceramente não estava nada motivado, estava em Montargil e ao ver umas nuvens bem negras no horizonte fiquei logo apavorado com o que nos podia acontecer tanto mais que íamos no Alfa descapotável. À medida que íamos andando, o céu cada vez mais se apresentava carregado de nuvens escuras e eu, que já tinha vivido em África, sentia o cheiro a terra molhada. Antecipando o pior parei o carro fechei a capota do Spider. Andámos cerca de 100 km com pingas bem grossas acompanhadas de vento, trovoada e relâmpagos à mistura. Encontrar os terrenos onde estavam os diospireiros foi uma aventura, mas lá apareceram após uns telefonemas ao meu cunhado. Finalmente lá apanhamos os ditos diospiros com a ajuda da luz dos telemóveis e já de noite regressamos ao caminho para Lisboa. Durante o percurso de Castelo Branco para Lisboa, voltou a chover com muito mais intensidade de tal forma que dificilmente era possível passar dos 60 Km/h!

Apesar disso íamos ultrapassando carros bem mais modernos, que o meu e mesmo carros bem mais recentes aproveitavam a minha ousadia e tentavam seguir o meu ritmo de andamento.

Ao fim de alguns quilómetros decidi entrar numa estação de serviço antes de Abrantes para beber um café e descansar um pouco do stress que estava a ter ao volante do meu carro naquelas condições de temporal. Não esquecer que o limpa vidros destes clássicos, bem como a chauffage é datada no tempo…

Qual o meu espanto quando me apercebi que o carro que me perseguia e que eu o tinha ultrapassado há bastantes quilómetros também resolveu encostar e estacionar perto de mim. Entramos no posto de abastecimento e o condutor do carro que me perseguia, começou aos berros, chamando-me louco porque eu vinha num carro velho e vinha a exceder tudo o que era razoável uma vez que ele até tinha um Mercedes moderno que não teria mais de 4 anos e tinha sido ultrapassado por um Alfa bem mais velho! Enfim, certamente sentiu-se envergonhado por ter sido ultrapassado por um Alfa Romeo clássico. Fiquei atónito com a atitude deste senhor e retorqui que não tinha passado dos 60 km/h e que realmente as condições de viagem estavam muito difíceis, mas…os outros condutores que estavam na estação de serviço ao ouvirem este diálogo empolgado da parte do tal condutor, foram à porta verificar qual era o carro velho e para seu espanto e meu começaram a dizer-me que eu devia ser maluco por vir com uma relíquia daquelas, metido num temporal enorme. O lugar daquele carro era estar naquela hora numa qualquer garagem…enfim, depois lá os convenci que o fabricante tinha feito um carro para todos os climas.

Vês na marca diferenças conceptuais que o tornam uma escolha óbvia, ou consideras apenas ser uma escolha pela paixão?

Sinceramente não consigo ver outra marca que possa substituir a Alfa Romeo, como dizia o meu pai …foste mordido pela cobra do emblema, tens todo o veneno dentro de ti.

Qual considera ser o panorama da marca no contexto histórico automóvel mundial?

A marca Alfa Romeo é uma marca de nicho, mas os nichos têm o seu lugar na história. Presentemente não é uma marca de luxo como foi no passado e no seu início,

Tens alguma preferência, provas de velocidade ou ralis?

Sem dúvida alguma, a velocidade, pois a minha vida tem sido passada nos circuitos como Comissário Técnico das provas dos nossos campeonatos de velocidade e Delegado Técnico da Federação Portuguesa de Automobilismo e karting desde 1989.

Qual consideras o melhor piloto de todos os tempos?

Gosto muito do Alfa Romeo 8C. Contento-me com pouco.

Agradeço toda a tua disponibilidade para esta entrevista e que certamente será do agrado de todos os nossos amigos Alfistas.

Até breve, Abraço

Rui Bettencourt

Fui sempre um admirador do Ayrton Senna e Todos nós temos um automóvel de sonho e sem limite de valores qual seria o teu?

ALFA ROMEO 8C LUNGO LWB TOURING BERLINETTA

8C2900B Chassis 412035 8C2900B Lungo, LWB Touring Berlinetta, motor No 422030 e carroceria 2032.

Se seguirmos a lógica e as práticas em vigor na época, 412 deveria significar um motor de 4 litros e 12 cilindros. Na verdade, a Alfa fabricou esse motor, seis deles para sermos mais exactos, embora apenas quatro possam ser contabilizados. Foram planeados para alimentar a S10, uma limusine de luxo, que com a intervenção da guerra nunca passou dum esboço. Depois de reinar sem oposição na primeira metade da década de 1930, o P3 estava ultrapassado em 1935, não sendo mais capaz de lutar em igualdade de condições com a maquinaria alemã, mesmo quando os seus motores foram aumentados gradualmente para 2,9, 3,2 e até 3,8 litros.

Para acompanhar o ataque alemão, Jano construiu um novo carro baptizado de 8C35. A nova linha chamava-se Tipo C. O 35 representava o ano de 1935. Era movido pelo mesmo motor de 3,8 litros, visto no GP da Alemanha P3 de 1935. Além do 8C35 e do 4.1 12C36 (1936), havia também um motor V16 de 3 litros com duas cambotas, interligadas por uma engrenagem motriz. Metade deste motor serviria de base ao 158/159. O 308 para a fórmula de 3 litros de 1938, também não correspondeu às expectativas.

Por essa altura a Alfa tinha concluído que seria melhor virar-se para onde tinha tido sucesso no passado.

Como se tornou obsoleto para corridas de Grande Prémio pelas novas regras estabelecidas em 1938, ele foi deixado de lado, juntamente com vários motores 2.9 sobressalentes.

Em 1935, a Alfa, que com uma excepção havia vencido todas as Mille Miglia desde 1928, decidiu pegar o chassi

P3 Grand Prix nº 50001 e instalar-lhe uma carroceria Monza. Na verdade, era um carro GP de dois lugares. Pintacuda e Della Stuffa venceram batendo um Monza 2600, por 41 minutos e 51 segundos.

O que quer que eles estivessem tentando concluir, funcionou, porque imediatamente a Alfa começou a instalar motores 2900 em chassis 308 que tinham em demasia, alargados para aceitar carrocerias de dois lugares.

Uma vez equipados com guarda-lamas, bateria, luzes e outros detalhes, eram classificados como carros de desporto e podiam competir nessa classe.

Assim nasceu o 8C2900A.

Oito foram fabricados, mas dezoito podem ser identificados. O que se passou foi que os carros eram inscritos para competir na América do Sul e ao mesmo tempo nas 24 horas de Spa Franchorchamps. Como não chegavam a tempo, a Alfa montava outro carro com o mesmo numero de chassi. Um exemplo e’ o 412004 que tem o numero 6 estampado em cima do 4, mas pode ser identificado pelo numero da Scuderia Ferrari, SF54. Também aconteceu que por vezes um 8C 2900A, corria numa prova e depois de voltar a Milão era lavado estampado com outro número e vendido como novo. Muitos carros corriam com matrículas idênticas, até nos tempos da Autodelta.

Depois de terem servido com distinção a fábrica, os 2900A, inicialmente destinados apenas a corridas, foram vendidos a proprietários privados. A Alfa fabricou mais cinco carros de competição em 1938, na serie 2900B, quatro dos quais foram usados na Mille

Miglia daquele ano e o quinto em Le Mans. (Chassis 412033). Também foram vendidos a particulares. Os carros podiam ser identificados da seguinte maneira: 2900A.

2900 A and B. SWB (Short Wheel Base) LWB (Long Wheel Base) Chassi curto e chassi longo

1936 Chassis Motores

2900A 412001-412010 422001-422010

1937

2900B 412011-412020 422011-422020

1938

2900B 412021-412042 422021-422044.

Muitos carros são identificados como de 1939. Esse ano, foi o ano em que a carroceria foi montada. Também houve varias trocas de motores entre eles.

Com duas excepções feitas pela Pininfarina, e se nao contarmos os que foram modificados para se parecerem como os da serie “A” tipo “Barchetta” (bote em Italiano),

Originalmente, os 2900A eram carroçados pela Alfa Romeo e, depois de cumprirem suas funções de fábrica, alguns foram equipados com carrocerias feitas pela Touring Superleggera. Independentemente de quem os fez, todos as carrocerias eram feitos de painéis de alumínio moldados e esticados sobre uma estrutura tubular.

Nenhum dos 2900A fabricados em 1935/36, era igual, excepto os três carros da Scuderia Ferrari, usados na Mille Miglia de 1936

Os carros pesavam 850 kg, eram muito básicos, com carroceria Spider funcional, guarda lamas de bicicleta, e as carrocerias eram conhecidas como Botticella, um termo italiano para barril, que se referia ao formato redondo da carroceria.

Alguns dizem que houve um excedente de motores 2.9, mas isto é questionável, a menos que a Alfa se tenha comprometido a construir o P3 em grande número.

Seja qual for o motivo, os motores foram ajustados para

todos os outros 2900B foram montados com carrocerias Touring Superleggera.

O 2900A que era praticamente um carro de GP convertido para dois lugares. Tinha uma distância entre eixos de 2.718 metros, a mesma do 308. A distância entre eixos do 2900B Corto (SWB) era de 2.799 m e do Lungo (LWB), de 3 metros. Os carros incluíam todas as ultimas tecnologias da altura, como dois compressores, cárter seco, suspensão independente nas quatro rodas, ajustável no tablier, molas helicoidais, e amortecedor hidráulicos.

A traseira tinha braços radiais e uma mola de lâminas transversal, que ligava a caixa de velocidades e diferencial numa única unidade à carroceria do carro, como se viu mais tarde no Alfetta. Os enormes travões de tambor com aletas gigantes faziam parte do conjunto. Todos estavam equipados com uma caixa de 4 velocidades e marcha atrás.

220 cv a 5.500 rpm para fins de turismo, uma escolha perfeita. Com uma velocidade máxima de 230 km/h, era um verdadeiro carro de corrida.

Construído entre 1937/38, o 2900B, era um modelo de produção, com a intenção, se é que podemos chamá-lo assim de ser vendido a quem tivesse as liras suficientes, uma das razões de a larga maioria ter sido vendida para o estrangeiro, Inglaterra, Suica e America do Sul em particular.

Entre eles está 8C2900B Chassis 412035 8C2900B Lungo, LWB Touring Berlinetta, motor 422030 e carroceria No. 2032.

De acordo com o certificado do fabricante, 412035 foi construído em 18 de Julho de 1938 e vendido um mês mais tarde an Ing. Donegani presidente da Montecatini, uma empresa de produtos química italiana. Algumas fontes sugerem que o carro sofreu um acidente nos primeiros dias, tendo que ser reconstruído pela Alfa Romeo.

No entanto um conhecido que trabalhou na restauração do carro antes do Concurso de Pebble Beach em 2008, garantiu-me que o chassi não tem vestígios nenhum de ter sido danificado. Há a possibilidade de ter sido substituído com outro, como era costume e já’ foi mencionado acima.

Os chassis na época eram construídos no chamado tipo de escada, com duas barras laterais e varias transversais. Mais tarde apareceram com duas barras no centro em “X”, que ligava as transversais, para fortalecer a unidade.

O carro assim como se passou com muitos outros calcula-se que tivesse passado a guerra escondido na Suica, onde apareceu assim que as hostilidades acabaram.

O carro trocou de dono varias vezes, tendo sido propriedade de Wehrli, Berchtold e Richard Eberhard, que o vendeu em 1946 a Adolf Scherz, sócio do conhecido entusiasta e colecionador Suiço de Alfas, Jean Studer, que se diz que pelo menos metade de todos os 8C2900 feitos, lhe passaram pelas mãos.

Em 1947 o carro fez a primeira travessia Atlântica, a primeira de muitas e foi adquirido pelo famoso entusiasta e agente da Alfa Romeo a dos carburadores Weber na Pensilvânia, Frank Griswold.

No dia 2 de Outubro de 1948, este “Gentleman Driver” venceu o primeiro USGP realizado em Watkins Glen, Nova York. Uma placa no painel atesta isso.

Após a vitória em Glen, o carro voltou a ter vários proprietários em um curto período. Griswold pintou-o de vermelho e vendeu-o ao seu advogado, David Felix,

que por sua vez o vendeu a David Parks, que brevemente o anunciou a venda na edição de março de 1956 da Road & Track.

O carro mudou de mãos por US$ 1.300, vendido possivelmente a Harold Berger. O próximo proprietário parece ter sido Paul Hatmon, do Missouri. Passou por dois ou três outros proprietários antes de ser adquirida por F.R. Scheiter de Bolton, Massachusetts, em maio de 1962. É possível que essas vendas tenham sido resultado de dificuldades dos proprietários em registrar o carro para uso rodoviário nos EUA. Segundo consta, que a localização e a união do pára-brisa à carroceria não estavam de acordo com os padrões americanos na altura, o que e’ estranho.

Por essa altura o carro estava em péssimo estado de abandono, tendo engolido uma válvula que por sua vez danificou o pistão do cilindro número sete.

Como era costume na altura com carros de competição o bloco do motor e a cabeca eram fundidas duma só peça. A tarefa de fabricar e instalar um novo inserto de válvula parecia intransponível. Depois que muitos especialistas terem sido consultados, um armeiro especializado em armas antigas foi encontrado. Ele fez uma fresa especial, prendeu-o a uma haste que entrava no orifício da válvula, cortou a cabeça, fez um assento e pressionou-o no lugar.

O carro foi então vendido pela Vintage Car Store ao Dr. Donald Vesley, um residente de Tahlequah, Oklahoma. Vesley manteve o carro dez anos antes do ter vendido ao David Cohen residente em Johannesburg em 1980. David importou o carro para a África do Sul on foi

exposto no Concourse de 1981 da ARCSA.

Entre os presentes estava o autor de varios livros sobre Alfa Romeos, Simon Moore, na altura a trabalhar na Africa do Sul para a Shell e dono do 8C2900A Spider, 412007.

Para os da minha idade na altura, jovens igorantes, era apenas um Alfa antigo com mossas. Mal sabiamos o previlegio do que estavamos a ver.

Concluindo que uma restauracão estava alem dos especialistas locais, o David enviou-o para Tony Merrick, no Reino Unido, que removeu o motor e o reconstruiu. O chassi foi enviado para o Robert Wilson para ser restaurado à sua antiga glória. Descobriu-se então que sua cor orginal era o azul cobalto, cor que foi prontamente restaurada.

Durante esta operação deu-se um episódio embaraçoso e ao mesmo tempo cómico. Quando o carro foi transportado para Tony Merrick na traseira de um camião na auto-estrada M4, o camionista foi mandado parar pela polícia. O carro tinha a matricula Sul Africana “DXH 497T” .

O “T” indicava Transvaal, hoje chamado Gauteng. Na época, no Reino Unido, dependendo do ano, algumas matrículas também terminavam com uma letra, neste caso um “T”. Os polícias ficaram intrigados com o carro e ligaram pelo rádio para a esquadra, para serem informados de que tal número não existia. Consequentemente, pararam o camião e fizeram ao motorista uma série de perguntas embaraçosas que ele não conseguiu responder, ameaçando prendê-lo. Eventualmente, depois de alguns telefonemas e chamadas pela rádio, o problema foi resolvido e o carro continuou até ao seu destino.

Em 1984, o 2.9 estava de volta à África do Sul e foi exibido em Setembro daquele ano no ARCSA Concurso, realizado no estacionamento de Sandton City, com outros carros da colecção do David Cohen. Cohen viajou extensivamente com o 2.9 por todo o país e competiu em dois ralis locais com carros de 1930-1945, vencendo o Concurso em todos.

Em 1990, emigrou para Vancouver levando o 2.9 com ele. Como havia feito na África do Sul, ele conduzi-o o carro extensivamente por todo o continente norte-americano assim como o exibiu em Pebble Beach em 1993, vencendo a classe.

Em 1998, Cohen competiu com o carro no 50º aniversário de Watkins Glen, e, em 2005, foi exibido no Amelia Island Concurso. na Flórida. Dois meses depois, vendeu-o ao Jon Shirley, residente em Seattle e então presidente e COO da Microsoft.

Em 2006, Shirley inscreveu o Alfa na Mille Miglia Storica, corrida que ele já havia competido três vezes com Ferrari, desta vez em parceria com Butch Dennison, o seu mecânico especializado em carros corrida antigos e veterano da Indy, que ficou muito impressionado como o comportamento civilizado do Alfa depois duma condução a cerca de 180 Km/h num

troco da auto-estrada.

Em 2007, foi submetido a uma restauração total, na oficina especializado de Dennison, próximo a Tacoma, WA, para ser exibido em Pebble Beach. Os 14 empregados da oficina de Butch, entraram em acção redobrada.

O carro tinha falta de muitas pecais originais como por exemplo a bomba de combustível. Outro problema e’ que estava equipado com os faróis errados. Eventualmente, um próprio foi encontrado, digitalizado, um molde feito e novos imprensados. Desenhos dos escapes originais foram encontrados na Argentina. Uma réplica foi feita e instalada. Sendo um carro tão raro e significativo, valeu a pena o esforço. O motor depois de tantos anos de trabalho e condução intensa, estava manchado e descolorido.

Mas, eventualmente, foi levado aos padrões de Pebble Beach, onde em 2008 venceu o premio “Best of Show”. É preciso notar que o carro teve uma história muito emocionante, mudando de mãos varias vezes, mas finalmente encontrando alguns zeladores que o apreciaram e cuidaram dele. Tive o privilégio de tê-lo visto e tocado, mesmo que na época eu e muitos outros não tivéssemos ideia do que representava e do seu significado.

Mais recentemente, o carro foi vendido para a Suíça e no final de 2022 para um museu em Monte Carlo, onde se encontra actualmente.

Há que notar que nos anos que precederam a Segunda Guerra Mundial, a Alfa atingiu um nível incomparável a qualquer outra marca, incluindo a arqui-rival Bugatti. As marcas alemãs, Mercedes ou Horsch, tinham carros velozes, mas as suas mecânicas, linhas e estilos não se comparavam aos estilos elegantes de carroceria

Touring, Pininfarina e até mesmo da Alfa. Eram simplesmente, como um jornalista os cunhou, “trituradores de camponeses”!

Claro que existiam outros fabricantes de automóveis italianos, mas nenhum tinha o prestígio da Alfa Romeo. A Alfa de então era a Ferrari, a Lamborghini e a McLaren de hoje. Alem disso Alfa era o carro favorito de Mussolini, muitos foram feitos especialmente para membros da realeza e aristocracia europeias, como os Reis da Roménia e Holanda, e os herdeiros da gigante família siderúrgica alemã Bohler assim com marajás Indianos

Os produtos de Portello eram tão apreciados que durante a guerra foram feitos 28 carros para encomendas especiais, a maioria destinada a oficiais alemães.

Especula-se que o 8C 2900, 4122021 foi oferecido de presente pelo conde Ciano, genro de Mussolini, a um general alemão, muitos dizem Joachim Ribbentrop.

Toy DC

Correspondente da África do Sul.

OS 40 ANOS DO ALFA ROMEO 75

Nada melhor para celebrar os 75 anos da marca Alfa Romeo fundada em 24 de Junho 1910 senão lançar um novo modelo e falarmos um pouco desta gama. O nome mais adequado só poderia ser 75. Estávamos maio de 1985 para apresentar o que seria o último modelo de tracção traseira a garantir e manter o todo o prazer em conduzir o tradicional Alfa Romeo. O modelo 75 veio substituir o Giulietta e vendido até 1992.

A responsabilidade do design em formato de cunha, arestas vivas com uma faixa preta ao longo da carroçaria foi elaboração de Ermanno Cressoni do Centro de Estilo de Arese. Em termos mecânicos não houve necessidade de inovar pelo que houve todo o aproveitamento das motorizações e a plataforma já comprovadas do seu antecessor a Giulietta. Recordo que também que a embraiagem/caixa velocidades e diferencial foram montados junto ao eixo traseiro de modo a garantir uma melhoria na distribuição de pesos. Este modelo terá sido o último de tracção traseira desenhado e projectado antes da compra pela Fiat. O motor utilizado para o lançamento foi o bloco de quatro cilindros com 1600cc com dupla árvore de cames á cabeça. Na versão original a alimentação de carburante era feita com dois carburadores duplos e nos motores de dois litros passou ao sistema de injecção com

duas velas por cilindro.

Em Fevereiro de 1987 a versão com o motor 2000 sofreu uma modificação com uma nova cabeça com duas velas por cilindro, com menor abertura do angulo das válvulas. Desta forma permitiu obter uma conduta de admissão mais posicionada na vertical e com um espaço para permitir uma válvula de maior diâmetro, bem como um variador de fase na admissão. ~

Foi uma forma de melhorar os rendimentos ganhando 20 cv, ou seja, passou dos 128 cv às 5400 rpm para os 148 cv às 5800 rpm.

O topo da gama 75, terá sido a versão 2.5 litros Quadrifoglio Verde utilizando a mesma motorização do GTV6 e posteriormente do Alfa 90. Era possível chegar aos 210 Km/h e dos 0 aos 100 em 8.2 segundos o que eram performances de topo na sua categoria e apenas batido por modelos bem mais caros tais como o Maserati Biturbo.

De modo a permitir uma melhor travagem a dimensão dos travões de disco foi aumentada dos 250 mm para 260 mm. Os discos da frente eram ventilados com um diâmetro de de 266 mm.

Relativamente aos pneus calçava 195/60 VR 14 de modo a garantir uma maior segurança em todas as condições.

Em 1986 os automóveis com cilindradas superiores a dois litros foram altamente penalizados com impostos

adicionais e desta forma a Alfa Romeo reduz a cilindrada para 1779 cc e compensa com um Turbo Garret T3 e um intercooler permitindo atingir os 155 cavalos ás 5800 rpm.

Esta estratégia permitiu que o 75 Turbo tivesse o mesmo nível de performance do 2.5 QV e inclusivamente superar em termos de aceleração dos 0 aos 100 com um tempo de 7.6 segundos versus os 8.2 da motorização V6.

A configuração mecânica era muito idêntica ao do Quadrifoglio Verde com a excepção da direcção assistida e a adição de 25% no autoblocante com um diferencial ZF.

Para o mercado americano foi lançada uma versão mais luxuosa denominada Milano Verde (Quadrifoglio

Para uma melhor utilização em pista foram homologadas uma diferente geometria de suspensão reforçada na suspensão traseira e com a barra estabilizadora de maior diâmetro com jantes BWA de liga leve e pneus de perfil mais baixo 195/55 WR. Em termos de carroçaria foram colocadas saias laterais e alargamentos junto as rodas de modo a permitir jantes mais largas. Houve também a necessidade de ser desenhada a asa traseira e o avental frontal resultado do trabalho em túnel de aerodinâmica do Pininfarina permitindo uma redução do coeficiente CX de 0.35 para 0.33 e a velocidade maxima ter aumentado em 10 km/h.

No interior distinguia-se da versão normal pela instrumentação de painel com tons laranja e um volante

Silver, Gold e Platinium sendo esta a de topo com motorizações 2.5 V6 e fabricados em Arese. No mesmo ano é lançada uma versão bem mais agressiva o 75 Turbo Evoluzione com uma fabricação limitada a 500 unidades.

A cilindrada foi reduzida ligeiramente para 1762 cc de modo a que pudesse participar em provas na classe abaixo dos 3 litros. (os motores turbo eram calculados por multiplicação do coeficiente de 1.7). A pressão do turbo foi aumentada acima de 1 bar e os colectores de escape recalculados a permitirem uma melhor saída dos gases de escape.

também diferente.

Em termos de cores de carroçaria estava apenas disponível no “Rosso Alfa” assim como as jantes pintadas da mesma cor. No fundo das portas lia-se Turbo Evoluzione

Em termos de competição o 75 participou na classe de Grupo A com a finalidade de substituir os GTV6 que venceram quatro Campeonatos Europeus de Turismo.

Em Agosto de 1986 iniciaram-se os ensaios na pista de Balocco com o piloto Giorgio Francia.

Em termos de potencia a versão de Grupo A dos originais 155 cavalos passou para os 280 cavalos.

Houve também a necessidade de endurecer a suspensão e acrescentar um roll bar para cumprir o regulamento e segurança.

Em Abril de 1987 o 75 Turbo Evoluzione foi homologado para participar no campeonato do mundo de carros de turismo WTCC, sendo o Director da Eqquipa Alfa Corse Vittorio Ghidella e Giorgio Pianta como chefe de equipa.

O WTCC logo á partida não nasceu bem com dificuldades desde o seu inicio.

Na realidade os custos envolvidos com a participação de seis carros permitiu somar pontos , mas com falhas nos regulamentos , desqualificações acabando a época com o campeonato suprimido.

Foi pena pois tinham tudo para vencer com excelentes pilotos como o Alessando Nannini, Riccardo Patrese, Giorgio Francia, Paolo Barilla, Jacques Laffite, Jean-Louis Schlesser e o próprio Pianta mas infelizmente os resultados não foram bons.

Os melhores resultados foram obtidos no Campeonato de Velocidade Italiano com o Gianfranco Brancatelli a vencer o titulo em 1988. No ano seguinte a época foi muito renhida e nem mesmo com sete vitorias não foram suficientes para garantir o titulo novamente. Em

dificuldades em combater os BMW M3 com os seus apenas 1000 kg contra os 1150 kg do 75 apesar dos 440 cv de potência. O melhor resultado foi um oitavo nesse campeonato.

Em 1988 o 75 IMSA venceu por duas vezes o Giro d´Italia um percurso de 1800 km. A versão IMSA utilizou motores de quatro cilindros, 1762 cc, injecção electrónica e turbo com intercooler suficiente para atingirem 400 cavalos as 7200 rpm e com um peso de 960 Kg. A velocidade máxima era de 270 km/h.

Regressando ás versões de estrada, provavelmente terá sido o modelo que mais sucesso teve em Portugal foi a versão 2 litros Twin Spark. Motor robusto com os seus 148 cavalos as 5800 rpm com uma taxa de compressão de 10:1 e injecção electrónica Bosch e as 2 velas por cilindro como já eram utilizados nos celebres GTA dos anos 60. Sem duvida alguma que podíamos chamar a “the old school Alfa Romeo aluminium twin-cam engine with two valves per cylinder”

Em 1987 também foi lançada a versão de topo da gama, 75 América com motor 3 litros num bloco V6 a debitar 188 cv a permitir uma velocidade máxima de 220 km/h Apenas foram produzidos 6753 exemplares incluindo a versão Milano Verde o que desde já se torna um modelo

VIAGEM DO CABO NORTE AO CABO SUL NO ALFETTA

Alfa Romeo Alfetta 1.8 "Raid Capo Nord Capo Sud", 1973.

Durante o verão de 1973, três jornalistas da revista semanal italiana Oggi resolveram testar o então novo Alfetta 1.8 dirigindo-o do extremo do continente europeu, Cabo Norte, na Noruega, até o extremo sul do continente africano, o Cabo da Boa Esperança, na África do Sul.

O Alfetta 1.8 foi minimamente modificado com um

que incluíam 8 latas de gasolina, 3 rodas sobressalentes, ferramentas e alimentos, totalizando uma carga adicional de 500 quilos, sem a tripulação dos 3 ocupantes

A distância percorrida: 26057 km Média diária : 880,8 km Tempo gasto: 29 dias, 14 horas Consumo médio de combustível: 6,14 km/l Consumo de óleo do motor: 1

Esta aventura só vem confirmar que o Alfetta provou a sua resistência e fiabilidade pela dureza da viagem contrariando a fama injusta que os Alfa Romeo sofrem

Artur Fernandes é o novo Diretor do Cluster Premium da Stellantis em Portugal

Artur Fernandes é o novo Diretor do Cluster Premium da Stellantis em Portugal (Alfa Romeo, DS Automobiles e Lancia) em maio de 2025 e vem substituir David Correia, que segue a sua carreira profissional fora do Grupo.

Artur Fernandes é licenciado em Gestão de Empresas pela Universidade Internacional em Portugal, tendo obtido um Executive MBA pelo INDEG e um Mestrado em Marketing no ISCTE Business School. Possuindo uma vasta experiência no setor automóvel, o seu percurso na indústria automóvel iniciou-se em 1999, aquando do seu ingresso no Grupo Fiat Auto em Portugal, onde ocupou diversos cargos de notável responsabilidade como Responsável de Zona, Responsável da Formação, Diretor de Marketing, Diretor de Vendas e Diretor de Marca, com uma passagem pelo mercado francês, de dois anos, enquanto Gestor de Produto.

Em 2012 ruma a Turim, onde assume a pasta de Gestão de Produtos de modelos como Linea, Doblò e Tipo e, posteriormente, de Brand Development & Optimization para a Europa Central e Oriental.

Já em 2016, sublinha-se a sua nomeação como Diretor Geral da FCA Portugal, cargo que desempenhou até 2021, quando assumiu o cargo de Sales & Marketing Manager para França, Bélgica e Península Ibérica. Desde abril de 2024, Artur Fernandes desempenhava as funções de Diretor das Marcas FIAT e Abarth, em Portugal e Espanha. Mariana Antunes

Stellantis anuncia Antonio Filosa, com 25 anos de experiência na Empresa, como o seu novo Chief

Executive Of cer

28 de maio será a partir de agora mais uma data importante para a indústria Automóvel, pois a Stellantis N.V. anunciou que Antonio Filosa com 25 anos de experiência irá assumir como CEO no dia 23 de junho, sucedendo assim a Carlos Tavares na Presidência da Comissão Executiva da Stellantis. António Filosa foi responsável pela Stellantis na América do Norte e na América do Sul. Durante o seu tempo como Chief Operating Officer da América do Sul, conduziu a marca FIAT à posição de líder de mercado e, em seguida, expandiu significativamente as marcas Peugeot, Citroën, Ram e Jeep®. Como resultado, a Stellantis aumentou a sua clara liderança na região. O seu trabalho na criação da Fábrica de Pernambuco, um dos maiores centros automotivos da América do Sul, lançou a Jeep® no Brasil, que rapidamente se tornou o mercado líder da marca fora dos Estados Unidos.

O ARCP congratula-se com esta nomeação, pois Antonio Filosa é um líder nato, com um currículo vasto que fala por si e uma experiência inegável de mais de 25 anos. Esperamos poder estreitar laços, e que nos consiga ajudar a colocar a Alfa Romeo no lugar que merece, ou seja, como uma referência a nível mundial. O ARCP deseja ao novo líder votos de muito sucesso. Mariana Antunes

33 Stradale

Prémio “Best in Classic 2024”

Teve lugar no salão Milano Autoclassica a cerimónia de entrega dos prémios “Best in Classic 2024”. Este concurso é concebido e organizado pela redação da revista “Ruoteclassiche”. Já na sua quarta edição e dividido em onze categorias, o júri atribuiu o prémio “Best in Classic 2024”, na classificação “Reloaded”, ao novo Alfa Romeo 33 Stradale, sendo este um autêntico reconhecimento para a marca. Este modelo alia o design icónico do seu antecessor dos anos 60 às novas tecnologias. Baseado num dos automóveis mais bonitos de sempre, o novo modelo foi produzido em 33 unidades exclusivas.

A declaração oficial do júri, constituído por especialistas da área e presidido pelo diretor da revista, Gian Luca Pellegrini, refere que: “O novo 33 Stradale é um automóvel que consegue ser um testemunho para o futuro e, ao mesmo tempo, um tributo ao passado. As suas linhas seguem os traços de 1967, mas representam a atualidade, as novas tecnologias e os novos sistemas de propulsão. Linhas que dão forma a um sonho, o qual se tornou realidade para apenas 33 fãs da marca."

O sucesso do magnífico novo 33 Stradale foi definitivamente determinado pela sua indiscutível

beleza escultural, com a introdução de novos elementos de design da nova linguagem de estilo da marca. Especificamente, o exterior simboliza a “beleza necessária” e apresenta um equilíbrio perfeito entre proporções, volumes e processamento das superfícies. Da mesma forma, o interior destaca-se pelo seu design minimalista, ambiente envolvente e materiais que enfatizam a experiência de condução, tudo isto respeitando fielmente a estética e a tecnologia do 33 Stradale de 1967.

A cerimónia teve lugar no evocativo Centro de Congressos Stella Polare na Fiera Milano, com a presença da elite do mundo automóvel. Alejandro Mesonero, Diretor de Design da Alfa Romeo, afirmou ao aceitar o prémio: “Estou muito orgulhoso por receber este prestigioso prémio, atribuído ao 33 Stradale pela 'Ruoteclassiche'. O projeto 33 Stradale é o resultado da coragem de uma equipa excecional, a qual tem uma pitada saudável de loucura. São estes os ingredientes que transformam os sonhos em realidade. O projeto pretende ser uma homenagem à obra-prima de Franco Scaglione de 1967 e, ao mesmo tempo, antecipar certas características distintivas dos futuros modelos Alfa Romeo. O resultado é um

Testes dinâmicos do Alfa Romeo 33 Stradale no icónico circuito de Nardò

A equipa de engenheiros da Alfa Romeo visitou o Centro Técnico de Nardò, a pista circular mais rápida do mundo para uma intensa sessão de testes dinâmicos com o protótipo 00 do 33 Stradale. No lendário Anel de Nardò, os pilotos de testes da Alfa Romeo estruturaram a sessão de testes para garantir a validação dos objetivos de performance do projeto, incluindo uma velocidade máxima de 333 km/h e uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em menos de três segundos. Esta foi a continuação da fase de desenvolvimento e testes do 33 Stradale iniciada há alguns meses, demonstrada pelos recentes testes de condução a velocidade moderada realizados no icónico Centro de Testes de Balocco. Ambas as sessões dinâmicas confirmam a facilidade com que o condutor entra em simbiose com o automóvel, desfrutando da sua potência, agilidade e som inconfundivelmente Alfa Romeo.

A avaliação do “protótipo 00” incluiu testes aerodinâmicos, velocidade e temperaturas máximas, sistemas de refrigeração do propulsor e a insonorização do habitáculo, antes da entrega do primeiro 33 Stradale, em dezembro de 2024, em Itália.

As características impressionantes do 33 Stradale devem-se ao trabalho meticuloso que a equipa da Alfa Romeo fez na aerodinâmica, onde cada linha é funcional para aumentar o rendimento do motor V6 twin-turbo de 3,0 litros com mais de 620 cv, o qual está

limitado. Uma evolução do motor V6 que já se encontrava nos automóveis de mais alto desempenho da marca italiana, o novo motor está montado longitudinalmente em posição central e proporciona uma performance excecional, totalmente confirmada em Nardò.

Estes testes seguiram-se a uma sessão realizada no Centro de Testes de Balocco, na província de Vercelli, na icónica pista da Alfa Romeo que, desde 1962, tem sido palco do desenvolvimento e preparação dos automóveis de competição de mais alto desempenho (Autodelta) que correram em competições internacionais de F1, DTM e Super Turismo. Neste local histórico, a mesma equipa de engenheiros da Alfa Romeo concentrou toda a sessão em testes específicos de média e alta velocidade, com foco no comportamento em estrada, no sistema de travagem e no equilíbrio. O envolvimento homem-máquina é máximo, proporcionado por uma panóplia de características, incluíndo o chassis de alumínio em forma de H, o monocoque em fibra de carbono, a refinada configuração da suspensão e a possibilidade de dois modos de condução, ativados a partir dos comutadores na consola central: “Strada” e “Pista”. O primeiro modo é ativado quando o automóvel é ligado, garante conforto e uma potência suave, sensibilidade habitual dos pedais, suspensão macia, transmissão fluida e válvulas de escape ativas abertas apenas acima das 4.000 rpm. Em alternativa, no modo

Pista, o condutor opta por uma condução cheia de adrenalina: a potência atinge o seu máximo, os pedais são mais sensíveis e a suspensão é mais firme, para além de oferecer mudanças de velocidade rápidas e válvulas de escape ativas sempre abertas. Um dos controlos de desempenho mais interessantes desta configuração é o procedimento “Partenza Veloce” (“Arranque Rápido”): ao premir o botão “Quadrifoglio” na consola central, este atua sobre a caixa de velocidades, o controlo de tração e a potência para maximizar a aceleração, evitando a patinagem das rodas. Em algumas seções do circuito, os pilotos de teste da Alfa Romeo também desativaram o controlo de tração (ESC OFF), levando o automóvel perto da sua velocidade máxima para confirmar que o 33 Stradale consegue combinar o desempenho de supercarro com uma surpreendente facilidade de condução, mesmo para condutores não profissionais. Tudo isto se torna ainda mais evocativo pelo som do motor V6 twin-turbo, uma autêntica “sinfonia mecânica” que envolve o habitáculo e transmite emoções únicas a cada aceleração. O sistema de suspensão ativa também desempenhou um papel fundamental no teste, oferecendo uma combinação perfeita de conforto e performance. Especificamente, o novo 33 Stradale personalizado adota um esquema de suspensão de duplo braço - 100% Alfa Romeo - com amortecedores ativos e direção semi-virtual nos eixos dianteiro e traseiro, o que proporciona um ótimo controlo do

volante e o mais elevado grau de precisão da direção, bem como uma grande aceleração lateral para garantir o melhor comportamento em todas as condições de condução.

Por fim, a sessão de Balocco destacou a precisão e a capacidade de adaptação dos travões aos diferentes modos de condução, garantindo um excelente controlo, sendo possível passar dos 100 aos 0 km/h em menos de 33 metros. Tudo isto é possível graças ao sistema de travagem Alfa Romeo Brake-By-Wire incorporado, que controla a pressão de travagem e garante estabilidade na sensação do pedal. Produzidos pela Brembo para a Alfa Romeo, os travões em carbono-cerâmica garantem um elevado desempenho e asseguram uma travagem reativa com um efeito de fadiga reduzido a altas temperaturas. À frente e atrás, os discos são ventilados e perfurados, com pinças monobloco em alumínio de seis pistões à frente e uma configuração de quatro pistões atrás.

Nesta sessão, Valtteri Bottas, ex-piloto da equipa de Fórmula 1 da Alfa Romeo e membro do “club 33” é proprietário de um dos 33 automóveis fuoriserie, forneceu feedback essencial para a configuração final do supercarro. O piloto destacou a facilidade de condução, permitindo que mesmo condutores não profissionais desfrutem na plenitude da sua potência e agilidade, bem como a inconfundível sonoridade vivida dentro do habitáculo, fundida com a perfeição.

Mariana Antunes

Logotipo comemorativo dos 115 anos de história da Alfa Romeo

Na comemoração dos 115º aniversário da Alfa Romeo, a marca lança um novo logótipo comemorativo, coincidente com o aniversário da histórica vitória na Mille Miglia de 1930, com Tazio Nuvolari e a estreia do Quadrifoglio na Targa Florio de 1923. Para além destes marcos, em 2025 celebra-se igualmente o centenário da vitória do GP Tipo P2 no primeiro Campeonato do Mundo de Automobilismo, o 75º aniversário do 1900 e da conquista do primeiro título mundial de Fórmula 1, a estreia do Giulietta Berlina em 1955, a estreia do Giulia Sprint GTA em 1965, a vitória do 33 TT 12 no Campeonato do Mundo de Marcas em 1975 e a chegada do Alfa 75 em 1985. O logótipo do 115º aniversário da Alfa Romeo apresenta um design contemporâneo, que combina passado, presente e futuro. A diagonal ascendente do número “115” simboliza o ímpeto e o impulso para a inovação, valores fundamentais incorporados no ADN da marca. O “5”, ponto central da composição, é abraçado pelo Biscione, o eterno ícone da marca. A escolha do ano 2025 está longe de ser uma coincidência. Com efeito, este ano marca o aniversário de dois episódios fulcrais naquilo que é a construção do espírito da marca, ao mesmo tempo que contribuíram para implantar a lenda da Alfa Romeo no subconsciente coletivo. O primeiro data de 12 e 13 de abril de 1930: a Mille Miglia, um ícone do desporto motorizado, que testemunhou o triunfo do único Alfa Romeo 6C 1750 Gran Sport #84, conduzido por Tazio Nuvolari e Giovanni Battista Guidotti. Foi a primeira vitória do “Mantuano voador” nesta competição, mas foi também a primeira vez que foi ultrapassada a fasquia da velocidade média de 100 km/h num percurso tão longo e exigente. Um feito memorável que consagrou a excelência técnica da marca e a tenacidade dos seus principais nomes. Nessa edição, a Alfa Romeo dominou literalmente a ação, ocupando os quatro primeiros lugares da classificação. Apenas alguns anos antes, a 15 de abril de 1923, outro evento destinado a fazer história viu a luz do dia na Targa Florio. Foi nesse dia que Ugo Sivocci venceu ao volante do Alfa Romeo RL TF, que ostentava pela primeira vez o símbolo quadrifoglio na carroçaria. O pequeno emblema, criado como um amuleto da sorte, rapidamente se tornou um ícone da marca, ligado aos modelos de maior performance e aos feitos mais ousados que definiram o carácter da Alfa Romeo, encarnando para sempre os valores de velocidade e coragem inerentes à marca. No entanto, as celebrações estão longe de ficar por aqui. Em 2025 comemoram-se igualmente outros modelos chave e conquistas fundamentais que estão, inevitavelmente, interligadas. Há 100 anos, o lendário Alfa Romeo GP Tipo P2 venceu o primeiro Campeonato do Mundo de Automobilismo,

afirmando-se nas pistas internacionais graças ao projeto brilhante de Vittorio Jano, bem como ao talento do pilotos oficiais, como Antonio Ascari e Gastone Brilli-Peri, que lideraram a competição numa época profundamente notável que cimentou a posição da marca na elite do automobilismo mundial. A notar, também, que no presente ano se comemora também o 75º aniversário da estreia, no Salão Automóvel de Paris, do 1900, o primeiro automóvel Alfa Romeo produzido em grande escala, e a retumbante vitória do Tipo 158 “Alfetta”, coroado Campeão do Mundo na época inaugural da Fórmula 1 tripulado por Nino Farina, o primeiro campeão do mundo na história da F1 e símbolo da excelência técnica e desportiva da marca. Além disso, em 2025 celebra-se também a estreia, no Salão Automóvel de Turim de 1955, do Giulietta Berlina, um modelo que trouxe elegância e dinamismo ao quotidiano dos italianos, seguido, em 1965, pelo Giulia Sprint GTA apresentado no Salão Automóvel de Amsterdão, um verdadeiro “monstro sagrado” da competição que conquistou vitórias em todo o mundo. Finalmente, em 1975, o 33 TT 12 venceu o Campeonato do Mundo de Marcas e, dez anos mais tarde, o Alfa 75 fez a sua estreia, sendo o último modelo Alfa Romeo de produção em série construído sobre a plataforma do Alfetta.

Em suma, estamos perante uma série de aniversários que não é uma mera coincidência, mas uma extraordinária sincronização da história. Cada data, cada automóvel, cada acontecimento contribui para traçar o perfil único da Alfa Romeo, uma marca que não seguiu o sinal dos tempos durante 115 anos, mas que o desafiou. E agora, mais do que nunca, encara o futuro com a mesma garra e paixão que fizeram dela um ícone intransigente. Mariana Antunes

Alfa Romeo distinguida com 3 troféus “best cars”

A revista “auto motor und sport” atribuiu três prémios “Best Cars” à Alfa Romeo, numa cerimónia realizada no Porto de Hamburgo, Alemanha. Os leitores da conceituada revista alemã elegeram o Alfa Romeo Giulia, pela oitava vez, na categoria “Veículos Médios Importados”. Por outro lado, o modelo Tonale conquistou o prémio “Veículos SUV/Off-road Compactos Importados”. Já o prémio “Veículos SUV/Off-road Grandes Importados” foi conquistado pelo modelo Stelvio.

Os 3 prémios foram recebidos por Simonetta Cerruti, Responsável da Alfa Romeo Europa Alargada. No seu discurso, destacou a “inabalável” paixão dos fãs pela Alfa Romeo, resistente à passagem das décadas, que

marca um estilo de vida. Sublinhou, igualmente, a linha condutora que a marca continua a seguir, pautada pela “combinação única de design italiano, aerodinâmica desportiva e experiência de condução emocionante, valores profundamente enraizados no ADN da Alfa Romeo”.

Foram mais de 94 000 os leitores da revista que votaram na edição deste ano nos prémios “Best Cars”, sendo os vencedores selecionados entre 462 candidatos, subdivididos em 13 categorias. Todos os veículos vencedores foram expostos no Porto de Hamburgo, com uma afluência de cerca de 1,5 milhões de visitantes. Mariana Antunes

A tecnologia “Twin Spark”

A tecnologia “Twin Spark” foi amplamente utilizada nos motores Alfa Romeo entre meados da década de 80 e o final da década de 2000-2010 de forma a aumentar seu desempenho e se ajustar às regras de emissão de poluentes e de ruído mais restritivas. Esta tecnologia faz precisamente 111 anos no ano de 2025, sendo pela primeira vez utilizada no ano de 1914 no ALFA 40/60 Grand Prix (note-se que a designação era apenas Alfa e não Alfa Romeo como actualmente, pois apenas em 1920 o nome da empresa foi alterado para Alfa Romeo já na liderança de Nicola Romeo).

Para transformar o modelo 40/60 num modelo capaz de ganhar o Grande Prémio da França de 1914, o engenheiro-chefe Giuseppe Merosi desenvolveu um motor de 4,5 litros, 4 cilindros e 16 válvulas, com duas velas de ignição por cilindro. O motor projectado por Giuseppe Merosi possuía duas árvores de cames (DOHC), com quatro válvulas por cilindro, ângulo de válvulas de 90 graus e ignição de faísca dupla. Por razões desconhecidas, o ALFA 40/60 GP só competiu numa corrida sete anos depois, no G.P. Gentleman de 1921 em Brescia com o carro GP modificado, com Campari a dominar o G.P. da 11ª. à 24ª. volta, até o piloto ser obrigado a desistir já perto da meta devido a perda de água do radiador.

No entanto, as suas performances comprovaram as soluções técnicas de Merosi. O motor era capaz de produzir 88 cv a 2.950 rpm e, após modificações em 1921, 102 cv (76 kW) a 3.000 rpm. A velocidade máxima deste carro era de 142 a 150 km/h

Desde essa data, e até ao início da década de 80, os motores de ignição de faísca dupla permaneceram em grande parte apenas para uso nas pistas.

No início dos anos 80, a Alfa Romeo ainda motorizava os seus carros com o motor twin cam "Nord", que já levava 30 anos de desenvolvimento.

Com a concorrência a apresentar soluções inovadoras a cada lançamento, a Alfa Romeo necessitava de um novo motor para acompanhar o ritmo de desenvolvimento da concorrência. No entanto, o período financeiro conturbado que atravessava levava a que não houvesse dinheiro para desenvolvimento de inovações.

Foi então adaptada uma solução rápida, comprovada e económica, e os projetos de Merosi com duas velas de ignição por cilindro foram retirados dos arquivos, agora montados numa cabeça de apenas 8 válvulas. Posteriormente, a tecnologia Twin Spark seria adaptada a cabeças de 16 válvulas sendo que, por motivo de limitação de espaço, as duas velas tinham tamanho diferente, sendo que seriam velas de platina de 10mm e 14mm respectivamente.

A denominação “Twin Spark” apareceria oficialmente a partir de 1986 no lançamento do Alfa 164 Twin Spark. Este vinha com o motor de 2.000 cc de 4 cilindros em linha a gasolina, Twin Spark com 8 válvulas. Posteriormente a tecnologia Twin Spark é lançada nos motores de 16 válvulas, sofrendo uma modificação ao nível das velas que falaremos mais à frente neste artigo.

A designação do termo TwinSpark tem como tradução directa “duas faíscas”, em que se utiliza duas velas em cada cilindro para conseguir uma dupla ignição. As duas velas são responsáveis pela melhoria na queima do combustível, resultando em uma maior eficiência do motor: menor consumo de combustível e emissões de poluentes mais baixas. Então como esse resultado é obtido?

Sendo mais técnico, o que é preciso considerar é como a "frente de chama" (ou seja, o perímetro da área de combustão) se espalha dentro de um cilindro.

No mundo ideal, quando a vela de ignição dispara, a mistura ar/combustível imediatamente se incendeia, queimando consistentemente por toda a câmara, de modo que, ao final do curso, não resta nada além dos gases de escape prontos para serem expelidos.

de combustão não é uma explosão de gases. O que impulsiona os pistões é o aumento da pressão interna da câmara, decorrente da combustão (queima controlada com frente de chama).

O que se pode chamar explosão (queima descontrolada sem frente de chama definida) é uma detonação dos gases, que deve ser evitada nos motores de combustão interna, com o objetivo de proporcionar maior durabilidade dos mesmos e menores taxas de emissão de poluentes atmosféricos provenientes da dissociação de nitrogênio.

Fontes:

1. https://pt.wikipedia.org/wiki/Twin_Spark

2. https://en.wikipedia.org/wiki/ALFA_Grand_Prix

Na realidade, porém, quando tudo isso acontece em um duo-centésimo de segundo, o processo não é tão perfeito assim. À medida que os diâmetros internos dos motores aumentam, leva mais tempo para a frente de chama se expandir totalmente dentro do cilindro (na prática, perseguindo o pistão em seu curso), o que leva a que a no limite a frente de chama não consiga preencher toda a câmara de combustão e fique combustível por queimar, diminuindo a eficiência e aumentando a emissão de poluentes.

Quando se trata de faíscas de ignição, por que duas são melhores do que uma? Bem, em sua forma mais simples, a resposta é simplesmente que proporciona melhor combustão.

A ignição dupla promove a eficiência do motor ao iniciar frentes de chama dupla, proporcionando uma combustão mais rápida e completa, aumentando assim a potência.

Este sistema permite maior eficiência no consumo dos gases queimados devido às duas frentes de chama, aumentando a eficiência e proporcionando também maior estabilidade e um processo de combustão mais homogêneo em todos os níveis de carga do motor, mesmo em condições desfavoráveis.

A tecnologia de vela de ignição dupla provou ser boa para obter melhor binário em baixas rotações e maior eficiência de combustível. Paulo Quendera

3. https://mecanicaparatodosblog.wordpress.com/2018/08/13/twin-spark-doble-bujia-de-encendido/ 4. https://www.oocities.org/alfa146website/castella/ts.htm

5. https://www.italicar.co.uk/blog/2021/3/2/history-of-alfa-romeo-twin-spark-engines

6. https://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_de_combust%C3%A3o_interna

7. https://www.newtoncbraga.com.br/index.php/como-funciona/6713-como-funciona-o-sistema-de-ignicao-art1342

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