BIO n MÔNICA REIS
O traço da luta feminina no grafite Texto ALESSANDRA OLIVEIRA alessandraso.jornalismo@gmail.com Foto RAUL SPINASSÉ raulspina@gmail.com
“Tá pra nascer homem que vai mandar em mim”. Esse verso da música de Valesca Popozuda ou um single de Anitta é o que se ouve ao ligar para o celular de Mônica Reis, 34. A grafiteira, uma das pioneiras em Salvador, tem como marca o desenho de personagens femininas sensuais, sempre muito coloridas. “Para chamar a atenção”, justifica. Gosta de abordar também temas como violência doméstica e câncer de mama. “Consegui me libertar da violência que sofria”, conta, referindo-se aos episódios em que apanhou do marido, com quem está há 20 anos. O interesse pela arte de rua começou há 12 anos, quando percebeu a presença ínfima de mulheres durante o projeto Salvador Grafita, que transformava pichadores em servidores municipais. No início, viu muitas das suas obras serem encobertas por frases como “grafite de cozinha”, feitas por grafiteiros da cidade que não aprovavam uma mulher no meio. Foi chamada de “maloqueira e suja”. Em resposta, continuoupintandoe,noanopassado,ministrouumaoficinaparaquarentamulheres.“TemumasvintegrafiteirasnaativahojeemSalvador. Umas dez participaram da oficina”, diz. Em 2012, foi para a Itália representar Salvador em um evento. A sua mais nova série de desenhos retrata mulheres de vários países. A primeira, peruana, foi feita especialmente para a Muito no bairro de São Caetano, onde mora. «
HISTÓRIA DE SALVADOR
O coletivo Vai e Faz, do qual Mônica faz parte, vai grafitar todas as estações de metrô da cidade. O projeto começa este mês
SALVADOR DOMINGO 30/4/2017
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