Jornal A Laje — Outubro 2012

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TUBERCULOSE

ACONTECEU EM FLORIANÓPOLIS...

Saiba mais sobre a prevenção e o tratamento da doença A tuberculose é uma doença que passa de pessoa para pessoa, através da respiração, espirros, tosse e fala da pessoa infectada. Sua transmissão é favorecida por lugares que possuam aglomerações, pouca ventilação e pouca luz do Sol. Uma pessoa infectada apresenta como principais sintomas: tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro, febre baixa, suor noturno, falta de apetite, perda de peso, cansaço fácil, fraqueza e dor no peito. Assim que identificar tais sintomas, o paciente deve se dirigir até uma unidade de saúde para realizar exames e confirmar, ou não, se está com tuberculose. Causada pelo Bacilo de Koch, a tuberculose tem cura, se o tratamento for realizado de manei-

Imagem: Reprodução

ra correta e até o final. Após o início do tratamento - que tem duração de, em média, seis meses - o risco de contagio desaparece, ou seja, o paciente infectado não pode mais transmitir a doença para outras pessoas. Os remé-

dios são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que recomenda a supervisão do paciente durante esse período. Um profissional especializado pode, dessa forma, garantir que o doente está tomando os medicamentos corretamente e cumprindo as recomendações médicas. É preciso frisar que, quanto antes o paciente procurar o tratamento, menor serão as chances de contagio por outras pessoas, e a possibilidade de cura aumentará. Se você apresenta os sintomas, cubra a boca e o nariz ao espirrar ou tossir, e procure imediatamente uma unidade de saúde. Lembre-se: ambientes ventilados e a luz do Sol são importantes aliados no combate a essa doença.

Lembre-se: para a cura total da doença, é necessário fazer todo o tratamento. Em caso de dúvidas, procure um hospital ou um posto de saúde.

Participantes do Paraná

ENTENDENDO (O) DIREITO: AS LEIS SEM BLÁ BLÁ BLÁ Foto: quantanoticia.com.br

de localidade. A portaria assegura, no artigo 13, o atendimento mesmo para aqueles que não possuem o cadastro ainda, por quaisquer que sejam os motivos. Primeiro será feito o atendimento, posteriormente o cadastro. Também assegura, no art. 23, uma exceção para os moradores de rua com relação à necessidade de cadastrar um endereço fixo e domicílio. Não existe mais essa exigência para que a população de rua seja atendida, ou seja, não é mais necessário apresentar um endereço para que possam utilizar o SUS.

Por Regiane, Frank e Pulga

A copa do mundo está chegando e a repressão contra nós, moradores de rua, vai ser intensa. Guarda Municipal, Polícia Militar e Polícia Civil vão fazer um trabalho em conjunto para remover nós, que dormimos na rua. Sabemos que esse tipo de atitude fere todos os princípios da dignidade humana. E, se não ficarmos ligados, acompanharemos a Copa do Mundo em regime fechado (prisão, albergue, clínica de reabilitação), que não funcionará efetivamente, mas servirá de depósito temporário de pessoas. Se você não ficar ligado, será varrido da calçada como o lixo. Procure os coordenadores do MNPR, ou vá ao CEDDH e informe-se mais sobre o assunto.

CASA DE ACOLHIDA SÃO JOSÉ

Portaria 940: o direito à saúde O direito à saúde caminha junto ao direito à vida, pois este depende daquele. Não se pode falar em direito à vida e dignidade do ser humano sem que seja possível garantir certos direitos básicos, como o acesso de todos e todas ao SUS. Para que esse direito à saúde saia do papel e torne-se realidade, o Ministério da Saúde lançou o Sistema Cartão Nacional de Saúde (Sistema Cartão), que funciona como um cadastro eletrônico único que permite ao usuário do SUS utilizar o sistema de saúde sempre que precisar, em todo território nacional, sem a necessidade de ficar se cadastrando e recadastrando sempre que mudar

...nos dias 12,13 e 14 dos mês de outubro, o 2º Fórum Regional do Sul do Movimento da População de Rua. Estiveram presentes líderes do Movimento Nacional da População de Rua de cada estado (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina) e seus apoiadores, para discutir os avanços e desafios sobre as políticas públicas para a população de rua, dentre elas: saúde, trabalho, educação, assistência social, moradia, entre outras.

Se liga aí, meu irmão!

Também não é mais necessário passar pela FAS para que haja o encaminhamento para o SUS. O próprio morador que necessitar de atendimento pode se encaminhar para os postos de atendimento sozinho. Contribuição dos alunos do Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ) da UFPR

Sob a coordenação da Congregação das Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, de Curitiba, a Casa de Acolhida São José oferece serviços para as pessoas que estão em situação de rua. Ela atende, em média, 60 a 70 pessoas por dia no acolhimento do café da manhã. Pela complexidade da realidade das pessoas em situação de rua e pelos desafios de oferecer um serviço que possa atender com efetividade essa população, a Casa de Acolhida São José tem buscado apoio e parcerias, para contribuir e melhorar ainda mais os serviços já ofertados.

Saiba mais alguns detalhes: Publico alvo atendido: Jovens, adultos, idosos e famílias que utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência. Casa de Acolhida São José Serviços ofertados: Acolhimento com café da manhã, esEndereço: paço para banho, lavanderia, Rua Paula Gomes, 1046 – atendimento e acompanhamenSão Francisco to sócio jurídico, encaminhaCuritiba/PR mentos articulados com a rede Telefone: 3324-2067/ socioassistencial. 3221-7000


ESPORTE, CULTURA E LAZER

Você é linda

Carlos Umberto dos Santos, apelido Pulga. Obs: a Seleção de Futebol da População de Rua do Paraná deu um show de bola em cima dos barrigas verdes (catarinenses) e dos Pulga segura o troféu do tchês (gaúchos). O troféu II Torneio de Futebol da População de Rua da Região Sul está em casa, para provar.

CEDDH está aberto ao público O Centro Estadual de Defesa dos Direitos Humanos da População de Rua e Catadores (CEDDH) já está aberto ao público. A demanda está sendo recebida, e alguns encaminhamentos sendo realizados. Mas ainda falta a capacitação dos funcionários do CEDDH, o que impede a oferta de alguns serviços. Seu pleno funciona-

Em uma visita na Praça Tiradentes, a equipe do jornal A Laje conheceu Felipe, artista que ganha a vida tocando violão. Ele está em situação de rua há algum tempo, e compõe suas próprias canções. Até hoje, todas as edições do Arte da Rua trataram de temas relacionados à rua, mas, dessa vez, trazemos um pouco do trabalho do Felipe. Ele é um exemplo de que existem muitos talentos espalhados pelas ruas da cidade.

mento está previsto para novembro.

O jornal A Laje é uma publicação mensal produzida pela população em situação de rua de Curitiba através do Movimento Nacional da População de Rua (MNPR) em parceria com o Núcleo de Comunicação e Educação Popular (NCEP) da Universidade Federal do Paraná. Nossas reuniões são todas as terças-feiras, às 13:30, no Belvedere da Praça João Cândido, nas ruínas de São Francisco. Contato: jornalalaje@gmail.com. Impressão: Sindiquímica PR. Agradecemos o Sindicato pelo apoio! Tiragem: 1000 exemplares.

Acesse: www.jornalalaje.moradoresderua.org.br

Quando você chegar Vai me pedir pra ficar Ficar junto de você Até a noite chegar E você fala que é feliz E que queria me amar Mas eu não acredito E agora vou te provar Refrão: Você é linda e enganosa Você é linda, é maravilhosa Você não passa de uma ilusão Já avisei meu coração Quanto mais o tempo passa Você gama mais em mim E mais eu não te dou a mínima Você não é nada pra mim Você pensa que vai me enganar Com seu jeito de me provocar Mas eu posso te garantir Que nada disso vai me atingir Refrão

Felipe

Visite nosso site e veja o vídeo com a apresentação do nosso artista de rua.

Outubro de 2012

EDITORIAL A edição de outubro do jornal A Laje traz para você, leitor, informações importantes quanto à tuberculose. A coluna “Entendendo o Direito” segue no tema da saúde, explicando que todos têm direito ao acesso à rede pública. Além disso, o jornal desse mês destaca o 2˚Fórum Regional do Sul do Movimento Nacional da População de Rua, o qual ocorreu em Florianópolis. A Laje de outubro, ainda, vem com uma novidade: a coluna “Se liga aí, meu irmão!”, que trará, todos os meses, reflexões importantes sobre e para a população em situação de rua de Curitiba. Em tempos de eleição para prefeito, cabe destacar o esforço do MNPR em conversar com os dois candidatos que concorreram no segundo turno: Ratinho Jr., do PSC , e Gustavo Fruet, do PDT. Apesar da tentativa de diálogo com ambos, o MNPR não foi ouvido em suas reivindicações e propostas para a população em situação de rua. Esperamos que, mesmo com essa lacuna, o prefeito eleito realize boas ações e que, além disso, valorize o movimento e trate com dignidade essa população.

20ª edição

A TUBERCULOSE TEM CURA!

Imagem: Reprodução

Moradores de rua de Curitiba têm jeito para o esporte. Como direito de cidadão, temos condição de freqüentar áreas de lazer, praças que tem vínculos ao esporte, como futebol, basquete, vôlei , ping pong, e tem direito aos parques da cidade. Temos também grandes artistas e cantores. Por que não damos a oportunidade para as pessoas mostrarem o que sabem? O morador de rua é gente que nem as outras pessoas. Se nossos governantes fizerem a coisa certa, isto é cidadania.

ARTE DA RUA

CONHEÇA OS SINTOMAS E SAIBA O QUE DEVE SER FEITO PARA O TRATAMENTO. PÁG. 2 ENTENDENDO (O) DIREITO PORTARIA 940: O DIREITO À SAÚDE PÁG. 2

CONHEÇA OS SERVIÇOS OFERECIDOS PELA CASA DE ACOLHIDA SÃO JOSÉ. PÁG. 3

REALIZADO II FÓRUM DA REGIÃO SUL DO MOVIMENTO NACIONAL DA POPULAÇÃO DE RUA. PÁG. 3

ESPORTE, LAZER E CULTURA: O DIREITO AO ESPORTE. PÁG. 4

PARTICIPE DO MOVIMENTO NACIONAL DA POPULAÇÃO DE RUA Venha participar você também e ajude a fortalecer o Movimento! As reuniões do MNPR em Curitiba acontecem nas quartas-feiras, às 15:30h, no Belvedere da Praça João Cândido, nas ruínas São Francisco.


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