A liberdade religiosa
– estão hoje totalmente desacreditadas, rejeitadas, substituídas! Não teriam as espiritualidades sem Deus, sem nos apercebermos, tomado o lugar das grandes tradições monoteístas que deram origem às civilizações judaico-cristãs ou islâmicas? As grandes tradições religiosas, como aliás as ideologias, tendo-se mos trado dramaticamente incapacitadas do impedir as tragédias e os massacres da história, não é de admirar que a palavra “religião”, nessas condições, se tenha tornado suspeita… Teremos já chegada a uma era de transcendência sem Deus? Finalmente, nesta hora de moder nidade, temos nós ainda necessidade de uma referência divina, de dogmas intocáveis, de verdades impostas do alto? Centralizar tudo no indivíduo, a sua felicidade, a sua experiência, o seu carácter único? Prestemos atenção à solidão inquieta do homem sem bússola, ao caminhante na noite sem estrelas! Necessitamos, acima de tudo, de reencontrar Deus.
*Esta intervenção não poude ser apresentada oralmente. No entanto, o seu autor, aceitou que publicássemos este texto. **Presidente honorário da Universidade Pantheon-Assas antigo membro do Conselho Constitucional de Paris.
1. NR. Depois da redacção deste texto, e na sequência do relatório da Comissão Stasi, no fim de 2003, a Assembleia Nacional francesa envolveu-se num debate sobre um projecto de lei sobre a laicidade e o uso de insígnias religiosas, nos estabelecimentos de ensino público em França.
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