Consciência & Liberdade 27 (2015)

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Uma heroína da fé: Marie Durand

Em abril de 1768, Marie Durant é por fim libertada, depois de 28 anos de detenção. Ela vai para Saint-Jean-du-Gard desde logo, antes de se dirigir para Bouchet-de-Pranles. Contudo, a 12 de setembro, cinco prisioneiras são ainda retidas na Torre. Depois, uma foi indultada, duas morreram e as duas últimas, Chassefière de 80 anos e Suzanne Pages, saíram na véspera de Natal. A Torre foi então encerrada! Uma das detidas, Marie Vey-Goutet, retirou-se, com Marie para Bouchet onde viveram um existência discreta na fé e na oração. Esta forma de descrição característica dos heróis. Os amigos de Genebra vieram em socorro das prisioneiras. Todas elas tinham falta de dinheiro. Marie Durand, em particular; a adversidade encarniçou-se contra a pobre mulher. Foi ajudada pelo Consistório de Amesterdão. Ela escreveu: “Basta-me assegurar-vos que a minha vida tem sido tecida de tribulações e de perseguições que me reduziram ao estado mais próximo da miséria. Tenho-me conservado sempre em silêncio porque o próprio Senhor o fez”. Em setembro de 1776, Deus arrancou-a das vicissitudes desta Terra. Marie Durand deu a sua contribuição para a liberdade de consciência, ao direito à diferença, ao direito ao protestantismo de existir. A fé da heroína sobreviveu, apesar dos sofrimentos. Até ao fim, permaneceu fiel. Durante 38 anos na Torre, exprimiu a resistência iluminada pela Luz do Alto, da confiança da espera. Ela incarna uma das figuras mais puras da fé protestante. O seu combate foi apenas para a glória e honra de Deus. (…)

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