Revista Tejo Atlântico nº23

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TEJO ATLÂNTICO

Na Águas do Tejo Atlântico celebramos a água e o solo como pilares da sustentabilidade. Esta edição da revista destaca o trabalho das Fábricas de Água na valorização de lamas, com a marca Biolamas+ a afirmar-se como solução natural e circular para regenerar solos empobrecidos e reforçar a retenção de água.

Projetos como a URSA no Alentejo e o investimento de 42,6 milhões de euros na valorização de lamas pela Águas do Tejo Atlântico marcam uma viragem na valorização de lamas. Em 2024, mais de 170 mil toneladas de lamas foram geradas pela Águas do Tejo Atlântico, contribuindo para o Ambiente, Resiliência Hídrica e Economia Circular competitiva.

A visita da Comissária Europeia para o Ambiente, Resiliência Hídrica e Economia Circular Competitiva Jessika Roswall à Fábrica de Água de Alcântara reforçou o reconhecimento internacional do trabalho da empresa na inovação no setor da água. Como afirmou: “É impressionante perceber como os processos de tratamento, reutilização e proteção da biodiversidade estão interligados”.

Continuamos a transformar desafios em soluções. Preservar o solo e a água é garantir o futuro.

Boa leitura!

SOMOS

Propriedade

Águas do Tejo Atlântico, S. A. Fábrica de Água de Alcântara Avenida de Ceuta, Lisboa comunicacao.adta@adp.pt

Edição e Coordenação

Eugénia Dantas

Redação

Direção de Comunicação e Desenvolvimento

Impressão

Graficoisas

Tiragem

1.250 exemplares

ISSN 2184-1470

Eugénia Dantas

OBSERVATÓRIO DA GESTÃO

Mensagem de Abertura

RETROSPETIVA

Principais acontecimentos

INSPIRADOS PELO FUTURO

ETAR de Honghu, China

AS PESSOAS DAS NOSSAS FÁBRICAS

Os nossos trabalhadores

EM CURSO

Empreitadas em curso

Água e Solos

dos nossos Municípios

NOTÍCIAS DO GRUPO

Notícias do Grupo Águas de Portugal

PARA CONHECER

The Navigator Company

PROVADORIA

As melhores sugestões dos nossos colaboradores

AQUI HÁ TALENTO

Um colaborador, uma paixão

CÁ DENTRO

Iniciativas e projetos da Tejo Atlântico

ETAR de Honghu, na China: onde a inovação encontra a sustentabilidade

A Comissária Europeia para o Ambiente, Resiliência Hídrica e Economia Circular Competitiva. Jessika Roswall visita a Fábrica de Água de Alcântara.

OBSERVATÓRIO DA GESTÃO

No início do mês de setembro, após o tradicional período de férias para parte significativa da população portuguesa em que nos desligamos parcialmente das notícias nacionais e internacionais, chicoteou-nos com uma conjetura global complexa e que muda com uma velocidade vertiginosa merecendo-nos uma reflexão enquanto indivíduos, a nível nacional e europeu.

Nestes meses assistimos a um aumento da distância atlântica entre os dois continentes historicamente aliados, resultado de uma visão isolacionista mascarada com o argumento das tarifas de transações económicas. Continuamos com uma guerra dentro da Europa sem fim à vista e a com a explosão do barril de pólvora do médio oriente, com epicentro em Israel, mas com rastilhos mais ou menos incandescentes em toda região. Não dissociado destes eventos, temos um bloco oriental encabeçado pela tríade Rússia-China-India, inimaginável há cinco de anos, com exibições públicas de alinhamento de líderes e demonstração de força militar. Depois temos os casos Venezuela, Gronelândia, entre outros, que vão surgindo e desaparecendo quase como anúncios publicitários enquanto o filme principal não é retomado.

No contexto europeu, em contrapartida, assistimos a uma fragmentação a diversos níveis, coexistindo uma tentativa de reequilibrar a Alemanha sob diversas perspetivas, a queda do governo de França com um desequilíbrio orçamental histórico, o vacilar do governo espanhol, o fortalecimento das forças políticas defensoras do brexit no Reino Unido, entre outros. Tudo isto no momento em que a europa foi impelida a investir fortemente na militarização e iniciar exercícios de preparação para um eventual conflito armado de larga escala com testes à resiliência de serviços críticos.

O setor da água, sendo um serviço critico, está entre os potenciais alvos de eleição, como vimos mais recentemente no caso da Ucrânia e da Palestina, para fragilizar a capacidade do país atacado numa situação de conflito. E num contexto em que as várias nações verificam a sua capacidade de resposta a um ataque, seja físico seja digital, importa ter presente a resiliência dos nossos sistemas de tratamento de água em diversos cenários, a par de outros serviços críticos como comunicações, saúde, energia ou a produção agrícola alimentar.

Para avaliação de resiliência dos nossos sistemas nos diversos cenários hoje equacionáveis - inimagináveis há poucos anos atrás -, temos alguns temas essenciais que devem ser prioritários, tais como, a autonomia energética, resiliência das cadeias de abastecimento em particular de reagentes, matérias primas e materiais essenciais ao desempenho das infraestruturas, capacidade de evacuação de subprodutos, mobilidade dos trabalhadores, capacidade dos sistemas de comunicação e sistemas digitais e a capacidade de armazenamento de diversos bens.

Habituámo-nos, na Europa, a analisar e preparar os planos de continuidade dos diversos serviços sem contemplar cenários de crise de conflitos armados, situação que hoje não podemos manter. Tal como estamos a investir no reforço da nossa capacidade militar, na expetativa de nunca vir a necessitar desses recursos, a europa necessita de investir na resiliência de um conjunto de serviços essenciais à soberania das nações, entre eles a Água.

Nuno Brôco Presidente da Águas do Tejo Atlântico

RETROS PETIVA

23 DE MAIO

Fábrica de Alcântara acolhe o Festival MURO_LX 2025

O Festival MURO_LX foi realizado entre 23 de maio e 1 de junho, com o tema “Água”. A Fábrica de Água de Alcântara foi o palco principal deste evento, acolhendo artistas urbanos de várias partes do mundo. A iniciativa transforma espaços públicos em galerias de arte, promovendo a cultura urbana e a valorização do património ambiental e arquitetónico.

26 A 30 DE MAIO

Banco Mundial em sessão de trabalho na Água do Tejo Atlântico Entre 26 e 30 de maio, a Águas do Tejo Atlântico recebeu técnicos do Banco Mundial, no âmbito do programa WICER, focado na economia circular e resiliência no setor da água. A missão incluiu workshops e visitas técnicas a várias Fábricas de Água, com destaque para aplicações de água reutilizada e para a cerveja Vira, um exemplo inovador que promove a reutilização de água tratada.

22 DE MAIO

Webinar aborda prevenção do burnout no trabalho No dia 22 de maio, a Tejo Atlântico realizou o webinar “Burnout?! I’m out!”, dedicado à prevenção do burnout. A sessão, integrada na avaliação de riscos psicossociais, abordou causas, sintomas e estratégias de gestão do stress. A ação permitiu aos participantes desenvolver planos individuais de prevenção, promovendo uma cultura de bem-estar e saúde mental positiva nas organizações. O evento decorreu online e foi aberto a todos os trabalhadores da empresa.

28 DE MAIO

Protocolo com o ISEL reforça inovação e circularidade

A Tejo Atlântico celebrou um protocolo com o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), promovendo cooperação em inovação e sustentabilidade. A parceria inclui estágios, workshops, candidaturas a projetos de investigação e fornecimento de água+ e subprodutos para uso académico. Este acordo visa aproximar o meio académico do setor da água, impulsionando a economia circular e boas práticas ambientais. Um passo estratégico para enfrentar os desafios ambientais com soluções partilhadas.

6 DE MAIO

Formação “AgIR – ProÁguas Indústria” chegou a Arruda dos Vinhos

A Águas do Tejo Atlântico promoveu uma sessão da formação “AgIR –ProÁguas Indústria 2023-2025”, em Arruda dos Vinhos, nos dias 6, 7, 13 e 14 de maio. A iniciativa visou capacitar técnicos para a gestão de águas residuais industriais, integrando teoria e prática. Em parceria com LISWater e LNEC, o programa alinha-se com os ODS 6, 9 e 12, contribuindo para uma gestão mais sustentável e circular dos recursos hídricos.

12 A 14 DE MAIO

Tejo Atlântico participa no Global Water Summit 2025

A empresa participou no Global Water Summit 2025, realizado em Paris, entre 12 e 14 de maio, sob o tema “Accelerating Investment”. Margarida Costa representou Portugal na Future Water Leaders Tour, destacando-se no painel “The Utility of the Future”. A iniciativa reuniu jovens profissionais para partilha de boas práticas e tecnologias emergentes. A presença da empresa reforça o seu papel para um futuro sustentável no setor da água.

29 DE MAIO

Pais levam mensagem ambiental às escolas com os filhos

No âmbito do projeto “Pais – Embaixadores da Água”, colaboradores da Tejo Atlântico visitaram escolas dos filhos, promovendo a importância da água. Entre fevereiro e maio, realizaram-se oito ações lúdico-pedagógicas, envolvendo cerca de 200 crianças. Através do tema “A nossa Água – o ciclo que nos une”, os pais partilharam a sua missão profissional, sensibilizando os mais novos para o uso sustentável da água e o papel das Fábricas na preservação ambiental.

7 DE MAIO

Escape Room da Segurança desafia trabalhadores Cerca de 60 colaboradores da Tejo Atlântico participaram no “Safety Escape Room”, uma atividade interativa realizada nas Fábricas de Água da Charneca e de Alcântara, no âmbito do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho. Organizados em equipas, os participantes resolveram enigmas relacionados com segurança laboral. A iniciativa promoveu a aplicação de boas práticas, reforçando a cultura de prevenção e sensibilização para a segurança nas operações da empresa.

9 DE MAIO

Tejo Atlântico lança campanha “Faça o seu papel” Com o objetivo de reduzir o desperdício e os custos associados à impressão, a empresa lançou a campanha “Faça o seu papel: imprima só o necessário!”. A iniciativa surge após um aumento de 30% nas impressões e visa consciencializar os colaboradores para práticas mais sustentáveis no uso do papel. A campanha insere-se nos objetivos de eficiência ambiental e reforça o compromisso da empresa com a redução do impacto ambiental.

29 DE MAIO

Tejo Atlântico destaca autossuficiência energética no Dia da Energia No Dia Mundial da Energia, a Tejo Atlântico destacou o seu caminho para a autossuficiência energética. A Fábrica de Água da Guia manteve-se 100% operacional durante um apagão nacional, graças ao uso do biogás na produção de eletricidade através da cogeração. Em 2024, a empresa produziu 22,2 GWh de energia renovável e planeia instalar 16 centrais solares em 2025. Com uma média de 25,1% de autossuficiência, a empresa reforça o seu compromisso com operações mais limpas e resilientes.

RETROS PETIVA

3 DE JULHO

Bandeira Azul foi hasteada com apoio da Tejo Atlântico

A Tejo Atlântico participou nas cerimónias de hastear da Bandeira Azul nas praias de Paredes de Vitória e São Martinho do Porto. A distinção, atribuída pela ABAAE, reconheceu a qualidade da água e o trabalho ambiental desenvolvido pela empresa. O Presidente da Câmara de Alcobaça destacou o contributo da Tejo Atlântico na valorização ambiental do concelho.

24 DE JULHO

Tejo Atlântico iniciou nova telegestão

A empresa iniciou a telegestão dos sistemas a partir de uma Sala de Controlo Centralizada, apoiada por novos sistemas SCADA e pela telegestão em testes. O projeto, que envolveu um investimento superior a 4,4 milhões de euros, representou um passo decisivo para alcançar uma operação contínua, 24 horas por dia, mais eficiente e integrada.

3 DE JULHO

Tejo Atlântico assinou protocolo com a FEUP

A Águas do Tejo Atlântico e a FEUP celebraram um protocolo para reforçar a colaboração entre empresa e academia. O acordo envolve estágios, dissertações, seminários e o uso de subprodutos da atividade da empresa em projetos académicos. A iniciativa promove a inovação na gestão da água e o desenvolvimento conjunto de investigação e candidaturas a projetos nacionais e europeus. O protocolo tem duração de dois anos, renovável.

25 DE JULHO

Tejo Atlântico entregou “Cabazes de Nascimento” às famílias

A Águas do Tejo Atlântico reuniu famílias de colaboradores para celebrar os nascimentos recentes, entregando os “Cabazes de Nascimento”. A cerimónia decorreu num ambiente afetivo e valorizou a proximidade da empresa às suas pessoas. Os cabazes incluíram artigos essenciais para bebés e um cheque-presente, reforçando o apoio ao bem-estar familiar.

3 DE JUNHO

WTalk partilha experiência internacional da Future Water Leaders Tour

A Tejo Atlântico promoveu o WTalk “Future Water Leaders Tour –Perspetivas e Inspirações”, com Margarida Costa, jovem embaixadora da empresa. A sessão destacou a sua participação na tour internacional que reuniu talentos do setor da água. O evento decorreu online e no auditório de Alcântara, promovendo a partilha de aprendizagens e o reforço da cultura de inovação e desenvolvimento profissional dentro da organização.

1 DE JULHO

Tejo Atlântico celebrou 8 anos com festa colaborativa Foi comemorado oito anos de inovação, compromisso ambiental e trabalho em equipa. A celebração aconteceu a 11 de julho, na Fábrica de Água do Casalinho, com pintura mural, caminhada, dinâmicas de grupo e um sunset especial. Houve surpresas e partilha de experiências, num momento coletivo que assinalou o percurso feito e renovou o compromisso com a empresa.

19 DE AGOSTO

Reabilitação modernizou a Fábrica de Água de Cheleiros

Foi concluida a reabilitação da Fábrica de Água de Cheleiros, num investimento de cerca de 53 mil euros. As intervenções abrangeram a estação elevatória, gradagem, desarenador, drenagem, pavimentação e pintura, além da construção de uma base para novo pórtico. Esta obra é mais um marco na estratégia da empresa, reforçando a resiliência e valorização dos seus ativos.

5 DE JUNHO

Águas do Tejo Atlântico investe 2,5 milhões em energia solar A Águas do Tejo Atlântico adjudicou a construção de 16 centrais fotovoltaicas, num investimento de cerca de 2,5 milhões de euros. O projeto permitirá aumentar em 24% a produção de energia para autoconsumo, com uma estimativa de 5,1 milhões de kWh anuais. A empreitada, inserida na estratégia de neutralidade carbónica do Grupo AdP, definiu um prazo de execução de 400 dias, seguido de dois anos de exploração.

5 DE JUNHO

Parceria internacional foi reforçada com Aarhus Vand A colaboração entre a Tejo Atlântico e a dinamarquesa Aarhus Vand fortalece o intercâmbio de boas práticas no setor da água. Catarina Moura, Embaixadora da Juventude da Tejo Atlântico, esteve em Aarhus para uma imersão técnica em soluções sustentáveis. A visita incluiu infraestruturas inovadoras e participação em eventos internacionais, contribuindo para alinhar a empresa com as melhores práticas globais em sustentabilidade e inovação.

22 DE AGOSTO

Cibersegurança chegou aos Centros Operacionais

No âmbito da iniciativa DSD+ Próxima, a empresa promoveu ações de formação em Cibersegurança nos Centros Operacionais da Charneca, Vila Franca de Xira, Guia, Beirolas, Santa Cruz/Silveira, Frielas e Chelas. Desde o início do ano, as sessões permitem sensibilizar as equipas para práticas que reduzem riscos. Até ao final de 2025, novas formações vão decorrer noutras instalações, reforçando o papel dos trabalhadores como primeira linha de defesa contra o cibercrime.

INSPIRADOS PELO FUTURO

ETAR DE HONGHU: ONDE A INOVAÇÃO ENCONTRA A SUSTENTABILIDADE

– REFLEXÕES DA VISITA DOS FUTUROS LÍDERES DA ÁGUA

Foi com grande honra que o Shenzhen Water and Environment Group (SZWE), enquanto primeiro e único membro da Leading Utilities of the World (LUOW) na China continental, acolheu, em fevereiro de 2025, a visita da comitiva dos Future Water Leaders. O facto de termos sido o único ponto de paragem selecionado na China continental é, simultaneamente, um privilégio e um reconhecimento do nosso compromisso com a gestão sustentável da água. Esta visita representou uma oportunidade valiosa de aprendizagem e intercâmbio mútuo com algumas das entidades gestoras de água mais progressistas do mundo, reforçando as ligações globais em prol de um objetivo comum: a sustentabilidade hídrica.

ETAR de Honghu: um exemplo de excelência

A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Honghu foi o cenário ideal para esta partilha de conhecimento. Mais do que uma simples demonstração tecnológica, a visita proporcionou aos jovens líderes do setor uma visão inspiradora de como a tecnologia, a ecologia e a integração urbana podem redefinir o tratamento de águas residuais no século XXI. Sendo a primeira instalação subterrânea da China equipada com tecnologia 5G e totalmente inteligente, a ETAR de Honghu causou forte impressão junto dos participantes internacionais, demonstrando o que é possível alcançar quando a inovação se alia à responsabilidade ambiental.

Uma infraestrutura sem precedentes

Desde o início da visita ficou claro que a ETAR de Honghu rompe com os paradigmas tradicionais das infraestruturas de saneamento. Localizada sob um parque ecológico no distrito de Luohu, em Shenzhen, e acessível ao público, a instalação trata 100.000 m3/dia de águas residuais funcionando simultaneamente como espaço de lazer

e educação ambiental. O SZWE introduz o conceito de URBAN GREEN COMPLEX, uma abordagem inovadora que transforma a infraestrutura industrial convencional num ativo urbano ao serviço da comunidade. Os representantes das entidades gestoras entre elas os EUA, Reino Unido, Alemanha, Espanha, Portugal e Filipinas mostraramse visivelmente impressionados com esta conjugação harmoniosa entre funcionalidade e espaço público.

Tecnologia inteligente em ação

O núcleo operacional da ETAR de Honghu foi igualmente cativante para os visitantes internacionais. Enquanto “planta autónoma” potenciada por tecnologia 5G, a instalação opera com elevada eficiência através de sistemas suportados por inteligência artificial, cães robôs para inspeção e drones para recolha de amostras. Os visitantes puderam observar como os algoritmos de manutenção preditiva e a monitorização em tempo real contribuíram para uma redução de 20% no consumo energético, em comparação com instalações convencionais, sem comprometer o desempenho.

Sustentabilidade para além do tratamento

As inovações da ETAR de Honghu não se limitam à componente tecnológica. A água tratada cumpre rigorosos parâmetros de qualidade, sendo reutilizada na rega de espaços verdes do parque e na manutenção de caudais ecológicos no rio Buji, nas imediações da instalação. Esta abordagem de ciclo fechado foi especialmente valorizada pelos delegados, pela sua consonância com os princípios da economia circular.

Destaque também para o conceito “uma estação, um parque, um museu, um corredor”. Ao integrar um museu dedicado à cultura da água e corredores pedagógicos, a ETAR transforma o tratamento de águas residuais numa experiência educativa e envolvente para o público.

Shenzhen Water and Environment Group

Reflexões de uma partilha global

Para a equipa, acolher esta delegação foi particularmente significativo. Enquanto único membro da LUOW na China continental, reconhecemos tanto a honra como a responsabilidade associadas a esta distinção. O entusiasmo e as questões pertinentes colocadas pelos futuros líderes da água confirmaram que as soluções inovadoras da ETAR de Honghu estão a oferecer contributos relevantes à comunidade internacional do setor.

Igualmente valiosas foram as perspetivas partilhadas pelos nossos convidados internacionais. As suas experiências em contextos climáticos, urbanos e regulatórios distintos enriqueceram a nossa compreensão das diversas realidades e desafios da gestão da água no mundo. Este intercâmbio recíproco é precisamente o que torna estas iniciativas tão cruciais para o futuro do setor.

Um modelo com relevância global

À medida que a visita chegava ao fim, os jovens líderes refletiram sobre as implicações mais amplas do projeto de Honghu. Num contexto de incerteza climática e urbanização acelerada, a ETAR demonstra como é possível às cidades conciliar as necessidades operacionais da infraestrutura com a preservação ambiental. O seu sucesso reside não só na engenharia avançada, mas numa filosofia que encara a infraestrutura como parte integrante da comunidade — uma lição com aplicação global.

Para as entidades gestoras em todo o mundo, Honghu oferece um modelo a seguir: promover a eficiência tecnológica, conceber para a convivência urbana e educar

para inspirar. Ao partirem de Shenzhen, muitos dos participantes levaram consigo uma visão renovada do que a gestão da água pode — e deve — ser.

No Shenzhen Water and Environment Group, orgulhamo-nos de ter partilhado as nossas inovações enquanto aprendíamos com os nossos pares internacionais. Estas trocas fortalecem a comunidade global da água, enquanto enfrentamos, em conjunto, os desafios prementes da atualidade. A ETAR de Honghu é a prova de que, com visão e cooperação, é possível criar infraestruturas hídricas que sejam não só funcionais e sustentáveis, mas verdadeiramente transformadoras.

"... a visita proporcionou aos jovens líderes do setor uma visão inspiradora de como a tecnologia, a ecologia e a integração urbana podem redefinir o tratamento de águasresiduaisnoséculoXXI."

AS PESSOAS DAS NOSSAS FÁBRICAS

8.º ANIVERSÁRIO

DA ÁGUAS DO TEJO ATLÂNTICO

A Águas do Tejo Atlântico continua a apostar no desenvolvimento e envolvimento dos seus trabalhadores. Esta é, e continuará a ser, um pilar essencial da estratégia da empresa, promovendo a “cultura” interna e reforçando a marca empregadora, retendo e atraindo novos talentos.

Esta ligação que nos une foi visível no 8.º aniversário da Águas do Tejo Atlântico, celebrado no dia 11 de julho.

EM CURSO

Fábrica de Água da Póvoa da Galega recebe beneficiação de 149 mil euros

A Águas do Tejo Atlântico está a realizar uma intervenção significativa na Fábrica de Água da Póvoa da Galega, com um investimento de 149.244,43 euros. A empreitada, com uma duração prevista de 8 meses, tem como objetivo o reforço da eficiência operacional e ambiental da instalação, através da introdução de novos equipamentos e sistemas de controlo.

A intervenção contempla a introdução de controlo automático da velocidade de rotação do distribuidor de caudal do leito percolador, contribuindo para uma maior estabilidade no processo de tratamento, e ainda será reforçada a capacidade de desidratação de lamas com a instalação de uma prensa do tipo parafuso multidiscos, uma tecnologia mais eficiente e robusta.

Para otimizar a gestão de resíduos, está ainda prevista a implementação de um novo silo de armazenamento de lamas desidratadas, acompanhado por um sistema automatizado de elevação, assegurando maior capacidade de armazenamento e redução do manuseamento. Com este conjunto de melhorias, pretende-se incrementar a capacidade de remoção de sólidos nos circuitos de tratamento da Fábrica de Água da Póvoa da Galega, contribuindo para um melhor desempenho ambiental, uma operação mais automatizada e uma gestão mais eficiente dos subprodutos do tratamento.

Estação Elevatória do Terreiro do Trigo requalificada com investimento de 978 mil euros

Está em curso a requalificação da Estação Elevatória do Terreiro do Trigo, integrada no Subsistema de Alcântara, através de uma empreitada de beneficiação dos respetivos sistemas elevatórios. A intervenção tem um investimento global de 978.443,54 euros e um prazo de execução contratual de 480 dias.

Esta empreitada tem como principais objetivos o reforço do desempenho hidráulico da instalação, em resposta ao aumento de caudal previsto, bem como a melhoria dos sistemas de ventilação e desodorização da Estação Elevatória, assegurando uma operação mais eficiente e ambientalmente sustentável.

Veja aqui a transformação da Fábrica de Água de Arruda dos Vinhos

Ainda em curso

DOSSIER

ÁGUA E SOLOS

Funções do Solo

NOTÍCIAS

Pág. 24

Comissária Europeia Jessika Roswall visitou a Águas do Tejo Atlântico

pág. 18

Tejo Atlântico investe 42, 6 milhões de euros na valorização de lamas

pág. 32

Estudo aponta forte adesão pelos agricultores

pág. 33

ENTREVISTA

Francisco Gomes da Silva

Prof. do Instituto Superior de Agronomia e Sócio-Gerente da AGROGES

pág. 26

Bioenergias – Grupo Nov Ambiente & Energia pág. 29

CRÓNICA

Mais matéria orgânica, melhor solo e melhor água

Carlos Alexandre

REPORTAGEM

Pág. 20

URSA – Unidades de recirculação de subprodutos de Alqueva, um projeto circular

Pág. 21

SOLO E ÁGUA, ELEMENTOS ESSENCIAIS À VIDA

O solo é um ecossistema vivo, essencial à agricultura, às florestas e ao equilíbrio ambiental do planeta, em que milhões de microrganismos cooperam diariamente para transformar nutrientes e garantir a fertilidade das culturas.

Para que esta comunidade microbiana prospere, é essencial a presença de matéria orgânica, também conhecida como húmus. O húmus alimenta o bioma do solo e funciona como uma esponja microscópica, capaz de reter nutrientes e água – um recurso cada vez mais precioso num mundo marcado pela alteração climática – libertando-os gradualmente, ao ritmo das necessidades das plantas.

É este equilíbrio entre estrutura física, vida microbiológica, ar e água, que determina a saúde de um solo. Um solo rico em matéria orgânica é mais poroso, mais resistente à erosão, mais eficiente na gestão de água, contribuindo para a recarga das reservas subterrâneas de água, e menos sujeito à compactação.

Quando o solo está empobrecido, a água escorre mais depressa, arrastando consigo nutrientes e matéria orgânica. Com solos mais vivos, o ciclo inverte-se: mais água retida, menos desperdício, mais resiliência agrícola.

Para garantir a sua sustentabilidade, e enquanto estratégia para mitigar as alterações climáticas, é urgente adotar práticas regenerativas do solo, como a compostagem, a cobertura vegetal e a diversificação de culturas.

Assim, os compostos agrícolas e as biolamas – produto das Fábricas de Água, submetido a diversas fases de tratamento – são essenciais para regenerar solos pobres em matéria orgânica, aumentando a sua fertilidade, a capacidade de retenção de água e a resiliência à desertificação.

As biolamas tratadas são uma importante fonte de matéria orgânica, rica em nutrientes como azoto, fósforo e cálcio, necessários ao crescimento das plantas e renovação da matéria orgânica. Podem também ser bons corretivos do pH do solo uma vez que, normalmente, têm um pH alcalino.

Na Águas do Tejo Atlântico, em 2024, a valorização de lamas foi de 170 759 ton., um aumento de 6,7% face a 2023.

ÁGUA: UM RECURSO EM RISCO

Na União Europeia, cerca de 30% da superfície terrestre enfrenta escassez sazonal de água. As regiões do sul da Europa, como o Alentejo, são particularmente vulneráveis aos efeitos da seca e do aumento da temperatura média. Num cenário de alterações climáticas, a gestão eficiente da água torna-se imperativa.

A agricultura tem um enorme potencial de poupança de água. Medidas como a substituição da rega por superfície por sistemas de gota-a-gota, a escolha de culturas mais resistentes à seca e a redução de perdas na distribuição da água são cruciais para garantir a sustentabilidade do setor.

Ao mesmo tempo, práticas que aumentem a retenção de água no solo ganham uma importância estratégica.

COBERTURA DO SOLO E INDICADOR DE SUSTENTABILIDADE À DESERTIFICAÇÃO EM PORTUGAL

Fonte: https://desertificacao.pt/images/Land_Cover_and_Indicator_of_Susceptibility_to_Desertification_in_Portugal_Year_of_2009.pdf

NOTÍCIA

COMISSÁRIA EUROPEIA JESSIKA ROSWALL VISITOU ÁGUAS DO TEJO ATLÂNTICO

No passado dia 22 de julho, a Fábrica de Água de Alcântara recebeu a visita de Jessika Roswall, Comissária Europeia para o Ambiente, Resiliência Hídrica e Economia Circular Competitiva.

A visita contou com a receção oficial por parte de Nuno Brôco, presidente da Águas do Tejo Atlântico, e de António Carmona Rodrigues, presidente da AdP - Águas de Portugal. A comitiva portuguesa foi liderada pelo Secretário de Estado do Ambiente, José Manuel Esteves, que acompanhou a Comissária ao longo da deslocação.

A escolha da Fábrica de Água de Alcântara como ponto de partida para a visita sublinhou o reconhecimento europeu pelo trabalho de referência desenvolvido pela Águas do Tejo Atlântico e pelo Grupo Águas de Portugal na valorização de subprodutos e no contributo para a despoluição do estuário do Tejo — uma concretização prática dos princípios da economia circular e da resiliência hídrica.

Jessika Roswall afirmou “Estou muito feliz por estar em Portugal. Estou muito feliz por todo o meu dia estar focado no tema da água. E claro que esta foi uma excelente forma de começar o dia com este tema. Tem sido muito interessante ver a história e o desenvolvimento desde os anos 80 até aos dias de hoje. É impressionante perceber como os processos de tratamento da água, reutilizar a água estão interligados, bem como ver a biodiversidade e o foco no ambiente e nas alterações climáticas”.

Durante a visita, foram destacados os avanços tecnológicos e operacionais da infraestrutura, que conjuga inovação, sustentabilidade e eficiência numa abordagem integrada à gestão de águas residuais, consolidando-se como modelo de boas práticas à escala europeia.

MAIS MATÉRIA ORGÂNICA, MELHOR SOLO E MELHOR ÁGUA CRÓNICA

Carlos Alexandre

Dep. Geociências, Universidade de Évora; SPCS – Sociedade

Portuguesa das Ciências do Solo

Sabendo que os solos cobrem cerca de 80% da superfície emersa da Terra, é evidente a interação destes com a grande maioria da água precipitada sobre os continentes e ilhas. Essa interação pode ocorrer quase só à superfície do solo, como sucede com o escoamento superficial, ou pode envolver a infiltração, circulação e permanência temporária de água na complexa malha tridimensional de poros do solo. A infiltração da água no solo contribui para: (i) reduzir o escoamento superficial e os seus efeitos negativos, nomeadamente a erosão do solo, a carga de sedimentos e de poluentes e o risco de cheias; (ii) aumentar a reserva de água do solo, indispensável para suprir as necessidades hídricas das plantas e o funcionamento de ecossistemas e agrossistemas; (iii) recarregar as reservas de freáticos e aquíferos, por drenagem da água que o solo não consegue reter quando está quase saturado; (iv) e alimentar nascentes e reservatórios de superfície. É de salientar que, mesmo que a água volte a ressurgir à superfície, a infiltração e a percolação da água através do solo, ao retardar o aumento do caudal dos rios e ao amortecer as cheias e os seus efeitos, representa um serviço de ecossistema de extraordinário valor.

estabilidade, fazem da MOS o constituinte mais importante para melhorar a estrutura do solo. Um solo com uma boa estrutura apresenta uma grande diversidade de agregados e de poros, em especial de poros de dimensão intermédia, importantes para o armazenamento de água no solo, e de macroporos, indispensáveis para a infiltração da água no solo e para a drenagem do excesso de água para maior profundidade.

A matéria orgânica do solo (MOS), geralmente associada ao húmus, é constituída, principalmente, por macromoléculas orgânicas estáveis que se ligam à argila, as partículas minerais mais pequenas do solo. Por isso, em geral, a MOS não é visível à vista desarmada, mas pode-se inferir a sua abundância pela cor, mais escura, que confere ao solo. O que é mais visível são resíduos orgânicos, dos quais uma pequena parte se converte na MOS, depois de vários processos de decomposição e transformação de natureza biológica, química e física. A capacidade de se ligar às partículas minerais, ligandoas também entre si, assim como a sua elevada porosidade e

Grande parte dos macroporos do solo são bioporos, resultantes do crescimento das raízes das plantas e da atividade de outros organismos envolvidos na longa cadeia de transformação dos resíduos orgânicos em MOS. Deste modo, o teor de matéria orgânica não pode ser dissociado do contexto em que se insere cada solo, desde as condições ambientais, que regulam as taxas de destruição e de formação da MOS, até ao coberto vegetal presente e à proporção de biomassa devolvida ao solo na forma de resíduos orgânicos, que varia com o tipo de uso da terra, o sistema de produção e as práticas de gestão adotadas. Manter uma boa cobertura vegetal do solo, devolver a maior quantidade possível de biomassa ao solo, de preferência deixando-a acumulada à superfície, evitando mobilizações, mesmo para incorporar resíduos, são exemplos de práticas que permitem manter e, em alguns casos, aumentar a MOS, contribuindo para o aumento da reserva de carbono do solo (evitando que volte para a atmosfera) e para uma estrutura mais porosa, capaz de aumentar a taxa de infiltração, a reserva de água do solo e a recarga de aquíferos. A MOS também tem uma grande capacidade de adsorção iónica e molecular, o que lhe confere um enorme potencial de depuração da água infiltrada e percolada pelo solo, contribuindo para uma melhor qualidade da água de reservas subterrâneas e superficiais.

REPORTAGEM

URSA – UNIDADES DE RECIRCULAÇÃO DE SUBPRODUTOS DE ALQUEVA, UM

PROJETO CIRCULAR

No Alentejo germina o projeto URSA – Unidades de Recirculação de Subprodutos de Alqueva, implementado pela EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A., entidade gestora do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva. Este projeto é uma rede de pequenas, mas poderosas infraestruturas, desenvolvidas para transformar resíduos agrícolas em fertilizante orgânico.

A lógica é simples, mas essencial: os subprodutos da atividade agrícola e agroindustrial — palhas, folhas, bagaços, cascas, algas, restos vegetais — em vez de serem descartados ou queimados, são entregues nestas unidades URSA, onde são valorizados através de compostagem. Em troca, os agricultores recebem fertilizante orgânico de qualidade, pronto a ser aplicado no solo.

Com a concretização da URSA, os mais de 80% de subprodutos que hoje são desvalorizados passam a ter um papel ativo na produtividade agrícola. Isto significa que os resíduos são transformados em recurso, representando uma mudança profunda na perceção e gestão dos recursos naturais.

Solução sustentável para a pobreza orgânica

Apesar do potencial produtivo do regadio de Alqueva, muitos dos solos da região apresentam teores de matéria orgânica inferiores a 1%. Esta pobreza orgânica

compromete a retenção de água, a estrutura do solo e a sua resistência à erosão e desertificação. A intensificação agrícola, associada à baixa fertilidade, torna os terrenos mais vulneráveis e acarreta riscos ambientais para os ecossistemas a jusante, nomeadamente pela carga de sedimentos e nutrientes. Reabilitar a vida do solo é o grande desígnio da sustentabilidade agrícola, já que é pela comunidade de microrganismos que passa grande parte da nutrição e da sanidade vegetal.

Foi neste contexto que nasceu a URSA, com o objetivo de inverter este ciclo de degradação. Assim, o projeto pretende reabilitar o solo agrícola, transformando resíduos em recursos. A compostagem é o método escolhido para este processo de valorização: através da fermentação aeróbica, a matéria orgânica é estabilizada e transformada em húmus, um composto escuro, homogéneo e higienizado, livre de substâncias tóxicas. Trata-se de uma técnica antiga, também utilizada para a valorização de lamas nas Fábricas de Água, mas altamente eficaz, agora aplicada com rigor técnico e visão de futuro.

URSA como resposta circular

O modelo implementado pela EDIA assenta numa lógica de permuta e proximidade. Cada unidade URSA planeada localiza-se estrategicamente a menos de 10 quilómetros de qualquer exploração agrícola, facilitando a logística inversa: os agricultores entregam os seus subprodutos e regressam com composto. Este sistema reduz a pegada ecológica e elimina a necessidade de transporte para longas distâncias, mantendo os nutrientes no território onde foram produzidos. No fundo, trata-se de devolver à terra aquilo que dela veio.

“Este projeto é uma rede de pequenas, mas poderosas infraestruturas, desenvolvidas para transformar resíduos agrícolas em fertilizante orgânico. "

O modelo de proximidade da URSA é uma resposta concreta às exigências da economia circular e da sustentabilidade ambiental. Apostando em soluções replicáveis, de baixo investimento e elevada eficácia, o projeto ambiciona transformar o regadio do Alentejo num laboratório vivo de inovação ecológica.

Estas unidades são mais do que estações de compostagem, ou seja, são centros de ligação entre os setores agrícola, industrial e ambiental. Através de parcerias com agricultores, cooperativas, autarquias e associações, a URSA procura enraizar-se no tecido económico local, promovendo um novo paradigma de fertilização e gestão de resíduos.

Inicialmente o projeto URSA previa a criação de uma constelação de 12 unidades comunitárias distribuídas pelo território regado de Alqueva — quatro na margem esquerda e oito na margem direita. Cada uma teria capacidade para processar os resíduos produzidos numa área de cerca de 10.000 hectares. A primeira unidade, localizada na Herdade da Abóbada, no concelho de Serpa, serve como modelo experimental e demonstrativo, desenvolvendo soluções

"Omodelodeproximidadeda URSAéumarespostaconcretaàs exigênciasdaeconomiacirculare da sustentabilidade ambiental."

técnicas e científicas adaptadas às realidades locais. Após a criação da primeira unidade, em Serpa, já surgiram mais 10 unidades de compostagem particulares, geridas por explorações agroindustriais, com o apoio da EDIA.

Reabilitar o solo e proteger a água

Os objetivos da URSA são claros: melhorar a estrutura do solo, aumentar a sua coesão, reduzir a vulnerabilidade à erosão, promover a retenção de água e nutrientes, diminuir a dependência de fertilizantes minerais e contribuir para a qualidade da água a jusante. Com a aplicação de composto orgânico, o solo recupera o seu papel de filtro natural, protegendo os recursos hídricos e promovendo a saúde das culturas.

A abordagem URSA visa também combater práticas que ainda são feitas, como a queima de resíduos agrícolas e que é responsável por emissões de gases com efeito de estufa e risco acrescido de incêndios.

A retenção de carbono no solo, por oposição à libertação atmosférica causada pela queima, é outro dos ganhos ambientais relevantes. O projeto contribui assim para o sequestro de carbono, alinhando-se com os compromissos de mitigação das alterações climáticas e promovendo uma agricultura mais resiliente.

Espera-se que os solos do Alentejo recuperem a sua vitalidade. A fertilidade do solo torna-se o centro de uma estratégia de regeneração, num movimento não só de retorno às origens, mas também direcionado para o futuro.

"OsobjetivosdaURSAsãoclaros: melhoraraestruturadosolo, aumentarasuacoesão,reduzira vulnerabilidadeàerosão,promover aretençãodeáguaenutrientes, diminuiradependênciade fertilizantes minerais e contribuir paraaqualidadedaáguaa jusante."

Modelo replicável e adaptável

A génese do projeto remonta a 2012, tendo amadurecido até à assinatura de protocolos estratégicos em 2014 com organizações de produtores e entidades como o INIAV e a Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores. A candidatura ao programa do Fundo Ambiental “Apoiar a Transição para uma Economia Circular”, em 2017, representou o reconhecimento oficial do seu valor inovador, culminando na concretização da primeira unidade.

Atualmente, o projeto URSA posiciona-se como um modelo replicável, adaptável a outras regiões agrícolas do país. A sua ambição vai para além da fertilização: visa uma transformação estrutural da relação da comunidade local entre produção, ambiente e economia. Num território marcado por desafios como a desertificação e a escassez de recursos, a URSA oferece um caminho de abundância circular.

"Atualmente,oprojetoURSA

posiciona-secomoummodelo replicável,adaptávelaoutras regiõesagrícolasdopaís."

Agradecimento: EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva

FUNÇÕES DO SOLO

Os solos fornecem serviços de ecossistema que possibilitam a vida na Terra. Os solos armazenam e filtram a água. Solos saudáveis, com um elevado teor de matéria orgânica, conseguem armazenar grandes quantidades de água. Isto é crucial para manter a produção alimentar e, ao mesmo tempo, aumentar a resiliência a inundações e secas.

Provisão de materiais de construção

Regulação do clima

Ciclo de nutrientes

Fonte de recursos farmacêuticos e genéticos

A quantidade máxima de água que um solo consegue reter depende:

Sequestro de carbono

´ da textura e estrutura do solo

´ do teor de matéria orgânica

´ da profundidade de enraizamento

Regulação das inundações

Redução da contaminação do solo

Provisão de alimentos, fibras e combustível

Base para as infraestruturas humanas

Habitat para organismos

Purificação da água

Património cultural

A matéria orgânica do solo consegue reter cerca de 20 vezes o seu peso em água.

ENTREVISTA

PROFESSOR DO INSTITUTO SUPERIOR DE AGRONOMIA

E SÓCIO-GERENTE DA AGROGES

Numa realidade marcada por alterações climáticas e pressões sobre o solo, como garantir que a água em Portugal seja gerida com visão estratégica?

É uma questão com uma resposta formal muito simples – para garantir que a água em Portugal possa seja gerida com visão estratégica, é condição necessária que essa visão estratégica esteja claramente definida. Mas, mesmo a eventual existência dessa visão estratégica não é condição suficiente para que tal aconteça, pois precisaremos de ter um conjunto de ações bem identificadas, devidamente calendarizadas e orçamentadas, cuja concretização torne realidade essa visão estratégica. E, finalmente, é preciso ter os meios necessários (financeiros, mas não só) e concretizar, de facto e no tempo adequado, as ações referidas. Se me pergunta em que ponto estamos nesta matéria em Portugal, eu diria que, com a aprovação relativamente recente da “Água que une”, apresentada como a “Estratégia

Nacional para a Gestão da Água” passámos a ter essa visão clarificada: o ponto de partida está caraterizado, os objetivos e as prioridades são claros, os eixos e respetivas medidas/ações estão identificadas (294 ao todo), existe uma estimativa de investimento necessário para o primeiro período de execução (cerca de 5 mi milhões de euros até 2030) e uma calendarização para respetiva concretização (faseada até 2043). Existe ainda o compromisso de que esta Estratégia orientará a revisão e a criação dos outros instrumentos de ordenamento e planeamento com incidência nas disponibilidades e usos da água. Ou seja, estamos hoje muito melhor posicionados nesta matéria do que alguma vez estivemos. Falta “apenas” o mais difícil: angariar todos os meios necessários e…executar. E executar o que está previsto significa, finalmente, garantir uma gestão construtiva do recurso água, fugindo às soluções simplistas que propõem que a gestão de um recurso escasso como a água (ou os solos) se deve basear na sua não-utilização e pouco mais.

Qual a sua opinião sobre as medidas do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC Portugal) no que respeita à proteção dos solos e à gestão da água? Que condições devem ser criadas para valorizar práticas mais regenerativas e eficientes?

De uma forma geral não partilho uma visão negativa da Política Agrícola Comum, nem da sua aplicação a Portugal. Ela tem sido essencial para o caminho de sucesso que a agricultura tem percorrido em Portugal. Também naquilo que são as preocupações mais ligadas ao ambiente e à utilização sustentável dos recursos naturais a PAC tem disponibilizado instrumentos interessantes. Recordo que em programas anteriores ao PEPAC (por exemplo no PRODER e no PDR2020, para não recuar mais no tempo) já existiam medidas centradas no aumento da eficiência no uso da água, na proteção dos solos, no estímulo a modos de produção mais equilibrados (como a proteção integrada), entre outras. Mesmo a “condicionalidade” (conjunto de condições que têm que ser verificadas para que as ajudas PAC sejam atribuídas) tem visto a sua exigência crescer no domínio ambiental e social. Ao longo do tempo, algumas

"... para garantir que a água em Portugal possa seja gerida com visão estratégica, é condição necessária que essa visão estratégica esteja claramente definida."

“medidas” que eram pagas, passaram a constituir uma obrigação sem direito a qualquer apoio. É claro que é sempre possível fazer melhor. Concretamente, penso que as medidas do PEPAC, tanto as Agroambientais como os Ecorregimes, deveriam ter duas caraterísticas base: deveriam basear-se na eficiência da utilização dos recursos (naturais, mas não só) e visar objetivos mensuráveis. Concretamente, quando pensamos em modelos de agricultura em que a componente de regeneração de recursos naturais é essencial (a agricultura regenerativa é isso mesmo), as medidas deveriam traduzir práticas que garantissem uma maior eficiência no uso de cada recurso (por exemplo da água), apontando a objetivos concretos e mensuráveis (qual a melhoria de eficiência que deverá ser alcançada). Para o solo é idêntico. A regeneração dos solos pode ser perseguida de maneiras diversas: incorporando matéria-orgânica, melhorando o microbioma do solo, etc. E os objetivos a atingir deveriam ser mensuráveis.

E que medidas devem ser tomadas para garantir que a água disponibilizada seja usada em sistemas agrícolas verdadeiramente sustentáveis e resilientes?

Os principais interessados na sustentabilidade dos sistemas agrícolas praticados e na sua resiliência são os agricultores. É um erro (e um erro que custa muito dinheiro pela carga de burocracia que exige) partir do princípio que o agricultor se comporta de forma “selvagem” e que não tem em conta os valores da sustentabilidade e da resiliência nos seus processos de decisão. Dito isto, é evidente que

se forem adotadas políticas que estimulem a utilização das melhores práticas (por exemplo, sobrecompensando eventuais quebras de rentabilidade que resultem da adoção dessas práticas), e se essas medidas forem bem desenhadas para poderem ser adotadas sem resistência por parte dos agricultores, o caminho necessário para uma maior sustentabilidade da sua atividade será percorrido de forma mais célere e com maior eficácia.

"...garantirumagestão construtivadorecursoágua, fugindoàssoluçõessimplistas quepropõemqueagestãodeum recursoescassocomoaágua(ou ossolos)sedevebasearnasua não-utilizaçãoepoucomais."

Uma outra questão importante o nível de ambição das medidas que se propõem. Com frequência são propostas metas inatingíveis, que exigiriam verdadeiras ruturas para poderem ser alcançadas. Se assim é, normalmente o insucesso está garantido. É preferível ter medidas menos ambiciosas, mas mais exequíveis. Por exemplo, se centrarmos a preocupação na redução da mobilização do solo, em culturas que exijam armação do solo em camalhões, é preferível apontar para uma mobilização mínima durante dois ou três anos (porque é exequível) em vez de exigir que o solo não é mobilizado “para sempre” (ou por um período mais longo).

Na sua perspetiva, o solo deve ser entendido como uma infraestrutura viva e estratégica do território? Que implicações práticas teria essa mudança de paradigma nas políticas agrícolas e de ordenamento rural?

A resposta é afirmativa: o solo é uma estrutura viva e é um ativo estratégico para o país (e, consequentemente, para o território). E, em minha opinião, cada vez mais o solo é visto e tratado desta forma, o que significa que têm existido já diversas alterações à forma como o utilizamos. Referi há pouco as questões da mobilização: não fugirei muito à verdade se disser que, há 20 anos, a lavoura era uma operação banal, que se fazia sobre qualquer solo e para a instalação de qualquer cultura anual. Também nas culturas permanentes como os pomares e os olivais, a mobilização da entrelinha era uma prática generalizada. Hoje, tanto uma como oura, são práticas residuais no panorama agrícola nacional.

Por outro lado, a atenção crescente que vem dando aos microrganismos do solo (o seu microbioma), pela capacidade que têm para melhorar as caraterísticas do solo e de reduzir a necessidade de incorporação de consumos intermédios de síntese é uma realidade cada vez mais generalizada. E estes avanços foram alcançados sem grandes ruturas nas políticas agrícolas, mas antes com evoluções

na continuidade de políticas que provaram bem e com a disseminação de novas tecnologias entre os agricultores. Já em relação ao ordenamento do território que resulta deste “novo olhar” sobre os solos, tenho algumas dúvidas. Sou muito pouco favorável ao ordenamento traçado a régua e esquadro, e pela sucessiva obrigação de ocupar o território de determinada forma. Tem dado sempre mau resultado. Sou muito mais favorável aos estímulos positivos, com uma forte componente económica que, ao contrário das imposições, têm dado muito melhores frutos.

O uso na agricultura de águas reutilizada e lamas de Fábricas de Água é ainda marginal em Portugal. O que falta para que essa circularidade se torne norma?

Falta garantir segurança aos agricultores. Cada vez mais a agricultura exige precisão, como já anteriormente referi. Também nos compostos que se incorporam no solo (de que as lamas são um exemplo), a respetiva composição tem que ser cada vez mais “garantida”, sob pena de não fazer sentido a sua utilização. Depois é necessário que a “economia do processo” bata certa: temos que ter um produto de fácil maneio e distribuição, utilizando os equipamentos que existem nas explorações. Claro que a existência de uma política ativa que estimule a utilização destas lamas, cobrindo eventuais sobrecustos, daria um impulso importante à sua utilização. Em relação à reutilização de águas tratadas, a resistência por parte do agricultor é muito menor. Aqui, a única questão que se coloca, é essa água, para além de ter a garantia de qualidade para rega, estar disponível em quantidade, nos momentos em que é necessária e nos locais de adução ao sistema.

"Épreferíveltermedidasmenos ambiciosas,masmaisexequíveis."

ENTREVISTA

BIOENERGIAS – GRUPO NOV AMBIENTE & ENERGIA

Considerando que as lamas do processo de tratamento nas ETAR são uma alternativa aos fertilizantes químicos, quais são os principais desafios na valorização agrícola, desde a recolha à aplicação nos solos?

A valorização agrícola de lamas (VAL) – isto é, o uso das lamas resultantes do tratamento de águas residuais como fertilizante ou corretivo orgânico, pelo seu elevado valor agronómico – apresenta várias vantagens e desafios técnicos, sociais e legais.

A contaminação por poluentes diversos (metais pesados, micropoluentes orgânicos e microplásticos), deve ser acautelada. A presença de patogénicos (bactérias) nas lamas mal higienizadas pode ser um risco sanitário para a saúde humana, dos animais e das culturas, havendo necessidade de um tratamento higienizante eficaz (secagem térmica, calagem, compostagem, digestão anaeróbia) para eliminar esse risco. A composição das lamas pode variar entre estações de tratamento de águas residuais (domésticas, industriais) o que dificulta a padronização das lamas, sabendo que nem todas são aptas à valorização agrícola.

A valorização agrícola de lamas pode gerar algum odor e suscitar receios de contaminação, afetando tanto a imagem dos produtores agrícolas como dos operadores de gestão de resíduos. Sente-se neste setor, uma falta de informação clara e transparente para os agricultores e população em geral, pois as vantagens são inúmeras.

A VAL é regulada por legislação europeia e nacional (em Portugal pelo Decreto-Lei n.º 276/2009, de 2 de outubro de 2009) sendo obrigatório demonstrar a adequação agronómica e segurança ambiental através de um licenciamento da utilização das lamas em solos agrícolas – Plano de Gestão de Lamas – operacionalizado por uma Declaração do planeamento das operações, nas Entidades competentes. Verifica-se na maioria das vezes, uma burocracia demasiado excessiva, pelo que seria necessária uma adequada revisão do diploma legal para dar soluções mais rápidas e seguras, minimizando as enormes dificuldades criadas a este setor. Outros desafios encontram-se na logística e custos associados. Há necessidade de meios de transporte, armazenamento e aplicação no campo, o que implica custos elevados. Nem sempre há proximidade entre as ETARs e as parcelas agrícolas, dificultando a valorização orgânica.

"Avalorizaçãoagrícoladelamas

(VAL)–istoé,ousodaslamas resultantes do tratamento de águasresiduaiscomofertilizante oucorretivoorgânico,peloseu elevadovaloragronómico–apresentaváriasvantagense desafiostécnicos,sociaiselegais."

"A aplicação de lamas nos solos agrícolas pode trazer diversas vantagens agronómicas, económicas e ambientais, desde que seja feita de forma segura, controlada e em conformidade com a legislação."

De que forma a Bioenergias garante a segurança ambiental e agronómica na aplicação de lamas de ETAR em solos agrícolas?

A Bioenergias cumpre os requisitos legais, técnicos e operacionais garantindo a segurança ambiental e agronómica. Como referido, procede de acordo com o Decreto-Lei n.º 276/2009, à elaboração de um Plano de Gestão de Lamas (PGL). Depois de aprovado pela Entidade Oficial pode a Bioenergias apresentar anualmente a esta mesma Entidade uma declaração do planeamento operacional das operações (DPO), definindo as parcelas que irão ser sujeitas a VAL e a sua conformidade com o PGL.

Como é que os agricultores reagem atualmente à utilização de lamas como corretivo e fertilizante orgânico? como tem evoluído a aceitação desta alternativa sustentável?

A reação dos agricultores à utilização das lamas nos solos agrícolas varia bastante e depende de vários fatores. As respostas oscilam entre o interesse pela utilidade agronómica das lamas e a preocupação com os riscos ambientais, legais e sociais. Manifestam interesse pelo seu valor fertilizante e corretivo da matéria orgânica, uma vez que as lamas fornecem boas quantidades de azoto, fósforo e matéria orgânica, reduzindo custos com fertilizantes químicos. As lamas de depuração, de uma forma geral, são de fornecimento gratuito ao agricultor, pois muitas vezes, os operadores oferecem as lamas sem custo, ou até pagam pela aceitação – assumindo custos de transportes, espalhamento e incorporação nos solos agrícolas – o que atrai agricultores com poucos recursos.

A maioria dos operadores dão suporte técnico e legal, tratando da parte burocrática, análises e aplicação. Os agricultores bem informados e esclarecidos, aceitam com mais facilidade a valorização orgânica pois sabem que potenciam as suas culturas.

Por outro lado, também existem reações negativas de resistência ou mesmo de rejeição à VAL: receio de contaminação das suas culturas e preocupações associadas a imagem negativa da exploração agrícola; a questão dos maus odores que causa reclamações dos vizinhos e comunidade, gera também desconforto no agricultor; a burocracia e responsabilidades legais que também enfrenta pode fazê-lo sentir que está a assumir riscos legais como participante da VAL mas, sem ter controlo direto no processo.

Que papel acredita que a valorização de resíduos orgânicos, como as lamas, pode ter na agricultura portuguesa nos próximos anos? Quais as vantagens da aplicação de lamas de ETAR para o solo?

A aplicação de lamas nos solos agrícolas pode trazer diversas vantagens agronómicas, económicas e ambientais, desde que seja feita de forma segura, controlada e em conformidade com a legislação. Pelo valor agronómico das lamas, fornecendo macronutrientes (azoto, fósforo, potássio, cálcio, magnésio) e micronutrientes, melhorando a fertilidade do solo; pelo aumento da matéria orgânica do solo, que por sua vez, melhora a estrutura do solo, a retenção de água, a capacidade de troca catiónica e estimula a atividade biológica do solo; pela melhoria da textura e arejamento, tornando os solos mais soltos e fáceis de trabalhar. Vantagens na redução de custos pela menor necessidade de fertilizantes minerais pois os nutrientes

presentes nas lamas substituem parte dos fertilizantes de síntese; pelo baixo ou nenhum custo para o agricultor, pois na maioria dos casos, as lamas são fornecidas gratuitamente e o transporte e aplicação são ao encargo do operador. Vantagens ambientais na economia circular e valorização de resíduos, evitando a sua deposição em aterro; na redução da pegada de carbono da agricultura devido ao menor consumo de fertilizantes industriais, que são intensivos em energia; na melhoria da capacidade do solo em fixar carbono, pois a matéria orgânica das lamas pode contribuir para o sequestro de carbono no solo; na sustentabilidade a longo prazo, pela melhoria da resiliência do solo face a secas e alterações climáticas bem como, promovendo-se como uma alternativa à aquisição de corretivos orgânicos comerciais.

Por todas estas vantagens apresentadas a valorização de resíduos orgânicos, como as lamas, tem na minha opinião, um papel que deveria tender a crescer nos próximos anos, como uma solução estratégica dentro da economia circular e da agricultura sustentável. As principais perspetivas e tendências futuras serão a integração na economia circular, permitindo fechar o ciclo dos nutrientes, reaproveitando resíduos urbanos e industriais como fertilizantes naturais, alinhando-se com os objetivos da União Europeia para a neutralidade carbónica e redução de resíduos em aterro. As lamas são uma alternativa sustentável aos fertilizantes químicos e uma forma de mitigação das alterações climáticas.

De forma breve sugere-se como contributo, algumas medidas-chave para aumentar a Valorização Agrícola de Lamas, em Portugal:

- Melhoria da qualidade das lamas nas ETARs através dos processos tecnológicos de tratamento (estabilização e desidratação eficazes, tecnologias de higienização, préseparação de contaminantes);

- Campanhas de sensibilização e informação para produtores agrícolas e população; no caso de valorizações agrícolas de lamas, as aplicações deveriam ser feitas com transparência e comunicação local, para evitar conflitos ou desinformação;

- Revisão da legislação com base em dados científicos atualizados, de forma que a valorização agrícola de lamas, com a devida rastreabilidade, segurança e precisão no campo, possa crescer em realidade e oportunidade futura.

"As lamas são uma alternativa sustentável aos fertilizantes químicoseumaformade mitigaçãodasalterações climáticas."

NOTÍCIAS

ESTUDO APONTA BOA

RECETIVIDADE

PELOS

AGRICULTORES

A Águas do Tejo Atlântico realizou recentemente o estudo “Recetividade à marca biolamas+” conduzido pelo IMR –Instituto de Marketing Research, que conclui que a marca reúne boas recetividade junto dos agricultores e outros intervenientes do setor agrícola.

A proposta biolamas+ surge como uma solução inovadora que coloca as lamas tratadas nas Fábricas de Água e a promoção da agricultura sustentável no centro da estratégia da empresa, que pretende valorizar este subproduto resultante do tratamento das águas usadas.

A proposta conquistou os agricultores: por um lado, o nome “biolamas+” conjuga uma componente descritiva — que

remete para a própria lama — e uma dimensão sugestiva, que evoca o “Bio” e a promessa de naturalidade, renovação e sustentabilidade. Por outro, o sinal “+” funciona como um teaser, apontando para os benefícios acrescidos que a marca representa.

Segundo a análise, a biolamas+ cumpre todos os critérios valorizados pelos produtores agrícolas, destacando-se a promessa implícita de mais vantagens para o solo e para as culturas.

A marca biolamas+ assume valores concretos para os agricultores que a utilizem: desde a fácil aplicação e a adaptação às condições climáticas locais, até à redução da dependência face aos fertilizantes químicos e a um custo unitário mais competitivo. O reaproveitamento das lamas tratadas contribui, também, para a economia circular, minimizando o impacto ambiental e evitando o depósito inadequado em aterros.

A marca biolamas+ pode transformar-se numa referência nacional para a fertilização sustentável, criando valor para os agricultores e para a própria empresa, num momento em que o mercado procura alternativas mais verdes e economicamente viáveis.

OS AGRICULTORES REVELAM BOA PREDISPOSIÇÃO PARA ACEITAÇÃO DO CONCEITO, RECONHECENDO 3 VANTAGENS.

VANTAGENS FUNCIONAIS

Relacionadas com as características intrínsecas do produto

VANTAGENS AMBIENTAIS

Reconhecimento explicito de benefícios ambientais quer pelo reaproveitamento das lamas, quer pela minimização do uso de fertilizantes químicos.

VANTAGENS FINANCEIRAS

Expetativa de custo significativamente inferior em comparação com os fertilizantes quimicos

TEJO ATLÂNTICO INVESTE 42,6 MILHÕES NA VALORIZAÇÃO DE LAMAS

A Águas do Tejo Atlântico lançou um concurso público internacional no valor de 42,6 milhões de euros, destinado à contratação de serviços para a valorização das lamas geradas nas suas Fábricas de Água.

O objetivo é promover destinos ambientalmente responsáveis para as lamas, alinhando a prestação de serviços com os princípios da sustentabilidade e da reutilização de recursos.

Os critérios ambientais definidos no procedimento asseguram o cumprimento do enquadramento legal e favorecem soluções sustentáveis para o destino final das lamas. A empresa pretende, sempre que possível, a valorização dos resíduos produzidos, reforçando o contributo do projeto para a economia circular.

Em 2023, a Tejo Atlântico deu passos importantes na preparação de atividades de gestão de biolamas e de reutilização de águas residuais.

O Plano de Biolamas integra soluções otimizadas de tratamento de lamas, tendo em vista, por um lado, a redução da produção de resíduos e, por outro lado, a maximização da sua valorização. Este projeto é uma componente da estratégia de transformação das instalações de tratamento do Tejo Atlântico em verdadeiras fábricas de recuperação e valorização de recursos, assentes num modelo de circularidade e de descarbonização do ciclo urbano da água.

Assim, em 2024 a valorização de lamas foi de 170 759 toneladas, representando um aumento de 6,7% face a 2023.

ECOSSISTEMA

TOUPEIRA-DE-ÁGUA (Galemyspyrenaicus)

A Toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus), tem o corpo cilíndrico, com cerca de 11-16 cm, a cauda mede aproximadamente 14 cm e o peso varia entre as 50-70 g.

A pelagem é castanha-escura, com reflexos brilhantes no dorso e de cor clara no ventre. Os olhos são pequenos e não possui pavilhão auricular. O focinho apresenta-se em forma de tromba, na qual estão situados órgãos sensitivos (vibrissas sensoriais e órgãos de Eimer) terminando esta numa depressão onde se encontram duas grandes narinas.

A Toupeira-de-água habita pequenos cursos de água montanhosos e submontanhosos com dois grandes períodos de actividade, um diurno e outro nocturno. Os animais fazem curtas pausas na margem alternando com períodos de movimentos dentro de água.

É o único insectívoro português incluído no Anexo II da Convenção de Berna. Está também inserido no Anexo II da Directiva Habitats. É considerada uma espécie “Vulnerável” pelos Livros Vermelhos de Portugal, França e UICN. Em Espanha tem o estatuto de “Rara”.

Pode ser encontrada no Norte e Centro de Portugal. Habita ainda o Norte de Espanha e os Pirinéus franceses. Não existem estimativas concretas do efectivo populacional.

NÓS E OS MUNICÍPIOS

MUNICÍPIOS ASSINALAM O DIA MUNDIAL DO AMBIENTE COM ÁGUAS DO TEJO ATLÂNTICO

Para celebrar o Dia Mundial do Ambiente, a 5 de junho, a Águas do Tejo Atlântico promoveu, em parceria com vários municípios, iniciativas de sensibilização ambiental. As ações incluíram oficinas temáticas, jogos, exposições e visitas às Fábricas de Água, com enfoque na importância do tratamento de águas residuais e da proteção dos ecossistemas.

As atividades, que envolveram cerca de 5.000 crianças e jovens, decorreram em Alcobaça, Alenquer, Amadora, Bombarral, Lourinhã, Loures, Odivelas, Sintra e Torres Vedras, envolvendo escolas, juntas de freguesia e organizações locais. Estas iniciativas reforçaram o compromisso conjunto na promoção da literacia ambiental e da sustentabilidade, opapel ativo dos municípios na promoção da educação ambiental e na valorização da água como recurso essencial à vida.

VERÃO SUSTENTÁVEL: EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS PRAIAS

E NO PROGRAMA CIÊNCIA VIVA

Durante o verão de 2025, a Águas do Tejo Atlântico promoveu diversas ações de educação ambiental nas praias e no âmbito do programa “Ciência Viva no Verão”. Em parceria com autarquias e outras entidades, a iniciativa teve como objetivo sensibilizar a população, sobretudo os mais jovens, para os benefícios das Fábricas de Água na qualidade da água balnear, na preservação dos ecossistemas e na gestão eficiente dos recursos hídricos.

Entre junho e julho, dez praias galardoadas com bandeira azul de Alcobaça, Nazaré, Oeiras, Peniche, Óbidos, Lourinhã e Torres Vedras acolheram atividades educativas e interativas envolvendo mais de 700 participantes. Já entre 15 de julho e 15 de setembro, a empresa integrou o programa “Ciência Viva no Verão”, dinamizando doze atividades às Fábricas de Água, passeios interpretativos e ações ligadas à biodiversidade, como a anilhagem de aves na Lagoa de Óbidos, envolvendo cerca de 150 participantes.

Estas iniciativas permitiram conhecer o impacto positivo do tratamento de águas residuais no ciclo urbano da água e incentivaram práticas sustentáveis no quotidiano.

NOTÍCIAS DO GRUPO

ÁGUAS DO ALGARVE APOSTA NA REUTILIZAÇÃO DE ÁGUAS

RESIDUAIS TRATADAS

A Águas do Algarve está a intensificar os seus investimentos na reutilização de águas residuais tratadas, com vista a mitigar a escassez hídrica estrutural que afeta a região. Através da empreitada em curso na ETAR de Vilamoura, no concelho de Loulé, a empresa pretende reutilizar cerca de 2,2 milhões de metros cúbicos de água por ano, destinando-os à rega de campos de golfe, áreas agrícolas e usos urbanos.

O projeto inclui a instalação de infraestruturas avançadas de tratamento, como sistemas de micro e ultrafiltração, um novo tanque de equalização, estação elevatória e rede de adução com 12 km de extensão e nove pontos de entrega. O objetivo é substituir o uso de água potável por Água para Reutilização (ApR), promovendo a economia circular e a gestão sustentável dos recursos hídricos.

Adjudicada por cerca de 10 milhões de euros, a obra tem um prazo de execução de 540 dias, estando a sua conclusão prevista para o primeiro trimestre de 2026. Esta iniciativa insere-se nos esforços de adaptação às alterações climáticas e contribui para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

SIMDOURO ANUNCIA REUTILIZAÇÃO DE ÁGUA

A SIMDOURO e a Câmara Municipal de Baião lançaram um projeto pioneiro de reutilização de água, licenciado pela Agência Portuguesa do Ambiente, permitindo ao concelho beneficiar desta solução sustentável.

Instalado na ETAR de Campelo, o sistema representou um investimento de 20.700 euros por parte da SIMDOURO e estava inserido numa obra mais ampla de requalificação desta ETAR.

Esta água tratada será usada pelo município na rega de jardins, na limpeza de espaços públicos, bem como na lavagem de equipamentos, contentores de resíduos sólidos urbanos e viaturas municipais, substituindo consumos de água potável.

PARA CONHECER

THE NAVIGATOR COMPANY

Quais são as principais metas de sustentabilidade definidas pela The Navigator Company?

A sustentabilidade é um dos valores corporativos da The Navigator Company, funcionando como o fio condutor que liga o nosso passado ao presente e ao futuro, e que concretiza o nosso Propósito: “são as pessoas, a sua qualidade de vida e o futuro do planeta que nos inspiram e nos movem”.

Os resultados alcançados pela Navigator refletem esta estratégia. Este compromisso está espelhado na Agenda 2030 da Empresa. Esta assenta em dois pilares estratégicos – “Sociedade” e “Clima e Natureza” – que sustentam 21 compromissos concretos, como o desenvolvimento de bioprodutos sustentáveis para reduzir a dependência de recursos fósseis, e o investimento na mitigação das alterações climáticas, promovendo uma bioeconomia circular e de baixo carbono.

Entre as metas mais relevantes está a descarbonização dos complexos industriais até 2035, antecipando em 15 anos os objetivos nacionais e europeus. Este compromisso envolve um investimento de 340 milhões de euros (2019-2028), dos quais 89% já estão executados ou em curso. Em 2023, fruto dos investimentos realizados, a Navigator decidiu antecipar em três anos as suas metas intermédias de emissões, pelo que irá alcançar, já em 2026, os objetivos inicialmente previstos para 2029.

Quais são as principais ações e medidas que a empresa têm aplicado para valorizar a floresta e gerar impacto ambiental positivo?

Nesta jornada da sustentabilidade, as florestas geridas pela Navigator, que totalizam cerca de 109.000 hectares em Portugal, são fonte de bens valorizados pelo mercado e de externalidades ambientais, como o sequestro de carbono e a promoção da biodiversidade. Os produtos de excelência da Navigator têm início nos nossos viveiros – com capacidade para produzir 12 milhões de plantas por ano -, que contam com mais de 30 anos de experiência na produção de plantas de qualidade superior. Ao longo dos anos, temos investido numa floresta mais protegida, produtiva e sustentável. Em 2023, criámos o Clube Produtores Florestais Navigator, iniciativa que tem como principal objetivo potenciar e partilhar a criação

de valor, através da promoção da gestão sustentável das florestas e da capacitação dos produtores, com recurso à transferência de conhecimento e fomento das melhores práticas ambientais, económicas e sociais.

A aposta na investigação é contínua, com foco em soluções de embalagem sustentáveis. Após o lançamento da linha de produtos de packaging da marca gKraft™, em 2021, a Navigator desenvolveu novas soluções que visam substituir embalagens plásticas por alternativas biodegradáveis, recicláveis, neutras em carbono e de base florestal. Destacase a produção de peças de celulose moldada a partir de pasta de eucalipto – um exemplo do compromisso da empresa com a inovação e a sustentabilidade.

Estes são apenas alguns dos exemplos do compromisso transversal e mobilizador da Empresa em todas as vertentes da sustentabilidade.

Como é que a The Navigator Company tem reduzido o consumo de água nas suas operações industriais? Que projeto destaca?

Laura Ribeiro
Diretora de Ambiente e Circularidade

A eficiência hídrica é uma prioridade estratégica. Desde 2019, a Navigator reduziu em cerca de 13% o uso de água nas suas operações, contributo importante para que seja atingida a meta de redução de 33%, no uso específico, já em 2030. Este progresso é suportado por um investimento superior a 25 milhões de euros na melhoria da eficiência e circularidade deste recurso. Em 2024, o uso específico de água nas operações industriais em Portugal diminuiu 3,8% em relação a 2023.

Em 2023, a empresa modernizou uma ETAR do Complexo Industrial de Setúbal. Qual o objetivo deste investimento? Quais as potencialidades para o uso da água reutilizada?

Em 2023, a Navigator modernizou uma das ETAR do Complexo Industrial de Setúbal, com o objetivo de reduzir significativamente a carga orgânica presente no efluente. Foi instalado um sistema de ultrafiltração por biorreatores de membrana (MBR – Membrane Bioreactor), numa aplicação inédita a nível mundial numa unidade industrial de produção de papel com as características da fábrica de papel 1 da Navigator Setúbal. O projeto resultou de um investimento de 7,7 milhões de euros e é um passo muito importante para os nossos objetivos de redução do uso da água e da circularidade na utilização dos recursos. A ultrafiltração abre ainda outra possibilidade muito importante, que passa pela implementação de um sistema de osmose inversa que tornará viável o fecho quase total do ciclo, ao oferecer uma qualidade de água produzida na ETAR idêntica, e por vezes até superior, à captada nos meios naturais.

A Navigator destaca-se na economia circular com a valorização de subprodutos. Que iniciativas estão a ser desenvolvidas?

A Navigator integra princípios de economia circular nas suas operações, com destaque para a valorização de subprodutos da floresta e do processo industrial. A Empresa investe também em soluções que promovem a eficiência e o uso responsável de matérias-primas, energia e água, assim como a redução e valorização dos resíduos e subprodutos gerados, através de simbiose industrial com outros setores.

A Navigator utiliza 87% de materiais renováveis nos seus processos produtivos e apenas 0,2% dos resíduos produzidos são classificados como perigosos. Neste contexto, a Navigator promove continuamente a valorização material ou energética dos resíduos gerados, tendo alcançado em 2024 uma taxa de valorização de 88%.

Em 2024, foram valorizados em aplicações sustentáveis de valor acrescentado 42.571 toneladas de areias de leito fluidizado das caldeiras de biomassa, como subproduto. Destaque para a parceria, de longa data, estabelecida com o sector cimenteiro para o uso de lamas de carbonato, bem como a nova parceria com a Saint-Gobain que prevê, já em 2025, a utilização de cinzas volantes das caldeiras de biomassa na produção de argamassas.

De salientar ainda que o próprio processo kraft de produção de pasta, utilizado nas fábricas da Navigator, tem por base os princípios fundamentais da economia circular, em que as correntes secundárias de materiais gerados na produção de pasta são ciclicamente reaproveitadas, minimizando o recurso a matérias-primas virgens, através da recuperação e reutilização dos químicos e energia do processo.

Crédito: The Navigator Company

AS NOSSAS SUGESTÕES PROVADORIA

DÊ UM “SALTINHO” AO MUSEU DA CERÂMICA

O Museu da Cerâmica foi criado oficialmente em 1983, encontra-se instalado no antigo Palacete do Visconde de Sacavém, nas Caldas da Rainha, mandado construir pelo 2º Visconde de Sacavém, José Joaquim Pinto da Silva, colecionador, ceramista e importante mecenas dos cerâmicos caldenses.

O Edifício encontra-se rodeado por jardins com alamedas, canteiros, floreiras, lagos e um auditório ao ar livre, sendo de realçar a decoração profusa que ornamenta todo o conjunto e inclui azulejos do século XVI ao século XX, elementos arquitetónicos cerâmicos e estatuária.

O acervo do museu é vasto e representativo, com destaque para peças da cerâmica caldense dos séculos XVII e XVIII, bem como produções do século XIX e da primeira metade do século XX. Entre os nomes em evidência, salientam-se Maria dos Cacos, Manuel Mafra e, especialmente, Rafael Bordalo Pinheiro, cuja obra está amplamente representada.

O museu inclui ainda coleções da Real Fábrica do Rato, de olaria tradicional, escultura e miniatura local, cerâmica contemporânea de autor e uma notável coleção de azulejaria portuguesa, hispano-mourisca e holandesa.

PICOS DA EUROPA, UM DESTINO FASCINANTE

A região dos Picos da Europa é um destino fascinante, com paisagens de tirar a respiração!

Constituída por montanhas imponentes, vales encantados, lagos paradisíacos, miradouros com paisagens deslumbrantes, muita vida selvagem, aldeias típicas e igrejas centenárias uma receita fabulosa que transforma os Picos da Europa num dos melhores destinos de natureza.

Optei por viajar nos mês de junho e foi uma excelente escolha, pois permitiu visitar a maioria dos locais de interesse, grande parte destes ao ar livre. O tempo foi por norma apropriado, não apanhei muitas multidões e os preços dos alojamentos e de outros serviços turísticos foram mais em conta.

Alguns dos destinos que visitei foram os seguintes: Albufeira de Riaño; Cangas de Onis; Santuário de Covadonga e a altaneira Basílica de Covadonga; Lagos de Covadonga; Teleférico de Fuente Dé; e Vila medieval de Potes.

Com esta minha experiência, fiquei verdadeiramente apaixonada por este paraíso natural, o roteiro que fiz foi ideal para uma primeira visita aos Picos da Europa, pois pude ver algumas das paisagens naturais mais bonitas dos Picos de Europa.

Fica o desafio para também tu visitares.

Uma sugestão de Elisabete Almeida Direção de Operação

Uma sugestão de Tânia Fialho Direção Administrativa e Financeira

AQUI HÁ TALENTO

Thalis Silva descobriu na Zumba e na dança um verdadeiro refúgio para a alma.

A sua ligação à arte nasceu cedo, numa família influenciada pela música. Começou por tocar flauta doce e trompete, passou para a bateria e, mais tarde, encontrou na dança um meio de expressão. Desde então, passou pelo ballet clássico, jazz, sapateado, dança contemporânea e até dança de salão. “Na altura estava meio perdido. Foi a arte que me ajudou.”

“Comecei com 16 anos, por acaso, a fazer um cenário de graffitti para uma escola de ballet e, sem dar por isso, acabei no palco, vestido de Pai Natal a dançar hip hop.”.

Thalis foi acolhido pelo mundo da dança. A escassez de homens no ballet abriu-lhe portas, e rapidamente passou

“A dança ajuda a libertar dopamina, reduz o stress. É como terapia e eu quero voltar a ensinar, fazer coreografias, organizar aulas.”

de aluno curioso a bailarino convidado em espetáculos de várias escolas.

Foi aos 30 anos que a Zumba entrou na vida de Thalis. “Um amigo meu, também instrutor, convidou-me para as aulas e incentivou-me a fazer o curso.” Começou por dar aulas em academias e escolas, mas a pandemia e um acidente acabaram por interromper essa fase.

Durante anos viveu da arte, dançando com bandas em festas de finalistas e casamentos, dando aulas, participando em espetáculos e até envolvendo-se com o circo.

Thalis tem o mesmo objetivo: fazer da arte uma ponte para o bem-estar e a transformação pessoal.

Thalis Silva Direção de Operação
de Água de Alcântara

CÁ DENTRO

8.º ANIVERSÁRIO DA ÁGUAS DO TEJO

ATLÂNTICO

No dia 11 de julho, a empresa celebrou o seu 8.º aniversário na Fábrica de Água do Casalinho. Nesta tarde especial, foram partilhados momentos de criatividade numa pintura mural coletiva e foram superados vários desafios em grupo durante uma atividade. Ao pôr do sol, foi feito um brinde pelos resultados que foram alcançados em equipa. Foi um dia marcado pelo espírito de equipa, pela cooperação e pela alegria de estarmos juntos na Águas do Tejo Atlântico.

TRABALHADORES AVANÇAM

PARA CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL DE NÍVEL 4

No âmbito da parceria com o Centro Qualifica de Torres Vedras, 16 trabalhadores da Águas do Tejo Atlântico iniciaram o processo de certificação profissional como Técnicos de Sistemas de Tratamento de Água (Nível 4 do QNQ), uma certificação que visa reconhecer competências adquiridas ao longo da vida e valorizar o desenvolvimento profissional. A prova final decorreu a 3 de junho, na Fábrica de Água de Torres Vedras, perante um júri.

A FECHAR

ÁGUAS DO TEJO ATLÂNTICO REFORÇA PARCERIAS PARA REUTILIZAÇÃO DE ÁGUA COM MUNICÍPIOS

A Águas do Tejo Atlântico está a liderar uma transformação na gestão da água, através da celebração de vários protocolos de colaboração com os municípios da sua área de intervenção. Estes protocolos têm como objetivo incrementar o uso da água para reutilização, a nossa água +, representando uma resposta circular e sustentável aos desafios hídricos, em contexto de escassez e alterações climáticas.

Entre os protocolos celebrados, destacam-se os municípios de Alenquer (usos urbanos e rega agrícola), Cascais (usos urbanos), Lourinhã (usos urbanos e usos agrícolas), Óbidos e Torres Vedras (usos urbanos e rega de espaços verdes e campos de golfe). Em fase de estruturação encontra-se o estabelecimento de parcerias com Lisboa (lavagem de ruas e rega de espaços verdes) e Loures (rega de espaços verdes, lavagens de rua e rega do estádio Municipal).

Estes acordos visam promover a utilização de água+, uma água não potável resultante do tratamento de águas residuais nas Fábricas de Água da AdTA. Através destas parcerias, a empresa e os municípios reforçam o compromisso com a economia circular e a gestão eficiente da água.

FÁBRICA

DE ÁGUA DE ALVERCA COM LICENÇA PARA PRODUZIR E FORNECER ÁGUA+

A Águas do Tejo Atlântico recebeu parecer positivo da APA para produzir e fornecer água+ na Fábrica de Água de Alverca, com a receção do TUA – Título Único de Utilização emitido pela APA – Agência Portuguesa do Ambiente.

Neste enquadramento, a Fábrica de Água de Alverca tem licenciamento para produzir diariamente cerca de 220m3 de água+, dos quais 20m3 serão utilizados internamente na rega de espaços verdes. Para fornecimento externo, a terceiros, a licença contempla 100m3 de água+ Classe B para rega de espaços verde e, adicionalmente, mais 100m3 para outros fins como a lavagem de ruas.

Esta oportunidade de produção e fornecimento de água+, reforça o compromisso e o trabalho que a empresa tem vindo a efetuar no âmbito da circularidade, usando água como fonte alternativa, poupando um recurso limitado e deixando a água potável para fins mais nobres.

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