Trívio, n º 3, maio 2016

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ÓPERA NOS CASTELOS DE D. AFONSO HENRIQUES ANTES DA FESTA … ANTES DA ÓPERA … CONT.

Disse-nos: Foi uma agradável surpresa verificar que os alunos aderiram muito bem ao projeto! É claro que há sempre uns mais entusiastas do que outros! A ópera conta a história de todos os castelos que foram conquistados ou mandados construir por D. Afonso Henriques. Conta, também, histórias dentro das histórias dos próprios castelos, particularidades e factos que não são menores, mas são muito importantes também, como, por exemplo, o castelo de Beja entre o lidador e o Almoleimar. Em palco, estarão à volta de 300 pessoas. São bastantes! Professores, pais, funcionários e alunos. Os alunos gostam do trabalho que estão a realizar, cativando-se uns aos outros. Quando começam a perceber o quão importante é o canto, como se trabalha a voz…, faz com que se motivem a participar e a mostrar os seus dotes vocálicos! (risos). Depois sabendo que é para os pais, ainda mais se motivam. Numa tarde em que o sol rompia envergonhado depois da chuvada da véspera, entrevistámos a professora Rosa, a subdiretora do Agrupamento. Quisemos saber como é que o Agrupamento se organizou para realizar um evento que, para nós, nos parece de difícil gestão. Clube de leitura (CL): Como surgiu a ideia de fazer a ópera? Professora Rosa (PR): A ideia da ópera foi da professora Teresa e do professor Carlos de música apresentada aos membros da Direção que estão aqui nesta escola, na EB 2,3 dos Olivais. Seria bom fazermos algo de diferente, que envolvesse a comunidade educativa e escolar, que entusiasmasse e mostrasse boas práticas da escola, simultaneamente, que fossem trabalhados determinados conteúdos do currículo de várias disciplinas do 2.º ciclo. Este projeto envolve todos os alunos do 2.º ciclo, as turmas de PCA (Percursos Curriculares Alternativos). Ainda alunos que, apesar de não estarem diretamente envolvidos na ópera, vão participar, ajudando na logística, a fazer coisas, inclusive, o clube de música. Os alunos das Unidades Educativas Especiais, bem como a maior parte dos professores: uns participam diretamente na

ópera, outros, no acompanhamento dos alunos, na organização e na construção de adereços. Somos uma equipa, pois só em equipa podemos fazer acontecer as coisas! (risos) CL: Foi fácil gerir todo este projeto? PR: Foi muito difícil, pois dá muito trabalho. (…) CL: Qual a mensagem que pretendem transmitir? PR: Quando pretendemos a mudança, quando pretendemos alcançar determinados objetivos, com persistência, unidade e entusiasmo, conseguiremos alcançar esses objetivos. Por vezes, a nossa escola não é bem vista. Considero que o que se diz não é verdade, pois somos uma escola igual a tantas outras, onde se fazem coisas construtivas e muito positivas, e vós sois um testemunho vivo disso. Desenvolvem-se muitas atividades. Às vezes, a imagem que passa lá fora é que esta não é uma escola muito boa. Deixa-nos tristes, esta imagem! Quem cá anda, sabe que não é assim! Neste projeto, temos os pais a colaborarem connosco, envolvidos na ópera. Passámos por períodos difíceis, no passado, mas esse tempo, como referi, é passado. Agora, é tempo de fazer diferente numa escola onde todos nos sintamos bem! Três professores, três testemunhos de um objetivo comum. Esta é a nossa escola! É aqui que aprendemos, é aqui que crescemos, é aqui que nos transformamos num amanhã mais sorridente e promissor. Mafalda Santos, Manan Solanki, Mariana Teixeira

DESPOIS DA FESTA … DEPOIS DA ÓPERA …O QUE SENTIMOS, O QUE DISSEMOS O dia 22 de abril chegou finalmente! O nervosismo pairava no ar! Risos de alguma timidez, de medo e de ansiedade sentiam-se em cada canto do espaço Fórum Lisboa. Que azáfama! A maquilhagem não tinha mãos a medir! A hora da estreia aproximava-se a galope. E agora? O ensaio geral nem por isso tinha corrido muito bem! Paulatinamente, a sala enchia-se de calor humano. 700 pessoas estavam ali para nos verem. … O som das palmas calorosas e entusiasta encheu-nos de orgulho e de um sentimento de vitória! Repetir? Quem sabe… restou a recordação de um dia que, dificilmente, será esquecido. Restaram as palavras, de alguns, bem sei, pois havia tantos outros, para retratar aquele dia… Teresa Nunes: E agora? Que fazer com aqueles abraços esfusiantes dos alunos, antes desconfiados, à saída do palco, depois de acabado

o espetáculo: -“Correu bem! Correu bem! “ E aquelas lágrimas de felicidade e beleza do público que, já não contendo tanta emoção, deixou sair uma brutal ovação a meio do fado “Lisboa”, quando se tinha pedido que não batessem palmas durante a ópera e muito menos a meio de uma música? E a última ária que acabou com todos os cerca de 250 participantes em palco a cantar e a que se juntaram em pé, a cantar e balançar, os restantes 700 do público? E a emoção da chefe de produção do Fórum Lisboa que sentiu necessidade de retribuir de alguma forma o empenho e a boa atitude daqueles jovens que tiveram a missão de STAFF. Acabado o espetáculo, tinha elaborado um diploma de mérito para ser entregue a cada um! E o elogio do compositor, também emocionado, dizendo: -“Foi a melhor ópera!” e “O menos bom foi não poder bater palmas durante a ópera!” E as afirmações convictas do Dr. João Nunes, Inspetor do Ministério da Educação: -“Um espetáculo digno de ser mostrado a toda a Lisboa!” E aquele abraço emocionado dado à subdiretora da escola pela vogal da educação da junta de freguesia Anabela Silva: -“Que maravilhoso espetáculo!” E agora? Que faremos? Com o brilho nos olhos e a alegria de todos os participantes que, transbordando para todos, a ninguém deixou indiferente! Com certeza teremos melhores alunos, melhores pais, melhores professores, melhores pessoas, dispostas a dar-se para o bem comum, pois a alma encheu-se daquele sentimento de pertença e partilha que transbordou e nos faz sair da nossa zona de conforto para um bem maior. E agora… Sílvia Gomes: Não consigo descrever o que senti! Foi muita emoção de uma só vez! Achei que os alunos estiveram todos impecáveis. Sei que é possível fazer boas coisas, boas práticas, quando nos envolvemos num propósito comum. Cont. na pág. seguinte


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