Ágata Yasmim de Oliveira
Estudante de Comunicação e Multimeios
SOBRE
Como estudante de comunicação encontrei uma maneira de combinar minha paixão pela comunicação com minha curiosidade inata pela verbalidade. Desde pequena, nutro um grande fascínio pela expressão, seja ela escrita ou oral, e estou constantemente procurando maneiras de aprimorar minhas habilidades em ambas.
Ao longo dos últimos anos, tive a oportunidade de experimentar diferentes formas de comunicação, desde a escrita até a produção de conteúdo audiovisual e design gráfico. Descobri que essa variedade de habilidades me permite ser mais criativa em minha abordagem, ajudandome a expressar ideias e pensamentos de maneira mais envolvente e eficaz.
CONTATO
oliveiraagata04@gmail com
(44) 99724-8486
Maringá, PR
Introdução
Neste arquivo, você encontrará uma seleção de meus trabalhos mais significativos até o momento. Embora variados em termos de formato e tema, todos eles têm uma coisa em comum: foram criados com base em assuntos que me tocam pessoalmente e que me motivam a compartilhar ideias com outras pessoas. Como comunicadora em formação, estou animada em continuar aprimorando minhas habilidades e a descobrir novas maneiras de me expressar e de me conectar com o público.
Nome da Campanha: Nossa maior riqueza
Cliente: Campanha ficticia para a WWF.
Formato: Anúncio de pagina dupla para revista (pg 8-9) e cartazes (lambes) para caixas elêtronicos (pg 10-16).
Objetivo: Criar uma campanha de conscientização ambiental.
Proposta: O cliente queria uma campanha de conscientização voltada para um público que não tem interesse pela preservação ambiental e que destacasse os biomas brasileiros.
Descrição: A campanha utiliza elementos visuais e escritos para criticar a importância que damos ao dinheiro em comparação ao meio ambiente. Por esse motivo, os animais nas notas de dinheiro são utilizados para reforçar que nossa maior riqueza é a biodiversidade.
Criação: Ágata Yasmim sobre a orientação de Cassio Ceniz.
























































Titulo do texto: A hora de dona Maria
Gênero literário: Perfil Jornalistico
Descrição: Trabalho desenvolvido para a disciplina de Tecnicas e Tecnologias de Criação verbal.
Proposta: Criar um perfil jornalistico de um personagem escolhido pelo autos sistematizando suas informações principais. Como fonte foi realizada uma entrevista com o personagem e pesquisas externas sobre suas vivências.
Criação: Ágata Yasmim sobre a orientação de Cassio Ceniz.
A hora de Dona Maria
Em uma tarde nublada e quente ouço a voz de um homem chamando no portão, como de costume, vou ver quem é, um homem com cerca de 1,70 com os olhos claros e os cabelos já todos brancos ao seu lado uma senhora sorridente com cerca de 1,50. Ele pergunta sobre minha avó, vou chamá-la e em poucos minutos ela entra acompanhada dos dois. Normalmente, não costumo gostar de visitas. No entanto, a mulher que entra pelo portão, apesar de desconhecida por mim, cativa todos os presentes. Ela veste um conjunto de saia e camisa rosa chiclete, os cabelos estão presos em um rabo de cavalo baixo e ela emana um cheiro suave de sabonete, como quem acaba de sair de um longo banho. Seu nome é Maria mas, apesar da vulgaridade do nome, a trivialidade sobre ela se encerra por aí.
Dona Maria se ajoelha e cumprimenta meus irmãos, que estão brincando no chão da sala. A senhora brinca por alguns minutos de boneca com minha irmã mais nova e, o que seria um gesto singelo e gentil, acaba por ser um grande feito, visto que ela possui 91 anos.
Em pouco tempo de conversa descubro que ela é madrinha de casamento de minha avó, que foi inquilina de Dona Maria em São João do Ivaí em seus primeiros anos de casada. O tom da conversa segue nostálgico, relembrando como era a vida em outra cidade e de como foi o nascimento de meu pai.
Assim como seu corpo parece não ter processado o tempo, sua mente também não, ela fica em choque ao descobrir que o garotinho que segurou nos braços, meu pai, possui agora 47 anos e cabelos grisalhos.
A mulher criou sozinha dois filhos, Zilda e Zildo, e se mudou para Maringá para acompanhar a mais velha, que veio em busca de trabalho. Desde então, Dona Maria ganha a vida limpando e negociando túmulos. Pergunto a ela se não tem medo de trabalhar em um cemitério, ela diz que essa coisa de ter medo dos mortos é bobagem, que são os vivos quem devemos temer. Não posso deixar de notar a ironia de uma das pessoas mais cheias de vida que já conheci passar seus dias negociando com a morte.
Após tantos anos de vida ela não guarda rancores de suas perdas, mas parece sentir falta do marido e relembra de forma saudosa dos anos com seu companheiro e conta que, em seus 2 últimos anos de vida, foi quem manteve a casa sozinha e prestou os cuidados necessários ao esposo que se encontrava acamado.
Quando comento com Dona Maria sobre sua disposição física ela faz alguns agachamentos exibindo que de fato sua idade não limita seus movimentos e afirma que o segredo para tal é que segue trabalhando das 8h às 17h todos os dias, folgando apenas aos domingos.
Seguimos conversando como se nos conhecêssemos há anos, apesar de ser a primeira vez que vejo aquelas pessoas. O principal assunto da mesa são nascimentos e mortes, como se o que estivesse entre esses dois acontecimentos não passasse de um sopro. Todos relembram os entes que já se foram, e comentam sobre os que acabaram de chegar, minha avó exibe orgulhosa seus netos.
Apesar da densidade dos assuntos, a conversa segue leve, acompanhada de risadas causadas pelas piadas de Dona Maria, que mantém um senso de humor impecável. Aproveito um desses momentos de descontração para perguntar se posso fazer uma visita para Dona Maria, no entanto, ela não gosta muito da idéia, diz que pode ir até a minha casa mas desconversa sobre eu ir até a sua. Apesar de se mostrar uma pessoa calorosa, talvez a invasão de seu espaço pessoal ultrapasse os limites de Dona Maria.
Em determinado momento, Dona Maria ergue as mãos para o céu e fala com Deus “Papai se quiser me leve hoje mesmo, mas se possível quero viver até os 120, com força, desse jeitinho”. De maneira vívida, Maria parece pronta para a morte.

Titulo do texto: A cidade higienizada
Gênero literário: Reportagem
Descrição: Trabalho desenvolvido para a disciplina de Tecnicas e Tecnologias de Criação verbal.
Proposta: Criar uma reportagem, sobre um tema de nossa escolha que possua no minimo uma entrevista.
Entrevistados: Vereadora Ana Lucia (PDT), Arquiteto
Danilo Pradela
Criação: Ágata Yasmim sobre a orientação de Cassio Ceniz.
A cidade higienizada
Como elementos de arquitetura em Maringá são utilizados para esconder desigualdades sociais
Se você mora ou já morou em Maringá, provavelmente caminhou pela Avenida Getúlio Vargas, na região central, e sentiu falta de algum lugar para sentar ou amarrar o cadarço. Talvez foi passar uma tarde de lazer na praça da Catedral e não encontrou uma torneira de água e precisou lidar com os preços altíssimos de vendedores ambulantes para saciar a sede. A presença de elementos que impedem a acomodação em espaços públicos, como objetos pontiagudos em bancos, degraus e parapeitos; a instalação de pinos, parafusos, espinhos ou demais objetos para evitar que pessoas sentem ou deitem nesses espaços ou mesmo a ausência de uma torneira com água potável é chamada por especialistas como: arquitetura hostil.
São, em sua maioria, características sutis em um projeto urbano, que passam despercebidos e por vezes são disfarçados com paisagismo.
As principais vítimas são pessoas em situação de rua, afinal os espaços públicos são tudo o que elas têm. Uma pesquisa censitária desenvolvida pelo Observatório das Metrópoles, vinculado à Universidade Estadual de Maringá (UEM), realizada nos anos de 2015 a 2020, confirmou o aumento da população em situação de rua na cidade. No período, foram registradas 1.891 pessoas vivendo nas ruas
No entanto, os afetados por estes elementos vão além. Pessoas com deficiências físicas, grávidas, idosos e pessoas gordas também sentem as complicações de não terem espaços acessíveis e confortáveis.
O tema ganhou destaque nos últimos anos com o protagonismo do Padre Júlio Lancellotti, que viralizou nas redes sociais com fotos onde quebrava sozinho as pedras colocadas abaixo de um viaduto da Zona Leste de São Paulo que impedia a estadia de pessoas em situação de rua.

Em 2021 foi lançado, na Câmara dos Deputados, um projeto de lei que levou o nome do Padre, pelo Senador Fabiano Contarato (RedeES), que proibia a instalação de elementos de arquitetura hostil. A proposta foi aprovada em 2022 e apesar das tentativas de veto por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro, o projeto foi promulgado e segue em vigência no país.
Maringáeaaporofobia
Inspirada na proposta nacional, a cientista social e atual vereadora de Maringá, professora Ana Lúcia (PDT), elaborou também uma proposta para a cidade que veta a instalação de elementos de arquitetura hostil em praças públicas
Em entrevista, Ana Lúcia alerta que o projeto por si só não é o suficiente para suprir as necessidades básicas de pessoas em situação de vulnerabilidade. Ela reforça a necessidade de criar políticas públicas voltadas para a inclusão.
Uma pesquisa realizada pelo Observatório das Metrópoles, do qual faz parte como pesquisadora, se estima que 92% das pessoas em situação de rua gostariam de sair dessa condição e consideram moradia e emprego essenciais para que isso se realize
Padre Júlio e a Professora Ana LúciaAo ser questionada sobre o termo aporofobia, uma nomenclatura para definir o medo e a aversão a pessoas pobres, ela destaca que pessoas visivelmente pobres são em sua maioria as que estão em situação de rua e que afastá-las dos espaços acaba invisibilizando suas existências e, portanto, suas necessidades básicas. Ela justifica a criação do projeto de lei com a importância de conviver com a diferença, um fator primordial para a vida em sociedade Por essa razão, considera que espaços públicos devem ser confortáveis e acessíveis a todos.

No entanto, argumenta que a revitalização de praças que vem sendo feitas pela prefeitura acabam por afastar pessoas em situação de pobreza. Um exemplo ocorreu, recentemente, na praça Napoleão Bonaparte. Embora não inclua necessariamente a arquitetura hostil, a higienização do espaço é perceptível por todos aqueles que já viram a praça antes e depois de ser revitalizada.
Outro episódio destacado pela vereadora é a prática que alguns comerciantes têm de deixar canos com água pingando sobre as marquises no período da noite. Desta forma, impossibilitando as pessoas de se abrigar da chuva dormindo nestes locais. Essa atitude vem sendo fiscalizada pela prefeitura por ir além da propriedade privada e afetar o território público
Ana Lucia conta sobre as dificuldades em se aprovar projetos voltados para inclusão de pessoas vulneráveis na atual câmara de vereadores. Isso reflete o pensamento social de que essas pessoas oferecem risco à sociedade e devem ser evitadas. Na análise dela, trata-se de uma visão equivocada, visto que as pessoas precisam ser inseridas na sociedade e dependem de políticas que tornem isso possível
Fonte: O diário de MaringáQuando questionada se Maringá é uma cidade higienizada, Ana Lúcia confirma e mostra como o projeto da cidade coopera para a marginalização de quem está em vulnerabilidade econômica e social.
Ondevivemospobres?
O arquiteto Danilo Pradella conta que a origem do termo higienização nasce na Revolução Industrial, quando as vilas onde habitavam os operários possuíam condições insalubres de moradia. Por esse motivo foram afastados e escondidos para que não afetasse a especulação imobiliária da cidade.
A arquitetura hostil surge, portanto, como uma ferramenta de higienização, de materialização da aporofobia e da busca por marginalizar populações. Ele também afirma que não vemos tanta desigualdade em Maringá como em outros municípios do mesmo porte A causa disso é o próprio planejamento local, que impede que parte dos trabalhadores de Maringá morem na cidade.
Pradella diz que o alto valor dos imóveis em Maringá representa uma das causas da arquitetura hostil, pois demonstra que a cidade só pode ser ocupada por quem possui maior poder aquisitivo. Afirma, ainda, que grande parte dos trabalhadores de Maringá não moram na cidade e, sim, nos municípios ao redor, que servem como dormitórios por possuírem terrenos com valor imobiliário mais acessível

Para o arquiteto, outra forma de arquitetura hostil é a localização dos pontos de ônibus que levam às cidades dormitórios. Enquanto os ônibus da linha urbana possuem uma estrutura ampla e coberta como terminal, no qual foi investido R$ 56 milhões para sua construção, os intermunicipais, que levam e trazem pessoas de cidades vizinhas, contam com pontos de ônibus nas calçadas dos arredores do terminal Estes pontos não oferecem cobertura para as mais de 30 mil pessoas que vêm à cidade para trabalhar e ou estudar todos os dias.
Temmaiscasadoquegente
A vereadora Ana Lúcia enumera projetos e políticas que vêm sendo adotados para tornar a cidade mais inclusiva, como o Centro de Acolhimento Popular, que no último ano atendeu cerca de 120 pessoas; os 11 Centros de Referência da Assistência Social (CRAS); os 4 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), em destaque o CAPS AD por atender dependentes químicos; os restaurantes populares que atualmente
fornecem 2.250 refeições diárias. No entanto, diz que somente estes centros não dão conta da demanda da cidade e devem ser ampliados para os diversos bairros.
Pradella, por sua vez, ressalta a importância de ter programas de acesso à moradia, mobilidade urbana de qualidade e a preços acessíveis, ampliar os espaços de lazer e garantir oportunidades de trabalho para todos. O arquiteto reforça que o número de terrenos desocupados no Brasil é superior ao de pessoas sem ter onde morar.
De acordo com o Censo de 2010, o país possui 6,9 milhões de famílias sem casa para morar Tem também cerca de 6,05 milhões de imóveis desocupados há décadas, isso sem contar os terrenos desabitados onde podem ser construídos imóveis
Em síntese, tem mais casas do que gente, mas ainda assim milhões vivem nas ruas por falta de condições adequadas. Além disso, as ruas também vem sendo negadas a estas pessoas por meio da arquitetura hostil.
Elementos simples como espetos na soleira de portas, bancos ligeiramente inclinados que não comportam uma pessoa deitada ou mesmo a localização de um ponto de ônibus, dizem muito mais sobre a estrutura da cidade do que apenas a estética. É necessário percorrer um longo caminho para que Maringá deixe de ser a Cidade Higienizada e se torne de fato a Cidade Encantada e acolhedora que se propõe a ser.

Titulo do texto: As aventuras de Nadu
Gênero literário: Narrativa Transmidia
Descrição: Narrativa transmidia desenvolvida para a disciplina de Técnicas e Tecnologias de Criação verbal.
Criação: Ágata Yasmim de Oliveira, Bianca Bonbana de Oliveira, Giovana Paixão de Oliveira e Mariana Guarnieri. Sobre a orientação de Cassio Ceniz.












