AW Português - Fevereiro 2017

Page 1

Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Fe ve re i ro 2 01 7

12 Juntos na missão 22 Educação mais elevada 26 O doce aroma da salvação

Educação Adventista

Redescobrindo nossa missão


Fe ve re iro 2017

Revista Internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Fe ve re i ro 2 01 7

12 Juntos na missão 22 Educação mais elevada 26 O doce aroma da salvação

A R T I G O

16

D E

C A P A

Educação Adventista: redescobrindo nossa missão

Lisa Beardsley-Hardy

Um olhar sincero de onde se encontra a educação adventista, e para onde deve ir.

Educação Adventista

Redescobrindo nossa missão

8

V I S Ã O

12 Juntos na missão C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

Shawn Brace

O que a igreja oferece para os que pensam ser ela irrelevante?

14 Deus e o necessitado D E V O C I O N A L

Tom L. Evans

É nossa obrigação cuidar dos que foram esquecidos pela sociedade.

20 Alcançando o mundo

M U N D I A L

E S P E C I A L

Meu sonho

Michael G. Hasel

O fundamento da educação adventista é aprender sobre Deus.

Adam Fenner

O acesso à educação adventista não mais é uma questão geográfica.

24 Abandonado, mas não por Deus V I D A

A D V E N T I S T A

Kyle Griffith e Albert Reyna

Uma iniciativa missionária no Peru.

SEÇÕES 3 N O T Í C I A S

DO

MUNDO

3 Notícias breves 7 Notícia principal 10 Papo Rápido

11 S A Ú D E N O M U N D O Mais faculdades de Medicina!

22 E S P Í R I T O D E P R O F E C I A 2 7 E S T U D O B Í B L I C O Educação mais elevada Certeza ou falsa esperança? 26 R E S P O S T A S A P E R G U N TA S B Í B L I C A S 28 T R O C A D E I D E I A S O doce aroma da salvação

www.adventistworld.org On-line: disponível em 12 idiomas Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. v. 13, nº- 2, Fevereiro de 2017.

2

Adventist World | Fevereiro 2017

F O T O

D A

C A PA :

L A R R Y

B L A C K M E R


Compromisso inabalável

D

NOTÍCIAS DO MUNDO Gustavo Sidral, Divisão Sul-Americana

Jogador de futebol volta aos campos, tendo no

contrato o sábado livre C O S TA

Adventistas preparam o caminho para Carlos Vítor da Costa Ressurreição jogar profissionalmente

J A I M E

evo fazer uma revelação sincera: não sou e nunca serei neutro em relação à educação adventista do sétimo dia. Isso não é surpresa, se levarmos em conta minha herança familiar e meu compromisso pessoal. Cem anos atrás, meus avós, com apenas o curso fundamental, se estabeleceram sobre 60 acres de pedra e pouca terra, nas Montanhas Berkshire, a oeste de Massachusetts, para criar sua família. Daquela união nasceram cinco filhos, inclusive meu pai, o mais novo. Essa árvore familiar, que cresceu da muda plantada no final de uma estrada de terra, produziu alguns frutos notáveis para a educação adventista. Na última vez que contei – e na geração atual os dados ainda estão se acumulando – as três gerações da minha família, que saiu daquela humilde casa de madeira, já contribuíram até agora com o equivalente a cerca de 350 anos de ensino em escolas adventistas na América do Norte, África e Ásia. Nas salas de aulas, internatos de ensino médio e em faculdades, os membros de minha família extensiva moldaram a vida de milhares de crianças e adultos por meio do ministério persistente, desafiador e despretensioso do ensino. Não importa para onde eu viaje no mundo – Europa, Sul do Pacífico, África e qualquer lugar na América do Norte – a pergunta que respondo mais frequentemente após o sermão de uma reunião campal ou um culto é: “Por acaso você é filho do David Knott?” Os cinquenta anos que meu pai passou lecionando em escolas adventistas marcou incontáveis vidas – cuja maioria nunca encontrarei até chegar no reino dos Céus! Portanto, não espere que eu esteja equivocado em relação ao valor da educação adventista. Se ela está ao alcance dos pais adventistas, deve ser aproveitada, apreciada e apoiada. As escolas adventistas ajudaram mais no crescimento desse movimento remanescente do que qualquer outra coisa que tenha feito parte de nossa experiência denominacional. Ao você ler a coleção de artigos especiais sobre a educação adventista, nesta edição da Adventist World, ore por todos os professores, por todos os que aprendem, por todos os que servem e por todos os que estão sendo educados por meio de um sistema planejado por Cristo, para restaurar em nós a imagem do Criador.

O

fisioterapeuta adventista do sétimo dia, que trabalha para um time de futebol no estado brasileiro do Paraná, preparou o caminho para que Carlos Vítor da Costa Ressurreição, goleiro profissional recentemente batizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia, retornasse aos campos de futebol com o sábado livre especificado em contrato. O Centro Técnico de Futebol do Meses após seu ex-time Paraná (CTFP), situado em Cornélio cancelar a renovação do seu Procópio, estado do Paraná, sul contrato, o brasileiro Carlos do Brasil, contratou Carlos Vítor Vítor da Costa Ressurreição, com uma proposta já pronta, goleiro profissional de futebol, incluindo uma cláusula especial com que é adventista do sétimo os sábados livres. dia e que declarou não jogar Carlos Vítor, 31, foi manchete aos sábados, está de volta à nacional no Brasil, após conhecer e aceitar o ensino bíblico sobre o competição profissional. sábado, e por ter escolhido parar de jogar nesse dia. Seguindo o exemplo de Jesus, os adventistas do sétimo dia em todo o mundo se abstêm das atividades seculares durante o sétimo dia da semana e devotam esse dia para a adoração a Deus e para nutrir os relacionamentos. A decisão do goleiro fez com que o Londrina Esporte Clube, time em que jogava, não renovasse o contrato vencido em maio de 2016. “Depois do que aconteceu em meu clube anterior, eu não esperava voltar a jogar tão cedo”, disse Carlos Vítor em entrevista para a agência de notícias ASN da Divisão Sul-Americana. “Na verdade, pensei que seria impossível alguém me oferecer a chance de jogar futebol profissionalmente outra vez.” No entanto, Carlos Vítor decidiu tornar seu sonho praticamente impossível em um assunto de oração. “Senti que podia ser um atleta adventista fiel e ao mesmo tempo ser uma luz no ambiente do futebol”,

Fevereiro 2017 | Adventist World

3


NOTÍCIAS DO MUNDO explicou ele. “Mas nunca procurei ninguém do clube para pedir emprego. Nunca entrei em contato com qualquer agência; nunca falei com ninguém sobre o assunto. Só orei.” Carlos Vítor nunca imaginou como e quão rápido suas orações seriam atendidas. Para ele está bem claro que essa foi uma resposta inequívoca de Deus. “Recebi uma ligação há alguns dias”, conta ele. “Era o presidente do CTFP, me oferecendo um contrato que incluía uma cláusula dando o sábado livre. Aceitei na hora!” Na opinião do goleiro, o que aconteceu é um testemunho do poder da oração. “Eu não fiz nada para que isso acontecesse, só orei”, disse Carlos Vítor. “O fisioterapeuta do clube também é adventista, portanto o clube conhecia muito bem onde estava entrando”. Carlos Vítor espera fazer do tempo em que estiver jogando no CTFP uma oportunidade para evangelizar. “Meu talento é o meu ministério”, diz o goleiro. “Talvez Deus tenha aberto essa porta para que muitos outros possam conhecer a mensagem do evangelho e os Dez Mandamentos de Deus. Se eu for fiel, não há limites para o que Deus pode fazer.”

Líderes da igreja prestam condolências após tragédia aérea na Colômbia ■■ Um líder da Igreja Adventista na América do Sul expressa suas condolências após o avião que levava um time de futebol brasileiro e um número considerável de repórteres, cair em uma área acidentada, ao sul da cidade colombiana de Medellín, no dia 28 de novembro de 2016. Erton Köhler, presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul, expressou sua tristeza pelo

4

Adventist World | Fevereiro 2017

Erton Kohler Os adventistas do sétimo dia se uniram a milhares de pessoas no estádio da Chapecoense, para lamentar a perda dos jogadores de um time de futebol, mortos em acidente aéreo, e para compartilhar sua esperança na ressurreição. As dezenas de caixões chegaram ao estádio do time, em Chapecó, depois de terem desfilado pelas ruas da cidade. Os membros da igreja distribuíram o livro A Única Esperança, do evangelista Alejandro Bullón, e garrafas de água com cartões contendo a promessa de Apocalipse 21:4: “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (NVI).

trágico acidente que ceifou a vida de 71 pessoas. A maioria dos passageiros era de jogadores e administradores do time brasileiro de futebol, a Chapecoense, que viajavam para jogar a primeira partida da final da Copa Sul Americana contra um time colombiano. “A família adventista do sétimo dia na América do Sul está orando pelas famílias afetadas por essa terrível tragédia”, disse Köhler. “Oramos fervorosamente para que a paz e a esperança que só Deus pode dar, conceda força às famílias dos jogadores, repórteres, e dos outros que sofreram o acidente aéreo, na Colômbia.” A Revista Adventista reportou em janeiro do ano passado, que Carlos Vítor da Costa Ressurreição, um goleiro profissional que foi batizado na Igreja Adventista há um ano, desistiu

de um contrato com o Chapecoense, time da série A, pelo fato de não incluírem uma cláusula no contrato permitindo que ele não participasse de treinos nem de jogos aos sábados, dia de descanso bíblico. Se Carlos Vítor não tivesse desistido do contrato, provavelmente estaria entre os que perderam a vida na tragédia. Investigadores concluíram que o acidente foi causado por falta de combustível no avião fretado. A Divisão Sul-Americana da igreja, com sede em Brasília, Brasil, é composta por oito países desse continente, incluindo o Brasil, que, com seus quase 1,7 milhões de membros adventistas batizados, é o país com o maior número de adventistas no mundo. – Marcos Paseggi, escreve para a Adventist World


Adventistas oferecem treinamento e conscientização sobre proteção infantil, em Bangladesh

B I P L O B

R A H A M E N

■■ Bangladesh, país com 160 milhões de habitantes, localizado na Bahia de Bengala, Sul da Ásia, tem o maior índice do mundo de casamento infantil, de meninas menores de 15 anos de idade. Um relatório do Human Rights Watch, de 2016, chamou a situação de “epidêmica”. Um total de 65% das meninas de Bangladesh se casam até os 18 anos. Um grupo adventista do sétimo dia está entre as principais organizações não governamentais (ONGs) abordando constantemente essa questão preocupante. A organização Proteção dos Direitos da Criança (PDC) unidade da igreja adventista em Bangladesh oferece treinamento, conscientização e educação tanto para crianças como para adultos sobre prevenção do casamento e o abuso infantil no país. Essa equipe está atuando nos internatos e igrejas adventistas. Recentemente, a PDC realizou um treinamento para diretores de escolas adventistas com internato, na União Missão Adventista

de Bangladesh, em Dhaka. O objetivo do treinamento é a prevenção do abuso e casamento infantil, visando a ajudar os diretores a aumentar o alcance da mensagem sobre métodos de prevenção para os professores e líderes comunitários. É parte da estratégia alcançar as comunidades por meio das escolas. Desde 2014, apoiada pelos adventistas, a PDC, com seu extenso treinamento e recursos, tem construído um caminho, silenciosamente. A coordenadora, Ofélia Raksham, e sua equipe de dois, Rancy Biswas e Rony Sircar, têm trabalhado diligentemente para aumentar a conscientização. Trabalhos anteriores com educação e defesa da criança deu a Racksham uma experiência valiosa e paixão por fazer mudanças duradouras para as crianças em Bangladesh. A experiência de Biswas, como aluna de internato por 12 anos, oferece ao grupo ideias sobre o desafio e modo de pensar de tais estudantes, particularmente as meninas jovens. Sircar, único homem da equipe, desempenha um papel vital. Além de ser uma presença masculina durante as viagens de treinamento na área rural, onde mulheres desacompanhadas são recebidas com ceticismo e podem enfrentar represálias,

ele explica as leis em relação ao casamento, em Bangladesh. Sua experiência profissional no setor legal acrescenta credibilidade quando conversa com os líderes homens, em certas comunidades. Essa equipe está fazendo incursões pelos internatos e igrejas adventistas, especialmente nas áreas rurais em que os níveis de pobreza são altos e as tradições culturais são fortes e contribuem para aumentar os incidentes de abuso e casamento infantil. Devido à alta consideração da comunidade pela educação adventista, as escolas da igreja com internatos têm uma oportunidade singular de usar sua influência para disseminar conscientização e educação sobre as questões infantis. A PDC é parte dos Serviços de Manutenção das Crianças de Bagladesh, sob o guarda-chuva da União Missão Adventista de Bangladesh, por meio de agência de doadores da Asian Aid Australia (Ajuda Australiana para a Ásia). Bangladesh é um dos 14 países que formam a Divisão do Pacífico Sul-Asiático. A União Missão Adventista de Bangladesh tem cerca de 29 mil membros nessa nação de maioria muçulmana. – Teresa Costello, Divisão do Pacífico Sul-Asiático.

Os adventistas, em Bangladesh, estão trabalhando com outras agências não governamentais para reduzir a porcentagem de meninas menores de 18 anos de idade que são forçadas a se casar.

Fevereiro 2017 | Adventist World

5


NOTÍCIAS DO MUNDO

■■ O governo da Nigéria aprovou a inauguração da nova universidade adventista do sétimo dia cujo nome homenageia Jesse Clifford, primeiro missionário a levar a mensagem adventista à parte inferior de Niger, em 1923. A Universidade Clifford, que será a segunda universidade adventista na Nigéria, recebeu a licença junto com outras sete universidades, durante a reunião do Conselho Executivo do Governo Federal, na capital, Abuja, em novembro de 2016, reportou o jornal local Premium Times. Localizada na cidade de Ihie, região leste do país, a Universidade Clifford será estabelecida no terreno que pertenceu a uma escola adventista até ser apreendido pelo governo após a guerra civil no país, entre 1967 a 1970. Em 2013, o governo devolveu o terreno para a igreja. “Deus agiu em nosso favor por meio da influência de algumas pessoas, em 2013, quando o governo do estado de Abia, sob a liderança de Theodore A. Orji, devolveu a escola e todo o terreno para a Igreja Adventista”, disse Uzoma Nwosi, diretor de comunicação da União Leste da Nigéria. O governo federal demorou três anos para aprovar a universidade. A outra universidade de propriedade da Igreja Adventista, na Nigéria, é a Universidade Babcock, fundada em 1959 e situada entre as cidades de Ibadan e Lagos. – Equipe da Adventist World .

6

Adventist World | Fevereiro 2017

F O T O S : T E D N E W S

Nigéria aprova nova universidade adventista

Ganhador do prêmio: Funcionários e amigos da Casa Publicadora Adventista Preporod, na Sérvia, exibem o prêmio recebido pelo livro ‘Mihajlo Pupin - o maior cristão entre cientistas.’

Casa Publicadora é premiada em Feira Internacional de Livros ■■ Para qualquer pessoa, receber um prêmio é muito gratificante, inclusive para editores. Mas quando o editor representa uma comunidade religiosa minoritária em seu país, essa é uma honra especial. Foi o que aconteceu com a Casa Publicadora Adventista da Sérvia, que recebeu um prêmio especial na recente Feira Internacional do Livro, em Belgrado. O livro Mihajlo Pupin – the Greatest Christian Among Scientists (Mihajlo Pupin – o Maior Cristão entre os Cientistas) foi reconhecido por sua contribuição para a ciência. “A literatura do seu estande é bem diferente da maioria dos outros”, disse um dos juízes. “Aqui eu encontrei muitos livros que me interessaram.” Dragan Pejovski, diretor do Pre-

porod, disse: “Em uma competição bastante acirrada entre centenas de editores, nosso lançamento foi reconhecido porque [a história de] Mihajlo Pupin deixa bem claro que, sem espiritualidade e fé em Deus, não existe ciência verdadeira.” A Feira Internacional de Livros de Belgrado é um evento cultural que reúne aproximadamente 150 mil visitantes. Para os adventistas do sétimo dia, ela representa uma enorme oportunidade para compartilhar os princípios bíblicos. Preporod tradicionalmente participa, e, ao longo dos anos, tem havido um importante crescimento nas vendas e na abertura entre os visitantes para conversar sobre questões espirituais. Esse tipo de interesse durante a feira é especialmente importante, pois está se tornando cada vez mais difícil colocar a literatura adventista em livrarias seculares. – Nikola Gruji, Divisão Trans-Europeia


I M A G E M

C O R P O R AT I VA

U P E U

Guardando o sábado: atletas da Universidade Adventista Unión, Peru, chegaram em segundo lugar no revezamento 4 x 4 na corrida dos 100 metros, dos Jogos Universitários Nacionais, após guardar o sábado bíblico. Da esquerda para a direita: Nilton Gil, técnico; Patricio Córdova, Lucas Pérez, Percy Ordinola, Axel Vásquez; Jose Nole, professor.

Estudantes respeitam o sábado em

jogos peruanos

Adventistas ganham a prata

U

Impacto espiritual: o diretor da Preporod, Dragan Pejovski, declarou que o prêmio confirma a mensagem da vida de Pupin, que “claramente destaca que sem espiritualidade e fé em Deus, não existe ciência verdadeira.”

ma ação que evocou as imagens de Carruagens de Fogo, filme de 1981, sobre um atleta olímpico que se recusou a competir no seu dia de culto, os alunos da Universidade Peruana Union (UPeU) de propriedade da Igreja Adventista do Sétimo Dia, se ausentaram das competições do sábado nos últimos Jogos Universitários Nacionais, em Chiclayo, Peru. O evento anual é organizado pela Federação Esportiva Universitária do Peru (Federación Deportiva Universitaria del Peru, FEDUP). A atitude surpreendeu os organizadores, como também os outros 34 times que competiram no evento. Havia dois atletas adventistas que já estavam classificados para as finais da corrida dos 100 metros. Um deles quebrou o recorde nacional. Enquanto os organizadores tentavam acomodar os jogos ao horário dos estudantes adventistas – um gesto de bondade – o regulamento previa que as competições deviam seguir como agendadas. A observância do sábado bíblico significava perder a vitória quase certa nas provas dos 100 metros agendada para

o sábado. A equipe de estudantes permaneceu firme em suas crenças e, em vez de correr por uma medalha, participaram do culto junto com os membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia de San Carlos, em Chiclayo. A notícia sobre a posição da equipe de atletas da UPeU circulou rapidamente entre os adventistas da cidade. No dia seguinte a equipe retornou à competição para o revezamento 4 x 100 metros. Espiritualmente fortalecidos, e animados pelos jovens da igreja adventista local nas arquibancadas, os atletas estudantes conseguiram o segundo lugar, recebendo a medalha de prata, um final merecido para a UPeU. A Universidade Adventista participa em outras modalidades nos jogos esportivos da FEDUP. Os estudantes consistentemente demonstram bom espírito esportivo e mantêm seus princípios. Eles concluíram a competição recente de cabeça erguida, alegres por terem sido fiéis testemunhas para Deus, e também para a Universidade Peruana, instituição da Igreja Adventista do Sétimo Dia a qual representam. – Le-Roy Alomía, Universidade Peruana União

Fevereiro 2017 | Adventist World

7


Michael G. Hasel

Meu

F A U S T I N T U YA M B A Z E

sonho

Para a educação adventista do sétimo dia

No último mês de outubro, na sede mundial da Igreja, em Silver Spring, Maryland (E.U.A.), foi realizada uma conferência sobre a educação adventista do sétimo dia, tendo a presença de líderes da igreja do mundo inteiro. Durante meu sermão, “Relembrando o Plano de Deus”, convidei Michael Hasel para compartilhar sua perspectiva em relação à educação adventista. Convidei Hasel para dar sua opinião aqui. – Ted N. C. Wilson.

H

á alguns anos, Cavin Miller, teólogo batista, foi palestrar sobre a Stanley Lectureship na Universidade Adventista Southern, onde leciono no Seminário Teológico. Ele ficou impressionado com nosso campus e já havia feito uma pequena pesquisa sobre nossa igreja. Ele leu que os adventistas do sétimo dia são bem conhecidos pelo seu sistema educacional. Em apenas 160 anos, crescemos exponencialmente para um movimento que opera 8.200 escolas, faculdades e universidades, sistema que é o segundo no mundo, somente menor que o da Igreja Católica Romana. E quando nos sentamos para almoçar, ele fez a seguinte pergunta: “A que vocês atribuem esse crescimento e sucesso?” Jack Blanco, ex-diretor do Seminário Teológico, respondeu: “É muito simples. Cremos que Jesus está voltando em breve, e esse senso de urgência impulsiona nossa missão e nossa mensagem.” Nossa missão é motivada pela nossa compreensão e apreciação das preciosas verdades bíblicas.

8

Adventist World | Fevereiro 2017

Ataque sem precedente

No entanto, enquanto nossa Igreja crescia nos últimos dois séculos, o inimigo não ficou ocioso. A Bíblia e a autoridade bíblica enfrentaram ataques sem precedentes com o surgimento do modernismo e pós-modernismo no mundo ocidental. Desde a Revolução Francesa, no século dezoito, uma nova filosofia tenta abolir a instituição da igreja, e com ela, a Bíblia, a Palavra viva de Deus. Em seu lugar, filósofos estabeleceram a razão autônoma, com seu espírito de criticismo e dúvida; a experiência humana, enfatizando o presente como o intérprete do passado; e o naturalismo filosófico, afirmando que a humanidade deve viver sem nenhuma referência à obra de Deus. Em 1844, quando nossos fundadores passaram pelo grande desapontamento, o livro popular Vestiges of the Natural History of Creation (Vestígios da História Natural da Criação) foi publicado anonimamente por Robert Chambers, e promovia abertamente o conceito da evolução. Naquele mesmo ano, Charles Darwin completou seu manuscrito inicial de Origem das Espécies. Chambers e Darwin não escreveram sua obra influente no vácuo. Os estudiosos bíblicos haviam iniciado uma desconstrução da Bíblia, editando seu conteúdo e negando a própria estrutura da sua história. Foi removida a natureza singular da Bíblia como obra constituída da história. Hoje, a abordagem da literatura pósmoderna divorciou a Bíblia da história

e a relegaram às interpretações inconstantes da cultura. Como muito da Bíblia foi reinterpretado para se acomodar a essas novas pressuposições filosóficas, sua história real foi desconstruída, e sua profecia preditiva considerada impossível. A Bíblia começou a ser estudada simplesmente como literatura, e esses estudiosos passaram a acreditar que Deus não inspirou os escritores por meio de revelação direta e afirmaram que os escritores bíblicos não podiam prever o futuro. Tanto a história como a profecia foram removidas e reduzidas a metáforas e interpretações idealísticas. Hoje, a Palavra profética que levantou a Reforma e deu identidade à nossa igreja remanescente, tem sido reinterpretada fazendo dos adventistas praticamente a única igreja que ainda prega os livros de Daniel e Apocalipse pela perspectiva historicista. A morte da luz

Na minha biblioteca tenho um livro com mais de 850 páginas, intitulado The Dying of the Light (A Morte da Luz). Ele documenta como as grandes universidades, como Harvard, Yale e Princeton foram fundadas pelos protestantes reformadores, e foram baluartes da educação bíblica e da interpretação historicista da profecia. Seus primeiros presidentes escreveram vários livros sobre o breve retorno de Jesus. Mas hoje, todos os vestígios dessa história já não mais existem. Tanto a sociedade como nossa igreja


V I S Ã O

têm sido golpeadas e espancadas pelo modernismo e seus desafios em relação às verdades encontradas na Bíblia. Será que sobreviveremos à desconstrução moral, social, política e religiosa que nos rodeia? Como igreja, como vamos neutralizar tal influência? Como realizar reavivamento e reforma em nossas escolas? Nossos alunos estão desesperadamente procurando uma missão, um propósito neste mundo perdido. Mas tem havido uma desconexão crescente entre a missão, a mensagem da Bíblia e sua mensagem profética que nos deu esse propósito e missão. Como vamos instilar tal identidade na geração que deve ser capacitada para terminar a obra? O apóstolo Pedro escreveu: “Desejem de coração o leite espiritual puro [...] À medida que se aproximam dEle, a pedra viva [...] vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo” (1Pe 2:2-5).1 Jesus é a principal pedra de esquina. E para Jesus, a Bíblia foi o fundamento. Como arqueólogo, passei muito tempo em Jerusalém. O Monte do Templo está na Cidade Antiga, local em que um dia esteve o Templo. Ele foi a maior estrutura desse tipo construída durante o Império Romano, e seis vezes maior do que a do Coliseu, em Roma. No canto sudoeste do Monte do Templo está a pedra de esquina, colocada ali há mais de dois mil anos. Ela é uma pedra

enorme, que pesa entre 80 a 100 toneladas. O projeto de todo o prédio iniciado por Herodes, e que seguiu pelo período de quase um século, permanece no alinhamento daquela pedra de esquina. Assim, pergunto aos meus irmãos e irmãs que são as pedras vivas desta casa espiritual, como estamos hoje nos alinhando com a Palavra viva de Deus? E as escolas que devem formar esta geração de jovens para terminar a obra, estão alinhadas à missão? Estamos alinhados com Jesus, a pedra de esquina? Meu sonho

Meu sonho é que todo o nosso curriculum educacional tenha por base o fundamento bíblico. Que nossos cursos de psicologia, história, biologia, administração e literatura sejam fundamentados no pensamento e na cosmovisão bíblicos. Que façamos mais do que apenas uma oração no início das aulas e continuamos repetindo os conceitos de Freud, Darwin e de uma economia injusta. Que nossos alunos sejam graduados não apenas para a Harvard, mas para o Céu. Sonho com nossos alunos sendo nutridos com a Palavra de Deus, não com 12 horas das 130 da carga horária universitária, mas que, em cada matéria eles encontrem a Palavra viva. Que deixem nossos campi não mais confusos em relação à vida do que quando chegaram, mas com um conhecimento maior da nossa missão, e com zelo pela obra para a qual Deus chamou cada um de nós para realizar nesses momentos finais da história deste mundo. Sonho que nossos jovens, ao deixarem nossos campi, não apenas aceitem a Palavra, mas que um ano, cinco anos, ou dez anos após deixarem nossas instituições, continuem sendo pedras vivas que obedecem e vivem pela Palavra. Sonho que nós, professores, educaremos como adventistas do sétimo dia. Nosso nome descreve pessoas que acreditam e ensinam a Bíblia inteira,

M U N D I A L

do Gênesis ao Apocalipse. O sétimo dia em nosso nome mostra Jesus que, no princípio, era a Palavra. “Todas as coisas foram feitas por intermédio dEle; sem Ele, nada do que existe teria sido feito” (Jo 1:3). Somos um movimento chamado para enaltecer Jesus e Sua criação em seis dias literais. Jesus disse: “Se vocês cressem em Moisés, creriam em Mim, pois ele escreveu a Meu respeito” (Jo 5:46). A palavra Adventista em nosso nome aponta para a frente, para a voz profética chamada para proclamar as três mensagens angélicas em nosso tempo. Somos um movimento que proclama as palavras de Jesus: “Eis que venho em breve! Feliz é aquele que guarda as palavras da profecia deste livro” (Ap 22:7). Sonho com o cumprimento das palavras de Ellen White: “Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia só, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas. As opiniões de homens ilustrados, as deduções da ciência, os credos ou decisões dos concílios eclesiásticos, tão numerosos e discordantes como são as igrejas que representam, a voz da maioria – nenhuma dessas coisas, nem todas em conjunto, deveriam considerar-se como prova em favor ou contra qualquer ponto de fé religiosa. Antes de aceitar qualquer doutrina ou preceito, devemos pedir em seu apoio um claro “Assim diz o Senhor”.2 n 1 Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. 2 Ellen G. White, O Grande Conflito (Casa Publicadora Brasileira), p. 595.

Michael G. Hasel é professor de Estudos sobre o Oriente Próximo e Arqueologia, diretor do Instituto de Arqueologia, e curador do Museu Arqueológico Lynn H. Wood, na Universidade Adventista Southern, Collegedale, Tennessee (EUA). Fevereiro 2017 | Adventist World

9


PAPO RÁPIDO

HERITAGE HEALTH FOOD

Tornando saudável PapoRápido é uma entrevista mensal para Adventist World, destacando um ministério.

Este mês tivemos o prazer de conversar com Don Otis, fundador da CEO e da Heritage Health Food (Herança de Alimentos Saudáveis) com sede nos Estados Unidos. –Os Editores

Don, você é apaixonado por alimentos saudáveis e pelo impacto que podem exercer no mundo. Conte a história e visão da Heritage. O nome Heritage (herança) tem um lugar especial no meu coração e desempenhou uma parte importante de minha carreira profissional. O Dr. John Harvey Kellogg, mundialmente famoso por defender a saúde no final do século dezenove, foi o pioneiro no desenvolvimento da carne vegetal para o público em geral. Como cresci sendo vegetariano, fiquei familiarizado com o trabalho do Dr. Kellogg. Mais tarde, trabalhei para a fábrica Kellogg’s como diretor de alimentos e especialidades naturais, e para outras marcas de alimentos vegetarianos como a Morning Star Farms, Worthington e Garden Burger. Reconheci quão forte é a herança deixada por Kellogg, e meu sonho passou a ser continuar sua missão desenvolvendo minha própria empresa, a Heritage Health Food. Desde o início, tem sido o meu objetivo e o objetivo de minha empresa, continuar sua herança de saúde, e me unir aos líderes no movimento em prol da saúde. Nossa visão ao avançarmos, não é apenas nos unir aos líderes, mas também forjar novas incursões neste campo que está em constante evolução.

A Heritage só é uma fábrica de alimentos, ou há algo mais? Para mim, a Heritage significa uma volta às raízes da nutrição e ao fundamento da boa alimentação. Isso significa revitalizar a mensagem de saúde original e unificar as marcas tradicionais de alimentos saudáveis que agora pertencem à nossa empresa.

Que tendências você visualiza no espaço dos alimentos saudáveis? Para saber mais sobre a Heritage Health Food, visite sua página na Internet: HeritageHealthfood.com.

10

Adventist World | Fevereiro 2017

Temos aproveitado as oportunidades que surgiram como as tendências de consumo mudando de apenas vegetariano para

organismos não geneticamente modificados (GMO), sem glúten, orgânicos, 100% natural, derivado de plantas, etc. Estamos criando, agora, um portfólio de marcas destinadas a suprir essas necessidades de saúde emergentes. Nossos corn dogs (salsichas empanadas) e salsichas congeladas, são nossos produtos 100 por cento sem carne e vegetarianos mais populares, todo natural, livre de produtos GMO.

Que marcas foram absorvidas pela família da Heritage Health Food? Nossas marcas incluem Heritage, Worthington, Cedar Lake e Kim’s Simple Meals. Temos mais de cem produtos como alternativas vegetarianas para a carne. De todos eles, nossa principal marca é a Kim’s Simple Meals. Cada refeição (não refrigerada) é sem glúten, orgânica, sem GMO e derivada de plantas. Ah! E em todas elas só é preciso acrescentar água!

O que o acorda todas as manhãs? O que impulsiona a missão da sua empresa? A Heritage Health Foods visa cumprir uma dupla missão. Primeiro, produzimos produtos vegetarianos saudáveis, de alta qualidade e muito saborosos: “O melhor do mundo!” Nosso publico alvo são os consumidores vegetarianos tradicionais, com a perspectiva de expandir as opções dos que procuram um estilo de vida vegetariano, derivado de plantas, total ou parcial. A segunda missão é nossa paixão pelo desenvolvimento em todo o mundo. Uma parte de cada venda é doada para o Heritage Wells, uma parceria com os Construtores Frontline, organização sem fins lucrativos dedicada a melhorar a vida das pessoas que vivem na África. Garantimos que 100% do recurso alocado seja direcionado para o fornecimento de poços de água potável para o povo da África, além de apoio médico, educacional e agronômico.


U N I V E R S I D A D E

B A B C O C K

S A Ú D E

Mais

eter N. Landless e P Zeno L. Charles-Marcel

faculdades de Medicina! Devemos apoiar iniciativas como esta? Li com interesse sobre o número crescente de cursos de Medicina oferecidos nas escolas adventistas em todo o mundo e que há outros a caminho. Deveríamos investir em iniciativas tão dispendiosas quanto essas, quando há escolas já estabelecidas e mais acessíveis para nossos jovens? A Associação Geral tem condição de pagar por essas instituições?

É

com muita alegria e certa ansiedade que esperamos o estabelecimento de nosso sétimo curso de Medicina em uma escola denominacional, em Kigali, Ruanda. A Divisão Centro-Leste Africana está trabalhando duro para levantar os recursos, construir o edifício e encontrar os professores para realizar o sonho de ter um novo curso de medicina (CM) na região, o segundo no continente africano. Tão emocionante quanto isso, é o fato de que a primeira turma do CM Benjamin S. Carson da Universidade Babcock vai se graduar em junho de 2017. Essa é uma realização maravilhosa, e louvamos ao Senhor pela dedicação dos líderes e professores. Recentemente, o CM da Universidade Adventista das Filipinas realizou sua segunda cerimônia do jaleco branco e está progredindo. Nossos CM no Peru (Universidade Peruana Unión), na Argentina (Universidade Adventista del Plata), México (Universidade de Montemorelos), e dos Estados Unidos (Universidade Loma Linda) estão prosperando e se esforçando para formar médicos competentes.

Todos os nossos CM gozam de excelente reputação na região em que servem. É verdade que há outros a caminho, e é emocionante ver as Divisões tendo a visão de criar instituições que estimulem e ensinem o ministério integrado. A Associação Geral pode pagar por essas instituições? Não, não pode. Cada Divisão recebe um subsídio e trabalha o recurso de acordo com seus planos estratégicos e necessidades. Quando é estudado um projeto como de uma faculdade de Medicina, a divisão pode optar por colocá-lo como beneficiário das ofertas do décimo terceiro sábado (como a Divisão Centro-Leste Africana fez recentemente, com o novo CM da Universidade Adventista da África Central). Por que, como igreja, abrimos e mantemos cursos de Medicina? Será que devemos? A missão da igreja adventista do sétimo dia está fundamentada em quatro pilares: pregação, ensino, saúde e discipulado. Compreendemos pela Bíblia e escritos de Ellen G. White, que Cristo passou mais tempo curando do que pre-

N O

M U N D O

gando. Ele é nosso maior exemplo, o Pregador-Mestre, o Professor-Mestre, e o Médico-Mestre. Devemos estender o ministério de cura de Jesus Cristo por meio do ministério combinado de médicos cristãos missionários, bem formados. Todos os anos eles tocam a vida de milhões de pacientes, no mundo todo. Como igreja, não somos uma franquia no negócio do ensino médico. Nosso propósito é formar profissionais que irão tratar a pessoa como um todo, atentando para as necessidades físicas, mentais, emocionais, sociais e espirituais, dessa humanidade quebrantada! Ellen White escreveu: “O médico deve revelar o mais elevado preparo em sua habilidade para indicar o Salvador do mundo como Aquele que pode curar e salvar a alma e o corpo. Isso dá aos enfermos um encorajamento que é do mais alto valor. O auxílio ao físico e ao espiritual devem se unir, levando os afligidos a confiar no poder do Médico celestial. Aqueles que, ao mesmo tempo em que oferecem os tratamentos devidos também se dispõem a orar suplicando a graça restauradora de Cristo, inspirarão fé aos pacientes. Sua própria conduta será uma inspiração aos que supunham ser seu caso sem esperança.* Portanto, sim – pela graça de Deus devemos e iremos continuar a estimular o estabelecimento de escolas que formem ministérios combinados até que Ele venha. Maranata! n * Ellen G. White, Medicina e Salvação (Casa Publicadora Brasileira), p. 248.

Peter N. Landless, é cardiologista nuclear

e diretor do Ministério Adventista de Saúde, na Associação Geral.

Zeno L. Charles-Marcel, é internista e

diretor associado do Ministério Adventista de Saúde, na Associação Geral.

Fevereiro 2017 | Adventist World

11


C R E N Ç A S

F U N D A M E N T A I S

NÚMERO 12

Shawn Brace

Juntos na

Deus não pede

E

país. Atualmente, o cristianismo na China pode alcançar seu destino profético destilando a fé cristã aos seus elementos fundamentais mais essenciais.

Algumas coisas a serem consideradas:

Contexto do adventismo

Durante a última década, nos Estados Unidos, o número de adultos que frequentavam uma igreja do lar semanalmente cresceu de 1% da população para 9%.1 No mundo todo, 394 milhões de pessoas afirmam seguir os princípios da fé cristã, procuram manter uma vida centrada em Jesus, mas rejeitam o denominacionalismo e a organização históricas, e se reúnem em comunidades de vários tamanhos. Estima-se que até 2025, em todo o mundo, esse número passe para 581 milhões de pessoas, ou aproximadamente, 120 milhões a mais do que todas as denominações protestantes combinadas.2 Ao mesmo tempo, em alguns países, o secularismo cresceu muito. Uma pesquisa realizada em 2007, no Reino Unido, revelou que cerca de 70 por cento da população não pretende assistir a cultos em igrejas, em nenhum momento no futuro.3 Nos Estados Unidos apenas 4% dos millenials (os que nasceram entre 1980 e 2000) frequentam uma igreja todos os fins de semana.4

À medida que o mundo se tornar cada vez menos religioso e cada vez mais espiritualista, os adventistas do sétimo dia têm uma oportunidade ímpar de falar ao coração e à vida das pessoas em todo o mundo, sendo exatamente o que Deus os destinou para ser: “uma comunidade de crentes que confessam Jesus Cristo como Senhor e Salvador” (Crenças Fundamentais da IASD, Nº- 12). É fundamental que a igreja seja uma “comunidade de crentes”. Essa tem sido a abordagem missionária de Deus desde o início dos tempos: trabalhando em, para e através de um corpo de pessoas comprometidas com o Seu caráter e caminhos. Paulo descortina essa missão eterna, conforme escreveu aos efésios: “Isso aconteceu a fim de que agora, por meio da Igreja, as autoridades e os poderes angélicos do mundo celestial conheçam a sabedoria de Deus em todas as suas diferentes formas” (Ef 3:10, NTLH).6 Para que “conheçam a sabedoria de Deus” por meio da igreja; Deus pede apenas um grupo vivo, orgânico, de pessoas que compelidas por Seu amor, sejam dependentes dEle e que vivam por Seu amor; pessoas dispostas a se tornarem uma comunidade autêntica, bíblica e divina, e a discipular “todas as nações” (Mt 28:19). “A igreja”, explica Ellen White, “é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. Foi organizada para servir e sua missão é levar o evangelho ao mundo. Desde o princípio, tem sido plano de Deus que, por Sua igreja, seja refletida para o mundo Sua plenitude e suficiência.”7

stamos em meio a uma mudança eclesiológica sísmica. A igreja, como a conhecemos pelos últimos 1.800 anos, pode não manter muita semelhança com a igreja do futuro.

Interpretando os números

Para alguns, essas estatísticas são assustadoras e causam grande alarme. No entanto, outros as veem como uma oportunidade de levar a igreja de volta às suas raízes simples e autênticas do Novo Testamento, livre de confusão e das bagagens sem sentido que o cristianismo acumulou desde a época de Constantino. Quando Mao, presidente da China, subiu ao poder, em 1945, “instaurou uma das perseguições mais cruéis aos cristãos, já registradas na História.”5 No entanto, 40 anos mais tarde quando a proibição terminou, os aproximadamente dois milhões de cristãos existentes na China no início desse governo, tinham se transformado em 60 milhões. Os eruditos estimam que atualmente haja cerca de 120 milhões de cristãos no

12

Adventist World | Fevereiro 2017

Completando a tarefa

Essa tarefa será terminada quando essa comunidade compreender a largura, profundidade e altura do evangelho,


missão

muito.

e suas reivindicações para nossa vida, tanto pessoal como corporativamente; quando a comunidade reconhece que a sabedoria e o amor de Deus são proclamados principalmente por meio da integridade relacional – o fruto do Espírito (Gl 5:22-24) – com as pessoas dentro e fora da comunidade. Quando todos compreendermos que Cristo deseja que cada pessoa seja Seu discípulo por toda a vida. Terence E. Fretheim observa que Deus escolhe uma comunidade para ser “um movimento inicialmente exclusivo para um fim inclusivo ao máximo.”8 Em outras palavras, Deus dedica uma atenção especial à Sua noiva, a igreja, a fim de trabalhar nela e por meio dela para alcançar o maior número possível de pessoas com Seu amor, para que todos possam ver e encontrar pessoalmente Sua graça por meio de uma comunidade orgânica de discípulos, e sejam convidados a se unirem à família. Algum dia, muito em breve, Cristo irá retornar e reivindicar Sua noiva, a igreja, e apresentá-la ao Universo, “e para

apresentá-la a Si mesmo como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga […], mas santa e inculpável” (Ef 5:27). n 1 Cited

in Alan Hirsch, The Forgotten Ways (Grand Rapids: BrazosPress, 2016), p. 65.

2 Ibid., p. 67. 3 Tim

Chester and Steve Timmis, Everyday Church: Gospel Communities on Mission (Wheaton, Ill.: Crossway, 2012), p. 17. 4 Mike Breen and Alex Absolom, Launching Missional Communities (Pawleys Island, N.C.: 3DM, 2010), “Introduction.” 5 Hirsch, p. 6. 6 Scripture quotations marked NLT are taken from the Holy Bible, New Living Translation, copyright © 1996, 2004, 2015 by Tyndale House Foundation. Used by permission of Tyndale House Publishers, Inc., Carol Stream, Illinois 60188. All rights reserved. 7 Ellen G. White, Atos dos Apóstolos (Casa Publicadora Brasileira), p. 9. 8 Terence E. Fretheim, God and World in the Old Testament (Nashville: Abingdon Press, 2005), p. 19.

Shawn Brace é pastor no estado do Maine, Estados Unidos.

Crença Fundamental

12

A Igreja é a comunidade de crentes que confessam Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Em continuidade do povo de Deus nos tempos do Antigo Testamento, somos chamados para fora do mundo; e nos unimos para prestar culto, para comunhão, para instrução na Palavra, para a celebração da Ceia do Senhor, para o serviço a toda a humanidade e para a proclamação mundial do Evangelho. A Igreja recebe sua autoridade de Cristo, o qual é a Palavra encarnada, e das Escrituras, que são a Palavra escrita. A Igreja é a família de Deus. Adotados por Ele como filhos, seus membros vivem com base no novo concerto. A Igreja é o corpo de Cristo, uma comunidade de fé, da qual o próprio Cristo é a Cabeça. A Igreja é a noiva pela qual Cristo morreu para que pudesse santificá-la e purificá-la. Em Sua volta triunfal, Ele a apresentará a Si mesmo Igreja gloriosa, os fiéis de todos os séculos, a aquisição de Seu sangue, sem mácula, nem ruga, porém santa e sem defeito (Gn 12:1-3; Êx 19:3-7; Mt 16:13-20; 18:18; 28:19, 20; At 2:38-42; 7:38; 1Co 1:2; Ef 1:22, 23; 2:19-22; 3:8-11; 5:23-27; Cl 1:17, 18; 1Pe 2:9). – Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº- 12

– Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia, nº- 21

Fevereiro 2017 | Adventist World

13


D E V O C I O N A L

Tom L. Evans

Deus eo

D

euteronômio 10:18 expõe a paixão de Deus por três grupos especiais: “Ele defende a causa do órfão e da viúva e ama o estrangeiro, dando-lhe alimento e roupa.”1

necessitado

Cuidando do trio de Deus

Como Deus dá o sustento a eles? A resposta diz respeito a cada um de nós. O verso citado parece mostrar que o próprio Deus supre as necessidades desse grupo, “dando-lhes alimento e roupa” (v. 18). Mas, ao continuarmos a leitura, percebemos que todas as onze menções do trio em Deuteronômio mostram que Deus espera que nós estejamos intencionalmente e diretamente envolvidos na providência que ministra aos membros do Seu trio. Deuteronômio 14 lista Suas expectativas e define o modo pelo qual o povo de Deus deve suprir os necessitados: “Nunca se esqueçam dos levitas que vivem em suas cidades”, admoesta Ele. “Ao final de cada três anos, tragam todos os dízimos da colheita do terceiro ano, armazenando-os em sua própria cidade, para que os levitas, que não possuem propriedade nem herança, e os estrangeiros, os órfãos e as viúvas que vivem na sua cidade venham comer e saciar-se, e para que o Senhor, o seu Deus, os abençoe em todo o trabalho das suas mãos.” Deus associou Suas bênçãos diretamente à maneira com a qual Israel cuidava do Seu trio especial, e de outros, como os levitas, por exemplo. As instruções de Deus eram bem específicas em relação ao tratamento do Seu trio especial de estrangeiros, órfãos e viúvas. Seu povo não devia tirar vantagens sobre eles, como negar justiça aos estrangeiros e órfãos ou tomar o manto da viúva como juramento (Dt 24:17). No tempo da colheita, não deviam colher completamente todo o produto, mas deviam deixar azeitonas, uvas e trigo disponíveis para ser colhidos pelos estrangeiros, órfãos e viúvas (v. 19-21). “O estrangeiro residente que viver com vocês deverá ser tratado como o natural da terra. Amem-no como a si mesmos, pois vocês foram estrangeiros no Egito” (Lv 19:34). Os levitas deviam receber dez por cento da colheita como um dízimo especial, o qual também devia servir para o cuidado dos estrangeiros, órfãos e viúvas (Dt 26:12). A preocupação de Deus com Seu trio especial é totalmente contrária à ideia de que as pessoas marginalizadas pela sociedade são aquelas para quem a providência não sorri. Deus ordenou que o sorriso da Sua providência deve ser visto em nosso cuidado por eles, pois também são Seus filhos, nossos irmãos e irmãs.

14

Adventist World | Fevereiro 2017

S P R AT T

Os órfãos, aparecem 18 vezes no Antigo Testamento como parte da trilogia: estrangeiros, órfãos e viúvas, e outras 23 vezes no Novo Testamento. Talvez a referência mais conhecida seja Salmo 68:5: “Pai para os órfãos e defensor das viúvas é

A N N I E

Um exemplo: o órfão

Os estrangeiros, órfãos e viúvas são o trio especial de Deus.


Deus em Sua santa habitação” (Sl 27:10) deixa ainda mais clara a paixão de Deus pelos órfãos: “Se meu pai e minha mãe me desampararem, o SENHOR me acolherá” (ARC). No antigo Oriente os pais eram o principal suporte econômico da família. A perda do pai na guerra, em acidente ou por doença podia colocar os filhos e a viúva em uma situação financeira muito delicada. A profunda crise financeira que podia atingir a viúva após a perda do esposo, é destacada em 2 Reis 4:1-7. Credores sem escrúpulos podiam escravizar os filhos da viúva para pagar os débitos do pai, morto. O milagre realizado para a mulher dessa história parece ter sido necessário porque ela não teve ajuda do seu próximo, ou talvez tivesse recebido o apoio inadequado. Ela foi obrigada a pedir diretamente a Deus que fizesse o que seu próximo, ou seus vizinhos, não tinham feito. Expectativa do Céu

Deus deixa claro Sua expectativa para Seus seguidores hoje: “A religião que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades” (Tg 1:27). Segundo a Aliança Cristã para Órfãos, 17,6 milhões de crianças são órfãos de pai e mãe; 150 milhões de crianças perderam um dos pais. Esses números não incluem as crianças que vivem em instituições (orfanatos) ou nas ruas. Essas crianças são conhecidas como “órfãos sociais.”2 O Deus do Céu planejou e espera que a benevolência da Sua igreja ministrando às necessidades dos Seus filhos, ensine ao mundo como funciona a divina providência. Um testemunho pessoal

No Natal de 2014, nossa família decidiu receber em casa dois irmãos órfãos por meio de uma organização chamada Projeto 143. Desde então, já os recebemos em casa quatro vezes e também visitamos seu orfanato no Leste Europeu. Eles aprenderam inglês, e um de nossos filhos biológicos se comunica com eles no idioma deles. Estamos no processo para adotá-los. Passar tempo com eles me fez pensar em como dois meninos tão incríveis podem ter sido abandonados pelos pais. Eles podem ter um futuro tão promissor, mas precisam desesperadamente de uma família que os ame e os eduque para fazer a diferença neste mundo e para Deus. Eles são da parte do mundo considerada mais secularizada. Orar, ir à igreja, culto familiar, até o nome de Jesus, são todos conceitos novos para eles. É muito interessante ver a transformação na vida dos meninos após tão pouco tempo conosco. O garoto mais velho, que na época tinha 7 anos, veio até mim certo sábado, após me ouvir pregar, e disse em seu inglês pobre: “Eu ajuda para Deus.” Não é necessário dizer que fiquei extremamente emocionado! Nossa experiência mostra

Deus ordenou que o sorriso da Sua providência deve ser visto em nosso cuidado pelos pobres. apenas uma das miríades de caminhos pelos quais podemos ministrar aos necessitados ao nosso redor. Você pode pedir que Deus mostre os seus. Ellen White assumiu pessoalmente a determinação bíblica de assistência aos órfãos. Ela comenta sua experiência: “Depois de meu casamento fui instruída que me cumpre mostrar especial interesse nas crianças sem mãe e sem pai, tomando alguns sob meu cuidado por algum tempo, e procurando depois lares para elas. Assim eu daria a outros um exemplo do que eles poderiam fazer.”3 Especialmente porque ela viajou muito, sua ação cuidando, educando e treinando crianças de 3 a 5 anos de idade mostra quanto todos podemos servir como providência de Deus para muitos no mundo, que ainda pertencem ao Seu trio especial de estrangeiros, órfãos e viúvas. Ela sentiu que era seu dever cumprir essa tarefa e “apresentar ao nosso povo essa obra para com a qual os membros de toda igreja devem sentir responsabilidade.”4 Para Jesus, essa é uma questão de significado definitivo que orienta Sua decisão, no dia final, de prestação de contas, tal é a maneira pela qual Ele é afetado pessoalmente pela nossa cooperação com Sua previdência: “Pois Eu tive fome, e vocês Me deram de comer; tive sede, e vocês Me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês Me acolheram; necessitei de roupas, e vocês Me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de Mim; estive preso, e vocês Me visitaram” (Mt 25:35, 36). n 1A

não ser que especificado, todos os textos bíblicos deste artigo foram extraídos a Nova Versão Internacional.

2 https://cafo.org/wp-content/uploads/2015/06/Christian-Alliance-for-Orphans-On-Understanding-

Orphan-Statistics_.pdf 3 Ellen G. White, Mensagens Escolhidas (Casa Publicadora Brasileira), v. 1, p. 34. 4 Ibid.

Tom Evans é diretor associado do Instituto de Evangelismo Norte Americano, Berrien Springs, Michigan (E.U.A.) Fevereiro 2017 | Adventist World

15


A R T I G O D E C A PA

F

oi dito que sem informação somos apenas mais alguém sem opinião. A educação adventista do sétimo dia em todo o mundo funciona melhor porque lidamos com boas informações.

Lisa Beardsley-Hardy

Números e propósito

Em 31 de dezembro de 2015, a Igreja Adventista estava gerindo 5.705 escolas fundamentais, 2.336 escolas de ensino médio, 53 escolas técnicas – como cursos de enfermagem em hospitais e alguns cursos ministeriais sem reconhecimento acadêmico – e 114 escolas de terceiro grau e universidades. Em nossas 8.208 escolas em todo o mundo, 102.779 professores lecionaram para aproximadamente 2 milhões de alunos (1.922.990). Qual é a missão dessas escolas? Ou, como questionado pelo historiador da igreja, George Knight, “Para qual educação?”1 A existência e propósito do adventismo são fundamentados na Bíblia. Os alunos devem se desenvolver mental, social, física e profissionalmente pela educação, e esse objetivo é compartilhado por todas as escolas, sejam elas religiosas ou não. A educação cristã visa algo mais. Procura restaurar nos alunos a imagem de Deus e prepará-los para o serviço nesta vida e na próxima. Seu objetivo é retornar ao propósito original de Deus ao criar o ser humano. A educação adventista compartilha com outras escolas cristãs seu objetivo espiritual e redentor. Porém, um terceiro aspecto da educação torna singular a educação adventista: é a missão apocalíptica da denominação para o mundo. George Knight observa que as duas escolas da denominação em 1880 cresceram para 16, em 1890, se expandindo rapidamente para 254, em 1900, 844, em 1910 e 2.178, em 1930. E acrescenta que a missão adventista cresceu exatamente de idêntica maneira, mostrando “uma linha de crescimento que subiu quase verticalmente [...] estimulada pelo combustível da missão apocalíptica enquanto a denominação procurava educar a geração seguinte de jovens, não apenas devido à missão apocalíptica, mas para também dedicar a vida a essa missão.”2 Atualmente, mais de 140 anos depois, ainda cremos que a missão e a educação sejam uma coisa só, que o trabalho de redenção e educação estão unidos, e que a igreja adventista é o movimento da profecia com uma missão para todo o mundo no tempo do fim. Nosso padrão de matrículas apresenta um grande desafio a tal crença. Em 31 de dezembro de 2015, o número de membros da igreja adventista totalizava mais de 19 milhões, porém menos da metade deles (47%) recebeu algum tipo de educação adventista. 52% não receberam nenhuma. As matrículas variam por divisão. Os contrastes, por exemplo, na Divisão NorteAmericana (DNA), apenas 29% dos membros nunca frequentaram escolas adventistas, na

Educação

Adventista

16

Adventist World | Fevereiro 2017

Redescobrindo nossa missão


Divisão Sul-Africana Oceano Índico (SID), 76% nunca frequentaram nossas escolas; nas Divisões Interamericana (IAD) e Centro-Oeste Africana, 66% declararam nunca ter recebido a educação adventista. Essa realidade é parcialmente explicada pelo número de adultos que se unem à igreja nesses países. Esperamos que os filhos desses adultos sejam beneficiados ao se matricularem na escola adventista que os preparará para o serviço e para a missão. Essa é uma oportunidade para o crescimento das matrículas. Dos pastores adventistas do sétimo dia, 36% declaram ter recebido apenas de cinco a oito anos de educação adventista. Somente 14% informam ter completado 13 ou mais anos na educação adventista. É impressionante que 8% dos pastores adventistas afirmam não ter recebido nenhuma educação adventista, o que nos leva a inquirir onde receberam sua formação ministerial. Será que todos esses foram pastores de outras denominações e se tornaram adventistas do sétimo dia? De modo geral, a maioria dos pastores adventistas receberam menos de oito anos de educação adventista,3 um fato que pode ajudar a explicar a crescente diversidade de opiniões entre nossos membros sobre as Crenças Fundamentais da igreja. Muitos pastores adventistas não se beneficiaram de uma educação especificamente adventista do sétimo dia.

47

%

Fortalecendo os portões

O Departamento de Educação da Associação Geral designou a Identidade Adventista e Missão como sua Porcentagem de principal prioridade para o quinquêmembros da igreja nio 2015-2020. Essa é uma das nossas quatro prioridades com o objetivo de em todo o mundo guardar os portões que, na educação, com alguma mantêm a ênfase na missão. educação Chamamos de “missão adventista e adventista. identidade” tanto a capacidade e a evidência de que a educação adventista funciona dentro da cosmovisão bíblica com a sua busca por uma integração significativa entre fé e aprendizado, em todas as disciplinas e em todos os níveis. Isso significa que tanto professores como administradores permitem que a Bíblia e o Espírito de Profecia desempenhem seu papel fundamental no funcionamento da escola, e que estamos educando não apenas a mente, mas o ser humano como um todo, dentro de um quadro redentor e equilibrado, que desenvolve a habilidade de pensar e realizar. Nosso alvo é restaurar em nossos alunos a imagem do Criador, nos mantendo responsáveis pela missão e identidade adventistas por meio de processos como a Associação Adventista de Reconhecimento (AAR) que realiza auditoria nas escolas, recomenda melhoramentos e premia o que está sendo bem feito. Por meio das funções do Conselho Internacional de Educação (CIE), estabelecemos regras gerais e L A R R Y

B L A C K M E R

direção para o programa da educação da igreja. O Conselho Internacional de Educação Ministerial e Teológica (CIEM) coopera com as Divisões do mundo oferecendo diretrizes gerais e padrões para o treinamento profissional de pastores, teólogos, professores de Bíblia e Religião, capelães, e outros funcionários da denominação envolvidos na formação ministerial e religiosa. Além de promover e manter os princípios Adventistas em todos os níveis da educação, recentemente temos nos concentrado em programas profissionalizantes e de pós-graduação, porque é onde está havendo crescimento. No último quinquênio, inauguramos três cursos de Medicina e dois de Odontologia na Nigéria, Peru, Filipinas, Argentina e Brasil, respectivamente. Em relação à tecnologia, nosso desafio é inserir a filosofia adventista de educação no ensino a distância. Como exercer a educação adventista quando nunca vemos o aluno? Quando moram em sua casa e comunidade? Como educar quando só fazem um curso intensivo, quando estão em grupos ou frequentam um campus urbano, mesmo morando no subúrbio? Para promover a excelência acadêmica, não basta concentrar-se em metas mensuráveis para ​​ uma cultura de qualidade. A missão deve ser integrada nas medidas tradicionais para a excelência acadêmica. A Universidade Andrews está na vanguarda do desenvolvimento de uma educação a distância distintamente adventista. Mas em todas as escolas a tecnologia precisa ser adaptada aos nossos propósitos. Avaliamos a implementação do plano piloto espiritual de nossas escolas, apropriado para cada nível e tipo de estudante. Os principais indicadores de desempenho incluem evidências de que os alunos estejam estudando a Bíblia ou usando livros-texto em harmonia com a filosofia adventista de educação. Se usarem os mesmos livros utilizados nas outras escolas, não alcançaremos os nossos propósitos. Nossos livros estão integrados e fundamentados na cosmovisão bíblica. Atualmente, esses são exemplos do que significa fortalecer a identidade e a missão adventista na educação. Acesso aos alunos

Nossa segunda prioridade é aumentar o acesso do aluno à educação adventista. Os pais concordam em afirmar que essa educação é a ideal, mas é inacessível para muitos. A educação adventista precisa ser acessível, mas precisa ser sustentável. Sem margem, sem missão. Precisamos fazer parcerias com outros departamentos e com as Divisões para aumentar o acesso do aluno. É necessário identificar, diminuir ou eliminar as barreiras para a matrícula. Pelos dados que temos, estima-se que 30 a 31 por cento de nossos membros têm idade entre os 16 e 30 anos. Desses seis milhões de membros, 74 mil, ou 1%, frequentam instituições adventistas de ensino superior. Evidentemente, temos um problema. Certamente, nem todos nessa faixa etária estão na escola. Alguns trabalham, outros ficam em casa, outros estão trabalhando em áreas rurais ou cuidando da família. No

Fevereiro 2017 | Adventist World

17


A R T I G O D E C A PA entanto, se os dados da UNESCO de 26% de matrículas no ensino superior forem aplicados a esses seis milhões, aproximadamente 1,5 milhão dos alunos que poderiam estar estudando em faculdades adventistas, estão estudando em outro lugar. Portanto, estimamos que apenas 5% de todos os adventistas que cursam o ensino superior, estudam em uma de nossas escolas. É certo que essas não oferecem todos os cursos, mas ainda precisamos melhorar a taxa de matrículas. Professores centrados na missão

Nossa terceira prioridade é ter professores comprometidos com a missão. Os relatórios estatísticos demonstram que essa é a área mais preocupante. Todos os professores precisam desenvolver a capacidade de alcançar o propósito redentor da educação adventista, seguindo e moldando os princípios e estilo de vida adventista. Os dados também mostram que devemos empregar esforços para aumentar, onde necessário, a porcentagem de professores adventistas trabalhando no sistema. Professores Os últimos 14 anos mostram uma clara adventistas em tendência ao decréscimo de professores adventodo mundo. tistas no ensino fundamental, médio e superior. Cada vez mais estamos contratando professores de outras ou de nenhuma religião. Em 2014, quase 30 por cento dos professores não eram adventistas do sétimo dia. O decréscimo é, em média, de 1% ao ano, e às vezes mais. Portanto, dos nossos cem mil professores, temos trocado, anualmente, mil adventistas por mil sem comprometimento, por batismo, com nossa religião. Knight pergunta: “Como ter educação cristã sem professores cristãos?” “Como ter educação adventista sem professores adventistas?” Ensinar é um processo de encarnação. A Rede Profissional Adventista (APN) é uma iniciativa Não é apenas ensinar como somar números, mas como viver para monitorar a preparação dos futuros professores, e uma uma vida de fé e levar adiante a missão singular da educação ferramenta para recrutar professores e outros profissionais. adventista do sétimo dia. Cada adventista com no mínimo a formação superior, é A porcentagem de alunos adventistas está diminuindo; menos da metade das matrículas são de adventistas. Devemos convidado a preencher um cadastro simples no banco de dados da APN.adventist.org., uma tarefa de dez minutos. comemorar o fato como uma oportunidade evangelística! Essa é uma forma de nos ajudar a encontrar profissionais Mas as duas tendências estão decrescendo juntas. Alguns dizem que esses professores são mais atenciosos e dão melhor e apoiá-los a se desenvolver profissionalmente. Professores concentrados na missão derrubam paredes e quebram exemplo do que os professores adventistas. Eles podem até portões. Mas você pode nos ajudar a redobrar nossos esforter melhor preparo acadêmico e ser bons professores em sua ços para que a educação adventista cumpra seu propósito disciplina. Podem até se revelar bons cristãos que falam do apocalíptico singular. amor de Cristo a seus alunos. Mas como esses professores podem compartilhar a visão singular da educação adventista Liderança educacional sobre missão se eles mesmos não compartilham dela? Nossa quarta e última prioridade é fortalecer a liderança A proliferação expansiva da oferta de cursos – uma sopa de todo o alfabeto só em nível de pós-graduação, indo da Me- educacional. Diretores, presidentes de nossas faculdades e universidades e comissões administrativas têm a responsabidicina, Farmácia, doutorado em Teologia, título de PhD em lidade de supervisionar mais de oito mil escolas, faculdades e várias áreas – provocou a necessidade de empregar profesuniversidades em todo o mundo. Em uma pesquisa manual sores com especialidades. Mas não encontramos professores da Comissão Executiva da Associação Geral, em 2016, cerca adventistas suficientes para suprir a necessidade.

100.000

18

Adventist World | Fevereiro 2017


1.922.990 número de alunos que frequentam as escolas adventistas (do ensino elementar ao universitário)

Evangelizando as cidades por meio da educação

Finalmente, o papel da educação como um instrumento de missão para as grandes cidades não deve ser superestimado. Da população urbana mundial, aproximadamente 1,7 bilhão de pessoas vivem nas cidades. Três milhões delas são adventistas. Há nas cidades, 547 pessoas para cada adventista do sétimo dia.4 Se observarmos o mapa, existe uma correlação entre as instituições educacionais e um número de membros de 20 mil ou mais. Há duas características a serem observadas na distribuição demográfica dos membros. As maiores concentrações estão localizadas na costa, refletindo o trabalho pioneiro dos missionários que não chegaram de avião, mas em navios e estabeleceram o trabalho nas áreas costeiras. A igreja é forte onde a obra educacional foi estabelecida. O número de membros de 20 mil ou mais, é virtualmente um mapa do nosso sistema educacional. A educação provou ser uma base sólida sobre a qual a obra adventista do sétimo dia cresceu cada vez mais forte. Nos muitos lugares da Europa e na Janela 10/40 onde o número de membros está entre zero e 125, a educação adventista deveria ser considerada um instrumento importante para o trabalho nessas áreas desafiadoras. Assim fazendo, vão continuar a obra do Mestre dos mestres e cumprir a missão apocalíptica do adventismo para o mundo. n 1 George R. Knight, “Education for what? Thoughts on the purpose and identity of Adventist education,” The Journal of Adventist Education, (Out/Dez 2016), p. 6-12. 2 Ibid., p. 11, 12. 3 https://www.adventist.org/en/information/statistics/article/go/-/seventh-day-adventist-worldchurch-statistics-2015/ 4 Agradecemos a Jerry Chase, Rick McEdwards, David Trim, e ao Departamento de Arquivos, Estatística e Pesquisa, Silver Spring, MD, pelos dados, mapas e gráficos utilizados neste relatório.

de vinte por cento dos líderes são novos no cargo. Por essa razão, produzimos uma conferência de liderança para treinar os novos diretores para as responsabilidades da função. Em nível institucional, demonstrar responsabilidade e gerência efetiva requer processos e estruturas de decisão institucional robusta. Para esse fim, fornecemos assistência por meio de artigos de jornal, instruções às comissões administrativas pela conferência da Liderança Educacional Adventista da Associação Geral de 2016 (LAED) sobre educação, e dos retiros com as comissões administrativas. O preparo formal inclui cursos em nível superior para a liderança da igreja pela Universidade Andrews, Instituto Adventista Internacional de Estudos Avançados, e a Universidade Andrews da África que, neste ano, comemora seu décimo aniversário. Durante o ano passado, o manual do CIEM foi atualizado para fortalecer a educação ministerial e teológica. Estão programadas para 2017 conferências LEAD regionais em educação, mas é necessário fazer ainda mais para desenvolver liderança especialmente em nível de pré-escola/jardim da infância, ensinos fundamental e médio. F O T O S :

L A R R Y

B L A C K M E R

Lisa Beardsley-Hardy é diretora do Departamento de Educação na Sede Mundial da Associação Geral, em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos.

Elevando o Padrão

A seguir estão algumas recomendações que contribuirão significativamente para alcançar o ideal de Deus para sua escola. Faça dela um lugar que recebe com carinho genuino. Faça dela o lar que valoriza a história de cada membro, seja ele aluno, funcionário, professor ou administrador. Faça dela uma instituição educacional conhecida por sua criatividade e inovação. Faça dela um lugar onde a participação nasce do comprometimento espiritual e pessoal. –Do discurso de posse de Andrea Luxton, em 25 de outubro de 2016, como sexta presidente da Universidade Andrews, uma das principais instituições da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Fevereiro 2017 | Adventist World

19


E S P E C I A L

V

F O U N D R Y

C O M PA N Y

ivemos em um tempo de mudanças rápidas. A troca de informação em nossos dias era quase inimaginável em um passado recente. A educação cristã deve estar atenta à velocidade das mudanças, ser tão flexível quanto necessário nesse ambiente dinâmico, e firme como a rocha na manutenção dos seus princípios, que são tão bons para o nosso mundo como são para a eternidade de Deus.

O aumento do conhecimento

Aproximadamente 90% dos dados do mundo foram criados nos últimos dois anos. Em outras palavras, de todo o conhecimento que o ser humano tem sobre o Universo, só dez por cento existia há três anos.1 Segundo algumas estimativas, o conhecimento humano duplica a cada treze meses, o que significa que os diplomas dos mais altos níveis perdem sua relevância a uma velocidade cada vez maior.2 Na era moderna, a quantidade de dados disponíveis é surpreendente. Segundo estimativa, a cada 60 segundos são enviados 150 milhões de e-mails, os vídeos da Netflix são visualizados cerca de 70 mil horas, assistidos 2,78 milhões de vídeos no YouTube e enviados 347,222 tuítes.3

Alcançando

O que isso significa?

A extrema quantidade de informação disponível, e o volume impressionante de aumento de dados, provocam um tremendo impacto em nosso pensamento social e cultural. Como indivíduos, pode ser difícil perceber com que rapidez mudamos nossa maneira de pensar. Mas quando percebemos quão rápido a sociedade mudou, a importância dos dados e a velocidade dessa diferença são mais aparentes. Considere como o pensamento da sociedade mudou nos últimos anos. Só na última década, a cultura ocidental passou por várias fases, ou perspectivas, sobre várias questões. Mudanças históricas, inclusive da opinião coletiva da sociedade em relação ao casamento gay, racismo, política, educação superior, imigração, religião e outros assuntos.

20

Adam Fenner

Adventist World | Fevereiro 2017

o

mundo

Como o evangelho pode ir avante por meio da tecnologia A pergunta que os líderes de qualquer organização podem fazer é: como nos manter relevantes e ágeis para acompanhar o ritmo das mudanças próprias e as do mundo? Há muitas respostas potenciais a essa pergunta, mas se falharem em incluir um crescimento pessoal constante, exercerão pouca influência. Se o conhecimento do mundo está crescendo a um ritmo exponencial e impactando a sociedade diretamente, devemos estar constantemente atentos às mudanças mais significativas do conhecimento e como elas influenciam os que estão ao nosso redor. Nunca devemos parar de aprender. No momento em que nos sentimos confortáveis e deixamos de crescer em qualquer aspecto da nossa vida, corremos o risco de estagnar e nos tornar irrelevantes nessa área, em particular. Sem conhecer a quem estão servindo, ou como devem

servir, tanto indivíduos como as organizações eclesiásticas correm perigo de não suprir as necessidades daqueles a quem pretendem servir. O padrão bíblico

Segundo a Bíblia, a verdadeira capacidade de um profissional é sua ânsia de aperfeiçoamento contínuo. O incentivo bíblico para o aprendizado ao longo da vida, é inconfundível. Provérbios 1:5 declara: “Se o sábio lhes der ouvidos, aumentará seu conhecimento, e quem tem discernimento obterá orientação.”4 Falando diretamente aos ministros, 2 Pedro 1:8 declara: “Porque se essas qualidades existirem e estiveram crescendo em sua vida, elas impedirão que vocês, no pleno conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo, sejam inoperantes e improdutivos.” Em ambos os textos, a Bíblia fala da necessidade de se buscar,


A educação a distância pode comunicar rapidamente e com agilidade transpondo distâncias e barreiras organizacionais. constantemente, o conhecimento e o autoaperfeiçoamento. Ellen White expandiu esse princípio bíblico: “Os que são escolhidos por Deus para a obra do ministério [...] por todos os meios possíveis procurarão desenvolver-se em obreiros capazes.”5 Em outro comentário, ela deixou clara a questão da educação contínua para pastores: “O evangelho não é adequadamente ensinado nem representado [...] por (aqueles) que deixaram de ser estudantes.”6 E a igreja deve ajudá-los nesse empenho. Ela escreveu que, como ministros, “ao se mostrarem fervorosos em desenvolver os talentos a eles confiados, a igreja os deve ajudar judiciosamente.”7 Nossa igreja tem a responsabilidade de comunicar massivamente visão, estratégia, novas regras e novos procedimentos. Para operar em unidade e alcançar nossos alvos, devemos ser capazes de compartilhar com todos os nossos membros, nossa visão, estratégia política e os procedimentos necessários para realizar nossa missão. Os líderes de nossa igreja hoje têm a responsabilidade de formar novos líderes para o discipulado, apoiando novos métodos inovadores de ministério, e lidar criativamente com os novos desafios à medida que forem surgindo. Mais uma vez, tudo deve ser feito massivamente. Se falharmos em agir assim, não perceberemos todo o potencial de nossos membros para o avanço da grande comissão. Equipar massivamente os

novos pastores e discípulos com as habilidades de que necessitam para levar avante e eficazmente a grande comissão deve ser a prioridade máxima de nossa igreja. Com mais de 19 milhões de membros, localizados em centenas de países, utilizando dezenas de idiomas, devemos encontrar novas possibilidades de libertar nosso potencial inexplorado de maneiras mais eficazes. Em vez de operar de maneira restrita e limitada, não utilizando todas as ferramentas à nossa disposição, temos que colaborar, compartilhar e inovar constantemente, a fim de libertar o potencial total da nossa igreja. Tecnologia a distância

Utilizando a educação a distância, nossa igreja pode se comunicar rapidamente e com agilidade através de grandes distâncias e barreiras organizacionais. Independentemente da localização da pessoa, fase da vida ou habilidade de pagar pelos estudos, se desejam servir a Cristo, a igreja deve oferecer a eles os recursos e treinamento necessário para tanto. Por meio de cursos online gratuitos, nossa igreja pode comunicar sua visão e estratégia, formar novos líderes e equipar os membros para o ministério em massa com um investimento relativamente baixo. A Comunidade Adventista de Aprendizado da Divisão Norte Americana oferece mais de 60 cursos gratuitos para professores, pastores, administra-

dores, membros e todos os que buscam a Cristo. O conhecimento sobre Cristo e como servi-Lo por meio do ministério deve estar aberto e disponível a todos quantos desejarem. É por isso que a Comunidade Adventista de Aprendizado (CAA) oferece cursos gratuitos em serviço comunitário, como testemunhar com êxito para jovens adultos, e a filosofia adventista de educação. Ao construir um curso online e torná-lo disponível a qualquer pessoa que deseje cursá-lo, como organização da igreja, podemos replicar o sucesso por grandes distâncias e ultrapassar barreiras organizacionais. É tão possível compartilhar educação gratuita online para uma pessoa como para dez mil pessoas. Os recursos da CAA digital são altamente editáveis porque não existem na forma impressa. As atualizações e mudanças editoriais são feitas instantaneamente para o mundo inteiro e não requerem processo de impressão. Isso significa que assim que surgem novos progressos, a igreja pode responder com uma agilidade sem precedentes! Mais importante, a democratização dos recursos ministeriais por meio de cursos online abertos e gratuitos significa que qualquer pessoa que desejar servir ao Senhor pode fazê-lo com competência. O treinamento ministerial não mais está limitado a poucos privilegiados que podem desfrutar da oportunidade ao acesso. Agora esta pode ser a realidade para todos. n 1 https://www-01.ibm.com/software/data/bigdata/what-is-bigdata.html. 2 http://www.industrytap.com/knowledge-doubling-every-12months-soon-to-be-every-12-hours/3950. 3 http://www.visualcapitalist.com/what-happens-internetminute-2016/. 4 A não ser quando indicado, todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional. 5 Ellen G. White, Atos dos Apóstolos (Casa Publicadora Brasileira), p. 353. 6 Ellen G. White, Pastoral Ministry (Silver Spring, MD: General Conference Ministerial Assn., 1995), p. 48. 7 White, Atos dos Apóstolos, 353.

Adam Fenner é diretor da

Comunidade Adventista de Aprendizado (CAA), um serviço de educação a distância; e ensina História Geral online, para a Universidade Andrews.

Fevereiro 2017 | Adventist World

21


E S P Í R I T O

D E

P R O F E C I A

A

educação adventista tem um débito de gratidão aos conselhos de Ellen G. White. Imaginamos como seria entrevistá-la sobre esse assunto tão importante. – Os editores. Qual é o propósito da verdadeira educação?

A verdadeira educação significa mais do que a prossecução de um certo curso de estudos. Significa mais do que a preparação para a vida presente. Visa ao ser todo, e todo o período da existência possível ao homem. É o desenvolvimento harmônico das faculdades físicas, intelectuais e espirituais. Prepara o estudante para o prazer do serviço neste mundo, e para aquela alegria mais elevada por um serviço mais amplo no mundo vindouro […] A fim de compreendermos o que se acha envolvido na obra da educação, necessitamos considerar tanto a natureza do homem como o propósito de Deus ao criá-lo […] Quando Adão saiu das mãos do Criador, trazia em sua natureza física, intelectual e espiritual, a semelhança de seu Criador […]Houvesse ele permanecido fiel a Deus, e tudo isso teria sido seu para sempre. Através dos séculos infindáveis, ele teria continuado a obter novos tesouros do conhecimento […] Restaurar no homem a imagem de seu Autor, levá-lo de novo à perfeição em que fora criado, promover o desenvolvimento do corpo, do espírito e da alma para que se pudesse realizar o propósito divino da sua criação – tal deveria ser a obra da redenção. Esse é o objetivo da educação, o grande objetivo da vida. Como a senhora vê a relação entre a educação e a redenção?

Pelo pecado, o homem ficou separado de Deus. Não fosse o plano da redenção, a eterna separação de Deus e as trevas de uma noite infinda seriam sua sorte. Mediante o sacrifício do Salvador possibilitou-se nova comunhão com Deus. Não podemos, pessoalmente, chegar à Sua presença; em nossos pecados não podemos olhar a Sua face; mas podemos contemplá-Lo e com Ele ter comunhão em Jesus, o Salvador. […] E, ao mesmo tempo em que Cristo revela o Céu ao homem, a vida que Ele transmite abre o coração do homem ao Céu. No mais alto sentido, a obra da educação e da redenção são uma; pois, tanto na educação, como na redenção, “ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” […] Os grandes princípios de educação são imutáveis […] visto que são os princípios do caráter de Deus. Deve ser o primeiro esforço do professor e seu constante objetivo auxiliar o estudante a compreender esses princípios e entrar com Cristo naquela relação especial que fará daqueles princípios uma força diretriz na vida.

Ellen G. White

Educação

mais elevada

22

Adventist World | Fevereiro 2017

Uma revisão dos princípios fundamentais da educação adventista L A R R Y

B L A C K M E R


E a “Escola do Éden”? Quais eram os planos e expectativas de Deus?

O método de educação instituído ao princípio do mundo deveria ser para o homem o modelo durante todo o tempo subsequente. Como ilustração de seus princípios, foi estabelecida uma escola-modelo no Éden, o lar de nossos primeiros pais. O Jardim do Éden era a sala de aulas; a Natureza, o compêndio; o próprio Criador, o instrutor; e os pais da família humana, os alunos.

sistemáticas revoluções, o equilíbrio das espessas nuvens (Jó 37:16), os mistérios da luz e do som, do dia e da noite – tudo era objeto para estudo, aos alunos da primeira escola terrestre. Como os pais podem usar a natureza para ensinar seus pequenos?

Para a criancinha, ainda incapaz de aprender pela página impressa, ou tomar parte nos trabalhos de uma sala de aulas, a Natureza apresenta uma fonte infalível de instrução e deleite. O coração que ainda não se acha endurecido pelo contato com o mal, está pronto a reconhecer aquela Presença que permeia todas as coisas criadas. E para os mais velhos, que necessitam continuamente dessa silenciosa lembrança das coisas espirituais e eternas, as lições tiradas da Natureza não serão uma fonte inferior de prazer e instrução. Como os moradores do Éden aprendiam nas páginas da Natureza […] assim poderão os filhos de hoje aprender sobre Deus […] Tanto quanto possível, seja a criança, desde os mais tenros anos, colocada onde esse maravilhoso compêndio possa abrir-se diante dela. Que possa ela contemplar as cenas gloriosas desenhadas pelo Artista-mestre sobre a tela mutável dos céus; que se familiarize com as maravilhas da terra e do mar; que observe os mistérios que se vão revelando nas estações em contínua sucessão, e em todas as Suas obras aprenda acerca do Criador. De nenhuma outra maneira poderá o fundamento de uma verdadeira educação ser lançado tão firmemente, tão seguramente.

Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir, é o ideal de Deus para com Seus filhos. A santidade, ou seja, a semelhança com Deus, é o alvo a ser atingido. Criados para ser a “imagem e glória de Deus” (1Co 11:7), Adão e Eva tinham obtido prerrogativas que os faziam bem dignos de seu alto destino […] Todas as faculdades do espírito e da alma refletiam a glória do Criador. Favorecidos com elevados dotes espirituais e mentais, Adão e Eva foram feitos “um pouco menores do que os anjos” (Hb 2:7), para que não somente pudessem discernir as maravilhas do universo visível, mas também compreender as responsabilidades e obrigações […] Em Seu interesse em favor de Seus filhos, nosso Pai celestial dirigia pessoalmente sua educação. Muitas vezes eles eram visitados por Seus mensageiros, os santos anjos, e deles recebiam conselho e instrução. Outras vezes, caminhando pelo jardim com a fresca do dia, ouviam a voz de Deus, e face a face entretinham comunhão com o Eterno. Seus pensamentos em relação a eles eram “pensamentos de paz, e não de mal” (Jr 29:11). Todo o Seu propósito visava ao maior bem deles. Aos cuidados de Adão e Eva foi confiado o jardim […] Foi-lhes designada uma útil ocupação, como uma bênção, para fortalecer-lhes o corpo, expandir a mente e desenvolver o caráter. O livro da Natureza, que estendia suas lições vivas diante deles, era uma fonte inesgotável de instrução e deleite […] A glória de Deus nos céus, os incontáveis mundos nas suas

Mencione um conceito único que descreva a educação como a senhora a conhece.

Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir, é o ideal de Deus para com Seus filhos. A santidade, ou seja, a semelhança com Deus, é o alvo a ser atingido. n

Os adventistas dos sétimo dia acreditam que Ellen G. White (1827-1915) exerceu mais de 70 anos de ministério público. Este artigo foi extraído do seu livro Educação, p. 13-16; 28-30; 20, 21; 100, 101; 18.

Fevereiro 2017 | Adventist World

23


V I D A

A D V E N T I S T A

Q

uando servi como estudante missionário, em Pucallpa, Peru, fiquei impressionado com o modo como Deus pode usar tantas pessoas diferentes e de maneiras diferentes, para alcançar aqueles que necessitam ouvir a mensagem do evangelho. Por meio da Universidade Adventista Southern, tive a oportunidade de servir, em tempo integral, no evangelismo médico, educacional e espiritual, em uma clínica adventista sem fins lucrativos chamada Projeto AMOR, de setembro de 2015 a julho de 2016. Ali pude ver Deus agindo por meu intermédio e dos meus amigos. Um dos destaques do meu serviço missionário foi ajudar na campanha evangelística chamada Mil Vezes Mais, organizada pela União Peruana do Norte. Como resultado dessa série, mais de quatro mil pessoas entregaram a vida a Cristo e foram batizadas. Meses antes do início da campanha, nossos obreiros bíblicos e missionários começaram visitando casa por casa ensinando o povo sobre o estilo de vida saudável e estudando a Bíblia com os interessados. Eles também ofereceram tratamento médico gratuito. Uma semana antes do início oficial da campanha, fui o orador em uma semana de reavivamento para ajudar a motivar os adventistas a se envolverem no evangelismo que seria realizado em seguida. Quando as reuniões começaram, em várias igrejas de todo o distrito, as sementes que plantamos durante meses estavam prontas para serem colhidas. Dez pessoas de nosso distrito entregaram a vida a Deus, e muitas mais ficaram interessadas em iniciar os estudos bíblicos e se preparar para o batismo. Conheci Josué

Embora haja muitos testemunhos poderosos dessa campanha, a história do Josué Miyanaga é especialmente

24

Adventist World | Fevereiro 2017

Kyle Griffith e Albert Reyna

ABANDONADO MAS NÃO PORDeus Um estudante missionário, no Peru, vê Deus agindo interessante. Encontrei Josué pela primeira vez quando ele foi à nossa clínica para tratar de sua pressão alta. Como estudante dos primeiros anos de medicina e voluntário constante na clínica, verifiquei sua pressão arterial, que estava perigosamente alta. Vi muitos casos como o dele, naquele dia, mas Josué se destacou devido à sua condição extrema. Oferecemos a ele um tratamento contínuo que o levou a estudar a Bíblia e a entregar a vida a Cristo. O obreiro bíblico Albert Reyna, estudou a Bíblia com Josué e se tornou muito amigo dele. Veja, a seguir, o testemunho de Josué como relatado a Albert:


FAMÍLIA MIYANAGA: Josué Miyanaga e sua família. FAMÍLIA DO ORFANATO: Kyle Griffith posa com duas crianças do Orfanato Refugio de Esperanza, no Peru, onde ele e outros da clínica ofereciam cuidados médicos.

TEMPO EM FAMÍLIA: Albert Reyna e seu filho, Joel, passeando de bicicleta.

F O T O S :

C O R T E S I A

D O

A U T O R

A história de Josué

Uma vida transformada

Embora esteja em seus trinta e poucos anos de idade, Josué Miyanaga Sanchez, nascido em Pucallpa, Peru, luta com problemas de saúde. Ele também tem desafios familiares. Josué não conheceu seu pai que o abandonou quando ele ainda era bebê. A mãe o criou até os 8 anos de idade, mas sua saúde mental se deteriorou rapidamente e ela também o abandonou, para que lutasse sozinho pela sobrevivência. Sem saber o que fazer, Josué acabou em um orfanato chamado San Juan, no distrito de Yarinacocha, em Pucallpa, onde viveu por quase toda a sua infância. Ali ele também cursou o ensino fundamental e médio. Aos 16 anos, deixou o orfanato e se alistou no Exército Peruano. Ele treinou com determinação e, após cumprir seu período no exército, começou a trabalhar em uma companhia de segurança privada, onde está até hoje. Josué, então, conheceu uma mulher chamada Brígida, e começaram a viver juntos. Eles tiveram três lindos filhos. Quando a filha mais velha, Kasandra, tinha 15 anos, Brígida abandonou a família. Kasandra assumiu a responsabilidade de cuidar dos dois irmãos mais novos, Rayto e Kento, enquanto Josué trabalhava. Devido à carga do trabalho doméstico, Kasandra não conseguiu terminar nem o ensino fundamental. Mais tarde, ela saiu de casa e foi viver com o namorado. Além de estar criando os filhos, Josué ainda tenta ajudar a mãe dele, que vive nas ruas. No entanto ela não reconhece o filho e rejeita qualquer assistência que ele procura oferecer.

Essa era a situação de Josué quando foi à clínica adventista gratuita e começamos a tratar sua pressão extremamente alta. Josué fumava, um vício que não conseguia abandonar. Ele pediu ajuda, dizendo que desejava desesperadamente parar de fumar. Eu disse que, acima de tudo, ele precisava da ajuda de Deus. Josué começou a chorar. Naquele momento ele aceitou Jesus em seu coração e se inscreveu no curso bíblico. Após estudar a Bíblia por vários meses, e receber instrução sobre o estilo de vida saudável e o poder para deixar os maus hábitos por meio de Cristo, pudemos ver muitas mudanças positivas na vida de Josué. Na última noite da campanha evangelística Mil Vezes Mais, no dia 24 de junho de 2016, ele foi batizado na Igreja Adventista do Sétimo Dia. No entanto, a jornada de Josué havia apenas começado... Ele vai precisar de apoio contínuo e de oração para ter forças para enfrentar os seus muitos desafios e lutas. Mas tem sido incrível ver o que o Senhor já fez e está fazendo na vida de Josué, porque só Jesus pode aliviar a dor e apagar suas cicatrizes emocionais. Só Jesus pode dar a ele um futuro cheio de esperança e de vitórias. Nós também continuamos a orar por ele e por sua família. O Projeto AMOR é uma organização em Pucallpa, Peru, que funciona sem fins lucrativos. Para ler mais testemunhos, conhecer outros projetos em andamento e descobrir como você pode ajudar, visite a página www.actperu.org ou faça contato pelo e-mail kyle@actperu.org. n

Kyle Griffith é estudante de medicina na Universidade Adventista Southern. Albert Reyna instrutor bíblico, trabalhando atualmente com os Projetos AMOR. Fevereiro 2017 | Adventist World

25


R E S P O S T A S

A

P E R G U N T A S

B Í B L I C A S

O

Qual era o propósito da queima de incenso no santuário israelita?

doce aroma da

salvação

O incenso era queimado no tabernáculo, por várias razões. Como basicamente o incenso era um pó, era necessário fogo para liberar sua fragrância. O altar de incenso, localizado antes do véu que separava o lugar santo do santíssimo, era um local para queima de incenso. Media aproximadamente meio metro de largura, meio metro de profundidade e um metro de altura (Êx 30:1-10). Havia um chifre em cada um dos quatro cantos superiores, e, provavelmente, o incenso era queimado na superfície. 1. Razões práticas: Em todo o Oriente Próximo antigo o incenso era comum em contextos não religiosos. Por exemplo, os animais eram mantidos próximos em quase todas as casas e a queima de incenso dentro da casa servia para neutralizar alguns odores. O santuário era a residência de Deus entre os israelitas; a aspersão de sangue e a prática de matar animais para o sacrifício provavelmente resultavam em odores indesejáveis. O respeito pela divindade residente requeria o controle dessa poluição. Entre outras coisas, isso podia ser controlado queimando incenso no altar do lugar sagrado. No entanto, o texto bíblico não aborda explicitamente essa função prática, mas enfatiza o significado simbólico do ritual. 2. Sacrifícios diários: Todos os dias o sacerdote entrava no lugar santo para queimar incenso, quando ia “cuidar das lâmpadas” e outra vez quando ia “acendê-las ao entardecer” (Êx 30:7, 8)*. Não é especificada uma razão explícita para esse ritual, mas o contexto fornece algumas dicas para seu significado. O incenso usado no tabernáculo era feito pela receita que o Senhor deu a Moisés. Os israelitas não deviam usar aquela receita para fazer incenso para o uso pessoal (v. 34-38). Portanto, ele era “santíssimo” (v. 36). Temos aqui um produto que, por ser de origem divina e santa, podia funcionar como um meio de se aproximar do Senhor; ele ficava entre Deus e o sacerdote. Podia mediar a presença de Arão como representante do povo diante do Senhor. Quando queimava o incenso ele ficava mais perto do Senhor do que em qualquer serviço diário, porque atrás do véu, em frente ao qual estava o altar, estava a arca do concerto (Ex. 40:26).

26

Adventist World | Fevereiro 2017

Portanto, era natural que, na Bíblia, o incenso fosse associado à oração, uma maneira de ter acesso ao Senhor, como algo que torna a oração aceitável a Ele (Sl 141:2; Lc 1:10; Ap 5:8; 8:3). Os cristãos consideram o incenso como um símbolo dos méritos de Cristo, que torna suas orações e eles mesmos aceitáveis a Deus (Jo 16:23, 24). 3. Expressão da compaixão divina: O papel mediador do incenso alcança seu ápice durante o dia da expiação, quando, antes de entrar no lugar santíssimo do santuário, o sumo sacerdote toma o incensário e coloca nele brasas vivas para queimar o incenso (Lv 16:12, 13). Nesse caso, é revelado o significado do ritual: “A fumaça do incenso cobrirá a tampa que está acima das tábuas da aliança, a fim de que não morra” (verso 13). A glória de Deus era revelada na tampa da arca do concerto/testemunho; como tal ela era uma ameaça de morte para os seres humanos. Nesse caso, em particular, a nuvem de incenso tem duas funções principais: É o local onde o Senhor aparece “na nuvem, acima da tampa” (verso 2). Mas ela também envolve Arão, para protegê-lo da ira divina. O incenso atinge tanto a esfera divina como a humana, possibilitando o contato entre Deus e Seu servo em uma atmosfera de preservação da vida e do amor que torna possível para Arão servir ao Senhor. O simbolismo do ritual finalmente expressa a obra de Cristo. Ele é o incenso divino que viabiliza nosso contato com Deus, e ao mesmo tempo nos protege da ira do Senhor (cf. Ef 2:3, 4). Ele é o incenso divino, nosso mediador. Os que estão impregnados com o incenso salvador de Cristo também se tornam uma expressão do “aroma de Cristo entre os que estão sendo salvos” (2 Co 2:15). n *Todos os textos bíblicos foram extraídos da Nova Versão Internacional.

Ángel Manuel Rodríguez está aposentado e mora no Texas, após servir a Igreja como pastor, professor e teólogo.


E S T U D O

B Í B L I C O

Mark A. Finley

Certeza?

falsa esperança? ou

S

erá que podemos ter certeza da salvação? Podemos saber se estamos salvos, ou devemos viver em constante dúvida, questionando nossa permanência ao lado de Deus? O fato de termos certeza de que estamos salvos agora, garantirá nossa salvação para sempre? Se estamos salvos hoje, isso garante nossa salvação para sempre? Essas perguntas falam ao fundo do coração do cristianismo, e a Bíblia fornece sólidas respostas. Vamos explorar a mensagem das Escrituras sobre a certeza da salvação.

1 Leia a promessa de Deus sobre a salvação em 1 João 2:25. Você consegue pensar em alguma promessa maior do que esta? A promessa de vida eterna feita por Deus dá a cada crente a certeza de que a salvação está segura nEle.

2 Onde encontramos a vida eterna? Como podemos recebê-la? Estude, cuidadosamente, 1 João 5:11-13. Compare com João 3:16. A carta de João é muito simples para ser mal compreendida. “Quem tem o Filho tem a vida” (1Jo 5:12). Se aceitamos Jesus e entregamos nossa vida a Ele, o dom da vida eterna é nosso. João escreveu: “Escrevi essas coisas a vocês [...] para que saibam que têm a vida eterna” (v. 13). A vida eterna é um presente para nós, em Cristo. Se temos Cristo, temos esse presente.

3 Que certeza sobre nossa herança em Cristo é encontrada no Evangelho de João? Leia João 1:12. Quando recebemos Cristo, nos tornamos filhos e filhas de Deus, membros da família real do Céu. A escritura de propriedade da nossa herança gloriosa em Cristo, é nossa por toda a eternidade.

4 Como a Bíblia descreve o que Deus fez por nós, em Cristo, para que recebamos essa herança gloriosa? Leia Efésios 2:4-8.

B E N

W H I T E

5 Se já recebemos o dom da salvação, essa herança gloriosa, ela ainda pode ser perdida? Para responder, estude as seguintes passagens de Hebreus 2:3, 3:6, 12-14. O livro de Hebreus enfatiza a necessidade de continuarmos na graça que Cristo nos oferece gratuitamente. Sua instrução a cada crente é para não negligenciar “tão grande salvação”; para nos “apegar fielmente”; e ficar “firmes até o fim.” Deus respeita nossa liberdade de escolha. Nós não perdemos essa liberdade quando aceitamos o dom da vida eterna.

6 Uma vez que a pessoa recebe o dom da vida eterna, seu nome é escrito no livro da vida (Fp 4: 3). Esse nome pode ser apagado do livro de Deus devido às suas escolhas? Leia Apocalipse 3: 5. 7

Quando alguém recebe o dom da vida eterna, seu nome é escrito no livro da vida (Fp 4:3). Mas, esse nome pode ser apagado do livro de Deus devido às suas escolhas? Leia 2 Pedro 2:20-22 e 1 Coríntios 9:27. Pedro menciona as pessoas que “escaparam das contaminações do mundo” (2Pe 2:20). Obviamente, elas foram salvas pela graça, mas se distanciaram da grande salvação de Deus. Paulo orou fervorosamente para nunca se tornar “desqualificado”. No original grego, essa palavra significa rejeitado ou excluído. Os escritores da Bíblia nos advertiram a não aceitar a falsa ideia de que, uma vez que aceitamos a salvação, estamos salvos para sempre. Eles insistem que vivamos, dia após dia, na graça de Deus.

8 Que promessa tranquilizadora Jesus fez para que permaneçamos em Sua graça e mantenhamos a certeza da vida eterna? Leia João 10:27-30. Que conforto é saber que estamos seguros em Cristo! Porém, nunca estaremos seguros longe dEle. Com Jesus a vida eterna é certa; e esta é a boa notícia. n

Fevereiro 2017 | Adventist World

27


TROCA DE IDEIAS Visitar é algo que qualquer pessoa pode fazer. Falar sobre Deus vem como resultado de dedicar tempo para – Werner Prandstatter, Alemanha os outros. Adventist Laymen’s Services and Industries, que é a federação de profissionais liberais da América do Norte, e ASAP representa Advocates for Southeast Asians and the Persecuted (um ministério de ajuda à região sudeste da Ásia). – Os Editores

Cartas

com alguém: pessoas idosas, sozinhas e sem amigos. Essa é a religião pura! Sempre pensei que seria muito complicado fazer a vontade de Deus, mas agora descobri o caminho. Werner Prandstatter Alemanha

Religião pura

Esclarecimento é sempre apreciado

No artigo “ASI e a igreja se unem no ETM” (outubro de 2016) aparecem as siglas ETM, ASI, ASAP, e somente o ETM está escrito por extenso. Quanto ao restante, o leitor precisa adivinhar. Será que ASAP seria apoio sistemático aos pastores? E ASI seria Alunos Situados no Interior? Tais omissões deixam um pouco deficientes os artigos que poderiam ser interessantes. Erwin Wegner Canberra, Austrália Muito obrigado por nos lembrar de que nosso uso de jargões podem ser estranhos aos nossos leitores. ASI é a sigla de

OraçãoW

Sobre o “Testemunho de dois minutos” (outubro de 2016): Visitei, recentemente, uma amiga que estava um pouco triste. Ela disse que gostou da minha visita. Quando voltava para casa, pensei no seguinte texto: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1:27). Onde está escrito que devemos fazer curso bíblico com os órfãos e as viúvas, convidá-los para assistir sermões, ou para curá-los? Tudo isso pode ser o resultado de nossa visita a eles. Visitar é algo que qualquer pessoa pode fazer. Falar sobre Deus vem como resultado de dedicar tempo para os outros. Quase todo mundo tem contato

Alimento para os pensamentos

Sobre “O que Jesus disse ao ladrão” (outubro de 2016): ocorreu de eu ver outra explicação, e bem razoável, sobre as palavras de Cristo ao ladrão arrependido. No excelente artigo “A Ressurreição do Corpo e a Vida Eterna”, Stephen Perks observa que em Gênesis 2:17 Adão foi advertido de que, no dia em que comesse o fruto da árvore proibida, ele morreria. Mas ao continuarmos lendo os três capítulos seguintes, vemos que ele só morreu 900 anos mais tarde! Mas quando ele comeu o fruto proibido e como consequência, perdeu o acesso à árvore da vida, Perks argumenta, a morte já o tinha dominado! Da mesma forma, quando o ladrão reconheceu que Jesus era o Messias

GRATIDÃO

Ore por meu ex-namorado que sofre com depressão. Ele tem um bom coração, e quero que seja feliz. Andrea, Alemanha Necessito de ajuda financeira para cursar o ensino médio. Issah, Gana

28

Adventist World | Fevereiro 2017

Por favor, ore por minha amiga Ofélia. Seu esposo não a trata bem. Por favor, ore, também, para que ela encontre um emprego. Joan, Filipinas

Temos duas filhas que não podem cursar uma faculdade devido a problemas financeiros. Já está sendo difícil tomar três refeições ao dia, e agora fomos despejados de nossa casa. Estamos passando por um período muito difícil, mas glorificamos a Deus. Charles, Nigéria


O poder do perdão

Fui tocado por um artigo “Perdoando os assassinos” (agosto de 2016). O poder do perdão é tão profundo, tão intenso, que é uma pena que ele seja tão raro na sociedade ao nosso redor, e até mesmo na igreja! Jesus nos advertiu especificamente: se não perdoamos os outros, não podemos esperar que Ele nos perdoe. Que ideia solene! Beatrice Keya Amsterdam, Holanda

Como enviar cartas: letters@ adventist world.org. As cartas devem ser escritas com clareza, contendo, no máximo, 100 palavras. Inclua na carta o nome do artigo e a data da publicação. Coloque também seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. As cartas serão editadas por questão de espaço e clareza. Nem todas as cartas enviadas serão publicadas.

Por favor, ore em favor de nossa cidade. Ela não é segura. Pedimos, também, para que Deus nos ajude com um clima bom para o programa que iremos fazer. M irenge, República Democrática do Congo

H O R S T T I N N E S

prometido e ele um pecador, pode ser dito que naquele dia o Paraíso tomou conta dele. Embora ele não tenha ido para o Céu até o dia da ressurreição, ele se apoderou do Paraíso pelo exercício da fé, quando tudo ao redor parecia dizer o contrário. Perks não expressou apenas a visão bíblica da mortalidade, mas condenou o que chama de “canibalização de ideias pagãs”, para preencher as lacunas. Eu não apenas achei esse um bom material didático. Quando um amigo batista me perguntou sobre nossas crenças, transcrevi ambos os artigos e enviei para ele. Ele está lendo John Scott e Gordon Wenham sobre o assunto. Barry Gowland Reino Unido

Essa é Certo sábado,

eu estava cumprimentando os irmãos à entrada da igreja, quando uma garotinha com uma tiara de borboletas perguntou se podia ajudar. Respondi: “Claro!” Quando perguntei qual era sua idade, ela respondeu: “cinco”. Sugeri que ela segurasse os programas com a mão esquerda e cumprimentasse com a direita. Lá estava ela com a mãozinha estendida antes mesmo de as pessoas subirem as escadas. Ela adorou ser recepcionista e as pessoas amaram vê-la ali. Na outra semana pedi a ajuda de uma adolescente. Ela ficou feliz em ajudar. Assim que começou, puxou uma amiga e disse entusiasmada: “Ela pode ajudar também?” “Claro!” Logo chegou outra amiga, e elas a colocaram para trabalhar também. Uma abria a porta, a outra entregava o programa, e a outra cumprimentava. Cometi o engano de cumprimentar alguém, e fui lembrado que aquele era o trabalho delas. A idade dos jovens recepcionistas varia entre os cinco anos à adolescência, e inclui meninos e meninas. É nos primeiros anos que nossos jovens solidificam sua opinião sobre a igreja, e sobre o que acreditam ser a opinião da igreja sobre eles. Se estão ativamente envolvidos na igreja, se formam amigos para a vida dentro de nossa religião, é mais provável que reconheçam quanto eles são valiosos, amados e apreciados. Vamos dar responsabilidades às nossas crianças e jovens além do sorriso, um olá, um aperto de mão e um abraço. “Então disse Jesus: ‘Deixem vir a Mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos Céus pertence aos que são semelhantes a elas’” (Mt 19:14, NVI). – Richard Speight, Takoma Park, Maryland, Estados Unidos.

Sou casada há três anos, mas ainda não tenho filho. Por favor ore para que o Senhor me conceda a bênção de me tornar mãe. Sylvia, Papua-Nova Guiné

Oração & Gratidão: Envie seus pedidos de oração ou agradecimentos (gratidão por orações respondidas) para prayer@adventistworld.org. As participações devem ser curtas e concisas, de no máximo 50 palavras. Os textos poderão ser editados por questão de espaço e clareza. Nem todas as participações serão publicadas. Por favor, inclua seu nome e o nome do seu país. Os pedidos também podem ser enviados por fax para o número: 1-301-680-6638; ou por carta para Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600, EUA.

Fevereiro 2017 | Adventist World

29


TROCA DE IDEIAS

68

anos

Dormiu? Em 13 de fevereiro de 1949, a Clínica Adventista Miraflores abriu suas portas oficialmente, no subúrbio de Lima, Peru. Ela teve início como Clínica Boa Esperança, em outubro de 1946, quando a comissão da União Incaica votou alugar uma casa grande, em San Antonio, distrito de Miraflores, para a instituição de cinco leitos, sob a direção do Dr. C. R. Potts. Em março de 1948, a Clínica Boa Esperança foi transferida para o prédio que havia sido uma residência da embaixada alemã. O prédio foi comprado com 20 mil dólares da Associação Geral, 5 mil de empréstimo e uma pequena quantia dos recursos locais. Em 1948, o prédio foi reformado e adaptado para ser usado como hospital, e inaugurado oficialmente no dia 13 de fevereiro de 1949. Mais tarde, foi construído um anexo ao lado do prédio original para acomodar a cozinha, refeitório e duas guaritas. Em 1970, seu nome foi mudado para Clínica Adventista Miraflores. Atualmente, é um hospital com 90 leitos, de propriedade da Missão União Peruana e por ela administrado.

Número de línguas vivas no mundo Fonte: Smithsonian I M A G E M :

N A L I

W I K E

O sono profundo e ininterrupto é essencial para a saúde física, emocional e espiritual. A seguir, estão os melhores e os piores alimentos para produzir um sono restaurador. MELHORES n

limentos ricos em melatonina A (abacaxi, laranja, banana)

n

ebida quente (leite, chá de ervas B descafeinadas)

n

arboidratos com altos índices de C glicemia (arroz, bananas, granola)

n

L aticínios ricos em caseína (queijo cottage, iogurte grego)

PIORES n

Álcool

n

Alimentos fritos ou gordurosos

n

Cafeína (chocolate, café)

n

Alimentos muito condimentados

Fonte: MyFitnessPal.com I M A G E M :

30

Adventist World | Fevereiro 2017

F I L I P

K R U C H L I K

/

M A S S D R E A M


Feliz Aniversário,

“Eis que cedo venho…”

G e org!

Comissão Editorial Ted N. C. Wilson, presidente; Guillermo Biaggi, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Lisa Beardsley-Hardy; Williams Costa, Daniel R. Jackson; Peter Landless, Robert Lemon; Geoffrey Mbwana; G. T. Ng; Daisy Orion; Juan Prestol-Puesán; Ella Simmons; Artur Stele; Ray Wahlen; Karnik Doukmetzian, assessor legal.  Editor Administrativo e Editor-Chefe Bill Knott Gerente Internacional de Publicação Pyung Duk Chun

R

ET T

M E L I T I

Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão do Pacífico Norte-Asiático.

B

Georg Friedrich Händel, compositor do oratório O Messias, nasceu em Halle, Alemanha, no dia 23 de fevereiro de 1685. Seu pai queria que ele fosse advogado e, quando criança, Händel esperava seu pai ir dormir, para praticar seus instrumentos secretamente, no sótão. Aos onze anos, Händel foi para Berlim para se tornar músico profissional. Em 1741, decidiu escrever um oratório novo para um concerto beneficente, em Dublin. Trabalhou ardorosamente, muitas vezes deixando de comer ou dormir. Ele criou e escreveu o oratório O Messias, em 25 dias, o qual era composto de 50 peças separadas. Quando terminou, ele disse: “Acho que fui visitado por Deus.”

Nossa missão é exaltar a Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança.

Comissão Coordenadora da Adventist World Jairyong Lee, chair; Yutaka Inada, German Lust, Pyung Duk Chun, Suk Hee Han, Dong Jin Lyu Editores em Silver Spring, Maryland, EUA André Brink, Lael Caesar, Gerald A. Klingbeil (editores assistentes), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Wilona Karimabadi, Editores em Seul, Coreia do Sul Pyung Duk Chun, Jae Man Park, Hyo Jun Kim Gerente de Operações Merle Poirier Colaboradores Mark A. Finley, John M. Fowler

A

vantagem de permanecer magro Nosso estilo de vida moderno dificulta cada vez mais permanecermos magros e em forma. Tente as dicas a seguir, para permanecer física, emocional e espiritualmente saudável. n

A corde tranquilamente. Em vez de usar um despertador comum, use um que produza som ou luz, com intensidade gradual.

E vite os e-mails e eletrônicos até que a mente esteja desperta. nI gnore a balança. Não se desmoralize por pequenas variações de peso. nO uça ou leia algo para o devocional, todos os dias. nT ome o café da manhã. nE vite carboidratos pela manhã e se concentre nas proteínas. nR espire profundamente, dez inspirações profundas, três vezes ao dia. nC aminhe, caminhe, caminhe para prevenir o ganho de peso e aumentar n

Conselheiro E. Edward Zinke Administradora Financeira Kimberly Brown Assistente Administrativa Marvene Thorpe-Baptiste Comissão Administrativa Jairyong Lee, presidente; Bill Knott, secretário; Chun, Pyung Duk; Karnik Doukmetzian; Han, Suk Hee; Yutaka Inada; German Lust; Ray Wahlen; Ex-officio: Juan Prestol-Puesán; G. T. Ng; Ted N. C. Wilson Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Brett Meliti Consultores Ted N. C. Wilson, Juan Prestol-Puesán, G. T. Ng, Guillermo E. Biaggi, Mario Brito, Abner De Los Santos, Dan Jackson, Raafat A. Kamal, Michael F. Kaminskiy, Erton C. Köhler, Ezras Lakra, Jairyong Lee, Israel Leito, Thomas L. Lemon, Solomon Maphosa, Geoffrey G. Mbwana, Blasious M. Ruguri, Saw Samuel, Ella Simmons, Artur A. Stele, Glenn Townend, Elie Weick-Dido Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: worldeditor@gc.adventist.org Website: www.adventistworld.org Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia do Sul, Brasil, Argentina, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria, México e nos Estados Unidos.

V. 13, nº- 2

a agilidade mental. Fonte: Eatthis.com I M A G E M :

V I D M I R

R A I C

Fevereiro 2017 | Adventist World

31


With hundreds of series, features and exclusives to choose from, ARtv offers an ever-increasing collection of inspirational, short, on-demand videos from Adventist media outlets spanning the globe and up-and-coming Adventist filmmakers. This free new service also offers life-enriching original content to meet the spiritual needs of Adventists, while providing sharable videos which capture our passion for evangelism. ARtv is available on most devices, making it ideal for viewing on big screens at home, laptops, or on a mobile device for on-the-go watching and sharing with friends.

VISIT ARTV.ADVENTISTREVIEW.ORG


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.