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Rio Tejo | Estuário do Tejo

Rio Tejo | Estuário do Tejo

O Estuário do Tejo é a maior e a mais rica zona húmida portuguesa, em termos de aves aquáticas migradoras. No Inverno, juntam-se ali milhares de aves de várias espécies, como o alfaiate, o milherango, o ganso-comum, a piadeira, a garça-real, o flamingo e o colhereiro. Vindas principalmente do norte da Europa, descansam e alimentam-se, armazenando energia para o regresso. Na Primavera, espécies como a garça-imperial, o pernilongo, a perdiz-do-mar e a cegonha-branca vêm para se reproduzir nas margens e terrenos próximos. Outras, como o tartaranhão-ruivo-dos-pauis, o peneireiro-cinzento e o guarda-rios, vivem ali todo o ano. A corvina e o biqueirão desovam e passam a “infância” no estuário. O linguado e o robalo entram, ainda “bebés”, para crescer, beneficiando da comida e dos fundos baixos. Depois, vão para o mar enriquecendo-o em peixe. O sável, a savelha, a enguia, a lampreia, a lampreia-de-rio e a tainha-fataça usam-no na rota migratória. É ainda local de alimentação para peixes marinhos, como o rodovalho, o carapau e a raia. O estuário é também muito rico noutros seres. Minhocas, moluscos de concha e crustáceos, como o camarão- -mouro, vivem na lama. Alimentam-se do material produzido pela vegetação de sapal, algas e micro-algas, sendo por sua vez alimento de aves na maré-vazia e de peixes na maré-cheia. A lontra também gosta de ali se alimentar de peixe ou caranguejos. Os sapais do estuário não têm sapos. São zonas de lamas que ora ficam submersas ou a descoberto e onde vivem plantas adaptadas à salinidade, caso da morraça (spartina marítima) e das gramatas (Halimione portulacoides, Sarcocornia sp.). Além de fornecerem “comida” aos outros seres vivos, os sapais ajudam a “despoluir” as águas.

O Estuário do Tejo tem diversos habitats que são necessários proteger. Por isso, é considerado desde 1979, área protegida pelo ICN B Instituto Conservação da Natureza e da Biodiversidade, pertence ao Sítio de Interesse Comunitário – Rede Natura 2000, à Lista de Sítios da Convenção de Ramsar, à Zona de Protecção Especial para Aves Selvagens, e ainda faz parte da rede de reservas biogenéticas do Conselho da Europa.

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