Design em paisagens urbanas: estudo de caso Goiânia

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DESIGN EM

PAISAGENS URBANAS

Joaquim & José Ademilson

PAISAGEM URBANA

CONSIDERAÇÕES INICIAIS P

O objetivo primário desta pesquisa é compreender o funcionamento dos parques urbanos em Goiânia e evidenciar como a incorporação de construções arquitetônicas e produtos de design na paisagem influenciam nos comportamentos sociais existentes nestes ambientes.

U R B A N A S

A I S A G E N S

PAISAGENS URBANAS

O PROJETO DE GOIÂNIA

A capital do estado de Goiás teve seu plano original idealizado pelo urbanista Atílio Corrêia Lima, o qual foi nomeado ao cargo em seis de Julho de 1933, por Pedro

Ludovico Teixeira.

Muito influenciado pela concepção das cidades-jardins

Goiânia foi planejada com a intenção de comportar um grande número de áreas verdes.

AS ÁREAS VERDES DE GOIÂNIA

Essas áreas virão em forma de reservas ecológicas, praças e parques;

Além de possuir um caráter social vem provocar o contato do

homem com o verde, com a natureza, seria a percepção ambiental;

Até o ano de 2016, a capital goiana contava com 191 parques, bosques e áreas de conservação, que apresentam os mais diversos tamanhos e configurações (AMMA, 2016).

PAISAGENS URBANAS

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HISTÓRIA DOS PARQUES

Em relação a origem dos parques, existem grandes mudanças e adequações na história, todavia remonta aos contextos de praças no Renascimento. A partir da Revolução Industrial, onde as cidades irão crescer rapidamente e então surgirá o urbanismo inserindo essas configurações como espaço de lazer dentro das cidades.

FUNÇÕES DOS PARQUES URBANOS PAISAGENS URBANAS

Parques urbanos exercem funções sociais e ecológicas na cidade e desempenham um papel fundamental na composição da paisagem urbana, é importante conhecer as particularidades dos mesmos.

Lima (1994) conceitua os parques urbanos como sendo áreas verdes, com função ecológica, estética e de lazer, mas com uma extensão maior que as praças e os jardins públicos (SILVA,p. 398)

No que tange aos usos dos parques o autor aborda o pensamento de Lynch (1960) ressaltando que no planejamento pode até ser previsível mas na prática é é não controlável.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A PAISAGEM

I S A G E N S U R B A N A S

Entender os conceitos sobre a paisagem segundo os autor é fundamental pois remonta a noção de espaço urbano e a noção de ambiente.

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Na concepção de Castro (2002) paisagem é o resultado das representações do imaginário social, com valores simbólicos intrínsecos e se apresenta; Boullón (2002, p.120) afirma que esta conexão

“estabelece uma dependência do objeto em relação ao sujeito porque, definitivamente, é este quem determina, mediante seu próprio juízo, se o objeto possui ou não qualidade estética”.

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De acordo com Danna e Matos (2006) o método da observação é caracterizado por ser sistemático e objetivo, desta forma, deve ser planejado e conduzido em função de um objetivo previamente definido (SILVA, 2017, p.400).

MÉTODO: OBSERVAÇÃO E WALKTHROUGH

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MÉTODO: OBSERVAÇÃO E WALKTHROUGH

Associado à técnica de observação, foi aplicado o walkthrough, método que observa os caminhos direta e presencialmente. Este procedimento é útil para identificação de problemas e também de aspectos positivos em um determinado ambiente, seja ele um edifício ou um espaço urbano (RHEINGANTZ, 2009 apud SILVA, 2017, p.400).

Para realização desta análise que envolve os parques localizados na cidade de Goiânia, foram estabelecidos como estudo de caso o

Parque Municipal Flamboyant e o Bosque dos Buritis. A coleta de dados ocorreu entre Setembro de 2016 e Junho de 2017, somando aproximadamente 120 horas de observação nos parques.

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WALKTHROUGH BOSQUE DOS BURITIS

Walkthrough Bosque dos Buritis

Inicialmente denominado de Parque dos Buritis, o Bosque dos Buritis foi previsto no plano original desenvolvido por Attílio Corrêa Lima com uma área aproximada de quarenta hectares, e aprovado em Julho de 1938 pelo decreto número 90-A.

O Bosque se localiza no Setor Oeste de Goiânia, entre a Alameda dos Buritis, Rua 01 e Rua 29.

Atualmente, o parque conta em sua estrutura física, com sistemas de caminhos e trilhas, lagos e circuitos de águas, monumentos, gramados, bosques, edificações e equipamentos urbanos;

Nas dependências do Bosque são desenvolvidas atividades relacionadas ao lazer contemplativo, atividades culturais, encontros ocasionais ou programados, exercícios físicos, piqueniques e outras inúmeras atividades

ocasionadas pela criatividade dos usuários (SILVA, 2017, p.400).

Quanto aos seus usuários, pode-se observar que são pessoas das mais diversas idades, variando entre trabalhadores, estudantes, moradores do entorno e transeuntes. É possível verificar maior público aos finais de semana, quando o parque recebe moradores de outras regiões.

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E N S U R B A N A S

Walkthrough Bosque dos Buritis

Além disso, nota-se o fluxo de usuários do Centro Livre de Artes, que oferece cursos de pintura, música, artesanato e etc. ditando o ritmo do funcionamento.

Toda margem do bosque é cercada, o que permite que o parque tenha um período de visitação controlado.

Enquanto isso as trilhas mal iluminadas e a grande massa de vegetação adensada corroboram para o surgimento de usos desvirtuados como consumo de drogas e prostituição.

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WALKTHROUGH BOSQUE DOS BURITIS

O entorno do Bosque dos Buritis conta com edificações diversificadas, variando entre espaços de justiça, como o

Fórum e a Assembleia Legislativa do Estado de Goiás e condomínios verticais, igrejas, colégios além de alguns pontos de comércio formal, como restaurantes e lanchonetes.

WALKTHROUGH

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PARQUE FLAMBOYANT

Walkthrough Parque Flamboyant

Diferentemente do Bosque dos Buritis, o Parque Municipal Flamboyant não foi previsto no plano original da capital. De acordo com relatório elaborado pelo

CAU-GO em parceria com a AMMA, (2013), ele foi criado em 22 de setembro de 1950, no decreto número 18.

No período de 2007 a 2010 ficou visível o aquecimento do mercado imobiliário na região, ocasionando verticalização.

A grande maioria dos condomínios verticais localizados na região é de uso residencial de médio e alto padrão.

O Parque Flamboyant não apresenta nenhum delimitador de espaço como muro ou cerca; possuindo uma única edificação existente que é o centro de gestão.

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Walkthrough Bosque dos Buritis

Nota-se que o público se apropria do espaço livre para realização de ‘microeventos’como piqueniques e festas, bem como para realização de aulas de ginástica ao ar livre e práticas de atividades físicas no geral.

Assim como no bosque dos buritis, existem casos de indivíduos que adentram a área de reserva ambiental para fazer consumo de drogas, todavia em grau inferior a este.

o comércio irregular se apropria da área do parque para vender lanches, doces e serviços como passeios de triciclo ou massagens.

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PAISAGENS URBANAS

Os parques urbanos contemporâneos desencadeiam comportamentos variados nas pessoas, servindo de refúgio da vida citadina acelerada, reintegrando o cidadão com a natureza.

(MELAZO, 2005 APUD SILVA, 2017)

ENTRE O DESIGN E A ARQUITETURA P

Os parques atuam como ambientes que amenizam os problemas ecológicos da metrópole, além de melhorarem as tensões sociais, pois propiciam um espaço de aproximação do ser humano com a natureza.

O espaço urbano está ligado ao seu uso enquanto o ambiente está ligado à sua atmosfera. O espaço urbano está associado à materialidade e, por conseguinte, à arquitetura, enquanto o ambiente está associado à imaterialidade e por sua vez ligado ao design. (DE MORAES, 2008, apud SILVA, 2017). É imprescindível que os parques atendam à ambos aspectos, para que seu usos sejam equilibrados, Aspecto físico X psicológico.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

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CONSIDERAÇÕES FINAIS PAISAGENS URBANAS

Ao relacionar os dois parques é possível diagnosticar que tanto o Bosque dos Buritis quanto o Parque Flamboyant apresentam comportamentos diversificados, sobretudo quando observamos a localidade em que estes eventos ocorrem.

Entretanto, também é possível notar que, por conter uma maior área de vegetação adensada, o Bosque dos Buritis concentra estes comportamentos nas margens dos caminhos ou trilhas enquanto que o Parque Flamboyant propicia a ocorrência de atividades relacionada a piqueniques e comemorações por abranger amplas áreas de gramado e descampados.

Compreende-se então que os parques são espaços de lazer fundamentais para a cidade, onde o design arquitetônico influencia diretamente na apropriação pelos seus usuários para atividades diversas, além de condicionar o favorecimento de um microclima mais agradável e acrescentar a paisagem do espaço urbano.

REFERÊNCIAS P A I S A G E N S U R B A N A S

SILVA, Mateus L. Design em paisagens urbanas: estudo de Influências entre Design e Arquitetura

contextualizados em Parques de Goiânia. In I

SEPAS - I Seminário da Paisagem Urbana e Sustentabilidade. Pág. 396-408. Universidade

Federal de Goiás, 2017.

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