Como lidar com crise de criança?

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Se tem uma coisa que tira qualquer cuidador do prumo, seja mãe, pai, educador ou professor, são os chiliques, birras ou “pitis” que as crianças podem dar.

Com inúmeros fatores que podem ocasionar esses acessos de choros, gritos e até mesmo comportamentos agressivos, é essencial que o responsável por esse pequeno assuma uma postura de segurança e respeito às emoções, trazendo a criança gradativamente de volta à realidade.

Aí vão algumas orientações de ouro que as psicólogas do Lar Hermínia Scheleder compilaram para te ajudar a aplicar nesses momentos, onde é muito fácil se deixar levar pela emoção e insegurança.

As estratégias estão divididas em aspectos físicos, verbais e cognitivos.

Aspectos físicos Afaste-se de lugares com outras pessoas Quanto menos estímulo ou intervenção de várias pessoas no ambiente, mais fácil o retorno do equilíbrio emocional da criança/adolescente.

Crie uma sinergia corporal e vá diminuindo sua postura Induza a criança a ficar calma de modo que isso diminua o ritmo da crise, você é o porta-voz da tranquilidade, então desacelere; seja ágil, mas não agitado.

Olhe nos olhos e respire com ela Durante esse processo, procure fazer contato visual com a criança. Foque nas respirações da criança e na sua.

Inspire e expire, e vá lentamente diminuindo o seu ritmo.

Eventualmente, puxe o ar mais profundamente para ela notar a respiração dela ao ver você fazendo o mesmo.

Afaste-se de elementos perigosos Em pleno descontrole, é importante tirar a criança de qualquer lugar ou artefatos perigosos, como objetos cortantes, janela, varanda e escadas. Quanto menos risco, menor a chance de se machucar voluntariamente.

Localize-a geograficamente Às vezes perdemos o senso de realidade quando estamos agitados. É importante lembrar a criança de onde ela está para trazer uma sensação amistosa de familiaridade.

Aspectos cognitivos Não queira explicar a lógica dos fatos Evite filosofar. Durante uma crise, provavelmente a criança não está concatenando ideias profundas; sua mente está presa a uma lógica de luta-fuga, simplista e pouco clara.

Não crie contrariedades e não critique Não confronte a criança dando lições de moral – tática preferida dos moralistas. Nessas horas ninguém não precisa de mais pressão, culpa ou sentimento de inferioridade. Seja amistoso e apoie os pontos dela.

Ofereça apoio emocional e aconchego Verbalize tudo o que simboliza “estou aqui do seu lado”, “vamos enfrentar isso juntos”, “estou por perto se precisar”.

Aspectos verbais Fale baixo Procure falar baixo para que a criança precise se esforçar a ouvir você. Não sussurre, pois isso é irritante. Apenas vá gradualmente diminuindo o tom de voz para mais grave e doce. Se puder sorrir levemente, isso ajuda.

Chame pelo nome Repetir o nome de alguém em crise traz a sensação de personalização, lembra quem ela é, afinal, nosso nome é o código mais primitivo que reconhecemos.

Evite dizer “fique calmo” Na maior parte das vezes você diz isso para si, que também ficou desesperado. Para quem está agitado, soa como se a pessoa fosse incapaz de lidar consigo mesma.

Ainda que seja verdade naquele momento, não ajuda a acalmar. Portanto, você precisa respirar e ficar calmo.

Traga para o presente com frases curtas A comunicação precisa ser mais básica. Frases curtas e diretas ajudam o cérebro a decodificar melhor, já que está operando em baixa rotação.

Faça perguntas simples do tipo sim ou não Se quer saber algo, não faça perguntas reflexivas ou complexas, apenas questões diretas que possam ser respondidas só com a cabeça. E não bombardeie; dê um tempo entre elas.

Conecte com objetos concretos Se for um algo perigoso evite, mas se remeter à afetuosidade, até mesmo um animal de estimação, brinquedos macios no qual ela se agarre. Isso ajuda a transferir a sensação emocional ruim para o objeto.