Passe a Folha - Edição 59 - 4 de novembro de 2020

Page 1

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 4 de novembro de 2020 . ANO 19 . N. 59

Os sete candidatos à prefeitura de Chapecó no primeiro debate da campanha, realizado pelo Grupo Condá. Foto: Reprodução/ClicRDC

ELEIÇÕES 2020: CHAPECÓ TERÁ PÁREO QUENTE

(PAG. 4)

A 11 dias das eleições municipais, adiadas quem não tem muitas chances de ganhar. No migração e as políticas públicas para esta popela pandemia de Covid-19 para o 15 de entanto, sente-se a falta de discussões sobre pulação. Água e Saneamento seguem sendo novembro, o cenário é interessante até para temas importantes, como o crescimento da os assuntos mais discutidos.

A RAINHA VOLTOU

O ESTÁDIO QUE VIROU ARENA

DELÍRIO COLETIVO

Depois de votar no dia 15, você pode maratonar a quarta temporada de 'The Crown" na Netflix. (PAG. 6)

Fizemos a retrospectiva do crescimento da hoje Arena Condá, a casa da Chapecoense. (PAG. 8)

Nosso editorial fala sobre a falta de comportamento, cidadania e empatia da população frente à pandemia de Covid-19. (PAG. 2)

Foto: Reprodução/Netflix/RadioTimes

Foto: Reprodução/Chapecoense

Foto: Reprodução/Barriga Verde Notícias


2 Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

EDITORIAL

Chapecó, 4 de novembro de 2020 . ANO 19. N. 59

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

O DELÍRIO COLETIVO Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

Por Stefania Martinelli

A

parentemente, não só em Chapecó, bem como em grande parte do país, a pandemia de coronavírus não passou de um grande delírio coletivo. Os centros urbanos lotados. Dia quinto do mês e a avenida Getúlio Vargas, em Chapecó, abarrotada de indivíduos amontoados, aglomerados. A máscara aparece como um elemento meramente ilustrativo, um adorno, acessório para se usar – no queixo. Nos resta pensar que no imaginário da população apenas não há mais nada com o que se preocupar. O vírus não deixou de circular, as notícias sobre o constante aumento de casos, de mortes, muito menos pararam de ser veiculadas. Para alguns, um otimismo exacerbado, para outros, simplesmente alienados com uma autoconfiança ignorante. O fato é: a situação não é nada boa. Chapecó

OPINIÃO

passou da marca de 50 mortes, entretanto, as vidas são reduzidas a quantitativos que mostram a verdadeira face do pensamento brasileiro. No município foram poucos os casos de mortes que chocaram a população. Os óbitos em grande maioria de idosos e que apresentavam outras doenças, serviram de alento à população que deixou de ter medo. Ficou visível também no restante do país: a lógica de desaceleração do contágio deu aos brasileiros a sensação de que tudo voltara ao normal. Falácia. Por mais de dois meses o Brasil viu mais de mil pessoas morrem por dia, vítimas desse terrível vírus. A covid-19 superou os óbitos por câncer, por doenças cardiovasculares, mas ainda assim, o cenário favorável de uma estabilidade e a desaceleração do ritmo frenético de diagnósticos positivos resultou em afrouxamento. A verdade é que jamais levamos a doença realmente a sério. Ao menos boa parte da população, principalmente, do presidente e seus apoiadores. Se a pandemia não foi levada a sério nem mesmo enquanto esses números

chocantes apareciam a todo momento nas telas de nossos celulares, computadores, televisão, tablets e afins, não era de se esperar que com os números "melhorando" seriam tomadas atitudes mais drásticas. Mas sim, deveriam ter sido. Infelizmente nos admiraria uma postura diferente da qual está sendo tomada. Mesmo nos melhores cenários a conclusão, verificação e de fato o processo de vacinação em massa da população só será uma realidade no próximo ano. Enquanto isso o Brasil segue mostrando números que se destacam negativamente quando comparado ao restante do mundo. A conjuntura começa a se mostrar positiva, mas não podemos tratar a pandemia como devaneios, uma alucinação do coletivo, que já passou. Ela ainda está aqui, contaminando, se disseminando, matando. Apesar do que se demonstra, a vida ainda não voltou ao normal. Sobre se tomar consciência: antes tarde, do que nunca. É preciso ter um pouco mais de racionalidade e cientificidade, se iludir com a melhora é apenas um placebo.

EXPEDIENTE

JOANINHAS

Por Briann Ziarescki Hoje precisei ir em um armarinho. Sim, aquele empório repleto de produtos para crochê, tricô, patchwork, bordado, biscuit, scrapbook, pintura e muito mais. Como um estranho no ninho, me encaminhei até onde supostamente estaria o motivo de eu estar ali: alfinetes de segurança. Como esperado, precisei de ajuda para os encontrar. “Senhora onde estão os alfinetes de segurança?”, perguntei envergonhado. “Onde estão o que?”, indagou a sorridente e confusa atendente por detrás de seus

óculos enormes. Após uma explicação razoável e uma mímica estranhamente funcional, a resposta veio surpreendente: “Ah! Você quer dizer joaninhas”, disse risonha. Sim, joaninhas. Em um lugar inesperado, aprendo uma nova expressão idiomática. Nesse país continental, precisou de uma necessidade inusual, aliada à simpatia de uma estranha para que joaninha ganhasse um novo significado em minha vida. Paguei por uma mera caixa de alfinetes, ganhei uma história para contar.

SOU OBRIGADO A TER EMPATIA? Por Fernando Bortoluzzi “Eu não tenho medo de morrer. Você tem?” Esse foi o questionamento que recebi de uma moça, quando conversávamos sobre o uso de máscaras. Parece algo impossível, mas, pelo que pôde ser observado nas ruas de Chapecó no último domingo (29), a pandemia chegou ao fim. Pequenas aglomerações ao longo da Av. Getúlio Vargas, pessoas caminhando

próximas às mesas cheias dos estabelecimentos, muitas delas sem máscaras. Na mente destas pessoas, certamente há a afirmação de que já pegaram o vírus, ou que não sofreriam caso contraíssem. Máscaras no queixo e olho no umbigo, sem pensar naqueles que estão expostos e ainda podem acabar se tornando um os óbitos registrados, agora rotineiramente.

Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó Reitor: Cláudio Alcides Jackoski Pró-reitora de Graduação e Vice-Reitora: Silvana Muraro Wildner Pró-reitor de Pesquisa, Extensão, Inovação e Pós-Graduação: Leonel Piovezana Pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento: Marcio da Paixão Rodrigues Pró-reitor de Administração: José Alexandre de Toni Servidão Anjo da Guarda, nº 295-D, Bairro Efapi - CEP 89809-900 www.unochapeco.edu.br Telefone: (49) 33218002 jornalismo@unochapeco.edu.br instagram.com/jornalismounochapeco Jornal Laboratório do curso de Jornalismo da Unochapecó elaborado no componente curricular de Planejamento Gráfico em Jornalismo Professor responsável: Alexsandro Stumpf Editor: Angélica Lüersen Redação e diagramação: André Felipe de Lazzari, Briann Ziarescki Moreira, Fernando Bortoluzzi Oroski, Stefania Martinelli e Gustavo Oliveira de Azevedo Projeto gráfico: Ana Laura Baldo, Laura Fiori, Mirella Schuch e Natália Souza


Chapecó, 4 de novembro de 2020 . ANO 19. N. 59

3 Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

FRITOS

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

Por Briann Ziarescki Foto: Bruno Kelly / Amazonia Real

Acordei suado. Na verdade acordar é uma palavra forte para quem mal dormiu devido ao intenso calor. O inverno acabou dando lugar a “refrescante” primavera, que após quase duas semanas já mostrou ao que veio. Temperaturas recordes em todas as regiões do país apenas denotam o que a ciência aponta a anos: o aquecimento global é real e está cada vez mais quente. O desmatamento é um dos mais famigerados vilões desse calorão todo e, mesmo assim,

APENAS OS CAES MERECEM O CÉU Por Fernando Bortoluzzi Foto: Lalo de Almeida / Folhapress

houve crescimento de 34% da matança desenfreada na Amazônia brasileira. As intensas queimadas no Pantanal reduziram um dos mais belos biomas brasileiros a cinzas, sendo que a área queimada neste ano supera em 10 vezes a área de vegetação natural perdida em 18 anos. Sim, reclamar do calor é inevitável. Mas abra sua janela e veja a poluição dos automóveis e fábricas. O caldeirão já ferveu e talvez já seja tarde demais. Não foi por falta de aviso.

O Presidente Jair Bolsonaro sancionou hoje lei que garante punições mais graves para maus-tratos contra cães e gatos. O projeto estabelece pena de dois a cinco anos de reclusão para quem praticar atos de abuso, maus-tratos ou violência contra estes animais domésticos. Uma medida louvável aos amantes do populismo enquanto, logo abaixo do focinho do Presidente, o Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles continua a passar a boiada por cima das cinzas que restam de cerca 23% do Pantanal. Provavelmente, este é o mesmo número de medidas de proteção ambiental que ainda não foram rasgadas neste governo.

CRÔNICA Por André de Lazzari

MAIS LONGE, MAS MAIS PERTO

A

palavra “distanciamento” se tornou parte do nosso vocabulário há sete meses atrás de forma muito rápida e impositiva, e mesmo que muitos queiram ser apressados, ela ainda não deixou de ser, ao menos oficialmente, regra para prevenção do maior mal vivido pela humanidade em pouco mais de 100 anos. Não é só o Covid-19, mas ele misturado com a falta de empatia e “cetocol”, como minha mãe diria. A grande questão que nos leva até a ressignificar o que é distanciamento, é “o que é o verdadeiro distanciamento?”. Dois seres humanos podem estar muito distantes, mas ao mesmo tempo muito próximos, e sem precisar da tecnologia para tal feito. A conexão de espíritos e sentimentos de certas relações chega a parecer mágico, quando na verdade é a mais pura prova da força que a substância embriagante e eterna do amor tem. Tenho sentido isso em vários momentos com amigos que tenho em Minneapolis, no estado de Minnesota, norte dos

Estados Unidos, com os quais mantenho um relacionamento virtual já há seis anos. A pandemia, contudo, nos aproximou ainda mais, e nos fez progredir como nunca em nossas amizades. Progredi de tal forma que, quando os imagino ao meu lado, parece que eles de fato estão ao meu lado, e o subconsciente se torna tão real quanto o ar que respiro. Não é exagero, é amor. Amor que creio que foi reencontrado em muitos relacionamentos durante a contingência, mas também afastado em outros. Um bom exemplo de afastamento de indivíduos em relações foi o aumento no número de divórcios, e inclusive a expectativa de um “boom” de novas separações durante o próximo verão. Em Santa Catarina, por exemplo, segundo o Colégio Notarial do Brasil, os divórcios cresceram 28% nos meses de maio e junho de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019. Como falei na coluna da semana passada, tem gente que não está mais se aguentando! Isso porque a pandemia revelou todos os erros cometidos anterior-

mente pelo casal, que agora, se vê encurralado nas mazelas de suas feridas, querendo lambê-las em vez de curá-las, procurando ajuda profissional e espiritual para tentar contornar a situação. Desistir sempre é o mais fácil, mas também é o menos recompensador. Por fim, quero terminar esta análise otimista, pensando que a reinvenção à força que muitos tiveram que ter em diversas áreas da vida os rendeu, entre outros benefícios, novos relacionamentos e maior cumplicidade com o próximo. Com certeza, a alegria que tenho em trabalhar com a equipe da NDTV, incluindo dois colegas de curso, não aconteceria fora do contexto da pandemia. O normal me levaria à outro lugar, a crise me levou o mais próximo possível de onde eu quero estar. E claro, entre uma ligação e outra, entre uma videoconferência e outra, creio que muitos revalorizaram suas relações de um modo urgente e necessário. Quem ainda não o fez, ainda tem tempo. Esta pandemia pode ser sua última chance!


4 Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

Chapecó, 4 de novembro de 2020 . ANO 19. N. 59

POLÍTICA Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

CTRL + C, CTRL + V Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

Por Fernando Bortoluzzi Foto: Reprodução / internet

O

Bolsonaro apresenta o programa Renda Cidadã, substituto do Bolsa Família

programa Renda Cidadã deve substituir o Bolsa Família como política econômica de transferência de renda. A informação é do líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), que diz que a reforma tributária pensada pela equipe econômica do Ministro Paulo Guedes, a qual inclui o programa, pode ser anunciada nesta semana. Ainda não há informações sobre o valor da nova política e como será financiada. A medida parece integrar um suposto o plano de despetização do Governo Federal realizado pela equipe do Presidente

Jair Bolsonaro. Apesar de até então não apresentar nenhuma diferença de seu antecessor, o Bolsa Família Turbinado pode ser uma continuidade para o pagamento de benefícios já distribuídos durante a pandemia. É possível que demore a surgir maiores detalhes sobre o Renda Cidadã. Após Bolsonaro dizer que Bolsonaro dizer que "até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil" (‘versão beta’ do programa, antes de se adequar à nova proposta de reforma tributária), o mercado reagiu mal frente a uma medida po-

pulista mirando as vésperas das próximas eleições. Antes do Renda Cidadã, o governo Bolsonaro já tentou colar algum trabalho do coleguinha de trás e só trocou o nome. Anunciado no início do mês, o programa Casa Verde e Amarela é o substituto do Minha Casa Minha Vida, também criado pelo governo Lula. Além de uma cópia com erros de semiótica (a casa é, na verdade, azul), o programa propõe medidas mais genéricas, mas com juros menores para o financiamento da casa própria para milhões de brasileiros.

O QUE VEREMOS NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS? Por Stefania Martinelli

N

esta última quarta-feira, 16, o clima em Chapecó esteve denso com o aguardo das definições no cenário político das eleições municipais. Alianças, coligações, posicionamentos, tudo era um grande mistério sem solução antes das convenções partidárias que ocorreram nesta semana. Não que no momento muitas articulações tenham ficado claras, Chapecó passa por um momento de tensão e ânimos inflamados com sete candidaturas anunciadas. A tendência para os próximos dias que antecedem 15 de novembro não é de calmaria e tranquilidade. O que vem por aí será uma verdadeira disputa de poder, como Chapecó há tempos não vivenciava. Um nome em específico salta aos olhos dos cidadãos chapecoenses e divide opiniões, João Rodrigues (PSD), ex-prefeito da cidade por dois mandatos e ex-deputado federal, traz consigo a polêmica para o cenário, e logo nos primeiros momentos da definição de sua candidatura, articulações estratégicas suspeitas começam a acontecer. O PSD com PP, PL, PSC, PROS, Republicanos e DEM coligaram para lançar a

candidatura de João Rodrigues, com Vilmar Agnoletto (PP), atual vereador, como vice. A coligação ainda negocia com outros partidos, devido às articulações políticas que envolveram o PSL e Patriota, e a qualquer momento novas alterações podem ser anunciadas. Uma movimentação inesperada do PSL trouxe mudanças repentinas para o cenário. O atual prefeito de Chapecó, Luciano Buligon, até então presidente do PSL no diretório do município, foi destituído do cargo. O partido deu como motivação do afastamento o "descumprimento de determinações partidárias". Entretanto, a estratégia não foi pensada com sutileza, ao passo que foi anunciada um dia antes da votação de impeachment do governador Carlos Moisés (PSL) na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, aprovada há pouco por 33 votos a 6. Até então o partido apoiava a candidatura de Leonardo Granzotto (Patriota), o menino de ouro da deputada federal bolsonarista, Caroline De Toni (PSL), teve sua candidatura majoritária anunciada com Vanuza Maggioni como vice. A coligação

entre os partidos foi destituída, deixando incertezas no ar enquanto as (in)definições das majoritárias de direita. "Chapecó acima de tudo" foi o nome escolhido pela coligação da direita no município, que exclui o Patriota, e deixa Granzotto seguir sua candidatura em "chapa pura". Após a união estratégica da direita, um movimento histórico acontece na esquerda progressista, para tentar desbancar João Rodrigues e polarizar as eleições deste ano: PSB, PT, PDT, PC do B, PV e Rede se uniram para lançar o nome do ex-deputado Federal, Cláudio Vignatti (PSB) na majoritária, com Pedro Uczai (PT) na vice. A coligação entre os partidos é inédita em Chapecó e enfrentará além de João Rodrigues, mais 5 majoritárias fechadas em chapa pura. Se as eleições serão mesmo polarizadas veremos nos próximos capítulos. Enquanto isso, fiquemos atentos para além de Vignatti e Rodrigues, nomes como Cleiton Fossá (MDB), Márcio Sander (PSDB), Luciane Stobe (PTB) e Antônio Campos (PSOL), surgem como alternativas que podem fazer esse jogo político se tornar inesperadamente interessante.


Chapecó, 4 de novembro de 2020 . ANO 19. N. 59

5 Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

POLÍTICA Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

PREFEITURA DE CHAPECÓ É CONDENADA EM AÇÃO COLETIVA DE SERVIDORES PÚBLICOS Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

Por Briann Ziarescki Moreira

A

Prefeitura Municipal de Chapecó foi condenada ao ressarcimento de verba remuneratória alusiva aos descontos indevidos realizados a mais de dois mil servidores públicos. A dedução promovida pelo Município a título de contribuição previdenciária, atingiu todos os funcionários que converteram o benefício da Licença-Prêmio em pecúnia no período entre 16 de abril de 2003 até 15 de março de 2016. Na representação do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Chapecó e Região (SITESPM-CHR), o escritório Martins de Quadros Advogados Associados entrou com ação contra o Município com o intuito de garantir que os direitos dos servidores fossem cumpridos. O processo teve início em 2008 e, devido a grande quantidade de ajuizamentos e irredutibilidade do Sistema Municipal de Previdência de Chapecó (SIMPREVI), se estendeu por 13 anos concluindo-se em fevereiro de 2017 e estando em fase de execução até outubro do corrente ano. Diante do exposto, o Tribunal julgou procedente o pedido e declarou inconstitucional os descontos, pois entendeu-se que o pagamento da Licença-Prêmio como indenização não gerou renda alguma ao trabalhador, o que torna inexistente a necessidade de tributação. A decisão ainda condenou o Município de Chapecó e o SIMPREVI a restituir os valores descontados indevidamente aos mais de dois mil servidores públicos.

INTRANSIGÊNCIA DA PREFEITURA MUNICIPAL

ça, momento em que foi calculado o valor de cada ressarcimento. Segundo o advogado Paulinho da Silva, que conduziu o processo juntamente com o advogado Sérgio Martins de Quadros, a chamada fase de liquidação de sentença foi de suma importância para que nenhum servidor fosse desamparado. “A verificação foi realizada de forma individual para cada servidor, independentemente de serem filiados ou não ao Sindicato da categoria, sendo calculado e atualizado o valor de cada desconto para que os mais de dois mil servidores fossem contemplados”, explica.

Para a professora Vânia Barcelos atual Presidenta do Sitespm-CHR, o processo poderia ter sido concluído de maneira muito mais rápida, caso o Município na figura do Simprevi se mostrasse mais suscetível ao acordo. “Nós (Sindicato) buscamos negociar a todo instante com o intuito de garantir que os direitos dos servidores fossem cumpridos rapidamente. Mas o Município se demonstrou irredutível a ponto de termos que em 2008 entrar com a ação coletiva em busca de justiça”, lamenta. Vânia ainda destaca o descaso demons- AQUI ESTÁ UMA DEMONSTRAÇÃO trado pelo Simprevi em continuar a realizar CLARA DE QUE O SINDICATO POSos descontos indevidos mesmo após o início SUI LEGITIMIDADE E FORÇA PARA do processo. “Somente nove anos depois de entrarmos com a ação, o Município deixou LUTAR PELOS DIREITOS COLETIVOS DA CATEGORIA de deduzir os valores dos servidores públicos. É um desconto que qualquer assessoria jurídica veria como indevido e, mesmo asPaulinho também ressalta a importânsim, demorou quase uma década de proces- cia que o Sindicato teve na busca pelos diso para que deixassem de realizar”, salienta. reitos dos servidores públicos de Chapecó. “Aqui está uma demonstração clara de que Sindicato possui legitimidade e força para REPASSE AOS SERVIDORES olutar pelos direitos coletivos da categoria”, e Assente na declaração da inconstitucio- complementa “com uma assessoria jurídica nalidade de se realizar o desconto previ- engajada e comprometida com o servidor denciário sobre os valores auferidos após a público, nós obtivemos essa grande vitória”. conversão da Licença-Prêmio em pecúnia, Após o depósito dos valores, caberá ao escoube ao escritório de advocacia Martins de critório em conjunto com o Sindicato realiQuadros ajuizar o cumprimento de senten- zar o repasse aos servidores.

Foto: Briann Ziarescki Moreira

Município deverá ressarcir mais de dois mil funcionários após realizar descontos indevidos


6 Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

CULTURA

Chapecó, 4 de novembro de 2020 . ANO 19. N. 59

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

Por Briann Ziarescki Moreira Foto: Divulgação

PARASITANDO

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

N

ão, esse texto não é sobre saúde ou um artigo sobre parasitologia. Apesar de ser um assunto extremamente importante (principalmente nos dias atuais), é necessário que no momento falemos sobre cinema. Mais precisamente sobre Parasita: filme sul-coreano que venceu em quatro categorias do Oscar 2020 e teve seu diretor, Bong Joon-Ho, consagrado na noite da maior premiação da indústria do cinema. O que torna a vitória de Parasita tão marcante na história do cinema, e quais os motivos que levaram o longa ao estrelato? Para entender melhor, é preciso olhar para atrás. A Academia possui em seu histórico uma quantidade enorme de más decisões, motivadas essencialmente pelo amplo conservadorismo que rege os votantes da premiação. Apenas onze filmes de língua estrangeira foram indicados à principal categoria da noite e nenhum havia vencido, pois geralmente essas produções ficam restritas a serem somente o melhor filme internacional. Mas o que se percebe, é que o “intocável” Oscar de língua inglesa, foi sofrendo mudanças drásticas nos últimos anos, sendo marcada pela “invasão mexicana” dos diretores Alejandro González Iñarritu, Guillermo Del Toro e Alfonso Cuarón na premiação, conquistando juntos 11 prêmios. Há quem diga que a premiação se tornou

política. A verdade é que o cinema sempre foi e será um ato político. Desde a genial sátira de Charlie Chaplin em O Grande Ditador de 1940 em plena ascensão do nazismo, passando por Platoon, dirigido por Oliver Stone em 1986, sendo uma crítica ferrenha a Guerra do Vietnã, até a aclamação de Parasita na cerimônia deste ano. Sim, a vitória do longa sul-coreano é um ato político. É um posicionamento contra o conservadorismo norte-americano, liderado pelo próprio presidente da nação Donald Trump. Em um país onde estrangeiros estão enfrentando cada vez mais dificuldades ao tentar alcançar o “sonho americano”, a vitória de Parasita representa a esperança de mudanças. O próprio filme é uma crítica ao sistema vigente. O enredo aponta as falhas que o capitalismo possui, denunciando os grandes contrastes que existem na sociedade. O diretor Bong Joon-Ho, passeia dentre os mais diversos gêneros com o intuito de abrir os olhos do público para a questão central que o longa traz: quem são os parasitas? Por definição, parasita significa em termos biológicos: organismo que vive de ou em um outro organismo, obtendo assim sua sobrevivência. Rapidamente somos levados a crer que a família de baixa renda são os “parasitas” do longa, pois para sobreviverem dependem totalmente da família

de classe alta. Mas Bong ao longo do filme subverte essa noção. Ao olharmos o outro significado da palavra parasita, vemos que a mesma é utilizada como termo pejorativo, descrevendo indivíduos que vivem às custas alheias por pura exploração ou preguiça. Quem são os explorados do filme? Quem vive às custas de quem? A pergunta não é propriamente respondida, sendo deixada para a interpretação do público. Mas o diretor deixa pistas sobre o verdadeiro “vilão” do filme. Em um diálogo entre pai e filho, que após perderem tudo, estão desalojados e desamparados. O filho então pergunta para seu pai qual o segredo para se obter realizações na vida. O pai por sua vez, lhe confidencia que o segredo era não sonhar nunca, evitando assim futuras decepções. O pai estava sendo pessimista? Ou ele simplesmente estava encarando a realidade do sistema em que vivemos? Um sistema que nos faz sonhar, que ilude com ideias de um “sonho americano” possível, sendo que na verdade poucos possuem oportunidades reais de concretizá-las. O vilão de Parasita é a desigualdade social. Onde uns trabalham para viver enquanto outros vivem para trabalhar. Cada um dependendo do outro para sobrevivência, sendo verdadeiros “parasitas” de um sistema que não os permite ser outra coisa.

CULTURA Por Fernando Bortoluzzi Foto: Divulgação

A RAINHA VOLTOU

Princesa Diana e Margaret Thatcher são as novidades mais aguardadas na quarta temporada de ‘The Crown’

O

serviço de streaming Netflix divulgou nesta semana o catálogo de lançamentos para o mês de novembro. Entre os títulos está a tão aguardada quarta temporada de The Crown, disponível a partir do dia 15. O drama político original da Netflix estreou sua primeira temporada em 2016, e é hoje a série de época mais bem sucedida da plataforma. A trama de Peter Morgan conta a história de vida de ninguém menos que a detentora da coroa britânica há 67 anos, a Rainha Elizazbeth II e todo o drama envolvendo sua vida pública, família, política e costumes milenares. A jovem de 25 anos recebe a importante - e pesada - missão de carregar o legado do trono logo após a morte de seu pai, Rei Jorge VI, em 1952. A partir de então, Elizabeth precisa conciliar sua vida pessoal e seu casamento com os encargos de seu país e de toda a Comunidade das Nações.

GRANDES ATUAÇÕES E DRAMAS FAMILIARES, AMOROSOS E HISTÓRICO-POLÍTICOS LEVAM O PÚBLICO PARA DENTRO DO PALÁCIO DE BUCKINGHAM. The Crown é baseada na história real da monarca e apresenta uma enorme gama de personagens conhecidos dos livros de história, como seu consorte, o Príncipe Phillip e o renomado Primeiro Ministro que liderou a Inglaterra durante a Segunda Guerra, Winston Churchill. Além destes, muitos outros rostos conhecidos - muitas vezes por episódios dignos de colunas de fofocas - que fazem da série algo próximo de um Big Brother da família real. A série se aprofunda ainda mais no quesito fidelidade, visto que todos os costumes - desde como se portar na presença da Rai-

nha até as negociações diplomáticas internacionais - são reproduzidos impecavelmente. Acontecimentos históricos também são retratados, como a morte de Churchill, os impactos da Guerra Fria no mundo, a chegada do homem à Lua e o Jubileu de Prata de Elizazbeth II. Além de tudo, o elenco acompanha o desenvolvimento cronológico da trama com a troca dos atores entre a segunda e a terceira temporada. A quarta temporada de The Crown contará ainda com a introdução de novos personagens e eventos históricos, como o casamento entre o Príncipe Charles e a famosa Lady Diana e a posse da primeira Premiê britânica mulher, Margaret Thatcher. Mais romances, tensões políticas e escândalos matrimoniais aguardam seu público com o elenco brilhante composto por Olivia Colman, Helena Bonham Carter, Tobias Menzies, Josh O’connor e Erin Doherty.


Chapecó, 4 de novembro de 2020 . ANO 19. N. 59

CULTURA Por André de Lazzari Foto: Divulgação

7 Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

O SEGREDO DA LUA ÍNDIGO Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

S

Analisamos o segundo livro da trilogia “As Crônicas de Dopple Ganger”, de G. P. Taylor

anto André, maio de 2014. A Geográfica Editora decide lançar a trilogia “As Crônicas de Dopple Ganger”, do escritor britânico G. P. Taylor, em português. O livro já havia causado furor na terra natal do pastor anglicano e ex-roadie (homem de apoio) de várias bandas de rock de fama mundial, a exemplo de The Stranglers e Sex Pistols. Sua carreira como escritor foi curta: durou de 2003 a 2011, quando se aposentou para cuidar da sua filha que tem a doença de Crohn, uma doença inflamatória intestinal crônica. Taylor, que hoje tem 62 anos, escreveu Shadowmancer em 2003, e foi best-seller em todos os quatro livros da série homônima no Reino Unido e nos Estados Unidos, chegando a ser o autor mais vendido da lista do The New York Times, maior jornal impresso do mundo, e foi chamado de “o novo C. S. Lewis” no programa Heaven and Earth (Céu e Terra), exibido pela BBC One de 1998 a 2007. A série Shadowmancer encerra em 2006, para dar início a trilogia Mariah Mundi, que durou de 2007 a 2009. Paralelo a esta trilogia, em 2008, é relançado um livro que foi originalmente publicado em 2006 como The Tizzle Sisters and Erik, que em português ficou conhecido pela tradução do nome de relançamento: A Primeira Fuga. Este é o primeiro livro da trilogia que tem O Segredo da Lua Índigo como segunda obra. O livro está distribuído em 13 capítulos, sem prefácio, e conta a história de três personagens que tem tudo a ver com o nome original da primeira obra da trilogia: Erik Ganger, um menino super curioso e com dotes de detetive; e as gêmeas Sadie e Saskia Dopple. Os três estão detidos na escola Isambard Dunstan para Crianças Infratoras, e você já deve imaginar o porquê. Obviamente, o enredo da história se dá em torno da curiosidade, da travessura e da inquietação, três coisas que, convenhamos, estão encarnados nos pré-adolescentes. Falo com conhecimento de causa, porque já fui um. Na Isambard Dunstan, os três acabam se envolvendo em uma história cabulosa, na qual envolve um crime, a história de vida de cada um das personagens, a história da escola e de sua diretora, além de vizinhos e uma jornalista, tudo isso com direito a ameaças de morte e muitas trapalhadas. Muito do que se aprende sobre confiar nos outros é posto em xeque a medida em que você lê a obra, como também a sua opinião sobre o quanto você realmente gosta de ler. É um dos melhores livros infantojuvenis estrangeiros disponíveis no Brasil, sendo classificado também como uma obra do gênero de mistério e detetives. Um bom presente para seu pequeno ou pequena em qualquer momento do ano.

A PROPOSTA DESTE LIVRO É SER, SEGUNDO O AUTOR, UMA “ILUSTRA-NOVELA”, OU SEJA, UMA NOVELA GRÁFICA CARREGADA DE ILUSTRAÇÕES, QUE PODEM INFLUIR NA TIPOGRAFIA, DESIGN GRÁFICO DAS PÁGINAS, AVANÇANDO PARA HISTÓRIAS EM QUADRINHOS QUE SE INTERLIGAM COM O FORMATO TRADICIONAL DE TEXTO. OS ILUSTRADORES DA OBRA SÃO DANIEL BOULTWOOD, LONDRINO QUE JÁ CRIOU JOGOS PARA A DREAMWORKS E A WARNER BROS; JOSEPH SAPULICH, QUE TRABALHOU NA EQUIPE DO DESENHO ANIMADO KND - A TURMA DO BAIRRO, EXIBIDO PELO SBT NOS ANOS 2000; E TONY LEE, QUE ADAPTOU SHADOWMANCER PARA UM RELANÇAMENTO PELA EDITORA MARKOSIA EM 2005.


8 Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

Chapecó, 4 de novembro de 2020 . ANO 19. N. 59

ESPORTE Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

Por Gustavo Azevedo

A INCRÍVEL MUDANÇA DA ARENA CONDÁ EM 15 ANOS Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Unochapecó . Quarta-feira, 13 de novembro de 2019 . ANO XX . N. 123

D

esde a ascensão da Associação Chapecoense de Futebol da série D à série A, o antigo Estádio Regional Índio Condá, hoje Arena Condá, passou por várias mudanças ao decorrer de 15 anos. O projeto para as primeiras grandes mudanças começaram a ser articulada sob a administração do então prefeito João Rodrigues (DEM na época) em 2005. Segundo Rodrigues, o projeto para a construção do estádio na época para muitos empresários era uma utopia, porque a Chapecoense era um pequeno clube que sequer disputava a Série D do brasileirão. Mas o prefeito como idealizador e apaixonado pelo clube e visando investir na área recreativa e no lazer dos chapecoenses decidiu por executar a obra. A modernização se iniciou e tinha como objetivo a construção da atual Ala Sul, a ampliação da capacidade da arquibancada desse setor, e as melhorias também incluiam neste mesmo projeto o aproveitamento do espaço vago embaixo das arquibancadas para a construção de 18 salas para uso da prefeitura para os departamentos como: Procon, Secretaria de Habitação, Fundação Municipal do Meio Ambiente e Centro de Educação de Jovens e Adultos (Colégio Paulo Freire). O valor total disponibilizado pelo governo federal na época foi de R$ 3,5 milhões. Em 2009, na administração de José Claudio Caramori (PSD), deu-se continuidade ao novo projeto que incluía a construção da Ala Norte, com as mesmas ideias de aproveitamento funcional pela prefeitura municipal dos espaços sob as arquibancadas. O projeto foi dividido em duas fase, onde na primeira foi gasto R$ 5,4 milhões e na segunda R$ 3,5 milhões. Neste projeto inclua as obras onde existe hoje a secretária de saúde e a farmácia municipal. Na arquibancada da Ala norte com o término desta obra, a capacidade do estádio ampliou o número de lugares de 10 mil para 13 mil. Em 2012, a Chapecoense disputou a Copa do Brasil pela primeira vez na história do Clube, contra o Cruzeiro. As reclamações do técnico Vagner Mancini e dos jogadores do Cruzeiro, contribuíram para fortalecer o projeto da troca do gramado. A prefeitura decidiu optar pela troca, onde foi comprada uma grama especial que resiste ao frio e as altas temperaturas, e foi instalada um sistema de irrigação e drenagem. Já na execução desta obra foi gasto um total R$ 640 mil. Em 2013, na terceira e última etapa, o projeto foi a construção da Ala Leste e nordeste. O investimento para a nova estrutura foi R$ 6,7 milhões. Com o término da obra a capacidade total do estádio chegou ao atual que é 20.089 torcedores. Nesse meio tempo a Chapecoense iria disputar a Série B em 2013, quando surgiu

Foto: Reprodução/Internet um novo projeto para a construção e o melhoramento das cabines de transmissão, que passou de 10 para 18, também foram construídos banheiros e vestiários na ala oeste, e foi revitalizada a antiga iluminação onde inicialmente tinha 13 refletores passando para 20. O custo para esta nova reforma foi de R$ 147 mil. Ao todo foram gastos quase R$ 20 milhões para a atual Arena Condá sem somar R$ 1,6 milhões em outras obras como: (colocação de cadeiras na Ala Oeste, reforma da cobertura da Ala Oeste, reformas das cabines de TV e rádio, pinturas e melhorias em geral no estádio, instalação de câmeras de segurança para uso da polícia militar, etc) e manutenção que não contabilizamos para não alongar esse material. Com a Chapecoense em ascensão nos últimos anos, o clube começou a disputar torneios internacionais. Em novembro de 2016, no primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, a Associação Chapecoense de Futebol decolou rumo à cidade de Medellín na Colômbia em um voo fretado pela empresa boliviana LaMia. Mas na madrugada do dia 29, o avião do clube acabou caindo na cidade de Rio Negro, há 38 km do seu destino que era o aeroporto Internacional José María Córdova onde o time pretendia pousar. A comoção na época foi mundial, sendo que foi uma das maiores tragédias já vista na história do esporte. Depois deste episódio que deixou marcas profundas, igual a fênix, a Associação Chapecoense de Futebol ressurgi das cinzas. Depois desse triste episódio, em 2017, chega um novo recurso para a modernização do estádio. Através de um convênio entre a Prefeitura Municipal de Chapecó, Governo Federal por intermédio do Ministério dos Esportes com o financiamento pela Caixa Econômica Federal no valor de R$ 15,6 milhões que será investido na execução da primeira etapa das obras de ampliação e modernização na Arena Condá, que prevê a instalação da cobertura metálica na Ala Leste, o

rebaixamento das arquibancadas da Ala Sul, e a transferência dos camarotes de visitantes acima da Ala Norte. Ainda está no projeto na Ala Leste a construção do museu da Chapecoense, contendo as relíquias do clube expondo troféus, camisetas, fotos antigas e imagens digitais em telões onde se visualizará em telões vídeo clipes dos principais jogos disputados pela Associação Chapecoense de Futebol. Também haverá no museu o espaço da saudade, que homenageará as vitimas da tragedia na Colômbia, transformando o estádio num ponto turístico de Chapecó. Porém não estava incluído no projeto a instalação do novo sistema de iluminação da Arena, onde foi gasto R$ 2,9 milhões. A execução desta etapa não projetada, deu início em abril de 2019, com a instalação de 4 novas torres em chapa de aço de alta resistência, contendo em cada uma delas 46 projetores, mas as mesmas contém uma reserva para mais 14 para uma ampliação futura na iluminação. Para o pleno funcionamento dessa estrutura, foi construída juntamente uma nova subestação de geradores de energia, tudo para atender as normas exigidas pela CBF. Com o fim destas obras o valor total gasto na Arena Condá atingirá aproximadamente R$ 39 milhões. Analisamos os dados e verificamos que no ano 2013 foi o período onde registrou o maior gasto que totalizou R$ 7.302.521,21. Vimos que nos anos 2005 a 2020, os maiores gastos foram com as construções, reformas e pintura das estruturas do estádio. Na disputa da modernização dos estádios no Brasil, o Fluminense Football Club apresentou um projeto em 2019 que visa a revitalização do Estádio das Laranjeiras que terá a capacidade aumentada para 15 mil pessoas e este projeto custará ao clube em torno de R$ 70 milhões. O clube alega que se chegará a esse valor devido a construção de uma mega loja junto ao estádio, um museu, e a cobertura total das arquibancadas.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.