anos, meses, dias e alguns segundos. Na era do Big Data há a possibilidade de tratarmos os dados em tempo real, ou quase, fato que há alguns anos era impossível. A informação em qualquer parte do planeta está à distância de um clique. Quem não se lembra de relatórios de pesquisa de satisfação de clientes, realiz ados muitas vezes para atender requisitos de sistemas de gestão baseados na norma ISO 9001? Demoravam meses para serem aplicados, com altos custos, e mais alguns meses para termos os dados estruturados para apresentá-los à diretoria. Além disso, esses relatórios que não davam conta de responder muitas perguntas vitais sobre os clientes e se tornavam obsoletos após a sua emissão. Atualmente, esse tipo de relatório, e pesquisas com essa configuração, não tem mais espaço em empresas que buscam a excelência em suas operações. Acompanhar os cliques dos clientes através da web passou a ser uma rotina nas empresas movidas a dados, recriando, aprimorando sistemas de CRM (Customer Relationship Management) com o Big Data, possibilitando uma visão 360° do cliente e aperfeiçoando, assim, o relaciona mento, para vender mais produtos, com maior frequência, por mais dinheiro e de forma mais eficiente. São as oportunidades dessa nova era.
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VOL. II 2013
4. Veracidade – Precisamos ter certeza da conf ia bilidade dos dados, pois decisões certas precisam de dados confiáveis. A medição dos dados é um processo que não pode ser esquecido e a avalia ção dessa medição deve ser uma constante. A máxima “não dá para gerenciar o que não se mede”, do nosso grande guru William Edwards Deming, se aplica ao Big Data em sua totalidade. Aprendemos também com Deming que as decisões precisam ser baseadas em fatos e dados e, na era do Big Data, esse ensinamento ganha maior importância. Recentemente foi realizada uma pesquisa por uma equipe do MIT Center for Digital Business, em parceria com o departamento de tecnologia empresa rial da McKinsey, citada na revista Harvard Business Review de outubro de 2012, que procura responder a seguinte pergunta: empresas movidas a dados te riam um desempenho melhor? A pesquisa foi feita com executivos de 330 empresas norte-americanas de capital aberto e revelou que, “quanto mais a empresa se caracterizava como movida a dados [DDD – Data-Driven Decision Making], melhor era seu resultado em indicadores objetivos de desempenho financeiro e operacional. Em particular, empresas no terço sup erior do respectivo setor no uso de dados na tomada de decisões eram, em média, 5% mais produtivas e 6% mais rentáveis do que as concorrentes.[ . . .] Era estatisticamente relevante e economicamente importante, e se refletia em aumento mensurável do valor de mercado da empresa.” Os resultados dessa pesquisa corroboram os conceitos do Seis Sigma, que se fundamentam em dados e, principalmente, na capacidade de analisá-los. Os especialistas em Seis Sigma (White, Yellow, Green e Black Belts) são treinados e capacitados para tirar ouro de montanhas de dados, utilizando o pensamento estatístico e o pensamento sistêmico; são pessoas movidas a dados. Portanto, são profissionais que possuem um grande potencial para con tribuírem para as futuras demandas do Big Data. Esse prof issional é um candidato que pode ser treinado para ser “cientista de dados”, nome cunhado em 2008 por D.J. Patil, cientista de dados em residência na Greylock Partners, empresa líder de capital de risco, sediada no Vale do Silício, e Jeff Hammerbacher, fundador e cientista-chefe da Cloudera, empresa americana de software. O cientista de dados é o prof issional-chave do Big Data, que deve ter base sólida em matemática, estatística, probabilidade, ciência da computação, ter competências em questões de mercado e