Revista Tecnologia Gráfica Nº 86

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anos, meses, dias e alguns segundos. Na era do Big Data há a possibilidade de tratarmos os dados em tempo real, ou quase, fato que há alguns anos era impossível. A informação em qualquer parte do planeta está à distância de um clique. Quem não se lembra de re­la­tó­rios de pesquisa de satisfação de clien­tes, rea­li­z a­dos muitas vezes para atender requisitos de sistemas de gestão ba­sea­dos na norma ISO 9001? Demoravam meses para serem aplicados, com altos custos, e mais alguns meses para termos os dados estruturados para apresentá-​­los à diretoria. Além disso, esses re­la­tó­rios que não davam conta de responder muitas perguntas vitais sobre os clien­tes e se tornavam obsoletos após a sua emissão. Atual­men­te, esse tipo de relatório, e pesquisas com essa configuração, não tem mais espaço em empresas que buscam a excelência em suas operações. Acompanhar os cliques dos clien­tes através da web passou a ser uma rotina nas empresas movidas a dados, re­crian­do, aprimorando sistemas de CRM (Customer Re­la­tionship Management) com o Big Data, possibilitando uma visão 360° do clien­te e aperfeiçoando, assim, o re­la­cio­na­ men­to, para vender mais produtos, com maior frequência, por mais dinheiro e de forma mais efi­cien­te. São as oportunidades dessa nova era.

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VOL. II  2013

4. Veracidade – Precisamos ter certeza da con­f ia­ bi­li­da­de dos dados, pois decisões certas precisam de dados confiáveis. A medição dos dados é um processo que não pode ser esquecido e a ava­lia­ ção dessa medição deve ser uma constante. A máxima “não dá para ge­ren­ciar o que não se mede”, do nosso grande guru Wil­liam Edwards Deming, se aplica ao Big Data em sua totalidade. Aprendemos também com Deming que as decisões precisam ser ba­sea­das em fatos e dados e, na era do Big Data, esse ensinamento ganha maior importância. Recentemente foi rea­li­za­da uma pesquisa por uma equipe do MIT Center for Digital Business, em parceria com o departamento de tecnologia em­pre­sa­ rial da McKinsey, citada na revista Harvard Business Re­view de outubro de 2012, que procura responder a seguinte pergunta: empresas movidas a dados te­ riam um desempenho melhor? A pesquisa foi feita com executivos de 330 empresas norte-​­americanas de capital aberto e revelou que, “quanto mais a empresa se caracterizava como movida a dados [DDD – Data-​­Driven De­ci­sion Making], melhor era seu resultado em indicadores objetivos de desempenho financeiro e ope­ra­cio­nal. Em particular, empresas no terço su­p e­rior do respectivo setor no uso de dados na tomada de decisões eram, em média, 5% mais produtivas e 6% mais rentáveis do que as concorrentes.[ . . .] Era estatisticamente relevante e economicamente importante, e se refletia em aumento mensurável do valor de mercado da empresa.” Os resultados dessa pesquisa corroboram os conceitos do Seis Sigma, que se fundamentam em dados e, principalmente, na capacidade de analisá-​­los. Os es­pe­cia­lis­tas em Seis Sigma (White, Yellow, ­Green e Black Belts) são treinados e capacitados para tirar ouro de montanhas de dados, utilizando o pensamento estatístico e o pensamento sistêmico; são pes­soas movidas a dados. Portanto, são profissionais que pos­suem um grande po­ten­cial para con­ tri­buí­rem para as futuras demandas do Big Data. Esse pro­f is­sio­nal é um candidato que pode ser treinado para ser “cien­tis­ta de dados”, nome cunhado em 2008 por D.J. Patil, cien­tis­ta de dados em residência na Greylock Partners, empresa líder de capital de risco, se­dia­da no Vale do Silício, e Jeff Hammerbacher, fundador e cien­tis­ta-​­chefe da Cloudera, empresa americana de soft­ware. O cien­tis­ta de dados é o pro­f is­sio­nal-​­chave do Big Data, que deve ter base sólida em matemática, estatística, probabilidade, ciên­cia da computação, ter com­pe­tên­cias em questões de mercado e


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