Revista Abigraf 254

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editorial

Fabio Arruda Mortara

Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional) e do Sindicato da Indústria Gráfica no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP)

Compromisso de um gráfico

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ão nasci gráfico, mas me apaixonei por esse ofício há mais de 23 anos, tornando‑me empresário do setor em 1988. Sou administrador de empresas e mestre em administração pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e tenho outro mestrado pela Universidade de Cornell, nos EUA . Em minha carreira, atuei em distintos setores. Com o passar dos anos percebi a necessidade de novos desafios. As associações de classe vieram para complementar outras atividades do terceiro setor nas quais já me havia envolvido, como o Pensamento Nacional das Bases Empresariais. Convidado por Mário César de Camargo, ingressei nas entidades do Sistema Abigraf em 2001. Era um momento importante de constituição de novas lideranças, capazes de dar continuidade ao grande trabalho de Max Schrappe, que tanto fez pelo setor. Os desafios eram imensos, pois novas demandas se impunham no âmbito associativo, dadas as fulminantes transformações do Brasil, do mundo, da tecnologia e do mercado. À época, integrei um grupo de pessoas muito competentes. Fui diretor financeiro das quatro entidades, presidi a ABTG, a Abigraf Regional São Paulo e o Sindigraf‑SP. Em 2011, democraticamente eleito pelos companheiros de todo o Brasil, assumi a presidência da Abigraf Nacional. É imensa a responsabilidade de suceder uma liderança como a de Mário César de Camargo, mas tenho certeza de que conto com o imprescindível apoio de meus pares na diretoria e das 22 Abigrafs regionais, atuantes e organizadas em quase todos os estados brasileiros. Nosso empenho, com a máxima sinergia, é focado na prioridade de promover o fomento de nossa atividade. REVISTA ABIGRAF  JULHO/AGOSTO 2011

O Brasil ocupa o nono lugar no ranking mundial do setor, com mais de 20 mil gráficas e 220 mil pessoas empregadas. Em alguns estados, somos o ramo industrial mais importante. Nossas empresas têm investido cada vez mais, com um salto das compras de equipamentos de US$ 200 milhões, em 2004, para US$ 1,4 bilhão, em 2010. Estamos preparados para produzir impressos com qualidade e eficiência! Entretanto, nossa indústria atravessa, no mundo todo, talvez o momento mais difícil desde que Gutenberg a criou com seus tipos móveis, na Alemanha, há mais de 550 anos. Precisamos ter competência e criatividade para trabalhar juntos com os parceiros de nossa cadeia produtiva, de maneira a encontrar os portos seguros para nossos produtos, no Brasil e no exterior. A comunicação impressa é fundamental, até mesmo para a existência da democracia. Sabemos que a era digital veio para ficar e, por isso, temos de encontrar, de modo criativo e inteligente, novos usos e aplicações nos quais sejamos competitivos ou insubstituíveis. Nossas gráficas, pequenas em sua grande maioria, precisam de tecnologia, melhor gestão, insumos mais abundantes, equipamentos mais baratos e acessíveis, mais crédito, menor carga tributária e condições de concorrência mais justas. Há, ainda, temas vitais para nosso setor, que demandam solução urgente, como a questão ambiental, o uso indevido do papel imune, o “Custo Brasil” e o conflito tributário. Precisamos, também, rever o sistema de compras governamentais, além de mostrar ao País e ao mundo que o produto impresso é sustentável, reciclável e, principalmente, renovável, integrado às entidades nacionais da cadeia produtiva. Em outubro, faremos o nosso congresso nacional, em Foz do Iguaçu, no qual esses temas serão abordados e debatidos. Em todos os momentos de minha gestão, contudo, estarei dedicado à luta para que a Abigraf, o Sindigraf‑SP, que também presido, e o nosso sistema associativo sejam fortes, respeitados, atuantes e construtivos, para o bem da indústria gráfica e do Brasil! Este é o compromisso de um gráfico que muito se orgulha de sua profissão. fmortara@abigraf.org.br


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