A norma contempla isso e dá regras isonômicas, sem margem para interpretações diferentes. A regra é muito clara e a revisão pela qual passou em 2013 deixou-a melhor ainda”. A segunda versão da norma veio justamente da adesão do mercado. “Quando o Inep [Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira] colocou no edital do Enem a adequação da gráfica à 15540 vimos que teríamos de dar mais consistência à norma, tornando-a passível de certificação”, explica Bebiano. O grupo responsável pela revisão foi composto por gráficos técnicos de segurança, representantes do IPT e dos fornecedores de insumos. O passo seguinte para a ABTG Certificadora foi a acreditação, que veio em 2015. Segundo o consultor, a qualificação dá mais peso à certificação, ratificando a credibilidade do órgão emissor, constituindo, para a gráfica que a recebe, um diferencial ainda maior. ENVOLVIMENTO DE TODA A CADEIA
Atualmente, sete empresas (10 unidades) têm a certificação para a NBR 15540 . Mas a norma não se restringe à indústria gráfica. Ela pode ser seguida pelos demais agentes da cadeia produtiva, desde o fornecedor de papel e tinta até a transportadora. Alguns deles, segundo Bebiano, já adotam vários de seus preceitos. Contudo, em muitos momentos a gráfica investe nos mais modernos recursos de segurança, em procedimentos e no treinamento dos recursos humanos, esquecendo-se de exigir do fornecedor um mínimo de segurança. A norma prevê, inclusive, a homologação dos fornecedores. “O envolvimento de toda a cadeia de produção é fundamental. Na Valid, essa cultura de entrosamento entre a produção e a gestão de segurança permeia todas as á reas da companhia e os fornecedores”, diz Ricardo Dunstan, gerente de Segurança Corporativa da Valid. Com cinco fábricas no Brasil, a empresa é especialista em meios de pagamento, sistemas de identificação, telecomunicações e certificação digital. Dessas, quatro unidades de negó cios foram certificadas, em duas plantas diferentes. Na Valid do Rio de Janeiro (RJ) foram certificados os serviços de Selos de Segurança e CNH/Identificação, e na planta de São Bernardo do Campo (SP) foram certificadas as produções de impressos de segurança e CNH/Identificação. Atualmen te estão em processo de certificação as unidades da Valid em Barueri e Sorocaba, ambas no Estado de São Paulo. Em Barueri, o processo acontece nas áreas de cartões e impressos de segurança personalizados. Em Sorocaba, na parte gráfica e de cartões/RFID. De acordo com o gerente de segurança
a certificação com a norma NBR 15540 reforça a se riedade e comprometimento com o cliente, que tem a garantia de receber produtos de qualidade. Do lado operacional, a certificação consegue cobrir todos os pontos vulneráveis do processo produtivo, garantindo a proteção do negócio. Para Eduardo Godoi, gerente comercial e de Operações da Thomas Greg, a certificação veio para balizar as empresas que têm efetivamente capacidade de produzir com segurança. Com o gene da segurança em seu DNA , o processo de certificação não exigiu ajustes profundos, segundo o executivo. A questão mais crítica está na gestão e monitoramento dos funcionários. A Thomas Greg produz selos de segurança, diplomas, cédulas de identidade, ingressos etc. Hoje, vários órgãos públicos já incluem a 15540 em seus editais. Empresas privadas, como instituições banc árias, vêm se bas eando na norma para criar seus manuais de segurança, auditando seus prestadores de serviço de impressão a partir deles. O objetivo agora, de acordo com Bebiano, é disseminar a certificação e a importância da acreditação pelo Inmetro. A aplicação de recursos na infraes trutura de segurança, desde uma portaria blindada, passando por controles de acesso e monitoramento de produção, é alta, contudo o mais difícil, admite o consultor, é a mudança de cultura. E se não houver o envolvimento da direção da empresa, nada acontece.
Fornecedores apostam em expansão
Se a alma de um impresso de segurança está nas informações que carrega, o corpo é formado por uma combinação de insumos especialmente desenhados para evitar a falsificação. A começar pelo papel, tudo é meticulosamente pensado para dificultar a ação dos fraudadores, com o desenvolvimento constante de novos produtos, como comenta Daniel Gras siotto, gerente comercial da Filiperson. “Por se tratar de um segmento de altíssima complexidade, temos sempre desenvolvimentos em curso. Neste momento estamos trabalhando em cinco novos elementos, devendo ocorrer o lançamento de pelo menos dois ainda em 2015”, afirma o executivo. A inovação mais recente foi o meio que permite identificar a procedência do papel, caso seja necessária a determinação da origem durante perícia ou exame. Otimista em relação a esse mercado, que representa 20% do faturamento da Filiperson, o gerente diz que a utilização de papéis de segurança tem se renovado. Alguns impressos de segurança foram substituídos por cartões plásticos, porém outros estão migrando para papéis. “Nosso horizonte aponta para papéis com um número ainda maior de itens de
EMPRESAS JÁ CERTIFICADAS QUE RECEBERAM UM NOVO CERTIFICADO COM O LOGOTIPO DO INMETRO, APÓS A ACREDITAÇÃO DA ABTG CERTIFICADORA
Gemalto do Brasil G&D – Giesecke & Devrient América do Sul ◆◆ IGB – Indústria Gráfica Brasileira ◆◆ RR Donnelley ◆◆ Thomas Greg & Sons ◆◆ Tress Impressos de Segurança ◆◆ Valid (RJ, SP) ◆◆ ◆◆
VOL. II 2015 TECNOLOGIA GRÁFICA
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