Revista Tecnologia Gráfica 93

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A norma contempla isso e dá regras isonômicas, sem margem para interpretações diferentes. A regra é muito clara e a revisão pela qual passou em 2013 deixou-​­a melhor ainda”. A segunda versão da norma veio justamente da adesão do mercado. “Quan­do o Inep [Instituto Na­cio­nal de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira] colocou no edital do Enem a adequação da gráfica à 15540 vimos que te­ría­mos de dar mais consistência à norma, tornando-​­a passível de certificação”, explica Be­bia­no. O grupo responsável pela revisão foi composto por gráficos técnicos de segurança, representantes do IPT e dos fornecedores de insumos. O passo seguinte para a ABTG Certificadora foi a acreditação, que veio em 2015. Segundo o consultor, a qualificação dá mais peso à certificação, ratificando a credibilidade do órgão emissor, constituindo, para a gráfica que a recebe, um di­fe­ren­cial ainda maior. ENVOLVIMENTO DE TODA A CADEIA

Atual­men­te, sete empresas (10 unidades) têm a certificação para a NBR 15540 . Mas a norma não se restringe à indústria gráfica. Ela pode ser seguida pelos demais agentes da cadeia produtiva, desde o fornecedor de papel e tinta até a transportadora. Alguns deles, segundo Be­bia­no, já adotam vários de seus preceitos. Contudo, em muitos momentos a gráfica investe nos mais modernos recursos de segurança, em procedimentos e no treinamento dos recursos humanos, esquecendo-​­se de exigir do fornecedor um mínimo de segurança. A norma prevê, inclusive, a homologação dos fornecedores. “O envolvimento de toda a cadeia de produção é fundamental. Na Valid, essa cultura de entrosamento entre a produção e a gestão de segurança permeia todas as á­­ reas da companhia e os fornecedores”, diz Ricardo Dunstan, gerente de Segurança Corporativa da Valid. Com cinco fábricas no Brasil, a empresa é es­pe­cia­lis­ta em meios de pagamento, sistemas de identificação, telecomunicações e certificação digital. Dessas, quatro unidades de ne­gó­ cios foram certificadas, em duas plantas diferentes. Na Valid do Rio de Janeiro (RJ) foram certificados os serviços de Selos de Segurança e CNH/Identificação, e na planta de São Bernardo do Campo (SP) foram certificadas as produções de impressos de segurança e CNH/Identificação. Atual­men­ te estão em processo de certificação as unidades da Valid em Ba­rue­ri e Sorocaba, ambas no Estado de São Paulo. Em Ba­rue­ri, o processo acontece nas ­­áreas de cartões e impressos de segurança personalizados. Em Sorocaba, na parte gráfica e de cartões/RFID. De acordo com o gerente de segurança

a certificação com a norma NBR 15540 reforça a se­ rie­da­de e comprometimento com o clien­te, que tem a garantia de receber produtos de qualidade. Do lado ope­ra­cio­nal, a certificação consegue cobrir todos os pontos vulneráveis do processo produtivo, garantindo a proteção do negócio. Para Eduar­do Godoi, gerente co­mer­cial e de Operações da Thomas Greg, a certificação veio para balizar as empresas que têm efetivamente capacidade de produzir com segurança. Com o gene da segurança em seu DNA , o processo de certificação não exigiu ajustes profundos, segundo o executivo. A questão mais crítica está na gestão e monitoramento dos fun­cio­ná­rios. A Thomas Greg produz selos de segurança, diplomas, cédulas de identidade, ingressos etc. Hoje, vá­rios órgãos públicos já in­cluem a 15540 em seus editais. Empresas privadas, como instituições ban­c á­rias, vêm se ba­s ean­do na norma para ­criar seus manuais de segurança, auditando seus prestadores de serviço de impressão a partir deles. O objetivo agora, de acordo com Be­bia­no, é disseminar a certificação e a importância da acreditação pelo Inmetro. A aplicação de recursos na in­fraes­ tru­tu­ra de segurança, desde uma portaria blindada, passando por controles de acesso e monitoramento de produção, é alta, contudo o mais difícil, admite o consultor, é a mudança de cultura. E se não houver o envolvimento da direção da empresa, nada acontece.

Fornecedores apostam em expansão

Se a alma de um impresso de segurança está nas informações que carrega, o corpo é formado por uma combinação de insumos es­pe­cial­men­te desenhados para evitar a falsificação. A começar pelo papel, tudo é meticulosamente pensado para dificultar a ação dos fraudadores, com o desenvolvimento constante de novos produtos, como comenta Da­niel Gras­ siot­to, gerente co­mer­cial da Filiperson. “Por se tratar de um segmento de altíssima complexidade, temos sempre desenvolvimentos em curso. Neste momento estamos trabalhando em cinco novos elementos, devendo ocorrer o lançamento de pelo menos dois ainda em 2015”, afirma o executivo. A inovação mais recente foi o meio que permite identificar a procedência do papel, caso seja necessária a determinação da origem durante perícia ou exame. Otimista em relação a esse mercado, que representa 20% do faturamento da Filiperson, o gerente diz que a utilização de pa­péis de segurança tem se renovado. Alguns impressos de segurança foram subs­ti­tuí­dos por cartões plásticos, porém outros estão migrando para pa­péis. “Nosso horizonte aponta para pa­péis com um número ainda maior de itens de

EMPRESAS JÁ CERTIFICADAS QUE RECEBERAM UM NOVO CERTIFICADO COM O LOGOTIPO DO INMETRO, APÓS A ACREDITAÇÃO DA ABTG CERTIFICADORA

Gemalto do Brasil G&D – Giesecke & Devrient América do Sul ◆◆ IGB – Indústria Gráfica Brasileira ◆◆ RR Donnelley ◆◆ Thomas Greg & Sons ◆◆ Tress Impressos de Segurança ◆◆ Valid (RJ, SP) ◆◆ ◆◆

VOL. II  2015  TECNOLOGIA GRÁFICA

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