Revista Abigraf 045

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nado sistema são elevados, devemos buscar as causas. 8 possível tratar-se de uma razão particular ligada as circunstâncias ou constatar uma carência técnica que até então era apenas aparente, e assim atingiremos paulatinamente os aperfeiçoamentos dos detalhes, que dão a um sistema de producão todo o seu valor. Analisamos, nesta palestra, de uma maneira geral, alguns fatores técnicos econômicos que interferem na elaboração de um sistema de racionalização. Falaremos algo a respeito de dificuldades de outra ordem também, e por vezes bastante difíceis de resolver; nos referimos à forma de abordar os problemas e de organizar o conjunto de forma que os estudos tecnológicos e a realização destes se processem da melhor forma possível. Esta atitude, cujo exame pertence mais à filosofia, é primordial, já que desta depende de um modo definitivo êxito da operação. Não sabemos se existe no Brasil algum nome que corresponde exatamente à atividade que consiste em estudar, organizar, introduzir um determinado sistema, embora o termo "tecnólogo" é empregado, as vezes, com este objetivo. Na Europa, este termo é adotado cada vez mais, para designar a posição funcional de uma pessoa, isto 6, a atitude desta com relação produção, designando o termo "tecnologia" ao estudo dos sistemas e sua introdução. Há muitos problemas que requerem um trabalho tecnológico suficientemente importante, para que se confie seu estudo a um responsável que, conhecendo inteiramente a matéria ou mesmo parcialmente, e as suas dificuldades na produção, poderá se dedicar a esta tarefa. Podemos indicar alguns problemas, a título de exemplo, que apenas o bom senso não é suficiente para resolver. Não se reproduzem igual 1.000 seleções de cor, como se reproduzem 10. Devemos organizar e mecanizar, e quando se mecaniza é preciso investigar, fazer provas. . . em resumo, existe um risco. Produzir com segurança, de forma contínua e previsível, é outro exemplo digno de menção. Ver de uma forma nítida no arsenal das possibilidades atuais, e ter ciência de que o sistema aplicado ou previsto é o mais apropriado em qualidade e custo. 14

Quando numa máquina é resolvido um problema, devemos resolver todos os demais em função da máquina. Em qualquer máquina, embora esta seja a mais aperfeiçoada, encontram-se, de modo geral, os mesmos problemas fundamentais. Este tipo de problemas interessa aos estudos tecnológicos, pois sempre ocorrem inconvenientes, mesmo depois de ter sido tudo pensado e resolvido. Quem deve fazer os estudos tecnológicos é uma pessoa, ocupando tun tempo parcial ou completo; ou ainda um grupo de pessoas, segundo seja a importância ou tamanho da empresa. Qualquer que seja o sistema adotado, poderemos constatar que os melhores resultados são obtidos, quando a qualidade da formação científica 6 dirigida a separar os problemas e a tratar um de cada vez, procurando a representação gráfica dos fenômenos. Por outro lado, o profissional ou técnico, pela sua experiência, permite dar os últimos retoques aos estudos de verificações, assegurando com isto, que está sendo bem encaminhado, a fim de conseguir o objetivo previsto. O tecnólogo, enfim, deve resolver tarefas que não são revolucionárias, porém que são rentáveis. Isto equivale a dizer que a introdução de novas técnicas deve-se fazer lentamente, levando em conta todos os detalhes, e também que qualquer modificação ou proposição deve ser feita sobre uma base econômica. Deve-se ao mesmo tempo, empurrar e frear, o que dá a impressão de se fazer um trabalho que não tem fim. Por vezes, o seu papel, na produção, força-lhe, antes de propor soluções, a descobrir problemas que outros não estão vendo, por deveres impostos pela produção. Esta ação conduz também os responsáveis pela produção a pedir soluções, o que f avorece grandemente a introdução de idéias novas. Lamentavelmente, o fato de induzir as pessoas a descobrir os problemas não se faz sem dificuldades, pois deve ser eliminada um pouco da tranqüilidade de cada pessoa, e por em dúvida a experiência individual em que cada profissional se apóia com maior ou menor veemência.

Entretanto, com todas estas dificuldades, o tecnólogo deve trabalhar sempre visando o êxito, e qualquer ação deve ser minuciosamente estudada, assim como toda sugestão técnica deve ser verificada, antes de ser aplicada produção. A terceira etapa do profissional que nos ocupa, é especialmente orientada â economia, desde que os conhecimentos da tecnologia dos sistemas somente servem como ponto de partida para as avaliações. E justamente sobre a apreciação econômica que se efetuará qualquer modificação, e serão propostas novas investigações. Os estudos econômicos, efetuados pelo tecnólogo e propostos por ele, podem representar um papel muito importante, porém devem ser sempre simples e não sobrepassar o domínio das exigências técnicas, já que as exigências econômicas são de domínio dos financeiros. Também não devemos confundir as conclusões econômicas do tecnólogo, que são e devem resultar comparativas, com os preços de custo, que são absolutos e pertencem a um domínio mais complicado. Por tudo isto, a ação de um tecnólogo 6 limitada a assegurar a estabilidade dos sistemas adotados, especialmente no controle dos aparelhos de produção. Não modificar, se não feito com pleno conhecimento de causa, para, desta forma, poder assegurar o pleno êxito da empresa.

BIOGRAFIAS Ronald Persichetti Produtor de Artes Gráficas; Sócio-Diretor da DPZ — DuailibiPetit-Zarangoza Propaganda S.A.; Membro da A.P.P., da International Advertising Association (IAA); Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica; Clube de Criação de São Paulo (CCSP); Clube dos Produtores Gráficos de S. Paulo (CPGSP).

Antonio M. Ortiguela Técnico Gráfico formado em Madrid (Espanha em 1948); Chefe Geral do Controle de Qualidade da Abril S.A. - Cultural e Industrial.

Célio Emerique Engenheiro Mecânico formado pelo ITA em 1966; Gerente Geral do Departamento de Preparação da Abril S.A. - Cultural e Industrial. ABIGRAF EM REVISTA

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