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PIONEIROS, MASCATES, RAÇAS ZEBUÍNAS
A “cápsula do tempo” foi uma iniciativa da gestão 1998/2001, cuja ideia era serem abertas no marco dos 100 anos da ABCZ, que até então se acreditava que seriam comemorados em 2034. Devido a pesquisas recentes, a história da ABCZ foi conectada à história da Sociedade Herd Book Zebu, fundada em 1919.
Logo após a inauguração, em 1941, o terreno do Parque Fernando Costa foi cercado por arame farpado sustentado em postes de cimento armado sobre base de alvenaria de tijolos. Na segunda gestão do Presidente da ABCZ, Manoel Carlos Barbosa (entre 1980 e 1982) esse gradil foi substituído por outro que prevalece até a atualidade.
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Ao longo de toda a sua extensão, a obra é artisticamente ornamentada em ferro fundido, com representações de raças zebuínas, logomarcas dos patrocinadores (empresas, fazendas e bancos, entre outras instituições) que ajudaram a construí-lo. Devido a sua beleza estética, tornou-se uma referência arquitetônica na paisagem urbana de Uberaba. Guzerá



O Monumento uma homenagem aos “mascates” (termo regional para comerciantes de gado que difundiram o zebu pelo território brasileiro e países vizinhos) é uma proposta de cubos sobrepostos que indicam os pontos cardeais. No topo desses cubos, vislumbra-se uma vara de tanger gado, instrumento de trabalho comum no cotidiano rural.

Os bens culturais Monumento aos Mascates e a Capela Ecumênica estão localizados à esquerda e à direita do Museu do Zebu e foram idealizados por integrantes da gestão do presidente da ABCZ, Rômulo Kardec de Camargos (1998-2001), e pelo presidente da Fundação Museu do Zebu, Márcio Cruvinel Borges. A Capela foi projetada para realização de cultos ecumênicos e apresenta estilo que dialoga com o do conjunto arquitetônico do Parque Fernando Costa. Hoje, atendendo a outra finalidade, no local funciona a Grife da ABCZ.


Esses bancos faziam parte da primeira sede e recinto de exposições da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro – SRTM, inaugurada em 1935, localizada à época na Rua São Sebastião, Bairro São Benedito. São umas das poucas peças remanescentes desse período e integram o conjunto do paisagismo do Parque Fernando Costa. Cada banco possui duas bases para apoio do assento e do encosto, executada em peças monolíticas de forma sinuosa. O material utilizado é o granilite, constituídos de pedaços de mármore e cimento, água e areia.
Essas obras retratam cenas do cotidiano rural brasileiro, do homem do campo em sua lida, na lavoura e na pecuária zebuína. Elaboradas no ano de 1942 tais peças estiveram, por muito tempo, expostas no antigo Banco Mineiro de Produção e, posteriormente, no Banco do Estado de Minas Gerais – BEMGE. Do mesmo artista, também se destacam: os bustos do Governador Benedito Valadares, do Presidente Getúlio Vargas e do Ministro Fernando Costa, expostos no Parque Fernando Costa, confeccionados em maio de 1941, data de inauguração do Parque e da sede da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro – SRTM.


O autor dos painéis Arlindo Castellani se destacou nos meios especializados, ao desenvolver seu próprio estilo criativo denominado por “axionismo”, que define como a reunião, internacional, em uma mesma composição de diversas normas, tendências e técnicas como as do classicismo, impressionismo, expressionismo, abstracionismo, entre outras. Ao longo de sua trajetória, Castellani deixou trabalhos em várias localidades do país, sendo considerado um artista de relevância nacional.

A FUNDAÇÃO MUSEU DO ZEBU EDILSON LAMARTINE –GUARDIÃO DA MEMÓRIA DA PECUÁRIA BRASILEIRA

A Fundação Museu do Zebu Edílson Lamartine Mendes, tem como mantenedora a Associação Brasileira de Criadores de Zebu - ABCZ.


A organização dessa instituição se iniciou em 19 de dezembro de 1983, através da assinatura de um convênio entre a ABCZ com as seguintes instituições de ensino e cultura, Faculdades Integradas de Uberaba - FIUBE, hoje Universidade de Uberaba - UNIUBE; Faculdade de Agronomia e Zootecnia de Uberaba, hoje Faculdades Associadas de Uberaba - FAZU e a Fundação Cultural de Uberaba - FCU.
Em 1984, durante a 50ª Expozebu, o Museu do Zebu foi inaugurado e aberto ao público no dia 2 de maio com o lançamento de sua primeira mostra. O nome escolhido para a instituição, “Edílson Lamartine Mendes”, foi uma forma de homenagear o importante criador e ex-presidente da antiga Sociedade Rural do Triangulo Mineiro-SRTM, instituição anterior à ABCZ.
Originalmente foi construído para abrigar o Pavilhão de Vacinas, composto, na época, com salas para práticas de laboratório e outras atividades. É um dos remanescentes do contexto da inauguração do Parque Fernando Costa, em 1941, e sofreu intervenções durante esses anos ao ampliar sua estrutura. O prédio tornou-se sede do Museu do Zebu “Edilson Lamartine Mendes.


O Museu do Zebu é a única instituição museológica de divulgação e conservação da memória do Zebu. Busca constantemente promover ações, estudos e pesquisas que tem como propósito fomentar a melhoria do acervo e das mostras, no interesse de ampliar o conhecimento do público com o tema. O Centro de Documentação do Museu do Zebu - Zebudoc e o Museu Virtual do Zebu, integrados a um vasto conteúdo do site Zebu.org se tornaram importantes fontes de pesquisas. Grande parte do patrimônio documental do Museu encontra-se digitalizado e tem sido organizado em um acervo virtual, de fácil acesso e disponível na internet.

Monumentos Dedicados A Cada Ra A
A praça Vicentino Rodrigues da Cunha, recebeu o Memorial do Zebu, localizada na rotatória de frente ao Parque Fernando Costa, ganhou destaque dentro de um Projeto artístico-arquitetônico que realça a presença das nove raças zebuínas e solidifica a imagem de Uberaba como Capital Mundial do Zebu. As esculturas foram criadas pelo artista Mário Pitanguy e Gustavo Penna foi o arquiteto responsável pela obra.


O Museu do Zebu dispõe de diversas ações educativas, que buscam facilitar a interação de visitantes no conhecimento sobre a história e a cultura da pecuária zebuína no Brasil e no mundo tropical. Em tempo de visitação o Museu recebe cerca de 30 mil visitantes por ano, contando com inúmeros projetos educacionais, culturais e científicos. De maneira geral, no passeio ao Museu, o visitante conta com todo apoio e monitoramento, podendo optar pela visita livre ou orientada por profissionais.



O projeto, idealizado pelo arquiteto Gustavo Penna, promete ser o novo cartão postal para a cidade. O conjunto conta com colunatas para a sustentação de um exemplar de cada raça, evidenciando e valorizando a espécie. O artista Mário Pitanguy, referência internacional na confecção de bustos e esculturas em bronze, é o responsável pelos monumentos. A Praça ainda conta com um espelho d ‘água com queda e recurso visual da borda infinita que abriga o internacionalmente conhecido e respeitado caranguejo da ABCZ. A inauguração do novo layout da Praça se deu durante a ExpoZebu 2022.
