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Filipe Araújo | AE

Guaraná: dejetos da polpa da fruta se transformam em papel reciclado

Embalagem de folhas Um exemplo de sucesso é o da pesquisa vencedora do prêmio Finep da região, em 2010, da Amazon Green, do setor de cosméticos, apoiada pelo Sebrae. Francisco Aguiar tocava a empresa e decidiu inovar, criando uma embalagem feita com produtos locais. “Neste negócio, a apresentação é muito importante e também a parte mais cara, já que as embalagens são fabricadas no sul do país. Na busca de alternativas, resolvi aplicar a técnica de desidratação de folhas nos vidros. Ficou muito bom, todo mundo gosta”, conta o empresário. O trabalho exigiu 14 anos até ficar pronto e Aguiar confessa que, em alguns momentos, quase desistiu. Mas deu certo e os R$ 500 mil do prêmio Finep tiveram destino certo: mais investimento em inovação, agora, para uma nova embalagem de cerâmica. Outro projeto financiado pela Fapeam é o da Reciclagem de Fibras da Amazônia (Refiam). A empresa recebeu crédito de R$

106,2 mil para produzir papel reciclado, cuja composição tem 30% de dejetos da indústria de polpa de guaraná. Também processando material descartado pela indústria de polpas e óleos, a Revestimentos da Amazônia desenvolveu uma linha de revestimentos para decoração, com subvenção de R$ 199,8 mil da Fapeam. O empresário Aguimar Simões diz que a “ideia surgiu com meu trabalho de mestrado. Pensei que o ouriço da castanha poderia ter alguma aplicação industrial. Deu certo e passamos a utilizar outros produtos, como sementes de açaí, tucumã e jarina”. Desde a instalação, em 2008, a empresa cresce a uma taxa de 15% ao ano e agora se volta para a exportação. “Já vendemos um carregamento para uma empresa na França”, diz Simões, satisfeito com o resultado.

Combate à biopirataria Na Amazônia, inovar também ajuda a preservar a cultura popular e é valiosa ferramenta no combate à biopirataria. “Antes, vendíamos nossos ativos naturais em contêineres. Agora, nossos produtos saem daqui com código de barras”, afirma Maria Olívia, da Fapeam. Evanildo Pantoja, do Sebrae, acrescenta que “o uso responsável da matéria-prima é muito importante. A madeira, por exemplo: se não conseguirmos reaproveitá-la e utilizá-la bem, pode acontecer como aconteceu no Pará e no Mato Grosso, de onde levam embora a matéria-prima. Deixando para trás só a miséria”, afirma. “Não há mais por que continuar com a cultura colonizada de exportar raízes. Temos é de exportar a tecnologia pronta”, completa Rosângela, do Inpa.

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Mais R$ 31,1 milhões, nesses três anos, foram distribuídos em subvenção econômica, sendo R$ 12 milhões relativos a parcerias com a Fapeam e com o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), por sua divisão de inovação e tecnologia. O Sebrae acompanha e orienta os pequenos e médios empresários em todo o processo, desde a elaboração do projeto para requisição de financiamento, até a comercialização do produto final.

Folhas da Amazônia: usadas nas embalagens de cosméticos


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