Tesoura de Vento a Baixa Altura – O Inimigo Invisível por Ted Delanghe
Percebi o quão perto estive de misturar alumínio de avião com o alumínio de torre de alta tensão, e isso nunca é uma boa ideia.
Foi um dos meus primeiros momentos de “Meu Deus” na aviação agrícola e lembro como se fosse ontem, quase 30 anos depois. Uma enorme infestação de lagarta militar Bertha estava devorando a canola tão rápido que você quase podia ouvi-las comendo. Era meu primeiro ano de agrícola e eu estava voando um AgWagon de 230 HP com uma carga de 450 litros a bordo, quase o máximo para o dia, pois o termômetro estava passando dos 290 C. A biruta na pista mostrava cerca de 16 km/h, mas eu sabia que se não forçasse um pouco as coisas, a sorte não estaria do lado dos produtores na hora da colheita. Então, lá estava eu no “tiro” com uma carga completa e um vento de cauda muito óbvio. Parecia que eu estava indo em dobra espacial Fator 8 (da série de TV jornadas nas Estrelas - Fator 1 é a velocidade da luz) em comparação com o “tiro” com vento de proa. No final do “tiro”, havia uma torre de alta tensão de 45 metros de altura. Mas não se preocupe, eu pensei, eu posso puxar forte porque tenho bastante velocidade. De qualquer forma, no voo anterior, apenas algumas horas antes, quando quase vazio depois de terminar outra aplicação, eu tinha feito três arremates paralelos à torre de força para ter uma margem extra de segurança e não notei nada incomum em relação ao clima. Continuei no “tiro” até chegar a hora de
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subir, mas quando puxei o manche, a única coisa que começou a aumentar foi a minha frequência cardíaca. A velocidade começou a cair rapidamente, os comandos começaram a ficar moles e aquela maldita torre estava ficando cada vez maior. Lembro-me de ter estendido a mão para a alavanca de alijamento enquanto a situação se desenrolava, mas felizmente consegui passar por cima da torre, com os dedos dos pés bem dobrados como se isso fosse ajudar em alguma coisa. Depois que minha frequência cardíaca se acalmou um pouco, percebi o quão perto estive de misturar alumínio de avião com o alumínio de torre de alta tensão, e isso nunca é uma boa ideia. O que tinha acontecido? Parecia que eu tinha muita velocidade ao me aproximar da torre, mas obviamente isso estava seriamente errado. A resposta? De um lado, vi uma linha de árvores com cerca de 30 metros de altura, com os galhos do topo balançando para frente e para trás como em um vendaval, nada parecido com as condições na altura da aplicação. E então o termo “tesoura de vento” surgiu na minha mente, também conhecido como “gradiente do vento”. Como aqueles eram dias antes do GPS, eu não conseguia realmente afirmar com nenhum grau de precisão a velocidade do vento no nível das copas das árvores. Dado o movimento frenético dos grandes galhos, o