Agosto 2020 - Edição em português

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Após 60 anos, o Jet A Muda para Baixo Teor de Enxofre por Barry Martin Tennessee Aircraft Company

Contaminação microbiana

No ano passado, eu fui o coautor em um artigo na AgAir Update (abril de 2019) sobre as mudanças que aconteceriam com o Jet A, onde apenas o Jet A de ultra baixo teor de enxofre (15 ppm no máximo) estaria disponível a partir de julho de 2021. Desde então, fomos informados na última NBAA que um por cento de combustível de aviação sustentável (SAF – Sustainable Aviation Fuel, ou biocombustível) estava agora sendo misturado ao combustível entregue, e com planos de aumentar para 10%. Agora, sabemos que essa mudança no Jet A de ultra baixo teor de enxofre acontecerá e há algumas coisas que um operador responsável precisa resolver. Uma delas é a lubricidade do combustível, mencionada no primeiro artigo, e é por isso que eles estão adicionando o biocombustível, para aumentar a lubricidade. Prevemos que o objetivo de lubricidade do combustível que os fornecedores devem fornecer esteja na faixa de 0,85 mm, mas um valor aceitável no teste “ball-on cylinder lubricity evaluator” em motores mais antigos deveria estar na faixa de 0,20 a 0,65 mm (definido pelo Relatório ASTM D5001-90ª – método de teste padrão para medição de combustíveis de turbina de aviação pelo avaliador de lubricidade de bola e cilindro da Sociedade Americana para Testes e Materiais). Portanto, você deve consultar o fabricante do seu motor quanto ao nível de lubricidade que ele precisa. Na Tennessee Aircraft, estamos começando a ver mais problemas com gotas de água em suspensão e contaminação microbiana, que são problemas inerentes ao combustível de aviação. Nós tivemos um conjunto de bicos no mês passado, onde todos os orifícios primários

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e secundários estavam com vazão restrita ou nenhuma vazão. Se a água permanecer no combustível, formará cultura de microrganismos, ou bactérias, que se alimentam dos hidrocarbonetos no combustível, degradando a qualidade deste. Esses organismos são o próximo tópico de contaminação: crescimento microbiano. Esses micróbios usam o combustível como alimento, podem se propagar rapidamente (dobrando a cada 20 minutos) e produzir como subproduto uma substância semelhante a goma. A eliminação de água do sistema de combustível é uma maneira de controlar o crescimento microbiano. A FAA emitiu a Circular Consultiva 20-125, há mais de 30 anos, para alertar a comunidade da aviação sobre os perigos potenciais da água nos combustíveis para aviação. A circular é tão relevante hoje como era quando foi lançada. A água ocorre no combustível de aviação de duas formas: dissolvida e livre. Com o severo hidroprocessamento usado para dessulfurização e a adição de biocombustíveis, o teor de umidade do Jet A de baixo teor de enxofre está aumentando. No entanto, as concentrações de água do combustível fornecido não devem exceder 30 ppm de água dissolvida. A água dissolvida no combustível de aviação é semelhante à umidade do ar. Os sistemas de filtragem não removem a água dissolvida. Dito isto, a redução da temperatura do combustível fará com que a água dissolvida saia da solução como gotas de água livres. A criação de gotas de água livres ocorre a uma razão de cerca de uma parte por milhão por grau Fahrenheit. A água pode ser detectada de várias maneiras. As gotas de água livres depositadas no fundo de tanques de armazenamento subterrâneos ou tanques sem dreno


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