TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II COMPLEXO HABITACIONAL E DE CONVÍVIO SOCIAL HELIÓPOLIS NATALIA PEREIRA DE SOUZA RA: 817117902
O déficit está concentrado entre as famílias com renda de até 5 salários mínimos no mês. O qual o governo não estava conseguindo combater pelo fato de investirem nos programas que beneficiavam famílias com renda de 5 salários mínimos ou mais, sendo que a demanda maior de moradias era para população com renda inferior a isso. A comprovação desse fato é o rápido aumento das favelas desde o início da sua expansão em 1970, na cidade de São Paulo, que em 30 anos cresceu em grande número os moradores dessas regiões, incluindo a favela do Heliópolis como uma das pioneiras na região metropolitana, chegando ao seu nível atual de maior favela do estado. Na imagem 12 pode-se observar o crescimento do déficit habitacional brasileiro, em quantidade de domicílios, dentro de um período de 19 anos. Período
2000
2019
Déficit Habitacional em milhões
5.400.000
5.876.699
MAPA DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS
Tabela Déficit Habitacional no Brasil (2000 e 2019) Fonte: “Política habitacional e inclusão social no Brasil: revisão histórica e novas perspectivas no governo Lula” e IBGE com elaboração de Fundação João Pinheiro
Como visto anteriormente, o Brasil possuía um déficit habitacional de aproximadamente 5,8 milhões de domicílios, com a maior concentração desse déficit na região sudeste. Dentre os estados, São Paulo é o mais populoso da região citada e do país e segundo apontamentos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 2019, o estado bateu recorde e chegou a um déficit de 1,8 milhão de domicílios. Esse índice seria zerado com a construção de 474 mil moradias sociais, de acordo com a FGV, valor que corresponde a 26,3% do total do estado.
Mapa de equipamentos públicos de saúde, educação e segurança Fonte: Geosampa. Elaborado pela autora
GABARITO DO ENTORNO
A PROBLEMÁTICA
Nessa virada do século XX para século XXI, o déficit habitacional já era um enorme problema nas grandes cidades urbanas, principalmente nas regiões sudeste e nordeste. Nos dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no censo de 2010, mais de 11 milhões de pessoas residiam em aglomerados subnormais no país, sendo quase metade na região sudeste e a segunda maior porcentagem no nordeste, como mostrado abaixo na imagem 9, o restante dividido entre as outras regiões do país.
Gráfico do déficit habitacional de domicílios no Estado de São Paulo (%). Elaborado pela autora. Fonte: Dados do IBGE, em Folha de São Paulo
A densidade por domicílio é mais alta nas favelas, com média de aproximadamente 4 pessoas, enquanto nas demais áreas do município de São Paulo a média é de 3,2 pessoas. Logo, multiplicando a informação de quantidade de habitações precárias (474 mil moradias) na capital com a média de habitantes por moradia, chega-se no resultado de aproximadamente 2 milhões de pessoas, equivalente a 11% da população residente da capital paulista.
Gráfico de pessoas residentes em áreas regulares e irregulares na capital paulista Fonte: Dados do IBGE, em Folha de São Paulo
Mapa do Brasil com as regiões com maior número de habitantes residentes em aglomerados subnormais. Elaborado pela autora. Fonte: Dados do IBGE, em Veja
Esse problema é existente até os dias atuais em grandes proporções devido a desigualdade social presente no Brasil, aumentando as favelas, cortiços e a população de rua. De acordo com a Secretaria de Habitação (SEHAB), são considerados como déficit habitacional moradias com carências graves que precisam ser substiuídas, como barracos em favelas ou lugares isolados, casas e prédios localizados em áreas de risco e residências que não estão em locais adequados, como mostrado nas imagens abaixo.
Retornando ao âmbito geral do problema no país, após o entendimento da quantidade de moradias precárias existentes nas áreas urbanas das cidades, principalmente em São Paulo, área de estudo para o projeto, nota-se que em contraponto disso, haviam muitos imóveis vagos, que poderiam ser utilizados para amenizar esse problema, inclusive nos dias atuais, porém não é a realidade. Muitas cidades possuíam tantos imóveis ociosos que seriam capazes de resolver totalmente, como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, com mais de 100% de domicílios vagos em relação a demanda ou até parcialmente o déficit habitacional das cidades. Logo, se houvessem reais mudanças nas políticas habitacionais atuais, poderiam ser resolvidos o problema de muitas das cidades brasileiras, com a utilização desses imóveis vagos e promovendo novos imóveis, um dos objetivos do projeto realizado. O projeto tem como principais objetivos contribuir no combate ao déficit habitacional MAPA DE MOBILIDADE na cidade de São Paulo, mesmo que em pequena proporção, garantir o atendimento habitacional para melhora de moradia de uma porcentagem da população residente da favela Heliópolis, proporcionando qualidade de vida, conforto, segurança para aqueles que residirem no conjunto. A integração das áreas comuns terão função de promover a inclusão social e a cidadania, oferecendo lazer e convívio para toda a população da região e proximidades e a inclusão de comércio favorece no desenvolvimento local e movimentação da região.
Gabarito do entorno Fonte: Google Earth. Elaborado pela autora
Diante a realização das análises morfológicas, concluiu-se que devido a acessibilidade móvel da região o projeto que será proposto priorizará os pedestres, não utilizando áreas para garagem. Possuirá também jardins e áreas de lazer para a comunidade e para os condôminos, não necessitando de equipamentos para suprir a saúde e educação da região, por estar próximo ao Hospital, postos de saúde e diversas creches. O novo conjunto habitacional acompanhará o entorno tendo no máximo 20 pavimentos, não destoando a imagem do bairro e possibilitando uma quantidade maior de unidades habitacionais, observando sempre as questões de iluminação natural para todos os apartamentos. Será incluído térreo ativo e para uma boa experiência do pedestre, o passeio será aumentado com mais arborização.
APRESENTAÇÃO DA ÁREA
Área de intervenção Fonte: Google Earth. Elaborado pela autora
Aglomerado subnormal em beira de córrego Fonte: Rodrigo Vilar, em Favela Brazil
Barraco de madeira Fonte: Rodrigo Vilar, em Favela Brazil
O lote está na esquina da Rua Comandante Taylor com a Rua Visconde de Camamu. De acordo com a divisão da favela, feita pela prefeitura de São Paulo, está situado na Gleba F, denominada Pilões. Possui um desnível de 18 metros, sendo mais inclinado em suas bordas e plano no interior, desse modo será necessário realizar taludes, cortes e platôs como estratégias de projeto nessas áreas, impactando ambientalmente. Possivelmente haverá uma extensão da Rua Freire Brayner, proposta em um projeto da COHAB para a região, possibilitando propostas diferentes de projeto. Mapa de mobilidade Fonte: Geosampa. Elaborado pela autora
1/6