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Coluna:
HISTÓRIA ORAL, METODOLOGIA E O CMRP Por Leonardo Tavares Santa Rosa
A
metodologia de História Oral surgiu
Neste caso a entrevista ou o método de
como uma forma de valorização das
História Oral busca essa síntese e sentido a todo o
memórias e recordações, recolhendo
momento, sendo essa presente não só na trajetória
informações através de entrevistas de indivíduos e
de vida do entrevistado, mas no conjunto geral de
grupos que vivenciaram fatos ou que são
todo o passado em questão. Todo o relato ganha e
“guardiões” de memórias ou histórias passadas de
forma um sentido, constrói um caminho na medida
gerações em gerações. Narrar e ouvir uma história
em que vai sendo narrado juntando-se a outros,
ou uma experiência de vida faz do indivíduo parte
tendo o historiador como organizador desses
da formação e da conjuntura do passado, Philippe
fragmentos soltos na busca do sentido e da
Lejeune salientando a questão da autobiografia
coerência desses relatos. O indivíduo, o agente
com relação do indivíduo na própria estrutura do
histórico, sempre busca algo com um objeto,
texto afirma: “Não se pode assumir sua vida, sem
lembrança,
de certa forma, fixar-lhe um sentido nem engloba-
fragmento para construir o início de seu caminho
la sem fazer sua síntese; explicar quem éramos sem
(sua narrativa), isso acontece em todos os métodos
dizer quem somos” 1.
históricos, tendo na história oral um diferenciador,
momento
ou
qualquer
outro
a “construção de uma história viva” por cada ALBERTI, V. A vocação totalizante da história oral e o exemplo da formação do acervo de entrevistas do CPDOC. In: INTERNATIONAL ORAL HISTORY CONFERENCE CPDOC/FGV/FIOCRUZ, 1998. p.509-515 1
indivíduo que utiliza esse método para reviver a partir de um objeto ou mesmo de uma lembrança