Pilot Magazine - Carla Maria

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Outro problema encontrado em Elite é a repetição de diversas situações, como as pegações entre os alunos em momentos pouco convencionais ou discussões que tornam a acontecer pelo mesmo motivo. O roteiro cai, na maior parte das vezes, em momentos bastante previsíveis e ações óbvias dos personagens. Os personagens, no entanto, são, possivelmente, o principal ponto positivo. Eles são, de modo geral, bem desenvolvidos e possuem seus dramas pessoais explorados de forma contundente. As relações entre eles são o que fazem a série ganhar fôlego, com destaque para as atuações do trio de La Casa de Papel (os intérpretes de Christian, Marina e Nano – Jaime Lorente -, o irmão de Samuel) e Mina El Hammani, que faz de Nadia uma personagem interessantíssima. A série também aborda temas como HIV, diferenças étnico-religiosas, homossexualidade e conflito de classes sociais, trazendo diferentes pontos de vista e desmistificando determinados preconceitos. Isso sem falar do tráfico de influência, que norteia o pano de fundo de toda trama.

Elite conta, ainda, com uma trilha sonora incrível e agradável, que alterna entre músicas contemporâneas espanholas e clássicos internacionais, marcando algumas das principais cenas do seriado e o clímax da temporada, em um episódio final que chega a surpreender (ouça no Spotify). Entre altos e baixos, Elite deixa a impressão de que poderia ser mais, mas ainda é uma opção interessante na Netflix e emplaca alguns personagens marcantes que, possivelmente, retornarão para uma segunda temporada.


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