Revista Digital do Portal 2A+ Farma

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Boas Práticas Com a estrutura atualmente disponível, a logística tem um papel crucial neste processo, fazendo com que os custos necessários para coletar, transportar e destinar os resíduos de medicamentos domiciliares inviabilizem economicamente quaisquer dos modelos propostos. A análise dos custos, com base em modelos voluntários existentes, mostra que o transporte é um fator de alto custo, contribuindo com cerca de 70% do total. De imediato somos levados a refletir sobre a relação custo/benefício de se proceder à destinação de certos resíduos, transportados por longas distâncias, em que as viagens podem alcançar quase 4.000 km (por exemplo, de Boa Vista – RR até Belém – PA). Quando se converte a quantidade de combustível consumida nestas viagens em volume de gás carbônico produzido, podese obter como resultado um m impacto ambiental maior com a geração de gás carbônico do que com o descarte de resíduos de produtos inócuos ao ambiente, depositados em aterros sanitários comuns licenciados. Um cálculo aproximado mostra que cada 4.000 km geram 2 toneladas de CO2 (ref.: site: http://www.greenco2.ne t/calculadora.html#). Página 7

Portanto, é sensato organizar o sistema em cidades acima de 100.000 habitantes e que possuam estrutura para a destinação adequada. Quantidade de resíduos Outro importante ponto de destaque refere-se aos volumes de resíduos produzidos. Todos os resíduos sólidos (de todos os tipos) gerados em um ano no Brasil atingem 76 milhões de toneladas, conforme dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (ABRELPE, 2013). É bom relembrar que 60% destes 76 milhões simplesmente não são coletados ou são destinados para aterros não regularizados. Já a geração de resíduos de medicamentos domiciliares, em um ano, é estimada em 14.260 toneladas (média de 71,3 g por habitante/ano* x 200.000.000 habitantes). Portanto, o total de resíduos de medicamentos

domiciliares em relação ao total geral de resíduos sólidos no país em 2013 representou apenas 0,0187% deste total. Em termos quantitativos, o volume está longe de ser representativo. *Média obtida através dos dados constantes do Relatório “Logística Reversa para o setor de medicamentos” (ABDI/2013. Este dado nos mostra uma informação importante, ou seja, não é necessário estabelecer um modelo permanente de coleta e destinação, sendo recomendável um modelo realizado através de campanha anual ou bianual. Como ferramenta de benchmarking para esta recomendação, podemos observar o modelo americano, atualmente em desenvolvimento e já

Revista Digital do Portal 2A+ Farma - Ano 1 - número 2 - maio de 2018


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