Revista 29HORAS - Ed.01 - novembro 2009 - Capa 1

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sua mulher; encontrar os filhos; tocar sax; nadar; viajar; se divertir. “Enfim, viver”, resume o sábio Zé.

Segredos cabeludos.

Ela não vê pelo em ovo, mas tem um olhar afiado para enxergar fios fora do lugar no rosto e no corpo das pessoas. Às vezes, está conversando com alguém e de repente seus olhos miram uma sobrancelha mal desenhada, um buço por fazer ou pelinhos que teimam em sair pelo nariz. “Isso acontece sem querer, é até meio chato. Acho que é o vício da minha profissão”, explica a paulistana Rosemeire Alves de Moura, de 34 anos. Justificadíssimo: Meire passa 12 horas por dia depilando mulheres das mais variadas idades e perfis no salão Depil in Natura da rua Canário, no bairro de Moema. Seu horário de pico começa no cair da tarde, às 17h. É nessa hora que a mulherada lembra que tem pernas e virilhas por fazer e corre para os domínios de Meire, um espaço equipado com maca (forrada com papel descartável)

O francês Didier diz que “cada pão é um ser vivo, único”

“massa não suporta brutalidade, excesso. só delicadeza que recebe, nos dias de movimento, mais de 20 clientes por dia. A cera quente à base de mel é colocada com a espátula sobre a pele e retirada em movimentos firmes e rápidos – Meire é expert em extrair os pelos em poucas passadas de cera. Pernas, coxas, axilas, buços, sobrancelhas, costas, barrigas, até pés. Há quem grite de pavor e há também quem gargalhe, conta a depiladora. “Uma menina que veio depilar pela primeira vez, nos seus 13 anos, começou a dar gargalhadas

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