revista 29HORAS - Ed 30 - abril 2012

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teatro Galisteu nunca fez curso de teatro, aprendeu tudo o que sabe com grandes mestres, entre eles Bibi Ferreira, Paulo Autran e Otávio Muller: “Qual escola pode ser melhor do que isso?”

Em sua ainda curta carreira no teatro, Adriane teve a sorte de só trabalhar com grandes diretores, pelo menos até agora. Na sua estreia, em 1999, em Deus lhe pague, foi dirigida por Bibi Ferreira. Depois, atuou em Dia das Mães, com direção de Paulo Autran. Seu currículo ainda inclui trabalhos com Jô Soares (Às favas com os escrúpulos), Elias Andreato (O rim) e Otávio Muller (Casal aberto, ma non troppo). Em Uma mulher de outro mundo, ela teve como “maestro” o jovem Alexandre Reinecke (de Adultérios, Os 39 degraus, Sua excelência, o candidato e tantas outras produções). “Eu nunca fiz nenhum curso de teatro, mas tudo que sei aprendi com grandes mestres. Qual escola pode ser melhor do que isso?”, indaga a loira. Para quem duvida de seu talento no teatro, há duas maneiras de mudar essa opinião. Uma delas é conferir a performance de Adriane na peça, ao vivo; a outra é dar um voto de confiança aos grandes nomes do teatro que já se impressionaram com os talentos da atriz. Segundo Bibi Ferreira, ela “é uma mulher elegante, além de ser uma artista nata. Quando a conheci, fizemos dois ensaios para vermos suas qualidades teatrais, noções de palco e impostação de voz. Ela foi muito bem. Parece que nasceu no palco”. Já Juca de Oliveira avalia que Adriane “é superprofissional. Pode vir a

“O fato de eu estar constantemente na TV e na mídia serve para atrair muita gente. E, para fazer esta peça ‘bombar’, pretendo usar o meu programa e toda a minha força nas redes sociais” 26 | 29HORAS | Abril 2012

ser uma grande atriz, com certeza”. Paulo Autran dizia que Adriane “é uma atriz muito dedicada, e palco é exercício”. Antes de morrer, em 2007, o ator pediu a ela que nunca desistisse do teatro, mesmo que alguns obstáculos aparecessem em seu caminho. Outra qualidade de Adriane, que ela mesma admite, é que a simples presença de seu nome no elenco de um espetáculo já faz dele um sucesso de público. “O fato de eu estar constantemente na TV e na mídia é algo que serve para atrair muita gente. E, para fazer esta peça ‘bombar’, pretendo usar o meu programa na TV e toda a minha força nas redes sociais”, avisa. Escrita pelo britânico Noel Coward, a ação de Uma mulher do outro mundo foca no “retorno” de Elvira, uma mulher falecida há sete anos. Interpretada por Adriane, ela ressurge graças aos poderes mediúnicos de madame Arcati, vivida no palco pela hilária Iara Jamra. Quem não acredita no que está acontecendo é Charles (Jairo Mattos), seu ex-marido, atualmente casado com Ruth (Lúcia Veríssimo). Só Charles enxerga Elvira. A plateia também, mas os demais personagens acreditam que Charles está alucinando. Recentemente encenada na Broadway, a montagem teve Rupert Everett e a veterana Angela Lansbury no elenco. “O enredo é muito divertido, e eu estou adorando o papel que me cabe. Quer coisa mais gostosa do que ser um espírito capaz de atazanar a vida de seu ex-marido?”, ri Adriane. Ela se diverte, mas também sofre. Os ensaios da peça aconteciam de noite, em geral das 20h à 1h da madrugada. Durante os meses que antecederam a estreia, Adriane praticamente não viu seu filho, o pequeno Vittorio, nascido em agosto de 2010, fruto de seu casamento com o empresário Alexandre Iódice. “Quando aceitei o convite para atuar nesta montagem, ainda não havia sido convocada para apresentar o Muito +, que vai ao ar de segunda a sexta, sempre às 16h, ao vivo, na Band. Está sendo duro, mas o palco me dá muita energia. É muito gratificante esse contato de perto com o público, com os meus fãs, e eu acredito piamente que este meu trabalho nos palcos faz de mim uma apresentadora melhor na TV”, conta. Filha de um pai alcoólatra que morreu quando ela ainda era muito jovem, a pequena Adriane teve uma infância difícil no bairro da Lapa. Sua vida deu a famosa “guinada de 360 graus” quando conheceu o campeão da F-1 Ayrton Senna, com quem namorou durante um ano e meio, até a morte


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