Z Magazine - Edição 162

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maio, 2020

EDIÇÃO 162 ANO 16

em casa



Profeticamente, eis a nossa metamorfose ambulante

E

ntregamos uma edição inédita não apenas em seu conteúdo e layout, mas em sua forma de pensar, ser, viver e se mostrar. A adolescente Z Magazine, que completa 16 anos e que você segura nas mãos nesse momento ou a lê em formato digital, não é mais a mesma. Sim, o mundo pós-Covid-19 se impôs e, mesmo desconhecido, impensável e inacreditável, se estabeleceu em cada um de nós sem que pudéssemos parar para entendê-lo e tão pouco negá-lo. Com a curiosidade e coragem que carregamos em nosso DNA, vimos que era hora de apostar em uma das melhores capacidades humanas: a adaptação. Com o passar dos dias avaliando o que não tinha precedentes, mergulhados em home office e buscando reorganizar em tempo recorde não apenas o nosso novo espaço, como também o nosso coração e mente, notamos como o que se destaca de tudo isso são histórias reais, verdadeiras, humanas. A pandemia já se tornou um acelerador de futuro e para acompanhar sua velocidade é preciso mudar. E quem acelera tem pressa, e se tem pressa é porque tem razão e algo para mostrar! Em poucas semanas inusitadas e algumas reuniões virtuais, novas questões vieram à tona junto com um novo olhar para o planeta dos homens, agora quase que parado, completamente tenso e praticamente sem ar, permitindo pelo mesmo motivo, que o planeta Terra voltasse a respirar com toda a sua capacidade. Quantos impasses, ambiguidades, decisões que precisavam ser tomadas rapidamente, crenças e valores revisitados. Chegou a hora da verdade. A minha, a sua e a nossa. Assim, decidimos olhar para dentro e puxar o coração para fora. Buscamos aprender o que não sabemos e desde então, por aqui, não se deixa nada para depois, muito menos o exercício de agradecer. E assim vieram as inspirações, novas conexões emocionais, visuais e de conteúdo, bem como as lives no Instagram às segundas-feiras e a busca incessante por mentes abertas para trazermos para perto gente de verdade, que fala de propósito, de pertinência, pertencimento. Em meio à crise e às mudanças que desestabilizaram estruturas por todo o mundo, que agora clama por revoluções, a voz das revistas de moda se mostrou ainda mais relevante e fomos convocadas a reforçar nosso papel social e ambiental. Por isso, resolvemos colocar em prática o que já explodia em nosso coração, e as próximas páginas nos validam. Estamos mais conectadas e queremos conhecer melhor esse novo mundo de meu Deus, sem timidez. Claro que vamos falar de estilistas, mostrar coleções e desfiles, mas com um novo olhar. O que fazem os artesãos locais, os produtores de moda que nos rodeiam e as iniciativas que precisam ganhar visibilidade? É tempo da construção de uma revista de moda engajada num grande mercado em reconstrução, com muito trabalho e responsabilidade pela frente e novos sonhos para se tornarem reais. Novo mundo, nos aguarde, porque temos asas para voar e elas já estão abertas. Estamos em CASA!




Nossa Capa

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Nossa capa, nossa edição imposição do distanciamento social nos fez olhar não só para o mundo com outros olhos, mas também para muitas questões internas e externas. Já vivemos o mundo pós-Covid-19, que em um primeiro momento, só traduzia medo, desespero e incertezas, mas agora aponta também para a necessidade imediata de mudanças. Como revista de moda, não podemos deixar de falar da importância de uma reflexão mais profunda. Para onde a moda caminhava? Qual é a moda que você acredita? Sim, esses eram questionamentos que já estavam em pauta, mas que se aproximavam a passos lentos. Agora, não tem mais espera. Não há espera quando o assunto é vida. E, diante dos assustadores números de mortos por coronavírus, temos sim a responsabilidade social de mostrar o que é preciso mudar na moda, nosso meio profissional de atuação. Junto disso, sabemos sim que nós, como veículo de comunicação, temos muito a mudar. E já começamos. Nosso novo layout, mais maduro, com respiros e didática, além da introdução do logo digital na versão impressa, marcam muito mais do que revitalizações gráficas. Marcam a chegada de pautas urgentes, que falam sobre como nossas vidas se conectam com a moda. Como ela pode e deve ser mais democrática. Como ela pode e deve ser mais humana. Em um momento delicado e sensível como o que vivemos, como falar de moda? Diante do notável respiro que o planeta deu durante os dias de “fique em casa”, com níveis mais baixos de dióxido de carbono, redução de ruídos e circulação livre dos animais, buscamos falar de novos comportamentos e dinâmicas de mercado, que indicam (e torcemos por isso!) um mundo com mais respeito e responsabilidade. Nossa folhagem da capa traz esse respiro e antecipa a maior tendência que veremos daqui pra frente: uma moda que deve ser realmente sustentável e consciente. E mais do que isso, uma moda que traga do passado seus melhores momentos, talentos e lições para inspirar um futuro (ou melhor, presente!) genuíno e transparente, com dignidade e empatia. Acreditamos nas transformações e vemos, ao menos nesse momento, a moda se interiorizar e olhar para dentro, talvez repetindo o caminhar natural e simples de uma lagarta, que parte para seu novo recomeço, porque entende que a evolução, para ela, trará asas para alcançar os mais altos e belos voos de uma borboleta. Nós vamos abraçar a metamorfose e reforçar nossas mais intimas descobertas e lições, para que possamos continuar levando conteúdos relevantes, com histórias ainda mais reflexivas, engajadas e humanas.

A Equipe #JuntosEmHomeOffice 6 ZMAGAZINE



Mai

2020

Em pauta

NOSSA CAPA Criação Gracioli/Imagens Freepik

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Moda

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Trend

A RESPOSTA DA MODA: como um dos maiores setores da economia se manifesta perante à crise A ERA DA ANTI-TENDÊNCIA? Se consumir por consumir já era démodé, a pandemia confirma seu extermínio. O Design emotivo entra em cena e valoriza a atemporalidade e o conforto

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Ana Vaz

Fotos: Divulgação

FIM DA MODA? Os rumos das semanas de moda, lançamentos e tendências pós-período de UTI

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DETALHES QUE FAZEM A DIFERENÇA: como aproveitar o tempo para aprimorar o seu casamento

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MODA NO DIGITAL: novas fórmulas de comunicação e venda no universo da moda 10 FILMES QUE TE FARÃO VIAJAR À PARIS: conheça todo o romantismo da cidadeluz sem sair de casa

36 Fashion 38

Via Milano

VIAGEM DE CADA SIGNO: quais os destinos ideais para cada perfil do zodíaco? LUTO OU LUTA? Futuro da profissões: as mudanças e exigências já estão aqui e trarão novas dinâmicas de mercado!


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Fashion

VIÉS JURÍDICO: questões legais por trás do cancelamento de eventos e coleções de moda

44 História da moda 46 Conexão Glam

O MAIOR ERRO DO DESIGN: como a moda pode se livrar dele? MODA PÓS-PANDEMIA: A HISTÓRIA SE REPETE? como fatos da humanidade contribuem para analisar os rumos dessa indústria depois da Covid-19

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Fashion

6 DICAS PARA TORNAR O HOME OFFICE MAIS PRODUTIVO!

50 52 Z Beauty 54 Travel 58 Express 60 Decor

ESCRITÓRIO EM CASA: dicas para montar o seu cantinho de trabalho durante o home office DICAS DE BELEZA DE NOSSOS COLABORADORES DESTINO CASA: relato de um viajante em tempos de Covid-19 ENTRETENIMENTO FASHION: uma lista nada tradicional para aumentar o seu conhecimento em moda

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Numerologia

2020, o ANO 4: análise do ano sob o olhar da Numerologia

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Colaboradores

Z MAGAZINE EDIÇÃO162

2020 MAIO

ERIKA PAIVA Fashion Consultora de Imagem especializada em coloração pessoal, marketing de moda na Lisbon School of Design e representante da Style Neuf. erikapaiva_consultoria

FERNANDA FONTES Fashion Law Advogada pós-graduada em Fashion Law e Business. fernandafontes

ANA VAZ Consultoria Consultora de Imagem, palestrante, docente e autora de “Pequeno Livro de Estilo” e “Pequeno Livro de Etiqueta”. anavaz_imagem

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APARECIDA LIBERATO Numerologia Numeróloga com especialidade em autoconhecimento, estudos de nome e data de nascimento, assinatura, nome profissional e empresarial.

RAÍSSA ZOGBI Conexão Glam Jornalista especializada em Economia Criativa e pós-graduanda em Gestão e Estética da Moda pela USP. raissazogbi

aparecidaliberato

BIA FRATA Via Milano Fashion Stylist pelo Istituto Marangoni e Coordenadora de Styling da “Vogue Italia”. BIAFRATA

LUCAS ESTEVAM Travel Digital influencer de roteiros de viagem e fundador do blog “Estevam Pelo Mundo”. estevampelomundo

CRIS GRACIOLI Via Portugal Editora da Z Magazine, diretora da Gracioli Comunicação e apaixonada pela terrinha. crisgracioli z_magazine_

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Colaboradores NAJUH MANTOVANI Z Beauty Maquiadora profissional e fundadora da marca de make vegana Rock Me Up

FREDY SIQUEIRA Z Beauty Especialista em mechas, formado pela Escola Meininghaus. Trabalhou ao lado do renomado René Asch @fredyhair 19 3705-1900 Aguinaldo Cabelos Cambuí Rua Coronel Francisco Andrade Coutinho, 87 Cambuí

MIRIAM ZANICHELLI Z Beauty Esteticista fundadora do método de massagem linfática, modeladora e relaxante, Mi Slim

@najuhmantovani @rockmeupcosmeticos 19 98111-0051 Studio Andy R. Dona Prisciliana Soares, 229 Cambuí

@metodomislim 19 98177-5688

Studio 232 Rua Viscondessa de Campinas, 232 Nova Campinas Atendimento home care (feminino)

NANI DINIZ Z Beauty Expert em cortes e penteados com mais de 25 anos de bagagem @nanidinizcabelos 19 3705-1900 Aguinaldo Cabelos Cambuí R. Coronel Francisco Andrade Coutinho, 87 Cambuí 12 ZMAGAZINE

RAQUEL GUIMARÃES Moda Europa Consultora de imagem, Personal Shopper, diretora e docente da Fashion School, no Porto fashionschool_portugal


SONIA PALADINI Z Beauty Fisioterapeuta e esteticista credenciada pelo Método Renata França dra.soniapaladini_fisio

LUÍS PIRINELLI

19 99108-1661

Z Beauty Expert em maquiagem, com destaque para noivas e madrinhas

Atendimento externo e em domicílio

@luispirinellimakeup 3705-1900 Aguinaldo Cabelos Cambuí Rua Coronel Francisco Andrade Coutinho, 87 Cambuí

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EDIS LIMA Via Paris Guia conferencista com roteiros personalizados e diretora da Bem in Paris beminparis

JACKE BARBOSA Z Beauty Maquiadora especializada em pele negra, cabelo, microblanding, alongamento de cílios e freelancer da Rede Família @jackebarbosamakeup 99287-3415 Sofisticatto Hair Rua Barreto Leme, 2077 Cambuí

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Atendimento externo e em domicílio

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Fotos divulgação

Moda

A resposta da moda

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COMO UM DOS MAIORES SETORES DA ECONOMIA SE MANIFESTA PERANTE À CRISE POR CAROLINA ALTAREJO


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m 1950, a filósofa brasileira Gilda de Mello e Sousa escreveu no ensaio “O Espírito das Roupas”, publicado em 1987, que a moda é “uma simbologia, o reflexo da sociedade”. Em meio a um cenário completamente novo, não poderíamos esperar uma postura diferente. Nesta crise de saúde sem precedentes, o mercado, pautado pela competição, se encontra mais unido do que nunca, cumprindo o seu papel de responsabilidade social por um único objetivo: combater a pandemia. Com o comércio fechado, número de trabalhadores reduzido e matéria-prima limitada, o setor carrega um impacto significativo, porém, mostra sua empatia, pertinente ao segundo maior empregador do Brasil. As máquinas suspenderam a produção de roupas e cosméticos e passaram a ser utilizadas no esforço de oferecer materiais de proteção e higiene que auxiliam a prevenir a disseminação do novo Coronavírus.

As máquinas suspenderam a produção de roupas e cosméticos e passaram a ser utilizadas no esforço de oferecer materiais de proteção e higiene que auxiliam a prevenir a disseminação do novo Coronavírus

A marca de joias romana Bvlgari também fez uma grande doação ao Departamento de Pesquisa do Hospital Lazzaro Spallanzani, em Roma

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Moda

Fotos divulgação

AMEND produziu cerca de 32 mil unidades de álcool em gel para doação

Iniciativas internacionais

Higiene e prevenção

Com o crescimento dos casos da Covid-19 no mundo todo, as grandes marcas de luxo se mobilizaram para prestar auxílio aos hospitais e centros de pesquisa. Versace, Prada, Giorgio Armani, Moncler e os grupos Kering e LVMH são alguns dos players que já doaram grandes quantias em dinheiro e aparelhos às entidades de saúde na Europa para o tratamento de pacientes infectados. O poderoso grupo francês de luxo LVMH, fechou as fábricas de cosméticos e perfumes das grifes Dior, Givenchy e Guerlain para produzir álcool em gel, o que renderá cerca de 50 toneladas por semana, doadas aos hospitais franceses. A holding também está trabalhando no envio milhões de máscaras para as entidades na França, Itália e Espanha. Dentre as ações, Chanel, Hugo Boss, Gucci, Saint Laurent, Balenciaga e o grupo Inditex são alguns dos que se dispuseram a produzir vestimentas médicas, como aventais e máscaras, para os profissionais de saúde. A marca de joias romana Bvlgari também fez uma grande doação ao Departamento de Pesquisa do Hospital Lazzaro Spallanzani, em Roma. Essa resultou na compra de um microscópio de última geração, fundamental para a pesquisa de desenvolvimento da vacina. “Estamos conscientes de que a doação é um pequeno pedaço da pesquisa que deve ser realizada, mas graças às pessoas maravilhosas que estão trabalhando dia e noite com grande otimismo, temos certeza de que nas próximas semanas avançaremos bastante na contenção e na erradicação do coronavírus, não apenas na Itália, como no resto do mundo”, disse o CEO da grife, JeanChristophe Babin.

No Brasil, muitas marcas estão engajadas também na produção dos itens indicados pelo Ministério da Saúde para auxiliar na pandemia. As indústrias do ramo têxtil, como o Grupo Lunelli, Grupo Morena Rosa, Grupo AMC Têxtil e Vicunha, aderiram à iniciativa, apoiadas pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT). A adaptação na manufatura das fábricas também atingiu o setor de cosméticos. A AMEND Cosméticos, Mary Kay Inc., Lowell e Natura &Co foram algumas das que passaram a utilizar de seu espaço para produzir álcool em gel com o propósito de auxiliar as instituições e outros locais selecionados. Além do antisséptico, a ADCOS identificou a necessidade de intensificar a hidratação do rosto e das mãos devido às lesões causadas à pele pelo uso recorrente de EPIs, e criou uma fórmula específica de hidratante, que será doado a hospitais para uso diário das equipes médicas.

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Apoios aos profissionais da saúde

Novas formas de venda

Pensando nos profissionais que têm trabalhado na linha de frente para combater a Covid-19, as iniciativas surgem como forma de agradecimento. Para auxiliar no atendimento da demanda, a Osklen, em parceria com o Instituto Alpargatas, iniciou a produção de máscaras e jalecos, seguindo seu viés sustentável em confeccionálos a partir das sobras de tecidos da sua coleção atual. A Cia. Hering também anunciou que está confeccionando uniformes para utilização em centros cirúrgicos. Já a Aramis, com o objetivo de engajar o restante da indústria nessa era de empatia, criou a campanha #VestindoHerois e doou seu estoque de roupas brancas às equipes hospitalares. “Sabemos que não é o momento de comprar roupas e sim de ajudar o próximo”, explicou Richard Stad, CEO da marca.

Se reinventar. Esse é o desafio das marcas que procuram minimizar os impactos econômicos da pandemia. Descontos e isenção do frete foram algumas das alternativas encontradas pelas empresas que passaram a adotar o e-commerce como canal número um. No entanto, a experiência do consumidor, explorada organicamente no ponto de venda, é o fator que diferenciará as marcas no ambiente digital. A fundadora da Simple Organic, marca brasileira de clean beauty, Patricia Lima, defende que em épocas de crise, surge a criatividade. “Esse será um marco no varejo, que terá que se transformar e se reinventar”, afirma a empreendedora. A marca decidiu apoiar os brasileiros nesse momento de instabilidade financeira e criou um time de vendas digital que oferece às pessoas uma possibilidade de renda extra através de comissão. De fato, a necessidade de mudar a dinâmica de negócios promete ampliar a operação online do setor. Em entrevista para a Z Magazine, a vice-presidente de vendas da Mary Kay Brasil, Rosana Bonazzi, conta que a marca, campeã no modelo de vendas diretas, passou a oferecer ferramentas para que suas Consultoras de Beleza Independentes realizem Sessões de Beleza Virtuais. “As consultoras aprenderam que podem estar junto de suas clientes virtualmente, não só para vender, mas para acompanhá-las e apoiá-las, inclusive emocionalmente”, conta Rosana. Essa mudança da dinâmica ainda permitiu que elas abordassem a questão do autocuidado, essencial neste momento de isolamento social e reforça a comunicação como base do novo marketing.

Bvlgari Cinemagia Capri Alta-Joalheria ZMAGAZINE 17


Trend

A era da anti-tendência? SE CONSUMIR POR CONSUMIR JÁ ERA DÉMODÉ, A PANDEMIA CONFIRMA SEU EXTERMÍNIO. O DESIGN EMOTIVO ENTRA EM CENA E VALORIZA A ATEMPORALIDADE E O CONFORTO POR RAÍSSA ZOGBI

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Fotos divulgação

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passos lentos e graduais, o mu n d o e, c o m o consequência, a moda trilhavam caminhos mais conscientes em direção a um consumo slow, com propostas atemporais e mais duradouras. Diante do cenário da Covid-19, o que era processo virou marco, e trouxe toda e qualquer mudança do futuro para agora. Sim, o isolamento social provocou (e provoca!) incontestáveis mudanças comportamentais no mundo, e para atender às novas demandas, a moda e suas dinâmicas precisarão se reinventar. “Vemos os efeitos psicológicos alterarem e ressignificarem o design de moda. Não é sobre o que vai vender, mas o que oferecer para a vida do cliente melhorar”, reflete a trend hunter e fundadora da Trend², plataforma de pesquisa e consultoria de tendências, Janaína Salgado. Em entrevista para a Z Magazine, ela analisa novos hábitos pós-Covid-19. Acompanhe!


Vemos os efeitos psicológicos alterarem e ressignificarem o design de moda. Não é sobre o que vai vender, mas o que oferecer para a vida do cliente melhorar Em casa, mas arrumada! A necessidade de novidades a cada estação perde seu espaço para uma moda muito mais atemporal e que agrega valor ao lifestyle do consumidor. O ato de se vestir para permanecer em casa ganha um novo significado e dimensão, e atemporalidade, conforto e distanciamento de ostentações são palavras que terão forte influência nesse novo mundo. “Vemos um novo momento da moda, com valorização do design do conforto, do acalanto, do abraço, aliados à técnica e responsabilidade social e ambiental”, reforça Janaína. Mas, a pergunta que fica é: continuaremos a ter tendências? “Não deixaremos de ter novas informações porque elas são respostas do destino que o comportamento humano irá tomar, e estamos em constante evolução. Almejaremos novidades positivas. Mas, teremos sim, uma desaceleração do esgotamento de discurso e criatividade na moda”, afirma Janaína. Janaína Salgado/TREND2

Marni

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Cardigans oversized: carregam a ideia de liberdade, movimento e proteção.

@trend2_

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Foto Armando Grillo

Trend

Inverno 2021

No pós-pandemia, as peças tendem a refletir conforto, sensação de abraço, maciez e leveza, fortalecidos pelo período de home office, e até um sentimento de esperança e sede de se arrumar para sair de casa, com propostas coloridas e brilho. Peças com mensagens ou frases impactantes também ganham força.

Slinky Dress: o

Balmain Fall 2020

Warm e soft forms:

maximalismo minimalista propõe vestidos longos, com tecidos leves e brilhantes para uma vibe festiva e, ao mesmo tempo, comfy.

Dressing Blanket: as

mantas saem das camas e sofás para trazer todo o conforto do lar para as ruas.

sapatos e botas também traduzem maciez e conforto. Destaque para as botas enrugadas que trazem a referência do abraço.

Foto Alessandro Lucioni

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Novo design

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Foto Daniele Oberrauch Gorunway

Com a valorização da natureza, do estar em família e de segurança, o design do conforto acompanha, também, um caráter emotivo. “Nós moramos no planeta e fazemos parte dele. Não é só sobre ter, é sobre viver! As sobras e os resíduos agora já são considerados erros graves de design. Por isso, teremos um design emotivo, voltado aos bens duráveis, que devem te acompanhar por toda a vida, guardando memórias e lembranças”, analisa a trend hunter. Acompanhe algumas peças que dialogam com as novas necessidades do consumidor.

Balmain Fall 2020

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David Koma Fall 2020


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Foto Alessandro Lucioni

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Flores oversized:

a estamparia traz flores em dimensões maiores para reforçar o apelo pela esperançam e a busca por tempos felizes.

Pacth power: alinhada à

Foto Alessandro Lucioni

sustentabilidade, essa tendência reforça o aproveitamento de tecidos. Aquilo que era lixo, virou protagonista de uma nova peça.

Collina Strada

A conexão com a natureza é reforçada através dos tons alegres, tecidos e pedrarias. “A cartela de cores está cheia de energia e, ao mesmo tempo, calma, com destaque para os verdes, azuis e terrosos, que criam conexão com o planeta”. Nos materiais, tecidos naturais e produções feitas à mão entram em cena. “Vemos o a ganga, o linho 100% com trama mais fechada, o linho no fio tinto, os canelados, as telas com tramas abertas e trançados diferenciados”. Diante de um novo mundo, as pessoas passarão a se enxergar como responsáveis por seus atos. “Os produtos que prezam pelo meio ambiente serão fatores decisivos para a compra. Hoje em dia, temos tecidos com muita qualidade que se decompõem em três anos. Vamos sair, mais do que nunca, responsáveis disso tudo. O instinto humano irá se sobrepor nas nossas ações. Finalmente assistiremos a era eco consistente”, finaliza Janaína.

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físico para maior precisão dos tons.

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Cores Verão 2021 As cores podem variar na impressão. Consulte PANTONE

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Viktor & Rolf

para ter a tabela completa acesse:

Fonte: www.trend2.com.br

Cores e tecidos

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Consultoria

Fim da

moda? OS RUMOS DAS SEMANAS DE MODA, LANÇAMENTOS E TENDÊNCIAS PÓS-PERÍODO DE UTI

A

Fotos divulgação

POR ANA VAZ

moda deu de cara com sua finitude. Sim. O sistema como o conhecemos está em colapso já há alguns anos e o vírus que nos ataca também molesta a indústria que produz como se não houvesse amanhã. Produtor e consumidor estão em risco juntos. E deveriam repensar suas vidas para que não padeçam em nome do ter, ter, ter. “A moda vai acabar?” Você deve estar (se) me perguntando. Digo que não, mas aposto que vai se transformar – mesmo que na marra. Com a economia global em suspenso, essa indústria e esse varejo não essências estão sob o escrutínio do planeta, afinal materializam claramente o quanto temos vivido no automático, de forma pouco significativa e muito egoísta – mais uma vez, incluo aqui do produtor ao consumidor (não nos isentemos, leitora querida, já que somos parte atuante dessa engrenagem perversa). Como continuar alimentando uma indústria que produziu apenas no ano de 2019, de acordo com reportagem do portal “Business of Fashion”, a absurda e insana quantidade de 114 bilhões de peças? Éramos 7,7 bilhões de habitantes no planeta neste mesmo período. Na média, cada habitante compraria 14 peças por ano, o que parece até pouco para quem está acostumado a comprar todo mês um “presentinho” pra si mesmo, mas imagine que esse número é muito maior quando trocamos “habitante” por “consumidor”, já que o consumo de moda praticamente inexiste

22 ZMAGAZINE

ANA VAZ

Consultora de Moda anavaz_imagem

Max Mara Spring 2020


em muitos países ou varia de acordo com renda. A média de peças dos americanos é de mais de 60 peças por ano, já os brasileiros consomem cerca de 1/3 deste volume (Fung Global Retail & Technology\Wazir Advisors). Poucos players de moda hoje acreditam que o nível de consumo pós-pandemia voltará aos mesmos números anteriores. Eu engrosso o caldo da queda. Pensando nessa redução que deve ser real, algumas tendências de comportamento e de moda já estão se consolidando para nós consumidores e para a indústria. Um exemplo é o fim ou enfraquecimento das semanas de moda: já sabemos que vamos ficar este ano todo sem desfiles. Temporadas já foram canceladas e se retornarem, devem fazê-lo no início de 2021.

Intensificação do consumo de marcas locais: menores e mais participativas em suas comunidades, essas são as marcas que devem se fortalecer no mundo pós-Covid-19

Mas, quem precisa de semanas de moda, hoje? De verdade? Quem as organiza, e algumas marcas menores que atingem visibilidade através destas semanas (e pagando preços absurdos para tal). Os desfiles devem continuar, porém localmente fortalecidos, com calendário próprio, pulverizados, usando modelos locais, em espaços locais e, se a marca assim desejar, transmitidos para o mundo. Outro exemplo é a intensificação do consumo de marcas locais: menores e mais participativas em suas comunidades, essas são as marcas que devem se fortalecer no mundo pós-Covid-19. Mas para isso, precisam ser omnichannel, ou seja, capazes de vender e entregar através de canais online e offline, e até vender digitalmente mesmo para sua comunidade local, já que o consumidor está ficando expert em consumir com cliques. Conforto é o novo preto: um caminho que já estávamos trilhando, agora se torna ainda mais relevante e abarca mais ocasiões de uso. As empresas devem sofrer uma casualização generalizada em seus dresscodes. Oremos. Vai fazer bem para todo mundo, já que não faz mais sentido o uso da roupa formal – não é sustentável, não é termicamente conveniente, é apenas e tão somente um hábito de diferenciação de classe que parece cada vez mais tolo.

Chanel Fall 2020

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Consultoria

Consumidor mais seletivo: de quem e por que comprar (se posso usar o que já tenho, trocar, comprar usado, etc.) serão questionamentos na cabecinha de muitos consumidores de moda. Mesmo dos endinheirados. Comprar para descartar será o novo brega. Mesmo as marcas de luxo já estão sob a influência ou expectativa dessa nova realidade. Assim como governos, como o da França, país rei da moda e do luxo, que já criou uma lei para impedir que os excedentes de produção (vulgo encalhes) sejam incinerados - sim, querida leitora, proibir que sejam queimados para não cair nas mãos do consumidor “errado”. Que raça arrogante somos nós humanos, não, é mesmo? Do pó viemos, ao pó voltaremos e ainda nos preocupamos com exclusividade e status. No fim das contas, é fácil entender que atual perversa lógica da moda está internada, com graves problemas respiratórios. Que saia da UTI transformada.

Fotos divulgação

Marine Serre Spring 2020

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Ilustração Rafaela Maia

Z

Web

no digital SUA SEMANA DE MODA ESTÁ AQUI!

A

Z Magazine possui o objetivo de conectar os seus leitores com as novidades do mundo da moda. No mês de março, a Z alcançou 61.729 impressões na página do Facebook. Já no Instagram são mais de 5.650 mil seguidores apaixonados pelo mundo fashion. Em conjunto com colunistas amantes do universo da moda, a redação da Z alimenta, diariamente, a plataforma ZMAGAZINE.COM.BR, que alcançou cerca de 6.691 mil acessos no último mês. No portal, você pode encontrar assuntos sobre beleza, lifestyle, últimas tendências, viagens, gastronomia e muito mais!

Conheça o nosso público!

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Esperamos você em nossas mídias sociais. Um grande beijo! Siga @z_magazine_ ou acesse o nosso site www.zmagazine.com.br

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Noivas

Detalhes que fazem a diferença COMO APROVEITAR O TEMPO PARA APRIMORAR O SEU CASAMENTO POR CAROLINA ALTAREJO

Fotos divulgação

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crise do novo coronavírus impactou todos os planos para os próximos meses. Com as recomendações da Organização Mundial da Saúde para diminuir ao máximo os contatos sociais como uma medida de prevenção, vários casamentos foram adiados e as noivinhas que estavam contando os dias tiveram que estender o calendário. A Z Magazine transmite toda a solidariedade nesse momento e continuaremos com esse espaço reservado para você! Lembre-se de que o tempo é o melhor amigo da noiva e de um casamento planejado nos mínimos detalhes. Para isso, listamos alguns que podem fazer a diferença no seu grande dia e que você ainda pode adotar. Confira:

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Itens divertidos

Aproveite este período para procurar inspirações e trazer um pouco de diversão p a r a o s e u c a s a m e n t o. Plaquinhas, jogos interativos e lembranças descontraídas podem alegrar o grande dia e deixar o clima mais leve.


Conforto e lembrança

Pensar no bem-estar dos seus convidados fará com que este dia seja memorável tanto para você como para eles. Imagine quais complicações eles podem enfrentar e de que forma você pode ajudá-los. Um mimo sempre vai bem!

Identidade visual

Seu casamento tem uma paleta de cores? Estabelecer uma identidade visual torna o evento ainda mais personalizado e, por mais que este seja um dos primeiros passos para decidir a decoração e os trajes, vale a pena pensar em adotá-la!

Novas ideias

Já pensou em uma forma de entreter as crianças durante a festa? E que tal fugir do tradicional e montar um bar de café? O tempo pode ser um ótimo aliado para o surgimento de novas ideias. Adote o Pinterest como seu melhor amigo e mergulhe no planejamento da sua própria festa!

Dica da Z Cinco blogs sobre casamento para te inspirar: @casamentoscombr @aceitosim @lapisdenoiva @constancezahn @ ouniversodasnoiva

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Moda

FEND FALL 2020 foto alessandro lucioni

F Moda Fotos divulgação

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digital

NOVAS FÓRMULAS DE COMUNICAÇÃO E VENDA NO UNIVERSO DA MODA POR RAÍSSA ZOGBI

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ábricas chinesas paradas. Lojas do Quadrilátero da Moda de portas abaixadas. T i m e s S q u a r e va z i a . Champs Élysees apagada. Brás e Bom Retiro em silêncio. Em meio a temporadas de desfiles e lançamentos frenéticos de coleções em todo o mundo, uma desaceleração forçada leva os players de todos os segmentos da indústria da moda a repensarem as atuais formas de trabalho. A pandemia de Covid-19 abala profundamente estruturas e processos da moda, que precisa tirar do papel toda e qualquer mudança planejada para acontecer de forma gradual, e reinventar fórmulas imediatas de comunicação e venda para sobreviver. Afinal, o cenário já aponta impactos. Para se ter ideia, em 2019, 35% das compras de artigos de luxo, sejam eles de vestuário, relojoaria e joalheria, eram feitas por chineses que viajam ou na própria China, de acordo com um estudo realizado pela consultoria Bain & Management. Essa porcentagem já aponta declínio de 23% entre 17 de janeiro a 11 de março deste ano. O relatório da Boston Consulting aponta que existe o risco do primeiro semestre inteiro de 2020 ser perdido, mesmo que as atividades retomem depois de julho.


Novos caminhos até o consumidor

DELIVERY DE MODA

Enquanto alguns clamam para que tudo volte como era, outros encontram oportunidades para quebrar paradigmas e traçam novos caminhos para se conectar com o seu público: os negócios online estão na linha de frente dessas alternativas. “O mercado de moda é um dos maiores representantes no e-commerce em termos de volume vendido. Essa situação obrigou quem não estava presente de forma inteligente, ou ainda não estava no digital, a ir para esse espaço”, explica o Doutorando em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) docente da pós-graduação de Estética e Gestão da Moda da USP, Clóvis Teixeira Filho. De acordo com ele, a tendência é que haja um aprimoramento nesse serviço para atender novas expectativas e necessidades do público. “O desafio é entender o digital não como foco no novo canal de venda, de distribuição e de marketing, mas como uma conveniência para o seu consumidor”, completa. Nessa direção, o “omnichannel” – unificação entre o on e offline através do uso simultâneo de diferentes canais de comunicação para melhorar a experiência do consumidor – já vem sendo explorado pela moda e é apontado como uma estratégia para o pós-pandemia. Com a comodidade e o conforto em primeiro plano, as marcas precisarão oferecer mais do que produtos, mas experiências completas no pré e pósvenda, principalmente para se preparar para as exigências da Geração Z, que nasceu na era digital. “Comprar no digital e retirar em uma loja, ter a tecnologia para integrar o estoque não digital com o digital e provar peças em casa são questões interessantes para pensar pós- pandemia”, completa Clóvis.

A nova realidade também levanta reflexões sobre o consumo desenfreado e a produção em escala estratosférica de artigos de moda. As compras estão sendo repensadas e, consequentemente, novos formatos já mostram força: delivery de moda, showrooms virtuais, lançamentos online e desfiles sem plateia presencial. De acordo com a doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e docente na pós-graduação de Estética e Gestão da Moda da USP, Suzana Avelar, o período de isolamento social aponta consequências sérias, já que além de não poder ir até a loja, o consumidor não tem necessidade de expor sua imagem fisicamente. “O que vemos no momento é que não precisamos de novidades. Você só vai consumir pensando no futuro, quando pudermos voltar a circular no espaço físico da cidade. Mas, o fim do isolamento vai ser gradual”, explica. Nesse cenário, mais uma vez a experiência entra como possibilidade de atuação das marcas. A economia colaborativa, por exemplo, prioriza questões de sustentabilidade e redução de custos, frentes importantes de serem analisadas no momento. “Existe uma movimentação nesse sentido na pandemia para tentar que o negócio, por exemplo, que entrega mercadoria d e a l i m e n t a ç ã o, e s t e j a a t r e l a d o a o u t r o segmento. Então, o que é de consumo básico, se une a outros itens para tentar movimentar a economia”, analisa Clóvis.

Com a comodidade e o conforto em primeiro plano, as marcas precisarão oferecer mais do que produtos, mas experiências completas no pré e pós-venda

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Moda

Novas demandas Diante de todos os impactos, a sociedade é o epicentro das mudanças que virão. Isso porque os valores serão, também, repensados. Será mesmo que iremos nos importar com tantas tendências de moda? Será mesmo, que depois da pandemia, o cuidado com o meio ambiente permanecerá em segundo plano? “Por um lado, enquanto existem pessoas que vão de fato refletir os hábitos, por outro, temos a violência do capitalismo que vai querer se reestabelecer. E isso é muito perigoso”, explica Suzana. Talvez seja cedo para as respostas, mas o fato é que não seremos os mesmos. Segundo Clóvis, duas mudanças de comportamento podem criar novas demandas de mercado: o desejo pelo material depois do período de isolamento e a conexão com o outro e com o próprio eu. “Primeiro, deve haver uma conexão com a cultura material, ou seja, com produtos e objetos físicos e o que isso tem como significado simbólico, como a segurança p s i c o l ó g i c a . D e p o i s, u m a b u s c a p e l a compreensão da subjetividade e conexão com o outro e consigo: o que realmente importa, como eu vou fazer as minhas conexões com as outras pessoas e como posso me conhecer um pouco mais. Acredito que um equilíbrio entre esses dois pontos será o ideal para o investimento em marca”.

Posicionamento das marcas D i a n te d a s n ova s d em a n d a s, n ovo s posicionamentos no mercado surgirão. Será possível observar, de acordo com Clóvis, novas influências no branding - conjunto de ações alinhadas ao posicionamento, propósito e valores da marca - que podem ser negativas ou positivas para ela, dependendo de como for trabalhado. Anote: -

um produto que possa ter participação ativa do consumidor, que passa a valorizar mais as tarefas de casa, através de personalização. -

Humanização da mar ca: a ideia de finitude da vida que é reforçada na pandemia, leva as marcas a se personificarem e tratarem a questão da antropologia digital, com olhar mais humano.

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Menor produção de lixo: dentro de casa, as pessoas passam a ter mais noção da quantidade de lixo produzido. As marcas terão a responsabilidade de cuidar de seus desperdícios e evitar, ao máximo, a produção de resíduos.

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Causa e propósito de marca: investimento em publicidade de causa. As marcas mostrarão suas causas e de que forma atuam em favor delas para criar identidade com o público.

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Do it Yourself (faça você mesmo): oferecer

Segurança de dados e privacidade: na moda, já existem pontos de venda com reconhecimento facial para identificar desejos e sensações do consumidor e traçar novas estratégias de venda. A partir de agora, haverá maior questionamento sobre privacidade de dados.


Ao vivo na Z!

LIVES PROMOVEM AMBIENTE DE TROCA DE CONTEÚDO DE MODA

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isolamento social estimulou diversos novos hábitos, muitos deles, apoiados pela tecnologia da internet, como as lives, transmissões ao vivo que permitem interação com quem assiste. Diante de uma das indústrias que mais gera empregos ao redor do mundo, a Z Magazine expandiu seu conteúdo para além das páginas impressas e do portal, para interagir com os leitores e seguidores pelo Instagram. Até o fechamento dessa edição, seis encontros foram feitos, através da mediação da jornalista da Z Magazine, Raíssa Zogbi, com a consultora de imagem e estilo e colunista da revista, Erika Paiva. Os temas foram pautados através de votações feitas através do Instagram e são a base dos workshops planejados pela Z para 2020, atrasados com a pandemia, porém fortalecidos pela internet. Além disso, a interação mostra o interesse na busca de uma moda com comprometimento, respeito ao meio ambiente e como a pandemia é um divisor de águas, que traz questionamentos sobre o consumo e a origem das peças. Já vivemos o pós-Covid-19! Confira os temas anteriores na matéria completa em nosso site! Você também pode votar nos próximos assuntos. Participe e venha conversar conosco sobre moda, novo consumo e o mundo pós-Covid-19. Te esparamos no @z_magazine_

30/03 – “Quero arrumar o guarda-roupa: por onde devo começar?” 06/04 – “Como multiplicar as peças do guarda-roupa?” 13/04 – “Cores: como criar combinações criativas?” 20/04 – “Qual o meu biotipo e como valorizá-lo com peças do meu guarda-roupa?” 27/04 – “Cores e tendências pós-pandemia e o que elas significam” 04/05 – “Primavera, Verão, Outono e Inverno: quais são as cores de cada cartela?”


via Paris

10 filmes que te farão viajar à Paris

EXPOSIÇÃO É DEDICADA À OBRA DO DONO DOS FAMOSOS SOLADOS VERMELHOS CONHEÇA TODO O ROMANTISMO DA CIDADE-LUZ SEM SAIR DE CASA POR EDIS LIMA

Fotos divulgação

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EDIS LIMA

Guia conferencista e diretora da Bem in Paris beminparis

ao menos por enquanto

onhecida c o m o capital do amor e da liberdade, Paris sempre foi fonte de inspiração para o cinema, que nunca para de celebrar a cidadel u z . Pa r i s r e p r e s e n t a u m a ve r d a d e i r a mu s a e continua inspirando inúmeros cineastas, que escolhem seus bair ros históricos, monumentos e endereços míticos como cenário de filmes de sucesso. Diante da situação atípica do isolamento devido ao Covid-19, listei aqui, 10 filmes que te farão viajar à Paris, sem sair de casa.

1

O Diabo Veste Prada (2006), DE DAVID FRANKEL

Inspirado em um best-seller americano, o filme “O Diabo veste Prada” conta a história de Andrea Sachs, uma garota do interior recém-saída da faculdade, contratada como assistente de Miranda Priestly, lendária editora da revista Runway. A assistente vive um real pesadelo, pois sua chefe é uma víbora e transforma a vida de seus subordinados em um verdadeiro inferno. Estrelado por Meryl Streep e Anne Hathaway, o longa mostra todo o frenesi dos bastidores da moda, com locações incríveis entre Nova Iorque e Paris, bien sûr !

* Edis Lima é especialista em roteiros personalizados na França e escreve o BLOG beminparisblog.com 32 ZMAGAZINE


2

Saint Laurent (2014), DE BERTRAND BONELLO

“Yves Saint Laurent” é uma versão autorizada por Pierre Bergé, companheiro do estilista que faleceu em 2008, e Louis Garrel, que interpreta o artista em Saint Laurent. O filme mostra um lado mais íntimo e sombrio do criador, retratando sua carreira entre 1956 e 1976. O filme é também uma oportunidade para se ver os modelos originais utilizados pelas atrizes e manequins, todos do acervo da Fundação Yves Saint Laurent-Pierre Bergé, sede hoje do Museu Yves Saint Laurent, em Paris.

3

O fabuloso destino de Amélie Poulain (2001), DE JEAN-PIERRE JEUNET

Estreado em 2001, tendo a atriz francesa Audrey Tautou como protagonista, “O Fabuloso destino de Amélie Poulain” é sem dúvida, um dos filmes franceses mais conhecidos no mundo. Ele conta a história de Amélie, uma jovem garçonete em um café de Montmartre, que faz de tudo para ver todo mundo feliz. Com o sucesso do filme, o Café des Deux Moulins (10, rue Lepic), em Montmartre, virou mais um ponto turístico de Paris.

5

Moulin Rouge (2001),

DE BAZ LUHRMAN

Do gênero drama musical-romântico, dirigido por Baz Luhrmann, o filme é essencialmente inspirado em três óperas/operetas, a boêmia, de Giacomo Puccini, a Traviata, de Verdi e Orfeu nos infernos, de Jacques Offenbach (esta inspirada no mito grego antigo de Orfeu e Eurídice). Estreado por Nicole Kidman e Ewan Mcgregor, Moulin Rouge retrata o trágico caso de amor de Satine e Christian, dois amantes que mantém uma relação conturbada na Belle Époque. Mais um filme tendo o bairro histórico de Montmartre como pano de fundo.

4

Meia-noite em Paris (2011), DE WOODY ALLEN

No filme “Meia-noite em Paris”, Woody Allen nos faz voltar ao tempo através das aventuras de Gil (Owen Wilson), um americano de férias em Paris, que nos envolve na magia da cidade nos anos 20. Em suas saídas noturnas, ao badalar da meia-noite, Gil vai a várias festas onde conhece inúmeros intelectuais e artistas que admira e que frequentavam a cidade-luz naquela época, como F. Scott Fitzgerald, Gertrude Stein, Ernest Hemingway, Salvador Dali.

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via Paris

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DE BRAD BIRD

A cozinha francesa é celebrada e criticada nesse filme, informativo e muito divertido. O filme mostra bastidores de restaurantes de luxo, personagens e pratos esteriotipados, com porções minúsculas, sabores perfeitos da alta gastronomia. Filme do gênero animação, Ratatouille foi lançado em 2007 e conta a história de Rémy, um rato vivendo em Paris que sonha em se tornar um chef de cozinha. O longa foi bem recebido pelo público e pela crítica, chegando a receber diversos prêmios, inclusive o Oscar de animação em 2008.

Hugo Cabret (2011), DE MARTIN SCORSESE

Considerado uma das obras-primas de Scorsese, o filme explora o universo infantil e se passa na Paris dos anos 1930. Hugo Cabret é um filme cheio de encanto e fantasia, um verdadeiro conto de fadas. O filme conta a história de um garoto que vive solitário numa estação ferroviária de Paris, tentando descobrir um enigmático mistério.

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Ratatouille (2007),

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Os Intocáveis (2011),

DE OLIVIER NAKACHE E ÉRIC TOLEDANO

Filme francês dos gêneros drama, comédia e cinebiografia, com François Cluzet e Omar Sy nos principais papéis. O filme aborda a relação de um multimilionário tetraplégico e do seu peculiar auxiliar de enfermagem, baseado no livro autobiográfico. O longa foi o mais visto na França em 2011 e é o mais rentável filme francês da história. O dinheiro arrecadado com a venda dos direitos de autor da adaptação do livro, foi doado a uma associação de ajuda a deficientes físicos.

Piaf, um hino ao amor (2007), DE OLIVER DAHAN

O filme retraça momentos marcantes de Edith Piaf, como sua infância, seus amigos, seu sucesso como uma das mais importantes cantoras francesas, suas alegrias e dramas. Parte do grandioso sucesso do filme deve-se a brilhante inter pretação da francesa Marion Cotillard, que ganhou o Oscar de melhor atriz. O filme cobre toda a carreira de Piaf desde seu início, e apresenta a cantora como jamais visto, entre amores e decepções, evidenciando sua personalidade, ao mesmo tempo, frágil e intensa.

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O Artista (2011),

DE MICHEL HAZANAVICIUS

“O Artista” é um filme que fala em especial, sobre amor ao cinema. Um ator em declínio e uma atriz em ascensão protagonizam esta história que se passa entre 1927 e 1932, época em que o cinema mudo estava saindo de moda, e o falado entrava em cena. O filme é genial não só por ser em preto e branco e mudo, mas também por apresentar um roteiro emocionante, uma estética impecável e um bom humor contagiante. Não à toa levou o Oscar de Melhor Filme em 2012.

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via Milano

O NOVO LUXO PÓS-COVID-19 OS NOVOS CAMINHOS DESSE SEGMENTO EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS

Fotos: Divulgação

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m um momento mundial em que a prioridade é a aquisição de itens de alimentação, higiene e saúde, fazer parte da indústria da moda constitui um grande desafio. Desde os primeiros estágios da pandemia, a indústria do luxo tem sido altamente sintonizada com a disseminação do Coronavírus, e suas implicações vigorosas para o setor. As marcas de luxo sentiram os primeiros ruídos da tempestade quando o Covid-19 se espalhou pela China, país cujos cidadãos representaram 90% do crescimento global do mercado de luxo em 2019. Quando o vírus chegou à Itália, onde muitas marcas estão sediadas e têm fornecedores importantes, eles enfrentaram o desafio adicional de operar como possível em meio a um bloqueio nacional. Na ânsia de continuarmos sendo relevantes e entender o espírito dos tempos para seguir fazendo moda de maneira inteligente, entende-se que o impacto da pandemia nas margens de vendas podem até cair este ano, mas as empresas de moda ainda podem emergir mais fortes, mais inovadoras e mais propositadas. O mercado de luxo deve repensar o significado de ostentação para engajar de forma mais autêntica e profunda.

Dior Resort 2020

BIA FRATA

Fashion Stylist pelo Istituto Marangoni biafrata


As equipes de estilo têm pela frente o grande desafio de criar produtos que trazem uma lógica de consumo mais consciente e responsável, que incluem, por exemplo, rastrear quem está por trás da produção de tudo o que você usa. O papel atual do designer é pensar como podemos mudar o mundo através de novas soluções criativas. Para além do medo, temos a sensação de que as pessoas estão em busca de algo que tenha um pouco mais de substância. Ética e transparência na cadeia da moda, por práticas mais sustentáveis e mudanças de mentalidade e comportamento em todos os envolvidos, redefinem o significado do luxo. Encontrar o equilíbrio entre ter mais clientes sem correr o risco de perder o glamour e o posicionamento anteriormente conquistados

Ética e transparência na cadeia da moda, por práticas mais sustentáveis e mudanças de mentalidade e comportamento em todos os envolvidos, redefinem o significado do luxo

é um dos principais desafios atuais para as marcas de luxo. Nessa busca, o luxo se fortalecerá em sintonia com a procura por um estilo de vida ligado à expressão criativa das tradições manuais, com o objetivo de conectar pessoas e preservar a cultura do handmade global. O artesanato tradicional ressurge como item de desejo, com a curadoria de olhares treinados pelo universo da moda. Com refinamento estético e design arrojado, produzido em pequena escala, com técnicas milenares que transformam cada peça em uma obra única, repleta de história e tradição. O toque rústico se sobressai, e domina todo tipo de roupas e acessório: brincos, sapatos, cintos e chapéus de materiais como palha, macramê, tricô, crochê e corda de alta qualidade com uma sofisticação feita a mão digna de couture, levando a mão de obra artesanal de altíssima qualidade para outro nível. O feito a mão ganha cada vez mais voz, não só por ser um item de luxo caro e inacessível, mas por contar histórias reais, de mulheres e homens, por estar ligado a fazer moda de forma consciente, uma consciência que se prende não apenas com a forma como as matérias primas são desenvolvidas, mas também com a forma como a roupa é produzida e como é consumida. Um caminho que se faz de uma sustentabilidade ambiental, social e econômica. Agora, um pouco mais situada, mas ainda cheia de dúvidas, fica uma certeza: nada será como antes.

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luto ou luta?

FUTURO DA PROFISSÕES: AS MUDANÇAS E EXIGÊNCIAS JÁ ESTÃO AQUI E TRARÃO NOVAS DINÂMICAS DE MERCADO!

RAQUEL GUIMARÃES

Diretora e docente da Fashion School, no Porto fashionschool_portugal 38 ZMAGAZINE

uase todas as profissões e negócios estão, neste momento, passando por uma fase de introspecção, mas também de reinvenção. Muitos se perguntam o que nos reservará o futuro quando praticamente todos os negócios estão fechados e o consumidor a ter tempo de perceber o que é essencial e secundário na sua vida.

Modelo Onthego Louis Vuitton 2020

Fotos divulgação

Fashion


Uma das tendências que prevejo passa pela digitalização das profissões, ou seja, os profissionais vão ter de saber estar presentes offline mas, de igual forma, desenvolverem as suas competências a nível de desenvolvimento de plataformas ou materiais online para trabalharem com os seus clientes. A comunicação nesta e pós-fase de pandemia no online deve, no entanto, ser muito bem pensada pois o consumidor está a passar por uma fase muito sensível e está pouco permeável a vendas forçadas ou ostensivas. Prefere um online com contornos mais humanizados em que sinta que é mimado com conteúdos muito ligados às suas necessidades reais. Outra tendência está relacionada com a solidariedade e responsabilidade social. Todos os profissionais e marcas vão estar mais voltadas para se ajudarem e para promoverem o que é local. Todos perceberam a importância de ter uma cadeia de produção e abastecimento perto do consumidor final. A reeducação para o consumo consciente, responsável e inteligente será uma tendência que vai ganhar, ainda mais força. Muitas marcas usavam este tema como uma estratégia de marketing, mas vão ter de perceber que o consumidor vai estar atento se as suas ações e produtos correspondem de forma genuína a esta realidade. Uma nova vaga de negócios e ou iniciativas de upcycling vão marcar o panorama futuro aumentando a visibilidade da tendência: guardaroupas compartilhados, aluguel de peças, brechós, etc.

Guarda-roupas compartilhados, aluguel de peças, brechós, etc. Cada vez mais, um estilo de vida mais minimalista vai marcar o consumo de artigos

Cada vez mais, um estilo de vida mais minimalista vai marcar o consumo de artigos. Os consumidores perceberam que muitos dos itens que tinham em casa não tinham tanto valor, nem foram tão úteis quanto lhes era atribuído antes da quarentena. Uma outra tendência estará relacionada com uma maior procura a nível de formação. Os consumidores sentirão necessidade de se conectarem com plataformas M2P (Mentor to Protegé). Buscarão adquirir e/ou afinar competências e, para isso, recorrerão a mentores, professores, formadores que os ajudarão a passar melhor o tempo fornecendo-lhes tanto ferramentas de trabalho como de lazer. Perceberam as suas lacunas e que a formação ao longo da vida é uma necessidade. Muitos auguram um futuro de luto. Eu prefiro olhar para o futuro onde o luto seja substituído pela luta.

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Fashion

FERNANDA FONTES

Advogada pós-graduada em Fashion Law e Business fernandagsfontes

VIés juridico QUESTÕES LEGAIS POR TRÁS DO CANCELAMENTO DE EVENTOS E COLEÇÕES DE MODA POR FERNANDA FONTES

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Marine Serre Fall 2020 Foto Filippo Fior


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arço, o mês em que o mundo parou. Escrevo a coluna diretamente da Europa, atual epicentro do novo Coronavírus (Covid-19). A pandemia tem sido o assunto mais comentado em todos os cantos dos continentes, trazendo consigo, além do pânico, grandes repercussões econômicas, sociais e negociais. As medidas de contenção e prevenção do vírus nos países tem afetado todos os setores econômicos, em especial aqueles que não comercializam bens considerados de primeira necessidade, como alimentos, produtos de higiene e remédios. Dessa forma, a previsão, de acordo com órgãos como o Sebrae, é de que os setores de produtos duráveis e semi duráveis, como eletrodomésticos, móveis, roupas e acessórios sejam os mais atingidos. Em meio a todo esse caos, vamos contextualizar o que tem acontecido com a moda ao redor do mundo e seus desdobramentos jurídicos. Iniciemos falando das semanas de moda. Este é o período de lançamento outono/inverno nas principais fashion weeks, mas desta vez foi diferente. Em meio a semana de moda de Milão o “boom” da Covid-19 começou e, logo em seguida, afetou também as passarelas de Paris, disseminando o pânico em meio a players e fashionistas. Como consequências vimos plateias com muitos assentos vazios, marcas suspendendo seus desfiles e o renomado designer italiano Giorgio Armani optando por apresentar sua nova coleção a portas fechadas e com transmissão online, a fim de evitar aglomeração. Além disso, pudemos perceber a ausência dos próprios chineses, que representam em torno de 40% do faturamento do mercado de luxo, mas estavam em total isolamento devido à pandemia. A precaução tem sido grande, por isso algumas semanas de moda e eventos que estavam por vir também foram canceladas, como é o caso do São Paulo Fashion Week e dos lançamentos das “Cruise Collections” de marcas internacionais. Além das repercussões visíveis, nos deparamos ainda com um cenário imaterial, formado por inúmeros contratos não cumpridos por motivo de força maior, afinal a pandemia era um fato imprevisível. São empresas, fornecedores, fotógrafos, modelos, toda uma cadeia por trás das lojas, marcas, roupas e desfiles

Além das repercussões visíveis, nos deparamos ainda com um cenário imaterial, formado por inúmeros contratos não cumpridos por motivo de força maior, afinal a pandemia era um fato imprevisível prejudicados com as circunstâncias atuais. E como ficarão todos estes contratos? Em geral, poderão ser revistos e acordados novos termos entre as partes, de acordo com as necessidades. Diante da atual conjuntura, percebemos a necessidade de toda a sociedade em se adequar e, em especial no setor da moda, o novo chamado é para se reinventar e entender o “zeitgeist”, espírito do momento. É importante lembrar que, como já dito em outras edições desta coluna, a força da produção mundial hoje encontra-se na Ásia, em especial na China, com a facção de produtos e matérias-primas do fast fashion ao mercado de luxo. Em resumo, toda a produção está em meio a um colapso mundial. Por esta e outras inúmeras razões, muitos aspectos devem e tem sido repensados e reavaliados no mercado da moda, seja com relação à diminuição da produção de peças, com o investimento em vendas digitais e em e-commerces, no formato de apresentação das coleções ou na reformulação e existência das lojas físicas nas ruas e em shoppings. Nesses aspectos, temos visto grandes redes internacionais diante desse cenário, como a irlandesa Primark, que se viu obrigada a interromper toda a produção e cancelar todos os pedidos, já que suas 376 lojas encontram-se fechadas, e a Zara, uma das marcas do grande grupo espanhol Inditex, que encontra-se com praticamente todas as suas lojas ao redor do mundo com as atividades suspensas, mantendo os salários de todos os funcionários até o momento, porém considerando a possível demissão temporária de 25 mil colaboradores caso o estado de emergência decretado na Espanha ultrapasse o mês de abril.

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Fashion

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Curiosidades

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- O SENAI organizou um guia com especificações técnicas para ajudar empresas têxteis e de confecção que querem reorientar a linha de produção e fabricar itens essenciais a profissionais de saúde no combate ao Coronavírus, como aventais e máscaras; - Detentos do estado de MG e SP também estão ajudando na produção das máscaras.

Marine Serre Fall 2020 Foto Filippo Fior

No Brasil não é diferente, temos visto o comércio e as indústrias fechando em todo o país, em contrapartida o poder público busca estabelecer ações para enfrentar o estado de calamidade pública por meio, por exemplo, da medida provisória nº 936 de 1 de abril de 2020, que trata das relações trabalhistas. Na medida do possível, Associações e Sindicatos se esforçam para mitigar as consequências dos fechamentos, como a ALSHOP (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) que negociou os alugueis de lojas em shoppings centers, já que estes encontram-se fechados na maioria dos estados. Por sua vez, a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), vem estimulando os brasileiros a consumirem produtos de marcas nacionais, a fim de preservar os postos de trabalho e as empresas durante esse momento crítico. No mesmo viés, o Estado também tem se manifestado quanto às facilidades, linhas de créditos e renegociações dos tributos no setor empresarial. Por outro lado, houve quem aproveitasse o momento para lançar tendência a partir das máscaras de proteção contra a contaminação pelo vírus. Marine Serre foi uma delas, a jovem estilista francesa apresentou nessa temporada máscaras estilizadas que, automaticamente, tornaram-se objeto de desejo em meio a atual busca desenfreada por este item de proteção. E já que estamos falando de máscaras, você viu na matéria dessa edição algumas iniciativas de marcas nacionais e internacionais, desde as menores até grandes grupos e conglomerados de moda ao redor do mundo. Em resumo, podemos concluir que sim, vivemos dias sombrios e de incertezas, mas o momento deve ser de união, amor ao próximo e reflexão. Os setores econômicos, assim como as pessoas, estão se reinventando na medida do possível. O que nos resta é praticar a empatia e não perder a esperança por dias melhores.



Conexão Glam

O maior erro do

design

COMO A MODA PODE SE LIVRAR DELE? POR RAÍSSA ZOGBI

RAÍSSA ZOGBI

Jornalista de moda pela FAAP

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Giorgio Armani Fall 2020

Giorgio Armani Fall 2019 Alessandro Lucioni

A economia circular, aquela que utiliza seus resíduos como matéria-prima para a própria produção, já era apontada como tendência de futuro e deve ganhar força rápido

Giorgio Armani Fall 2018 Kim Weston Arnol

Fotos divulgação

raissazogbi


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o fogo cruzado das divisões políticas e opiniões divergentes entre os segmentos da saúde e economia, uma coisa é certa: a pandemia nos deu a oportunidade de ver, mesmo dentro de casa através das telas, cenas da natureza há anos esquecidas. Aliás, o “estar em casa” é o grande responsável por vermos o canal de Veneza limpo, o nascimento de centenas de tartarugas nas praias vazias de Pernambuco ou, até mesmo, javalis circulando nas ruas de Barcelona. Sim! O isolamento social fez regredir rapidamente a poluição do ar, a concentração de dióxido de carbono, os ruídos e, acima de tudo, impulsionou a reflexão de que nada poderá a voltar como era quando a quarentena acabar. A verdade é que já não vivíamos tempos “normais”. Giorgio Armani, em uma de suas declarações, refletiu sobre os impactos do sistema de vendas fast fashion. “Não faz sentido que um casaco ou um terno meu fiquem na loja durante três semanas, se tornem imediatamente obsoletos e sejam substituídos por mercadoria nova - que não é muito diferente do que a precedeu. Eu não trabalho assim, acho que é imoral fazê-lo”. Diante de uma indústria que, ao mesmo tempo, também é responsável pela geração de tantos empregos, fica o questionamento: quais as saídas para manter o sistema da moda de pé, porém com práticas mais sustentáveis? O principal e maior erro do design – que já existia, mas era ignorado por muitos – é a geração de lixo. Restos de tecidos, peças com falhas, aviamentos mal aproveitados serão pontos a serem avaliados pelo consumidor pós-pandemia. Diante disso, listei apenas algumas ações, que inclusive já tem marcas adeptas, que devem compor o mercado num futuro próximo. A economia circular, aquela que utiliza seus resíduos como matéria-prima para a própria produção, já era apontada como tendência de futuro e deve ganhar força rápido.

Os tecidos mais sustentáveis e de fibras naturais também ganham força no novo cenário. Se você me acompanha por aqui, vai se lembrar dos tecidos feitos a partir de resíduos de alimentos que têm sido produzidos: casca de laranja, abacaxi, maçã e até coco dão origem a fios de alta qualidade, que se degradam com mais facilidade no meio ambiente e, de quebra, aproveitam descartes. Ah, outra novidade são os tecidos que evitam vírus. Claro que é cedo para pensar em Corona, mas já existem estudos para criar roupas que evitam a transmissão e acúmulo dos mesmos nessas superfícies. Vamos falar de reciclagem? Ela não é nova, mas na moda sempre teve alguns empecilhos, principalmente porque as roupas, na maioria das vezes não são feitas de um único tecido. E, para recicla-las, o material deve ser separado. A boa notícia é que existem algumas alternativas, como a Fibersort: uma grande máquina, capaz de separar por tipo de tecido cerca de 900kg de roupas por hora através de tecnologia infravermelha. Essas são apenas algumas das alternativas que devem brilhar mais forte nos próximos meses. Mas, se qualquer uma delas está fora da sua realidade, não se preocupe. Os brechós estão aqui prontos para serem visto como jamais foram: livre de preconceitos e clichês. Afinal, com uma nova mentalidade de consumidor, que valoriza questões socioambientais, eles têm crescimento inquestionável. Nos Estados Unidos, por exemplo, esse mercado deve chegar a US$ 51 bilhões em vendas nos próximos cinco anos, de acordo com a consultoria de varejo GlobalData e a ThredUp. Diante de tudo, para quem prefere enxergar que o copo está meio cheio, a ser pessimista e vê-lo vazio, o momento pode ser turbulento, mas abre espaço para se reinventar e consertar o que está errado. Como diz Armani, é tempo de “de tirar o supérfluo, de encontrar uma dimensão mais humana. Esta é talvez a lição mais importante desta crise”. O lixo é e sempre foi o maior erro do design. Quando vamos dar a merecida atenção a ele?

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História da moda

Moda pós-pandemia: a história se repete?

COMO FATOS DA HUMANIDADE CONTRIBUEM PARA ANALISAR OS RUMOS DESSA INDÚSTRIA DEPOIS DA COVID-19

POR RAÍSSA ZOGBI

Foto: Fernando Silveira (FAAP)

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colapso da saúde mundial causado pela Covid-19, o novo Coronavírus, que já dispensa comentários e entra para a história como o maior desafio dos últimos cem anos, afeta diretamente a economia globalizada e local. Mas, e a moda? Ela também será afetada em proporções que ainda não conhecemos. Sendo uma das indústrias mais poderosas e que mais gera empregos ao redor do mundo, será que ela está parada perante o cenário que vivemos? É tempo para temer ou, talvez, conhecer uma nova forma de produção e consumo? Encontramos no professor e pesquisador de História da Moda, João Braga, que nos concedeu essa entrevista, um olhar profundo que nos convidou a ir além das notícias da TV, tão difíceis de serem equalizadas. De acordo com ele, “normalmente, excessos são sinônimos de decadência”. Em uma reflexão complexa de alguém que domina o conhecimento e estuda o passado, além de partilhar uma elegância e simpatia particulares, João afirma: “A história não se repete, mas nos ensina porque lida com a tríade: passado, presente e futuro. Conhecemos o passado, entendemos o presente, para planejar e projetar um futuro melhor. Tudo que já aconteceu historicamente tem influência no agora”.

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O cenário é o covid-19 com suas mudanças drásticas na saúde e economia do mundo. Na sua opinião, quais os impactos diretos e indiretos na moda? O cenário atual já impacta a moda, assim como todos os outros segmentos. Na história, normalmente excessos são sinônimos de decadência: eles denunciam uma decadência do que quer que seja e de algo novo que há de vir, como os excessos da corte francesa que acabaram com a monarquia ou dos imperadores romanos que destruíram o Império Romano. Os excessos dos nossos tempos dizem respeito a consumo e ao fato de que as pessoas querem ter direitos, mas esquecem dos deveres. E isso é prenúncio de que há necessidade de uma mudança de acordo com uma ótica histórica. O que eu acho que pode vir como possibilidade de mudança é uma nova forma de consumo, que inclusive vai gerar uma nova forma de produção. E essa realidade vem acompanhada de criatividade. Hoje, vemos coisas criativas, curiosíssimas, interesses atípicos e, muitas vezes, mais conceituais do que, de fato, comercial e usável. Essas crises, historicamente falando, fazem você retornar para uma referência mais clássica e tradicional. Talvez convivamos com isso novamente para até, depois de passar a tempestade, encontrar um novo direcionamento, com um novo padrão.


Os excessos dos nossos tempos dizem respeito a consumo e ao fato de que as pessoas querem ter direitos, mas esquecem dos deveres. ZMAGAZINE 47


História da moda

Fotos divulgação

Em outros momentos da história, após períodos sombrios como de guerras e doenças, nota-se um retorno da moda ao clássico. Isso pode ser aplicado agora? Acredito que vá haver essa possibilidade sim de resgate ao clássico, ao romantismo, dessa alegria do uso das cores e estamparias. Se voltarmos a essas grandes crises, pelo menos do século 20, como a Primeira Guerra Mundial, houve uma mudança considerável principalmente no comportamento, porque a mulher precisou trabalhar e deixou de usar os espartilhos, as saias encurtadas, para ter maior praticidade na forma de se vestir. A Segunda Guerra Mundial trouxe uma devastação total e a masculinização da roupa feminina. Na sequência, Dior resgatou a feminilidade. A Guerra do Vietnã teve como consequência o movimento hippie, com posturas e atitudes completamente diferentes. São mudanças que trazem certa alegria de viver e um novo tempo, depois de momentos turbulentos. O colorido, que traz vida não só pela simbologia das cores, mas também pela ação físico-química das cores nos nossos olhos, há de ser uma possibilidade sim. O uso de acessórios há de ficar mais intenso, porque traz uma cara nova e é mais econômico. A história não vai se repetir, mas podemos notar um direcionamento semelhante.

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Como as marcas reagiam a crises como essa no passado? E hoje? Entre os séculos 20 e 21, não havia tantas marcas como temos agora. Após a Primeira Guerra, por exemplo, vemos uma praticidade na vestimenta da Chanel como reação ao período. Na Segunda Guerra, tivemos a versatilidade da Dior, muito voltada para a alta-costura, para um setor mais elitizado. As grandes marcas que definem o que vem a ser moda atualmente pertencem a grandes grupos econômicos, ou seja, estão por trás de estratégias associadas à economia e ao sistema capitalista. Independente disso, essas marcas também tem ações de benevolência. São ações verdadeiras, mas servem também como estratégia de marketing. Até mesmo no Brasil, temos marcas que tentam vender os seus produtos dando uma porcentagem para uma ação social e isso facilita o convencimento do consumidor. Ter uma ação social é uma característica da cultura contemporânea, da realidade da empatia, de você

sentir o que o outro está sentindo e se sensibilizar com aquilo. Na linguagem espiritual não deveria ser assim, porque como é dito “a sua mão direita não deve saber o que a sua mão esquerda faz”. Ou seja, a caridade precisa ser feita no silêncio, ela não precisa ser colocada aos sete cantos. Caminharemos mais rápido para o slow fashion? Eu creio que sim, porque o momento vai afetar a própria produção industrializada. A palavra sustentabilidade está apoiada em quatro pilares: eco ambiental, social, econômico e cultural. E isso tudo depende de uma política pública ou de uma iniciativa privada. A moda já caminha pela sustentabilidade, pela preservação do planeta. No paradoxo contemporâneo, ao mesmo tempo nós temos barroquismos e minimalismos, tecidos sintéticos e de fibra natural, excessos visuais e propostas mais clássicas. Além disso, vivemos, também, o paradoxo do fast fashion, que contribuiu para uma socialização e consumo maior da moda, mas que em compensação traz problemas consideráveis. O slow fashion é uma realidade muito Brasil, com a valorização dos nossos bordados, das nossas rendas, do trabalho em couro. Essa realidade vem com uma característica de diferenciação, porque no slow fashion existe alma no produto, por ser individualizado, feito à mão, e até ter energia. Isso que está acontecendo é um alerta para que mudemos aquilo que era tido como normal, mas que de fato não era normal. Se pensarmos no passado, sabemos que a moda dos anos 60 e 70 tem características marcantes. No futuro teremos como definir a moda de hoje? Creio que sim, mas de uma maneira diferente. A década de 80 já não traz uma única identidade visual. Acontece uma propulsão de tribos. Na década de 90, todas essas possibilidades se misturaram e a falta de identidade passa a ser a própria identidade. Uma das características do nosso tempo é essa mistura total de, inclusive, revisitar outros tempos do passado. Eu acho que vai ser marcada, especificamente, pela linguagem visual, artes gráficas, artes visuais desse nosso tempo e pela tipografia.


Arte

SANDRO DEL PIRES

Artista plástico e ilustrador pintandofelicidades.com @Sandro_Del_Pires

(19) 98168-0726

Liberdade atemporal

O beijo entre um marujo e uma mulher de branco na Times Square, eternizado pelo fotógrafo Alfred Eisenstaedt, que representa o dia da vitória americana sobre o Japão e do fim oficial da segunda guerra mundial, em 14 de agosto de 1945, ganha novos significados em tempos de Coronavírus. A lição que nos fica é valorizar os pequenos gestos como dar um aperto de mão, abraço ou, até mesmo, um beijo. Que os gestos de amor possam logo sair da atmosfera digital. ZMAGAZINE 49


Fashion

6 dicas para tornar o

home office mais produtivo!

ERIKA PAIVA

Consultora de Imagem erikapaiva_consultoria

POR ERIKA PAIVA

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trabalhar em casa, que era comum, para uma minoria, se tornou necessidade para a grande parte da população mundial. Com a quarentena instalada, empresas passaram a adotar o home office como forma de trabalho, e o que era até então uma tendência de comportamento, virou realidade. Se você me perguntar o que penso a respeito, acredito que isso se tornará habito e que precisamos nos adaptar a ele. Confesso que já era adepta ao home office. Há cerca de um ano minha casa se tornou meu escritório, entre reuniões e atendimentos, criei uma rotina que me ajudou a manter o foco e produtividade e, por isso, decidi compartilhar com vocês algumas dicas, que acredito que possam lhes ajudar nesse momento de transição e adaptabilidade.

Fotos: Divulgção

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SE ARRUME COMO SE FOSSE TRABALHAR FORA

Um dos principais obstáculos do home office é a indisciplina, uma vez que trabalhar em casa não significa ter flexibilidade no expediente, pois você deve continuar com a sua rotina como se fosse trabalhar fora. Acorde, tome seu banho, se arrume, continue fazendo sua maquiagem de todos os dias, passe perfume, imagine que você está se preparando para um dia comum no escritório. Falando em maquiagem, como estamos nos comunicando por chamadas de vídeo e a própria tela do computador já nos ajuda com as imperfeições, podemos usar uma maquiagem mais leve, com menos camadas. É importante lembrar de aplicar protetor solar mesmo não saindo de casa, pois a luz das telas também é prejudicial para a saúde da pele.

ROUPAS CONFORTÁVEIS SIM, PIJAMAS NÃO!

Quando estamos em casa, queremos estar mais confortáveis, afinal, ela é sinônimo de aconchego. Por isso, devemos mudar nosso mindset! Agora, casa também é local de trabalho e a roupa pode ser nossa grande aliada para sermos mais produtivos em home office. As roupas transmitem mensagens: quando nos vemos de pijama transmitimos relaxamento, nossa cabeça nos diz que precisamos desacelerar para poder descansar, por isso usá-lo na hora do trabalho não é a melhor opção. O segredo de estar bem arrumada e confortável ao mesmo tempo começa pela escolha dos tecidos. Opte por tecidos planos, malhas, algodão, tricoline e alfaiataria. Escolha modelagens mais larguinhas, porém com detalhes interessantes, como brilho, efeito matelassado, com recortes e assimetrias. Hoje encontramos no mercado várias marcas que oferecem roupas confortáveis e estilosas.

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SAPATOS

Estar em casa não significa ficar descalça e nem usar chinelo. Aqui o raciocino é o mesmo, afinal, não vamos para o escritório de slippers! Devemos escolher sapatos confortáveis, como mule, oxford, tênis e salto bloco. É importante usarmos sapatos, pois eles nos ajudam a lembrar que estamos trabalhando.

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ACESSÓRIOS

Para dar um up no look do home office, nada melhor que um acessório! Como disse anteriormente, em casa escolhemos roupas mais confortáveis e casuais, muitas vezes em tons neutros. Para dar mais informação à produção, podemos apostar em colares, brincos, anéis statement, ou seja, mais personalidade. Os cintos e lenços, também nos ajudam a criar looks mais interessantes.

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CRIE UMA ROTINA COM HORÁRIOS

No primeiro item falamos sobre a importância de termos uma rotina, isso é essencial para mantermos a produtividade e também traçarmos limites, pois uma vez em casa, as chances de você não parar de trabalhar são grandes e, para termos qualidade no trabalho, é necessário manter o equilíbrio. Planeje o seu dia, com horários de pausas para almoço e, principalmente, para finalizar o trabalho.

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LOCAL DE TRABALHO

Não tem problema se você não tem um local destinado para o escritório em casa, podemos criar esse espaço. Procure por lugares que tenham iluminação natural, pois a luz do sol não só nos ajuda com a vitamina D (ótima para o sistema imunológico), como também para potencializar nossas atividades cerebrais, além de ser fundamental para termos consciência do tempo lá fora, se é dia ou noite. Procure ficar longe do quarto e do sofá, pois esses são lugares de descanso! Deixe o local organizado, limpo e bonito, faça uma pequena decoração com objetos e quadros que você goste.

essa nova rotina que nos Espero que essas dicas ajudem vocês a criarem gostaria de lembrar: ar, foi imposta de maneira tão abrupta. Para finaliz as oportunidades moram nas diversidades!

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Decor

Escritório em casa DICAS PARA MONTAR O SEU CANTINHO DE TRABALHO DURANTE O HOME OFFICE

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Fotos: Reprodução Pinterest

isolamento social acabou por levar muitos trabalhos para dentro de casa: o famoso home office deixou de ser uma opção para muitos e passou a ser necessidade. Adaptar-se a um novo espaço, com outros estímulos externos, tensões causadas pelo cenário e, de quebra, distrações, se transformou em um grande desafio. Você já sabe como se arrumar para o home office agora, reserve um tempo para cuidar do espaço! A Z Magazine separou algumas dicas para tornar seu home office produtivo! Anote. HORA DO TRABALHO É importante estabelecer horários e metas. Cronometre o tempo e não se esqueça de dar a pausa que costuma fazer para o almoço.

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Estabeleça um local de trabalho Não confunda home office com feriado! Sentar no sofá ou em frente à TV não vai te trazer rendimento! É importante que você escolha uma superfície que comporte seus elementos de trabalho, como computador, cadernos e planilhas. Escrivaninhas são adequadas, mas se não tiver, é possível adaptar uma mesa lateral. Conforto é tudo! E quando falamos conforto conta: cadeira adequada com os pés apoiados ao chão, local com ventilação e boa iluminação (tanto natural quanto direcionada).

Dica da Z:

Deixe uma garrafa de água ao seu lado para se hidratar, afinal, ela é uma gran de aliad a no aumento da imunidade. Ah, e não se esqueça de dar pequenas pausas para um café e para se alongar!

Itens de papelaria Além de fofos, os itens coloridos de papelaria estimulam a criatividade e facilitam a organização. Reserve canetas, adesivos de lembrete e um calendário para não se perder nos dias e prazos! Caixas organizadoras também contribuem para separar tarefas e documentos da forma como preferir (por dia, prioridade, etc).



beauty

Pronta em casa!

Fotos divulgação

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Dica da Z!

Aproveite os momentos de energias. autocuidado para dar um up nas x, coloque Na hora de iniciar a rotina deto r. Dica: o uma música animada para toca , da Dua novo álbum “Future Nostalgia” de Lipa, dá match com esse momento amor com o seu corpo.

PELE TÁ OK, CABELO TÁ OK. DICAS PARA FICAR ARRUMADA NA QUARENTENA

Detox das deusas Vamos lá?

ual a sua nécessaire favorita: a de maquiagem ou a de skincare? Independente da resposta, durante os dias de isolamento, a redação da Z Magazine te desafia a mudar a sua rotina de beleza para deixar a pele respirar enquanto se recupera do estresse, da poluição de maquiagens do dia a dia com a ajuda de produtinhos milagrosos regrados a uma rotina de selfcare para lá de maravilhosa.

Para te ajudar nesse challenge, convidamos o maquiador Luis Pirinnelli para indicar quais são os itens que devem estar nessa rotina minimalista, que pode ser seguida até por aquelas que não gostam tanto assim de skincare. Então, ligue o som e aproveite essa dose de amor diário.

Hidratação é tudo!

Em todos os dias, a hidratação deve ser um tópico indispensável. Então, nos dias de detox, essa etapa também não pode faltar. O maquiador aproveita para dar uma superdica: “Um belo hidratante nutritivo facial deve estar na sua nécessaire. Meu conselho é que utilize um hidratante com Ácido Hialurônico acompanhado de vitamina E quando for dormir!”, explica.

Luis pirinelli

Cabelo ok!

As máscaras estão com tudo e por um motivo: nada mais eficiente para tratar e acalmar a pele do que essas queridinhas. “Usar máscara de argila verde no final da tarde é ótimo, ainda mais para quem não está usando maquiagem”, conta Luiz. O maquiador ainda indica um outro tipo de máscara preferida: “A Detox Clear possui tripla ação, desobstrui poros, elimina o excesso de oleosidade da pele, e dá uma aparência uniforme”. Ou seja, é ótimo para quem procura um produto que proporcione limpeza profunda e deixe uma pele com aparência sequinha e também mais clara.

Rotina é necessária

Para quem ainda não possui alguns hábitos importantes para manter a saúde da pele, Luiz Pirinnelli aproveita para destacar: “Lavar bem o rosto pela manhã com sabonete neutro acompanhado de um ótimo protetor fator 70 para todos os tipos de pele, independente de estar em casa ou não, é essencial”. O maquiador também lembra que se manter hidratada e praticar atividades físicas são importantes para que a pele se recupere e tenha um aspecto mais saudável.

Fotos: Divulgação

Além de facilitar a higienização da pele, o cabelo preso traz praticidade para cumprir sua rotina em casa sem estresse. A expert em penteados Nani Diniz explica que o rabo de cavalo lateral e o coque com donuts são opções que qualquer pessoa pode fazer, mesmo sem dominar as técnicas. “O rabo lateral é fashion e despojado, basta escolher seu lado preferido e amarrar os fios com elástico. Se você não tiver a esponjinha em formato de donuts, corte uma meia e enrole-a para trazer o mesmo efeito e ficar plena em casa”, finaliza Nani.

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NANI DINIZ


Higiene dos pincéis

Organize-se!

COMO LIMPAR E ORGANIZAR OS ITENS QUE TE AJUDAM A FAZER A MAQUIAGEM

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incéis limpos e produtos organizados. Se essa ainda não é a realidade da sua penteadeira, nesta página você vai encontrar truques e dicas infalíveis para transformar esse sonho em realidade. Convidamos a expert em maquiagem Najuh Mantovani para te ajudar nessa missão. Confira as dicas!

Dica

casos emergenNajuh lembra que, em por uma solução ciais, é possível optar l 70% em um oo rápida: “coloque álc m os esmos movipapel toalha e faça ra remover todo o mentos circulares pa bre-se de que essa resíduo possível. Lem a lavagem. É apetécnica não subsistiu !”, explica a expert. nas um quebra-galho

Como lavar pincéis?

Antes de responder a essa pergunta, vale a pena entender porque higienizar os pincéis com regularidade é extremamente importante: “eles podem acumular bactérias e microorganismos que fazem muito mal para a pele, causando acne, entupimento de poros, reações alérgicas e, em casos mais graves, infecções”, explica Najuh. Como qualquer apaixonada por beleza preza não só por uma boa maquiagem, como também pela saúde da pele, vale a pena anotar

o passo a passo sugerido pela maquiadora: Lave os pincéis com água e shampoo no mínimo uma vez por semana. Use shampoo de bebê e faça movimentos circulares com o pincel na palma da sua mão para lavar. Enxágue e repita até que a água e espuma saiam limpinhas. Não use condicionador caso as cerdas sejam sintéticas ou naturais de boa qualidade. Para secar, posicione-os deitados em uma toalha por até quatro horas.

Organizar e descartar os produtinhos com validade vencida também deve estar na sua lista de afazeres. Afinal, é importante manter apenas aqueles que você realmente usa para não ocupar tanto espaço e ficar mais fácil na hora de se maquiar. “Para fazer uma faxina na sua caixa de maquiagens, analise se o produto está vencido, cheque a validade, cheire e analise a textura do produto. Também vale refletir se ele ainda serve para o seu tipo e tom de pele, e se você ainda usa!”, conta Najuh. E, calma! Se você acha que depois de todo esse trabalho, o correto é colocar todos os produtos em uma única nécessaire, a expert finaliza: “O melhor jeito de reorganizar é em gavetas com organizers de acrílico, separando tudo por categorias. Procure não armazenar nada em banheiros, e sim em lugares arejados e com pouca umidade”. Najuh Mantovani

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FIOS LINDOS EM CASA COMO CUIDAR DAS MECHAS EM DIAS DE ISOLAMENTO

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indo, sedoso e brilhante. Você sabia que é possível ter um cabelo assim mesmo durante os dias de quarentena? Para lembrar as técnicas importantes que não podem ser esquecidas durante os cuidados com as madeixas, a redação da Z Magazine conversou com a especialista Jacke Barbosa. Quer saber mais? Então, não perca as dicas abaixo!

Limpo e saudável

Fotos: Divulgação

Quantas vezes devo lavar o cabelo durante a semana? Para Jacke, tudo depende do tipo de fio. “O meu, por exemplo, é cacheado. Então, ele não deve receber o mesmo tipo de cuidado para um cabelo ondulado ou liso”, explica. Entenda qual é o tratamento ideal para você de acordo com Jacke:

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Liso: o cabelo liso e oleoso deve ser lavado até três vezes na semana. “Lembre-se de que quanto mais você lava, mais oleoso ele fica. Porque ao tirar a oleosidade, o fio continua repondo o óleo”, comenta Jacke. Além disso, a hidratação em um cabelo natural liso deve ser feita duas vezes ao mês, em média. “Porém, em cabelos descoloridos ou com química, é importante fazer pelo menos uma hidratação por semana”, completa a expert. Cacheado: por ser mais seco, o cabelo cacheado precisa de mais hidratação. Por isso, lave de uma a duas vezes por semana e escolha um dia para utilizar a máscara. “Caso você opte por fazer a hidratação duas vezes por semana, é importante ficar atento aos produtos. Intercale dois produtos para não ter um resultado negativo”, lembra Jacke.

Como lavar o cabelo?

A especialista chama atenção para a importância de lavar as madeixas de maneira correta: “Não lave com água quente, apenas em temperatura morna ou fria. Depois, passe duas vezes o shampoo e, para finalizar, o condicionador do comprimento até as pontas”.

Não danifique!

Por que utilizar modeladores durante os dias em casa? Para Jacke, é importante evitar secador, chapinha e babyliss durante o isolamento social. “Assim, é possível recuperar a saúde das mechas. Por isso, lave de manhã e deixe-o solto para secar naturalmente durante o dia. Se for usar o secador, utilize um leave-in como proteção para o fio”, finaliza.

Adeus, branquinho!

se livrar da raiz Caso você queira curto, a redação durante um período ca o Spray Mada Z Magazine indi éal Paris. De gic Retouch da L´or cil aplicação, secagem rápida e fá ne o é um a o sp ra y in st an tâ que possui lar maquiagem capi apta aos ad coloração que se ndos. gu se fios em poucos

Jacke Barbosa


AUTODRENAGEM

EM CASA

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ada como se sentir bem com o próprio corpo, certo? E se a retenção de líquidos e toxinas ocasionadas pelo estresse nos dias em isolamento te fazia sofrer, esqueça isso! Nossa dupla expert em estética do time Z Beauty vai te ensinar a realizar a autodrenagem, uma técnica que pode ser executada pelas suas próprias mãos em casa! Incrível, né? Então, anote as dicas e se jogue na dose de autocuidado diário.

Sérum Anticelulite Caju, L’Occitane au Brésil

MIRIAM ZANICHELLI

TRUQUE PARA DRIBLAR A RETENÇÃO E O INCHAÇO COM MASSAGEM What a beautiful face!

Xô, inchaço!

1) Para papada: com o dedo indicador e o médio nas entradas da saboneteira abaixo do seu pescoço, pressione quatro vezes os dois lados ao mesmo tempo. Coloque o indicador dois dedos abaixo do centro do queixo e pressione quatro vezes. Faça movimentos na papada deslizando no sentido central da orelha. Faça o movimento descendo das laterais do pescoço abaixo da orelha até a saboneteira com a mão espalmada, por quatro vezes.

1 - Deite na cama com as pernas esticadas e apoiadas na parede por cinco minutos.

2) Para olheira: Pressione quatro vezes o canal lacrimal. Da ponta dos olhos para dentro, deslize quatro vezes. Depois, pressione o canal lacrimal novamente. Faça um círculo levantando em sentido à sobrancelha e descendo por quatro vezes.

4. Faça movimentos circulares em volta do umbigo no sentido horário. Vá em direção aos ossinhos do quadril e deslize suas mãos em direção ao centro da barriga por três vezes.

Que tal renovar as energias pela manhã ao realizar uma autodrenagem facial? A criadora do método MiSlim, Miriam Zanichelli, ensina como fazer autodrenagem. Anote alguns passos e confira detalhes no nosso site!

3) Para levantar o olhar: Pressione quatro vezes as têmporas. Faça movimentos firmes com os dedos utilizando o indicador e o médio (levantando a sobrancelha).

Se você também quer cuidar das pernocas e da barriga, então precisa conhecer as técnicas da fisiodermato Sônia Paladini, credenciada pelo método Renata França. Confira abaixo!

2. Desça as pernas e massageie com movimentos circulares a região da virilha por três vezes. 3. Abrace a coxa com as mãos, quatro dedos abaixo da virilha. Empurre o líquido para cima em direção à virilha. Faça esse movimento de cima para baixo até chegar nos joelhos. Gel Creme Anticelulite e Redutor Reduxcel, Adcos

Sônia paladini

Para saber mais sobre as técnicas, acesse o nosso site ou nossa página no Instagram! @metodomislim dra.soniapaladini_fisio

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Travel

DEstino RELATO DE UM VIAJANTE EM TEMPOS DE COVID-19

Casa

ESTEVAM*

Um dos principais blogueiros de viagem do Brasil

Fotos divulgação

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iajantes, são tempos difíceis que estamos enfrentando no Brasil e no mundo. Eu estava em Dubai quando tudo começou e, mesmo tendo mais vinte dias de viagem, resolvi voltar para casa. O cenário é tão incerto e inseguro, que a minha maior vontade era estar de volta. Dessa vez, eu não sabia o que me esperava, parecia que viajar não era mais uma diversão, era uma obrigação. Em um dos maiores aeroportos do mundo, percebi que todos queriam a mesma coisa: voltar para suas famílias. Como viajante, vejo que cada país do mundo está vivendo um momento diferente dessa crise. Lugares como Dubai e Qatar, por exemplo, já vinham tomando medidas preventivas há meses. As aulas foram canceladas e os hotéis foram transformados em UTIs super estruturadas.

Este é o Burj Khalifa! Foi lançado em 2010 para ser o maior prédio do MUNDO, com 828 metros de altura!

*Lucas Estevam Professional Traveler & Lifestyle Blogger 58 ZMAGAZINE

@estevampelomundo

LucasEstevam1

EstevamPeloMundoTV


Renaissance Downtown Hotel, em Dubai

The Great Mosque, em Abu Dhabi

Em um dos maiores aeroportos do mundo, percebi que todos queriam a mesma coisa: voltar para suas famílias

Com os voos cancelados, aeroportos e fronteiras fechados, o turismo, em escala mundial, já está bem impactado. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na segunda quinzena de março, o setor perdeu R$ 11,96 bilhões em volume de receitas, o que representa uma queda de 84% no faturamento em relação ao mesmo período do ano passado. Nessa era em que estamos vivendo, informação é a nossa melhor e principal arma! Então evitem compartilhar fake news, certifiquem-se das fontes e não acreditem em tudo o que vocês escutam. Estive em contato direto com o Ministério de Saúde e uma das recomendações deles é que redobremos a atenção com a higiene, como a lavagem das mãos com água e sabão sempre que possível, uso de álcool em gel e fugir de aglomerações. Vale lembrar que o mundo precisa viver esta era de empatia. Se você é jovem, talvez não seja o principal grupo de risco da Covid-19, mas pode ser o portador deste vírus e o responsável pelo contágio de pessoas idosas ou com condições específicas de saúde. Tenho visto muita mobilização pelos médicos e enfermeiros também e fico muito feliz em ver o Brasil se unindo em prol de um bem comum.

No avião voltando pra casa

Para os viajantes que tinham viagens marcadas como eu, recomendo que vocês entrem em contato com as agências e tentem remarcá-las, sem cancelar. A esperança é a última que morre e devemos sempre dar uma segunda chance para os nossos sonhos. Aproveitem esse tempo para guardar mais dinheiro, rever o roteiro, programar novos passeios, pesquisar hotéis e restaurantes diferentes e até assistir alguns dos meus vídeos para inspirar o seu próximo destino. Vamos juntos nos mobilizar para sairmos dessa situação o quanto antes e voltar a realizar nossos sonhos como sempre fizemos. Viver é incrível, mas viver com consciência é melhor ainda!

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Express

Entretenimento

fashion

UMA LISTA NADA TRADICIONAL PARA AUMENTAR O SEU CONHECIMENTO EM MODA

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abemos que ficar em casa não é fácil, mas podemos tirar o melhor disso, certo? Aproveite esse momento para melhorar o seu repertório sobre o universo fashion! A redação da Z selecionou alguns livros, séries e podcasts nada tradicionais sobre moda e beleza para você adquirir mais referências sobre o assunto. Então #FiqueEmCasa, prepare a pipoca e o bloco de notas, você terá muito o que escrever!

Fotos divulgação

The Black Book Of Fashion Não é segredo que a moda vai muito além do glamour e atinge o mundo dos negócios. Por isso, neste livro, o autor busca mostrar que, para sobreviver a este mundo, é preciso muito mais que talento e que moda e lucro podem andar lado a lado, mas para que isso aconteça, é importante que o profissional tenha conhecimentos empresariais. UseFashion. R$ 49,80*.

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4.000 Detalles de Moda A autora Elisabetta Drudi leva aos leitores dicas de habilidades para elaborar ilustrações relacionadas ao mundo fashion. O livro conta cerca de 4.000 obras que abordam sobre os aspectos fundamentais, funcionais e conceituais de um profissional de design de moda. A autora ainda traz como formas inusitadas de combinações entre cores, mix de formas, detalhes e acabamentos podem contribuir para deixar cada peça de um jeito ímpar. Zamboni. R$ 145*.

Digital Girls: Fashion’s New Tribe Blogs, sites e perfis de mídia social, este é o novo cenário da mídia de moda. Através de entrevistas e fotografias de Marko MacPherson, o livro possui um panorama de como especialistas digitais se vestem e se estilizam para gravar um vídeo de beleza para o YouTube, por exemplo, como eles trabalham cuidam de um blog ou redes sociais. Além disso, o leitor pode ficar por dentro do trabalho das principais estrelas da moda, como Leandra Medine, site The Man Repeller, Chiara Ferragni, site The Blonde Salad, Ascia Al Faraj, blogueiro de moda do Kuwait e estrela do YouTube, e Andreja Pejic, notável modelo / ator transgênero. Rizzoli. R$ 63*.

História da indumentÁria e da moda Bronwyn Cosgrave apresenta a indumentária de cada cultura e de como ela é um reflexo dos valores de cada sociedade. A autora leva aos leitores a história da evolução do mundo da moda desde os povos da Antiguidade, como as vestimentas dos homens e das mulheres, aos grandes estilistas dos tempos atuais. Com cada capítulo ilustrado, a obra é destinada a profissionais do mundo fashion, pesquisadores, estudantes e simpatizantes do assunto. Editora Gustavo Gili. R$ 159*


Fala, Maju

Oprah and Jennifer Lopez Mundialmente conhecida e dona de uma voz encantadora, Jennifer Lopez fica frente a frente com Oprah Winfrey, que realizam um bate-papo para lá de especial no episódio “Your Life in Focus de Oprah’s SuperSoul Conversations”. A cantora abre sua vida e conta sobre maternidade, casamento, além, é claro, sobre a sua carreira profissional. A artista ainda compartilha seus pensamentos sobre não receber uma indicação ao Oscar. Ouça em: Spotify

Next in Fashion Apresentado por Tan France e Alexa Chung, duas grandes personalidades no mundo da moda, essa série é uma disputa entre estilistas pelo prêmio de US$ 250 mil e a chance de vender suas coleções no Net-a-Porter. Entre os jurados convidados estão Eva Cheng, Tommy Hilfiger, Adriana Lima, Monique Lhuillier, Prabal Gurung entre outros.

Em um podcast intimista, Maju conta, no episódio “Os efeitos de uma vida exposta”, sobre como foi o começo de sua carreira e quais as suas vivências com exposições que já passou na internet. Segundo ela, o objetivo do episódio é fazer com que, de alguma forma, possa ajudar alguém através de suas próprias experiências. Além, é claro, de criar um elo com os seus fãs. Ouça em: Spotify

The Business of Fashion Você quer saber como Christian Louboutin transformou as solas vermelhas em um símbolo de status? Então, aperta o play no podcast “The Business of Fashion”. Nele, é possível que o ouvinte entenda como um dos ícones da moda de luxo transformou a sua marca em um sucesso global capaz de encantar não só os amantes do mundo fashion, mas também os simpatizantes. Ouça em: Spotify

Making the cut No mesmo modelo de “Next In Fashion, o reality reúne 12 designers de nacionalidades distintas para competir pelo prêmio de US$ 1 milhão e a chance de se tornar um ícone no mundo da moda. Diretamente de Project Runway, os apresentadores Tim Gunn e Heidi Klum recebem convidados especiais para dar um desafio a mais nas provas. Onde assistir: Amazon Prime.

Glow up Vamos falar de beleza? Glow Up é um reality britânico em que maquiadores novatos encaram desafios reais por uma carreira de Make Up Artist no Reino Unido. As provas são muito variadas, desde maquiagens para celebridades até criações artísticas e editorias. Dá pra aprender muitas técnicas por aqui, viu? Onde assistir: Netflix.

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Numerologia

APARECIDA LIBERATO

Numeróloga

2020: ano

ANÁLISE DO ANO SOB O OLHAR DA NUMEROLOGIA

Fotos divulgação

POR APARECIDA LIBERATO

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aparecidaliberato aparecidaliberato.com.br


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xiste uma ordem no universo que se estabelece segundo ciclos que duram 9 anos. No final de um ciclo começa tudo novamente e de uma maneira diferente. Em 1 de Janeiro de 2020, teve início mais um ano dentro de um ciclo. Estamos vivendo sob a força da energia universal número 4 (2020 22 2+2=4) e as palavras de ordem para esse ano são: limitações, regras, moderação, planejamento cuidadoso, consciência da realidade e atitude eficiente. Os anos de energia 4 são os que trazem muitas restrições e nos obrigam a enfrentar impedimentos de todo tipo. O ano 4 é lento e exige esforço contínuo e árduo. Vivemos situações desafiadoras que nos obrigam a tomar medidas urgentes, visando conter a degradação do planeta e consequentemente de seus habitantes. Mas, se tivermos calma, se usarmos as experiências e erros passados para o aprendizado, podemos enxergar, nas paredes do fechado quadrado 4, a janela que se abre para erguermos alicerces de um mundo novo, estruturado e justo. No ano 4, o investimento deverá focar nas estruturas básicas. No período de 2020 vigoram discussões e atitudes que valorizam a responsabilidade social e ambiental de todos os países, autoridades, líderes, empresas e cidadãos. A sociedade deverá se mobilizar para diminuir sensivelmente a desigualdade entre os povos, elaborando programas de infraestrutura para atender as necessidades mais básicas da vida do ser humano como leis, segurança, saúde, educação, transportes, moradia, alimentação. Não é um ano de dispersão de energia e sim de foco e concentração, em que sistemas e regras serão aplicados para que todo movimento seja realmente concentrado e que dê resultados. Em um ano 4, fechado, em que é necessário encarar a realidade e construir um mundo novo de acordo com regras iguais a todo ser humano, as pessoas vão em busca de segurança em suas casas, na família, nas relações de amizade. O resgate de valores essenciais à condição humana, como o respeito, a confiabilidade, assim como a integração corpo, mente e espírito trarão equilíbrio às nossas vidas. Enfrentar a realidade com mais objetividade e assertividade diminuirá riscos e exageros.

A simbologia Há muitas referências simbólicas acerca do número 4 associando-o a situações de restrições. Para citar algumas, a bíblia conta que Jesus jejuou por quarenta dias e noites quando estava no deserto da Judeia. Noé enfrentou em sua arca do dilúvio quarenta dias e quarenta noites de chuvas. O povo de Abraão viveu como escravo no Egito durante quatrocentos anos. Para os cristãos, a quaresma (período de 40 dias) é um período de reflexão dos nossos atos, de penitência, de jejum, de conversão espiritual e preparação para o período pascal.

Anos anteriores com energia 4 1939 o início da Segunda Guerra Mundial e o plano de Hitler de extermínio dos judeus. Em 1966 ocorreu a Revolução Cultural Chinesa, um movimento de limpeza política impulsionado por Mao Tsé-Tung, em que morreram mais de 1 milhão de pessoas em decorrência da violência, desordem social, autoritarismo e punições drásticas. Em 1975 começou a Guerra Civil no Líbano, que durou até 1990 e matou centenas de pessoas. E também em 1975 terminou a guerra do Vietnã, e o país teve que começar a se reconstruir. Em 2002 houve uma grave crise financeira global em que a Bolsa de Valores de Nova York caiu cerca de 15%. Na Europa, as principais Bolsas tiveram desvalorizações entre 20% e 25%. Na América do Sul em geral, e no Brasil em particular, a situação foi ainda mais grave. A Bolsa de São Paulo registrou perdas de em torno de 30% e o dólar chegou a subir cerca de 50%. Em 2011 o mundo assistiu atônito o impacto do terremoto e do tsunami ocorridos no Japão, que provocaram um pesadelo global, uma catástrofe nuclear: a usina atômica de Fukushima entrou em colapso espalhando contaminação devido à exposição radioativa. Houve uma grande queda nas bolsas de valores do mundo gerando um baixo crescimento da economia.

Junho 2020 O número O 4 é o número relacionado com o mundo físico, estruturado e limitado dentro das paredes de um quadrado, estabelecendo a ordem. Vários exemplos de 4 são observados no mundo: o 4 forma o quadrado, as 4 fases da lua, 4 estações do ano, 4 pontos cardeais, 4 operações básicas na aritmética, 4 elementos (terra, água, fogo, ar).

A partir de Junho 2020, um mês de energia 28=1, o mundo começa um novo ciclo mensal dentro do ano de energia 4. Existe, portanto, um direcionamento mais claro, uma luz no fim do túnel. É o momento de começar a recompor o mundo sobre novos alicerces, pouco a pouco. A natureza prática do número 4 impõe atitudes de perseverança, disciplina, trabalho e atenção a detalhes. É preciso organizar antes, para poder enfrentar as mudanças e transformações que ocorrerão no ano 5, em 2021.

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Numerologia

Sua energia para este mês POR APARECIDA LIBERATO

A

ssim que um novo mês chega, a sua energia muda. Conhecendo os desafios e as oportunidades que essa nova vibração mensal traz, você poderá viver com mais equilíbrio, lidar melhor com as dificuldades e aproveitar positivamente cada momento.

Descubra qual é a sua energia atual fazendo o seguinte cálculo: Some o dia + o mês de nascimento + o ano do último aniversário

Exemplo: 18/03/2020 1+8+0+3+2+0+2+0 = 16

1+6 = 7 CONSULTE O Número 7

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Liderança,acordos Neste ano, a sua atitude proativa e independente são fundamentais. Em Maio, há uma movimentação de pessoas à sua volta e você terá desafios em assuntos referentes à família. Não se esqueça de que você está na liderança e deve manter a sua posição. Você tem força e coragem para isso. Procure manter a harmonia em seus grupos de amizade ou familiar. O diálogo é sempre a melhor alternativa. Durante este mês, você e outras pessoas se reúnem para promover alguma ação comunitária. Espalhe amor e receberá amor.

Eficiência, vigor Sua energia agora é favorável para abrir a mente em direção a novos negócios e atividade profissional. Há grande movimentação estimulada por seu estado de ânimo completamente revigorado. Sua ambição e competência para fazer contatos importantes para o futuro trazem ótimas possibilidades. Você mostra segurança e autocontrole e há uma tendência a que tudo o que você fizer reverta bons resultados. É possível receber um valor financeiro que estava aguardando. Notícias positivas fazem parte deste período.

Observação, quietude

Este é um período de descanso que pede revisão p e s s o a l , e , p o r t a n t o, u m afastamento temporário de sua rotina e preocupações. É importante diminuir a carga de responsabilidades e dedicar-se a uma atividade que lhe dê prazer. Você não quer sentir pressão de nenhum tipo. Sua intuição está muito forte e ouvi-la pode ajudar você a analisar a si mesma e encontrar soluções. Parcerias e contratos podem ser dissolvidos. Decisões não devem ser tomadas neste mês a não ser que sejam situações que já estejam em andamento.

Encarar a realidade, términos Seu ano 4 está em conexão com a energia do ano universal que cobre nosso planeta, que também é 4. É necessário conviver com limitações e, a partir daí, reestruturar a sua realidade pessoal. Maio é um período delicado em que as condições que até então estavam definidas começam a sofrer modificações. Algumas delas estão confusas e você deve interferir e resolver de maneira prática e definitiva. Por isso o período exige mais de você e pode trazer diminuição na sua vitalidade. Dedique-se a finalizar suas pendências, principalmente no trabalho.


Liberdade, expressividade

Equilíbrio,conciliação Esteja disponível para cuidar e ajudar seus amigos e sua família. Você vai sentir a necessidade de organizar e dar atenção para si mesma, porém a demanda das outras pessoas será grande e você poderá se sentir sufocada. Por isso esse período traz desgaste aos seus atuais relacionamentos. É necessário prudência quando for se dirigir às outras pessoas já que você assume, muitas vezes, posição de intolerância. Embora o diálogo seja a melhor solução, às vezes prefira o silêncio para evitar confrontos desnecessários.

Esta é uma fase dinâmica, em que você realiza seus projetos. Sua necessidade de expandir sua mente e interesses é grande. Seguindo a intuição, você vence seus medos e supera seus limites. Neste mês você se sente livre das limitações do ano 7 e quer extravasar todas as descobertas que vem fazendo desde o seu último aniversário. Portanto, deseja fazer planos para viajar e aproveitar este momento de entusiasmo. Este é um mês que favorece seus contatos profissionais que vão colaborar para que você aprofunde algum assunto.

Produtividade, competência

Entusiasmo, flexibilidade Este é um período de renovação em que você deve promover as mudanças inteligentes para dar um novo rumo na sua vida. Não queira recomeçar com esquemas antigos, ultrapassados, que você já experimentou e percebeu que não funcionaram. Visualize o futuro sem medo de arriscar. Invista sua energia em outras direções ousadas e inovadoras. É importante também fazer uma renovação interior para que você esteja aberta e sensível para as transformações externas. Mas cuidado com a ansiedade. Dê tempo para si mesma, para respirar, refletir, descansar.

Seus projetos para o futuro começam a tomar forma. Este é um período dedicado ao trabalho e a todas as suas decorrências. Comece a organizar seus papéis, documentos, contas, horários, rotina, sua casa e seu escritório. A organização é importante para que você tenha mais eficiência nos resultados. Não deixe para depois o que pode e deve fazer hoje. Você precisa manter pulso firme associado a um pensamento lógico para ser capaz de responder às pressões e exigências das pessoas e situações. Reuniões de negócios movimentarão o período.

Escolhas, transformações Este mês é provocativo e faz com que você saia da sua zona de conforto. Condições externas se alteram e pode ocorrer o inusitado, sem lógica nem explicação. Sua agitação interna motiva você a fazer mudanças, pequenas ou grandes. Esse mês pode trazer uma energia que provoca confusão em sua mente porque desorganiza o que havia sido determinado no mês anterior. Por isso, procure acalmar seus sentimentos e reações. Busque ajuda de alguém que esteja do lado de fora e que tenha serenidade para avaliar as circunstâncias. ZMAGAZINE 65


Onde encontrar a sua Itinerário Z A distribuição dirigida via mailing da Z Magazine impressa

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Diferente de uma revista distribuída, o nosso processo é dirigido e autorizado pela gestão de cada condomínio. Temos um profissional credenciado e autorizado a entrar e entregar a revista em cada residência. Galleria Boulevard, Vila Verde, Alphaville D. Pedro, Housen I e II, Saint Helene, Araucária Sousas, Lousane, Botânico, Baden Swiss Park, Parque da Hípica são alguns dos cadastrados.

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