Varandas em altura - uma utopia sobre Mafalala

Page 1

VARANDAS EM ALTURA

IDEIA DO PROJECTO

Trazer desenvolvimento econômico e social para comunidade reassentada, através do desenho de espaços públicos economicamente e socialmente sustentáveis, e em simultâneo, preservar o modo de vida destas comunidades através de tipologias habitacionais que usam a varanda como espaços de extensão da casa

1.1 CONTEXTO HISTÓRICO

Em termos urbanos os fatores descritos interagiram com o traçado urbano e o parcelário que caracteriza os subúrbios da cidade, em particular, o território onde se veio a definir a Mafalala. A irregularidade ou informalidade do tecido suburbano teve parte da sua origem no cadastro fundiário do início do século XX, que foi cartografado pelos serviços de agrimensura na Planta da Cidade de Lourenço Marques e Subúrbios em 1912 onde já é visível a diferença entre a malha urbana interior e exterior à circunvalação.

Caso do Bairro da Mafalala a população que nela reside actualmente veio sob forma de migração no período da guerra civil e que transportaram com eles as características rurais para os novos assentamentos Pela ausência de mecanismos de produção de alimentos as mesmas adoptam a compra e revenda como um mecanismo de gerar economia de subsistência

PARQUES

Se parques públicos são criados em volta dos locais de destino diário das pessoas estes passam a ser locais que possibilitam a fácil socialização entre os que se dirigem a este espaço

PEQUENA ESCALA ESPAÇOS PARA VENDA

Grandes espaços nunca geram urbanos eficientes pequenos passos como a criação de espaços para sentar pequeno jardim em frente as casas, ampliação de uma rua esses sim

Espaços de venda tem sido desde os tempos antigos o centro das cidades Mercados são tradicionalmente os locais mais produtivos e dinâmicos, locais onde as pessoas solidificam os laços sociais."

VOLUME ÚNICO VOLUMES DISSOCIADOS

1 Construir um volume único obstrui a conexao entre as duas ruas

2 Volumes separados permitem a conexao e criacao de um espaço público

CRESCIMENTO DESORDENADO

Como seriam os nossos assentamentos informais se começássemos a colocar a produção/distribuição de alimentos como o foco principal do design urbano? E o que será necessário para tornar essa visão uma realidade? Como isso afetaria a escassez de alimentos?

1.2 ESTUDO DE CASO

CONJUNTO URBANO

3 Varandas em altura de modos a permitir a actividade agricola para cada um sos apartamentos

4 Pátio intermédio que surgem com a separaçao dos blocos apto para criçao de espaço de lazer

A arquitetura neste edifício foi definida de modos a responder não somente a demanda pela habitação, mas também a ciar espaços que tem a capacidade de geração de renda Em termos arquitetónicos usa-se um esquema modular, as paredes não somente servem de elementos de se pação entre o interior e o exterior mas também servem de suporte para a agricultura vertical Houve uma manipulaçao do volume do edifício, de modos a melhor se enquadrar a activiade agricola criando-se varandas que tem a possibilidade de se tornarem espços d e cultivo a pequena escala

5 Espaço público numa pequena escala e com boa integraçao e conectividade com a rua

6 Pátio coberto para o comércio informal e lazer quando nao estiver a ser usado

5 Campo pavimentado multifuncional

2km Detalhe
Além dos
2 e 3 Km: “a”
“b” a
Bairro
Munhuana, “c” a área do Bairro de Xipamanine, “d”
ponto de génese do Bairro da Mafalala, “e” a Zona de expansão segundo o Decreto de 09/07/1909, “f” antiga estrada para as Terras do Estado (atual Rua de Goa), “g” antiga estrada de Xixara (atual Rua dos Irmãos Roby) e “h” a antiga estrada de Lydenburg. MAFALALA: MEMÓRIAS E ESPAÇOS DE UM LUGAR
c b a d h g 3km
da Planta da Cidade de Lourenço Marques e subúrbio por E. de Moctezuma, 1907-1912.
arcos de
indica o perímetro atual do Bairro da Mafalala,
área do
da
o
HIPÓTESE DE DESENHO DAS HABITAÇOÕES DEMOGRAFIA ASSENTAMENTO INFORMAL CRESCIMENTO NATURAL DA POPULAÇÃO VILA CIDADELA CIDADE NOVA CIDADE CIDADE APROPRIADA AGLOMERADO URBANO CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO AUSENCIA DE LEIS E REGULAMENTOS ALTERNATIVAS NÃO ADEQUADAS METRÓPOLE VILA EXISTENTE CIDADELA EXISTENTE CIDADE EXISTENTE Incorporação Incorporação Reclassificação PROCESSO ADMINISTRATIVO CRESCIMENTO NATURAL DA POPULAÇÃO MIGRAÇÃO RURALURBANA DA POPULAÇÃO CRESCIMENTO NATURAL DA POPULAÇÃO MIGRAÇÃO RURALURBANA DA POPULAÇÃO ASSENTAMENTO
01 02 PROLIFERAÇÃO DOS ASSENTAMENTOS INFORMAIS ESPAÇO VAZIO EDIFÍCIO 2 EDIFÍCIOS 13 EDIFÍCIOS [VÁRIAS
DIMENSÕES]
? 1.3 PERMISSAS DO ESPAÇO URBANO 01
02
03
1 2 2 3 3 4 7
ZACARIAS SIMBO DOC: VITOR TOMÁS & REMÍGIU CHILAÚLE 02.03 5 6 6
DISC:

VARANDAS EM ALTURA

IDENTIDADE E HUMANIZAÇÃO

DISC: ZACARIAS SIMBO

DOC: VITOR TOMÁS & REMÍGIU CHILAÚLE

No projeto de habitação colectiva as configurações morfológicas e os arranjos espaciais devem convergir para a criação de ambientes que atendam aos anseios da comunidade e promovam o resgate do senso de lugar e de habitar, a sustentabilidade social e ambiental, a vitalidade urbana, a identidade e a privacidade

2.1

COMPOSIÇÃO VOLUMÉTRICA

ACESSOS SOCIABILIDADE USOS E ACTIVIDADES

A vitalidade do jardim será garantida cpor se localizar numa zona de entrada para o conjunto habitacional, permitindo assim a interação social

EMBRIÃO DA CASA CRIAÇÃO DE VARANDAS EM ALTURA

"A estrutura tradicional de desenho de conjuntos habitacionais com forma regular não responde a necessidade de preservação dos modos de vida dos habitantes de Mafalala."

"A subtração do volume compacto inicial, teve como propósito a criação de espaços aberturas nos pisos superiores designados de varandas cozinhar a carvão lavar e estender a roupa e fazer horta vertical."

Os limites do jardim duncionam nao só como elementos de barramento para viaturas mas também como mobiliário urbano onde os que passam poderão sentar

Para além de um espaço multifuncional que será criado no piso térreo do edifício, cada um dos compartimentos dojardim terá uma função específica

PRESERVAÇÃO DO CONTEXTO URBANO ESTUDO SOLAR

"As varandas recuadas, permitem boa relaçãos de privacidade com os edifícios existentes na envolvente Mas ao mesmo tempo tornam-se espaços que permitem interecção entre os moradores do prédio"

O estudo do movimento solar permitiu entender que em todas as estações do ano o edifício não cria sombra para os ediícios vizinhos, dai que, o afastameno previsto na parte posterior (6 metros), foi dimensionado para permitir a realização de actividades como: Pequena horta churascos convívio familiar e mais outras actividades Este espaço torna-se deste jeito uma extensão da casa

CAMPO POLIVALENTE Espaço des nado  jogo de futebol basketbol andebol voleibol e de mais desportos Este foi colocado numa zona de transição entre os novos edi cios  e os edi cios existentes de modos a servir as duas comunidades

MERCADO TEMPORAREO Os bancos em betão permitem que se crie um mercado temporário onde os que poderão vender os seus produtos e conseguem estar mais próximos das suas casas e ao tempo conseguem ter contacto visual com as crianças que es verem brincando no jardim

PAREDES DE ESCALAR A parede em alvenaria introduzida neste espaço permite criar diferentes momentos de convivência crianças ambientes simultâneo crianças possam

BANCO EM ALVENARIA

As arvores de sombra neste espaço foram distribuídas de forma a garan r que as crianças adultos ou idosos possam por debaixo dela em qualquer um dos três espaços existentes no jardim

BLOQUEIO DE VEÍCULOS A colocação de pnéus tem por intuito inibir acirculação de veículos na zona do jardim e ao tempo funcionam bancos para as pessoas sentarem em volta do jardim

PISTA DE CORRIDA DE PNEUS Este espaço des na- para exclusivo de crianças de modos a que elas possam correr com pnéus num circuito fechado e seguro

minimizar os alagamentos urbanos
21 de Dezembro 21 de Junho 7 h 12 h 16 h 7 h 12 h 16 h 21 de Setembro 2.2
CRITÉRIOS PARA UM BOM ESPAÇO PÚBLICO
01 02 03
03.03
1 2 0 1 5 10 20

1 No piso +2 introduz-se um corredor de circulaçao que conecta todos os apartamentos e acaba sendo a varanda comum para todos os morradores deste andar

2 No piso +1 as varandas em todos os compartimentos do edifício acabam criando uma extensao da casa onde estas varandas estao directamente ligadas com as cozinhas onde através destas passam a ser uma extensao das actividades que acontecem nela para o exterior da casa

2 No piso térreo os bancos m beao foram colocados de forma distribuida de modos a funcionar como mobiliário urbano de suporte para momentos de socializacao Este espaço pode funcionar como um mercado informal onde os vendedores podem usar estes bancos como stands de exposicao das mercadorias

LEGENDA

1- Quarto 2- Sala comum 3 - Casa de Banho 4 - Cozinha 5- Mercearia

PRINCÍPIO DE DESENHO DOS APARTAMENTOS

Todos os apartamentos do edifício foram desenhados de modos a permtir a extensão da casa para uma varanda posterior onde os moradores podem preservar o modo de vida que tinham anteriormente visto que estes espaços permitem que os moradores possam cozinhar com carvão

EXTERNAAEXTENSÃO DASALAAACHURRASQUEIRA MINIHORTAOJARDIM
2 1 1 1 2 3 3 4 4 1 3 2 4
PISO TÉRREO PISO + 1 PISO + 2
1
2
3 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 5
MAPA DE ÁREAS Piso Térreo Piso + BLOCO BLOCO II Piso +2 Piso Térreo Piso + Piso +2 T - 53m2 1 T2 - 65m T2 - 62m2 Mercearia - 15m2 T - 70m T2 - 65m2 T2 - 55m2 T2 - 66m T3 - 103m2 T4 - 130m2 T2 - 72m2 T2 - 65m2 T2 - 62m2 T - 70m2 T2 - 65m2 T2 - 55m2 T2 - 66m2 1 T3 - 103m2 T4 - 130m2
SIMBO TOMÁS & REMÍGIU CHILAÚLE 01.03 0 1 5 10 20
VARANDAS EM ALTURA

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.